Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ele usa o calor gerado pela súbita compressão de uma carga de ar para inflamar o combustível
introduzido próximo à parte superior do seu curso de compressão.
Os gases aquecidos resultantes da combustão dessa mistura forçam o pistão para baixo, que gira o eixo e
permite a realização de trabalho útil.
Assim, o motor diesel é classificado como um motor de combustão interna, pois transforma a energia da
queima do óleo diesel no interior de uma câmara de combustão em energia mecânica disponibilizada na
ponta de um eixo de manivelas, também denominado de eixo virabrequim.
A vantagem do motor diesel sobre os outros motores de combustão interna (motor a gasolina, a álcool,
etc...) reside na sua maior capacidade térmica e no fato do óleo diesel ser mais barato devido a sua menor
necessidade de refino.
Além disso, o motor diesel é mais adequado para suportar trabalho durante longas jornadas.
No entanto, quando em alta rotação, o motor diesel é mais barulhento e requer mais manutenção, razão
pela qual o motor a gasolina é mais popular nos automóveis de passeio.
O motor diesel se distingue dos demais motores de combustão interna por duas características
fundamentais:
O motor diesel utiliza como combustível um óleo pardo-escuro, derivado do petróleo e constituído de uma
mistura de hidrocarbonetos que compreende os destilados intermediários.
Em virtude da sua utilização nos motores diesel, este combustível recebeu o nome, no Brasil, de óleo
diesel.
No instante da ignição, a mistura ocupa um volume muitas vezes menor que o volume ocupado pelo ar no
início da compressão.
A taxa de compressão nos motores diesel é de 12 a 20:1, enquanto que, nos motores a gasolina, esta
relação é de aproximadamente 7:1.
Em conseqüência dessa alta pressão, a temperatura atinge valores superiores à 500 oC, podendo, por isso,
inflamar o combustível sem a necessidade de centelhamento.
• alta velocidade 1.700 a 2.200 rpm, considera-se 5.000 rpm o máximo da categoria
aplicação: em serviços automotivos
pela potência
São comercializados em potências que variam de uns poucos hp a mais de 60.000 hp.
As locomotivas operam nas potências de: 700, 1.000, 1.500, 1.800, 2.000, 2.200, 2.400, 3.000, 3.300,
3.900, 4.150 e 6.300 hp.
8, 12, 16 ou 20 cilindros
2 ou 4 tempos
Exemplos:
Características:
- 900 rpm
- 3.900 hp
- 20 cilindros
- em V - ângulo de 45°
- 2 tempos
- turbinado
Características:
- 1050 rpm
- 4.150 hp
- 16 cilindros
- em V - ângulo de 45°
- 4 tempos
- turbinado
Bloco;
Carter;
Eixo de manivelas;
Conjunto de força;
Bielas;
Pistão;
Camisa;
Cabeçote.
Abaixo vemos as figuras em corte dos motores apresentados nos exemplos anteriores, onde estão
destacadas algumas de suas partes principais.
Escapamento
Chaminé
Pistão
Turbo alimentador
Pistão
Bloco
Biela
Eixo
Virabrequim
Carter Bloco
O bloco do motor pode ser uma peça única de ferro fundido cinzento,
os conjuntos de força;
os acessórios.
Além desses elementos principais, todas as tubulações dos sistemas de arrefecimento, lubrificação e
combustível estão fixadas interna ou externamente ao bloco.
Como o motor tem a configuração em “V” (ângulo de 45°), existem duas bancadas, a direita e a esquerda.
É um conjunto de chapas soldadas que suporta o bloco e serve de base para o motor.
O poço de óleo lubrificante do motor está localizado no centro do cárter, sendo provido de drenos e
divisões que objetivam evitar ou diminuir a agitação do óleo quando o motor estiver em funcionamento.
Quebra Quebra
onda onda
Também chamado de virabrequim, o eixo de manivelas é um eixo de aço carbono forjado com tratamento
térmico específico e mangas endurecidas.
É fixado ao bloco através dos mancais principais (mancais fixos) nos munhões, e suporta o torque
proveniente dos conjuntos de força através dos mancais das bielas (mancais móveis) nos moentes.
Moente
Junção das
duas seções
Munhão
Os mancais possuem casquilhos do tipo precisão, de chumbo e bronze com assentamento de aço, revestido
por uma fina camada de Babbit.
Fabricado em aço carbono forjado com têmpera por indução nos munhões e nos moentes, pode ser
constituído por uma única peça ou por duas seções, cujos flanges são unidos por parafusos.
Como a temperatura de trabalho desse eixo é bastante elevada, o mesmo possui canais internos e externos
de lubrificação que permitem a circulação do óleo lubrificante para os mancais fixos e móveis, a fim de
arrefecer o conjunto virabrequim-casquilhos.
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Instituto de Educação Continuada - IEC
Elaborado por: José Luiz Borba
Eixo de Comando de Válvulas Material de Tração
Cada motor diesel possui dois eixos de comando de válvulas, também conhecido como eixo de cames
devido aos ressaltos excêntricos que possui.
Excêntricos
É montado um de cada lado do bloco do motor diesel, e são acionados pelo virabrequim através de
engrenagens.
Nos motores grandes, os eixos de comando de válvulas são compostos de segmentos, o que permite um
manuseio mais fácil durante a manutenção.
Segmento
Excêntricos
a biela;
o cabeçote;
a camisa;
Cabeçote
Cabeçote
Camisa
Válvula
Pistão
Jaqueta
Biela
Camisa
Detalhe dos conjuntos de força sendo montado sobre o bloco do motor diesel:
Bielas são peças de aço forjado de alta resistência mecânica e usinagem de precisão.
Nos motores em “V”, em cada moente do virabrequim, são instaladas duas bielas.
Nos motores de 4 tempos existe uma biela mestra ou principal e outra articulada ou secundária.
Pino de fixação da
Biela Articulada
Biela
mestra
Biela
Articulada
Sede do
Pino
• a região superior em aço, também chamada de coroa, que suporta as mais altas temperaturas;
Saia
Sede do
pino
Coroa
Coroa
Saia
Coroa
Aneis de
compressão
Aneis de
óleo
É dentro da camisa que ocorre a combustão, e para tanto é constituída de ferro fundido.
A camisa e o pistão são peças interdependentes, ou seja, suas medidas têm que ter um ajuste dimensional
perfeito entre si para que seja obtido o melhor desempenho possível do motor.
Nas locomotivas com motor de 4 tempos a camisa e o cabeçote formam uma peça única que é montada
dentro da jaqueta.
Cabeçote Camisa
Camisa
Jaqueta
estrutural;
de arrefecimento da camisa.
Nas locomotivas com motor de 2 tempos a camisa é independente do cabeçote e vai montada diretamente
no bloco do motor.
o injetor de combustível com sua alavanca de controle é fixado na sede localizada no centro do
cabeçote.
Válvla de Válvla de
Válvla de escape
escape
escape Válvla de
Sede do escape
injetor
Sede do
Válvla de
injetor
escape
Válvla de
escape
Válvla de
escape Válvla de
escape
A parte inferior do cabeçote constitui a parte superior da câmara de combustão, pois é ali que ocorre a
combustão da mistura ar-óleo diesel pulverizado.
A haste é fabricada em aço endurecido, e a cabeça da válvula é fabricada em aço forjado de liga níquel-
cromo.
Os balancins são postos a funcionar diretamente pelo eixo comando de válvulas através de um rolete
montado na extremidade bifurcada de cada balancim.
Uma mola e um assentamento de mola são presos na haste da ponte de válvula por um anel trava.
Sabemos que o ciclo de trabalho é a seqüência a que se submete, dentro do cilindro, uma porção de
combustível e comburente a fim de que esta mistura libere a energia térmica contida na mesma.
O ciclo de quatro tempos se completa com quatro cursos do pistão, o que corresponde a duas rotações do
eixo de manivelas, havendo somente um tempo motor em cada ciclo:
PMS
° 126° 61
65 °
° Sobreposição
82
Fechamento das válvulas de escape
Abertura das válvulas de admissão
Compressão
Início da injeção
Potência
Válvulas de escape abertas
PMI
Injetor de combustível
Cabeçote
Ar
Válvula de escape
Escape
PMS
Compressor
de ar
PMI
Válvula de admissão
Pistão
Biela
Eixo
Virabrequim
1º tempo - Admissão
Estando o pistão no seu movimento descendente, do ponto morto superior (PMS) para o seu ponto morto
inferior (PMI), a 61° do PMS a válvula de admissão é aberta e a de escape é mantida fechada, para que o
cilindro seja cheio de ar puro.
Este enchimento se dá por fornecimento de ar a uma determinada pressão até 45° após o PMI.
A válvula de escape é
Ar mantida fechada. Ar Ar
2o tempo - Compressão
A partir de 45° do PMI a válvula de admissão é fechada. Com as válvulas de admissão e de escape
fechadas, o pistão, em seu movimento ascendente, comprime o ar existente dentro do cilindro até uma
taxa de 12,7:1. Como conseqüência dessa compressão, ao término do tempo de compressão, a
temperatura do ar interior do cilindro atinge valores próximos de 550 °C.
No Motor Diesel com Injeção Eletrônica (EFI), o combustível começa a ser injetado sob altíssima pressão
pelos injetores na câmara a partir de 82° antes do PMS.
Ar A válvula de escape Ar Ar
permanece fechada.
Após a combustão, os gases resultantes dentro do cilindro, sob alta pressão, expandem-se e empurram o
pistão para baixo. Este movimento é transmitido cinematicamente ao eixo virabrequim, de onde se
recolhe a energia mecânica.
Ar Ar
Escape Escape
PMS PMS
A queima da mistura
PMI libera uma grande PMI
quantidade de calor,
e esta, por sua vez,
aumenta a pressão O pistão é empurrado
PMS dos gases no interior do PMS para o PMI
do cilindro. devido a pressão dos
gases resultantes da
combustão.
A biela transmite o
movimento linear
do pistão para o
virabrquim.
55° antes do PMI
4o tempo - Escape
Quando o pistão estiver a 55° antes do PMI, a válvula de escape, acionada mecanicamente, abre-se,
fazendo com que a pressão dos gases da combustão baixe até a pressão atmosférica.
O pistão continua o seu movimento descendente com a válvula de escape aberta, ultrapassa o PMI, e
inicia o seu movimento ascendente.
Com a válvula de escape aberta, o pistão, em seu movimento ascendente expulsa os gases residuais da
combustão.
Ar A válvula de Ar Ar
escape é aberta.
4o tempo - Lavagem
A 65° do pistão atingir PMS, a válvula de admissão também se abre, dando início a um período
intermediário chamado lavagem, cuja função é a de expulsar os resíduos da combustão para fora do
cilindro e, ao mesmo tempo, auxiliar no arrefecimento dos componentes internos do conjunto de força. A
lavagem ocorre com as válvulas de admissão e escapamento abertas e com o pistão em seu movimento
ascendente e descendente durante um curso de 126°.
O virabreqim
gira 2 voltas.
No motor de dois tempos, o ciclo a que são submetidos o combustível e o comburente se dá em dois cursos
do pistão:
Admissão
Admissão
Escape
Escape
Compressão Trabalho Compressão Trabalho
1 rotação 1 rotação
1 ciclo 1 ciclo
10
3°
Abertura da válvula de escape
°
61
° 77
45
° 45°
Válvula de escape fechada
Janelas de ar fechada Janelas de ar abrindo
Válvula de escape aberta Janelas de ar aberta
PMI
Na figura vemos um esquemático representativo de um cilindro do motor de dois tempos, destacando suas
partes principais, que será utilizado para mostrar seu funcionamento.
Injetor de Válvula de
combustível escape
Cabeçote
Compressor
de ar Caixa
de ar
Janelas
de ar
Pistão
Eixo
Virabrequim Biela
1o Tempo
Admissão e Lavagem
As válvulas de
Admitindo-se que: escape são abertas.
Compressão
2o tempo
Combustão
O virabrequim gira
completando ½ volta
Escape
Escape
A queima do combustível se dá dentro da câmara de combustão, que é o espaço localizado entre o pistão
em PMS e o cabeçote.
Cerca de dois terços da energia calorífica liberada pela combustão não são transformados em trabalho
mecânico, mas perdidos, em sua maior parte, através do calor, sendo que:
Portanto, o motor diesel apresenta um rendimento térmico que pode ser expresso como:
64.260
%
Pc Cesp
Exemplo
64.260
=35,145 %
10.800 0,152
A potência bruta de um motor diesel é a sua potência real e pode ser calculada pela expressão:
A c pme n
P
4.562
A área da seção transversal do cilindro [cm2]
rpm
motor de 2 tempos n
1
N regime de rotação:
rpm
motor de 4 tempos n
2
Exemplo
Número de cilindros = 16
1.050
410, 433 0, 2667 16,56
Pcilindro 2 208, 6 hp
Sua potência bruta por cilindro é:
4.562
O consumo de combustível de um motor diesel é determinado através de testes, onde são verificados
vários fatores, entre os quais: a altitude, a pressão atmosférica, a temperatura ambiente, a temperatura
do óleo diesel, a quantidade de combustível que alimenta o motor, a quantidade de combustível que
retorna para o tanque, o poder calorífico do óleo diesel, a carga imposta ao motor, etc.
Podemos estimar o consumo de combustível por hora de trabalho de um motor diesel através da
expressão:
rendimeto
Exemplo
Calcule o consumo de um motor diesel de uma locomotiva DDM 45 que permaneceu em ponto 8 de
aceleração por uma hora.
• [HP] = 3.900 hp
• Pc = 10.810
• = 39%
• d = 0,845 kg/litro
3.900
O consumo será de: consumo 641,1 702 litros
10.810 0,39 0,845 hora
Conhecendo-se a potência do motor diesel, se pode calcular o seu conjugado pela expressão:
726,13 P
C kgf
rpm
Exemplo
726,13 3.337
C =2.307,71 kgf
1.050
Óleo Lubrificante;
Arrefecimento;
Ar de admissão;
Óleo Combustível;
Escape;
a fim de manter:
uma temperatura uniforme e aceitável em toda massa do conjunto de força, através do arrefecimento
dos conjuntos de força, da estrutura metálica e dos mecanismos internos do motor;
a lubrificação das partes móveis do motor para redução dos desgastes provocados pelo atrito e das
perdas;
garantir a injeção de combustível, no tempo certo e na quantidade certa, a fim de que a combustão se
faça da melhor forma possível;
A função do sistema de óleo lubrificante é interpor uma película de óleo lubrificante entre as partes
móveis do motor diesel, reduzindo os efeitos causados pelo atrito, através da circulação contínua do óleo
lubrificante do cárter até as partes a serem lubrificadas, como o eixo virabrequim, as bielas, as
engrenagens, etc...
do óleo para lubrificação do motor - fornece óleo para a lubrificação das diversas peças móveis do
motor, como o eixo virabrequim, mancais e peças móveis
montadas sobre o cabeçote;
do óleo de arrefecimento dos pistões - fornece óleo para resfriamento dos pistões e lubrificação das
superfícies dos mancais dos pinos dos carregadores;
de limpeza do óleo - tem por finalidade abastecer os outros dois sistemas com óleo
resfriado e filtrado, aspirando o óleo drenado para o poço do
cárter e forçando-o através dos filtros e resfriadores, de onde
ele segue para o alojamento dos coadores de sucção, a fim de
abastecer as bombas de óleo de lubrificação e de arrefecimento
dos pistões.
O óleo lubrificante é armazenado no cárter a uma temperatura relativamente alta, junto com todas as
impurezas coletadas no sistema.
O nível de óleo no cárter deve ser mantido correto para evitar o funcionamento sem lubrificação.
A medição do nível do óleo é feita através de uma vareta que penetra de um dos lados do cárter até o
poço.
A bomba de lavagem transfere continuamente o óleo lubrificante do cárter para o sistema de filtragem e
resfriamento, através de um filtro metálico de malha grossa.
O óleo lubrificante é fornecido pela bomba de limpeza sob alta pressão para ser filtrado nos filtros
Michiana. Caso a pressão nos filtros Michiana ultrapasse a pressão de serviço, uma válvula de alívio
existente na tubulação de saída da bomba é aberta para que os elementos filtrantes não sofram avarias.
Dos filtros Michiana o óleo lubrificante aquecido segue para o resfriador, onde é resfriado pela circulação
de água do sistema de resfriamento do motor através de um sistema de tubos (colméia) dentro do
resfriador. A colméia é cercada por um tanque através do qual circula o óleo quente do motor. O calor do
óleo do motor é transferido para o resfriador de água usando o material dos tubos como condutor.
Ao sair do resfriador, antes de atingir a bomba principal, o óleo passa pelo filtro de malha fina.
Do filtro de malha fina, as bombas de óleo principal e a de óleo de resfriamento do pistão bombeiam este
óleo filtrado e resfriado para o sistema de lubrificação do motor diesel, para o sistema de arrefecimento
dos pistões ou retornando novamente para o cárter.
A combustão do combustível e o atrito das peças móveis geram calor, que deve ser retirado do motor
diesel a fim de manter a temperatura adequada de funcionamento.
manter a temperatura dos conjuntos de força, da estrutura metálica e dos mecanismos internos do
motor diesel, uniforme e aceitável durante todo funcionamento;
estabilizar a temperatura do ar de admissão a fim de obter uma queima otimizada da mistura ar-
combustível na câmara de combustão dos cilindros.
tanque de expansão;
banco de radiadores;
ventiladores;
coletores de saída;
Sempre que o motor diesel estiver funcionando, o líquido refrigerante dos sistemas de arrefecimento
circula através do motor diesel e do compressor de ar, absorvendo calor.
O líquido refrigerante, que é composto de água e inibidor de corrosão, é pressurizado para elevar seu
ponto de ebulição e evitar a cavitação, isto é, a destruição das partes internas das bombas d`água em
conseqüência da presença de vapor, durante condições de passagem de temperaturas elevadas, tais como
operação através de túneis longos.
A circulação do líquido refrigerante é produzida por uma ou duas bombas centrífugas independes,
impulsionadas pelo motor diesel.
Os bancos de radiadores são localizados em compartimento apropriado, com ventilação forçada por meio
de ventiladores, acionados pelo motor diesel ou por motores elétricos independentes.
Em regiões mais frias, a admissão do ar de resfriamento aos radiadores é controlada por venezianas
operadas automaticamente, de acordo com a temperatura da água.
Os ventiladores de resfriamento são acionados pelo motor diesel ou por motores elétricos independentes.
Os ventiladores de resfriamento acionados por motores elétricos funcionam automaticamente por meio de
controle termostático, de acordo com a temperatura da água.
A água resfriada que deixa os radiadores, é conduzida a partir do tanque de expansão de água de
refrigeração e do conjunto do resfriador de óleo lubrificante do motor, por bombas acionadas pelo
próprio motor diesel até as linhas individuais de jato de cada cilindro e cabeçote através de tubos de
admissão.
Ao sair do compressor de ar, a água é conduzida através de uma chave de temperatura, depois retorna ao
tanque de água para recirculação.
O controle de temperatura no sistema é feito por chaves de controle de temperatura, que são montadas a
um coletor, instalado na tubulação do sistema de arrefecimento, de modo que a água conduzida através
do sistema, atue sobre os elementos térmicos, os quais fazem com que as chaves respondam e estabeleçam
os circuitos elétricos para ligar os contatores dos respectivos ventiladores, controlando o fluxo de ar
através dos radiadores de resfriamento, mantendo o motor diesel em temperatura adequada de
funcionamento.
Chaves de temperatura
Para o sistema de ar de admissão do motor diesel é necessário filtrar o ar captado da atmosfera, para
remoção de partículas pesadas e de água, que são expulsas para fora da locomotiva por um exaustor
acionado pelo próprio motor diesel ou eletricamente.
O ar fornecido pode ser aspirado do exterior da locomotiva por sopradores ou por turbo alimentadores,
montados na extremidade do motor.
O objetivo de adicionar um turbo alimentador a um motor diesel é de aumentar o seu rendimento, isto é,
produzir um incremento da potência e do torque, sem diminuir a sua vida útil.
Nas locomotivas com soprador, o ar da atmosfera passa inicialmente nos filtros de porta, e em seguida por
um filtro de banho a óleo.
Filtros
Nos motores turbo alimentados, o ar captado da atmosfera passa inicialmente no filtro inerte, e em
seguida pelos filtros sacola.
O ar limpo é fornecido para o sistema de admissão sob pressão, por intermédio de um o turbo
alimentador, também denominado simplesmente de turbina, que é constituída por um compressor
centrífugo, movido por uma turbina acionada pelos gases de escape.
Impulsor
Turbina
A turbina pode ser acionada somente pelos gases de escape do motor diesel antes de sua descarga para a
atmosfera, ou pode ser acionado inicialmente através de uma engrenagem.
Neste tipo, quando o motor diesel se aproxima de sua carga total, uma embreagem automaticamente
libera o sistema de engrenagem, e a turbina passa a funcionar apenas com os gases de escape.
Duto de exaustão
- Chaminé
Caracol de
descarga
Abertura do
acionamento
auxiliar
Caracol de
admissão
O ar fornecido a uma pressão muitas vezes superior à pressão atmosférica, o que favorece sobremaneira a
homogeneidade da mistura, é enviado aos resfriadores intermediários, denominados aftercooler ou
intercooler.
Turbina
Canalização
da água de
resfriamento
Aftercooler
Os resfriadores intermediários são trocadores de calor, de construção tipo caixa, consistindo de uma rede
de tubos, através dos quais a água do sistema de resfriamento retira calor do ar comprimido.
Rede de
tubos
O ar comprimido também é usado para expulsar os resíduos de gases de combustão e arrefecer as partes
da câmara de combustão dos cilindros durante o tempo de lavagem do ciclo do motor diesel, quando as
válvulas de escape estão abertas.
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Instituto de Educação Continuada - IEC
Elaborado por: José Luiz Borba
Sistema de Ar de Admissão Material de Tração
E
ntradadear
Cham iné
deexaustão
Câmarade
arlimpo
Coletordosgases
decom bustão
T
urboalim
entador Filtro
Cilindros Purificador
A
fterCoo
ler Tela
Coletordeard
eadmissão E
ntradadear
Em alguns motores diesel turbo alimentados, a fim de que os mancais da turbina estejam sempre
lubrificados, mesmo antes de haver pressão de óleo lubrificante disponível, existe uma bomba acionada
por motor elétrico cuja função é manter a lubrificação dos mancais antes mesmo da partida e logo após a
parada do motor diesel.
Os gases de escape dos cilindros do motor se descarregam dos cabeçotes para a tubulação de escape, que é
constituída de um conjunto de câmaras, juntas de expansão e conjunto de adaptadores.
Juntas de
expansão
Figura do Escape
Câmras
As juntas de expansão, que são utilizadas entre os conjuntos da câmara e entre os adaptadores e os
conjuntos da tela e o turbo alimentador, proporciona a flexibilidade necessária para compensar a
contração da tubulação devido as mudanças de temperatura.
O conjunto adaptador consiste de uma tela tipo alçapão, a fim de prevenir a entrada de objetos estranhos
no turbo alimentador.
Os gases de escape, após passarem através da turbina, são expelidos para a atmosfera pela chaminé de
descarga.
Os injetores de combustível de cada cilindro são alimentados por uma corrente permanente de
combustível a baixa pressão, fornecida pelo sistema de combustível, que é constituído por:
tanque de abastecimento;
bomba;
coadores;
filtros;
tubos de conexão;
injetores;
tubos de alimentação;
tubos de retorno.
Quando o motor diesel está em operação, o óleo combustível, armazenado no tanque de abastecimento de
combustível da locomotiva, é transferido do tanque por meio de uma bomba de engrenagem acionada
diretamente por um motor elétrico, alimentado pelo circuito de baterias.
Ao deixar o tanque, o combustível circula através de um coador de sucção, que funciona como um pré-
filtro, antes de passar pela bomba.
Da bomba, o combustível passa por um filtro primário de forma tubular, montado na estante de
acessórios do motor diesel, seguindo então para o filtro de entrada dos injetores (filtro secundário),
localizado no motor.
Do filtro secundário o combustível é levado à linha de suprimento dos injetores localizados nos cabeçotes
do motor diesel.
O excesso de combustível que não é injetado na câmara de combustão, serve para resfriar e lubrificar
internamente os injetores e retorna até o filtro de retorno através da linha de retorno. Esse filtro protege
o injetor no caso de um fluxo inverso de combustível, vindo do tanque pela linha de retorno.
Do filtro de retorno, o excesso de combustível passa através da válvula de alívio, na entrada do visor de
vidro de retorno. Essa válvula limita o retorno do combustível, mantendo a pressão nos injetores. O
combustível continua pelo visor de vidro e desce pela linha de retorno até o tanque de abastecimento.
A parte mais importante do sistema de combustível é o injetor de combustível, que é constituído por uma
bomba de dosagem de combustível, de alta pressão, independente ou combinada em um só alojamento a
uma válvula pulverizadora (bico pulverizador).
Bomba mecânica
de dosagem
combinada
Bico pulverizador
Bico pulverizador
Bomba Bomba
mecânica de elétrica de
dosagem dosagem
independente independente
Janela
superior
Janela
inferior
As hélices na extremidade do êmbolo controlam a abertura e fechamento das duas janelas para passagem
de combustível na bucha do êmbolo. A rotação do êmbolo regula o período em que as duas aberturas são
fechadas na ocasião do movimento vertical, controlando desta maneira a quantidade do combustível
injetado no cilindro.
Janela
superior
Quando o êmbolo está sendo girado da posição “Lenta” para a posição de “Plena carga”, a injeção é
antecipada e o período de bombeamento é prolongado, de modo a injetar uma maior quantidade de
combustível.
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Instituto de Educação Continuada - IEC
Elaborado por: José Luiz Borba
Características do Óleo Diesel Material de Tração
O óleo diesel é uma mistura de uma infinidade de compostos químicos, cujos componentes principais são
o Hidrogênio (H2) e o Carbono (C). Além de conter um teor de Enxofre (S), o óleo diesel pode apresentar
vários outros tipos de impurezas como areia, água, sujidade, etc.
Portanto, o tipo e a qualidade do óleo diesel é de grande importância, pois o emprego de um óleo diesel de
baixa qualidade resulta numa combustão pobre, com diminuição da potência e aumento da manutenção,
devido à obstrução dos orifícios dos bicos injetores e acúmulo de resíduos nas partes internas do motor.
Governador
Quando a carga do motor cresce, a rotação tende a cair, reduzindo a potência entregue, pois a quantidade
de combustível injetado num dado tempo é menor.
O governador atua para aumentar a quantidade de combustível por ciclo, aumentando, assim, a potência
e restabelecendo a rotação ao valor preestabelecido.
Nos governadores de grande sensibilidade a queda de rotação é desprezível e constante para todas as
velocidades de trabalho.
Todo governador, por mais complicado que pareça, é constituído pelas seguintes partes fundamentais:
um elemento de potência, o qual varia a quantidade de combustível injetado nos cilindros do motor;
O controle de rotação eletro-hidráulico é feito por meio da energização de oito combinações de quatro
solenóides.
Os solenóides têm êmbolos que se apóiam em uma placa fulcro triangular, a distâncias diferentes de um
ponto de rotação fixo.
O fulcro da placa triangular se apóia em uma alavanca ligada à válvula piloto de controle de rotação,
dentro de uma bucha rotativa.
Modo de controle do motor diesel (partida, funcionamento, marcha lenta, parar, parado e excesso de
rotação);
Proteção do motor diesel (excesso de rotação, sobrecarga, excesso de fumaça, baixas pressões de óleo e
de água);
Controle de tempo;
Diagnósticos.
O sistema EFI é composto de um painel eletrônico, que monitora as temperaturas, as pressões do óleo
combustível, do óleo lubrificante e da água de resfriamento do motor diesel, e a rotação e posição do
virabrequim, com a finalidade de entregar seqüencialmente e apropriadamente uma quantidade certa de
combustível a cada um dos cilindros do motor diesel, por sinais enviados às bombas injetoras de
combustível.
Além de monitorar alguns parâmetros do motor diesel, o sistema EFI identifica quais os que estão fora
dos limites normais para cada ponto de aceleração e carga, alertando o sistema de microcomputadores do
controle de excitação e potência para reduzir a rotação do motor diesel e/ou a excitação/carga do
alternador.
Estes parâmetros relacionam-se primariamente com baixas pressões nos sistemas de água, óleo
lubrificante e óleo combustível, sob as condições de demanda.
Os sinais de baixa pressão resultam em uma série de reduções de pontos de aceleração/rotação, até que
níveis esperados sejam restabelecidos e poderão desligar o motor diesel se a pressão continuar
diminuindo.
Uma condição de demanda de combustível pode causar redução da excitação/carga do alternador até o
ponto em que a demanda de combustível possa ser controlada pelo sistema.
Uma condição de demanda de combustível pode causar redução da excitação/carga do alternador até o
ponto em que a demanda de combustível possa ser controlada pelo sistema.
O software do sistema dos microcomputadores usa esta informação para calcular as taxas da mistura
ar/combustível e as taxas de carga.
economia de combustível;
Bombas
Sensor de arranque
Injetoras
Sensores AUX
O controle das rotações do motor diesel é feito pelo governador de injeção eletrônica, que, através da
lógica interna, controlada por software específico para cada motor diesel, atua digitalmente os solenóides
de controle de rotação como se fosse uma mímica dos solenóides operantes dos governadores de injeção
mecânica.
Para que um motor diesel não sofra danos maiores no caso de ocorrência de qualquer problema
relacionado ao seu funcionamento, existem alguns parâmetros que são constantemente acompanhados
por sensores e subsistemas, tais como:
Esses parâmetros são controlados pelo governador, que é o componente que recebe, atua e envia
informações dos equipamentos.
A combinação dos detectores de baixo nível d´água e baixa pressão no cárter são um dispositivo sensível a
pressão usado para determinar as condições anormais do sistema de resfriamento e sistema de
lubrificação do motor diesel.
Botão de rearme de
baixo nível de água
Botão de rearme de
baixa pressão no cárter
O mecanismo de excesso de rotação do motor diesel é um dispositivo de segurança para parar a injeção
de combustível nos cilindros, caso a rotação do motor se torne excessiva.
Quando a rotação do motor excede o limite de segurança, a tensão ajustada da mola é vencida pela força
centrífuga do peso volante, fazendo com que este se mova para fora e atinja a alavanca de disparo,
acarretando, por meio de um mecanismo, o levantamento de garras travadoras dos balancins dos
injetores, o que impede a injeção de combustível.