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ANATOMIA E FISIOLOGIA

Anatomia e Fisiologia

A Anatomia é a ciência que trata da morfologia e da estrutura dos seres vivos ou coisas (anatomia de
um cão, anatomia de um cristal). A etiologia da palavra indica uma origem grega – Ana, em partes e
temnein, cortar. A combinação dos termos significa dissecação. A anatomia funcional é a ciência que,
em cada nível de organização, relaciona a estrutura com suas funções. De acordo com a área de
aplicação de estudo da anatomia, ela recebe uma denominação específica. A fitoanatomia é a
anatomia das plantas, a antropotomia é a do homem. A Anatomia Humana compreende a dissecação
dos seres humanos e o estudo e descrição do corpo humano, sua morfologia, arquitetura, estrutura e,
nos últimos tempos, a ultraestrutura, ou mais propriamente, sua estrutura fina (ao nível molecular). Ou
seja, a anatomia funcional humana relaciona a estrutura do corpo com suas características
fisiológicas. O conhecimento das funções das estruturas anatômicas facilita a compreensão dos seus
significados e fornece a indicação de suas origens.

O interesse básico desta disciplina é a investigação da natureza de cada elemento estrutural e a


razão de sua existência. A importância da anatomia funcional humana reside no fato de ela ser um
conjunto de conhecimentos essenciais ao estudo da medicina. Sendo a medicina uma ciência
biológica, cabe ao biólogo conhecer a anatomia e compreendê- la profundamente. É óbvio que
somente com um preciso conhecimento da estrutura normal, o médico será capaz de identificar a
estrutura anormal; esse reconhecimento é o primeiro passo no caminho da recuperação da saúde. O
estudo da anatomia pode ser subdividido, como por exemplo: em Embriologia, Nepiologia (estudo da
primeira infância), Anatomia do adulto, Anatomia geriátrica, Citologia (estudo das células), Histologia
(estudo dos tecidos), Anatomia aplicada e outras.

FISIOLOGIA – DEFINIÇÃO:

A Fisiologia consiste no estudo do funcionamento da matéria viva, procurando explicar os fatores


físicos e químicos responsáveis pela origem, desenvolvimento e progressão da vida. Através da
Fisiologia humana, explicamos as características e os mecanismos específicos do corpo humano que
fazem dele um ser vivo. O fato de estarmos vivos está quase fora de nosso controle, pois a fome nos
leva a procurar alimento e o medo nos induz a buscar refúgio. As sensações de frio nos fazem
produzir calor e outras forças nos levam a procurar amizades e a nos reproduzir. Portanto, o ser
humano é, na verdade, um autômato, e o fato de sermos dotados de sensibilidade, sentimentos e
conhecimentos, é parte dessa sequência automática da vida; esses atributos (qualidades) especiais
nos possibilitam existir sob uma ampla variedade de condições que, de outra maneira, tornariam a
vida impossível.

ARTROLOGIA

SISTEMA ARTICULAR (ARTROLOGIA)

Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens).
Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o
crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além
disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular.

Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos aspectos
estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas,
cartilagíneas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às
peças que se articulam.

Articulações fibrosas

As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o

tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre
pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas.

Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.

As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias
camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os

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movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio. A maneira pela qual as bordas dos
ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear
retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e suturas serráteis
(união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre
os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, é escamosa.

No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido


conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma
maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que
permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela
sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio
exterior.

Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que as
suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio.

Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente longa,
formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos, respectivamente de
menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de
movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar.

Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos dentários. O


tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de
movimentos nesta articulação significa uma condição patológica.

Articulações cartilagíneas

Nas articulações cartilagíneas o tecido que se interpõe é a cartilagem. Quando se trata de cartilagem
hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é
reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que
pode ser visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as
porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também as articulações que se
fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe
entre eles um disco de fibrocartilagem - o disco intervertebral.

Articulações sinoviais

A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível
quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau
desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças que se
articulam é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial.

Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características básicas:
cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular.

· A cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em contato numa
determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso
que não foi invadida pela ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se
apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui
também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que
torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta.

· A cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um
manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial
(interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos ,
destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos
independentes da cápsula articular e em algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos
intra-articulares.

· A cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo
líquido sinovial

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Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto,
impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados
normais.

A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente


vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção do líquido sinovial (sinóvia), o qual tem
consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O
volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir
delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade articular.

Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas
encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e
meniscos, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam
(tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo
como amortecedores.

Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho.

Discos são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular.

Movimentos das articulações sinoviais

As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a verdadeira


mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais.

Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de movimento.


A direção destes eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. Na análise do movimento
realizado, a determinação do eixo de movimento é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a
direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em
questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é
perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do corpo recebem nomes
específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais comuns:

· flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma diminuição ou um aumento
do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Quando ocorre a
diminuição do ângulo diz-se que há flexão; quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto
para o pé. Neste caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos como
flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e extensão ocorrem em
plano sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-lateral.

· adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em
direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando-se dele. Para os dedos prevalece o
plano mediano do membro. Os movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e
seu eixo de movimento é ântero-posterior.

· rotação que é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal (vertical).
Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a face anterior do membro
gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é
feita em plano horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano é vertical.

· circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, extensão, abdução,


flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve um círculo e o
corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela articulação que se movimenta.

Classificação funcional das articulações sinoviais

O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram em
contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações
podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para
classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um
eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; será bi-axial a que os realiza
em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e tri-axial se eles forem realizados em torno de três

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eixos (três graus de liberdade). Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a
do cotovelo, são mono-axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a
rádio-carpal (articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as que além de flexão, extensão,
abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as
articulações do ombro e do quadril.

Classificação morfológica das articulações sinoviais

O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a forma das
superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta correlação. Além disto, existem
divergências entre anatomistas quanto não só a classificação de determinadas articulações, mas
também quanto à denominação dos tipos. De acordo com a Terminologia anatômica, os tipos
morfológicos de articulações sinoviais são:

· plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento
de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação acromioclavicular (entre o
acrômio da escápula e a clavícula) é um exemplo. Deslizamento existe em todas as articulações
sinoviais mas nas articulações planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja
bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos
articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. É isto que ocorre, por exemplo,
nas articulações entre os ossos curtos do carpo e do tarso.

· gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao movimento (flexão e
extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é
um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra como a superfície articular do úmero,
que entra em contato com a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre
as falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares não se
assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o critério morfológico não foi
rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais do tipo
gínglimo são mono-axiais.

· trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, cilindróides
talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. Estas articulações permitem rotação e seu
eixo de movimento, único, é vertical: são mono-axiais. Um exemplo típico é a articulação rádio-ulnar
proximal (entre o rádio e a ulna) responsável pelos movimentos de pronação e supinação do
antebraço. Na pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, rotação lateral. Na
posição de descrição anatômica o antebraço está em supinação.

· condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica. Elipsóide seria talvez um termo mais
adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação.
Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-axiais. A articulação rádio-carpal (ou do punho)
é um exemplo. Outros são a articulação temporomandibular (ATM) e as articulações
metacarpofalângicas.

· selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando
concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde
convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-
metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante notar que esta articulação permite flexão,
extensão, abdução, adução e rotação (conseqüentemente, também circundução) mas é classificada
como bi-axial. O fato é justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada ativamente pelo
polegar sendo só possível com a combinação dos outros movimentos.

· esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em
receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode ser movimentado em qualquer
direção, é um exemplo não anatômico de uma articulação esferóide. Este tipo de articulação permite
movimentos em torno de três eixos, sendo portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre o
úmero e a escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) permitem movimentos de
flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução.

Complexidade de organização

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Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-se que ela é simples (por
exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da articulação ela é
denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e rádio).

Inervação

As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem a pele
adjacente ou os músculos que movem as articulações.

As terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos
ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o principal tipo de
sensibilidade é a propriocepção.

Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendíneos - partem impulsos que


interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da articulação,
do grau e direção de movimento. Às vezes, essas informações são inconscientes, e atuam ao nível
da medula espinal para controle dos músculos que agem sobre a articulação.

MIOLOGIA

Miologia é a parte da anatomia que estuda os músculos. O músculo estriado esquelético é constituído
de fibras musculares diferenciadas e voltado especificamente para a função motora. Os movimentos
voluntários nas mais diversas partes do corpo são produzidos pela contração muscular. Para a
contração muscular gerar movimento as fibras musculares precisam estar organizadas em
instrumentos mecânicos eficientes, permitindo que a força de contração de cada fibra muscular atue
de forma conjunta.

E o músculo com toda essa força de contração necessita de mecanismos de inserção altamente
resistentes para fixar-se nas estruturas que irão mover. Desta forma as fibras musculares serão
reunidas em feixes e esses feixes musculares irão para formar a massa muscular.A camada de tecido
conjuntivo responsável por essa organização é o epimísio.

Do epimísio saem septos delgados de tecido conjuntivo, o perimísio, que se dirige para o interior do
músculo, separando o músculo em feixes. Cada feixe muscular possui inúmeras fibras musculares
que são envolvidas e organizadas pelo endomísio.

Envolvendo cada grupo muscular encontramos as fáscias musculares. São tecidos conjuntivos
fibrosos que revestem os compartimentos musculares ou outros compartimentos do corpo. Elas
formam uma bainha elástica que permite que as estruturas fiquem compartimentadas e que os
grupos musculares deslizem suavemente sobre si. Em determinadas regiões as fascias sofrem um
espessamento e passam a servir de estruturas de inserção muscular. Um exemplo é a fáscia lata que
é inserção do músculo tensor da fáscia lata.

O músculo possui estruturas especializadas na inserção muscular, são os tendões e as aponeuroses.


Os tendões são fitas ou cordas de tecido conjuntivo fibroso bastante robusto e resistente,
praticamente inelásticos, de cor branca brilhosa.

Quando um tendão desliza diretamente sobre o periósteo ele se encontra recoberto por uma estrutura
em forma de bolsa, mais macia e bastante lubrificada, que permite que ele se mova com pouco atrito,
essas estruturas em forma de bolsa são as bainhas tendíneas. A aponeurose é uma estrutura laminar
e também é composta por tecido fibroso muito resistente, sua coloração é bastante brilhosa. A
aponeurose permite uma inserção muscular bastante ampla, exemplo a aponeurose toracolombar.

Os músculos correspondem por aproximadamente 40% do peso corporal total de um homem magro e
variam amplamente de tamanho e forma. Existem também dois outros tipos de músculos: músculo
estriado cardíaco e músculo liso, sendo estes objetos de estudo em um capítulo mais apropriado
dentro da anatomia.

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Os músculos do membro superior podem ser divididos para estudo, em: músculos do ombro,
músculos do braço, músculos do antebraço e músculos da mão.

Músculos do Ombro

Músculo Peitoral Maior

Também pode ser considerado como músculo do tórax. Sua descrição detalhada já foi feita na
sessão dos músculos do tórax.

Origem: Clavícula, manúbrio e corpo do externo; cartilagens costais da 2ª a 6ª e bainha do m. reto


abdominal

Inserção: Crista do tubérculo maior do úmero

Inervação: Nervos peitorais mediais e laterais

Ação: Rotação medial, flexão e adução do braço

Músculo Peitoral Menor

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Também considerado como músculo do tórax. Já descrito na sessão dos músculos do tórax.

Origem: 2ª a 5ª costelas

Inserção: Processo coracóide da escápula

Inervação: Nervos peitorais mediais e laterais

Ação: Anteversão do membro superior e auxilia na inspiração forçada

Músculo Subclávio

Também considerado como músculo do tórax. Já descrito na sessão dos músculos do tórax.

Origem: 1ªcostela.

Inserção: Extremidade acromial da clavícula

Inervação: Nervo subclávio

Ação: Estabiliza e abaixa a clavícula

Músculo Subescapular

É plano, grosso e triangular. Está situado na fossa escapular, ele passa pela face anterior da
articulação do ombro para se inserir no úmero.

Origem: Face costal da escápula

Inserção: Tubérculo menor do úmero

Inervação: Nervo subescapular

Ação: Rotação medial e adução do braço

Músculo Deltóide

É um músculo triangular formado por três porções. Está situado imediatamente sob a pele, recobrindo
a cabeça do úmero.

Origem: Clavícula, acrômio e espinha da escapula

Inserção: Tuberosidade deltóidea

Inervação: Nervo axilar

Ação: Adução, abdução até 90º, rotação medial e rotação lateral do braço

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Músculo Supra-espinhal

É um músculo grosso, bipeniforme, com formato piramidal que ocupa toda a fossa supra-espinhal da
escápula.

Origem: Fossa supra-espinhal

Inserção: Tubérculo maior

Inervação: Nervo Supra-escapular

Ação: Rotação lateral e abdução até 90º do braço

Músculo Infra-espinhal

É plano, grosso e bipeniforme que adota um formato oblongotriangular. Ocupa quase que toda a
fossa infra-espinhal da escápula.

Origem: Espinha da escapula

Inserção: Tubérculo maior

Inervação: Nervo Supra-escapular

Ação: Rotação lateral, adução e abdução do braço

Músculo Redondo Menor

É cilíndrico e quadrangular. Fica situado na fossa infra-espinhal da escápula, por baixo e por trás do
m. infra-espinhal. Em latim teres minor.

Origem: Fossa infra-espinhal e margem lateral da escápula

Inserção: Tubérculo maior

Inervação: Nervo axilar

Ação: Rotação lateral e adução do braço

Músculo Redondo Maior

É um músculo bastante robusto, levemente aplanado. Fica localizado na borda axilar da escápula,
recoberto parcialmente pelo m. grande dorsal. Em latim teres major.

Origem: Borda lateral e ângulo inferior da escapula

Inserção: Crista do tubérculo menor

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Inervação: Nervo subescapular

Ação: Rotação medial e adução do braço

Músculo Latíssimo do Dorso

Também considerado como músculo do dorso. Foi descrito detalhadamente na sessão: músculos do
dorso.

Origem: T6 a L5, sacro, crista ilíaca e 3 ultimas costelas

Inserção:Crista do tubérculo menor

Inervação: Nervo tóracodorsal

Ação: Adução, rotação medial e extensão do braço; adução da escápula

Músculos Anteriores do Braço

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Músculo Bíceps Braquial

É um músculo cilíndrico, fusiforme e relativamente grosso. É formado por duas cabeças. Uma longa
que se origina no tubérculo supraglenoidal da escápula e possui um tendão de origem maior e mais
fino. Outra curta que se origina do processo coracóide da escápula e se localiza medialmente a
cabeça longa. As duas cabeças se unem em um único tendão de inserção.

Origem: Tubérculo supraglenoidal da escápula e processo coracóide da escápula

Inserção: Tuberosidade do rádio

Inervação: Nervo musculocutâneo

Ação: Abdução, rotação medial, anteversão do braço; adução, flexão e supinação do antebraço

Músculo Coracobraquial

É plano, relativamente curto. Está recoberto pelo m. peitoral maior na região axilar anterior e cruza
posteriormente o m. bíceps braquial ao caminhar para o úmero.

Origem: Processo coracóide da escápula

Inserção: Úmero, distal a crista do tubérculo maior

Inervação: Nervo musculocutâneo

Ação: Rotação medial, adução e anteversão do braço

Músculo Braquial

Tem formato plano de características fusiformes. Fica recoberto pelo m. bíceps braquial na região
anterior do braço.

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Origem: Terço médio do úmero

Inserção: Tuberosidade da ulna

Inervação: Nervo musculocutâneo

Ação: Flexão do antebraço

Músculos Posteriores do Braço

Espaço axilar lateral

(** na legenda da figura acima) É o espaço delimitado pela cabeça longa do m. tríceps braquial, borda
superior do tendão do m. redondo maior, escapula e úmero. Por esse espaço, também conhecido
como quadrilátero de Velpeau, passam o nervo axilar e a artéria circunflexa posterior do úmero.

Músculo Tríceps Braquial

Ocupa toda face posterior do braço. É formado por três porções de origem distintas que se unem em
um tendão comum para se inserir na ulna.

Origem: Tubérculo infraglenoidal, lábio glenoidal, face posterior do úmero

Inserção: Olecrano

Inervação: Nervo radial

Ação: Adução e extensão do braço; extensão do antebraço

Músculo Ancôneo

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É um músculo plano e triangular situado na face posterior do cotovelo. Parece ser uma continuação
do m. tríceps braquial.

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Face posterior da ulna

Inervação: Nervo Radial

Ação: Extensão do antebraço

Músculos Anteriores do Antebraço

Músculo Pronador Redondo

É um músculo quadrangular que está situado no plano superficial da região anterior do antebraço.

Origem: Epicôndilo medial do úmero e face medial da ulna

Inserção: 1/3 médio do rádio, lateralmente

Inervação: Nervo mediano

Ação: Flexão e pronação

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Músculo Flexor Radial do Carpo

É um músculo plano, largo e semipeniforme. Está situado entre o m. pronador redondo e o m. palmar
longo.

Origem: Epicôndilo medial

Inserção: II metacarpiano

Inervação: Nervo mediano

Ação: Flexão, pronação e abdução da mão

Músculo Palmar Longo

É um músculo fusiforme, estreito, situado superficialmente na face anterior do antebraço.

Origem: Epicôndilo medial do úmero

Inserção: Aponeurose palmar

Inervação: Nervo mediano

Ação: Flexão palmar

Músculo Flexor Superficial dos Dedos

É plano, fusiforme na porção lateral e peniforme na porção medial. Está localizado na 2º camada
muscular da região anterior do antebraço.

Origem: Epicôndilo medial do úmero e face anterior do rádio

Inserção: Falanges médias do 2º ao 5º dedo

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Inervação: Nervo mediano

Ação: Flexão, abdução e adução dos dedos

Músculo Flexor Ulnar do Carpo

É um músculo plano que se estende superficialmente pela face antero-lateral de todo o antebraço.

Origem: Epicôndilo medial do úmero e olecrano

Inserção: Pisiforme, dos do V metacarpiano e hamato

Inervação: Nervo ulnar

Ação: Flexão e abdução da mão

Músculo Flexor Profundo dos Dedos

É um músculo fusiforme que se divide em quatro tendões. Está recoberto pelo m. superficial dos
dedos. Sua visualização requer ressecção das camadas musculares superficiais.

Origem: Face anterior da ulna e membrana interóssea

Inserção: Falange distal do 2º ao 5º dedo

Inervação: Nervo ulnar e Nervo mediano

Ação: Flexão palmar e adução da mão

Músculo Flexor Longo do Polegar

Está situado no mesmo plano muscular do m. flexor profundo dos dedos. Ele é peniforme e possui
formato triangular.

Origem: Epicôndilo medial e face anterior do rádio

Inserção: Falange distal do polegar

Inervação Nervo medial

Ação: Flexão palmar e adução da mão

Músculo Pronador Quadrado

Como o nome já diz é um músculo de formato quadrangular. Está situado no plano muscular mais
profundo desta região, próximo a articulação radioulnar distal.

Origem: Quarto distal da margem anterior da ulna

Inserção: Quarto distal da margem anterior do rádio

Inervação: Nervo interósseo anterior

Ação: Pronação

Músculos Laterais do Antebraço

Músculo Braquiorradial

É plano, amplo em sua parte proximal e vai se afinando ao dirigir-se para o punho. È o músculo mais
superficial da região lateral do antebraço.

Origem: Crista supracondilar do úmero

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Inserção: Processo estilóide do rádio

Inervação: Nervo radial

Ação: Flexão, pronação e supinação da mão

Músculo Extensor Radial Longo do Carpo

É um músculo curto e fusiforme que possui um grande tendão. Está situado parcialmente abaixo do
m. braquiorradial.

Origem: Úmero

Inserção: Base do II metacarpiano

Inervação: Nervo radial

Ação: Flexão, pronação e supinação da mão

Músculo Extensor Radial Curto do Carpo

É plano e carnoso, situado na transição da região lateral para posterior do antebraço.

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Base do III metacarpiano

Inervação: Nervo radial

Ação: Dorso flexão e abdução da mão

Músculos Dorsais do Antebraço

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

Músculo Extensor dos Dedos

É largo e fusiforme, se divide em quatro tendões ao se aproximar do punho. Está situado no plano
superficial da face posterior do antebraço.

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Aponeurose do 2º ao 5º dedo

Inervação: Nervo radial

Ação: Extensão e dorso flexão dos dedos

Músculo Extensor do Dedo Mínimo

É um músculo plano e estreito que fica situado medialmente ao m. extensor dos dedos. Por vezes
suas fibras se confundem com as fibras desse músculo.

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Aponeurose dorsal do 5º dedo

Inervação: Nervo radial

Ação: Extensão e dorso flexão do dedo mínimo

Músculo Extensor Ulnar do Carpo

É um músculo fusiforme que fica situado medialmente ao m. extensor do dedo mínimo.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

Origem: Epicôndilo lateral do úmero e face posterior da ulna

Inserção: Face dorsal do V metacarpiano

Inervação: Nervo radial

Ação: Extensão, dorso flexão e abdução da mão

Músculo Supinador

É plano, quadrangular e está situado no plano profundo da região posterior do antebraço. Recobre o
terço proximal do rádio como uma faixa.

Origem: Epicôndilo lateral do úmero

Inserção: Face anterior do rádio

Inervação: Nervo radial

Ação: Supinação

Músculo Extensor Longo do Polegar

É um músculo fusiforme, localizado no plano profundo da região posterior do antebraço e que fica
recoberto pelo m. extensor dos dedos.

Origem: Face posterior da ulna

Inserção: Falange distal do polegar

Inervação: Nervo radial. Ação: Abdução, adução e extensão do polegar

Músculo Extensor do Indicador

É um músculo fusiforme e bastante estreito. Está situado medialmente ao m extensor longo do


polegar.

Origem: Face posterior da ulna

Inserção: Aponeurose dorsal do indicador

Inervação: Nervo radial

Ação: Extensão do indicador

Músculo Abdutor Longo do Polegar

É um músculo fusiforme, está situado na margem lateral da face posterior do antebraço.

Origem: Face posterior da ulna

Inserção: Base do I metacarpiano

Inervação: Nervo radial

Ação: Abdução do polegar e da mão

Músculo Extensor Curto do Polegar

Está situado medialmente ao m. abdutor longo do polegar. Suas fibras correm paralelamente às fibras
deste músculo.

Origem: Face posterior do rádio

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

Inserção: Falange proximal do polegar

Inervação: Nervo radial

Ação: Extensão do polegar e abdução da mão

NEUROANATOMIA

Neuroanatomia é o ramo da ciência responsável pelo estudo de estruturas anatômicas complexas do


sistema nervoso central e periférico. Esta grande área está responsável pelas delineações das
regiões cerebrais bem como a diferenciação destas estruturas relacionando todo o conhecimento
estrutural ao seu funcionamento. Apesar de ser uma disciplina específica, ela se origina de grandes
áreas como a neurociência, que é a parte da ciência que descreve o estudo do sistema nervoso
central tais como suas estruturas, funções, mecanismos moleculares, aspectos fisiológicos e
responsável também por compreender as doenças do sistema nervoso.

Historicamente os estudos neuroanatômicos não eram bem delimitados quanto a especificidade de


cada pesquisador, portanto, os estudos eram feito por pesquisadores de diversas áreas sendo muito
comum estes cientistas estudarem órgãos diferentes de forma praticamente simultânea. Com o
desenvolvimento da ciência e a especialização de diversas áreas da medicina, os estudos passaram
a ser delimitados por regiões, passando a neuroanatomia ser uma área de estudo independente da
biologia anatômica ou de qualquer outra área. Diversos pesquisadores colaboraram com
investigações exaustivas a fim de descrever as funções de áreas distintas do encéfalo, bem como
caracterizar a funcionalidade de diversas vias do sistema nervoso. Atualmente a neuroanatomia é
uma especialização da disciplina de anatomia cuja área doa conhecimentos específicos aos campos
de neurociências.

Seu conhecimento fundamenta bases de diferenciação entre os animais, caracterização funcional de


diferentes vias. Os diversos especialistas em neuroanatomia desenvolveram através desta área
conceitos importantes por meio de análise de traumas localizados em distintas regiões cerebrais,
levando ao entendimento de funções específicas.

A neuroanatomia é estudada a níveis macroscópicos, ou seja, estudada em níveis visíveis ao olho nu


como mostrado na figura 1, e também a níveis microscópicos, sendo necessário nestes casos, a
utilização de microscopia eletrônica ou óptica (figura 2).

Figura 2: Neurônios do córtex cerebral visualizados com microscópio.

Livros de neuroanatomia relacionam as estruturas macroscópicas ás estruturas microscópicas


fornecendo bases conceituais e estabelecendo a construção do conhecimento de aspectos funcionais
do cérebro a estas estruturas. Como um exemplo descrevendo estruturas como o mesencéfalo,
ponte, bulbo e ligando essas estruturas as suas funções e seu desenvolvimento com o passar dos
anos.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

A matéria de neuroanatomia é lecionada em universidades e cursos técnicos afim de fornecer aos


formandos conhecimentos básicos do sistema nervoso humano, bem como relacionar aos cuidados
prestados por diferentes profissionais do ramo.

O estudo da neuroanatomia é obrigatório e fundamental para um bom entendimento e exercício da


atividade médica, principalmente, da área de neurocirurgia, e para diversos profissionais da saúde
dentre eles, farmacêuticos, fisioterapeutas, radiologistas, enfermeiros entre outros.

Atualmente são utilizados exames de ressonância magnética funcional para a correlação das
estruturas ás atividades funcionais em diferentes atividades do cotidiano. A utilização desta técnica
tem permitido a ciência entender como as áreas cerebrais estão conectadas entre si, e como elas são
ativadas em determinados estímulos, esses aspectos são de fundamental importância e têm
contribuído muito para o avanço das áreas de neurologia e neurociências.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

A função do sistema respiratório é facultar ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico,
assegurando permanente concentração de oxigênio no sangue, necessária para as reações
metabólicas, e em contrapartida servindo como via de eliminação de gases residuais, que resultam
dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico.

Este sistema é constituído pelos tratos (vias) respiratórios superior e inferior. O trato respiratório
superior é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica: nariz externo, cavidade nasal,
faringe, laringe e parte superior da traqueia. O trato respiratório inferior consiste em órgãos
localizados na cavidade torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e
pulmões. As camadas das pleura e os músculos que formam a cavidade torácica também fazem
parte do trato respiratório inferior.O intercâmbio dos gases faz-se ao nível dos pulmões, mas para
atingi-los o ar deve percorrer diversas porções de um tubo irregular, que recebe o nome conjunto de
vias aeríferas.

As vias aeríferas podem ser divididas em: NARIZ, FARINGE, LARINGE, TRAQUEIA, BRÔNQUIOS e
PULMÕES.

NARIZ

O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada nariz
externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida por cavidade nasal.

O nariz externo tem a forma de uma pirâmide triangular de base inferior e cuja a face posterior se
ajusta verticalmente no 1/3 médio da face.

As faces laterais do nariz apresentam uma saliência semilunar que recebe o nome de asa do nariz.

O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas chamadas Narinas. Em seguida, flui pelas
cavidades nasais direita e esquerda, que estão revestidas por mucosa respiratória. O septo nasal
separa essas duas cavidades. Os pelos do interior das narinas filtram grandes partículas de poeira
que podem ser inaladas. Além disso, a cavidade nasal contêm células receptoras para o olfato.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela é subdividida em dois
compartimentos um direito e outro esquerdo. Cada compartimento dispõe de um orifício anterior que
é a Narina e um posterior denominado Coana. As Coanas fazem a comunicação da cavidade nasal
com a faringe. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado, umedecido e
aquecido.

Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as Conchas Nasais (cornetos) que são divididas
em Superior, Média e Inferior.

PAREDE LATERAL DO NARIZ

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal, ossos nasais e maxilares.

A cavidade nasal contêm várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco dos seios paranasais é
drenado. Os Seios Paranasaiscompreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.

Seios Paranasais ou Seios da Face – Vistas Lateral e Anterior

FARINGE

A faringe é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço. Ela se situa logo
atrás das cavidades nasais e logo a frente às vértebras cervicais. Sua parede é composta de
músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A faringe funciona como uma passagem de ar e
alimento.A faringe é dividida em três regiões anatômicas: Nasofaringe, Orofaringe e
Laringofaringe.

A porção superior da faringe, denominada parte nasal ou Nasofaringe, tem as seguintes


comunicações: duas com as coanas, dois óstios faríngeos das tubas auditivas e com a orofaringe.

A tuba auditiva se comunica com a faringe através do ósteo faríngeo da tuba auditiva, que por sua
vez conecta a parte nasal da faringe com a cavidade média timpânica do ouvido.

A parte intermediária da faringe, a Orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e estende-se do palato
mole até o nível do hioide. A parte da orofaringe tem comunicação com a boca e serve de passagem
tanto para o ar como para o alimento.

A Laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hioide, e conecta-se com o esôfago (canal
do alimento) e anteriormente com a laringe (passagem de ar). Como a parte oral da faringe, a
laringofaringe é uma via respiratória e também uma via digestória.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

FARINGE – VISTA LATERAL

FARINGE – VISTA POSTERIOR

LARINGE

A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia. Ela se situa na linha mediana do
pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervicais.

A Laringe tem três Funções:

Atua como passagem para o ar durante a respiração;

Produz som, ou seja, a voz (por esta razão é chamada de caixa de voz);

Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias (como a traqueia).

A laringe desempenha função na produção de som, que resulta na fonação. Na sua superfície
interna, encontramos uma fenda antero-posterior denominada vestíbulo da laringe, que possui duas
pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega vocal (cordas vocais verdadeiras).

A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens, músculos e ligamentos.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são ímpares (Cartilagem
Tireóidea, Cricoidea e Epiglótica) e três são pares (Cartilagem Aritenoidea, Cuneiforme e
Corniculada).

A Cartilagem Tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e lateral da laringe,
é maior nos homens devido à influência dos hormônios durante a fase da puberdade. As margens
posteriores das lâminas apresentam prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos,
denominados cornos superiores e inferiores.

LARINGE – VISTA ANTERIOR DAS CARTILAGENS

A Cartilagem Cricoide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireoide e antecede a traqueia.

A Epiglote se fixa no osso hioide e na cartilagem tireoide. A epiglote é uma espécie de “porta” para o
pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele. Já substâncias líquidas e
sólidas não entram no pulmão, pois a epiglote fecha-se e este dirige-se ao esôfago.

LARINGE – VISTA POSTERIOR DAS CARTILAGENS

A Cartilagem Aritenoide articula-se com a cartilagem cricoide, estabelecendo uma articulação do


tipo diartrose. As cartilagens aritenoides são as mais importantes, porque influenciam as posições e
tensões das pregas vocais (cordas vocais verdadeiras).

A Cartilagem Corniculada situa-se acima da cartilagem aritenoide.

A Cartilagem Cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à cartilagem corniculada


correspondente, ligando cada aritenoide à epiglote.

CARTILAGENS – CRICOIDE, ARITENOIDE E CORNICULADA

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TRAQUEIA

A traqueia é um tubo de 10 a 12,5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Constitui um tubo que


faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina se bifurcando nos 2 brônquios principais. Ela se
situa medianamente e anterior ao esôfago, e apenas na sua terminação, desvia-se ligeiramente para
a direita.

O arcabouço da traqueia é constituído aproximadamente por 20 anéis cartilagíneos incompletos para


trás, que são denominados cartilagens traqueais.

Internamente a traqueia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e o epitélio é ciliado,
facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos.

Inferiormente a traqueia se bifurca, dando origem aos 2 brônquios principais:direito e esquerdo.

A parte inferior da junção dos brônquios principais é ocupada por uma saliência antero-posterior que
recebe o nome de carina da traqueia, e serve para acentuar a separação dos 2 brônquios.

TRAQUEIA – VISTA ANTERIOR

BRÔNQUIOS

Os brônquios principais fazem a ligação da traqueia com os pulmões, são considerados um direito e
outro esquerdo. A traqueia e os brônquios extrapulmonares são constituídos de anéis incompletos de
cartilagem hialina, tecido fibroso, fibras musculares, mucosa e glândulas.

O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o esquerdo. Como a
traqueia, os brônquios principais contém anéis de cartilagem incompletos.

Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada HILO. Ao atingirem os pulmões
correspondentes, os brônquios principais subdividem-se nos Brônquios Lobares.

Os brônquios lobares subdividem-se em Brônquios Segmentares, cada um destes distribuindo-se a


um segmento pulmonar.

Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores denominados Bronquíolos.


As paredes dos bronquíolos contém músculo liso e não possuem cartilagem.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

Os bronquíolos continuam a se ramificar, e dão origem a minúsculos túbulos denominados Ductos


Alveolares.

Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados Alvéolos.

Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias respiratórias. Um capilar
pulmonar envolve cada alvéolo.

A Função dos Alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana capilar alvéolo-
pulmonar.

HEMATOSE – TROCA DE GASES

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

* Tabelas esquematizando os brônquios lobares e segmentares de cada pulmão. As imagens podem


ser visualizadas a seguir.

SEGMENTOS PULMONARES – VISTA ANTERIOR

SEGMENTOS PULMONARES – VISTA POSTERIOR

BRÔNQUIOS SEGMENTARES

PULMÕES

Os pulmões são órgãos essenciais na respiração. São duas vísceras situadas uma de cada lado, no
interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, ocorrendo então,
as trocas gasosas (HEMATOSE). Eles estendem-se do diafragma até um pouco acima das clavículas

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e estão justapostos às costelas.O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo. Ele
também é um pouco mais curto pois o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado.
O pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca.Cada pulmão têm uma forma
que lembra uma pirâmide com um ápice, uma base, três bordas e três faces.

Ápice do Pulmão: Está voltado cranialmente e tem forma levemente arredondada. Apresenta um
sulco percorrido pela artéria subclávia, denominado sulco da artéria subclávia. No corpo, o ápice do
pulmão atinge o nível da articulação esterno-clavicular

Base do Pulmão: A base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se sobre a face
superior do diafragma. A concavidade da base do pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo
(devido à presença do fígado).

Margens do Pulmão: Os pulmões apresentam três margens: uma Anterior, uma Posterior e
uma Inferior.

Bordas do Pulmão: A borda anterior é delgada e estende-se à face ventral do coração. A borda
anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura produzida pelo coração, a incisura cardíaca. A
borda posterior é romba e projeta-se na superfície posterior da cavidade torácica. A borda inferior
apresenta duas porções: (1) uma que é delgada e projeta-se no recesso costofrênico e (2) outra que
é mais arredondada e projeta-se no mediastino

Peso: Os pulmões tem em média o peso de 700 gramas.

Altura: Os pulmões tem em média a altura de 25 centímetros.

Faces: O pulmão apresenta três faces:

a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para a superfície interna
da cavidade torácica.

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b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a cúpula diafragmática.

c) Face Mediastínica (face medial): é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o
coração. Dorsalmente encontra-se a região denominada hilo ou raiz do pulmão.

Divisão: Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes.

O Pulmão Direito apresenta-se constituído por três lobos divididos por duas fissuras. Uma fissura
obliqua que separa lobo inferior dos lobos médio e superior e uma fissura horizontal, que separa o
lobo superior do lobo médio.

O Pulmão Esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma fissura oblíqua.
Anteriormente e inferiormente o lobo superior do pulmão esquerdo apresenta uma estrutura que
representa resquícios do desenvolvimento embrionário do lobo médio, a língula do pulmão.

Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que constituem unidades pulmonares
completas, consideradas autônomas sob o ponto de vista anatômico.

Pulmão Direito

* Lobo Superior: apical, anterior e posterior


* Lobo Médio: medial e lateral
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal lateral

Pulmão Esquerdo

* Lobo Superior: apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior


* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal lateral

PULMÕES – LOBOS E FISSURAS

Pleuras:

A superfície externa de cada pulmão e a parede interna da caixa torácica são revestidos por uma
membrana serosa dupla, chamada pleura. A membrana na superfície externa de cada pulmão é

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

denominada Pleura Visceral, e a que reveste a parede da cavidade torácica é chamada Pleura
Parietal.

Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a Cavidade Pleural, que
contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado pelas túnicas. Esse líquido reduz o
atrito entre as túnicas, permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a
respiração.

Hilo do Pulmão:

A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada pulmão sendo formado pelas estruturas que
chegam e saem dele, onde temos: os Brônquios Principais, Artérias Pulmonares, Veias
Pulmonares, Artérias e Veias Bronquiais e Vasos Linfáticos.

Os brônquios ocupam posição caudal e posterior, enquanto que as veias pulmonares são inferiores e
anteriores. A artéria pulmonar ocupa uma posição superior e mediana em relação a essas duas
estruturas. A raiz do pulmão direito encontra-se dorsalmente disposta à veia cava superior. A raiz do
pulmão esquerdo relaciona-se anteriormente com o Nervo Frênico. Posteriormente relaciona-se com
o Nervo Vago.

HILO PULMONAR DIREITO

HILO PULMONAR ESQUERDO

SISTEMA CARDIOVASCULAR

A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigênio às células. O


sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por tubos,
que são chamados vasos, e por uma bomba percussora que tem como função impulsionar um líquido
circulante de cor vermelha por toda a rede vascular.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

O sistema cardiovascular consiste no Sangue, no Coração e nos Vasos Sanguíneos. Para que o
sangue possa atingir as células corporais e trocar materiais com elas, ele deve ser, constantemente,
propelido ao longo dos vasos sanguíneos. O coração é a bomba que promove a circulação de sangue
por cerca de 100 mil quilômetros de vasos sanguíneos.

Circulação Pulmonar e Sistêmica:

Circulação Pulmonar – leva sangue do ventrículo direito do coração para os pulmões e de volta ao
átrio esquerdo do coração. Ela transporta o sangue pobre em oxigênio para os pulmões, onde ele
libera o dióxido de carbono (CO2) e recebe oxigênio (O2). O sangue oxigenado, então, retorna ao
lado esquerdo do coração para ser bombeado para circulação sistêmica.

Circulação Sistêmica – é a maior circulação; ela fornece o suprimento sanguíneo para todo o
organismo. A circulação sistêmica carrega oxigênio e outros nutrientes vitais para as células, e capta
dióxido de carbono e outros resíduos das células.

Estruturas do Sistema Cardiovascular

• Sangue

• Coração

• Vasos Sanguíneos

• Sistema Arterial

• Sistema Venoso

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ANATOMIA E FISIOLOGIA

Neurofisiologia

A neurofisiologia é um ramo da fisiologia que tem como objeto de estudo o funcionamento do sistema
nervoso. Faz parte do campo científico denominado neurociência.

Relaciona-se com a eletrofisiologia, neuroanatomia, neurobiologia, neuroendocrinologia e


neuroimunologia; contribuindo para ciências médicas aplicadas como a neurologia e neurofisiologia
clínica.

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