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FRUTO DO EspIRlTO - FUGA

fidelidade, mas é de acordo com esta última aquele autocontrole que obtêm o domtnio sobre os
qualidade que os homens agem honesta e beneficente- vicios alistados em Gál. 5:19-21. Para que seja
mente para com outros. A fé distinta da fidelidade vitorioso e obtenha a coroa, na luta contra o mal. o
estaria, realmente, morta. crente precisa de uma completa autodisciplina e de
A fé é vitalizada pelo amor, pois, do contrário, não total autocontrole. Mas isso s6 pode ocorrer com a
será a verdadeira fé sob hip6tese alguma, conforme ajuda do Esplrito Sallto. Maior ~ aquele que se
aprendemos no sexto versículo do quinto capitulo de domina do que aquele que conquista uma cidade, no
Gálatas. A fé é criada, fortalecida e confirmada pela dizer de Pro. 16:32.
comunhão mlstica com Cristo, através do Esplrito Os fil6sofos est6icos percebiam claramente a
Santo. Portanto, será sempre um contacto divino com verdade expressa por essa virtude do domtnio pr6prio.
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o homem. mister que o individuo viva no Esplrito Eles procuravam fazer com que a razão dominasse a
vida inteira, controlando as paixões e firmando a
para que possa, realmente, conhecer a fé. No caso de
alguns crentes, a fé pode ser um elevado dom alma. Porém, o poder atuante do Esptrlto Santo, no
espiritual. Alguns crentes possuem uma confiança em intimo do crente, 6 mais forte do que a razão humana,
Deus que outros crentes não têm; esses possuem uma embora a razão seja um útil aliado e instrumento
fé extraordinariamente desenvolvida, a fim de que dessa habilidade que nos ~ propiciada pelo Esplrito de
possam realizar determinadas missões. (Quanto a esse Deus.
aspecto da «fé», ver I Cor. 12:9, ver também o artigo «Considero mais corajoso aquele que domina os
sobre I Corintios que alista e descreve todos os dons seus pr6prios desei.os do que aquele que conquista os
espirituais). Mas uma verdadeira dependência da seus inimigos; pOIS a vit6ria mais dificil é a vit6ria
alma a Cristo, em qualquer grau, é um dos aspectos sobre o prôprio eu •. (Arist6teles, Stobaeus: Florile-
do fruto do Espirito, embora deva sempre surgir como gium).
algo paralelo à submíssião do livre-arbítrio humano; «Nenhum conflito ~ tio severo como o daquele que
pois, do contrârio, não operará. A fé, pois, é uma se esforça por subjugar a si mesmo». (Tomás à
entrega da alma a Cristo, a fidelidade a ele por causa Kempis, Imitação de Cri8to).
dessa entrega, e, em seguida, fidelidade e ação «Domina-te a ti mesmo. Enquanto não tiveres
honesta para com os outros homens. conseguido isso, serâs apenas um escravo; porque será
«A fé não é simples crença. A crença é passiva. A fé quase a mesma coisa que estar sujeito ao apetite
é ativa. Ê uma visão que inevitavelmente passa à alheio, ou estar sujeito às tuas prôprias paixões».
ação». (Edith Hamilton, Witness to the Truth), (Robert Burton, Anatomy of Melancholy).
«A fé é como o amor. Nlo pode ser forçada». Variante Textual. Alguns manuscritos antigos,
(Arthur Schopenhauer). como D(1)EFG, aíêm de muitas versões latinas,
«... andamos por fé, e não pelo que vemos» (11 Cor. acrescentam a palavra agne;a, que significa «consa-
5:7). gração» ou «castidade», a essa lista. Mas isso não
H. Mansldao, é tradução do vocábulo grego representa autoridade textual suficiente para supor-
puutes, que significa «placidez», «modéstia», «genti. mos que tal palavra fazia parte do texto original de
Ieza-, -cortesía», como traduções possiveis. Essa é a Paulo. Se, porventura, fosse porçlo original, não
qualidade exaltada na terceira bem-aventurança, haveria motivo por que teria sido omitida. Algum
uma qualidade de caráter daqueles que haverão de escriba ou escribas simplesmente expandiram a lista,
herdar a terra (ver Mat. 5:5). No trecho de Mat. conforme também se verifica na lista de vicios, que
11:29, vemos que Cristo se refere a si mesmo como aparece pouco antes.
aquele para quem os homens devem achegar-se e em IV. A s.tWeçlo do PdaetpIo ele LeI
quem devem confiar, para que ele lhes tire suas Contra estas causas não há lei. As leis são baixadas
cargas, por ser ele manso e humilde de coração. Na a fim de entravarem e eliminarem o mal; mas as
passagem de Fil. 2:1-11, essa qualidade é associada à virtudes dignas, como aquelas aqui alistadas, nio são
«mente de Cristo». Consiste em um espirito de proibidas nem pela lei de Deus e nem pelas leis dos
mansidão e gentileza no trato com o próximo. homens. Pelo eontrârío, as autoridades e as leis
Para Aristóteles, essa caracteristica era um «vicio louvam o individuo agraciado por essas virtudes. A lei
de deficiência», e não uma virtude; e essa parece ter de Deus exige tais virtudes, longe de mostrar-se
sido a atitude da maioria dos antigos sistemas éticos. contra elas. No entanto, elas nos são oferecidas e
Naturalmente, essa qualidade não envolve a auto- implantadas, dentro do sistema da graça divina,
depreciação, conforme é o hábito de certos indivi- através da fé, vitalizada pelo amor. A lei de Deus,
duos, que pretendem imitar essa qualidade. E quiçá pois, mostra-se em favor do virtuoso, e não contra ele;
assim é que Arist6teles encarava tal qualidade, como mas a lei de Deus não tem o poder de produzir essas
uma autodepreciação, Trata-se de uma genuína falta virtudes no individuo. O «conhecimento» dessas
de maldade e aspereza, de mistura com as qualidades virtudes não está fora do alcance da lei; mas o
da paciência e da gentileza. Trata-se de uma «perfazê-las» na experiência real, transcende ao poder
submissão do espirito humano para com Deus, e, em do principio legal. O apôstolo dos gentios j' havia
seguida, para com o homem. A mansidão é resultado demonstrado que isso é uma verdade; e parece que
da verdadeira humildade, por causa do reconheci- isso faz parte do significado dessa expressão, ou pelo
mento do valor alheio, com a recusa de nos menos, parece que isso fica subentendido. O que ê

considerarmos superiores. Deus é a fonte dessa graça, produzido pelo Esptrlto de Deus, dentro do sistema
e Cristo Jesus é o seu exemplo supremo, o que ele da graça divina, jamais poderia ser condenado peJa lei
demonstrou em todo o seu modo de tratar os homens. de Deus. Pelo contrârio, tal fruto será sempre
I. Domfnlo prllpl'lo. No grego é eabatela, elogiado pela lei, ordenado por ela.
«autocontrole». Na passagem de I Cor. 7:9, essa
palavra é usada em relação ao controle do impulso FUGA (MúSICA)
sexual; mas, em I Cor. 9:25, refere-se a toda a forma
de autocontrole e autodisciplina que um atleta precisa Essa palavra vem do latim, faaa, cv&o». O termo
exercer para ser bem-sucedido em suas tentativas de refere-se a uma forma de composição musicaI
obter a coroa da vit6ria. Parece que Paulo se utiliza polif&nica, usada principalmente na música instru-
dessa palavra. neste contexto, dando a entender mental, embora, ocasionalmente, também empregue
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'I' , I I, • I

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