Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Funcoescontinuas
Funcoescontinuas
‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
1 Funções contı́nuas 4
1.1 Funções contı́nuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.1 Função contı́nua e limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.2 Funções contı́nuas e sequências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.3 f(A) ⊂ f(A) e continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Funções contı́nuas e operações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2.1 A composição de funções contı́nuas é contı́nua . . . . . . . . . . 17
1.3 Funções contı́nuas e desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.3.1 Hölder- contı́nua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.4 Funções contı́nuas em intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.4.1 Teorema do valor intermediário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.4.2 Função contı́nua e abertos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.5 Funções contı́nuas em intervalos compactos . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.5.1 Aplicações abertas são monótonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.6 Continuidade uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.6.1 Função lipschitziana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.6.2 Critério de sequências para continuidade uniforme . . . . . . . . 46
1.7 Funções contı́nuas em espaços métricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.7.1 Função Lipschitziana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
1.7.2 Propriedades elementares de funções contı́nuas . . . . . . . . . . 59
1.8 Homeomorfismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
1.8.1 Métricas equivalentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
1.9 Continuidade uniforme em espaços métricos . . . . . . . . . . . . . . . . 61
1.9.1 Continuidade uniforme e compactos . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2
SUMÁRIO 3
Funções contı́nuas
Chamamos esse tipo de definição de definição por epsillon e delta. Uma definição
similar a essa foi dada por Bernard Bolzano em 1817, depois independentemente por
Cauchy, porém a definição formal e distinção entre continuidade pontual e uniforme
é considerada obra de Karl Weierstrass.
4
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 5
pois podemos tomar δ que satisfaça (a − δ, a + δ) ∩ A = {a}, tal δ existe pelo fato de a
ser ponto isolado, nesse caso x só poderá ser a, daı́ tem-se f(x) −f(a) = 0 < ε, ∀ ε.
|{z}
=f(a)
ê Demonstração.
o conjunto dos pontos |x − a| < δ nunca é vazio por a ser ponto de acumulação,
então faz sentido falar em limite e existem valores que satisfazem 0 < |x − a| < δ,
daı́ a propriedade segue pela definição de limite.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 6
como vale também para x = a, pois |f(a) − f(a)| = 0 < L então tem-se |x − a| < δ
implicando |f(x) − f(a)| < ε o que pela definição garante que f é contı́nua.
Então a função é contı́nua em a quando os limites laterais são iguais
e chamamos de salto de f em a.
Se a função é contı́nua em a então S(a) = 0.
ê Demonstração. Se f|B é contı́nua então ∀ ε > 0 ∃δ1 > 0 | x ∈ B com |x−a| < δ1
implica |f(x) − f(a)| < ε, significa que x ∈ (a − δ, a + δ) e x ∈ (a − δ1 , a + δ1 ) implica
|f(x) − f(a)| < ε, mas a primeira frase significa que x ∈ A com x ∈ (a − δ2 , a + δ2 ),
onde δ2 = min{δ1 , δ2 } implicando |f(x) − f(a)| < ε, daı́ f : A → R é contı́nua pela
definição.
e pelo limite da sequência ∀ ε1 > 0, ∃n0 ∈ N|n > n0 ⇒ 0 < |xn − a| < ε1 , como é
garantida a relação para qualquer ε1 > 0, tomamos ε1 = δ de onde segue 0 < |xn −a| <
δ, usando essa desigualdade com a definição do limite de f(x) segue |f(xn ) − L| < ε
que implica lim f(xn ) = L.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 8
1
∃ε > 0 tal que ∀ n ∈ N podemos obter xn ∈ A com 0 < |xn − a| < e |f(xn ) − L)| ≥ ε.
n
Então xn → a, mas não se tem lim f(xn ) = L.
Temos então que funções contı́nuas preservam limite e vale lim f(xn ) = f(lim xn ).1
construir uma função f : R → R tal que ela seja contı́nua apenas nos pontos (xk )n1 .
Particionamos a reta como
[1
n− n
[
R = (−∞, x1 + a2 ] ∪ (xk − ak , xk + ak ] ∪ (xn − an , ∞) = Ak .
| {z } | {z } | {z }
A1 k=2 Ak An k=1
xk − xk−1
onde ak = , isto é, dividimos a reta em n partes onde cada conjunto
2
Ak , excetuando A1 e An tem centro em xk . Definimos fAk , a função restrita à Ak
1
Heinrich Eduard Heine (Março 15 de 1821- outubro 21 de 1881) foi um matemático alemão.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 10
como
x se x é racional
f(x) =
2x − x se x é irracional
k
nos outros pontos a função é constante, logo é contı́nua. Essa função é um tipo
de função escada.
Da mesma maneira, dada uma sequência de pontos (xk ), tal que sejam pontos
isolados na reta, podemos definir uma sequência descontı́nua apenas nesses pon-
tos e contı́nua em todos os outros pontos. Se a sequência não possui mı́nimo nem
máximo, enumeramos a sequência usando os números inteiros (xk )∞
−∞ , tal que
xk+1 > xk ∀ k definimos f(x) = k se x ∈ [xk , xk+1 ), daı́ usamos o mesmo argumento
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 12
já usado.
Se a sequência possui mı́nimo tomamos sua enumeração crescente (xk ) e defi-
nimos da mesma maneira que no primeiro exemplo,f(x) = 1 se x < x1 , f(x) = k se
x ∈ [xk , xk+1 ), 1 < k porém agora os intervalos [xk , xk+1 ) são infinitos.
Se a sequência possui máximo tomamos uma enumeração decrescente (xk ),
com isso definimos f(x) = 1 se x > x1 e para os outros intervalos f(x) = k se
x ∈ (xk+1 , xk ], k ≥ 1.
uma das duas condições é satisfeita para um número infinito de ı́ndices, logo po-
demos tomar uma subsequência (tn ) de (xn ) que satisfaz lim tn = a (pois toda sub-
sequência tende ao mesmo limite) e vale uma das propriedades citadas acima para
todo n ∈ N .
ê Demonstração.
• Vale f(0) = 0 pois f(0 + 0) = f(0) + f(0) = 2f(0) = f(0) se fosse f(0) 6= 0
chegarı́amos no absurdo de 2 = 1 então vale f(0) = 0.
• Dado x real arbitrário, vale que f(−x) = −f(x) pois f(x − x) = f(x) + f(−x) = 0
portanto f(−x) = −f(x).
• Vale que f(nx) = nf(x) para qualquer x real e n natural pois, por indução
f(1.x) = 1.f(x), supondo f(nx) = nf(x) tem-se que
f(xn ) = xn .f(1) = xn .a
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 15
xn ≤ x ≤ yn
tomando o limite
x.a ≤ f(x) ≤ y.a.
Portanto f(x) = a.x para qualquer x real .
pois h 6= 0 no limite e
f(x) f(a)
lim = lim f(x).(lim g(x))−1 = .
x→a g(x) x→a x→a g(a)
X
n
$ Corolário 7. Todo polinômio f : A → R dado por f(x) = ak xk é contı́nuo
k=0
em a ∈ A, pois cada ak xk é contı́nua em a e daı́ a sua soma também é contı́nua.
$ Corolário 8. Funções racionais, que são dadas pelo quociente de dois po-
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 17
linômios , são funções contı́nuas nos valores onde o denominador não se anula,
pois tem-se o quociente de funções contı́nuas.
•
∀ ε > 0 ∃δ1 > 0 | y ∈ B |y − g(a)| < δ1 ⇒ |f(y) − f(g(a))| < ε,
como |g(x) − g(a)| < δ1 e ∀ y ∈ B com |y − g(a)| < δ1 tem-se |f(y) − f(g(a))| < ε,
pela continuidade de f, então em especial podemos tomar y = g(x) o que implica
desde que |x − a| < δ, então, resumindo, para ε > 0 arbitrário existe δ1 > 0 tal que
|x − a < δ implica |f(g(x)) − f(g(a))| < ε e daı́ f ◦ g é contı́nua em a, como querı́amos
demonstrar.
como F2 é fechado, podemos obter δ2 > 0 tal que não exista x ∈ F2 com |x − a| < δ2 ,
pois se houvesse para todo δ2 então terı́amos uma sequência convergindo para a com
elementos de F2 e como F2 é fechado implicaria a ∈ F2 . Tomamos δ = min{δ1 , δ2 } ,
então x ∈ F1 e vale |f(x) − f(a)| < ε.
b Propriedade
[
16. Sejam A ⊂ Ak , uma cobertura por meio de abertos Ak
k∈L
e f : A → R. Se todas as restrições f|Ak ∩A são contı́nuas, então f é contı́nua.
1 1 1
|a n − b n | ≤ |a − b| n
1 1
ê Demonstração. Supondo a ≥ b , definindo c = a n e d = b n , então c − d ≥ 0
por expansão binomial tem-se
Xn
n
n
c = ((c − d) + d) = n
(c − d)k dn−k ≥ dn + (c − d)n ≥ 0
k=0
k
e daı́
1 1 1
|a n − b n | ≤ |a − b| n .
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 20
1 1
b Propriedade 21. Se xn ≥ 0 e lim xn = a então lim(xn ) p = a p
1
b Propriedade 22. Seja f : R → R+ contı́nua, então f p (p ∈ N) é contı́nua em
R.
que implica
1 1 1
|f p (x) − f p (a)| < |f(x) − f(a)| p < ε
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
a = (a 2 − b 2 + b 2 )2 = (a 2 − b 2 )2 + 2(a 2 − b 2 )b 2 + b ≥ (a 2 − b 2 )2 + b
1 1 1 1 1
daı́ a − b ≥ (a 2 − b 2 )2 ⇒ (a − b) 2 ≥ (a 2 − b 2 )2 .
1
Tomando δ = ε2 para |x − a| < ε2 tem-se |x − a| 2 < ε ⇒
√ √ 1
| x − a| ≤ |x − a| 2 < ε
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 21
Z = {x ∈ B | f(x) ≤ g(x)}
{y} ⊂ B ∩ Iy ⊂ Y
daı́
[ [
Y= y⊂ (B ∩ Iy ) ⊂ Y
y∈Y y∈Y
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 23
[ [ [
logo Y = (B ∩ Iy ) e por identidade de conjuntos temos que (B ∩ Iy ) = B ∩ ( Iy ) ,
y∈Y y∈Y y∈Y
[
tomando A = Iy segue que A é aberto por ser união de abertos, daı́ Y = B ∪ A.
y∈Y
Vale que Z = B \ {ξ ∈ B, g(x) < f(x)}, pelo que provamos acima, existe B aberto
tal que
Z = B \ (B ∩ A) = B ∩ (R \ A)
onde essa última passagem se deu por identidade de conjuntos, temos que R \ A = F
é um conjunto fechado, logo provamos que Z = B ∩ F, onde F é fechado.
temos então f(x) < f(a) + ε e f(a) − ε < f(x). Sendo c > f(a) arbitrário, podemos
tomar ε = c − f(a), ε + f(a) = c, logo ∃ δ > 0 | ∀ x ∈ A, |x − a| < δ implicando
f(x) < f(a) + ε = c, portanto f é scs em a.
Da mesma maneira se c < f(a), tomamos ε = f(a) − c ⇒ f(a) − ε = c e a
continuidade garante que ∃ δ > 0 | ∀ x ∈ A, |x − a| < δ implicando c = f(a) − ε < f(x),
logo f é sci em a.
⇐). Suponha que f seja scs e sci em a, seja ε > 0 arbitrário então pela primeira
condição podemos tomar c − f(a) = ε que fica garantida a existência de δ1 , tal que
|x − a| < δ1 implica f(x) < c, f(x) − f(a) < ε, por f ser sci em a para qualquer,
podemos tomar f(a) − c2 = ε e daı́ existe δ2 tal que |x − a| < δ2 implica c2 < f(x),
f(a) − ε < f(x), daı́ tomando δ = min{δ1 , δ2 } as duas condições são satisfeitas logo
vale |f(x) − f(a)| < ε e f é contı́nua em a.
b Propriedade 28. Se f é scs e g é sci em a e f(a) < g(a) então existe δ > 0
tal que x ∈ A, |x − a| < δ implica f(x) < g(x).
f(a) + g(a)
ê Demonstração. Como f é scs tomamos c = > f(a), então existe
2
f(a) + g(a)
δ1 > 0, x ∈ A, |x − a| < δ1 ⇒ f(x) < . Da mesma maneira como g é
2
f(a) + g(a)
sci, tomando o mesmo c = < g(a) existe δ2 > 0, x ∈ A, |x − a| < δ2 ⇒
2
f(a) + g(a)
< g(x). Tomando δ = min{δ1 , δ2 } tem-se com x ∈ A , |x − a| < δ que
2
f(a) + g(a) f(a) + g(a)
f(x) < e < g(x) que implica f(x) < g(x).
2 2
ê Demonstração.
como f(α) + ε = d, podemos tomar δ de forma que [α, α + δ] ∈ [a, b] e para todo
x ∈ [α, α + δ) vamos ter x ∈ A com f(x) < d, que é absurdo logo A não possui
máximo.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 26
Z Exemplo 12. Seja f : R → R definida por f(x) = xsen(x), então para todo
c ∈ R existe (xn ) em R com lim xn = ∞ e lim f(xn ) = c.
Para x suficientemente grande a oscilação de f(x) é tão grande quanto quere-
mos e a oscilação é crescente.
π π
• Para x2 = + 2πn, vale sen(x) = 1 e f(x2 ) = + 2πn.
2 2
π π
• Para x1 = − + 2πn, vale sen(x) = −1 e f(x1 ) = − 2πn.
2 2
π π
• Para x4 = + 2π(n + 1), vale sen(x) = 1 e f(x4 ) = + 2π(n + 1).
2 2
π π
• Para x3 = − + 2π(n + 1), vale sen(x) = −1 e f(x3 ) = − 2π(n + 1).
2 2
• Segue que f(x3 )−f(x2 ) = 4π(n+ 1) > f(x2 )−f(x1 ) = 4πn, portanto a oscilação
da função é tão grande quanto queremos e cresce.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 27
π π
Então, dado c ∈ R existe n0 ∈ N tal que c ∈ [ − 2πn0 , + 2πn0 ] e por
2 2
π π
continuidade existe x1 ∈ [− + 2πn0 , + 2πn0 ] tal que f(x1 ) = c. Da mesma
2 2
π π
maneira existe x2 ∈ [− + 2π(n0 + 1), + 2π(n0 + 1)] tal que f(x2 ) = c, em geral
2 2
π π
xn ∈ [− + 2π(n0 + n − 1), + 2π(n0 + n − 1)] tal que f(xn ) = c, valendo lim xn = ∞
2 2
e lim f(xn ) = c.
Z Exemplo 13. Seja f : R → R contı́nua, então existe t ∈ R tal que f(t) = f(−t).
Temos é claro o ponto trivial t = 0 satisfazendo tal identidade, existem funções
contı́nuas que possuem apenas esse ponto, mas vamos usar o TVI para concluir
que podem haver eventualmente outros pontos, seja g : R → R definida como
g(x) = f(x) − f(−x), tomando t ∈ R, se vale g(t) = f(t) − f(−t) = 0 então a
demonstração terminou, se não g(t) = k 6= 0 e g(−t) = g(−t) − g(t) = −k, como
g é contı́nua, vale que existe w ∈ (−t, t) tal que g(w) = 0, logo f(w) = f(−w).
2
Solução por Danilo Barros
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 28
$ Corolário 16. Seja f(x) uma função contı́nua em [a, b] . Se f(a).f(b) < 0,
então existe y ∈ (a, b) tal que f(y) = 0, pois os sinais de f(a) e f(b) são contrários.
Se f 0 (x) preservar o sinal em (a, b) então o intervalo contém um único zero de f,
pois a função será crescente ou decrescente no intervalo (a, b).
b Propriedade 34. Sejam p ≥ 0 real, f : [0, 2p] → R contı́nua com f(0) = f(2p).
Então existe c ∈ [0, p] tal que f(c) = f(c + p).
como g é contı́nua, por ser soma de funções contı́nuas, segue que, existe c ∈ [0, p]
tal que g(c) = 0 = f(c + p) − f(c), logo f(c + p) = f(c).
• l = sup{f(x) , x ∈ A, x < a)} = sup C sendo que f(a) é cota superior de C e cota
inferior de B pelo fato da função ser não-decrescente. Além disso vale l ≤ L.
Como a ∈ int(I) então existem x, y ∈ I com x < a < y. Suponha por absurdo que f
seja descontı́nua em a, daı́ L > l e vale uma das possibilidades
• l < f(a) ≤ L ou
• l ≤ f(a) < L, pois não pode acontecer de L = f(a) = l, se não f seria contı́nua
em a. Por isso podemos tomar z 6= f(a) tal que l < z < L, valendo f(x) <
z < f(y) , temos também que z ∈
/ f(I), portanto f(I) não é intervalo, o que é
absurdo.
3
Essa propriedade segue por resultado já demonstrado para limite de funções
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 31
Em todo intervalo que contém 0 a imagem da função é o intervalo [−1, 1], que
1
já mostramos por meio de sequências da forma xn = , onde c é tal que
2nπ + c
sen(c) = v ∈ [−1, 1], todo intervalo que contém 0 possui termos desse tipo para n
suficientemente grande.
Em intervalos que não contém 0, a função f é contı́nua logo sua imagem é um
intervalo. Portanto para qualquer tipo de intervalo vale a propriedade do valor
intermediário para a função f.
então existe raı́z em cada (xk , xk+1 ) e a função assume cada valor real nesse tipo
de intervalo, temos n − 1 desses tipos de intervalo, logo n − 1 raı́zes.
Xn
1 Y n
= 0 multiplicamos por (x − xk ) em ambos lados, o que resulta
k=1
x − xk k=1
X
n Y
n
(x − xt ) = 0
k=1 t=1,t6=k
ê Demonstração.
⇒). Supondo f : A → f(A) contı́nua. Como A é aberto f(A) possui um conjunto
aberto pelo TVI, pois a imagem de um intervalo de A é um intervalo de f(A).
Tomamos A 0 ⊂ f(A) aberto. Dado a ∈ f−1 (A 0 ) arbitrário tem-se f(a) ∈ A 0 , como
A 0 é aberto existe ε > 0 tal que (f(a) − ε, f(a) + ε) ⊂ A 0 , por f ser contı́nua, existe
δ > 0 tal que x ∈ (a − δ, a + δ) ∩ A ⇒ f(x) ∈ (f(a) − ε, f(a) + ε), por A ser aberto o δ
pode ser escolhido de maneira tal que (a − δ, a + δ) ∩ A = (a − δ, a + δ), logo
ê Demonstração. Seja a1 ∈ f−1 (A) então existe a ∈ A tal que f(a1 ) = f(a).
Vamos mostrar que a1 é ponto interior de f−1 (A).
Como A é aberto, dado a ∈ A existe δ > 0 tal que (a−δ, a+δ) = Ia ⊂ A, a imagem
desse intervalo é um intervalo( pois a função é contı́nua) que contém um intervalo
aberto centrado em f(a), por isso podemos tomar ε > 0 tal que (f(a) − ε, a + ε) ⊂
f(Ia ) ⊂ f(A).
Ainda por continuidade existe δ1 > 0 tal que para x ∈ (a1 −δ1 , a1 +δ1 ) tem-se f(x) ∈
(f(a1 )−ε, f(a1 )+ε) = (f(a)−ε, f(a)+ε) ⊂ f(A) disso segue que (a1 −δ1 , a1 +δ1 ) ⊂ f−1 (A)
pois a imagem desse conjunto está contida em f(A), logo a1 é ponto interior de f−1 (A).
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 34
ê Demonstração.
⇒). Suponha A aberto, considere a função g : B → A, inversa de f, vale que
−1
g (A) = B por g ser bijeção, então por continuidade B é aberto.
⇐). Suponha B aberto. f−1 (B) = A por ser bijeção e por resultado anterior A é
então aberto.
Com isso concluı́mos que um homeomorfismo leva abertos em abertos.
Z Exemplo 18. Dadas f e h do exemplo anterior elas são bijeções com inversas
contı́nuas portanto levam abertos em abertos, dado A aberto vale que f(A) e
h(A) são abertos. Existe A aberto tal que g(A) não é aberto, como por exemplo
A = (−1, 1) que possui imagem [0, 1).
ê Demonstração. Para mostrar que f(A) é compacto, vamos mostrar que toda
sequência (yn ) em f(A) possui subsequência convergente em f(A).
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 35
∀ (yn ) em f(A) definimos (xn ) tal que yn = f(xn ), com (xn ) em A. Como A é
compacto a sequência (xn ) possui subsequência (xnk )k que converge para um ponto
a ∈ A. Sendo f contı́nua em a e lim xnk = a concluı́mos que lim f(xnk ) = f(a) ∈ f(A),
k k
logo (yn ) em A arbitrária possui subsequência f(xnk ) que converge, assim f(A) é
compacto.
f(c1 ) e f(c2 ) não são pontos interiores da imagem, logo não podem pertencer ao
intervalo (a, b), por isso deve ser os extremos, supondo c1 = a, c2 = b então
f(a) ≤ f(b).
a relação |f(y) − f(x)| ≥ cε ε ∀ cε > 0 implica que f(A) não é limitado, logo f não pode
ser contı́nua, pois a imagem do compacto A seria o compacto f(A) que é limitado.
b Propriedade 46. Sejam f : [a, b] → R uma função contı́nua , (xk )uk=v pontos
do intervalo [a, b] para u e v inteiros com u ≥ v. Então existe um ponto c ∈ (a, b)
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 37
se z < y tomamos o TVI com o intervalo [z, y], assim irá existir c ∈ (z, y) ⊂ (a, b)
tal que f(c) = t daı́
P
u
f(xk ) X
u
k=v
f(c) = , (u + 1 − v)f(c) = f(xk ).
(u + 1 − v) k=v
tomando a função g(x) = −f(x) ela é contı́nua no intervalo, aplicamos então o TVI
de onde segue que existe c ∈ (y, z) ⊂ (a, b) tal que g(c) = −t ou −f(c) = −t, f(c) = t
daı́
P
u
f(xk ) X
u
k=v
f(c) = , (u + 1 − v)f(c) = f(xk ).
(u + 1 − v) k=v
Então em qualquer caso temos a propriedade válida.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 38
$ Corolário 19. Sejam f : [a, b] → R contı́nua e (xk )nk=1 pontos de [a, b] então
existe c ∈ (a, b) tal que
X
n
f(xk ) = nf(c).
k=1
b Propriedade 47. Sejam f : [a, b] → R uma função contı́nua com f(x) >
0∀ x ∈ [a, b], (xk )|uk=v pontos do intervalo [a, b] para u e v inteiros com u ≥ v.
Então existe um ponto c ∈ (a, b) tal que se verifica
Y
u
f(xk ) = f(c)(u+1−v) .
k=v
tomamos o TVI , assim irá existir c ∈ (z, y) ⊂ (a, b) tal que f(c) = t daı́
Y
u (u+11−v) Y
u
(u+1−v)
f(c) = f(xk ) , f(c) = f(xk ).
k=v k=v
Podemos tomar A > 0 tal que A > B, A > a, −A < −B1 , −A < a, logo para
x > A, y < −A tem-se f(x) > f(a), f(y) > f(a), f restrita à [−A, A] possui mı́nimo
f(x0 ) pois o conjunto é compacto, além disso como a ∈ [−A, A] segue que f(x0 ) ≥ f(a),
tal valor f(x0 ) é mı́nimo global da função, pois em [−A, A] tal valor é mı́nimo e fora
desse intervalo a função assume valores maiores que f(x0 ).
Podemos tomar A > 0 tal que A > B, A > c, −A < −B1 , −A < −c, logo para x >
A, y < −A tem-se f(x) > c, f(y) < −c. As raı́zes de f(x) = c pertencem ao conjunto
[−A, A]. Seja V = {|x| ∈ [−A, A] | f(x) = c}, tal conjunto é limitado inferiormente, logo
possui ı́nfimo. Seja t = inf V . Se o ı́nfimo pertence ao conjunto nada precisamos fazer,
essa é nossa raı́z com módulo mı́nimo. Se não, existe (xn ) ∈ V tal que lim xn = t,
vale f(xn ) = c ∀ n ∈ N e por continuidade de f temos lim f(xn ) = f(t) = c, então o
ı́nfimo pertence ao conjunto, logo existe sempre uma raı́z cujo módulo é mı́nimo.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 41
• x, y > A
• x ∈ [−B, A] y > A
• x, y ∈ [−B, A]
• x, y < −B.
Z Exemplo 21. A condição anterior não é necessária para que uma função
seja uniformemente contı́nua, como mostra o caso da função real com f(x) = x ,
cujos limites não existem.
logo |f(x) − f(y)| < ε que implica a função ser uniformemente contı́nua.
como lim xn − yn , existe n0 ∈ N tal que n > n0 implica |xn − yn | < δ que implica pela
condição de continuidade uniforme que |f(xn ) − f(yn )| < ε, logo lim f(xn ) − f(yn ) = 0.
⇐. Na volta vamos usar a contrapositiva. Temos que provar então que se f não
é uniformemente contı́nua, então existem (xn ), (yn ) em A com lim xn − yn = 0 e
lim f(yn ) − f(xn ) 6= 0. Como f não é uniformemente contı́nua podemos tomar pontos
1
(xn ) e (yn ) em A tais que |xn − yn | < e |f(xn ) − f(yn )| ≥ ε, daı́ lim xn − yn = 0 e
n
lim f(xn ) − f(yn ) 6= 0, o que demonstra a proposição.
Esse critério pode ser de grande utilidade para decidir quando uma função não é
uniformemente contı́nua, veremos um exemplo a seguir.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 47
f(xn ) − f(yn ) = n + 1 − n = 1
π π
Z Exemplo 27. A função f : (− , ) → R com f(x) = tg(x) não é uni-
2 2
formemente contı́nua pois tomando xn = artg(n + 1) e yn = arctan(n) então
π π
lim xn − yn = − = 0 e f(xn ) − f(yn ) = n + 1 − n = 1.
2 2
mente contı́nua.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 48
r
1 √
Tomamos xn = (n + )π e yn = nπ, então
2
r
1 √ π
2
yn − xn = (n + )π − nπ = q √ →0
2 1
(n + 2 )π + nπ
1 1
f(yn ) − f(xn ) = sen((n + )π) − sen(nπ) = sen((n + )π)
2 2
1
b Propriedade 66. A função f : [0, ∞) → R com f(x) = x p é uniformemente
contı́nua.
ê Demonstração. Sejam (xn ) e (yn ) duas sequências em [0, ∞) tais que lim xn −
1
yn = 0 então lim |xn − yn | = 0 ⇒ lim |xn − yn | p = 0, agora usamos a desigualdade
1 1 1
|a p − b p | ≤ |a − b| p
tomando a = xn e b = yn tem-se
1 1 1
|xnp − ynp | ≤ |xn − yn | p
1 1 1 1
pelo teorema do sanduı́che tem-se lim |xnp − ynp | daı́ lim xnp − ynp = 0 o que implica f
ser uniformemente contı́nua pelo critério de sequências.
1 1 1
|a 2 − b 2 | ≤ |a − b| 2
tomando a = xn e b = yn tem-se
1 1 1
|xn2 − yn2 | ≤ |xn − yn | 2
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 49
1 1 1 1
pelo teorema do sanduı́che tem-se lim |xn2 − yn2 | daı́ lim xn2 − yn2 = 0 o que implica
f ser uniformemente contı́nua pelo critério de sequências.
ê Demonstração.
f(yn ).g(yn ) − f(xn ).g(xn ) = f(yn ).g(yn ) − f(xn ).g(yn ) + f(xn ).g(yn ) − f(xn ).g(xn ) =
pois (f(xn )) e (g(yn )) são limitadas, usamos também que f e g são uniformemente
convergentes e o critério de sequências. Portanto vale que lim f(yn ).g(yn )−f(xn ).g(xn )
e daı́ f.g é uniformemente contı́nua.
√ √
multiplicando por y + x tem-se
√ √ √ √
1 1
y− x y+ x y−x
√ √ = √ √ =√ √
y−x y+ x y−x y+ x y+ x
logo
f(y) − f(x) 1
=√ √
y−x y+ x
|f(y) − f(x)|
isso implica que não é limitada, pois quando y → 0 e x → 0 tem-se
|y − x|
|f(y) − f(x)|
→ ∞, porém f é uniformemente contı́nua.
|y − x|
1
$ Corolário 21. A função f : (0, 1) → R, com f(x) = não é uniformemente
x
contı́nua, pois ela é definida num conjunto limitado, porém não é limitada.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 52
ê Demonstração.
⇒).
Suponha que temos o limite e (xn ) em E tal que xn → y. Dado ε > 0 existe δ > 0
tal que dx (x, y) < δ implica dy (f(x), z) < ε. Por outro lado como xn → y dado δ > 0
existe n0 ∈ N tal que para n > n0
dx (xn , y) < δ
1
∃ε > 0 tal que ∀ n ∈ N podemos obter xn ∈ A com 0 < d(xn , a) < e d(f(xn ), z)) ≥ ε.
n
Então xn → a, mas não se tem lim f(xn ) = z.
ê Demonstração.
1. Para qualquer ε > 0 existe δ1 > 0 tal que d(x, y) < δ1 implica ||f(x) − A|| < ε
e d(x, y) < δ2 implica ||g(x) − B|| < ε, tomando δ menor que ambos colocados,
temos as duas desigualdades e por desigualdade triangular
ε ε
||g(x) + f(x) − [A + B]|| ≤ ||g(x) − B|| + ||f(x) − A|| ≤ + = ε.
2 2
ε
2. Para qualquer ε > 0 existe δ1 > 0 tal que d(x, y) < δ1 implica ||f(x) − A|| <
2
ε
e d(x, y) < δ2 implica ||g(x) − B|| < , tomando δ menor que ambos colocados,
2
temos as duas desigualdades. Agora vamos a algumas manipulações algébricas
| < f(x), g(x) > − < A, B > | = | < f(x), g(x) > − < A, g(x) > + < A, g(x) > − < A, B > | ≤
e
||g(x)|| = ||g(x) − B + B|| ≤ ||g(x) − B|| + ||B||
| < f(x), g(x) > − < A, B > | ≤ ||g(x)−B|| ||f(x)−A||+||B|| ||f(x)−A||+||A|| ||g(x)−B||
que fica arbitrariamente pequeno conforme tomamos ε pequeno, por isso temos
a convergência.
ê Demonstração.
⇒).
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 56
ê Demonstração.
Se w for fechado então wc é aberto logo f−1 (W c ) é aberto então [f−1 (wc )]c é
fechado porém [f−1 (wc )]c = f−1 (w). (Bom fazer um desenho.)
ê Demonstração. Seja x ∈ Z(f) então temos sequência (xn ) em Z(f) tal que
lim xn = x e daı́ por continuidade
portanto x ∈ Z(f).
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 57
1. Seja f(z) ∈ f(X) então z ∈ X, existe (xn ) em E tal que lim xn = z, f(xn ) ∈ F(E),
temos ainda lim f(xn ) = f(z) portanto f(E) é denso em f(X).
Assim uma contração fraca é uma função Lipschitz para c = 1, logo é contı́nua.
0 ≤ d(x, y) ∀ x, y ∈ M.
Z Exemplo 33. Toda imersão isométrica é uma contração fraca, pois vale
dN (f(x), f(y)) = d(x, y).
como a é ponto isolado existe δ > 0 tal que o único ponto x que satisfaz d(x, a) < δ
é x = a, mas em x = a vale f(x) = f(a) daı́ ⇒ d(f(x), f(a)) = 0 < ε para qualquer ε,
então f é contı́nua em a.
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 59
portanto |f(t, x) − f(t, y)| ≤ a|x − y|, (t, x) e (t, y) arbitrários no domı́nio.
Y
p
b Propriedade 86. A função f : M → N, onde N = Nk é contı́nua no ponto
k=1
a ∈ M ⇔ suas coordenadas fk : M → Nk são contı́nuas no ponto a. f = (fk )p1 .
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 60
como f(x) ∈ N segue da propriedade anterior que d(g(f(x)), g(f(a)) < ε daı́
1.8 Homeomorfismo
m Definição 26. Dizemos que a métrica d1 é mais fina que d2 quando existe
uma constante c > 0 tal que
ê Demonstração.
⇒).
ε
Seja dado ε > 0 existe δ > 0 tal que d(x, y) < δ ⇒ d(f(x), f(y)) < . Seja E com
2
ε
diam(E) < δ, portanto com x, y ∈ E tem-se d(x, y) < δ, e d(f(x), f(y)) ≤ , daı́ ε é
2
uma cota superior disso
ε
diam(F(E)) = supd(f(x), f(y)) ≤ <ε
2
o que prova o resultado.
⇐).
Seja ε > 0, existe δ > 0 tal que diam(E) < δ ⇒ diam(f(E)) < ε, disso, se x, y ∈ E
, temos f(x), f(y) ∈ f(E) e então
X
k−1 X
k−1 X
k−1
0≤ d(f(bs+1 ), f(bs ))+ ∆s d(f(y), bs ) = d(f(bs+1 ), f(bs ))+d(f(y), bk )−d(f(y), b1 )
s=1 s=1 s=1
como cada uma das parcelas acima está num intervalo de comprimento menor que
delta, tem-se
X
k−1
d(f(x), f(y)) ≤ 1 + 1 + 1 = 1 + k − 1 + 1 = k + 1 ≤ n + 1.
s=1
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 65
Y
n
b Propriedade 96. Uma função f : M → Nk é uniformemente contı́nua sse
k=1
cada uma das suas coordenadas for uniformemente contı́nua.
b Propriedade 97. Sejam (Ek )n1 espaços vetoriais normados com n ≥ 2. Uma
Y
n
aplicação n-linear f : Ek → f é uniformemente contı́nua sse é identicamente
k=1
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 66
nula.
Y
n
Z Exemplo 37. No produto cartesiano M = Mk , as três métricas usuais
k=1
são uniformemente equivalentes.
δzk
tome δ < min , se d(x1 , x2 ) < δ então d(f(x1 ), f(x2 )) < ε, pois existe algum j ∈ In
k∈In 2
δzj
tal que x1 ∈ tzj , isto é , d(x1 , zj ) < e por desigualdade triangular
2
δzj
d(x2 , zj ) ≤ d(x1 , x2 ) + d(x1 , zj ) ≤ δ + ≤ δzj
2
então x1 e x2 estão na mesma bola tzj , então aplicando novamente a desigualdade
triangular temos
ε ε
d(f(x1 ), f(x2 )) ≤ d(f(x1 ), f(zj )) + d(f(x2 ), f(zj )) ≤ + =ε
2 2
logo temos a continuidade uniforme.
como f é uniformemente contı́nua então existe δ1 > 0 tal que d(x, y) < δ1 , x, y ∈ M ⇒
ê Demonstração.
A soma de dois vetores é uma função f : V × v → v com f(u, v) = u + v, ela é
contı́nua pois x = (x1 , x2 ), y = (y1 , y2 ), podemos tomar max{||x1 − y1 ||, ||x2 − y2 ||} = m <
ε
2
CAPÍTULO 1. FUNÇÕES CONTÍNUAS 69
tomando
||x1 − y1 ||2 + ||x2 − y2 ||2 ≤ 2m = ε
p
e
||f(x) − f(y)|| = ||x1 + x2 − y1 − y2 || ≤ ||x1 − y1 || + ||x2 − y2 || ≤ 2m < ε
logo f é contı́nua.