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Reumatologia - Um estudo detalhado

PEQUENA REVISÃO DE CONCEITOS DE HISTOLOGIA E ANATOMIA!!!

Os planos imaginários que dividem o corpo são o sagital, mediano, coronal e


axial.

● Plano sagital: plano vertical que dividem em direita e esquerda


● Plano mediano: igual ao sagital só que corta exatamente no meio

● Plano frontal ou coronal: plano vertical que divide em parte da frente e


parte de trás

● Plano transverso ou axial: plano horizontal que divide em parte superior e


parte inferior

TECIDO ÓSSEO
Os ossos são formados por um tipo especial de tecido conjuntivo, o tecido
ósseo, que possui uma matriz intracelular mineralizada. Esse tecido, apesar
do que muitos pensam, é formado por células vivas: os osteoblastos,
osteoclastos e osteócitos.

O primeiro grupo de células é responsável pela síntese da matriz óssea,


estando essas células relacionadas com a reparação do osso. Os
osteoclastos atuam na reabsorção do tecido ósseo. Já os osteócitos estão
relacionados com a manutenção da matriz e com a sua reabsorção quando
estimulados pelo hormônio da paratireoide.
TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO

• CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS: longas, cilíndricas, multinucleadas com


estriações transversais. Seus núcleos são periféricos e é possível identificar
regiões claras e escuras (que identificam o sarcômero).
• Espaços intercelulares: capilares (vão garantir a alta vascularização).

• Coloração (relacionada a mioglobina):


➢ Vermelhas (Tipo I): contração lenta e resistentes à fadiga
➢ Brancas (Tipo II): contração rápida e menos resistentes à fadiga.

Qualquer músculo tem as duas fibras, porém a proporção entre elas sofre
variação.Quando as mioglobinas estão presentes em maior quantidade elas
têm um aspecto avermelhado. As fibras contêm uma membrana chamada de
sarcolema, que é uma bicamada fosfolipídica com alta concentração de
proteínas transmembranas e de receptores de superfície (de acetilcolina), que
permite a diferença do potencial de membrana que vai induzir a contração.
ARTICULAÇÕES

As articulações podem ser definidas como local de união entre dois ou mais
ossos. Algumas articulações permitem a movimentação do nosso esqueleto,
sendo fundamental frisar que nem todas realizam tal função.As articulações
podem ser classificadas, de acordo com seu grau de movimentação, em três
tipos básicos:

Sinartroses ou fibrosas: presença de tecido conjuntivo fibroso entre


os ossos. Essas articulações apresentam mobilidade reduzida ou são
imóveis. Existem dois tipos de articulações fibrosas: as suturas e as
sindesmoses. As suturas são encontradas nos ossos do crânio, e a
membrana de tecido conjuntivo observada entre esses é muito fina.
As sindesmoses apresentam características similares às suturas,
porém não são observadas no crânio.

Articulações cartilaginosas ou anfiartroses: presença de tecido


cartilaginoso hialina ou fibrocartilagem entre os ossos e da redução
de mobilidade. Podemos classificar essas articulações em
sincondroses, formadas por cartilagem hialina, e em sínfises, que
apresentam cartilagem fibrosa. Um exemplo de articulação
cartilaginosa é a presente entre as porções púbicas dos ossos do
quadril.

Articulações sinoviais ou diartroses: presença de uma cápsula que


delimita uma cavidade articular. Nessa cavidade é encontrado um
líquido viscoso que recebe o nome de líquido sinovial, o qual é rico
em ácido hialurônico. Esse ácido apresenta um importante efeito
lubrificante. Esse tipo de articulação pode ser conferido na complexa
articulação do joelho."

TENDÕES

Os tendões agem como pontes funcionais e anatômicas entre músculos e


ossos,podendo transmitir a força de contração de um único músculo até
para vários ossos. São cilíndricos e constituídos por feixes de fibras
longitudinais de colágeno tipo I, interligadas por uma delicada rede de
fibras de colágeno tipo III,linfócitos e fibroblastos. Determinado músculo
estriado esquelético tem um tendão para cada origem (cabeça) e
inserção(cauda).

APONEUROSES

As aponeuroses (do grego apo, “afastado” ou “originado”, e nevron, “corda”)


são estruturas com a mesma composição dos tendões, mas laminares, em
forma de leque, por vezes muito finas, porém muito resistentes, que
ancoram os músculos em suas origens ou inserções ósseas. Podem ser
consideradas “tendões achatados” e, assim como eles, são pouco
vascularizadas.

RETINÁCULOS

Retináculos são faixas de TC que mantêm grupos de tendões em um lugar


(do latim retinere, “reter”). O retináculo dos flexores recobre, no punho, o
chamado túnel do carpo (cujo assoalho são os ossos do carpo), que contém
diversos tendões flexores dos dedos e o nervo mediano. Qualquer fator que
comprima o nervo nesse local leva à chamada síndrome do túnel do carpo.
FÁSCIAS

As fáscias (do latim fascia, “banda” ou “fita”) também são formações de TC


que originam uma rede de tensão contínua cobrindo e conectando cada
órgão, cada músculo e até mesmo cada nervo ou a fibra muscular mais fina
do corpo humano.Diferentemente do que se acreditava previamente, a
fáscia vai muito além de uma simples capa branca cobrindo uma estrutura
mais nobre. Sabe-se, por exemplo, que a força promovida por unidades
musculares motoras é transmitida para uma complexa rede formada pelas
fáscias que, então, contribuem para converter a força em movimento
corporal. Já se demonstrou, ainda, que a rigidez e a elasticidade das fáscias
têm um papel importante em muitos movimentos de arremeso corpo
humano. Assim, hoje é possível dizer que a distância a que um objeto será
arremessado, a altura em que um indivíduo conseguirá saltar ou a distância
que correrá não dependem apenas da contração muscular, mas também, em
grande parte, do quanto a rede de fáscias garantirá esses movimentos.

Do ponto de vista anatômico, podem ser classificadas em fáscias superficial,


viscerais e profundas (ou aponeuróticas) – estas últimas com maior
densidade de fibras elásticas, o que lhes garante maior extensibilidade ou
resiliência.
Vários distúrbios podem estar relacionados com as fáscias, podendo se
citar a fasciíte plantar.

ÊNTESES
O local em que tendões, ligamentos, fáscias e cápsulas articulares se
inserem nos ossos é chamado de êntese (do grego énthesis, “inserção”).

As ênteses devem ser consideradas um órgão (diferentes tecidos e células


interagem se fisiologicamente,desempenhando funções específicas), sede
de fenômenos fisiopatogênicos iniciais de várias enfermidades, em especial
das espondiloartrites.

LINKS IMPORTANTES:
Nicole Valente - Resumo ANATOMIA: Bom resumo para entender
conceitos base de anatomia

GE #06 - Classificação das articulações

https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-osseo/ - Link
interessante para dúvidas em relação a histologia.

ESPONDILOARTRITE

O termo espondiloartrite (EpA) abrange um grupo interrelacionado de doenças


que apresentam peculiaridades epidemiológicas, clínicas, anatomopatológica e
imunogenética que permitiram,historicamente, sua caracterização como
enfermidades diferentes.

O conceito de grupo de doenças (relacionadas, mas distintas) tem sido, há algum


tempo, questionado a dar lugar ao de doença única com expressão clínica
heterogênea e distribuição espectral.

O conceito de grupo de doenças (relacionadas, mas distintas) tem sido, há algum


tempo, questionado a dar lugar ao de doença única com expressão clínica
heterogênea e distribuição espectral.

Padrões comuns nessas doenças:

● Acometimento do esqueleto axial ( coluna vertebral) quanto periférico


(membros inferiores). Pode haver quadros com predomínios ou
acometimento exclusivo, entretanto na nossa população é mais comum
os quadros mistos.
● Êntesite (inflamação da êntese) muitas vezes acompanhada de um
quadro de periostite ( inflamação da cartilagem que envolve o osso) e
osteíte ( inflamação do osso). Formação comum nesses quadros é a
entesófito.
Pode haver limitação articular e mesmo anquilose óssea(é uma adesão
anormal com rigidez de uma articulação, resultado de uma lesão ou
doença) desproporcional ao grau de artrite erosiva, resultante do
acometimento sinovial. Nas entesites dos discos intervertebrais e
ligamentos da coluna, pode haver erosões nas bordas vertebrais, e as
neoformações ósseas nessa localização são denominadas sindesmófitos.

● Negatividade para a pesquisa do fator reumatoide (FR) e ausência de


nódulos reumatoides subcutâneos

● Associação com o HLAB27, uma molécula do complexo de


histocompatibilidade (MHC) classe I.
● Tendência à sobreposição clínica entre as diversas enfermidades.

HLAB27

O papel do HLAB27 nas EpA tem sido estudado desde os primeiros relatos
de sua associação com a EA há mais de 40 anos, existe mais de 100 tipos
associados ao desenvolvimento da doença, mas apesar da forte associação
nem tipos de HLAB27 geram a doença, inclusive alguns possuem um fator
protetor e os genes relacionados à via da interleucina 23 (IL-23) e ao seu
receptor (IL23R) possuem relação com desenvolvimento da doença. Sendo
assim, a predisposição genética nas EpA representa um elemento causal
indispensável e vai além do HLAB27.

Microbiota
Microbiota é o nome dado ao conjunto de microrganismos que
coabitam um organismo multicelular. Disbiose é qualquer perda do
estado de equilíbrio microbiano em um dado ecossistema. Há mais de
uma década, já se reconheciam diferenças na composição da flora
intestinal entre pacientes com EA e controles saudáveis.
As evidências disponíveis até o momento parecem mostrar que em
um indivíduo geneticamente predisposto, portando não só o HLAB27
,as influências ambientais (comportamentais, biomecânicas e/ou
provenientes de microrganismos) poderiam ser responsáveis pelo
desencadeamento dessas enfermidades.

ENTESITE
US com PowerDoppler (padrão-ouro)

- avalia processo inflamatório (vasos)

- define a conduta terapeutica

- monitora o tratamento

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

Muito conhecida pela “coluna em bambu”70, uma das marcas dessa


enfermidade em sua fase avançada e sequelar. Há predileção pelo sexo
masculino.
A dor nas articulações sacroilíacas (nádegas) e/ou na coluna lombar é a
manifestação clínica mais comum. No início, o paciente pode apresentar
fases de melhora e de piora do quadro álgico, podendo ficar livre dos
sintomas por dias e até meses, mas com a completa instalação da doença, a
dor torna-se diária.
Os sintomas, em geral, melhoram com o calor local e a mobilização articular
e pioram com o repouso.A dor lombar pode irradiar pelos membros
inferiores, em geral de forma bilateral ou unilateral alternante, sem
sintomas parestésicos.

Ao exame físico, pode-se observar redução e até retificação da


lordose lombar.Há graus variáveis de redução da mobilidade lombar
em todos os planos.

Pode-se observar uma projeção da cabeça para frente (“sinal da


flecha”). Nos casos mais avançados, em virtude da perda das
curvaturas fisiológicas da coluna e do desvio do eixo gravitacional, o
paciente apresenta também uma semiflexão dos quadris e adquire a
chamada “postura do esquiador”.

As manifestações extraarticulares (MEA) mais comuns são


inflamação ocular, psoríase e inflamação intestinal.
Os olhos são acometidos em cerca de 20 a 40% dos pacientes com
EA, sendo menos frequentemente envolvidos nas outras formas de
EpA. Em 90% das vezes, ocorre uma uveíte anterior (iridociclite),
aguda, unilateral, não granulomatosa.Em 50% das vezes, há, pelo
menos, uma recidiva no mesmo olho,no olho contralateral ou até de
modo alternante.

Outra manifestação associada é a nefropatia mesangial por depósitos


de IgA. Essa forma de nefropatia é reconhecida como a causa mais
comum de glomerulonefrite.

As articulações sacroilíacas estão entre as mais difíceis de se obter e


interpretar imagens, dada a sua complexa anatomia e suas superfícies
articulares onduladas e irregulares. Mesmo assim, devem se
considerar as radiografias convencionais como de eleição para o
diagnóstico e o seguimento evolutivo das pessoas com EpA

Critérios que consideram EA definida quando ocorre sacroiliíte


bilateral de graus 2 a 4 ou sacroiliíte unilateral graus 3 a 4, com pelo
menos um dos seguintes critérios clínicos:

● Dor lombossacral com pelo menos 3 meses de duração, que


melhora com o exercício e não alivia com o repouso
● Limitação da mobilidade lombar nos planos anteroposterior e
lateral
● Redução da expansibilidade torácica, medida no quarto espaço
intercostal, relativa a valores normais para idade e sexo.

ARTRITE REATIVA
O termo artrite reativa refere se a uma artrite secundária a uma
infecção, na qual não se consegue cultivar o microrganismo causal a
partir do líquido sinovial. Reconhecem-se dois modelos
epidemiológicos diferentes da síndrome, um dos quais se desenvolve
após infecção intestinal e o outro, após infecção do trato urogenital,
de transmissão sexual.

Manifestações clínicas
Como a artrite reativa é enfermidade sistêmica, podem ocorrer
sintomas gerais como fadiga, malestar,hiporexia,emagrecimento e
febrícula.
As manifestações periféricas incluem artralgias, oligoartrite ou,
menos comumente, poliartrite,de predomínio em membros inferiores
e, com frequência, assimétricas.
É comum o início das queixas articulares acontecer de modo agudo,
podendo ocorrer rigidez articular, calor, edema e certo grau de rubor
nas articulações afetadas. Os joelhos,os tornozelos, os quadris e as
metatarsofalângicas são as articulações mais habitualmente
envolvidas.

Ao estudo radiográfico, podem ser vistos erosões e/ou esporões de


aspecto grosseiro. Os chamados “dedos em salsicha”(dactilite)
consistem em um edema difuso dos dedos das mãos ou dos pés,
frequentemente de distribuição assimétrica,sendo também uma
manifestação de entesite.
Pode haver acometimento axial muito semelhante ao que ocorre na
EA, mais frequente nos indivíduos HLAB27 positivos. O envolvimento
das articulações sacroilíacas acontece em cerca de 20 a 30% dos
pacientes e tende a ser assimétrico;

As queixas de uretrite são muito comuns em uveíte anterior aguda e


ocorre em cerca de 20 a 30% dos casos.

A Natureza inflamatória da artrite reativa é traduzida por elevação da


PCR e da VHS.

O diagnóstico deve ser feito a partir da manifestação clínica típica,


como a presença de oligoartrite assimétrica e/ou predominante em
membros inferiores, dactilite, entesite e lombalgia inflamatória,
associada à evidência de infecção prévia ou atual por meio de história
e/ou exame físico e/ou por exame laboratorial, excluindo se outra
enfermidade reumática

a inflamação aguda é tratada com AINH e, eventualmente,


corticosteroides; a infecção, com antibióticos; e a doença crônica,
com FMCD.
ARTRITE PSORIÁSICA
É uma enfermidade sistêmica de natureza inflamatória que ocorre em
pessoas com psoríase.

As manifestações
articulares na AP apresentam amplo espectro clínico e foram
divididas, didaticamente, segundo Moll e Wright, em cinco
categorias:181
Artrite oligoarticular assimétrica: envolve sobretudo joelhos e
pequenas articulações dos pés e das mãos;
frequentemente, associase
à entesite e à dactilite (“dedos em salsicha”). A dactilite é uma
característica clínica de
pacientes de AP e de artrite reativa, embora possa ser observada em
todas as enfermidades do grupo das EpA (Figura
23.24)
Artrite poliarticular: pode ser simétrica ou assimétrica e
frequentemente envolve as articulações interfalângicas distais
Artrite distal: acomete exclusivamente as articulações interfalângicas
distais, em geral associada ao envolvimento
adjacente das unhas pela psoríase (Figura 23.25)
Artrite mutilante: representa a forma mais grave de AP e ocorre na
minoria dos pacientes. Manifestase
por
destruições ósseas (osteólise) que levam à reabsorção de falanges,
além de anquilose óssea, cuja consequência é o
aparecimento de deformidades graves (Figura 23.26)
Espondilite (psoriásica): ocorre em cerca de 5% dos pacientes, caso
seja computado o acometimento axial isolado.
Nesses casos, as manifestações clínicas articulares assemelhamse
às observadas na EA primária, mas vale lembrar
que as manifestações axiais e a sacroiliíte são, com frequência,
encontradas em outros subgrupos da AP, podendo ou
não proporcionar sintomatologia. Sobretudo nos estágios iniciais, a
sacroiliíte costuma ser unilateral ou, se bilateral,
esse acometimento é assimétrico.
Devese
Alterações radiográficas
Apesar de não serem específicas, algumas alterações radiográficas
são bastante sugestivas de AP: predileção pelas
articulações interfalângicas distais; afinamento de falanges terminais;
ausência de osteopenia periarticular ou presença leve
em contraponto à artrite reumatoide; artrite periférica mutilante,
mostrando osteólise e anquilose; assimetria; destruição
grosseira de pequenas articulações e proliferação periosteal; lesões
típicas como pencil in cup

Não há alterações laboratoriais específicas da AP.

ESPONDILOARTRITE INDIFERENCIADA
Faz referência a pacientes que apresentam alterações clínicas,
laboratoriais e radiográficas típicas das EpA, mas que não se
classificam dentro de uma das enfermidades estabelecidas do grupo.

Ícone perfeito que ensina & lacra - quero mt lacrar tirando um 7

ESCLEROSE SISTEMICA

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