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1.

A narratividade é uma propriedade que distingue os textos narrativos dos outros tipos de
textos.

- Discuta afirmação apoiando-se em exemplos do texto.

R: Bem antes de prosseguir penso que é relevante trazer o essencial sobre a noção de
narratividade para posterior à discussão. A narratividade é um fenômeno de sucessão de
estados e de transformações, inscrito no discurso e responsável pela produção de sentido. É
também a propriedade nuclear de textos narrativos literários. Portanto, o que distingue a
narrativa de outros tipos de textos é ,fundamentalmente, o facto de no texto narrativo haver
uma sucessão de eventos, há uma transformação, ou seja, uma acção que o seu fim implica o
início de uma outra acção, há também um momento. Por momento entende-se um antes,
durante e um depois, apresenta um mundo objetivo e não subjetivo no contexto interno
narrativo, há um dinamismo, apresenta formas verbais, usa o pretérito mais que perfeito ou
o presente histórico. Todos esses princípios podem ser verificados psicologicamente durante a
leitura de um texto que o leitor procede.

Por exemplo nesse texto: O fim da acção... implica o início da acção...

Notas sobre a narrativa literária

A narrativa vem de "narrar" que significa fazer saber algo. Existem dois tipos de narrativa a
sabera: narrativa literária e narrativa não literária.

A Narrativa literária é aquela que decorre de um processo de criação artística, ficção. Conta
uma sequência de eventos que supostamente ocorreram.

Características de uma narrativa literária

A narrativa literária apresenta as seguintes partes: narração, a descrição, reflexões e diálogos.


As suas categorias são: O narrador, a acção, personagens, tempo e espaço.

O narrador é uma entidade imaginária com um certo papel cuja função é relatar os eventos das
acções. Essas acções são praticadas ou sofridas por alguém que são as personagens ou agentes
e que todos esses eventos ocorrem num determinado tempo e espaço.

A narrativa literária é um texto que apresenta uma sequência de eventos que se supõem terem
acontecidos num determinado tempo e num espaço. Essa narrativa literária é rígida pelo
princípio da funcionalidade. A funcionalidade é aquele código na análise que permite a
construção de outros mundos possíveis imaginários, uma realidade virtual.

Tendo em conta esses princípios todos, a história que é nos contada na narrativa literária não é
uma história 100% real, porém pode ter alguém semelhança a uma realidade conhecida com
isso, essa história não pretende documentar de forma fiel o que aconteceu, mas o que pode
acontecer.

Para podermos ter acesso a essa história existe uma voz que nos faz saber dessa sequência de
eventos. A entidade faz -nos saber dessa sequência de eventos através de um conjunto de
enunciados, acto linguístico. É este acto linguístico, ou seja, se esse acto linguístico não existir
não podemos ter narrativa.

2. Discuta a relevância dos conceitos de Discurso e Diegése na análise da narrativa.

R: Na análise de uma narrativa, o Discurso é um componente de extrema relevância pois, este,


é uma acto linguístico, acto verbal que no permite saber uma sequência de eventos que
sucedeu numa narrativa literária ou supõe-se ter acontecido. É devido à esse acto linguístico a
decisão do nome discurso. Na narrativa literária quem produz o discurso é o narrador, ou seja,
não podemos ter discurso sem o narrador por isso é que se diz o narrador é o protagonista do
discurso. É ele quem escolhe o que contar, em que movimento contar e em que ordem contar.
É no discurso que o narrador vai dizer os movimentos de narração, descrição, momentos de
reflexão e diálogos e também podemos ter avanços e recuos, as chamadas anacronias
(prolépses e analépses).

A Diegése é um outro componente de grande relevância na narrativa literária, pois, este,


consiste em consiste em relatar os acontecimentos na sua.ordem natural, ou seja, é a história
propriamente dita. O discurso é um conjunto de enunciados que nos permite saber da Diegése.
Por sua vez a Diegése é história propriamente dita na sua ordem natural. Por fim, para que haja
uma narrativa literária tem que existir uma voz enunciadora e essa voz denomina-se narrador.

3. Tzvetan TODOROV (1976) propõe a diferenciação entre "história" e "discurso".

- Desenvolva, mostrando a relevância da diferenciação dos conceitos em apreço. Apresente


outras dicotomias relacionadas com esta.

R: Em Narratologia, o termo discurso aparece geralmente definido como domínio autónomo


em relação à história. Com essa distinção conceptual é relevante referir em que consiste essa
discrepância. Ora, enquanto a história é plano dos conteúdos narrados, uma história no sentido
em que evoca uma certa realidade, acontecimentos que teriam ocorridos, essa mesma história
pode ser relatada por outros meios como filme. O discurso é ,por sua vez, no existe um
narrador que relata a história, há diante dele um leitor que a procede e que não são
acontecimentos relatados que contam, mas a maneira pela qual o narrador nos faz conhecê-
los. E o plano da expressão desses mesmos conteúdos. Planos esses que devem ser entendidos
como sendo correlatos e, por isso, sustentando entre si conexões de interdependência.

4. Em que medida se pode relacionar as noções de narrador e autor textual.

R: As noções de narrador e autor textual no se podem relacionar na medida em que o narrador


consistir num voz que narra uma determinada história e que pode, eventualmente, ser uma
personagem, mas jamais deve ser confundido com o autor, pois, o narrador é uma entidade
imaginária com um certo papel cuja função é relatar os eventos das acções e que enquanto um
elemento do enredo, apresenta uma criação do autor.

5. Nos textos narrativos, o narrador é o protagonista do discurso e a personagem é o


protagonista da acção.

- Fundamente.

R: No texto narrativo, o narrador é o protagonista do discurso porque é ele quem produz o


discurso, ou seja, não podemos ter discurso sem o narrador por isso é que se diz o narrador é o
protagonista do discurso. É ele quem escolhe o que contar, em que momento e sequência
contar e em que ordem contar. É no discurso que o narrador vai dizer os movimentos de
narração, descrição, momentos de reflexão e diálogos e também é o organizador de avanços e
recuos, as chamadas anacronias (prolépses e analépses). A personagem por sua vez é o
protagonista da acção porque para haja acção é imperioso que em primeiro lugar haja
personagem, ou seja, sem personagem não existe acção. A personagem é o ser que pratica
acções na narrativa. O seu papel é praticar ou sofrer acções na narrativa.

Personagem

As personagens são seres que praticam acções na narrativa, o seu papel é praticar ou sofrer
acções.

Personagem vs pessoa
Para aprofundar o estudo da personagem, é relevante que se consulte um dicionário. Por
exemplo, o Novo dicionário Aurélio oferece a seguinte definição de personagem: "Pessoa
notável, eminente, importante, personalidade, pessoa." Na verdade, essa definição mais
confunde que esclarece pois tratando-se de um dicionário geral da língua e não de dicionário
especializado em teoria literária é justificável a tomada de uma palavra por outra.

O dicionário especializado nos estudos literários " Dicionário enciclopédico das ciências da
linguagem" define personagem como:

- Antes de tudo linguístico, que não existe fora das palavras e

- A personagem é "um ser de papel". As personagens representam pessoas, segundo


modalidades da ficção.

Aristóteles, aponta dois aspetos essenciais sobre a personagem:

- Personagem como reflexo da pessoa humana e personagem como construção, cuja existência
obedece às leis particulares que regem o texto.

Portanto, a personagem é um um ser fictício. Por mais real que pareça, a personagem é sempre
uma invenção, mesmo quando se constata que determinadas personagens são baseadas em
pessoas reais.

Classificação da personagem

Quanto ao papel (relevância)

- principal ou protagonista- conduz a acção

secundário ou antagonista-

e figurante.

Quanto à formulação

- Plana: é aquela personagem cujo percurso é previsível, conserva seu comportamento


uniformemente, não surpreende o leitor com imprevisibilidade. É construída ao redor de uma
única ideia ou qualidade e é definida em poucas palavras. Corresponde aos chamados tipos ou
caricaturas.

- Redonda: é uma personagem complexa, apresenta várias qualidades ou tendências,


surpreende convincentemente o leitor. É dinâmica, multifacetada, constrói imagens totais e, ao
mesmo tempo muito particulares do ser humano.
Narrador

De forma simples, o narrador deve ser entendido como um ser imaginário, é um ser de papel
que existe na narrativa literária cujo objetivo é contar a sequência de eventos. É também um
ser fictício, é uma abstração que existe no circuito da comunicação literária cujo papel é contar
a sequência de eventos.

Classificação do narrador

Quanto à presença: aqui, pretende-se saber se o narrador faz parte do elenco das personagens
ou não. Assim, ele pode ser:

- Participante: O narrador conta a história na 1ª pessoa e também é personagem.

- Não participante: O narrador não faz parte do elenco das personagens, ou seja, não é
personagem e também não conta a história na primeira pessoa.

Quanto à ciência

-Omnisciente: O narrador tem um conhecimento muito privilegiado sobre a narrativa não só


sobre a história, mas também sabe muito sobre as personagens. Penetra no campo da
consciência das personagens. Sabe o que as personagens pensam, o que vão pensar e o que já
pensaram até pode-se adiantar a o que elas vão dizer. É por isso que se diz que é uma entidade
demiurgo.

- Não omnisciente: é o oposto à omnisciente

Quanto à focalização

- interna: O narrador quer fazer passar uma ideia, mas não faz como narrador. Ele usa uma
personagem como focalizadora.

- externa: O narrador não usa nenhuma personagem para passar as suas ideias.

Quanto à Diegése

- Heterodiegético: é um narrador que não integra como personagem no discurso diegético da


narrativa. Está fora da diegése.

- Homodiegético: O narrador participa como personagem da narrativa, mas não é protagonista.


É uma personagem secundária e não principal.

- Autodiegético: O narrador participa como personagem principal sendo ao mesmo tempo o


protagonista.
- Extradiegético: O narrador está fora da diegése.

- Diegético: Este, coincide com o narrador participante, auto.

Níveis diegéticos

Intradiegético e extradiegético

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