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Trigo No Me Tria
Trigo No Me Tria
TRIGONOMETRIA
São Paulo
2008
©Pró-Reitoria de Graduação, Universidade Estadual Paulista, 2008.
ISBN 978-85-98605-63-0
CDD 516.24
Reitor
Marcos Macari
Vice-Reitor
Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Chefe de Gabinete
Kléber Tomás Resende
Pró-Reitora de Graduação
Sheila Zambello de Pinho
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Marilza Vieira Cunha Rudge
Pró-Reitor de Pesquisa
José Arana Varela
Pró-Reitor de Administração
Julio Cezar Durigan
Secretária Geral
Maria Dalva Silva Pagotto
COMISSÃO EXECUTIVA
APOIO TÉCNICO
Ivonette de Mattos
José Welington Gonçalves Vieira
PROJETO GRÁFICO
PROGRAMA DE APOIO
À PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO
Apresentação.................................................................................... 9
1 Trigonometria no triângulo retângulo...................................... 11
2 Arcos e ângulos........................................................................... 21
3 Funções trigonométricas............................................................ 31
3.1 Função seno.......................................................................... 31
3.2 Função cosseno..................................................................... 41
3.3 Função tangente.................................................................... 48
3.4 Função cotangente............................................................... 52
3.5 Função secante..................................................................... 57
3.6 Função cossecante................................................................ 60
3.7 Exercícios.............................................................................. 63
4 Relações trigonométricas........................................................... 81
4.1 Relações fundamentais........................................................ 81
4.2 Relações conseqüentes......................................................... 85
4.3 Exercícios.............................................................................. 87
5 Redução de arcos ao 1o quadrante............................................ 95
6 Fórmulas de transformação..................................................... 105
6.1 Adição e subtração de arcos.............................................. 105
6.2 Multiplicação de arcos........................................................ 111
6.3 Exercícios............................................................................. 115
6.4 Transformação de soma em produto................................ 118
7 Equações trigonométricas........................................................ 127
8 Funções trigonométricas inversas........................................... 139
8.1 Introdução........................................................................... 139
8.2 Função inversa.................................................................... 140
8.3 Funções trigonométricas inversas..................................... 141
8.3.1 Função arco-seno...................................................... 141
8.3.2 Função arco-cosseno................................................. 144
8.3.3 Função arco-tangente............................................... 147
8.3.4 Função arco-cotangente............................................ 149
8.3.5 Função arco-secante.................................................. 151
8.3.6 Função arco-cossecante............................................ 154
8.3.7 Exercícios................................................................... 157
9 Referências Bibliográficas........................................................ 163
Sobre as Autoras.......................................................................... 165
APRESENTAÇÃO
FIGURA 1
Exemplos:
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
FIGURA 5
Exemplos:
FIGURA 6
3
Sendo B̂ + Ĉ = 90 0 , segue-se que senĈ = cos B̂ = .
8
FIGURA 7
16
Sendo B̂ + Ĉ = 90 0 , segue-se que cos(2 ⋅ x ) = senx = 0,5 .
2) Determinar:
( )
(a) cos 90 o − 32 o , sabendo que sen32 o = 0,5299 .
( )
Tem-se: cos 90 − 32 o = cos 58 o = sen 32 o = 0,5299 .
o
( )
(b) cos x , sabendo que sen 90 o − x = 0,7236 .
Tem-se: cos x = sen (90 − x ) = 0,7236 .
o
Observações:
FIGURA 8
Como se viu, o seno foi definido como uma razão trigonométrica, is-
to é, o seno é um número, um valor resultante de uma divisão (ra-
zão) entre as medidas de dois lados de um triângulo. Mas, se um dos
lados aumenta, os demais lados também aumentam e, curiosamente,
a razão entre cateto oposto e hipotenusa mantém-se, isto é, o valor
do seno depende, em última instância, “só” da medida do ângulo
(que por sua vez “controla” as medidas dos lados desse triângulo).
Se for fixado um dos ângulos menores que o ângulo reto (por exem-
plo, o ângulo de medida x) e, a partir desse triângulo, forem gerados
outros triângulos, “esticando” os lados, mas mantendo o ângulo, os
17
b c
valores das razões senx = e cos x = permanecerão constantes.
a a
Como, em qualquer triângulo retângulo, a hipotenusa é o lado que
tem a maior medida, tem-se:
0 o < x < 90 o 0 < senx < 1 .
E qual é o valor do seno de 90º? Esse é um caso que se pode chamar
de “especial”, pois em relação ao ângulo reto nota-se que a hipote-
nusa é o cateto oposto, isto é a medida do cateto oposto = medida
da hipotenusa = CB e, portanto, o seno de 90º é exatamente 1.
Conclusões análogas podem ser obtidas para o cosseno do ângulo de
medida x.
FIGURA 9
a
Também se observa que tgA = ; por outro lado, tem-se:
c
18
a
senA b a
= = .
cos A c c
b
senA
Conclui-se, assim, que tgA = , ou, genericamente falando:
cos A
senx
tgx = .
cos x
Exemplos:
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 1
FIGURA 2
22
A medida do comprimento do arco AB pode ser feita utilizando-se
qualquer unidade para medir seu raio, como o metro, o centímetro
etc. As unidades de medida mais usuais de arcos de circunferência
são o grau e o radiano.
1
Grau: o arco de um grau (10) corresponde a da circunferência
360
na qual está contido o arco a ser medido (Figura 2). Logo, a circun-
ferência tem 3600.
Uma pergunta que se pode fazer é: “por quê dividir a circunferência
em 360 partes iguais?”. A História da Matemática responde a essa
questão. As referências voltam-se aos babilônios, povo que viveu
entre 4000 a.C. e 3000 a.C. e que, por motivos práticos, criaram um
sistema de numeração sexagesimal (base 60). O número 60 possui
uma grande quantidade de divisores distintos, a saber: 1, 2, 3, 4, 5,
6, 10, 12, 15, 20, 30, 60, razão forte pela qual este número tenha si-
do adotado. Além disso, dividir um círculo em 6 partes iguais era
algo muito simples para os especialistas daquela época, sendo possí-
vel que se tenha usado o número 60 para representar 1/6 do total que
passou a ser 360.
Outro fato que pode ter influenciado na escolha do número 360 é,
naquela época, estimava-se que o movimento de translação da Terra
em volta do Sol se realizava em um período de aproximadamente
360 dias. Hiparco (no século II a.C.) mediu a duração do ano com
grande exatidão ao obter 365,2467 dias (valor atualmente estimado
em 365,2222 dias).
É bem provável que o sistema sexagesimal tenha influenciado a es-
colha da divisão do círculo em 360 partes iguais, assim como a divi-
são de cada uma dessas partes em 60 partes menores e, também, na
divisão de cada uma dessas subpartes em 60 partes menores (os ba-
bilônios usualmente trabalhavam com frações cujos denominadores
eram potências de 60).
Das expressões
primeiras menores partes → partes minutae primae
FIGURA 3
Exemplos:
1) Exprimir 30 o em radianos.
Faz-se a seguinte regra de três:
180 o → π rad 30 0 ⋅ π π
∴x = 0
rad = rad
o
30 → x rad 180 6
π
2) Exprimir rad em graus.
180
Tem-se:
π
π rad →180 0 180 0 ⋅
∴x = 180 = 10 0
π
rad → x 0 π
180
FIGURA 4
Observações:
FIGURA 5
FIGURA 6
Exemplos:
FIGURA 7
5
Têm-se: θ = rad e s = 10 cm. Então:
6
s 10
s = r⋅θ r = = = 12 ∴ r = 12 cm .
θ 5
6
28
Arco orientado. É um arco de circunferência sobre o qual se adota
um sentido (Figura 8). O sentido que se considera positivo é o anti-
horário.
FIGURA 8
FIGURA 9
29
∩
Arco trigonométrico. Se tem-se um arco AB cuja medida, em radi-
anos, no sentido positivo, é a 0 , sendo 0 ≤ a 0 < 2 ⋅ π , o arco trigo-
nométrico AB é o conjunto dos números da forma: a = a 0 + 2 ⋅ k ⋅ π
(k ∈ Ζ ) .
Observa-se, assim, que, para cada valor de k, a assume um valor
numérico diferente, que recebe a denominação de determinação po-
sitiva ou determinação negativa, conforme k seja positivo ou nega-
tivo, como descrito a seguir:
• k = 0 a = a0 1a determinação positiva do arco AB
• k = 1 a = a0 + 2. π 2a determinação positiva do arco AB
• k = 2 a = a0 + 4. π 3a determinação positiva do arco AB
...................................................................................................
• k = -1 a = a0 - 2. π 1a determinação negativa do arco AB
• k = -2 a = a0 - 4. π 2a determinação negativa do arco AB
...................................................................................................
Exemplos:
Exemplos:
FIGURA 1
∩
Considerando-se, no ciclo trigonométrico, um arco orientado AM
de medida x, o qual determina o segmento orientado OM , a proje-
ção deste segmento sobre o eixo dos senos é o segmento orientado
§ ∩ ·
OM1 . Por definição, tem-se que sen¨¨ AM ¸¸ = OM1 , ou seja,
© ¹
32
senx = OM1 (Figura 2).
Observe que, dado um número real x qualquer, sempre se pode as-
∩
sociar a ele um arco AM , de medida x, e, a esse arco, pode-se asso-
ciar um único número real y = OM1 . Tem-se, assim, uma função,
chamada função seno, isto é:
f :R →R
.
x y = sen (x)
FIGURA 2
Por sua definição, fica claro que o valor do seno de um arco nunca
será maior do que 1 e nunca será menor do que –1, já que o ciclo tri-
gonométrico tem raio 1. Além disso, observa-se que arcos que têm a
mesma extremidade possuem senos iguais. Assim, a cada volta
completa no ciclo trigonométrico, os valores do seno começam a se
repetir. Diz-se, então, que a função é periódica, de período 2 ⋅ π , que
é a medida de um arco de circunferência.
Têm-se, ainda, as seguintes informações sobre essa função:
Paridade: para verificar a paridade, faz-se: f (− x ) = sen (− x ) . Vê-se,
no ciclo trigonométrico apresentado na Figura 3, que senx = OM1 e
que sen(− x ) = OM 2 = −OM1 .
Conclui-se, assim, que senx = −sen (− x ) .
Logo, f (− x ) = −f (x ) , ou seja, f é uma função ímpar e, portanto,
33
seu gráfico apresenta simetria em relação à origem do plano cartesi-
ano.
FIGURA 3
π 3π
x 0 π 2⋅π
2 2
y 0 1 0 -1 0
FIGURA 4
FIGURA 5
Exemplos:
x senx y = 2 + senx
0 0 2
π
1 3
2
π 0 2
3⋅ π
-1 1
2
2⋅π 0 2
36
A Figura 6 mostra os gráficos das funções y = senx e y = 2 + senx ,
para efeito de comparação.
FIGURA 6
Tem-se:
Domínio: D(f ) = R .
Paridade: f (− x ) = 2 + sen (− x ) = 2 − senx . Vê-se, assim, que
f (− x ) ≠ f (x ) e f (− x ) ≠ −f (x ) , ou seja, a função não é par, nem ím-
par.
FIGURA 7
37
Imagem: pelo gráfico, observa-se que o conjunto imagem da função
dada é Im(f ) = [1, 3] . Isso significa que os valores da função dada
foram transladados de 2 unidades, na direção positiva do eixo Oy,
em relação à função y = senx .
Período: não sofreu alteração, ou seja, é igual a 2 ⋅ π .
2⋅x x y = sen (2 ⋅ x )
0 0 0
π π
1
2 4
π
π 0
2
3⋅ π 3⋅ π
-1
2 4
2⋅π π 0
FIGURA 8
§ π·
4) Estudar a função y = f ( x ) = sen ¨ x − ¸ .
© 4¹
Também aqui se constrói uma tabela atribuindo, primeiramente, va-
§ π·
lores para o arco ¨ x − ¸ , do qual se calculará o seno, e depois, a
© 4¹
§ π·
partir deles, obtêm-se os valores de x e de y = sen ¨ x − ¸ :
© 4¹
§ π· § π·
¨x − ¸ x y = sen ¨ x − ¸
© 4¹ © 4¹
π
0 0
4
π 3⋅ π
1
2 4
5⋅ π
π 0
4
3⋅ π 7⋅π
-1
2 4
9⋅π
2⋅π 0
4
FIGURA 9
§ π·
Paridade: f (− x ) = sen ¨ − x − ¸ . Portanto, a função não é par, nem
© 4¹
ímpar uma vez que f (− x ) ≠ f (x ) e f (− x ) ≠ −f (x ) .
Imagem: pelo gráfico, observa-se que o conjunto imagem da função
dada é Im(f ) = [− 1, 1] , ou seja, não sofreu alteração em relação à
imagem da função y = senx .
Período: pelo gráfico da função dada mostrado na Figura 9 nota-se
que o período não se alterou. O que houve é que o gráfico da função
π
está transladado de unidades, no sentido positivo do eixo Ox, em
4
π
relação à função y = senx. Isso ocorreu porque se subtraíram u-
nidades ao arco x. Para ver que o período continua sendo igual a
2 ⋅ π , pode-se fazer:
9⋅π π
p= − = 2⋅π ,
4 4
isto é, considerou-se o valor final atribuído à variável x, menos o va-
lor inicial.
41
3.2 Função cosseno
∩
Considerando-se, no ciclo trigonométrico, um arco orientado AM
de medida x, o qual determina o segmento orientado OM , a proje-
ção deste segmento sobre o eixo dos cossenos, é o segmento orien-
§ ∩ ·
tado OM1 . Por definição, tem-se que cos¨¨ AM ¸¸ = OM1 , ou seja,
© ¹
cos x = OM1 (Figura 10).
FIGURA 10
FIGURA 11
π 3π
x 0 π 2⋅π
2 2
y 1 0 -1 0 1
43
A Figura 12 apresenta o gráfico de f .
FIGURA 12
Exemplos:
x cosx y = −1 + cos x
0 1 0
π
0 -1
2
π -1 -2
3⋅ π
0 -1
2
2.π 1 0
FIGURA 13
§ π·
2) Estudar a função y = f (x ) = cos¨ x + ¸ .
© 3¹
Constrói-se uma tabela atribuindo, primeiramente, valores para o ar-
§ π·
co ¨ x + ¸ para, a partir deles, obterem-se os valores de x e de
© 3¹
§ π·
y = cos¨ x + ¸ . Em seguida, localizam-se, no plano cartesiano
© 3¹
Oxy, os valores de x e de y que constam da tabela e obtém-se o grá-
45
fico de f (Figura 14).
§ π· § π·
¨x + ¸ x y = cos¨ x + ¸
© 3¹ © 3¹
π
0 − 1
3
π π
0
2 6
2⋅π
π -1
3
3⋅ π 7⋅π
0
2 6
5⋅ π
2.π 1
3
FIGURA 14
Tem-se:
Domínio: D(f ) = R .
§ π·
Paridade: f (− x ) = cos¨ − x + ¸ . Portanto, f (− x ) ≠ f (x ) e
© 3¹
f (− x ) ≠ −f (x ) , ou seja, a função não é par, nem ímpar.
Imagem: pelo gráfico, observa-se que o conjunto imagem da função
dada é Im(f ) = [− 1, 1] , ou seja, não sofreu alteração em relação à
imagem da função y = cos x .
Período: observando o gráfico da Figura 14, nota-se que o período
46
não se alterou. Houve apenas uma translação do gráfico da função
π
de unidades, no sentido negativo do eixo Ox, em relação à fun-
3
π
ção y = cos x , porque se somaram unidades ao arco x. Para ver
3
que o período continua sendo igual a 2 ⋅ π , pode-se fazer:
5⋅ π § π · 5⋅ π π
p= −¨− ¸ = + = 2⋅π ,
3 © 3¹ 3 3
isto é, considerou-se o valor final atribuído à variável x menos o va-
lor inicial.
§ x·
3) Estudar a função y = f (x ) = 1 − 2 ⋅ cos¨ − ¸ .
© 3¹
Uma vez que a função cosseno é par, tem-se que
§ x· §x·
cos¨ − ¸ = cos¨ ¸ . Assim, estudar-se-á a função
© 3¹ ©3¹
§x·
y = 1 − 2 ⋅ cos¨ ¸ , construindo-se uma tabela onde se atribuem valo-
©3¹
§x·
res para o arco ¨ ¸ para, a partir deles, obterem-se os valores de x
©3¹
e de y, conforme mostra a tabela:
x §x·
x y = 1 − 2 ⋅ cos¨ ¸
3 ©3¹
0 0 -1
π 3⋅ π
1
2
π ⋅π 3
3⋅ π 9⋅π
1
2 2
2⋅π 6⋅π -1
FIGURA 15
Tem-se:
Domínio: D(f ) = R .
§ x· §x·
Paridade: f (− x ) = 1 − 2 ⋅ cos¨ − ¸ = 1 − 2 ⋅ cos¨ ¸ = f (x ) a função é
© 3¹ ©3¹
par.
Imagem: o conjunto imagem da função dada é Im(f ) = [− 1, 3] , ou
seja, foi modificado em relação à imagem da função y = cos x , já
que, além de se somar uma unidade à função cosseno, esta ainda foi
multiplicada por 2. Essas operações acarretam, respectivamente,
translação e ampliação da imagem da função, como se pode consta-
tar no gráfico.
Período: o gráfico da função dada mostrado na Figura 15 torna evi-
dente que o período se alterou, porque o arco x foi multiplicado por
1
. De modo genérico, tem-se que o período da função
3
2⋅π
f (x ) = cos(a ⋅ x ) é: p = , onde a 0. No caso da função deste
a
2⋅π
exemplo, tem-se: p = = 6⋅π.
1
3
48
3.3 Função Tangente
FIGURA 16
§ π ·
Observe que, dado um número real x ¨ x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ )¸ , sem-
© 2 ¹
∩
pre se pode associar a ele um arco AM , de medida x, e, a esse arco,
pode-se associar um único número real y = AT . Tem-se, assim,
uma função, chamada função tangente, isto é:
49
f :D → R
,
x y = tg (x)
π ½
onde D = ®x ∈ R / x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ )¾ .
¯ 2 ¿
Observa-se que arcos que têm a mesma extremidade possuem tan-
gentes iguais e que dois arcos cujas medidas diferem de π radianos
(ou múltiplos de π radianos) têm a mesma tangente. Isso significa
que a função tangente é periódica, de período π.
Têm-se, ainda, as seguintes informações sobre essa função:
Paridade: para verificar a paridade, faz-se: f (− x ) = tg (− x ) . Vê-se,
no ciclo trigonométrico apresentado na Figura 17, que tgx = AT e
que tg(− x ) = AT ′ = −AT ; logo, tgx = − tg (− x ) .
Uma vez que f (− x ) = −f (x ) , conclui-se que f é uma função ímpar
e, portanto, seu gráfico apresenta simetria em relação à origem do
plano cartesiano.
FIGURA 17
π π 3⋅ π 3⋅ π
−δ π +δ −δ 3⋅ π +δ
x 0 2 2 π 2 2 2⋅π
2 2
não não
está está
y 0 +∞ -∞ 0 +∞ -∞ 0
defi- defi-
nida nida
FIGURA 18
(2 ⋅ x ) x y = tg (2 ⋅ x )
0 0 0
π π δ
−δ − +∞
2 4 2
π π
não está definida
2 4
π π δ
+δ + -∞
2 4 2
π
π 0
2
3⋅ π 3⋅ π δ
−δ − +∞
2 4 2
3⋅ π 3⋅ π
não está definida
2 4
3⋅ π 3⋅ π δ
+δ + -∞
2 4 2
2⋅π π 0
52
Tem-se, assim o gráfico da Figura 19, a partir do qual, têm-se as
conclusões para a função.
FIGURA 19
3.4 Cotangente
FIGURA 20
FIGURA 21
FIGURA 22
§ π·
Exemplo: estudar a função y = f ( x ) = cot g¨ x − ¸ .
© 6¹
Observe que para que seja possível calcular a cotangente do arco
π
x − , é necessário que esse arco seja diferente de k ⋅ π (k ∈ Ζ ) , ou
6
seja:
π π
x − ≠ k ⋅ π (k ∈ Ζ ) x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) .
6 6
π ½
Então: D(f ) = ®x ∈ R / x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ )¾ . Atribuindo-se valores
¯ 6 ¿
56
π
convenientes ao arco x − , obtêm-se valores para o arco x, como
6
mostra a tabela que se segue, e, em seguida, o gráfico apresentado
na Figura 23.
π § π·
x− x y = cot g¨ x − ¸
6 © 6¹
π
0 não está definida
6
π
0+δ +δ +∞
6
π π
0
2 3
π δ
π−δ + -∞
4 2
π
π não está definida
2
3⋅ π δ
π+δ − +∞
4 2
3⋅ π 3⋅ π
0
2 4
3⋅ π δ
2⋅π − δ + -∞
4 2
2⋅π π não está definida
Conclusões:
§ π· § π·
Paridade: f (− x ) = cot g¨ (− x ) − ¸ = cot g¨ − x − ¸ . Portanto, a
© 6¹ © 6¹
função não é par, nem é ímpar, pois f (− x ) ≠ f (x ) e f (− x ) ≠ −f (x ) .
Imagem: Im(f ) = R .
Período: vê-se claramente que o gráfico se repete a cada intervalo de
amplitude π radianos. A primeira curva foi obtida para valores de x
π 7⋅π
entre e radianos. Então:
6 6
57
7⋅π π
p= − =π.
6 6
FIGURA 23
∩
Tomando-se, no ciclo trigonométrico, um arco orientado AM de
medida x, de modo que a extremidade M do arco não coincida com
o ponto B(0,1) e nem com o ponto B′(0, − 1) , ou seja, a medida x do
π
arco é tal que x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) , este arco determina o segmento
2
orientado OM . A reta que tangencia o ciclo trigonométrico no pon-
to M intercepta o eixo dos cossenos no ponto S, determinando o
segmento orientado OS (Figura 24).
58
FIGURA 24
§ ∩ ·
Por definição: sec¨¨ AM ¸¸ = OS , ou seja, sec x = OS .
© ¹
§ π ·
Observe que, dado um número real x ¨ x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ )¸ , sem-
© 2 ¹
∩
pre se pode associar a ele um arco AM , de medida x, e, a esse arco,
pode-se associar um único número real y = OS . Tem-se, assim, uma
função, chamada função secante, isto é:
f :D → R
,
x y = sec(x)
π ½
onde D = ®x ∈ R / x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ )¾ .
¯ 2 ¿
Por sua definição, fica claro que o valor da secante de um arco será
sempre maior ou igual a 1 ou menor ou igual a –1, já que o ciclo tri-
gonométrico tem raio 1. Além disso, observa-se que arcos que têm a
mesma extremidade possuem secantes iguais. Assim, a cada volta
completa no ciclo trigonométrico, os valores da secante começam a
se repetir, ou seja, a função é periódica, de período 2 ⋅ π .
Têm-se, ainda, as seguintes informações sobre essa função:
Paridade: tem-se: f (− x ) = sec(− x ) . Vê-se, na Figura 25, que
sec x = OS e que sec(− x ) = OS ; logo, sec x = sec(− x ) .
59
Logo, f (− x ) = f (x ) , ou seja, f é uma função par e, portanto, seu
gráfico apresenta simetria em relação ao eixo Oy.
FIGURA 25
3⋅ π
π π π 3⋅ π 3⋅ π 2⋅π
x 0 −δ +δ π −δ 2 +δ
2 2 2 2 2
não não
está está
y 1 +∞ de- -∞ -1 -∞ de- +∞ 1
fini- fini-
da da
FIGURA 26
∩
Considere-se, no ciclo trigonométrico, um arco orientado AM de
medida x, de modo que a extremidade M do arco não coincida com
o ponto A(1, 0) e nem com o ponto A ′(− 1, 0 ) , ou seja, a medida x do
arco é tal que x ≠ k ⋅ π (k ∈ Ζ ) . Este arco determina o segmento o-
rientado OM ; a reta que tangencia o ciclo trigonométrico no ponto
M intercepta o eixo dos senos no ponto C, determinando o segmento
orientado OC (Figura 27).
§ ∩ ·
Por definição: cos sec¨¨ AM ¸¸ = OC , ou seja, cos sec x = OC .
© ¹
Observe que, dado um número real x (x ≠ k ⋅ π (k ∈ Ζ )) , sempre se
∩
pode associar a ele um arco AM , de medida x, e, a esse arco, pode-
se associar um único número real y = OC . Tem-se, assim, uma fun-
61
ção, chamada função cossecante, isto é:
f :D → R
,
x y = cos sec(x)
onde D = {x ∈ R ; x ≠ k ⋅ π , k ∈ Ζ} .
FIGURA 27
FIGURA 28
π π+δ 3π 2π − δ 2 ⋅ π
x 0 0+δ π−δ π
2 2
não
não não está
está está defi
y +∞ 1 +∞ -∞ -1 -∞
defi- defi- ni-
nida nida da
FIGURA 29
3.7 Exercícios
(a) y = sec(4 ⋅ x )
Para que a secante de um arco esteja definida, é preciso que este seja
π
diferente de + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) . Assim, deve-se ter:
2
π π π
4 ⋅ x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) x ≠ + k ⋅ (k ∈ Ζ )
2 8 4
π π ½
Então: D = ®x ∈ R / x ≠ + k ⋅ (k ∈ Ζ )¾ .
¯ 8 4 ¿
m −1
(a) senx =
2 − 3⋅ m
Lembrando que o conjunto imagem da função f (x ) = senx é [− 1,1] ,
segue-se que o valor do seno de um arco é um número maior ou i-
gual a -1 e menor ou igual a 1, ou seja, − 1 ≤ senx ≤ 1 , ou, ainda,
senx ≤ 1 . Assim, para que a expressão dada faça sentido, deve-se
ter:
m −1
−1 ≤ ≤1.
2 − 3⋅ m
Maneira errada de se resolver essas inequações do 1o grau:
• multiplicar todos os membros das desigualdades por (2 − 3 ⋅ m ) ,
ou seja:
m −1
−1 ≤ ≤ 1 − (2 − 3 ⋅ m ) ≤ m − 1 ≤ 2 − 3 ⋅ m
2 − 3⋅ m ;
− 2 + 3⋅ m ≤ m −1 ≤ 2 − 3⋅ m
• resolver separadamente as seguintes inequações:
1
(1) − 2 + 3 ⋅ m ≤ m − 1 2 ⋅ m ≤ 1 m ≤
2
3
(2) m − 1 ≤ 2 − 3 ⋅ m 4 ⋅ m ≤ 3 m ≤ .
4
Procedendo dessa forma, observa-se que se os valores de m devem
1
ser, ao mesmo tempo, menores ou iguais a e menores ou iguais
2
3 1½
, então a solução do problema dado seria: S = ®m∈R / m ≤ ¾ .
4 ¯ 2¿
Ver-se-á, em seguida, que esta solução está incompleta, uma vez que
65
o procedimento adotado está errado.
Maneira correta de se resolver essas inequações do 1o grau: há duas
inequações do 1o grau para serem resolvidas:
m −1 m −1
( I) − 1 ≤ e (II) ≤ 1.
2 − 3⋅ m 2 − 3⋅ m
Sua resolução deve ser feita como segue.
m −1 m −1 m −1+ 2 − 3⋅ m
( I) − 1 ≤ +1≥ 0 ≥ 0
2 − 3⋅ m 2 − 3⋅ m 2 − 3⋅ m
1− 2⋅ m
≥0
2 − 3⋅ m
É importante observar que não se trata, aqui, de resolver separada-
mente inequações com o numerador e o denominador da fração. O
que se procuram são os valores da variável m que tornem a fração
maior ou igual a zero. Levando-se em conta que o sinal de uma fra-
ção depende dos sinais de seu numerador e de seu denominador, é
preciso estudar, separadamente, os sinais das funções que compõem
a fração, para depois estudar o sinal do quociente dessas duas fun-
ções. Assim, tem-se:
• função do numerador: y = 1 − 2 ⋅ m .
Lembrando que uma função somente pode mudar de sinal quando
seu gráfico intercepta o eixo Ox, determina-se, primeiramente, o ze-
ro dessa função, para, em seguida, determinar os sinais que ela as-
sume, como segue:
1
1− 2⋅ m = 0 m = .
2
Então, a função y = 1 − 2 ⋅ m pode mudar de sinal apenas no ponto
1 1
m = . Tomando-se qualquer valor de m menor do que , obser-
2 2
va-se que a função tem sinal positivo. Por exemplo, para m = 0, tem-
se y = 1 > 0. Da mesma forma, tomando-se qualquer valor de m
1
maior do que , observa-se que a função tem sinal negativo. Por
2
exemplo, para m = 1, tem-se y = 1 − 2 ⋅ 1 = −1 < 0 . Tem-se, assim, o
diagrama de sinais da Figura 30 para a função y = 1 − 2 ⋅ m .
FIGURA 30
66
• função do denominador: y = 2 − 3 ⋅ m . Repetindo o procedimento
anterior, vem:
2
2 − 3⋅ m = 0 m = .
3
Assim, os sinais dessa função são os mostrados na Figura 31.
FIGURA 31
FIGURA 32
FIGURA 33
FIGURA 34
3
Em m = a fração se anula, pois esse valor anula o numerador da
4
2
fração. Novamente, descarta-se o valor m = , já que ele anula o
3
denominador da fração. Então, os valores de m que tornam a fração
2
menor ou igual a zero são aqueles que são menores do que ou
3
3
maiores ou iguais a .
4
Depois destas duas inequações do 1o grau terem sido resolvidas se-
paradamente, é preciso observar que, para que se tenha
m −1
− 1 ≤ senx ≤ 1 , ou seja, − 1 ≤ ≤ 1 , deve se procurar os valo-
2 − 3⋅ m
res de m que satisfaçam as duas ao mesmo tempo. Assim, é preciso
fazer uma interseção das soluções das duas inequações que foram
resolvidas. A Figura 35 apresenta essas soluções e sua interseção.
FIGURA 35
m2 − 3⋅ m + 2
(b) cos x =
m −1
De forma análoga à função seno, o conjunto imagem da função cos-
seno é [− 1,1] e, portanto, o valor do cosseno de um arco é um núme-
ro sempre maior ou igual a -1 e menor ou igual a 1, ou seja,
− 1 ≤ cos x ≤ 1 , ou cos x ≤ 1 . Assim, para que a expressão dada faça
sentido, deve-se ter:
m2 − 3⋅ m + 2
−1 ≤ ≤1.
m −1
Têm-se, assim, as inequações
m2 − 3 ⋅ m + 2 m2 − 3⋅ m + 2
( I) − 1 ≤ e (II) ≤ 1,
m −1 m −1
71
que serão resolvidas separadamente.
m2 − 3 ⋅ m + 2 m2 − 3⋅ m + 2
( I) − 1 ≤ , ou seja, ≥ −1 :
m −1 m −1
m2 − 3 ⋅ m + 2 m2 − 3 ⋅ m + 2
≥ −1 + 1 ≥ 0
m −1 m −1 .
m2 − 3 ⋅ m + 2 + m −1 m2 − 2 ⋅ m + 1
≥ 0 ≥0
m −1 m −1
A inequação obtida pode ser resolvida com o procedimento utilizado
no exercício da parte (a) ou, nesse caso específico, de uma forma
mais simplificada, como segue: observe que o numerador da inequa-
ção pode ser fatorado na forma:
m 2 − 2 ⋅ m + 1 = (m − 1)2 ;
assim, a inequação fica:
(m − 1)2 ≥ 0.
m −1
Para m – 1 0, ou seja, para m 1, pode-se dividir o numerador e
o denominador pela expressão m – 1, obtendo-se:
m −1 ≥ 0 m ≥ 1 .
Portanto, os valores de m que satisfazem a inequação (I) são aqueles
que são estritamente maiores do que 1, já que m deve ser diferente
de 1.
É claro que se poderia ter adotado o procedimento do exercício do
item (a), desenvolvido a seguir. Para resolver (I), devem-se estudar
separadamente os sinais do numerador e do denominador da fração.
Então, vem:
• função do numerador: y = m 2 − 2 ⋅ m + 1 .
Esta função do 2o grau tem dois zeros iguais, isto é, m = 1 é uma ra-
iz dupla da equação m 2 − 2 ⋅ m + 1 = 0 . Assim, o estudo de sinais da
função é mostrado na Figura 36.
FIGURA 36
FIGURA 37
FIGURA 38
FIGURA 39
FIGURA 40
FIGURA 41
FIGURA 42
(c) tgx = 2 ⋅ m − 1
π
Lembrando que, para todo arco x tal que x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) , o va-
2
lor da tangente de x pode assumir qualquer valor real, segue-se que a
expressão dada tem sentido para qualquer número real m. Assim,
tem-se S = R .
FIGURA 43
FIGURA 44
FIGURA 45
m+2
(e) sec x =
m −1
De modo análogo ao exercício anterior, tem-se que o valor da secan-
§ π ·
te de um arco x ¨ x ≠ + k ⋅ π ; k ∈ Ζ ¸ é sempre menor ou igual a -1
© 2 ¹
ou maior ou igual a 1; assim, impõem-se à expressão dada as condi-
ções:
sec x ≤ −1 ou sec x ≥ 1 ,
isto é,
m+2 m+2
≤ −1 ou ≥ 1.
m −1 m −1
Resolvem-se, portanto, essas duas inequações do 1o grau.
m+2
(I) ≤ −1
m −1
Tem-se:
m+2 m+2 m + 2 + m −1 2 ⋅ m +1
≤ −1 +1 ≤ 0 ≤ 0 ≤0
m −1 m −1 m −1 m −1
Estudam-se, assim, separadamente, os sinais das funções do nume-
rador e do denominador:
• função do numerador: y = 2 ⋅ m + 1 .
1
2 ⋅ m +1 = 0 m = − .
2
Então, a função y = 2 ⋅ m + 1 pode mudar de sinal apenas no ponto
1
m = − . Tem-se, assim, o estudo de sinais para a função
2
y = 2 ⋅ m + 1 da Figura 46.
FIGURA 46
77
• função do denominador: y = m − 1 . Repetindo o procedimento an-
terior, vem:
m −1= 0 m =1.
Assim, os sinais dessa função são aqueles mostrados na Figura 47.
FIGURA 47
FIGURA 48
FIGURA 49
( )
4) cos(3) = cos 3 o ?
Não. Uma idéia muito comum é entender cos(3) como sendo
( )
cos 3 o , o que não é correto. Quando se indica cos(3) , está se que-
rendo calcular o valor que a função cosseno assume em x = 3 radia-
nos (que é próximo de π radianos). Entretanto, 3 o é um arco próxi-
( )
mo de 0 o . Têm-se: cos(3) ≅ −1 e cos 3 o ≅ 1 . A Figura 50 mostra os
arcos de medida 3 radianos e 3o.
FIGURA 50
79
5) São verdadeiras ou falsas as afirmações seguintes?
(a) ( )
cos 2 x 2 = cos x .
É falsa. Lembrando que a 2 = a , para qualquer a, tem-se:
( ) ( )
cos 2 x 2 = cos x 2 = cos(x ⋅ x ) ≠ cos x .
π
Por exemplo, tomando-se x = , vem:
2
§§ π ·2 · §§ π ·2 · § π2 ·
( )=
cos 2 x 2 cos 2 ¨ ¨ ¸ ¸ = cos¨ ¨ ¸ ¸ = cos¨ ¸ ≠ 0
¨© 2 ¹ ¸ ¨© 2 ¹ ¸ ¨ 4 ¸
© ¹ © ¹ © ¹
e
π
cos x = cos =0.
2
FIGURA 1
senx
(b) tgx =
cos x
∩ π
Seja x a medida do arco AM , sendo x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ) ; na Figu-
2
ra 2, tem-se AT = tgx .
82
FIGURA 2
1
(c) cot gx =
tgx
π ∩
Seja x ≠ + k ⋅ π e x ≠ k ⋅ π (k ∈ Ζ) a medida do arco AM ; na Fi-
2
gura 3, tem-se: AT = tgx ; BC = cot gx .
Os triângulos retângulos OAT e OBC são semelhantes, pois os ân-
gulos agudos AÔT e OCB são congruentes, sendo alternos internos
de duas paralelas cortadas por uma transversal.
Então:
BC OB 1 1
= BC = ∴ cot gx = .
OA AT AT tgx
83
FIGURA 3
FIGURA 4
84
1
(d) sec x =
cos x
∩ π
Seja x a medida do arco AM , sendo x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ) ; na Figu-
2
ra 4, tem-se: OP = cos x e OS = sec x .
Nesse caso, os triângulos retângulos OMS e OPM são semelhantes,
pois têm o ângulo agudo Ô comum. Assim, vem:
OS OM 1 1
= OS = ∴ sec x = .
OM OP OP cos x
A relação também se verifica quanto ao sinal, já que a secante e o
cosseno de um arco têm o mesmo sinal.
1
(e) cos sec x =
senx
∩
Seja x a medida do arco AM , sendo x ≠ k ⋅ π (k ∈ Ζ) ; na Figura 5,
tem-se: OQ = PM = senx e OD = cos sec x .
FIGURA 5
π
(a) sec 2 x = 1 + tg 2 x , para x ≠ + k ⋅ π ( k ∈ Ζ) .
2
Algebricamente, pode-se demonstrar a relação das duas formas se-
guintes:
sen 2 x + cos 2 x 1
• sen 2 x + cos 2 x = 1 2
=
cos x cos 2 x
sen 2 x 1
2
+1 = 2
sec 2 x = 1 + tg 2 x
cos x cos x
2
sen x sen 2 x + cos 2 x 1
• tg 2 x + 1 = 2
+ 1 = 2
= 2
= sec 2 x
cos x cos x cos x
FIGURA 6
FIGURA 7
4.3 Exercícios
4 3⋅ π
1) Dado que senx = − , sendo < x < 2 ⋅ π , calcular o valor das
5 2
demais funções trigonométricas do arco x.
Da relação fundamental sen 2 x + cos 2 x = 1 , vem que
2 2
cos x = 1 − sen x . Então:
2
§ 4· 16 9
cos 2 x = 1 − ¨ − ¸ = 1 − = ,
© 5¹ 25 25
3
de onde se segue que cos x = ± . A determinação do sinal é feita
5
pela informação de que o arco x pertence ao 4o quadrante, onde a
3
função cosseno é positiva. Assim, conclui-se que cos x = . A partir
5
dos valores das funções seno e cosseno determinam-se os valores
das demais funções trigonométricas de x:
4
−
senx 4
tgx = ∴ tgx = 5 = − ;
cos x 3 3
5
1 3
cot gx = ∴cot gx = − ;
tgx 4
1 5
sec x = ∴sec x = ;
cos x 3
1 5
cos sec x = ∴ cos sec x = − .
senx 4
2⋅ m
2) Calcular cos x , sabendo que cot gx = , com m > 1.
m −1
88
Tem-se:
4⋅m
cos sec 2 x = 1 + cot g 2 x cos sec 2 x = 1 + =
(m − 1)2
(m − 1)2 + 4 ⋅ m = m 2 + 2 ⋅ m + 1 = (m + 1)2 = § m + 1 · 2
= ¨ ¸
(m − 1)2 (m − 1)2 (m − 1)2 © m − 1 ¹
m +1
∴ cos sec x = ±
m −1
Uma vez que m > 1, segue-se que cot gx > 0 , ou seja, o arco x é tal
π 3⋅ π
que 0 < x < ou π < x < . Logo, devem ser consideradas as
2 2
duas hipóteses:
π
• 0<x< :
2
m +1 m −1
cos sec x = senx =
m −1 m +1
m −1 2 ⋅ m 2 ⋅ m
∴cos x = senx ⋅ cot gx = ⋅ = ;
m +1 m −1 m +1
3⋅ π
• π<x< :
2
m +1 m −1
cos sec x = − senx = −
m −1 m +1
m −1 2 ⋅ m 2⋅ m
∴cos x = senx ⋅ cot gx = − ⋅ =− .
m +1 m −1 m +1
2⋅ m
Conclui-se, assim, pelos dados do problema, que cos x = ± .
m +1
cos sec 2 x = 1 +
(a − 1)2 =
4 ⋅ a + (a − 1)2 a 2 + 2 ⋅ a + 1 (a + 1)2
= = .
4⋅a 4⋅a 4⋅a 4⋅a
π
Sendo 0 < x < , onde todas as funções trigonométricas são positi-
2
vas, conclui-se que
a +1
cos sec x = .
2⋅ a
1 2⋅ a
• senx = senx = ;
cos sec x a +1
2⋅ a
senx senx a +1
• tgx = cos x = cos x = =
cos x tgx 2⋅a
(a − 1) ⋅ a
=
(a − 1) ⋅ a = a − 1 ;
(a + 1) ⋅ a a + 1
1 a +1
• sec x = sec x = .
cos x a −1
1− a2 π
6) Sabendo que senx = 2
e 0<x< , calcular os valores das
1+ a 2
demais funções circulares do arco x.
Primeiramente, é preciso lembrar que 0 < senx < 1 , já que o arco x
pertence ao primeiro quadrante. Então, vem:
1− a2
0< <1.
1+ a2
Resolve-se, assim, cada uma das duas desigualdades simultâneas se-
paradamente e depois se faz a interseção das duas soluções. Tem-se:
1− a2 1− a2
(I) 0 < >0
1+ a2 1+ a2
• função do numerador: y = 1 − a 2 .
Esta função do 2o grau tem dois zeros distintos: a = -1 e a = 1. As-
sim, o estudo de sinais da função é o que está apresentado na Figura
8.
FIGURA 8
91
2
• função do denominador: y = 1 + a . Esta função do segundo grau
não tem zeros reais e é positiva, para todo a. Assim, têm-se os sinais
da Figura 9.
FIGURA 9
FIGURA 10
FIGURA 11
92
Usando os dois resultados apresentados nas Figuras 10 e 11, obtém-
se a conclusão para os valores de a que podem ser considerados no
cálculo das funções trigonométricas solicitadas, conforme mostra a
Figura 12.
FIGURA 12
1− a2
Logo, os valores de a que satisfazem as desigualdades 0 < <1
1+ a2
são aqueles maiores do que -1 e menores do que 1, mas diferentes de
zero, isto é: − 1 < a < 1 e a ≠ 0 .
Pode-se, agora, calcular os valores das demais funções circulares de
x:
2 2 2
2 §1− a2
cos x = 1 − ¨
·
¸ = 1+ a(2
) (
+ 1− a2 ) =
¨1+ a2 ¸ 2
© ¹ (
1+ a2 ) .
2 4 2 4
1+ 2 ⋅ a + a −1+ 2 ⋅ a − a 4⋅a2
= =
2 2 2 2
(1 + a ) (1 + a )
Portanto,
2⋅a
cos x = ± .
1+ a2
Observe que, se 0 < a < 1 , vale o sinal positivo; se − 1 < a < 0 , vale o
π
sinal negativo. Entretanto, lembrando que 0 < x < , onde todas as
2
2⋅a
funções trigonométricas são positivas, segue-se que cos x = ,
1+ a2
ou seja, os valores de a devem ser tomados estritamente maiores do
que 0 e estritamente menores do que 1.
Conhecendo-se senx e cos x , calculam-se os valores das demais
funções trigonométricas:
93
2
1− a
2 1− a2
tgx = 1 + a =
2⋅a 2⋅a
2
1+ a
1 2⋅a
cot gx = =
tgx 1 − a 2
1 1+ a2
sec x = =
cos x 2⋅a
1 1+ a2
cos sec x = =
senx 1 − a 2
Exercícios propostos.
3⋅ π
1) Sabendo que tgx = 5 , com π < x < , calcular o valor da ex-
2
cos x − sec x
pressão: y = . (R. : y = 125)
senx − cos sec x
π
3) Se 10 ⋅ tgx + 16 ⋅ cos x = 17 ⋅ sec x , com x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) , cal-
2
§ 1 1·
cular o valor de senx . ¨ R. : senx = ou senx = ¸
© 2 8¹
b π
4) Sabendo que tgx = , com 0 < x < , provar que:
a 2
a b
+ = 2 ⋅ a 2 + b2 .
cos x senx
π
5) Sabendo que 5 ⋅ tgx + sec x = 5 , para x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ ) , calcu-
2
§ 3 4·
lar o valor de cos x . ¨ R. : cos x = − ou cos x = − ¸
© 5 5¹
FIGURA 1
senx = sen (π − x )
°cos x = − cos(π − x )
°
°°tgx = − tg (π − x )
Tem-se: ® .
°cot gx = − cot g (π − x )
°sec x = − sec(π − x )
°
°¯cos sec x = cos sec(π − x )
96
π
Essas relações são válidas sempre que < x < π.
2
(a) x = 135 o
Observe que o arco dado tem extremidade no 2o quadrante, pois
90 o < 135 o < 180 o ; então:
2
( o
) ( o o
)
°sen 135 = sen 180 − 135 = sen 45 =
°
o
2
( )
® .
° 2
( o
) (
o o
)
o
°¯cos 135 = − cos 180 − 135 = − cos 45 = − 2 ( )
(b) x = 840 o
Nesse caso, não foi dada a primeira determinação positiva do arco,
que deve ser determinada. Tem-se:
840 o = 2 ⋅ 360 o + 120 o
e, portanto, a primeira determinação positiva do arco dado é 120 o ,
que é um arco com extremidade no segundo quadrante. Assim, vem:
3
( o
) ( o
) (o o
°°sen 840 = sen 120 = sen 180 − 120 = sen 60 = )o
( )
2
® .
°cos 840 o = − cos 120 o = − cos 180 o − 120 o = − cos 60 o = − 1
( ) ( ) ( ) ( )
¯° 2
2⋅π
(c) x = rd
3
π 2⋅π
Uma vez que < < π , vem:
2 3
§ 2⋅π · § 2⋅π· §π· 3
°sen¨ ¸ = sen¨ π − ¸ = sen¨ ¸ =
° © 3 ¹ © 3 ¹ ©3¹ 2 .
®
°cos§ 2 ⋅ π · § 2 ⋅ π · § π · 1
= − cos¨ π − ¸ = − cos¨ ¸ = −
°¯ ¨© 3 ¸¹ © 3 ¹ ©3¹ 2
97
5⋅π
(d) x = − rd
4
Deve-se determinar a primeira determinação positiva a 0 do arco;
tem-se:
5⋅ π 3⋅ π o
a0 = 2⋅ π − = ∈2 Q .
4 4
Então:
§ 5⋅π · § 3⋅ π · § 3⋅ π · §π· 2
°sen¨ − ¸ = sen¨ ¸ = sen¨ π − ¸ = sen¨ ¸ =
° © 4 ¹ © 4 ¹ © 4 ¹ ©4¹ 2
.
®
° § 5 ⋅ π · § 3 ⋅ π · § 3 ⋅ π · § ·
π 2
°cos¨© − 4 ¸¹ = cos¨© 4 ¸¹ = − cos¨© π − 4 ¸¹ = − cos¨© 4 ¸¹ = − 2
¯
∩
(2) o arco AM tem extremidade no 3o quadrante.
∩
Seja AM , de medida x, com extremidade no 3o quadrante; o ponto
M1, simétrico do ponto M em relação ao centro O do ciclo trigono-
∩
métrico, determina o arco AM1 , de medida x1 (Figura 2). Tem-se:
∩ ∩
x1 = x − π . Os arcos AM e AM1 são chamados arcos explementa-
res.
FIGURA 2
Então:
98
senx = −sen (π − x )
°cos x = − cos(π − x )
°
°°tgx = tg(π − x )
® .
°cot gx = cot g(π − x )
°sec x = − sec(π − x )
°
°¯cos sec x = − cos sec(π − x )
3⋅ π
Essas relações são válidas sempre que π < x < .
2
(a) x = 240 o
(b) x = −140 o
A primeira determinação positiva do arco é:
a 0 = 360 o − 140 o = 220 o .
Então:
( ) ( ) ( )
°sen − 140 o = sen 220 o = −sen 220 o − 180 o = −sen 40 o
®
( )
.
( ) ( ) ( ) ( )
°̄cos − 140 o = cos 220 o = − cos 220 o − 180 o = − cos 40 o
7⋅π
(c) x = rd
6
7 ⋅ π 3⋅ π
Uma vez que π < < , vem:
6 2
99
§ 7⋅π· §7⋅π · §π· 1
°sen¨ 6 ¸ = −sen¨ 6 − π ¸ = −sen¨ 6 ¸ = − 2
° © ¹ © ¹ © ¹
.
®
°cos§ 7 ⋅ π · § 7 ⋅ π · § π · 3
= − cos¨ − π ¸ = − cos¨ ¸ = −
°¯ ¨© 6 ¸¹ © 6 ¹ ©6¹ 2
∩
(3) o arco AM tem extremidade no 4o quadrante.
∩
Seja AM , de medida x, com extremidade no 4o quadrante; o ponto
M1, simétrico do ponto M em relação ao eixo dos cossenos, deter-
∩
mina o arco AM1 , de medida x1 (Figura 3). Tem-se: x1 = 2 ⋅ π − x .
FIGURA 3
∩ ∩
Os arcos AM e AM1 são chamados arcos replementares. Então:
senx = −sen (2 ⋅ π − x )
°cos x = cos(2 ⋅ π − x )
°
°° tgx = − tg (2 ⋅ π − x )
® .
°cot gx = − cot g (2 ⋅ π − x )
°sec x = sec(2 ⋅ π − x )
°
°¯cos sec x = − cos sec(2 ⋅ π − x )
3⋅ π
Essas relações são verdadeiras sempre que < x < 2⋅π.
2
100
Exemplo: recorrendo a um arco do 1o quadrante, determinar os valo-
res de senx e cos x , para:
(a) x = 675 o
Tem-se: 675 o = 1 ⋅ 360 o + 315 o
Assim, a primeira determinação positiva do arco é: a 0 = 315 o . En-
tão:
2
( o
) (
o
) o
( o
°sen 675 = sen 315 = −sen 360 − 315 = −sen 45
°
o
) ( )= − 2 .
®
° 2
( o
) (
o
) o
( o
°¯cos 675 = cos 315 = cos 360 − 315 = cos 45 =
o
) ( ) 2
5⋅ π
(b) x = rd
3
3⋅ π 5⋅ π
Uma vez que < < 2 ⋅ π , vem:
2 3
§ 5⋅π · § 5⋅ π · §π· 3
°sen¨ ¸ = −sen¨ 2 ⋅ π − ¸ = −sen¨ ¸ = −
° © 3 ¹ © 3 ¹ © ¹3 2 .
®
°cos§ 5 ⋅ π · = cos§ 2 ⋅ π − 5 ⋅ π · = cos§ π · = 1
°¯ ¨© 3 ¸¹ ¨
© 3 ¹
¸ ¨ ¸
©3¹ 2
9⋅π
(c) x = rd
5
3⋅ π 9 ⋅ π
Sendo < < 2 ⋅ π , tem-se:
2 5
§ 9⋅π · § 9⋅π· §π·
°sen¨ 5 ¸ = −sen¨ 2 ⋅ π − 5 ¸ = −sen¨ 5 ¸
° © ¹ © ¹ © ¹.
®
°cos§¨ 9 ⋅ π ·¸ = cos§¨ 2 ⋅ π − 9 ⋅ π ·¸ = cos§¨ π ·¸
°¯ © 5 ¹ © 5 ¹ ©5¹
§π · § 3⋅ π ·
sen¨ − x ¸ ⋅ cos¨ + x¸
(a) y = ©2 ¹ © 2 ¹
§ π ·
cos¨ + x ¸ ⋅ sen (π + x )
© 2 ¹
102
FIGURA 4
Tem-se:
§π ·
sen ¨ − x ¸ = cos x
©2 ¹
§ 3⋅ π · § § 3⋅ π ·· §π ·
cos¨ + x ¸ = cos¨¨ 2 ⋅ π − ¨ + x ¸ ¸¸ = cos¨ − x ¸ = senx
© 2 ¹ © © 2 ¹¹ ©2 ¹
§π · § §π ·· §π ·
cos¨ + x ¸ = − cos¨¨ π − ¨ + x ¸ ¸¸ = − cos¨ − x ¸ = −senx
© 2 ¹ © © 2 ¹¹ © 2 ¹
sen (π + x ) = −sen (π + x − π) = −senx .
Assim, vem:
cos x ⋅ senx
y= = cot gx .
(− senx ) ⋅ (− senx )
4⋅π 5⋅ π 5⋅ π
sen ⋅ tg ⋅ cos
(b) y = 3 3 6
7⋅π 11 ⋅ π
cot g ⋅ cos sec
4 6
Calculando separadamente os valores de cada função trigonométrica
da expressão, vem:
4⋅π § 4⋅π · π 3
sen = −sen¨ − π ¸ = −sen = −
3 © 3 ¹ 3 2
103
3
5⋅π § 5 ⋅ π · π
tg = − tg¨ 2 ⋅ π − ¸ = − tg = − 2 = − 3
3 © 3 ¹ 3 1
2
5⋅ π § 5⋅π · π 3
cos = − cos¨ π − ¸ = − cos = −
6 © 6 ¹ 6 2
7⋅π § 7⋅π· π
cot g = − cot g¨ 2 ⋅ π − ¸ = − cot g = −1
4 © 4 ¹ 4
11 ⋅ π § 11 ⋅ π · π 1
cos sec = − cos sec¨ 2 ⋅ π − ¸ = − cos sec = − = −2
6 © 6 ¹ 6 1
2
Então:
§ · § ·
¨− 3 ¸⋅ − 3 ⋅¨− 3 ¸
( )
¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸
y=© ¹ © ¹ = − 3⋅ 3 .
(− 1) ⋅ (− 2) 8
§ π · § 11 ⋅ π ·
sen (π + x ) ⋅ cos¨ x − ¸ ⋅ tg¨ + x¸
© 2¹ © 2 ¹
(c) y =
§ 3⋅ π ·
cos(3 ⋅ π + x ) ⋅ sen¨ + x ¸ ⋅ tg(2 ⋅ π − x )
© 2 ¹
Tem-se:
sen (π + x ) = −sen (π + x − π) = −senx
§ π· §π ·
cos¨ x − ¸ = cos¨ − x ¸ = senx
© 2¹ ©2 ¹
§ 11 ⋅ π · § 3⋅ π · § § 3⋅ π ·· §π ·
tg¨ + x ¸ = tg¨ + x ¸ = − tg¨¨ 2 ⋅ π − ¨ + x ¸ ¸¸ = − tg¨ − x ¸ = − cot gx
© 2 ¹ © 2 ¹ © © 2 ¹¹ ©2 ¹
§π · § 3⋅ π ·
sen (π + x ) ⋅ cos¨ − x ¸ ⋅ tg¨ − x¸
(b) y = ©2 ¹ © 2 ¹
§ 3⋅ π · §π ·
cot g (π − x ) ⋅ cos sec¨ + x ¸ ⋅ sec¨ + x ¸
© 2 ¹ © 2 ¹
(R. : y = sen x ⋅ cos x )
3
6 FÓRMULAS DE TRANSFORMAÇÃO
FIGURA 1
Conseqüências:
§π · §§ π · ·
2) sen (a + b ) = cos¨ − (a + b )¸ = cos¨¨ ¨ − a ¸ − b ¸¸ =
© 2 ¹ ©© 2 ¹ ¹
§π · §π ·
= cos¨ − a ¸ ⋅ cos b + sen¨ − a ¸ ⋅ senb = sena ⋅ cos b + cos a ⋅ senb
©2 ¹ ©2 ¹
π π π
4) Se a + b ≠ + k ⋅ π , a ≠ + k ⋅ π e b ≠ + k ⋅ π , para todo
2 2 2
k ∈ Ζ , tem-se:
sen (a + b ) sena ⋅ cos b + cos a ⋅ senb
tg(a + b ) = = =
cos(a + b ) cos a ⋅ cos b − sena ⋅ senb
sena ⋅ cos b cos a ⋅ senb
+
= cos a ⋅ cos b cos a ⋅ cos b = tga + tgb
cos a ⋅ cos b sena ⋅ senb 1 − tga ⋅ tgb
−
cos a ⋅ cos b cos a ⋅ cos b
107
π π π
5) Se a − b ≠ + k ⋅ π , a ≠ + k ⋅ π e b ≠ + k ⋅ π , para todo
2 2 2
k ∈ Ζ , tem-se:
tga + tg (− b ) tga − tgb
tg(a − b ) = tg (a + (− b )) = =
1 − tga ⋅ tg(− b ) 1 + tga ⋅ tgb
FIGURA 2
Exercícios:
1) Calcular:
( )
(a) sen 75 o
Tem-se:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
sen 75o = sen 30 o + 45o = sen 30 o ⋅ cos 45o + sen 45o ⋅ cos 30 o =
1 3 2 1 2
= ⋅ + ⋅ = ⋅ (1 + 3 )
2 2 2 2 4
109
(b) sec 345 ( o
)
1a forma: uma vez que o arco dado pertence ao 4o quadrante, pode-
se, primeiramente, reduzi-lo ao 1o quadrante, fazendo:
1
( ) (
( ) ( )
sec 345o = sec 360 o − 345o = sec 15o =
cos 15 o
)
Calcula-se, agora, o valor de cos (15 ) : o
2 3 2 1 2
= ⋅ + ⋅ = ⋅ ( 3 + 1)
2 2 2 2 4
Assim, vem:
4 4 4 6− 2
(
sec 345 o = ) 2⋅ ( )
3 +1
=
6+ 2
=
6+ 2
⋅
6− 2
=
=
4⋅ (
6− 2 )
= 6 − 2 ou sec 345 o = 2 ⋅ 3 − 1 ( ) ( )
6−2
2a forma: calculando diretamente o valor da secante do arco dado,
sem reduzi-lo ao 1o quadrante:
1
( )
sec 345o = sec 360 o − 15 o = ( ( )
cos 360 o − 15 o
)
Calcula-se, agora, o valor de cos (360 − 15 ) : o o
1
cos(300 ) = cos(360 − 300 ) = cos(60 ) =
o o o o
2
3
( ) (
sen 300 o = −sen 360 o − 300 o = −sen 60 o = − ) ( ) 2
Portanto, vem:
2 2 §¨ 1 3 ·¸
(
cos 300 o + 45 o = ) 2
( ( )
⋅ cos 300 o − sen 300 o = ⋅ + (
2 © 2 2 ¸¹
¨
= ))
2
=
4
(
⋅ 1+ 3 )
Assim, a exemplo do que já se calculou anteriormente, conclui-se
que
1 4
(
sec 345 o = o
)
cos 300 + 45 o
=
(
2 ⋅ 3 +1
= 2 ⋅ 3 −1
) ( ) ( )
calcula-se tg (105 ): o
tg (60 ) + tg (45 ) o
3 +1 1+ o
3
tg (105 ) = tg (60 + 45 ) =
o o o
= =
1 − tg (60 )⋅ tg (45 ) 1 − 3 ⋅1 1 − o o
3
Logo,
2 2
(
cot g 105o = ) 1− 3 1− 3 1− 3
⋅ =
( ) =−
(1 − 3 )
1+ 3 1− 3 1− 3 2
56 π 4 π
2) Dados: senx = , com 0 < x < , e seny = , com 0 < y < ,
65 2 5 2
calcular o valor de sen (x + y ) .
Tem-se:
111
sen (x + y ) = senx ⋅ cos y − cos x ⋅ seny
É preciso, portanto, calcular os valores de cosy e cosx:
2
2 2 § 56 · 3136 1089 33
cos x = 1 − sen x = 1 − ¨ ¸ = 1 − = ∴ cos x =
© 65 ¹ 4225 4225 65
Por outro lado, vem:
2
2 2 § 4· 16 9 3
cos y = 1 − sen y = 1 − ¨ ¸ = 1 − = ∴ cos y =
©5¹ 25 25 5
Então:
56 3 33 4 1 300 12
sen(x + y ) = ⋅ − ⋅ = ⋅ (168 + 132) = = .
65 5 65 5 65 ⋅ 5 65 ⋅ 5 13
( ) ( )
3) É verdadeira ou falsa a afirmação: cos 90 0 − cos 10 = cos 89 0 ? ( )
É falsa. Observa-se, inicialmente, que:
( ) ( ) ( )
cos 90 0 − cos 10 = 0 − cos 10 = − cos 10 ; ( )
portanto, se a equação dada fosse verdadeira, ter-se-ia que
( )
cos 89 0 = − cos 10 . ( )
É claro que essa igualdade não é verdadeira, pois cos 89 0 > 0 , já( )
0
que 89 é um arco com extremidade no primeiro quadrante.
Outra forma de mostrar que a igualdade dada é falsa é utilizar uma
das fórmulas de adição de arcos:
cos(a − b ) = cos a ⋅ cos b + sena ⋅ senb ;
assim, vem:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
cos 89 0 = cos 90 0 − 10 = cos 90 0 ⋅ cos 10 + sen 90 0 ⋅ sen 10 =
.
( )
= 0 + sen 10 = sen 10 ( )
( ) ( )
É claro que sen 10 ≠ − cos 10 , ou seja, a afirmação é falsa.
( )
2) cos(2 ⋅ a ) = cos 2 a − sen 2 a = cos 2 a − 1 − cos 2 a = 2 ⋅ cos 2 a − 1
Então:
1 + cos(2 ⋅ a )
cos 2 a = .
2
Exercícios:
1
2) Calcule sen (2 ⋅ x ) , sabendo que senx − cos x = .
5
1a forma: tem-se:
1 1
(senx − cos x )2 = sen 2 x − 2 ⋅ senx ⋅ cos x + cos 2 x =
25 25
1 1 24
1 − 2 ⋅ senx ⋅ cos x = 1 − sen (2 ⋅ x ) = sen (2 ⋅ x ) =
25 25 25
a
2 forma: resolve-se o sistema:
1
°senx − cos x =
® 5 .
°cos 2 x + sen 2 x = 1
¯
1
Da primeira equação, tem-se que senx = cos x + ; substituindo na
5
segunda, vem:
2 1
cos 2 x + cos 2 x + ⋅ cos x + =1,
5 25
ou seja, tem-se uma equação do 2o grau na variável cos x :
2 24
2 ⋅ cos 2 x + ⋅ cos x − = 0 ou 50 ⋅ cos 2 x + 10 ⋅ cos x − 24 = 0 .
5 25
A resolução dessa equação resulta em:
4 3
cos x = − ou cos x = .
5 5
4 4 1 3
Se cos x = − , tem-se que senx = − + = − ;
5 5 5 5
3 3 1 4
se cos x = , tem-se que senx = + = .
5 5 5 5
Da primeira solução, vem:
§ 3 · § 4 · 24
sen (2 ⋅ x ) = 2 ⋅ ¨ − ¸ ⋅ ¨ − ¸ = ;
© 5 ¹ © 5 ¹ 25
da segunda solução, vem:
114
4 3 24
sen(2 ⋅ x ) = 2 ⋅ ⋅ = ,
5 5 25
que é a solução encontrada na primeira forma de resolução.
∩
3) A Figura 3 mostra um arco AM do ciclo trigonométrico, de me-
dida a. Determinar:
(a) sen (2 ⋅ a )
(b) cos(2 ⋅ a )
(c) em que quadrante está a extremidade do arco de medida (2 ⋅ a )
(d) sen (3 ⋅ a )
FIGURA 3
6.3 Exercícios
§a·
1) Sabendo que tg¨ ¸ = 2 − 3 , calcular:
©2¹
(a) sen (2 ⋅ a )
Tem-se que sen (2 ⋅ a ) = 2 ⋅ sena ⋅ cos a ; então, usando as expressões
§a·
de sena e cosa em função de tg¨ ¸ , vem:
©2¹
§a·
2 ⋅ tg¨ ¸
sena =
(
© 2¹ = 2⋅ 2 − 3 = )
4 − 2⋅ 3
=
4 − 2⋅ 3
=
2§ a ·
1 + tg ¨ ¸ 1 + 2 −(3
2
1 + 4)− 4 ⋅ 3 + 3 8 − 4 ⋅ 3
©2¹
2− 3 1 2− 3 1
= = ⋅ =
4 − 2⋅ 3 2 2 − 3 2
§a·
1 − tg 2 ¨ ¸
cos a = © 2¹ = 1− 2 − 3( )2
=
( )=
1− 4 − 4⋅ 3 + 3
§a·
1 + tg 2 ¨ ¸ 1 + 2 − 3 ( )2
1+ 4 − 4⋅ 3 + 3
© 2¹
=
−6+ 4⋅ 3
=
(
− 2⋅ 3− 2⋅ 3 )= − 1 ⋅ 3− 2⋅ 3 =
8− 4⋅ 3 4 ⋅ (2 − 3 ) 2 2− 3
116
1 3− 2⋅ 3 2+ 3 1 6 + 3⋅ 3 − 4⋅ 3 − 6
=− ⋅ ⋅ =− ⋅ =
2 2− 3 2+ 3 2 4−3
=−
1
2
(
⋅ − 3 = ) 2
3
Portanto, vem:
1 3 3
sen(2 ⋅ a ) = 2 ⋅ ⋅ = .
2 2 2
(b) cos(2 ⋅ a )
Aqui, tem-se:
cos(2 ⋅ a ) = cos 2 a − sen 2 a ;
então:
2
§ 3 · § 1 ·2 3 1 1
cos(2 ⋅ a ) = ¨¨ ¸ −¨ ¸ = − = .
¸ ©2¹
© 2 ¹ 4 4 2
1 + tg 2 x
( )
3) Calcular sen 15o e cos 15o . ( )
Ao invés de se utilizar as fórmulas de adição de arcos, podem-se u-
sar as fórmulas do arco metade, como segue:
3
( )
sen 15 o
§ 30 o
= sen¨
·
¸= 1 − cos 30( )
o
=
1−
2 = 2− 3
¨ 2 ¸ 2 2 2
© ¹
3
( )
cos 15 o
§ 30 o
= cos¨
·
¸= 1 + cos 30( )
o
=
1+
2 = 2+ 3
¨ 2 ¸ 2 2 2
© ¹
5 π §π x·
4) Dado que senx = , com 0 < x < , calcular sen ¨ + ¸ .
13 2 ©2 2¹
π x π §π x·
Como 0 < x < , segue-se que 0 < < . Assim, o arco ¨ + ¸
2 2 4 ©2 2¹
o
pertence ao 2 quadrante; então:
§π x· § § π x ·· §π x· §x· 1 + cos x
sen ¨ + ¸ = sen ¨¨ π − ¨ + ¸ ¸¸ = sen ¨ − ¸ = cos¨ ¸ =
© 2 2 ¹ © © 2 2 ¹¹ © 2 2 ¹ © ¹
2 2
Tem-se:
5 25 144 12
senx = cos 2 x = 1 − = ∴cos x = ;
13 169 169 13
então, vem:
12 25
1+
§π x· 1 + cos x 13 = 13 = 25 = 5 =
sen¨ + ¸ = =
©2 2¹ 2 2 2 26 26
5 26 5 ⋅ 26
= ⋅ = .
26 26 26
118
Exercícios propostos:
§a·
1) Demonstrar que cos sec a = cot g¨ ¸ − cot ga .
©2¹
π §a· §a·
3) Sabendo que 0 < a < , calcule tg¨ ¸ + cot g¨ ¸ em função de
2 ©2¹ ©2¹
funções trigonométricas do arco a.
§ §a· §a· ·
¨¨ R. : tg¨ ¸ + cot g¨ ¸ = 2 ⋅ cos sec a ¸¸
© © 2¹ ©2¹ ¹
Exercícios:
(b) y = sen (2 ⋅ x ) − 1
1a forma: escreve-se:
§π·
y = sen (2 ⋅ x ) − sen ¨ ¸ .
©2¹
Então:
120
§ π· § π·
¨2⋅x − ¸ ¨2⋅x + ¸
§π· 2 ¸ ⋅ cos¨ 2¸=
y = sen(2 ⋅ x ) − sen¨ ¸ = 2 ⋅ sen¨
©2¹ ¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸
¨ ¸ ¨ ¸
© ¹ © ¹
§ π· § π· § π· §π π·
= 2 ⋅ sen ¨ x − ¸ ⋅ cos¨ x + ¸ = 2 ⋅ sen ¨ x − ¸ ⋅ sen ¨ − x − ¸ =
© 4¹ © 4¹ © 4¹ ©2 4¹
§ π· §π · § π· § π·
= 2 ⋅ sen¨ x − ¸ ⋅ sen¨ − x ¸ = −2 ⋅ sen¨ x − ¸ ⋅ sen¨ x − ¸ =
© 4 ¹ © 4 ¹ © 4 ¹ © 4¹
§ π·
= −2 ⋅ sen 2 ¨ x − ¸
© 4¹
2a forma: pode-se escrever:
§ π·
y = sen (2 ⋅ x ) + (− 1) = sen (2 ⋅ x ) + sen ¨ − ¸ .
© 2¹
Assim, vem:
§ π· §π·
y = sen (2 ⋅ x ) + sen ¨ − ¸ = sen (2 ⋅ x ) − sen ¨ ¸ = 1a forma
© 2¹ ©2¹
a
3 forma: escreve-se:
§ 3⋅ π ·
y = sen (2 ⋅ x ) + (− 1) = sen (2 ⋅ x ) + sen ¨ ¸.
© 2 ¹
Então:
§ 3⋅ π · § 3⋅ π ·
¨ 2⋅x + ¸ ¨ 2⋅ x − ¸
§ 3⋅ π · ¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸=
y = sen (2 ⋅ x ) + sen¨ ¸ = 2 ⋅ sen ⋅ cos
© 2 ¹ ¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸
¨ ¸ ¨ ¸
© ¹ © ¹
§ 3⋅ π · § 3⋅ π ·
= 2 ⋅ sen¨ x + ¸ ⋅ cos¨ x − ¸
© 4 ¹ © 4 ¹
π 3⋅ π 3⋅ π π 3⋅ π
Se < < , então <x+ < + , ou seja,
4 4 2 4
3⋅ π 3⋅ π 5⋅ π § 3⋅ π ·
<x+ < . Assim, o arco ¨ x + ¸ pode pertencer ao
4 4 4 © 4 ¹
2o ou ao 3o quadrante.
§ 3⋅ π · o
Se ¨ x + ¸ pertence ao 2 quadrante, vem:
© 4 ¹
121
§ 3⋅ π · § 3⋅ π · §π · § π·
sen ¨ x + ¸ = sen ¨ π − x − ¸ = sen ¨ − x ¸ = −sen ¨ x − ¸
© 4 ¹ © 4 ¹ ©4 ¹ © 4¹
§ 3⋅ π · o
Se ¨ x + ¸ pertence ao 3 quadrante, vem:
© 4 ¹
§ 3⋅ π · § 3⋅ π · § π·
sen ¨ x + ¸ = −sen ¨ x + − π ¸ = −sen ¨ x − ¸ .
© 4 ¹ © 4 ¹ © 4¹
Logo, independentemente do arco estar no 2o ou ao 3o quadrante,
tem-se que
§ 3⋅ π · § π·
sen ¨ x + ¸ = −sen ¨ x − ¸ .
© 4 ¹ © 4¹
Por outro lado, tem-se:
§ 3⋅ π · § 3⋅ π · § π § 3⋅ π ··
cos¨ x − ¸ = cos¨ − x ¸ = sen¨¨ − ¨ − x ¸ ¸¸ =
© 4 ¹ © 4 ¹ ©2 © 4 ¹¹
§ π · § π·
= sen¨ − + x ¸ = sen¨ x − ¸
© 4 ¹ © 4¹
Assim, a expressão dada inicialmente fica:
§ 3⋅ π· § 3⋅ π·
y = 2 ⋅ sen¨ x + ¸ ⋅ cos¨ x − ¸=
© 4 ¹ © 4 ¹
,
§ π· § π· 2§ π·
= −2 ⋅ sen¨ x − ¸ ⋅ sen¨ x − ¸ = −2 ⋅ sen ¨ x − ¸
© 4¹ © 4¹ © 4¹
como se havia obtido nas duas formas anteriores de resolução.
( ) ( )
(c) y = sen 70 o − cos 60 o
123
1a forma:
( ) ( ) ( )
y = sen 70 o − sen 90 o − 60 o = sen 70 o − sen 30 o = ( )
§ 70 o − 30 o · § o o ·
= 2 ⋅ sen¨ ¸ ⋅ cos¨ 70 + 30 ¸ = 2 ⋅ sen (20 )⋅ cos(50 )
o o
¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸
© ¹ © ¹
a
2 forma:
( ) ( ) ( )
y = cos 90 o − 70 o − cos 60 o = cos 20 o − cos 60 o = ( )
§ 20 + 60
o o · § o o ·
= −2 ⋅ sen¨ ¸ ⋅ sen¨ 20 − 60 ¸=
¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸
© ¹ © ¹
( ) ( )
= −2 ⋅ sen 40 o ⋅ sen − 20 o =
= 2 ⋅ sen (40 )⋅ sen (20 ) = 2 ⋅ sen (20 )⋅ cos (90
o o o o
)
− 40 o =
= 2 ⋅ sen (20 ) ⋅ cos (50 )
o o
1
(d) y = 2 ⋅ senx +
cos x
2 ⋅ senx ⋅ cos x + 1 sen (2 ⋅ x ) + 1
y= = =
cos x cos x
1 § § π ··
= ⋅ ¨¨ sen (2 ⋅ x ) + sen¨ ¸ ¸¸ =
cos x © © 2 ¹¹
§ π· § π·
¨2⋅x + ¸ ¨ 2⋅x − ¸
1 2 ¸ ⋅ cos¨ 2 ¸=
= ⋅ 2 ⋅ sen¨
cos x ¨ 2 ¸ ¨ 2 ¸
¨ ¸ ¨ ¸
© ¹ © ¹
1 § π· § π·
= ⋅ 2 ⋅ sen ¨ x + ¸ ⋅ cos¨ x − ¸ =
cos x © 4¹ © 4¹
1 § π· §π ·
= ⋅ 2 ⋅ sen ¨ x + ¸ ⋅ cos¨ − x ¸ =
cos x © 4¹ ©4 ¹
1 § π· §π §π ··
= ⋅ 2 ⋅ sen¨ x + ¸ ⋅ sen¨¨ − ¨ − x ¸ ¸¸ =
cos x © 4¹ ©2 ©4 ¹¹
1 § π· §π ·
= ⋅ 2 ⋅ sen ¨ x + ¸ ⋅ sen ¨ + x ¸ =
cos x © 4¹ ©4 ¹
124
§ π·
2 ⋅ sen 2 ¨ x + ¸
1 § π· © 4¹
= 2⋅ ⋅ sen 2 ¨ x + ¸ =
cos x © 4¹ cos x
§ § x ··
(a) A = 1 + cos x ¨¨ R. : A = 2 ⋅ cos 2 ¨ ¸ ¸¸
© © 2 ¹¹
§ § π ··
(b) N = senx − cos x ¨¨ R. : N = 2 ⋅ sen¨ x − ¸ ¸¸
© © 4 ¹¹
§ 13 ⋅ π · § 7⋅π· § 1·
(a) y = sen ¨ ¸ ⋅ sen ¨ ¸ ¨ R. : y = − ¸
© 12 ¹ © 12 ¹ © 4¹
§ 7⋅π· §π· § 1·
(b) y = cos¨ ¸ ⋅ cos¨ ¸ ¨ R. : y = − ¸
© 12 ¹ © 12 ¹ © 4¹
7 EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
São equações nas quais a incógnita faz parte do arco de alguma fun-
ção trigonométrica. Exemplos:
§ π·
1) senx = sen ¨ 2 ⋅ x − ¸
© 4¹
§ π·
2) tgx = tg¨ x + ¸
© 3¹
Resolver uma equação desse tipo significa encontrar os valores de x,
caso existam, que a tornem uma sentença numérica verdadeira. Es-
ses valores dos arcos (ou ângulos) que verificam uma equação trigo-
nométrica chamam-se soluções da equação.
Como a um determinado valor de uma função circular corresponde
uma infinidade de valores do arco, toda equação trigonométrica tem
infinitas soluções, a menos que haja condições para a equação.
Não existe um método único para resolver todas as equações trigo-
nométricas. Entretanto, a maioria delas pode ser transformada, por
meio das relações já vistas, em outras mais simples, equivalentes, de
mesma solução. Grande parte das equações trigonométricas pode ser
solucionada resolvendo-se as equações fundamentais, indicadas a
seguir:
FIGURA 1
128
∩
Considere-se, no ciclo trigonométrico, um arco orientado AM , de
medida a. Todos os arcos de extremidade M possuem o mesmo seno
do arco de medida a. Também possuem o mesmo seno de a todos os
arcos de extremidade M ′ , simétrico de M em relação ao eixo dos
senos (Figura 1).
Então:
x = a + 2 ⋅ k ⋅ π
°
senx = sena ⇔ ®ou ;∀ k ∈ Ζ .
°x = π − a + 2 ⋅ k ⋅ π
¯
Exemplos:
1
1) senx =
2
Pode-se escrever:
π
°x = 6 + 2 ⋅ k ⋅ π
§π· °
senx = sen¨ ¸ ⇔ ®ou ; ∀ k∈Ζ
©6¹ °
π 5⋅π
°x = π − + 2 ⋅ k ⋅ π x = + 2⋅k ⋅π
¯ 6 6
2) senx = −1
Para todo k ∈ Ζ , a equação pode ser escrita na forma:
3⋅ π
°x = 2 + 2 ⋅ k ⋅ π
§ 3⋅ π· °
senx = sen¨ ¸ ⇔ ®ou
© 2 ¹ °
3⋅ π π
°x = π − + 2 ⋅ k ⋅ π x = − + 2 ⋅ k ⋅ π
¯ 2 2
3⋅ π π
Os arcos e − têm a mesma extremidade no ciclo trigonomé-
2 2
trico e, portanto, ambas as soluções são iguais. Logo, a solução da
129
equação dada é:
3⋅ π ½
S = ®x ∈ R / x = + 2 ⋅ k ⋅ π; ∀ k ∈ Ζ ¾ .
¯ 2 ¿
3) sen (2 ⋅ x ) = senx
Aqui, tem-se:
2 ⋅ x = x + 2 ⋅ k ⋅ π x = 2 ⋅ k ⋅ π °x = 2 ⋅ k ⋅ π
° ° °
®ou ®ou ®ou
°2 ⋅ x = π − x + 2 ⋅ k ⋅ π °3 ⋅ x = π + 2 ⋅ k ⋅ π ° π 2⋅k ⋅π
¯ ¯ °x = +
¯ 3 3
π 2⋅k ⋅π ½
∴S = ®x ∈ R / x = 2 ⋅ k ⋅ π ou x = + ; ∀ k ∈ Ζ¾ .
¯ 3 3 ¿
Para se conhecerem algumas soluções particulares da equação dada,
basta que se atribuam valores inteiros a k, como segue:
• da solução x = 2 ⋅ k ⋅ π obtêm-se, por exemplo, as soluções:
k = 0 x = 0
k = 1 x = 2 ⋅ π
k = −1 x = −2 ⋅ π
π 2⋅k ⋅π
• da solução x = + obtêm-se, por exemplo, as soluções:
3 3
π
k = 0 x =
3
π 2⋅π
k = 1 x = + =π
3 3
π 4⋅π 5⋅π
k = 2 x = + =
3 3 3
π 2⋅π π
k = −1 x = − =−
3 3 3
π 4⋅π
k = −2 x = − = −π
3 3
4) 2 ⋅ sen (3 ⋅ x ) + 2 = 0
130
Nesse caso, pode-se escrever:
2 § π·
2 ⋅ sen (3 ⋅ x ) + 2 = 0 sen (3 ⋅ x ) = − sen(3 ⋅ x ) = sen¨ − ¸ .
2 © 4¹
Então:
π π
°3 ⋅ x = − + 2 ⋅ k ⋅ π °3⋅ x = − + 2⋅ k ⋅ π
°° 4 4
°
® ou ®ou
° ° 5⋅ π
°3 ⋅ x = π − §¨ − π ·¸ + 2 ⋅ k ⋅ π °3 ⋅ x = + 2⋅k⋅π
¯° © 4¹ ¯ 4
π 2⋅k ⋅π
°x = − 12 + 3
°
®ou
° 5⋅π 2⋅ k ⋅π
°x = +
¯ 12 3
π 2⋅k ⋅π 5⋅π 2⋅k ⋅ π ½
∴S = ®x ∈ R / x = − + ou x = + ; ∀ k ∈ Ζ¾ .
¯ 12 3 12 3 ¿
5) senx + cos x = 1
Aqui, tem-se:
senx + cos x = 1 cos x = 1 − senx cos 2 x = 1 − 2 ⋅ senx + sen 2 x
1 − sen 2 x = 1 − 2 ⋅ senx + sen 2 x 2 ⋅ sen 2 x − 2 ⋅ senx = 0
senx = 0 (I )
°
senx ⋅ (senx − 1) = 0 ®ou
°senx = 1 (II )
¯
De (I), vem:
senx = 0 ⇔ senx = sen 0
x = 0 + 2 ⋅ k ⋅ π x = 2 ⋅ k ⋅ π
°
∴ ®ou
°x = π − 0 + 2 ⋅ k ⋅ π x = π + 2 ⋅ k ⋅ π x = (2 ⋅ k + 1) ⋅ π
¯
De (II), vem:
§π·
senx = 1 ⇔ senx = sen ¨ ¸
©2¹
131
π
°x = 2 + 2 ⋅ k ⋅ π
°
∴ ®ou
° π π
°x = π − + 2 ⋅ k ⋅ π x = + 2 ⋅ k ⋅ π
¯ 2 2
Uma vez que a equação dada inicialmente foi elevada ao quadrado,
é preciso verificar se as soluções obtidas a satisfazem. Faz-se, assim,
a verificação:
• de x = 2 ⋅ k ⋅ π , vem:
sen (2 ⋅ k ⋅ π) + cos(2 ⋅ k ⋅ π) = 0 + 1 = 1 ,
ou seja, esta é uma solução da equação dada;
• de x = (2 ⋅ k + 1) ⋅ π , vem:
sen[(2 ⋅ k + 1) ⋅ π] + cos[(2 ⋅ k + 1) ⋅ π] = 0 − 1 = −1 ,
e, portanto, esta não é solução da equação dada;
π
• de x = + 2 ⋅ k ⋅ π , vem:
2
§π · §π ·
sen ¨ + 2 ⋅ k ⋅ π ¸ + cos¨ + 2 ⋅ k ⋅ π ¸ = 1 + 0 = 1 ,
©2 ¹ ©2 ¹
ou seja, esta também é uma solução da equação dada.
Logo, o conjunto solução da equação é:
π ½
S = ®x ∈ R / x = 2 ⋅ k ⋅ π ou x = + 2 ⋅ k ⋅ π ; k ∈ Ζ¾ .
¯ 2 ¿
FIGURA 2
Exemplos:
1) cos x = −1
A equação pode ser escrita ma forma:
cos x = cos π ⇔ x = ± π + 2 ⋅ k ⋅ π
∴ x = π + 2 ⋅ k ⋅ π = (2 ⋅ k + 1) ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ
Logo, a solução da equação dada é:
S = {x ∈ R / x = (2 ⋅ k + 1) ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ} .
§ 2⋅π·
2) sec x = sec¨ ¸
© 3 ¹
Escreve-se:
1 1 § 2⋅π· 2⋅π
= cos x = cos¨ ¸ ⇔x = ± + 2⋅k ⋅π
cos x § 2 ⋅ π · © 3 ¹ 3
cos¨ ¸
© 3 ¹
133
2⋅π ½
∴S = ®x ∈ R / x = ± + 2 ⋅ k ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ¾ .
¯ 3 ¿
3) sen 2 x = 1 + cos x
Da equação dada, vem:
1 − cos 2 x = 1 + cos x (1 − cos x ) ⋅ (1 + cos x ) = 1 + cos x (I)
Há duas possibilidades a considerar:
1 + cos x = 0 cos x = −1
° °
®ou , ou seja, ®ou .
°1 + cos x ≠ 0 °cos x ≠ −1
¯ ¯
Se cos x = −1 , vem, pelo exemplo 1, que x = (2 ⋅ k + 1) ⋅ π .
Se cos x ≠ −1 , pode-se dividir ambos os membros da equação (I)
pela expressão (1 + cos x ) e, portanto, tem-se:
π π
1 − cos x = 1 cos x = 0 cos x = cos ⇔ x = ± + 2 ⋅ k ⋅ π .
2 2
π π
A solução x = ± + 2 ⋅ k ⋅ π pode ser escrita na forma x = + k ⋅ π .
2 2
Assim, o conjunto solução da equação é:
π ½
S = ® x ∈ R / x = (2 ⋅ k + 1) ⋅ π ou x = + k⋅ π ; k ∈ Ζ ¾ .
¯ 2 ¿
π
4) 2 ⋅ cos(5 ⋅ x ) = 1, para 0 < x < .
2
Pode-se escrever:
1 § π·
cos(5 ⋅ x ) = cos(5 ⋅ x ) = cos¨ ¸
2 ©3¹
π 2⋅k ⋅π
° x = 15 + 5
π °
∴ 5 ⋅ x = ± + 2 ⋅ k ⋅ π ®ou .
3 ° π 2⋅k ⋅π
°x = − +
¯ 15 5
Para que os arcos provenientes das soluções obtidas satisfaçam a
condição inicial, devem-se atribuir valores inteiros a k. Assim, vem:
134
π 2⋅π
° x = 15 − 5 < 0
°
k = −1 ®ou ∴ não serve;
° π 2⋅π
°x = − − <0
¯ 15 5
É fácil ver que para todo k < 0, tem-se x < 0, que não satisfaz a con-
dição inicial. Tomam-se, assim, valores não negativos de k:
π
°x = 15 (serve)
°
k = 0 ®ou
° π
°x = − (não serve)
¯ 15
π 2⋅π 7⋅π
°x = 15 + 5 = 15 (serve)
°
k = 1 ®ou
° π 2⋅ π 5⋅ π π
°x = − + = = (serve)
¯ 15 5 15 3
π 4 ⋅ π 13 ⋅ π π
°x = 15 + 5 = 15 > 2 (não serve)
°
k = 2 ®ou .
° π 4 ⋅ π 11 ⋅ π π
°x = − + = > ( não serve)
¯ 15 5 15 2
Constata-se, assim, que há apenas três valores de x que satisfazem a
equação dada, com a condição exigida:
π 7⋅π π½
S=® ; ; ¾.
¯15 15 3 ¿
5) 2 ⋅ cos 2 x − 3 ⋅ cos x + 1 = 0
Tem-se, aqui, uma equação do 2o grau na variável cosx que, resolvi-
da, fornece as soluções:
°cos x = 1 (I)
°
®ou .
° 1
°cos x = ( II)
¯ 2
135
De (I), vem:
cos x = 1 cos x = cos 0 ⇔ x = 2 ⋅ k ⋅ π
De (II), vem:
1 §π· π
cos x = cos x = cos¨ ¸ ⇔ x = ± + 2 ⋅ k ⋅ π .
2 ©3¹ 3
Portanto, tem-se:
π ½
S = ® x ∈ R / x = 2 ⋅ k ⋅ π ou x = ± + 2 ⋅ k ⋅ π ; k ∈ Ζ ¾
¯ 3 ¿
FIGURA 3
Então:
x = a + 2 ⋅ k ⋅ π
°
tgx = tga ⇔ ®ou ;∀ k ∈ Ζ .
°x = π + a + 2 ⋅ k ⋅ π = a + (2 ⋅ k + 1) ⋅ π
¯
As soluções anteriores podem ser escritas em uma só, da seguinte
forma:
136
tgx = tga ⇔ x = a + k ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ .
Exemplos:
3
1) tg(2 ⋅ x ) = −
3
Escreve-se a equação na forma:
§ 5⋅ π · 5⋅π 5⋅π k ⋅π
tg (2 ⋅ x ) = tg¨ ¸⇔2⋅x = + k ⋅ π x = +
© 6 ¹ 6 12 2
Logo, a solução da equação dada é:
5⋅π k ⋅ π ½
S = ®x ∈ R / x = + ; ∀ k ∈ Ζ¾ .
¯ 12 2 ¿
Pode-se resolver essa equação de outra forma, escrevendo:
§ π· π π k⋅π
tg (2 ⋅ x ) = tg¨ − ¸ ⇔ 2 ⋅ x = − + k ⋅ π x = − + .
© 6¹ 6 12 2
As duas soluções, embora escritas de forma diferente, são equivalen-
tes, isto é, geram os mesmo arcos, dependendo do número inteiro k
que se utilize. Usando a primeira solução obtida, têm-se, por exem-
plo, os arcos:
5⋅π
k = 0 x =
12
5 ⋅ π π 11 ⋅ π
k = 1 x = + =
12 2 12
5⋅π 17 ⋅ π
k = 2 x = +π=
12 12
5⋅π π π
k = − 1 x = − =−
12 2 12
5⋅ π 7⋅π
k = −2 x = −π=−
12 12
Já da segunda solução, têm-se:
π
k = 0 x = −
12
π π 5⋅π
k = 1 x = − + =
12 2 12
137
π 11 ⋅ π
k = 2 x = − +π=
12 12
π π 7⋅π
k = −1 x = − − = −
12 2 12
π 13 ⋅ π
k = −2 x = − − π = −
12 12
É fácil ver que se obterão os mesmos valores para o arco x, confor-
me se variam os valores de k.
2) tgx + cot gx = 2
Faz-se:
1 tg 2 x + 1
tgx + = 2 = 2 tg 2 x − 2 ⋅ tgx + 1 = 0 (tgx − 1)2 = 0
tgx tgx
.
Assim, tgx = 1 é uma raiz dupla da equação do 2o grau na variável
tgx. Portanto, vem:
§π· π
tgx = 1 tgx = tg ¨ ¸ ⇔ x = + k ⋅ π
©4¹ 4
π ½
∴S = ®x ∈ R / x = + k ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ ¾ .
¯ 4 ¿
3) sec 2 x = 1 − tgx
Tem-se:
tgx = 0
2 2 °
1 + tg x = 1 − tgx tg x + tgx = 0 tgx ⋅ (tgx + 1) = 0 ®ou .
°tgx = −1
¯
Assim, vem:
tgx = 0 tgx = tg 0 ⇔ x = k ⋅ π
§ π· π
tgx = −1 tgx = tg¨ − ¸ ⇔ x = − + k ⋅ π
© 4¹ 4
π ½
∴S = ®x ∈ R / x = k ⋅ π ou x = − + k ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ ¾ .
¯ 4 ¿
138
§ π·
4) tg¨ x − ¸ = tg (2 ⋅ x )
© 8¹
Tem-se:
π π π
x − = 2 ⋅ x + k ⋅ π − x = + k ⋅ π x = − − k ⋅ π
8 8 8
Como k é um número inteiro, que ora é positivo, ora é negativo, po-
π
de-se escrever: x = − + k ⋅ π . Assim:
8
π ½
S = ®x ∈ R / x = − + k ⋅ π ; ∀ k ∈ Ζ ¾ .
¯ 8 ¿
8 FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
FIGURA 1
É fácil ver que uma função que é sempre crescente ou sempre de-
crescente em seu domínio é injetora. A Figura 2 mostra uma função
que não é sobrejetora, nem injetora.
140
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
ª π πº
Por definição, adota-se o intervalo «− , » , no qual a função é
¬ 2 2¼
crescente e, portanto, injetora. Logo, a função passa a ser definida da
seguinte forma:
ª π πº
f : « − , » → [- 1,1]
¬ 2 2¼ ,
x y = sen (x)
sendo bijetora e, portanto, admitindo inversa.
FIGURA 5
143
Se y = senx , então x é o arco cujo seno vale y; escrevemos:
x = arcseny . Trocando x por y, obtém-se y = arcsenx , isto é, a fun-
ção inversa de f é: f −1 (x ) = arcsenx .
ª π πº
( ) ( )
Tem-se: D f −1 = Im(f ) = [- 1,1] e Im f −1 = D(f ) = « − , » .
¬ 2 2¼
Assim, tem-se:
ª π π º½
y = arcsenx ⇔ ®seny = x e y ∈ «− , » ¾ .
¯ ¬ 2 2 ¼¿
Os gráficos de f e de sua inversa f −1 são apresentados na Figura 5.
§ π ·
Observe que o gráfico de f (x ) = senx contém os pontos ¨ − ,−1¸ e
© 2 ¹
§π · −1
¨ ,1¸ , enquanto que o gráfico de f (x ) = arcsenx contém os pon-
©2 ¹
§ π· § π·
tos ¨ − 1,− ¸ e ¨1, ¸ .
© 2¹ © 2¹
Exemplos:
§1·
1) Se y = arcsen ¨ ¸ , então:
© 2¹
§1· 1 ª π π º½
y = arcsen¨ ¸ ⇔ ®seny = e y ∈ «− , » ¾ .
©2¹ ¯ 2 ¬ 2 2 ¼¿
ª π πº
O único arco que pertence ao intervalo «− , » cujo seno é igual a
¬ 2 2¼
1 π π
é o arco . Logo, y = .
2 6 6
§ 2 ·¸
2) Se α = arcsen¨¨ − ¸ , então:
© 2 ¹
§ 2 ·¸ ° 2 ª π π º ½°
α = arcsen¨¨ − ¸ ⇔ ®senα = − e α ∈ «− , » ¾ .
© 2 ¹ °̄ 2 ¬ 2 2 ¼ °¿
144
ª π πº
O único arco que pertence ao intervalo «− , » cujo seno é igual a
¬ 2 2¼
2 π π
− é o arco − . Portanto, α = − .
2 4 4
§ 3·
3) Calcular α = 2 ⋅ arcsen¨¨ ¸.
¸
© 2 ¹
Tem-se:
§ 3 · ° § α · ½
α
= arcsen¨¨ ¸ ⇔ ®sen¨ ¸ = 3 e α ∈ ª− π , π º °¾ .
2 ¸ « »
© 2 ¹ °̄ © 2 ¹ 2 2 ¬ 2 2 ¼ °¿
Conclui-se, assim, que:
α π 2⋅π
= ∴ α= .
2 3 3
4) Calcular y = arcsen (− 1) .
Tem-se:
ª π π º½
y = arcsen(− 1) ⇔ ®seny = −1 e y ∈ «− , » ¾ .
¯ ¬ 2 2 ¼¿
ª π πº
O único arco que pertence ao intervalo «− , » cujo seno é igual a
¬ 2 2¼
π π
-1 é o arco − . Logo, y = − .
2 2
FIGURA 6
FIGURA 7
146
Exemplos:
§ 3·
1) Determinar a tal que a = arccos¨¨ ¸.
¸
© 2 ¹
Tem-se:
§ 3 · ° ½
a = arccos¨¨ ¸ ⇔ ®cos a = 3 e a ∈ [0, π]°¾ .
¸
© 2 ¹ °̄ 2 °¿
O único arco que pertence ao intervalo [0, π] cujo cosseno é igual a
3 π π
é o arco . Logo, a = .
2 6 6
2) Se α = arccos(− 1) , então:
π ½
A função tangente tem domínio D = ®x ∈ R / x ≠ + k ⋅ π (k ∈ Ζ )¾ .
¯ 2 ¿
Em seu domínio, a função é sobrejetora, mas não é injetora, como se
pode ver facilmente pelo seu gráfico (Figura 8). Para torná-la injeto-
§ π π·
ra, considera-se, por definição, o intervalo ¨ − , ¸ como sendo
© 2 2¹
seu domínio, pois nele a função não tem pontos de descontinuidade
e é crescente.
FIGURA 8
FIGURA 9
Exemplos:
1) Se α = arctg0 , então:
§ π π ·½
α = arctg0 ⇔ ®tgα = 0 e α ∈ ¨ − , ¸ ¾ .
¯ © 2 2 ¹¿
§ π π·
O único arco que pertence ao intervalo ¨ − , ¸ cuja tangente é i-
© 2 2¹
gual a zero é α = 0 .
ª § 3 ·¸ º
2) Calcular y = sen «arctg¨¨ − .
¸»
«¬ © 3 ¹ »¼
149
§ 3 ·¸
Chamando: α = arctg¨¨ − ¸ , quer-se calcular y = senα . Tem-se:
© 3 ¹
§ 3 ·¸ ° 3 § π π · ½°
α = arctg¨¨ − ⇔
¸ °̄® tg α = − e α ∈ ¨ − , ¸¾ .
© 3 ¹ 3 © 2 2 ¹ °¿
π
Segue-se que α = − e vem:
6
§ π· §π· 1
y = sen ¨ − ¸ = −sen ¨ ¸ = − .
© 6¹ ©6¹ 2
3) Se α = arctg1 , então:
§ π π ·½
α = arctg1 ⇔ ®tgα = 1 e α ∈ ¨ − , ¸ ¾ .
¯ © 2 2 ¹¿
π
Portanto, α = .
4
FIGURA 10
FIGURA 11
151
Exemplos:
FIGURA 12
FIGURA 13
Exemplos:
FIGURA 14
FIGURA 15
Exemplos:
8.3.7 Exercícios
ª §4· § 5 ·º
1) Calcular y = sen «arccos¨ ¸ + arctg¨ ¸» .
¬ ©5¹ © 12 ¹¼
Faz-se:
§4· §5·
α = arccos¨ ¸ e β = arctg¨ ¸ ;
5
© ¹ © 12 ¹
assim, quer-se determinar o valor de y = sen (α + β ) , ou seja, o valor
de
y = sen (α + β ) = senα ⋅ cos β + cos α ⋅ senβ .
§4·
De α = arccos¨ ¸ , vem:
©5¹
§4· 4 ½
α = arccos¨ ¸ ⇔ ®cos α = e α ∈ [0, π]¾ ∴ α ∈1o Q ;
5
© ¹ ¯ 5 ¿
então:
16 9 3
sen 2 α = 1 − cos 2 α = 1 − = ∴ senα = .
25 25 5
§5·
De β = arctg¨ ¸ , vem:
© 12 ¹
158
§5· 5 § π π ·½
β = arctg¨ ¸ ⇔ ®tgβ = e β ∈ ¨ − , ¸¾ ∴ β ∈ 1o Q .
© 12 ¹ ¯ 12 © 2 2 ¹¿
Logo,
25 169 13 12
sec 2 β = 1 + tg 2β = 1 + = ∴ sec β = cos β = .
144 144 12 13
Assim, tem-se:
5 12 5
senβ = tgβ ⋅ cos β = ⋅ = .
12 13 13
Obtém-se, finalmente, o valor procurado de y:
3 12 4 5 56
y= ⋅ + ⋅ = .
5 13 5 13 65
ª § 24 · § 1 ·º
2) Calcular y = tg «arcsen¨ − ¸ − arccos¨ ¸» .
¬ © 25 ¹ © 5 ¹¼
De modo análogo ao exercício anterior, faz-se:
§ 24 · §1·
α = arcsen ¨ − ¸ e β = arccos¨ ¸ ;
© 25 ¹ ©5¹
isto é, quer-se determinar o valor de y = tg (α − β ) :
tgα − tgβ
y = tg (α − β ) = .
1 − tgα ⋅ tgβ
§ 24 ·
De α = arcsen ¨ − ¸ , vem:
© 25 ¹
§ 24 · 24 ª π π º½
α = arcsen¨ − ¸ ⇔ ®senα = − e α ∈ «− , » ¾ ∴ α ∈4 o Q ;
© 25 ¹ ¯ 25 ¬ 2 2 ¼¿
então:
576 49 7
cos 2 α = 1 − sen 2 α = 1 − = ∴ cos α = ,
625 425 25
e, portanto,
24
tgα = − .
7
§1·
De β = arccos¨ ¸ , vem:
©5¹
§1· 1 ½
β = arccos¨ ¸ ⇔ ®cos β = e β ∈ [0, π]¾ ∴ β ∈1o Q ;
5
© ¹ ¯ 5 ¿
logo,
159
1 24 2⋅ 6
sen 2β = 1 − cos 2 β = 1 − = ∴ senβ = .
25 25 5
Assim, tem-se:
2⋅ 6
tgβ = = 2⋅ 6 .
1
Assim, o valor procurado de y é:
24 24 + 14 ⋅ 6
− − 2⋅ 6 −
7 7 24 + 14 ⋅ 6
y= = =− =
§ 24 · 7 − 48 ⋅ 6 7 − 48 ⋅ 6
1+ ¨− ¸⋅ 2⋅ 6
© 7 ¹ 7
24 + 14 ⋅ 6 7 + 48 ⋅ 6 168 + 1152 ⋅ 6 + 98 ⋅ 6 + 4032
=− ⋅ =− =
7 − 48 ⋅ 6 7 + 48 ⋅ 6 49 − 2304 ⋅ 6
4200 + 1250 ⋅ 6 168 + 50 ⋅ 6
= =
− 13775 551
FIGURA 16
• x 2 − 10 ≤ 1 x 2 − 10 − 1 ≤ 1 − 1 x 2 − 11 ≤ 0 .
Os zeros da função y = x 2 − 11 são x = − 11 ≅ −3,32 e
x = 11 ≅ 3,32 ; o estudo de sinal dessa função é apresentado na Fi-
gura 17.
FIGURA 17
FIGURA 18
FIGURA 19
161
Logo, os valores de x que satisfazem (I) e (II) estão no intervalo
[ ]
3, 11 , ou seja:
D(f ) = {x ∈ R / 3 ≤ x ≤ 11}.
senx
4) Sabe-se que se y = tgx , então y = . Dizer se é verdadeira
cos x
arcsenx
ou falsa a afirmação: "se y = arctgx , então y = ". Dar os
arccos x
arcsenx
domínios das funções y = arctgx e y = .
arccos x
A afirmação é falsa. A função y = arctgx é a função inversa da fun-
ção y = tgx .
arcsenx
A expressão y = é um quociente das funções arcsenx e
arccos x
arccos x , que são, respectivamente, as funções inversas das funções
senx e cos x .
Considere-se, por exemplo, x = 1. Tem-se:
π
y = arctg1 tgy = 1∴ y = ;
4
por outro lado, vem:
π
arcsen1 2
y= = ,
arccos1 0
que não está definido.
arcsenx
O exemplo deixa claro que arctgx ≠ . Observe-se, ainda,
arccos x
arcsenx
que os domínios das funções y = arctgx e y = são diferen-
arccos x
tes. No caso da primeira função, seu domínio é R ; já para a função
arcsenx
y= , é preciso observar que, olhando separadamente as
arccos x
funções que estão no numerador e no denominador, o domínio de
cada uma delas é o intervalo [- 1,1] . Entretanto, é preciso excluir do
domínio da função que está no denominador os valores de x que a
anulam, ou seja, os valores de x tais que arccos x = 0 . Ora, o único
x ∈ [- 1,1] tal que arccos x = 0 é x = 1. Conclui-se, assim, que se de-
162
ve excluir do domínio da função arccos x o valor x = 1. Assim, o
arcsenx
domínio de y = é [- 1,1) .
arccos x
Exercícios propostos:
ª § 8· § 5 ·º § 171 ·
1) Calcular y = cos «arcsen¨ − ¸ − arccos¨ − ¸ » ¨ R. : y = − ¸
¬ © 17 ¹ © 13 ¹ ¼ © 221 ¹
§ x2 − 5 ·
(a) f (x ) = arctg¨¨ ¸ (R. : D(f ) = {x ∈ R / x ≠ −3})
x + 3 ¸
© ¹
(
(b) f (x ) = arccos x 2 − 1) (R. : D(f ) = {x ∈ R / − 2≤x≤ 2 })
ª § 3 ·º § 7 ·
3) Calcular y = cos «2 ⋅ arccos¨ ¸» ¨ R. : y = − ¸
¬ © 5 ¹¼ © 25 ¹
ª § 3· § 5 ·º § 204 ·
4) Calcular y = tg «2 ⋅ arcsen¨ ¸ + arccos¨ ¸» ¨ R. : y = − ¸
¬ 5
© ¹ © 13 ¹¼ © 253 ¹
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS