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7 REVISÃO DE LITERATURA

7.1 MOTORES DOIS TEMPOS

“Motor dois tempos é um tipo de motor de combustão interna de mecanismo


simples; ou seja, ocorre um ciclo de admissão, compressão, expansão e exaustão
de gases a cada volta do eixo. (ALBIERO: AGDA, 2016, p.01).”
Diferente do motor quatro tempos, o motor dois tempos não possui válvulas
de admissão, correia de comando, comando de válvulas, esse tipo de motor é
constituído apenas de cabeçote, bloco, pistão, anéis, biela, virabrequim, paletas de
admissão, vela, e das janelas de admissão e escape.
No cabeçote “estão as câmaras de combustão que, com seus dispositivos,
permitem a admissão, a compressão e a queima da mistura que causa as explosões
alternadas que movimentam os êmbolos[...].” (CEARÁ, GOVERNO FEDERAL, p.07).
O bloco do motor é a estrutura principal, pois é onde ficam alojados os
cilindros onde o pistão se movimenta, e serve também de apoio para o cabeçote.
O pistão é a parte na qual faz a compressão do combustível, é ligado com a
biela e com o virabrequim.
Os anéis ficam em volta do pistão e servem como maneira de vedação para
que não escape compressão
As paletas de admissão dão passagem á gasolina, elas abrem com o vácuo
que é causado pelo movimento do pistão.
O sistema elétrico de um motor, manda centelha para a vela no momento
exato para que ocorra a explosão da mistura ar + combustível na câmara de
combustão.
As janelas de admissão é aonde ficam as palhetas, e a de escape é por
onde os gases da queima são liberados.

7.1.1 Funcionamento
“Os motores deste tipo combinam em dois cursos do êmbolo as funções dos
motores de quatro tempos. Assim, há um curso do motor para cada volta do
virabrequim. (TILMANN: CARLOS, 2013, p.117).”

Admitindo que o motor já esteja em funcionamento o processo de 1° tempo


ocorre quando:
O êmbolo, ou pistão, dirige-se ao PMS, comprimindo a mistura ar +
combustível. As janelas de escape e carga são fechadas, abrindo-se a
janela de admissão. Com o movimento do êmbolo, gera-se uma pressão
baixa dentro do cárter e, assim, por diferença de pressão, admite-se uma
nova mistura ar + combustível + óleo lubrificante, que será utilizada no
próximo ciclo. O virabrequim dá meia volta (180º) fechando o ciclo.
(TILMANN; CARLOS, 2013, p.118.)

O 2° tempo do motor é resultante da combustão e exaustão:


Considerado com curso de trabalho, iniciando a combustão no PMS, por
meio de uma centelha, o êmbolo é forçado até o PMI. Durante o curso, o
êmbolo passa na janela de descarga dando vazão aos gases da combustão.
Ao mesmo tempo, o êmbolo abre a janela de carga, permitindo que uma
nova mistura ar + combustível + óleo lubrificante entre no cilindro
preparando-o para o novo ciclo e forçando os gases provenientes da
combustão para fora (lavagem). O virabrequim, neste segundo tempo, dá
meia volta (180º). (TILMANN; CARLOS, 2013, p.118.)

7.1.2 Lubrificação

Em um motor as peças estão sempre em constante atrito e por isso é


necessário o uso de lubrificantes para cessar esse problema.
De acordo com Furlani, Silva (2006), o óleo lubrificante forma uma película
entre as superfícies móveis, reduzindo o atrito e o desgaste.
Controla a temperatura do motor, como forma de refrigeração.
Promove a limpeza, removendo os resíduos da combustão.
Permite que uma fina película de vedação se forme entre a parede do
cilindro e os anéis do pistão.
Nos motores dois tempos a lubrificação é feita através da mistura do óleo
junto com a gasolina na lubrificação da parte de cima do motor, para isso utiliza-se
óleos especiais para motores dois tempos, podem ser eles os minerais,
semissintéticos, vegetais ou sintéticos, cada um deles é usado á uma proporção de
20 á 50 mililitro por litro de gasolina.
Já na parte de baixo, que é basicamente constituída pela embreagem e
câmbio de marchas, há um reservatório separado para a colocação do óleo especial
para transmissões.

7.1.3 Vantagens e Desvantagens de um motor dois ciclos

Pelo seu ciclo completo ser basicamente a metade de um 4 tempos, o 2


tempos atinge altas rotações e melhores desempenhos do que um motor 4 tempos
com as mesmas dimensões.
Por ser um motor simples e com poucas peças a sua manutenção torna-se
barata e simples quando em comparação com um motor 4 tempos.
O ponto negativo é que por conta de não ter válvulas de admissão e escape,
esse tipo de motor joga uma pouca quantidade de combustível pra fora pela janela
de escape quando a gasolina está entrando pelo processo de admissão, apesar do
escapamento ser dimensionado e projetado para que esses gases que n queimaram
voltarem á câmara de combustão, ainda assim existe um pequeno desperdício de
combustível e isso causa um consumo maior em veículos que utilizam os motores 2
tempos.
Outro ponto positivo e que foi o motivo pelo qual os motores dois tempos
pararam de ser fabricados é por conta da poluição, pois como o óleo é queimado
junto com a gasolina, é produzido com a combustão muita fumaça e
consequentemente gás poluente.

7.1.4 Tipos de veículos

A indústria de automóveis parou de fabricar carros com esses motores no


ano de 1960 pois as leis ambientais já estavam em vigor e não permitiam a
circulação desses automóveis, os poucos que foram fabricados foram expostos em
museus ou estão com colecionadores.
Já na indústria das motocicletas existem muitos modelos de motos feitas
para andar na rua (apesar de pararem de fabrica-las em 2000) e até hoje a marcas
internacionais fabricam motos para trilha, motocross com motores a dois tempos.
Nas ruas as que ficaram famosas foram as RD 135, DT 180 a famosa viúva
negra a RD 350, e a que teve sua última versão fabricada no ano de 2000 a DT 200.
Ambas são motos fabricadas pela YAMAHA, e apesar de serem antigas são motos
com uma potência absurda e que até hoje são cobiçadas por muitos amantes de
dois tempos. No ramo das trilhas ficaram famosas as Ktms, Cr, e as Kx, motos
importadas, que ficaram famosas pela tremenda força que tem, e algumas ainda são
fabricadas até hoje.
Entretanto ainda há empresas que fabricam motores dois tempos para
ferramentas, como as motosserras os sopradores, e algumas fazem motores para
barcos de pesca.

7.2 MOTORES QUATRO TEMPOS

Os motores quatro tempos são os mais utilizados entre motos, carros e


caminhões, ficou muito conhecido pelo nome ciclo Otto, pois, diferente do motor dois
tempos que gera potência mais fácil, o motor quatro tempos precisa fazer quatro
ciclos para chegar a mesma potência do outro motor. “Para um motor de ciclo Otto,
pode-se afirmar que um ciclo a volume constante, onde a combustão ocorre em um
período infinitamente pequeno, é o que melhor se aproxima. (HEYWOOD, 1988, p.
18).”
Motores quatro tempos são constituídos de no mínimo um cilindro, contendo
um pistão e várias peças móveis. As partes principais do motor são pistão, biela,
virabrequim, válvula de admissão, duto de admissão, vela, duto de escape, e válvula
de escape.

7.2.1 Ciclos de funcionamento do motor

O motor tem 4 ciclos que são: admissão, compressão, explosão e exaustão.


No primeiro ciclo conhecido como admissão, a válvula de admissão libera a
entrada da mistura de ar e combustível na câmara de combustão, enquanto o pistão
se move para baixo aumentando o espaço na câmara. “​Durante o processo de
admissão, o ar e combustível se misturam com os gases residuais que não saíram
completamente da câmara de combustão do ultimo ciclo. (HEYWOOD, 1988, p. 21).”
Já no segundo ciclo chamado de compressão, para comprimir a mistura
feita, o pistão se move com as válvulas fechadas, diminuindo o volume. Esse
processo recebe o nome de compressão adiabática. “Quando a válvula de admissão
é fechada, ocorre a compressão do ar através da diminuição do volume do cilindro,
ocorrendo um aumento na pressão e temperatura dos gases (HEYWOOD, 1988, p.
21).”
Pelo terceiro ciclo chamado de explosão ou expansão, no fim da operação
de compressão um dispositivo elétrico (vela) cria uma centelha causando uma
explosão e se expandindo logo após. Nesta parte que ocorre a maior entrega de
energia do motor.
Aproximadamente entre 40° e 10° antes do PMS acontece o disparo da
faísca em que começa a combustão, propagando uma chama turbulenta
através da câmara até se extinguir chegando às paredes do cilindro. A
duração da combustão varia entre combustíveis, porém valores típicos
encontram-se em torno de 40° e 60° do virabrequim. Existe ainda um ponto
ótimo para ser disparada a faísca para uma determinada quantidade de ar e
combustível em que temos o máximo torque do motor, chamado Maximum
Brake Torque (MBT) (HEYWOOD, 1988, p. 21).

E por fim o quarto e ultimo ciclo, chamado de exaustão, que seria a abertura
da válvula de escape que libera todo o gás que foi queimado na explosão, depois
desse processo o motor perde seu calor retornando ao seu estado inicial onde
começa o ciclo novamente.
Perto do final do processo de expansão, abre-se a válvula de exaustão para
a saída dos gases residuais de combustão, através da maior pressão
existente dentro da câmara de combustão. Este processo tem duração
variável em função da pressão existente no cilindro, fazendo assim com que
possa restar uma quantidade de gás residual dentro do cilindro. A válvula
de exaustão permanece aberta até pouco depois do PMS. Por esse motivo,
ocorre um período em que a válvula de admissão e exaustão ficam abertas
ao mesmo tempo, podendo resultar em um retorno dos gases de
combustão para a admissão (HEYWOOD, 1988, p. 21).

7.2.2 Lubrificação
A lubrificação nos motores quatro tempos é feita pelo óleo armazenado no
cárter, o fluxo de óleo é feito sob a pressão através de galerias que existem no
motor fazendo com que o óleo circule em um circuito fechado.
Os óleos lubrificantes tem como função:
− De diminuir o atrito entre as peças causando menos desgaste;
− Limpando partículas de metais que se formam com o funcionamento
do motor;
− Ajuda no resfriamento;
− Veda os anéis do pistão e reduz o choque entre os mancais;
Com o tempo é normal que o óleo não seja tão bom quando foi trocado, por
isso, as revisões preventivas sempre ajudam, pois se continuar com óleos vencidos
ou de má qualidade as conseqüências nos motores serão as piores possíveis.
Por outro lado, óleos lubrificantes não são geralmente muito eficazes para a
redução de outros mecanismos de desgaste, tais como desgaste por
abrasão, desgaste por erosão e por fretting. Finalmente, quando o
lubrificante reduz o desgaste por adesão, as asperezas permanecem
presentes na superfície e podem acelerar a ocorrência de fadiga por pitting
(TORBACKE; RUDOLPHI; KASSFELDT, 2014, p. 44).

7.2.3 Pontos positivos e negativos

Os pontos positivos desse motor é o ganho de potência nos seus intervalos


de giro, sua alta confiabilidade e sua baixa manutenção é um de seus pontos mais
fortes, também o baixo consumo de combustível e com baixa emissão de poluentes.
Já pelos pontos negativos, podem ocorrer problemas com o fluxo de óleo,
um alto custo de manutenção com peças que tem preços um pouco mais elevados,
e por fim seria o peso de todas as peças que compõem o motor, sendo assim um
veiculo com uma cilindrada mais baixa poderá talvez sofrer um pouco.

7.2.4 Veículos com motores de quatro ciclos

Praticamente quase todos veículos que são de ultima geração, já saem de


fabrica com esse tipo de motor, por fazer menos poluição e conseguindo satisfazer
os consumidores. “O motor Otto trabalha com 2 e 4 tempos, no qual o mais usado
nos veículos nos dias de hoje são os motores de 4 tempos. (FOGAÇA, 2008, p. 04).”
Várias motos já estão no mercado com esse motor, desde as mais antigas
até as mais novas e sofisticadas, se tornou um motor fácil de se mexer e de
facilidade de encontrar peças, pois foi fabricadas várias motos e de variadas
cilindradas. Uma das empresas mais fortes no ramo das quatro tempos é a Honda
que está atuando desde 1976 até os dias atuais, já fabricaram mais de 25 milhões
de motos, sendo que 13 milhões foram só do modelo CG que estão até hoje nas
mãos de muitos brasileiros.
Muitos carros e caminhões também já foram fabricados com esse tipo de
motor, por ser mais duradouros e com pouca manutenção, tratores e máquinas
agrícolas são fabricados até hoje por terem um menor consumo de combustível e
com fácil mercado de reposição de peças.
Hoje em dia esses motores são muito utilizados em eventos de arrancadas
sendo muito mexidos e tendo peças que originalmente não existem no motor,
aumentando ainda mais suas respectivas potências, podendo ultrapassar 1000
cilindradas pelas motos e os carros chegando perto dos seus 1000 cavalos e assim
podendo pegar velocidades muito altas.

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