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UNIVERSIDADE FEDERAL E RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - ENSINO REMOTO EMERGENCIAL

ANATOMIA VETERINÁRIA I – VET 101 – 45T

ARTROLOGIA DOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS


Anatomia Veterinária I

Bem vindos a disciplina Anatomia Veterinária I (VET 101).


Este material foi produzido com carinho, objetivando ajudá-los neste momento, em
que vocês, discentes, não dispõem/ou estão com acesso restrito as obras da nossa
biblioteca setorial, do Centro de Ciências Agrárias.
Respeitando os autores, suas obras, suas enormes contribuições para os estudos da
Anatomia Veterinária, assim os citamos e os referenciamos.
As obras, algumas delas, utilizadas embora “antigas”, são referenciais e/ou sem outra
que a substitua, ou ainda o que tínhamos de melhor, neste momento, para atendê-
los.
Utilizem nossos canais de comunicação para quaisquer dúvidas.
Bons estudos e leituras.
Professora Raimifranca Maria
ARTROLOGIA

1 CONCEITO

A artrologia (sindesmologia) é o estudo das articulações (uniões) entre


os ossos, que são chamadas comumente articulações ou junturas.
Uma articulação ou uma juntura é formada pela união de dois ou mais
ossos ou cartilagens ou outro tecido. O osso é a parte fundamental da maioria
das articulações; em alguns casos um osso e uma cartilagem, ou duas
cartilagens formam uma articulação.
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Anatomia Veterinária I

O tecido que une os ossos de uma articulação é geralmente tecido


fibroso ou cartilagem. A estrutura e a organização desses tecidos são
especializadas de acordo com o trabalho específico da articulação (GETTY,
2008).

2 CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES


2.1 Quanto a anatomia, fisiologia ou mista
As articulações podem ser classificadas anatomicamente, de acordo
com
o seu desenvolvimento, a natureza do meio de união e face das formas
articulares; fisiologicamente, em relação à liberdade e ao grau de movimento
ou a ausência de mobilidade nelas; e por uma combinação das duas
características supracitadas (GETTY, 2008).

2.2 Quanto a quantidade de ossos que compõem a articulação

2.2.1 Articulações simples: envolvendo apenas dois ossos (p. ex., articulação
do ombro);

2.2.2 Articulações compostas: envolvendo mais de dois ossos (p. ex.,


articulação do carpo).

2.3 Baseada na sua estrutura e no material que as une


As articulações variam quer quanto à estrutura quer quanto à disposição
dos seus elementos e frequentemente são caracterizadas por funções
particulares, podendo ser classificadas em três tipos:

2.3.1 Articulações Fibrosas: estão unidas por tecido fibroso de tal modo que
praticamente impedem seus movimentos; frequentemente denominadas de
articulações fixas ou imóveis. Não têm cavidade articular. A maioria dessas
articulações é temporária em razão do meio de união ser invadido por processo
de ossificação, resultando numa sinostose. São exemplos:

 Sindesmose (ou de tecido conectivo) – é uma articulação unida por


tecido
fibroso branco ou de tecido elástico ou ambos que permite pouco movimento. A
união normal das hastes dos ossos estilóides (metarcarpais II – IV e
metatarsais II - IV) e do osso da canela (metacarpal III e metatarsal III) do
cavalo são exemplos.
Quando os ossos em justaposição estão unidos por tecido fibroso como na
fusão dos corpos dos rádios e ulna e da tíbia e fíbula nos equinos, o meio de
união original com a idade sofre um processo de ossificação denominado
sinostose.

 Sutura – aplica-se as articulações da cabeça na qual os ossos adjacentes


são intimamente unidos por tecido fibroso – os ligamentos suturais no início da
vida, mas que podem ossificar-se após a maturidade.
Quando as bordas dos ossos apresentam irregularidades que se engrenam
formam a sutura serrata (serrátil ou denteada) e sutura interfrontal. Quando os
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Anatomia Veterinária I

bordos são biselados e se superpõem são denominadas de suturas


escamosas, são exemplos as articulações nas porções escamosa dos ossos
temporal e parietal. Se as bordas são plana ou levemente enrugadas as
suturas são suturas planas como entre os ossos nasais e nas porções
horizontais dos ossos palatinos.

 Gonfose (ou em cavilha) – é a articulação especializada dos dentes em


seus alvéolos na mandíbula e na maxila. O ancoramento das raízes do dente
nos alvéolos dentários por meio de tecido conectivo denso, nesse caso, a
membrana periodontal. Segundo Getty (2008) esta não é uma articulação, em
absoluto, visto que os dentes não fazem parte do esqueleto.

2.3.2 Articulações Cartilagíneas: os ossos são unidos por fibrocartilagens ou


cartilagem hialina, ou a combinação de ambas e ocorrem sem intervenção da
cavidade articular. São classificadas em:

 Sincondrose – é uma articulação temporária, visto que a cartilagem hialina


ossifica-se na vida adulta. A cartilagem hialina que une os ossos é uma porção
persistente de esqueleto cartilaginoso do embrião. As epífises e as diáfises de
um osso longo estão unidas por uma placa epifisária cartilaginosa nos animais
jovens. A fusão óssea ocorre na fase adulta, e a articulação desaparece.
Exemplos deste tipo incluem as placas epifisárias, a parte basilar do occipital
com o corpo do esfenoide (basisfenoide), a articulação entre as partes petrosa
e estiloídea do osso temporal através da cartilagem timpanicoiódea, a junção
costocondral e a sincondrose intermandibular.

 Sínfises (articulações fibrocartilagíneas) – representam articulações nas


quais ossos contidos estão unidos por fibrocartilagem durante um período da
vida.
Podem estar unidas por discos achatados de fibrocartilagem como encontrados
entre os ossos púbicos adjacentes (sínfise pélvica), entre os corpos das
vértebras adjacentes e entre as esternébras.
Os tecidos fibrosos ou cartilagíneos que separam ossos adjacentes em
sindesmose, sincondrose e sínfises podem ser substituídos por osso, como
resultado de um processo de envelhecimento ou degenerativo. Quando isto
ocorre, a articulação é algumas vezes chamada sinostose. Um bom exemplo
de sinostose é a união ossificada entre o rádio e a ulna nos equinos.

2.3.3 Articulações Sinoviais: este grupo de articulações é caracterizado pela


presença de uma cavidade articular. Possuem grande mobilidade razão pela
qual são denominadas de articulações móveis ou verdadeiras.
Possuem as seguintes estruturas: superfícies articulares, cartilagens
articulares, cápsula articular, ligamentos e demais elementos especializados.

■ Superfícies Articulares são camadas especializadas de osso compacto nas


superfícies que se articulam com outros ossos. As faces articulares são na
maioria dos casos lisas, e variam muito quanto à forma. São constituídas de

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Anatomia Veterinária I

tecido ósseo denso especial, que difere histologicamente da substância


compacta ordinária.

■ Cartilagem Articular é uma camada de cartilagem hialina que revestem as


superfícies articulares dos ossos. Elas variam em espessura nas diferentes
articulações: são mais espessas naquelas que estão sujeitas a maior pressão e
atrito. As cartilagens articulares não são vascularizadas, são muito lisas e
apresentam tonalidade azulada no estado fresco.

■ Cavidade Articular é um espaço entre os ossos adjacentes da articulação


circundado pela cápsula articular.

■ Cápsula Articular na sua forma mais simples, é um tubo cujas extremidades


estão inseridas ao redor das superfícies articulares. Compõem-se de duas
camadas, uma mais interna (profunda) denominada membrana sinovial e a
mais externa (superficial), a membrana fibrosa (constituída de tecido fibroso).

- Membrana Sinovial – reveste a cavidade articular e é repleta de células,


vasos sanguíneos e nervos, mas não reveste a cartilagem articular. A cor da
membrana sinovial é marfim com um leve matiz amarelo e forma tanto as
vilosidades sinoviais quanto as pregas sinoviais, contendo coxins gordurosos
que se projetam para dentro da cavidade articular. Essas estruturas podem
variar em quantidade, tamanho, forma e distribuição, até na mesma articulação.
Esta membrana secreta o líquido sinovial (sinóvia), que lubrifica a articulação
normal. A sinóvia assemelha-se à clara de ovo, mas pode apresentar
tonalidade amarelada. Serve para transportar material nutritivo para a
cartilagem hialina.

- Membrana Fibrosa – é uma densa capa fibrosa próxima à membrana


sinovial. Essa camada pode estar espessada em certas áreas para formar os
ligamentos extracapsulares (ou periarticulares) que conectam os ossos
adjacentes e ajudam a estabilizar a articulação

■ Ligamentos são fortes cintas ou membranas compostas de tecido fibroso


branco, que unem os ossos entre si. São praticamente inelásticos. O ligamento
nucal é um exemplo de exceção.
De acordo com a sua localização em relação à cápsula articular, os
ligamentos recebem as seguintes denominações: ligamentos intracapsulares e
extracapsulares.
Os ligamentos extracapsulares (periarticulares) estão frequentemente
fusionados com a cápsula fibrosa ou fazendo parte dela; em outros casos são
perfeitamente distintos. São exemplos destes ligamentos:
 Ligamentos Colateral localizam-se nas faces medial e lateral de uma
articulação.

 Ligamentos Dorsal, Palmar e Plantar situam-se em frente à articulação e


posteriores a ela (os palmares e plantares).

 Ligamentos Anulares envolvem a articulação, e suas fibras em geral


rodeiam a articulação para fortalecer e proteger a cápsula.

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Ligamentos Intracapsulares (intra-articulares) – são encontrados dentro das


articulações e são rodeados pela membrana sinovial. São exemplos os
ligamentos cruzados do joelho (soldra) e os ligamentos das regiões cárpica e
társica.

■ Discos e meniscos articulares são placas de fibrocartilagens ou tecido


fibroso denso embutidos entre as cartilagens articulares; eles dividem a
cavidade articular parcial ou completamente em dois compartimentos.

3 ARTICULAÇÕES DO ESQUELETO AXIAL

3.1 Articulações do crânio


Em animais jovens, os ossos do crânio são unidos por junções
cartilaginosas, as quais se ossificam mais tarde e formam suturas ósseas.
Algumas articulações na base do crânio permanecem cartilaginosas e,
portanto, são visíveis por meio de radiografia durante toda a vida do animal e
são denominadas de acordo com a nomenclatura do osso que participa de sua
formação (p. ex., sincondrose esfeno-occipital, sincondrose
esfenopetrosa, sincondrose interesfenoidal, sincondrose petro-occipital).
A maioria das uniões se ossifica, resultando em articulações imóveis. Em
algumas raças de cães, os ossos frontal, parietal e occipital permanecem
separados, formando fontanelas permanentes. Além das suturas descritas
anteriormente, há outros três tipos de articulações cranianas:

- Articulação intermandibular: é a união óssea mediana, unindo os corpos


mandibulares direito e esquerdo (sutura intermandibularis), que assume a
forma de uma sinostose no suíno e no equino. Uma pequena área articular
permanece cartilaginosa, formando uma sincondrose.

- Articulação temporo-hióidea: une a parte de sustentação do aparelho


hióideo à base do crânio. O tímpano-hioide se articula com o processo estiloide
em ruminantes e no equino, o processo mastoide nos carnívoros, e o processo
nucal do osso temporal no suíno, formando uma sindesmose ou sincondrose,
respectivamente.

- Articulação temporomandibular: é formada pela cabeça do processo


condilar da mandíbula e pela área articular do osso temporal, a qual consiste
no tubérculo articular no sentido rostral, na fossa mandibular com sua face
articular transversa no meio e no processo retroarticular caudalmente.
3.2 Articulações da coluna vertebral, do tórax e do crânio
As articulações entre as vértebras, o tórax e o crânio podem ser
agrupadas da seguinte maneira:
3.2.1 Articulações entre o crânio e a coluna vertebral:
- Articulação atlanto-occipital entre o crânio (osso occipital) e a 1ª vértebra
cervical (atlas);
- Articulação atlantoaxial entre a 1ª (atlas) e a 2ª (áxis) vértebras cervicais;

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3.2.2 Articulações entre vértebras adjacentes (sínfises intervertebrais)

3.2.3 Articulações costovertebrais entre as vértebras torácicas e as


costelas:
- Articulação da cabeça da costela: entre a cabeça das costelas com o corpo
de duas vértebras adjacentes e o disco intervertebral.
- Articulação costotransversal: entre o tubérculo das costelas e a vértebra
apropriada.

3.2.4 Articulações do tórax


- Articulações esternocostais: entre o esterno e as cartilagens costais;
- Articulações costocondrais: entre as costelas e as cartilagens costais;
- Articulações intracondrais: entre as cartilagens costais;
- Sincondrose esternais: articulações entre as estérnebras individuais

3.2.5 Articulações intervertebrais


Combinam as sínfises entre os corpos das vertebrais (sínfises vertebrais
e as articulações sinoviais entre as faces articulares (articulações dos
processos articulares).

4 ARTICULAÇÕES DO ESQUELETO APENDICULAR

4.1 Articulações do membro torácico


O membro torácico é unido ao esqueleto axial por uma disposição de
músculos, tendões e fáscias (sinsarcose), sem formar uma articulação
convencional.
A - Articulação do ombro ou umeral
Une a cavidade glenoidal, consideravelmente menor, da escápula à
maior cabeça do úmero.

B - Articulação do cotovelo
É uma articulação composta formada pelo côndilo do úmero com a
incisura troclear da ulna e a cabeça do rádio.

C - Articulações rádio-ulnares proximal e distal:


 No bovino: as partes proximais do rádio e da ulna estão unidas por tecidos
fibrosos e elásticos que sofrem ossificação com a idade (sincondrose).
Articulando na parte distal.
 No equino: as partes proximais do rádio e da ulna estão unidas por tecidos
fibrosos e elásticos que sofrem ossificação com a idade (sincondrose).
A extremidade distal da ulna funde-se precocemente com o rádio (articulação
rádio-ulnar distal) e é, portanto, como uma parte deste movimento.
 No suíno: O rádio e a ulna se articulam firmemente na direção proximal e
distal (anfiartrose).
 Em carnívoros há duas articulações radioulnares sinoviais separadas:
a) Articulação radioulnar proximal, formada pela incisura troclear do rádio e a
incisura radial da ulna. b) Articulação radioulnar distal: formada pela incisura
ulnar e a incisura ulnar do rádio.

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D - Articulação da mão
D1 - Articulações do carpo
As articulações do carpo são articulações compostas que incluem as
seguintes articulações:
d) Articulações antebraquiocarpais: entre o rádio e a ulna e a fileira proximal
dos ossos do carpo.
- A articulação antebraquiocarpal é formada pela articulação radiocarpal e
pela articulação carpoulnar;
- Articulações mediocarpais: entre as fileiras proximal e distal dos ossos do
carpo;
- Articulação intercarpal: entre os ossos individuais do carpo de cada fileira;
- Articulações carpometacarpais: entre os ossos distais do carpo e os ossos
metacarpais.

D2 - Articulações intermetacarpais
 Carnívoros e suínos: os ossos metacarpais se articulam uns com os outros
em suas extremidades proximais.
 Ruminantes: os ossos metacarpais III e IV remanescentes estão fusionados
e não há movimentação possível.
 Equino: embora haja pequenas articulações entre as extremidades
proximais do Mc II e IV e o Mc III no equino, o movimento é bastante
limitado, devido ao ligamento interósseo entre o corpo dos ossos
metacarpais, o qual sofre ossificação.

D3 – Articulações falângicas
Cada dedo apresenta três articulações:
- Articulações metacarpofalângicas: são articulações em dobradiça entre a
extremidade distal dos ossos metacarpais e as extremidades proximais das
primeiras falanges e os ossos sesamoides proximais.

Carnívoros apresentam cinco articulações correspondente à quantidade de


dedos formadas pela tróclea distal dos ossos metacarpais de I a IV e pela face
articular proximal das primeiras falanges juntamente com dois ossos
sesamoides proximais para cada articulação.

Ruminantes apresentam duas articulações formadas pela tróclea que consiste


nas extremidades distais separadas dos ossos metacarpais III e IV da face
articular da primeira falange e dois ossos sesamoides proximais no aspecto
palmar.

Equinos apresentam uma única articulação por membro formada pela tróclea
do osso metacarpal III, pela face articular proximal da primeira falange e pelos
ossos sesamoides proximais.

- Articulações interfalângicas proximais: são formadas pelas extremidades


distais das primeiras falanges e as extremidades proximais das falanges
médias.
O primeiro dedo não apresenta uma articulação interfalângica proximal.
- Articulações interfalângicas distais: são formadas pelas extremidades
distais das segundas falanges e as extremidades proximais das falanges distal.

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4.2 Articulações do membro pélvico


O membro pélvico se une ao tronco por meio do cíngulo do membro
pélvico que é constituído pela combinação do ílio, do ísquio e do púbis. Os
ossos coxais são unidos medioventralmente por uma cartilagem fibrosa para
formar a sínfise pélvica. A sínfise púbica cranial se ossifica com o avançar da
idade, enquanto a sínfise isquiática caudal permanece não ossificada na
maioria das espécies. O ílio se articula dorsalmente com o sacro para formar a
articulação sacroilíaca. Os dois ossos coxais, o sacro e a 1ª vértebra caudal
constituem a pelve óssea. O ligamento púbico cranial conecta as margens
livres dos ossos púbicos. A membrana obturadora é uma lâmina delgada de
tecido fibroso, a qual cobre o forame obturado.
A - Articulação sacroilíaca
Consiste em uma articulação sinovial plana aposta firmemente, formada
pelas faces auriculares da asa do ílio e da asa do sacro. As faces auriculares
são cobertas por cartilagem.

B - Articulação coxofemoral
É uma articulação sinovial esferoide formada pela cabeça do fêmur em
combinação com o acetábulo.

C – Articulações do joelho
- Articulação femorotibial se forma entre os côndilos do fêmur e a
extremidade proximal da tíbia. Para compensar a incongruência das faces
articulares, um menisco se interpõe entre cada côndilo femoral e a tíbia. Os
meniscos são fibrocartilagens semilunares com uma margem periférica
espessa e convexa, e uma margem central delgada e côncava. Eles
apresentam uma face proximal côncava voltada para o côndilo femoral e uma
face distal achatada voltada para a tíbia.
- Articulação femoropatelar é formada pela face articular da patela e do fêmur
.

D - Articulações tibiofibulares
As articulações tibiofibulares variam conforme a redução da fíbula
característica de cada espécie.
 Ruminantes: a cabeça da fíbula está fusionada ao côndilo lateral da tíbia e
não há articulação tibiofibular proximal. A articulação tibiofibular distal é
formada pela extremidade distal da fíbula e pelo maléolo lateral.
 Equino: existe apenas a articulação tibiofibular proximal, já que a
extremidade distal da fíbula se fusiona à tíbia para formar o maléolo lateral.
Suíno: articulações tibiofibulares proximais e distais presentes.
 Carnívoros: a fíbula se articula com a tíbia em cada extremidade através de
articulações sinoviais pequenas e rígidas, as articulações tibiofibulares
proximal e distal, e forma uma sindesmose entre os corpos dos dois ossos.

E - Articulações do pé
E1 - Articulação do tarso: é uma articulação composta formada entre a tíbia e
a fíbula, os ossos do tarso e os ossos do metatarso com quatro níveis de
articulação.

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- Articulação tarsocrural: é uma articulação coclear formada entre a tróclea


do tálus e a extremidade distal da tíbia e entre o calcâneo e a extremidade
distal da fíbula ou o maléolo lateral (ruminantes). Como a extremidade distal da
fíbula está incorporada à tíbia no equino, a articulação tarsocrural só é formada
entre a tíbia e o tálus.

- Articulações intertarsais proximais: A articulação intertarsal proximal pode


ser subdividida proximalmente na articulação talocalcânea central, e
distalmente na articulação dos ossos central do tarso e tarsal IV.

- Articulação centrodistal;

- Articulações intertarsais distais: é uma articulação rígida formada pelo


osso central do tarso proximalmente e pelos ossos pequenos do tarso
distalmente.

- Articulações tarsometatarsais: os componentes da fileira distal do tarso e


as superfícies articulares dos metatarsos.

F- Articulações metatarsais e falângicas


Estas assemelham-se às articulações correspondentes do membro
torácico.

5 LIGAMENTOS E ESTRUTUTAS QUE APOIAM AS ARTICULAÇÕES DO


ESQUELETO AXIAL

Na articulação temporomandibular
A presença de um disco fibrocartilaginoso que se interpõe entre as faces
articulares para diminuir a incongruência. No gato e no cão, essa articulação é
quase congruente.
A camada fibrosa externa da cápsula articular é reforçada pelo ligamento
lateral e pelo ligamento caudal, os quais se prolongam entre o processo
retroarticular e a base do processo coronoide. O ligamento caudal está ausente
em carnívoros e no suíno.

Na articulação atlanto-occipital
 Ligamentos laterais formam uma ponte sobre o espaço articular entre a
vista medial dos processos paracondilares do occipital e a base da asa do
atlas.
 Ligamento atlanto-axial dorsal elástico se prolonga entre o tubérculo
dorsal do atlas e os processos espinhosos do áxis.
 Em ruminantes e no equino, a cápsula articular é reforçada ventralmente
pelo ligamento atlantoaxial ventral, que se prolonga entre o tubérculo
ventral do atlas e a espinha ventral do áxis.
 Ligamento transverso do atlas (em suínos e carnívoros) amarra o dente
ao atlas, o que impede movimentos inadequados do dente em relação ao
canal vertebral.

Ligamentos da coluna vertebral

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Anatomia Veterinária I

Ligamentos curtos:
 Ligamentos amarelos são lâminas elásticas que preenchem os espaços
interarcos. Eles ajudam na sustentação do peso do tronco e da musculatura
da garupa, e auxiliam na musculatura dorsal.
 Ligamentos intertransversários se prolongam entre os processos
transversos das vértebras lombares e são tensionados durante a rotação e
a flexão lateral.
 Ligamentos interespinais se prolongam entre os processos espinhosos
das vértebras. São ligamentos elásticos na parte cranial da coluna equina e
na parte caudal da coluna bovina, mas são musculares na coluna
toracolombar de carnívoros. Eles impedem que as vértebras se desloquem
dorsalmente e ao mesmo tempo limitam a flexão ventral da coluna;
Ligamentos longos:
 Ligamento longitudinal dorsal atravessa o assoalho do canal vertebral a
partir do dente do áxis até o sacro e fixa-se a cada um dos discos
intervertebrais;
 Ligamento longitudinal ventral segue a face ventral das vértebras desde
a 8ª vértebra torácica até o sacro e fixa-se a cada um dos discos
intervertebrais.

 Ligamento nucal surge do áxis no cão e do occipital em ruminantes e no


equino, e prossegue caudalmente como o ligamento supraespinal. O
ligamento nucal inexiste no gato e no suíno; contudo, essas espécies possuem
um ligamento supraespinal.
Há uma bolsa interposta entre o ligamento nucal e a 2ª ou 3ª vértebra
torácica, a bolsa subligamentosa supraespinhosa. Ela pode ser localizada
no animal vivo em uma linha vertical acima da tuberosidade da espinha da
escápula. Bolsas adicionais podem ser encontradas em alguns equinos entre o
ligamento nucal e o atlas ou o áxis.

Articulações das costelas com a coluna vertebral


 Ligamento intercapital corre da cabeça de uma costela, ao longo da parte
dorsal do disco, mas sob o ligamento longitudinal dorsal até a cabeça da
costela oposta. A

Articulações da parede torácica


 Ligamento esternal situa-se na face dorsal do esterno. Ele surge caudal
ao primeiro caudal ao primeiro par de costelas e se alarga caudalmente até
inserir-se na cartilagem xifóidea em ruminantes e no suíno. No equino, ele se
divide em três ramificações, as quais se inserem nas últimas costelas esternais
e na cartilagem xifóidea. Ele está ausente em alguns carnívoros.

6 LIGAMENTOS E ESTRUTUTAS QUE APOIAM AS ARTICULAÇÕES DO


ESQUELETO APENDICULAR
6.1 Ligamentos do membro torácico
O membro torácico através da escápula está unido ao esqueleto axial
por uma disposição convencional, ou seja, não ligação óssea.
A escápula liga-se ao tronco pelos músculos (articulação sinsarcose) sem que
forme uma articulação verdadeira.

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Anatomia Veterinária I

Articulação do ombro
devido à ausência de ligamentos colaterais do ombro, os tendões e os
músculos atuam como ligamentos e dão sustentação à articulação.
 O tendão do músculo subescapular atua como ligamento colateral medial.
 O tendão do músculo infraespinal atua como ligamento colateral lateral.

 Ligamentos glenoumerais medial e lateral


Em ungulados há uma faixa adicional, o ligamento coracoumeral
incorporado na cápsula articular entre o tubérculo supraglenoidal e o
tubérculo maior.
 Ligamento transverso do úmero (em carnívoros), o conecta o sulco
bicipital e mantém o tendão bicipital no lugar.

Parte da cápsula articular, da articulação escápuloumeral, cerca o tendão


bicipital no sulco intertubercular e forma uma bainha sinovial em carnívoros,
no suíno e no ovino. No equino e no bovino, a bainha tendínea é substituída
pela bolsa intertubercular, que não se comunica com a cavidade da
articulação do ombro.
Articulação do cotovelo (articulação umeroulnar)
Ligamentos colaterais resistentes se prolongam desde o epicôndilo lateral e
medial do úmero até o rádio e a ulna
 Ligamento colateral lateral (radial) se fixa proximalmente ao epicôndilo
lateral do úmero e se divide mais adiante no sentido distal em uma parte
cranial mais forte, inserindo-se no rádio, e uma parte caudal mais fina,
inserindo-se na ulna; a parte caudal (ulnar) é inexistente no equino.
 Ligamento colateral medial (ulnar) se fixa proximalmente ao epicôndilo
medial do úmero e se insere com duas partes na ulna e no rádio; em
equinos e bovinos, a parte cranial desse ligamento representa o resquício
do músculo redondo pronador.
 Ligamento do olécrano se prolonga entre o epicôndilo medial do úmero e
o processo ancôneo e reforça a cápsula articular em seu aspecto flexor no
gato e no cão.

Articulações do rádio com a ulna, a articulação radioulnar proximal é


sustentada por diversos ligamentos:
 Ligamento anular do rádio passa ao redor da cabeça do rádio no aspecto
flexor da articulação do cotovelo e situa-se sob os ligamentos colaterais,
fixando-se distalmente à incisura radial da ulna.
 Ligamento interósseo do antebraço conecta a metade proximal do
espaço interósseo no cão e fortalece a membrana interóssea lateralmente.
 Membrana interóssea do antebraço é uma membrana de tecido mole. Ela
une o rádio à ulna em carnívoros e em animais jovens de grande porte.
Essa membrana se ossifica em ungulados adultos.

Articulações do rádio com a ulna, a articulação radioulnar distal


 Ligamento radioulnar da articulação radioulnar distal, prolonga-se entre a
tróclea do rádio e o processo estiloide da ulna. Trata-se de um ligamento
distinto no cão, enquanto no gato ele consiste em fibras embutidas na
cápsula articular.
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Anatomia Veterinária I

Articulações carpometacarpais
os ligamentos podem ser divididos em dois grupos principais:
 Ligamentos colaterais lateral e medial longos , e que se prolongam entre
o antebraço e o metacarpo. Em carnívoros, os ligamentos colaterais contínuos
longos estão ausentes, e apenas a articulação antebraquiocarpal é conectada
pelos ligamentos colaterais medial e lateral.
Ligamentos curtos, que unem ossos vizinhos da mesma fileira ou de fileiras
contíguas, são subdivididos em três grupos:
 Ligamentos verticais, que conectam as articulações principais.
 Ligamentos horizontais, que unem os ossos vizinhos da mesma fileira.
 Ligamentos curtos, conectam o osso pisiforme à ulna, ao osso piramidal,
ao 4º osso do carpo e aos ossos metacarpais IV e V.
A camada fibrosa da cápsula articular é reforçada dorsalmente pelo
retináculo extensor que circunda os tendões extensores. O retináculo flexor
reforça o carpo na face palmar.

Articulações intermetacarpais
 Ligamento interósseo entre o corpo dos ossos metacarpais, o qual sofre
ossificação.

Articulações Falângicas

- Articulações metacarpofalângicas

Cada articulação tem uma cápsula articular espaçosa com uma bolsa
dorsal e outra palmar. As bolsas dorsais são reforçadas por uma faixa de
cartilagem. Os ossos sesamoides proximais são intercalados na parte palmar
da cápsula articular.

Nos carnívoros os ligamentos da articulação metacarpofalângica, podem ser


divididos em:
 Ligamentos colaterais entre as extremidades distais dos ossos
metacarpais e as primeiras falanges;
 Ligamentos dos ossos sesamoides:
- Ligamentos proximais: substituído pelos músculos interósseos;
- Ligamentos médios: ligamentos intersesamóides unem as faces palmares dos
ossos sesamoides pares de um dedo e os ligamentos sesamoides laterais e os
ossos metacarpais e as falanges proximais;
- Ligamentos distais: o ligamento sesamoide distal curto e os ligamentos
cruzados dos ossos sesamoides proximais e as falanges proximais.

Nos ruminantes, os ligamentos da articulação metacarpofalângica, podem ser


divididos em:
 Ligamento interdigital proximal, que une as falanges proximais dos dedos
que sustentam o peso a seus ossos sesamoides axiais.
 Ligamentos colaterais axial e abaxial, que formam uma ponte entre cada
articulação metacarpofalângica.

13
Anatomia Veterinária I

 Ligamentos sesamoides proximal, médio e distal. O músculo interósseo


médio tendinoso ou ligamento suspensor sustenta a articulação
metacarpofalângica proximalmente.

Nos equinos articulação metacarpofalângica consiste em:


 Ligamentos colaterais, que emergem de cada lado da extremidade distal
do osso metacarpal III e se inserem nas eminências em cada lado da
extremidade proximal da primeira falange.
 Ligamentos proximais, médios e distais dos ossos sesamoides
proximais
 O músculo interósseo tendíneo ou ligamento suspensor fornece a
sustentação proximal para os ossos sesamoides proximais
 O ligamento metacarpointersesamoide se prolonga entre a extremidade
distal do metacarpo e o ligamento palmar. Os ligamentos médios dos
sesamoides proximais compreendem:
 Ligamento palmar: um ligamento fibrocartilaginoso largo que une os dois
sesamoides proximais e possibilita, juntamente com os ossos sesamoides,
o movimento sem atrito dos tendões flexores sobre a articulação
metacarpofalângica.
 Ligamentos colaterais medial e lateral, que conectam os sesamoides
proximais ao metacarpo proximalmente e à primeira falange distalmente. Há
ligamentos sesamoides distais:
 Ligamento sesamoide reto se origina proximal à base dos ossos
sesamoides e se insere com dois ramos: um ramo forte na segunda falange
e um ramo mais delgado na primeira falange.
 Ligamentos sesamoides oblíquos (ligamenta sesamoidea obliqua)
acompanham o ligamento reto em cada lado e se inserem na face palmar
da primeira falange;
 Ligamentos sesamoides cruzados (ligamenta sesamoidea cruciata)
correm profundamente em relação aos outros ligamentos sesamoides
distais: emergem na base dos ossos sesamoides, se entrecruzam e se
inserem no lado oposto da primeira falange;
 Ligamentos sesamoides curtos (ligamenta sesamoidea brevia) se
prolongam desde a base dos sesamoides até a margem palmar da primeira
falange;
 Ligamentos suspensórios projetam um ramo medial e outro lateral dorsal
e distalmente, onde eles se unem ao tendão extensor comum dos dedos.
Esses ramos propiciam sustentação adicional aos sesamoides. O ligamento
suspensor, o ligamento palmar e os ligamentos sesamoides reto e oblíquos,
juntamente com os próprios sesamoides, formam o sistema de suspensão,
que sustenta a articulação metacarpofalângica.

- Ligamentos médios da articulação metacarpofalângica compreendem:


 Ligamentos palmares medial e lateral, os quais unem os ossos
sesamoides proximais do terceiro dedo aos ossos sesamoides proximais do
quarto dedo;
 Ligamento intersesamoide interdigital entre os dois ossos sesamoides
axiais;

14
Anatomia Veterinária I

 Ligamentos sesamoides colaterais, que conectam os sesamoides


proximais abaxiais com a primeira falange.

- A sustentação distal da articulação metacarpofalângica ocorre devido a


 Ligamentos sesamoides cruzados, que se prolongam desde a base de
cada sesamoide proximal até a face lateral da primeira falange
correspondente.
 Ligamentos sesamoides oblíquos, que conectam os sesamoides
proximais abaxiais à primeira falange.
 Ligamentos falangossesamoides interdigitais, que conectam os
sesamoides proximais axiais com a extremidade proximal da primeira
falange oposta.

Articulações interfalângicas proximais


Cada articulação possui uma cápsula com bolsas dorsal e palmar.
 Ligamentos colaterais (equino) ou ligamentos palmares (suíno e
ruminantes) ou ambos (carnívoros).
- As articulações interfalângicas, nos ruminantes, são articulações selares
formadas pela tróclea distal da primeira falange e a face articular proximal da
segunda falange.

Nos equinos: Os ligamentos colaterais se prolongam entre a primeira e a


segunda falanges.
 Os ligamentos palmares consistem em um par central, os ligamentos
axial
e abaxial, que correm paralelos ao ligamento sesamoide reto, e os ligamentos
palmares lateral e medial.
Os ligamentos formam, juntamente com o ligamento sesamoide reto e a
segunda falange, a placa fibrosa medial.

- Ligamentos interdigitais
 Ligamentos anulares firmam os tendões flexores profundo e superficial
dos dedos na altura dos ossos sesamoides proximais das articulações
metacarpofalângicas do segundo ao quinto dedo.

Articulações interfalângicas distais


 Ligamentos interdigitais distais, que consistem em dois ligamentos
cruzados entre os dedos principais.
 Ligamento dorsal das articulações interfalângicas distais, uma faixa
elástica que se prolonga desde a extremidade distal da segunda falange
axialmente até o processo extensor da terceira falange.
 Ligamentos colaterais axial e abaxial.
 Ligamentos do osso sesamoide distal, que podem ser divididos em
ligamentos axial e abaxial elásticos que conectam o sesamoide distal à
segunda falange e ligamentos colaterais que conectam o sesamoide à
terceira falange.

Nos equinos

15
Anatomia Veterinária I

 Ligamentos colaterais medial e lateral entre a segunda e a terceira


falanges: eles se unem com as partes lateral e medial da cápsula articular e
enviam fibras para as cartilagens e os ligamentos entre a segunda falange e
as cartilagens.

Ligamentos do osso sesamoide distal podem ser divididos em:


 Ligamento sesamoide distal ímpar, que se prolonga desde a borda distal
do osso navicular até a margem palmar da face articular da falange distal.
 Ligamentos sesamoides colaterais são faixas elásticas fixadas no sentido
proximal às depressões de cada lado da extremidade distal da primeira
falange e se orientam palmardistalmente; elas se inserem na falange distal,
nas cartilagens e no osso navicular.

Ligamentos das cartilagens da falange distal podem ser divididos em:


 Ligamentos condroungulocompedais, que se prolongam entre a
extremidade distal da primeira falange e a face proximopalmar da falange
distal e as cartilagens.
 Ligamentos condrocoronais medial e lateral, que conectam ao polo
dorsal das cartilagens à segunda falange e aos ligamentos colaterais da
articulação interfalângica distal.
 Ligamentos colaterais condroungulares medial e lateral, que se
prolongam entre a parte distal da cartilagem e o ângulo da falange dista.
 Ligamentos condrossesamoides medial e lateral, que se prolongam
entre as cartilagens e o lado correspondente do osso navicular.
 Ligamentos condroungulares cruzados, que se prolongam entre as faces
axial das cartilagens até a extremidade palmar do ângulo oposto da falange
distal.
 Ligamento condropulvinar, que consiste em fibras entre a face axial das
cartilagens e a almofada digital.

6.2 Ligamentos do membro pélvico

O membro pélvico se une ao tronco por meio do cíngulo do membro


pélvico, que é constituído pela combinação do ílio, do ísquio e do púbis. Os
ossos coxais são unidos medioventralmente por uma cartilagem fibrosa para
formar a sínfise pélvica. A sínfise púbica cranial se ossifica com o avançar da
idade, enquanto a sínfise isquiática caudal permanece não ossificada na
maioria das espécies.

Articulação sacroilíaca
cápsula articular se encaixa próxima à articulação e é reforçada pelos
ligamentos sacroilíacos ventrais. Outros ligamentos sacroilíacos:
 Ligamentos sacroilíacos interósseos, que se prolongam entre a
tuberosidade ilíaca da asa do ílio e a face dorsal da asa do sacro;
 Ligamentos sacroilíacos dorsais, os quais se dividem em dois ramos; o
ramo curto, que se prolonga entre a tuberosidade sacral e os processos
papilares (carnívoros e suíno) ou os processos espinhosos (ruminantes e
equino) do sacro; o ramo longo, que se prolonga entre a tuberosidade
sacral e a parte lateral do sacro.
16
Anatomia Veterinária I

 Ligamento sacrotuberal é uma corda fibrosa no cão que se prolonga entre


o processo transverso das últimas vértebras sacrais e a tuberosidade
isquiática. Ele inexiste no gato.
Em ungulados, ele se prolonga em uma lâmina ampla que se situa entre
a parte lateral do sacro no bovino ou nos processos transversos das
primeiras vértebras caudais no equino e no suíno, e a margem dorsal do ílio
e do ísquio; sendo denominado ligamento sacrotuberal largo.

Articulação coxofemoral
A cápsula articular é ampla, se fixa ao lábio do acetábulo e recebe o ligamento
da cabeça do fêmur.
 Ligamento da cabeça do fêmur, o qual se prolonga desde a fóvea na
cabeça do fêmur até a fossa do acetábulo, amplamente intracapsular e
coberto por uma membrana sinovial;
 Ligamento acessório do fêmur, o qual está presente apenas no equino.
Ele se destaca do músculo reto do abdome, cuja origem se situa no
ligamento púbico cranial. Ele atravessa a incisura do acetábulo e se insere
próximo ao ligamento da cabeça do fêmur na fóvea da cabeça do fêmur;
 Ligamento transverso do acetábulo, o qual forma uma ponte sobre a
incisura do acetábulo e mantém os outros dois ligamentos em posição.

Articulação femorotibial
Para compensar a incongruência das faces articulares, um menisco se
interpõe entre cada côndilo femoral e a tíbia. Os meniscos são fibrocartilagens
semilunares com uma margem periférica espessa e convexa, e uma margem
central delgada e côncava.

Os ligamentos das articulações femorotibiais podem ser divididos em:


ligamentos dos meniscos e ligamentos das articulações femorotibiais.

- Os ligamentos dos meniscos são:


 Ligamentos tibiais craniais dos meniscos: os ligamentos lateral e
medial se prolongam desde a parte cranial de cada menisco até a área
intercondilar cranial medial e lateral da tíbia;
 Ligamentos tibiais caudais dos meniscos: o ligamento lateral se
prolonga desde o ângulo caudal do menisco lateral até a incisura poplítea
da tíbia.
 Ligamento medial se prolonga desde o ângulo caudal do menisco medial
até a área intercondilar caudal da tíbia;
 Ligamento meniscofemoral: passa do ângulo caudal do menisco lateral
para o interior do côndilo femoral medial;
 Ligamento transverso do joelho: conecta os ângulos craniais dos dois
meniscos em carnívoros e algumas vezes nos bovinos.

- Os ligamentos das articulações femorotibiais são:


 Ligamentos colaterais lateral e medial: o ligamento colateral lateral ou
fibular origina-se do epicôndilo lateral do fêmur e termina com um ramo no
côndilo lateral da tíbia e com um ramo mais forte na cabeça da fíbula. O
ligamento colateral medial ou tibial se prolonga entre o epicôndilo medial do

17
Anatomia Veterinária I

fêmur e uma área rugosa distal à margem do côndilo medial da tíbia; ele se
fusiona com a cápsula articular e o menisco medial.
 Ligamentos cruzados do joelho cranial e caudal: os ligamentos cruzados
se situam principalmente na fossa intercondilar do fêmur entre as duas
bolsas sinoviais das articulações femorotibiais. O ligamento cruzado
cranial origina-se da área intercondilar do côndilo femoral lateral, se
prolonga craniodistalmente e se insere na área intercondilar central da tíbia.
O ligamento cruzado caudal se fixa à área intercondilar do côndilo femoral
medial, se orienta caudodistalmente e termina na incisura poplítea da tíbia;
 Ligamento poplíteo oblíquo: consiste em filamentos fibrosos embutidos na
cápsula articular que correm em uma orientação lateroproximal a
mediodistal.

Articulação femoropatelar
Os retináculos patelares são filamentos de tecido conectivo originados
da fáscia regional entre o tendão do músculo quadríceps, a patela, os côndilos
femorais e a tróclea da tíbia.
 Ligamentos femoropatelares laterais e mediais são faixas de fibras
soltas parcialmente unidas aos retináculos sobrejacentes. Eles se
prolongam entre os epicôndilos do fêmur e o mesmo lado da patela.
 Ligamento patelar único dos carnívoros, do suíno e dos pequenos
ruminantes é idêntico ao ligamento patelar médio nas outras espécies e é
formado pela parte distal do tendão de inserção do músculo quadríceps
femoral.
 Ligamento patelar é separado da cápsula articular por uma grande
quantidade de tecido adiposo, o corpo adiposo infrapatelar. Uma
pequena bolsa sinovial costuma se localizar entre a parte distal do
ligamento e a tuberosidade da tíbia.

Os ligamentos patelares mediais e laterais do bovino e do equino são


espessamentos ligamentosos do retináculo fibroso.

Articulação do tarso
Os ligamentos do tarso compreendem ligamentos colaterais, ligamentos
tarsais distais e proximais e fáscias
 Ligamento colateral lateral longo se prolonga entre o maléolo lateral e a
base dos ossos metatarsais laterais, fixando-se também aos ossos laterais
do tarso ao longo de seu trajeto;
 Ligamento colateral lateral curto percorre sob o ligamento colateral lateral
longo, origina-se do maléolo lateral e se fixa com um ramo ao calcâneo e
outro ao tálus;
 Ligamento colateral medial longo se prolonga entre o maléolo medial e a
base dos ossos metatarsais mediais, fixando-se também aos ossos tarsais
mediais ao longo de seu trajeto;
 Ligamento colateral medial curto emerge do maléolo medial, sob o
ligamento longo, e se divide em dois ramos, um dos quais se fixa ao tálus e
outro ao calcâneo. Em carnívoros e em ruminantes, um ramo adicional se
projeta até os ossos metatarsais mediais;

18
Anatomia Veterinária I

Ligamentos diversos conectam os espaços articulares nas direções


vertical, horizontal e oblíqua nas faces dorsal e plantar do jarrete. Os de maior
destaque são:
 Ligamento tarsal dorsal: uma bainha triangular que se espalha entre a
face medial do tálus e os ossos tarsais central e III e entre os ossos
metatarsais III e IV.
 Ligamento plantar longo: uma faixa bastante resistente e plana na face
plantar do jarrete, prolongando-se entre o calcâneo distal em carnívoros, ou
a tuberosidade calcânea nas outras espécies domésticas, e os ossos
tarsais central e IV e a extremidade proximal dos ossos metatarsais III e IV.

Diversos ligamentos curtos conectam os espaços articulares entre ossos


contíguos do mesmo nível ou do nível vizinho (ligamenta tarsi interossea).
Várias fáscias resistentes (retináculos) são formadas para manter os
tendões no lugar, as quais carregam vários vasos sanguíneos e nervos. Elas
se fundem parcialmente à cápsula articular.

19
Anatomia Veterinária I

FIGURAS PARA O ESTUDO DA ARTROLOGIA DE MAMÍFEROS

Figuras 1 e 2 - Representações das articulações fibrosas. Identifique-as, bem como os ossos


em que elas ocorrem:

Fonte: FRANDSON; WILKE; FAILS (2011)

Figuras 3, 4 e 5 - Representações das articulações fibrosas. Identifique-as, bem como os ossos


em que elas ocorrem:

Fontes: GETTY (2008); POPESKO (2012)

Figuras 6, 7 e 8 - Representações das articulações fibrosas e cartilagínea. Identifique-as, bem


como os ossos em que elas ocorrem:

Fontes: FRANDSON; WILKE; FAILS (2011); GETTY (2008)

20
Anatomia Veterinária I

Figuras 9 e 10 - Representações das articulações sinoviais (seus elementos, suas disposições)

Fontes: FRANDSON; WILKE; FAILS (2011); KONIG; LIEBICH (2016)

Figuras 11 e 12 – Exemplos de ligamentos. Identifique os em relação a cápsula articular, o seu


nome, nome da articulação e quais ossos eles interligam.

Fontes: CLAYTON; FLOOD (2002); FRANDSON; WILKE; FAILS (2011)

21
Anatomia Veterinária I

Figura 13 – Exemplos de ligamentos. Identifique os em relação a cápsula articular, o seu nome,


nome da articulação e quais ossos eles interligam. A estrutura 14 (seta) é a bolsa
semitendinosa.

Fontes: CLAYTON; FLOOD (2002); POPESKO (2012)

Figuras 14 e 15 – Exemplos de articulações. Identifique-as com seus nomes, quais ossos eles
interligam, qual esqueleto pertence.

Fontes: FRANDSON; WILKE; FAILS, 2011; KÖNIG; LIEBICH, 2016

Figura 14 – Exemplo de articulação. Identifique-as com seus nomes, quais ossos eles
interligam, qual esqueleto pertence.

Fonte: POPESKO (2012)

Figura 15 – Na figura abaixo, identifique as articulações (nas setas) que envolvem os ossos do
esqueleto axial e as conexões ósseas deste com o apendicular, cite os ossos participantes.

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Anatomia Veterinária I

Fonte: POPESKO (2012)

Figuras 16 e 17 – Nas figuras abaixo, identifique as articulações que envolvem os ossos das
costelas sua cabeça e tubérculo e destas com as cartilagens e esterno.

Fonte: KÖNIG; LIEBICH (2016)

Figura 18 – Na figura abaixo, identifique as articulações que envolvem o esterno.

23
Anatomia Veterinária I

Fonte: KÖNIG; LIEBICH (2016)


Figuras 19, 20 e 21 – Identifique as articulações do membro torácico e os ossos que as
envolve.

Figuras 22, 23 e 24 – Identifique as articulações do membro pélvico e os ossos que as envolve.

24
Anatomia Veterinária I

Fonte: POPESKO (2012)

Figura 25 – Identifique os ligamentos do membro pélvico e os ossos que as envolve.

Fonte: POPESKO (2012)

Figura 26 – Identifique os ligamentos do membro pélvico e os ossos que as envolve.

25
Anatomia Veterinária I

Fonte: POPESKO (2012)

Figura 27 – Identifique as estruturas de apoio as articulações

26
Anatomia Veterinária I

Fonte: POPESKO (2012)

REFERÊNCIAS

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Anatomia Veterinária I

CLAYTON, H. M.; FLOOD, P. F. Atlas colorido de anatomia aplicada dos


grandes animais. 3. reimpressão. São Paulo: Manole, 2002.

DAS NEVES, M. T. D. et al. Anatomia veterinária: princípios gerais em


anatomia animal. Universidade Federal de Viçosa: Viçosa, 2000.

DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de anatomia


veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

FRANDSON, R. D.; WILKE, W. L.; FAILS, A. D. Anatomia dos animais de


fazenda. 7. ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2011.

GETTY, R. Anatomia dos animais domésticos. 6. ed. v. I e II.


Interamericana: Rio de Janeiro, 2008.

KÖNIG, E. H.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e


atlas colorido. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

INTERNATIONAL COMMITTEE ON VETERINARY GROSS ANATOMICAL


NOMENCLATURE. Nomina Anatomica Veterinaria. sixth edition. Published
by the Editorial Committee Hanover (Germany), Ghent (Belgium), Columbia,
MO (U.S.A.), Rio de Janeiro (Brazil): With permission of the World Association
of Veterinary Anatomists (W.A.V.A.), 2007.

POPESKO, P. Atlas de anatomia topográfica dos animais domésticos. 5.


ed. v. I, II, III. São Paulo: Manole, 2012.

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