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Resumo:
Esse artigo diz respeito à religião de Mokiti Okada no Brasil, cujo principal ramo
é a Igreja Messiânica Mundial do Brasil. Abordo no artigo outras organizações que
seguem a religião de Mokiti Okada no Brasil, as quais, embora pequenas em número
de adeptos, ajudam a compreender melhor essa religião. Meu objetivo é buscar
compreender como foi possível essa religião conseguir tão significativo crescimento no
Brasil, apesar de não ter um segmento totalmente direcionado aos ensinamentos de
seu Mestre e Messias Meishu Sama, de onde tem origem o nome Messiânica, pois é
do Messias Meishu Sama.
Objetivo: Unir todas as messiânicas como uma só, unidas com todas as religiões
existentes.
Finalidade: A Concretização do Paraíso Terrestre com a Criação da Nova Civilização
História
15 de maio de 1936
Muito embora isso possa ser facilmente considerado como algo de cunho
religioso, uma vez que tanto Cristo quanto outros fundadores de religiões fizeram
coisas similares, devo deixar claro que não pretendo jamais que o nosso se transforme
em religião. Uma das razões é o fato de que a prática religiosa leva a sociedade a
encará-la como superstição. Com efeito, são incontáveis até hoje os exemplos de
pessoas e mais pessoas que se tornaram infelizes, atormentadas por crenças
supersticiosas e cultos estranhos. Acrescente-se que as autoridades, com o intuito de
prevenir tais danos, estão adotando medidas severas de controle. Ademais, pode-se
convir que não só os xintoístas, budistas e cristãos, como fiéis de outras crenças,
poderiam hesitar em submeter-se à nossa terapia, mesmo sofrendo com
enfermidades, caso ela tenha, ainda que mínimo, um cunho religioso.
Além disso, na hipótese de que a nossa terapia — como falei há pouco —
fosse uma prática religiosa, estaríamos confessando, na realidade, a debilidade do seu
poder, uma vez que os resultados seriam obtidos com o auxílio da auto-sugestão,
representada pelo fator fé. Isso, aliás, é algo presente em certa proporção na
medicina. Vejamos alguns exemplos. Quando o médico com quem se vai consultar
possui o título de doutor, é catedrático, diretor de um grande hospital, autoridade na
sua área, ou então, tem sua clientela nas classes altas, nem é preciso mencionar que
o paciente — antes mesmo de iniciar o tratamento — nutre por ele considerável
veneração e confiança. É, portanto natural que a força dessa sugestão exerça certo
efeito, não se podendo negar a presença de um ponto em comum com a devoção
religiosa.
Todavia, a minha arte médica prescinde do auxílio de semelhante sentimento,
não havendo necessidade de transformá-la num ato religioso. E não é só, como já citei
isso poderia acarretar-lhe desvantagens. Portanto, sempre a terei como Ciência e é
como Ciência que a exponho à opinião pública. Em outras palavras, espero que seja a
Ciência do futuro, a ciência de ponta, a arte médica mundial criada por um japonês.
(Arte Médica Espiritual, 23 de outubro de 1943)
“(...)A nossa seria, sob a liberdade de fé correta, criar uma vida mental-psiquica
apropriada a si próprio”. A essência da Terapia Depurativa Japonesa também é
correta, e se baseia no princípio da concordância entre a matéria e o espírito de que
belos sentimentos habitam num físico forte.
Repito que a fé é pertinente a cada um, e a nossa associação difusora não
interfere na fé que cada um abraça. Logicamente, não temos também nada a ver com
política. Nossos esforços visam tão-somente à formação de físico forte onde habita
belos sentimentos”.
(Principal Objetivo da Associação Difusora da Terapia Depurativa Japonesa, –
1946)
“Fiz de tudo para não transformar em religião. Pois, caso trabalharmos
religiosamente, sem dúvida a sociedade verá como superstição. (...) Portanto, sempre
a terei como Ciência e é como Ciência que eu a exponho à opinião pública. Em outras
palavras, espero que seja a Ciência do futuro, a ciência de ponta, a arte médica
mundial criada por um japonês”.
(Arte Médica Espiritual – 23 de Outubro de 1943)
Em 15 de maio de 1936, no Gyokussen-Kyo, a Daí Nipon Kenko Kyokai
(Associação Japonesa de Saúde), com a finalidade de dissociar da religião a técnica
medicinal e o tratamento, tornando-os atividades independentes. Na cerimônia de
instituição da entidade, explicando seus objetivos, o Mestre disse que ela foi criada
para abrir, de forma ampla, o caminho da salvação, tornando-o acessível a qualquer
pessoa, fosse qual fosse a sua religião, inclusive às pessoas sem fé.
Assim sendo, a MOA nos dias atuais foi fundada pelo fato do Presidente
Kawai ter voltado os olhos para países estrangeiros, em busca dos desejos de Meishu
Sama — o de salvar o mundo — imbuído no livro “Salvar a América”, seguindo o
Ensinamento que, após a conclusão do Zuiun-kyo, com a inauguração do Museu de
Belas-Artes MOA, as pesquisas sobre Mokiti Okada começariam a ser feitas e a Luz
de Meishu Sama se expandiria no mundo todo.
Nessa altura, os membros americanos desejavam recorrer à Luz de Meishu
Sama, sem conversão religiosa. Tal postura fez perceber a administração que Meishu
Sama pretendia promover. Assim, em 1980, sem confinar Meishu Sama apenas aos
membros, passou a ampliar a salvação ultra-religiosa, sem a preocupação se a
pessoa era ou não membro, a sua religião, nacionalidade ou cultura. A fim de dar a
conhecer amplamente Meishu Sama ao mundo, foi estabelecida a MOA em
Washington, DC., hoje com a sede central em Hakone.
Em 1953, no ensejo da conclusão do protótipo do Paraíso Terrestre de
Shinsen-Kyo, Meishu Sama disse: “Transmitam a todos os cantos do mundo as boas
novas do Paraíso” através desse protótipo. Podemos dizer que se encontra aqui o
ponto de partida do “Salvar a América”.
Passados 50 anos desde a conclusão do Shinsen-Kyo, exatamente de acordo
com as palavras de Meishu Sama, verificou-se a expansão da construção do
Zuissenkyoo e do Instituto Terapêutico Ryooin— eixo da administração — e de suas
atividades sem matiz religioso, no Havaí e, em seguida, no mundo inteiro. Assim, os
projetos de Meishu Sama ganharam nítida forma no âmbito mundial.
À luz desses fatos, foi possível interiorizar a divindade de Meishu Sama, bem
como a exatidão da Sua administração promovida segundo a vertente da MOA.
Sendo assim, pode-se dizer que a MOA é o instrumento de Meishu Sama. É a
organização que, munida de absoluta fé nele, a desenvolver trabalhos e a mostrar
fatos reais, arca com o papel de dar a conhecer à sociedade a divindade de Meishu
Sama, como o Salvador, num uníssono com a sua administração, ou seja, “transmitir a
todos os cantos do mundo as boas novas do Paraíso”.
“Pode-se desenvolver as atividades religiosas segundo a vertente da Toohoo-
no-Hikari apenas”, um segmento da MOA. Há também os que defendem essa opinião.
Todavia, se fizer uma recapitulação dos acontecimentos desde o estabelecimento da
MOA, e se analisar sob a perspectiva da concretização dos desejos e projetos de
Meishu Sama, chega-se à conclusão de que não pode limitar à salvação somente pela
religião, mas sim desenvolver trabalhos que permitam a qualquer um ser agraciado
com a salvação de Meishu Sama.
Por conseguinte, a MOA International forma pessoas como terapeutas de
Mokiti Okada, ministrando a Terapia de Purificação Okada (TPO), que é o Joorei em
forma de terapia baseada na medicina convencional para achar os pontos focais. O
objetivo da detecção está na descoberta dos pontos vitais que devem ser aplicadas à
terapia, sendo que a base para localizar é ver febre, concreção (nódulos de toxinas)
ou região de dores à compressão, os quais têm origem nas máculas do espírito.
Portanto, é de suma importância localizar as máculas espirituais; em outras palavras,
os chamados pontos vitais, aplicando-lhes com precisão essa energia na direção
deles. Para tanto, a MOA proporciona cursos de acordo com as orientações de Mokiti
Okada para que a Terapia seja mais eficaz na rapidez de curar doenças tanto material
como espiritual.
FINALIDADE DA IGREJA
Será que Meishu Sama fundou a Kyussei Kyo professando a fé em Deus Miroku
Oomikami? Não, pelo contrário, os membros da época buscavam Meishu Sama
como "Salvador", almejado pela humanidade que poderá ser salva dos sofrimentos deste
Mundo pela absoluta força do Johrei que ele possui.
O trabalho da Sekai Kyussei Kyo, portanto, é a atuação do próprio Meishu Sama,
o dono da "Bola de Luz". Neste momento, Meishu Sama inseriu a palavra
"Salvador(Messias)" para a Oração Zenguen Sanji, posicionando-se como superintendente
da Sekai Kyussei Kyo e por isso a igreja foi alvo de pessoas que destruiram o verdadeiro
sentido da religião contado abaixo:
- Após a ascensão do Mestre e desde o tempo de Nidai Sama (Segunda Líder
Espiritual), havia um elemento que entrou para a Igreja como assessor. Conhecendo o
ponto fraco da organização em assuntos de leis, impostos e finanças, ele foi
fortalecendo gradualmente sua influência e, traiçoeiramente, chegou ao ponto de controlar
o setor pessoal, financeiro e até a difusão da Igreja.
O poder desse assessor, já em 1969, estava em seu limite máximo, quando as
pessoas conscientes, sob o comando do então Presidente Teruaki Kawai, ergueram-se
corajosamente para salvaguardar a Fé Messiânica, resultando na sua saída da Igreja.
Esse incidente constituiu um grande golpe para a Igreja, fazendo-a mergulhar
numa grande crise. Mas, graças à atuação daqueles que não mediram esforços para
defendê-la, ela renasceu e, mais tarde, foi movida para a Unificação.
Descrevo, aqui, o resumo dessas lutas.
O ex-assessor, que fracassou em tomar a Igreja, teve que pedir demissão. A partir daí,
então, ele iniciou seus ataques, começando por pressionar a Igreja usando vários
elementos com os quais mantinha, já há algum tempo, relações amistosas. Por
exemplo: hostilizando a entidade por meio de publicações, obstruindo o reconhecimento
do novo regulamento, abrindo processo para atacar o Joorei por infringir as leis
médicas, encaminhando requerimento para a dissolução da Igreja, etc.
Diante disso, a Kyussei Kyo, que era muito fraca em termos sociais, formou uma
Comissão para Assuntos Externos; sob a chefia de Akishigue Matsumoto e comando do
Presidente Kawai, tomou as medidas necessárias diante dos ataques do ex-
assessor. Graças à proteção de Meishu Sama e aos esforços de muitos, conseguiu-se a
resolução dos difíceis problemas, um após outro.
Por outro lado, os messiânicos refletiram sobre a sua constituição que
permitira a atuação arbitrária do ex-assessor, tomando, a seguir, consciência de que,
mesmo em termos religiosos e administrativos, deveriam reformulá-la. Isto é,
transformar a descentralização das igrejas em centralização, fazendo existir uma única
diretriz para toda a messiânica. Se isso não fosse feito, seria difícil cumprir "a missão de
construir o Paraíso Terrestre confiada a nós por Meishu Sama". Foi dado, assim, o grande
passo para a Unificação.
Em 20 de novembro de 1972, finalmente foi reconhecida juridicamente a
Unificação da Igreja (absorção e centralização de 63 igrejas). Mas para chegar até aí, ela
teve de trilhar caminhos árduos.
As pessoas que ofereceram suas vidas a Meishu Sama, partindo de uma
posição sem qualquer recurso, humano e monetário, dedicaram-se com toda sinceridade à
Obra de Salvação. Conseguiram adeptos e formaram suas próprias igrejas. Justamente nesse
momento, tiveram que devolver tudo em nome de Meishu Sama: seu direito doutrinário, os
poderes relacionados ao pessoal e à contabilidade (administração) e deixar uma
conduta independente, para abraçar uma que leva em consideração, emprimeiro lugar a
nossa entidade.
Embora isso fosse possível na teoria, pô-la em prática exigia de cada dirigente uma
verdadeira fé em Meishu Sama.
Na Sede Geral promovia-se, quase que diariamente, reuniões com dirigentes de
igrejas que, voltando ao ponto de origem da fé Messiânica, inteiravam-se dos objetivos da
Unificação.
Com isso, cada dirigente foi consolidando sua determinação de dirigir-se a
qualquer lugar como missionário a serviço da difusão, devolvendo incondicionalmente a
igreja da qual tinha sido dono e autoridade máxima por longos anos.
Realmente, assim, a Unificação da Igreja não visava somente a integração
organizacional, pessoal e contábil, mas também uma unificação em termos da fé daqueles
dirigentes no sentido de "oferecer sua fé à Kyussei Kyo com sentimento puro, tornando-
se novamente discípulos de Meishu Sama".
Diante desse grande movimento de Unificação, 19 igrejas manifestaram-se
contra e, posteriormente, apesar do esforço em convencê-las, sete delas acabaram por
se afastar. A origem do conflito dos últimos anos podemos encontrar naqueles que, até o
último instante, não puderam compreender a verdadeira intenção da Unificação.
Germinação da ambição
Entretanto, em meio a esse crescimento normal, havia elementos que
aguardavam uma oportunidade para satisfazer suas ambições. Trata-se de pai e filho
Watanabe e seu grupo que vinham se preparando clandestinamente por longo tempo, visando
apossar-se da direção, partindo do ódio da época da Unificação.
Katsuichi Watanabe formou algumas igrejas no sistema antigo e sobre elas exerceu
grande influência e domínio. Portanto, tinha aversão em perder seus direitos especiais com
a Unificação. Isto fez com que, desde o começo, se movesse contra esse novo sistema.
Mas a corrente naquela época se movia a favor da Unificação. Ele concordava
aparentemente, mas não inteiramente.
A Igreja Chukyo que Watanabe formara foi absorvida pela Kyussei Kyo com a
Unificação. Por isso, foi aumentando seu ódio pelo corpo diretivo da Unificação,
especialmente ao então Presidente Teruaki Kawai.
Por outro lado, o filho, Tetsuo Watanabe, que ambicionava apossar-se do poder
da Igreja, desejava tornar-se presidente da mesma, pois considerava ser este o
caminho para dar prosseguimento aos passos de seu pai Katsuichi. Para isso, foi
se tornando amigo pessoal de Kenji Nakagawa, que conhecia bem os problemas internos da
Igreja, pois era secretário de Akishigue Matsumoto, que ocupava um cargo de destaque na
entidade.
Com o passar do tempo, infelizmente o Watanabe (pai) foi modificando seu
comportamento junto direção da Igreja Matriz e entrou em conflito com esse corpo, não só por
ambição como por modificar mais ainda a religião.
A ambição de Katsuichi Watanabe veio à tona em 22 de dezembro de 1983, quando
Tetsuo Watanabe e seu aliado, Kenji Nakagawa, acusaram o corpo diretivo da Unificação
de ser responsável por irregularidade financeira sob o comando de Teruaki Kawai. Acusação
totalmente infundada.
Essa ambição se tornou no Japão alvo de críticas internas e discussões a tal ponto que
estava na justiça, afastando inclusive do cargo a 3ª Líder.
Dessa forma, uma vez que a direção da Igreja começa deslocar seus objetivos, a Fé em
Meishu Sama também começa a apagar-se.
As conspirações, que tinham o poder em mira, tornaram-se ainda mais complexas,
obscuras em vários movimentos da Igreja daquela época. E, ainda, em virtude disso, surgia
uma situação em que cada um tomava atitudes individuais.
Diante do parcial deslocamento do pessoal de Watanabe para a direção, em fins de
1983, a Igreja reage em janeiro do ano seguinte, mas logo iniciam-se as interferências de
terceiros com pedidos de "reconciliação" e "promessa" entre Tsutomu Nakamura e Watanabe /
Nakagawa. Dessa forma, a direção da Igreja mergulhou na crise.
Nessa divergência de ambos os lados e na desarmonia gerada por isso, e ainda, sem
sequer tomarem qualquer providência para solucionar o problema, a crise da Igreja alastrou-
se, atingindo os ministros e até mesmo os membros, constituindo-se um grande conflito.
(texto extraído do livro Meishu Sama e a luta entre o bem e o mal
do Instituto de Pesquisa sobre Mokiti Okada)
Mas finalmente em 1997 foram firmados acordos e com pedidos de desculpas
de Watanabe se fez uma nova estrutura. A Igreja matriz Kyussei Kyo se conservaria
até porque foi criada por Meishu Sama assim sendo filiada a ela mais três grandes
igrejas a Izunome que seria a antiga Chukyo do grupo shinsei do pai do Watanabe e
sob a direção do mesmo, a Goji que ficaria sobre a direção de Nakamura e a Tohoo no
Hikari que ficaria com a direção o Presidente Kawai e dela seria instituída uma
empresa jurídica, a MOA Internacional (como já foi visto acima), mas todas teriam
como líder Kyosho Sama.
Assim Tetsuo Watanabe se tornou o Presidente da Igreja Mundial do Brasil e agora
consequentemente Presidente a nível Mundial. Dessa explicação é fácil deduzir porque a IMMB
perdeu o foco em Meishu Sama como Messias. Ele simplesmente era divulgado como o
fundador da igreja.
Após essa crise interna as igrejas se unificaram e finalmente, ficaram distribuidas em 3
grandes grupos filiadas a Matriz, conforme saudação do Reverendo Tetsuo Watanabe, abaixo
citada:
Diretoria:
Reverendo Noriyuki Kawai
Reverendo Masao Shiga
Reverendo Hayashi Nakai
Reverendo Masaru Hasegawa
Reverendo Noburo Yamada
Reverendo Hiroshi Nakadomari
Segundo o Censo do ano 2000, a I.M.M.B. possuía 109 mil membros, hoje já
tem mais de 500 mil membros e dois milhões de simpatizantes, (palavras de
Watanabe no culto dos antepassados de 2009 em Guarapiranga), sendo a maior
religião de origem oriental no Brasil. Esses membros estão espalhados por todas as
regiões do Brasil, independente de haver ou não uma colônia japonesa no local. As
outras organizações messiânicas no Brasil possuem um pequeno número de membros
no Brasil. A Comunidade Messiânica Mundial possui algo próximo de mil membros, as
outras organizações possuem algumas centenas de membros, a Shinji Shumei Kai
não chega a uma centena. Em termos quantitativos são pouco importantes, mas
considero que seu estudo é importante em termos qualitativos.
Primeiramente, essas dissidências, ramificações ou organizações
independentes mostram outra forma possível de seguir os ensinamentos de Mokiti
Okada, outras interpretações possíveis. Os ensinamentos messiânicos podem ser
comparados a um jogo de peças de montar e cada uma dessas organizações montou
de forma diferente, isso é uma das formas como se pode entender essa diversidade.
Mas não é só isso, o estudioso que pretende conhecer mais a fundo a religião de
Mokiti Okada vai poder assistir nas dissidências messiânicas rituais antigos que não
são mais usados na I.M.M.B., ouvir orações também deixadas de lado pela mesma,
vai descobrir que existem várias formas possíveis de se aplicar o Johrei. Vai entender
melhor a importância que a figura do Bodisatva Kannon possuía para Mokiti Okada,
bem como a importância do deus da fortuna xintoísta Daikokuten. Em outras palavras,
através das dissidências é possível aprofundar a compreensão da religião de Mokiti
Okada. E existe mais uma vantagem que o estudo dessas dissidências, pequenas em
tamanho, pode trazer. Todas elas se expandiram entre brasileiros sem origem
japonesa, mas a I.M.M. B. se expandiu muito mais. Por que isso? Não são todas
seguidoras da religião dos mesmos ensinamentos essenciais?
Em que a I.M.M.B. se diferenciou dessas dissidências que lhe permitiu ser a
única a conseguir um grande crescimento? Conforme já abordei no princípio foi devido
a sua adaptação da religião cristã mudando a forma de cultos de orações e sua
expansão, não colocando a essência de Meishu Sama como Messias e sim como
fundador de uma religião e devido a crise interna abordado anteriormente.
Neste sentido, assim como é a igreja que mais cresce no Brasil, ou seja, que
mais membros se formam, mas também é a igreja que mais membros deixam a
religião por não acreditar que Meishu Sama é o Salvador. E aqueles membros que
acreditam no Joorei e que dedicam dentro da igreja vem com uma postura de seus
dirigentes com certa vaidade, onde os reverendos e ministros, assistentes e
assessores de ministros se acham mais importantes que o próprio Mestre Meishu
Sama.
Eles dão orientações diferentes dos ensinamentos deixados pelo Mestre e
assim os membros que estudam mais profundamente acabam desistindo da IMMB
e/ou aqueles que mesmo não estudando seus ensinamentos acabam procurando suas
ramificações, por não aceitarem orientações que não condizem com a filosofia deixada
por Mokiti Okada. E nessas ramificações apesar de não ter um grande número de
membros, mas todos os poucos que possuem não desistem da religião por
encontrarem dentro dela a verdadeira essência da divindade de Meishu Sama.
Mesmo na IMMB os membros pioneiros não sabem até hoje das crises internas
e até com certa vaidade também dizem entenderem muita religião. No entanto, eles
não entendem da religião e sim da igreja que se formou diante as orientações de
Watanabe por ter ele passado por um momento de rebeldia dentro da messiânica
matriz no Japão, já citado acima, de onde se conclui tantas mudanças de
características da religião dentro da instituição, tornando-os dogmáticos e doutrinários,
e infelizmente não aceitam ler as crises e nem comentários de outros membros
quando mostram outros caminhos dentro da religião.
Na IMMB criaram-se várias maneiras diferentes que eu particularmente
denomino de vícios porque convivi dentro da instituição para poder escrever esse
pequeno estudo, inclusive lendo muitos ensinamentos de Mokiti Okada para poder
analisar o que considero esses vícios de preceitos religiosos que segundo
ensinamentos do Mestre nos levam a crença infernal. E dentro dessa crença esses
preceitos religiosos que os dirigentes se propõem a fazerem estão em desacordo em
muitos ensinamentos de Meishu Sama, acreditando estar em acordo com a Obra
Divina, pois tantos os chefes das igrejas como os membros são dotados de vaidades
fortes que às vezes a freqüência diminui não só por parte dos membros como
freqüentadores. Os dirigentes são dogmáticos e doutrinários proíbem por muitas vezes
amedrontam, enfim deveriam prestar mais atenção aos ensinamentos para que a
IMMB não passasse por certas purificações como vem passando.
Gostaria de ressaltar um ensinamento precioso:
Resultados insatisfatórios:
Quando uma pessoa não obtém resultados satisfatórios a despeito de ‘todos os
seus esforços, mesmo pensando estar agindo corretamente é porque desconhece a
regra dos efeitos contrários. Em outras palavras, ela não percebe a razão que
transcende à lógica dos fatos. Vou explicar, então, essa lei bastante útil para quem a
emprega de maneira deverão facilitar o entendimento de verdade tão fundamental.
Há, por exemplo, determinados ministros e dirigentes espirituais da Igreja que
assumem ares de importância, julgando-se detentores de especial grandeza. Contudo,
quanto mais se exaltam, mais diminuídos se apresentam aos olhos dos outros. Na
verdade, atitudes de discrição e reserva, são posturas muito valorizadas por quem
está observando de fora. Inversamente, exibicionismo e ostentação soam
desagradáveis a ouvidos atentos. Sempre merece maior respeito quem relata os fatos
da maneira como acontecem, sem exagerá-los nem diminuí-los.
Os que se propõe a trabalhar na Obra Divina devem, pois, tomar cuidado para
não alardear o favor que estão prestando nem desejar aparecer como benfeitores,
atitude que só deprecia a gratidão advinda daquele que recebeu ajuda.
Resultados insatisfatórios nunca poderão causar, por conseguinte, estranheza
a quem desrespeita a Lei dos Efeitos Contrários.
(Meishu Sama – Evangelho do Céu II)
É baseado nesse ensinamento que vejo as orientações e tantas as formas
diferentes dos ensinamentos e de postura tradicionais de Mokiti Okada que se
encontram dentro da IMMB que em outras ramificações não se encontra, por isso, a
igreja ao mesmo tempo em que cresce também ela decresce, pois se a igreja forma 20
novos membros saem uma base de 10, não obstante fiz um censo desde 2000 onde
um Johrei Center tinha quase 400 membros hoje em 2010 se tiver 100 tem muito e
aqueles que estavam há dez anos atrás se restaram um pouco mais de meia dúzia
também é muito e a igreja que no princípio crescia a olhos vistos, agora ela decai
também a olhos vistos. Por que isso acontece? Infelizmente porque não está de
acordo com a única finalidade da religião que é construção do Paraiso Terrestre
através de seu foco maior o Johrei e os ensinamentos do Mestre Mokiti Okada, pois as
orientações são dadas em sua maioria pelo Reverendo Watanabe, que é uma espécie
de Santo para os membros. Perdeu-se assim o foco verdadeiro em Meishu Sama,
Dessa forma foi que a igreja cresceu mais do que as outras por ter influências
de uma religião feita por Watanabe baseada na educação brasileira. Mas verificando
nos dias atuais os chamados Johrei’s Center’s onde pude visitar alguns deles, em sua
maioria está vazio o dia inteiro restando só alguns membros que ficam se revezando
para mantê-los aberto. Acredito que se a direção não voltar ao foco inicial em Meishu
Sama, ela não conseguirá se manter de pé por muito anos, pois já tem até Johrei
Center que fechou por falta de membros suficientes que possam manter com seus
donativos aquela instituição.
Por conseguinte, ela se tornou uma igreja que não admite contestações das
outras ramificações, chegando até proibir os membros em falarem das outras dentro
dela, dizendo até que Meishu Sama das outras é falso porque quem trouxe a religião
para o Brasil foi o Rev. Watanabe e quando muitos sabem que não foi. Agora
pergunta: - se o objetivo é a concretização do paraiso terrestre, como eles farão isso
se eles não se aliam e nem se entendem com as outras ramificações? E verificando
em outras ramificações elas se entendem entre si e todas frequentam uma as outras,
menos a IMMB.
A Filosofia Messiânica.
O elemento principal da Igreja Messiânica é a crença no Johrei, que seria a
transmissão de Luz Divina através da palma das mãos e que pode ser praticado por
todos os messiânicos. Acredita-se que O Johrei traz purificação espiritual o que traz
bem estar, cura de doenças e uma saúde perfeita. Na doutrina messiânica também é
importante à alimentação natural para adquirir essa saúde
A luz canalizada através da palma da mão, segundo o próprio Mestre seria Sua
luz, que através da revelação divina se instaurou em seu ventre uma bola de fogo
chamada Cintamani, que em sânscrito quer dizer a força capaz de realizar todas as
coisas. Desde 1926, Mokiti Okada que era ateu assim como a maioria do povo
japonês, sentiu necessidade de entrar para uma religião e começou seguir a
Oomotokyo e desde então começaram as revelações de Deus até ele atingir um grau
de estado de união com Deus onde ele se tornou divino ainda em vida salvando
muitas pessoas através do Johrei e/ou Terapia que foi criado por Ele. Por isso, ele
começou a ser teísta acreditando que existe um Deus e escreveu os ensinamentos
revelados pelo próprio, e logo formou discípulos e ensinando sua terapia para dar
continuidade para que as pessoas sejam salvas através dessa luz, pois Ele diz que
não existe outro caminho senão seguir o Johrei e/ou a Terapia e fazendo outras
pessoas felizes, assim sendo, devido aos milagres constantes o chamaram de Deus
vivo e Salvador da Humanidade. Logo então fundou também uma religião, já escrito
acima os motivos que o fizeram a abrir uma igreja.
Daí provém os chamados três pilares da doutrina messiânica, Johrei,
Agricultura Natural e o Belo. O Johrei é a cura espiritual, acredita-se que curando o
espírito a matéria viverá com saúde perfeita. Complementando com a arte que é vista
como algo que eleva o espírito e também contribui para a purificação e o bem estar
espiritual, e a alimentação natural. Para se conseguir essa alimentação a religião
Messiânica ensina a prática da Agricultura Natural a qual é praticada sem o uso de
agrotóxicos nem adubos.
Esses três pilares estão ligados aos chamados três princípios da fé messiânica:
Verdade, Bem e Belo. A Verdade é o Johrei, é a natureza espiritual do ser
humano e do universo, junto com a força que são os ensinamentos messiânicos com a
elevação espiritual. O Bem é o imperativo ético de ser altruísta, amar o próximo, fazer
o bem. O Belo é a valorização da beleza na arte e na vida cotidiana, a busca do belo
como forma também de elevação espiritual. Uma das formas que a Messiânica usa
para elevar as pessoas através do belo é a prática de Ikebana (arranjo floral japonês)
e o incentivo das artes através da pintura.
A visão de mundo messiânico é espiritualista e animista. Espiritualista por
acreditar que a realidade espiritual é a realidade básica, que vem antes da realidade
material, por acreditar que o ser humano é dotado de espírito que sobrevive ao corpo
físico e se reencarna. Animista por preconizar a existência de espírito não apenas no
ser humano, mas também nos animais, nas plantas, nos minerais, em toda a natureza,
enxergando o kami (deus) por toda parte, além dos espíritos de antepassados,
espíritos sem luz (força do mal) e espíritos de animais.
Do ponto de vista de fatores intrínsecos à religião Messiânica e suas
dissidências, temos uma série de fatores também. Todas essas organizações se
adaptaram de alguma forma ao contexto brasileiro, mas a I.M.M.B. foi a que mais se
adaptou, ajustando mais sua doutrina e suas práticas ao contexto brasileiro, conforme
já descrito anteriormente.
Todas as organizações adotaram o idioma português nos cultos, traduziram
livros para o português, mas a I.M.M.B. foi a que mais avançou nisso e fez mais
traduções para o português, no entanto, de uns anos pra cá são poucos os livros que
estão à venda, pois sua maioria foi retirada e não mais publicada, conforme foi dito
anteriormente.
A I.M.M.B. foi a que mais nacionalizou seus ritos, práticas e ensinamentos,
adaptando-as ao contexto brasileiro e por ter ser afastado do propósito devido à crise
interna já explicada acima. Por exemplo, também adotou o uso da oração cristã Pai
Nosso ao lado das orações japonesas, deixou de lado uma oração como a Zenguen
Sandji que faz referência à entidade budista Kannon e ao próprio Meishu Sama, e
ficou somente com a oração Amatso Norito e deixou de lado costumes como tirar os
sapatos antes de entrar no salão e outras mais. As outras organizações messiânicas
são muito tradicionalistas, muito apegadas a querer continuar tudo como era no tempo
que Mokiti Okada estava vivo e como é feito no Japão, o que é menos atraente para
os brasileiros, embora, naturalmente, haja quem siga o seu Mestre e Messias Meishu
Sama com os rituais por Ele deixado por acreditar que é o correto e por ter mais
beleza nos rituais.
Finalizando
Os messiânicos acreditam que o desejo de Meishu Sama que desenvolveu o
Plano Divino da Salvação e Construção, segundo a vontade do Alto. Estabeleceu as
suas bases e, pouco depois de realizar a sua vinda como Salvador, ascendeu ao
Mundo Divino, seguindo o caminho traçado por Deus.
Seu retorno ao Mundo Divino, momento em que Ele iniciou a sua Obra,
desvencilhando-se do seu limitante corpo material. Antes de Sua ascensão Meishu
Sama afirmou, em diversas ocasiões, que iria emanar Sua luz, manifestar Sua força e
trabalhar, do Mundo Divino, e que de lá manifestaria a força absoluta para concretizar
o Plano de Deus. Nesse sentido, o que é mais importante para os messiânicos é
acreditar firmemente que, nessa fase atual de grandes purificações, Meishu Sama
está manifestando, do Mundo Divino, Sua força absoluta, visando à construção de um
mundo isento de doença, pobreza e conflito, ou seja, o estabelecimento da verdadeira
civilização, através de cada um. É preciso se aprimorar para manter sempre o
sentimento de que, sem dúvida, Meishu Sama está vivo dentro de cada um dos
membros. Ele ensinou: “Não afastem os olhos de mim. Apenas trabalhem
empenhando a vida, espelhando-se em mim. Quem consegue realizar o que eu digo e
como eu penso, é um herói”. Por isso mesmo, o que se espera é um importante marco
é voltar para o espírito com que Meishu Sama instituiu tanto as Igrejas como os Bun-in
e Ryoin (Institutos Terapêuticos com leitos para tratamento espiritual e com médicos e
enfermeiros atuando paralelamente com a medicina). E esse sagrado espírito está
contido na Sua proposição “Construção do Mundo da Grandiosa Luz”. Nela Ele
expressa claramente os componentes que formarão o novo mundo civilizado e a
ordem em que este mundo ideal será construído, e, sobretudo, mostra Sua convicção
de que este mundo será concretizado através da força absoluta que Ele manifestará.
Bibliografia
1. Meishu Sama e a luta entre o bem e o mal – publicação do Instituto de Estudos
sobre Mokiti Okada.
2. Livro Luz do Oriente – publicação IMMB
3. Curso de Purificação Okada – publicação da Tohoo no Hikari
4. Estudo sobre religião Messiânica e suas dissidências – publicação na Revista
Nures da PUC SP – Tese apresentada pelo Prof.Hiranclair Rosa Gonçalves.
5. Internet – vários sites sobre as ramificações e sobre Meishu Sama.
6. Pesquisa dentro da IMMB e de outras ramificações, e de minha vivência como
membro.
7. Livros de ensinamentos de Meishu Sama – A Criação da Civilização, Mioshie
Mondoshu, As Boas Novas do Paraíso, Evangelho do Paraíso etc. – Publicação
IMMB e outras editoras.
8. Editorial: Meishu Sama está vivo dentro de nós - Jornal Messiânico da IMMB –
nov/dez de 2004.