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Vidros
Vidros
O VIDRO
série MATERIAIS
Este texto resulta do trabalho de aplicação realizado pelos alunos da disciplina de Materiais de
Construção I do curso de Engenharia Civil, sendo baseado no esforço daqueles que frequentaram a
disciplina no ano lectivo de 1999/2000, vindo a ser anualmente melhorado e actualizado pelos
cursos seguintes.
A sua fonte assenta nas sebentas das cadeiras congéneres da Academia Militar, Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto e Instituto Superior Técnico de Lisboa, bem como de outros
documentos de entidades reconhecidas (caso do L.N.E.C.), bibliografia e pesquisas diversas.
Contributo decisivo teve, igualmente, o Eng.º António Emanuel Lopes Pinto, sendo parte
importante do texto apresentado conteúdo revisto da monografia de licenciatura por si elaborada.
Pretende o seu teor evoluir permanentemente no sentido de responder quer à especificidade dos
cursos da UFP, como contrair-se ao que se julga pertinente e alargar-se ao que se pensa omitido.
Esta sebenta insere-se num conjunto que perfaz o total do programa da disciplina, existindo uma por
cada um dos temas base do mesmo, ou seja:
I. Metais
II. Pedras naturais
III. Ligantes
IV. Argamassas
V. Betões
VI. Aglomerados
VII. Produtos cerâmicos
VIII. Madeiras
IX. Derivados de Madeira
X. Vidros
XI. Plásticos
XII. Tintas e vernizes
XIII. Colas e mastiques
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a
existência de erros e imprecisões.
Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os contributos técnicos que possam ser
endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
Sumário
Este trabalho tem como objectivo o estudo do vidro como matéria-prima na construção civil.
De uma forma global, pretende-se abordar a sua origem, passando pelas técnicas de
fabricação, os tipos de vidro existentes no mercado e a sua aplicação prática.
¾ No terceiro capítulo faz-se referência aos diferentes tipos de vidros existentes, suas
características especiais e a sua aplicação na construção civil;
I
Série Materiais O Vidro
Índice Geral
Sumário ......................................................................................................................................I
Índice de Tabelas....................................................................................................................IX
1.1.1. A evolução........................................................................................................................ 2
II
Série Materiais O Vidro
2.8. Cores................................................................................................................................. 32
3.5. Espelhos............................................................................................................................ 40
III
Série Materiais O Vidro
IV
Série Materiais O Vidro
5.3. Calços................................................................................................................................ 69
V
Série Materiais O Vidro
5.7.1. Cuidados especiais a ter com o armazenamento de vidros de segurança laminados ... 102
Anexo V - Raios Solares atingindo uma vidraça e suas repercussões ............................. 113
VI
Série Materiais O Vidro
Índice de Figuras
VII
Série Materiais O Vidro
Figura 30 – Gola aberta com moldura de vedação – Sem contra-vedação [2]. ________ 91
Figura 31 – Gola aberta com moldura de vedação – Com contra-vedação [2]. _______ 92
Figura 32 – Gola fechada com bites – Sem vedação (gola seca) [2]._________________ 92
Figura 33 – Gola fechada com bites – Com vedação do lado do bite [2]._____________ 93
VIII
Série Materiais O Vidro
Índice de Tabelas
IX
Série Materiais O Vidro
A data exacta da descoberta do vidro ainda não foi encontrada e em relação a este assunto
existem diversas opiniões. Mas um consenso foi estabelecido: a existência deste material é
bastante remota. Também não são conhecidos dados específicos sobre a sua origem. Alguns
historiadores afirmam que a sua descoberta remonta a 3000 anos a.C. (5000 a.C.) e os
primeiros objectos de vidro foram encontrados nas necrópoles egípcias.
Também se atribui a Tebas o berço da indústria vidreira egípcia. Desde 1550 a.C. até à era
cristã, o Egipto conservou o primeiro lugar na indústria do vidro. Foi dos mercadores fenícios
que este material foi levado a todos os mercados do Mar Mediterrâneo. A partir do momento
em que esta indústria se estabeleceu em Roma o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento
foram dignos de registo. Os romanos aprenderam esta arte com os egípcios mas
desenvolveram processos de lapidagem, pintura, colorido, gravura e a moldagem do vidro
assoprado. Estávamos, então, no tempo de Tibério quando esta indústria se expande aos
outros países conquistados pelos romanos.
Mas esta indústria correu sérios riscos com a invasão dos bárbaros. Outro nome a
salvaguardar é o de Constantino Magno que, ao mudar a capital para Bizâncio, levou consigo
excelentes trabalhadores do vidro. Foi nesta época que o Oriente passou a ter o monopólio
deste comércio. O fabrico de artigos de vidro foi incentivado por Teodósio II que isentou os
seus trabalhadores de diferentes tipos de impostos e dava-lhes outros benefícios, quer sociais
quer comerciais. O vidro nesta época tinha um grande valor. Inclusivamente os romanos,
1
Série Materiais O Vidro
Ao longo dos anos a protecção aos vidreiros foi elevada, chegando-se ao ponto de proibir a
saída destes operários para o estrangeiro.
Como exemplo, cite-se o monopólio das fábricas e oficinas de Murano, pequena ilha próxima
de Veneza, para onde em 1289 haviam sido transferidas todas as oficinas, para que os
trabalhadores pudessem ser mais controlados e para preservar a cidade do perigo dos
incêndios. Apesar de todos os esforços, alguns trabalhadores conseguiram emigrar para a
Alemanha e aí desenvolver esta indústria que, a pouco e pouco, se foi espalhando pelo
mundo.
Em relação a Veneza não podemos ignorar a participação de alguns artistas, como é o caso de
Beroviero e Godi de Padua. As tentativas de retirar de Veneza todo este monopólio
começaram pela Alemanha, que aí foi buscar alguns artistas e conseguiu desenvolver esta
indústria. Os artistas que aqui estavam transformaram e aperfeiçoaram os processos de fabrico
e o estilo das obras feitas anteriormente. Veneza fazia-se representar pelas filigranas e os
artistas alemães, por sua vez, apresentavam peças esmaltadas em relevo, nas quais
sobressaíam brasões e diversas figuras alegóricas. Alguns dos artistas que assinaram estas
obras foram: Scaper, Benchat, Keyel e Kunkel.
1.1.1. A evolução
Até 1500 a.C., o vidro tinha pouca utilidade prática e era utilizado principalmente como
adorno. A partir desta época, no Egipto, começaram a ser produzidos recipientes da seguinte
maneira: a partir do vidro fundido, faziam-se finas tiras que eram enroladas em forma de
espiral em moldes de argila. Quando o vidro arrefecia, tirava-se a argila do interior, obtendo-
se um frasco que, pela dificuldade de obtenção, era somente acessível aos muito ricos.
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Série Materiais O Vidro
Por volta de 300 a.C., uma grande descoberta revolucionou o vidro: o sopro, que consiste em
colher uma pequena porção de vidro com a ponta de um tubo (o vidro fundido é viscoso como
o mel) e soprar pela outra extremidade de maneira a que se produza uma bolha no interior da
massa, que passará a ser a parte interna da embalagem. A partir daí, ficou mais fácil a
obtenção de frascos e recipientes em geral. Para termos noção da importância desta
descoberta, basta dizer que, ainda hoje, mais de 2000 anos depois, utiliza-se o princípio do
sopro para moldar embalagens, mesmo nas mais modernas máquinas.
Também a partir de gotas, colhidas na ponta de tubos e sopradas, passou-se a produzir vidro
plano. Depois que da bolha estar grande, cortava-se o fundo, deixando a parte que estava
presa no tubo e, com a rotação deste, produzia-se um disco de vidro plano, que era utilizado
para fazer vidraças e vitrais.
No século I a.C., os melhores vidros vinham de Alexandria e já eram obtidos por sopro.
Graças à contribuição dos romanos, iniciou-se a produção de vidro por sopro dentro de
moldes, aumentando em muito a possibilidade de fabricação em série das manufacturas.
Foram eles, também, os primeiros a inventar e usar o vidro para janelas. Com a queda de
Roma, o vidro praticamente desapareceu da Europa, mas desenvolveu-se em grande escala na
Síria e no Egipto, com a produção de vitrais, lâmpadas e outros objectos de fino acabamento.
Tal como a origem do vidro, o início da história vidreira no nosso país não tem uma data
precisa. Os primeiros vidreiros estrangeiros, consta que se fixaram em Portugal no século
XVI. Com precisão pode-se abordar a Fábrica do Covo, que se fundou em 1484, talvez uma
das mais antigas e importantes.
Mais tarde, D. João V também mostrou interesse por esta indústria, fundando também uma
fábrica na região sul de Lisboa com bastante importância. Esta fábrica entrou em decadência e
teve que ser transferida para a Marinha Grande. Por volta de 1748, passou a ser administrada
por John Beare. Esta unidade fabril ultrapassou diversas dificuldades, entre as quais, os
mercadores estrangeiros tentaram dificultar a sua laboração para poderem vender para
Portugal os seus produtos. Mas a indústria que aqui se fazia era de boa qualidade, pois
trabalhavam lá bons mestres estrangeiros.
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Série Materiais O Vidro
Desde esse tempo para cá, a indústria vidreira em Portugal tem proliferado pelos diversos
pontos do país.
Várias foram as dificuldades com que se defrontaram as fábricas de vidros nacionais. Uma
das maiores foi a concorrência estrangeira, principalmente o Brasil e a África. Concorrência
essa difícil de ultrapassar quando as nossas indústrias estavam atrasadas e tinham que
contratar operários especializados e competentes que gerissem de forma útil o nível de
desenvolvimento tecnológico. A dificuldade de obtenção dos moldes de ferro a preços baixos
era outra barreira, isto é, havia falta de moldagem. Existia também carência de matérias-
primas, as quais tinham que ser importadas. Um problema que ainda se mantém e a falta de
capitais e de combustível.
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Série Materiais O Vidro
Este sistema era feito por meio de ar comprimido que formava um cilindro de mais ou menos
13 mm de comprimento e 1 mm de diâmetro, tirado do banho do vidro fundido, que era
resfriado, cortado e esticado. Mas, o produto daqui resultante era de baixa qualidade e era
apenas utilizado em janelas. Mais tarde, no ano 1914, foi inventado o processo Fourcault, que
está representado na seguinte figura.
A – debiteuse
O sistema deste método consistia na estiração vertical da lâmina de vidro através de uma barra
de refractário com uma ranhura, cujo nome era debiteuse, por onde o vidro sobe até 10/15m
de altura. A tracção na parte superior produz estiramento e os roletes laterais de amianto
auxiliam a ascensão.
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Série Materiais O Vidro
No recozimento existem duas excepções: as fibras, pois são muito finas e por isso não
requerem recozimento, e alguns produtos domésticos, que já são temperados directamente no
final do processo (o Duralex, por exemplo). O recozimento é realizado em fornos tipo túnel,
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Série Materiais O Vidro
cuja entrada fica perto de onde se faz a conformação, e a saída, no local onde o produto passa
por inspecção e controle da qualidade. A partir daí, o vidro está pronto para ser
inspeccionado, embalado ou transformado.
Este processo foi introduzido em 1920. Neste processo o vidro é estirado na forma vertical
mas, a dada altura, a lâmina curva-se sobre um rolo dobrador, e prossegue na forma
horizontal. Existem dois pares de roldanas refrigeradas para evitar a contracção da lâmina.
Como quase tudo este processo apresenta vantagens e desvantagens sobre o processo anterior:
Fourcault.
Como desvantagem podemos referir o facto da superfície não ser tão brilhante devido ao rolo
dobrador. Por outro lado, as vantagens são as seguintes:
A – tanque de estiragem
B – resfriadores do vidro
C – rolo dobrador
D – recozimento horizontal
Processo introduzido por volta de 1925, pela Pittsburgh Plate Glass Company. Este processo é
similar ao Fourcault mas a qualidade do produto é superior.
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Série Materiais O Vidro
A diferença está na debiteuse que é substituída por um bloco refractário submerso, o chamado
draw-bar, algumas polegadas abaixo da superfície da massa fundente. Determinar a linha de
origem da lâmina e controlar as correntes de convecção na câmara são as suas funções.
A – draw-bar submerse
B – resfriador do vidro
Antigamente o processo utilizado era idêntico ao do vidro estirado apenas com mais fases de
rectificação e de polimento.
A partir da década de 50, o processo que passou a ser utilizado na produção do vidro polido
foi o Float. Este fabrico mantinha as mesmas propriedades do Pittsburgh, mas tinha uma
grande vantagem que era a redução dos custos de produção.
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Série Materiais O Vidro
O Float processa-se da seguinte forma: o vidro fundido corre para o banho de flutuação e sob
uma atmosfera devidamente controlada a faixa de vidro flutua (float) num banho de estanho
fundido, produzindo uma perfeita planimetria das faces.
Os custos são reduzidos quando os cerca de 20% da espessura do vidro não se perdem durante
o processo de polimento.
1.5. Os fornos
Os fornos têm por função promover a reacção de fusão dos componentes, clareamento, e
homogeneização da massa fundida (refino), resultando vidro fundido a uma temperatura
própria para a moldagem.
Nos fornos contínuos estas fases sucedem-se no tempo, ao longo da extensão do forno.
O forno de crisol é o forno utilizado na indústria vidreira para todas as operações do seu
fabrico. O vidro é fundido em crisóis de argila refractária que se introduzem no interior do
forno. Actualmente o vidro industrial já não sofre este tipo de tratamento e é fundido em
fornos de cuba - são aqueles em que o combustível está misturado com a matéria a fundir. Um
dos exemplos mais importantes deste tipo de fornos são os altos-fornos.
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Série Materiais O Vidro
Defeitos do vidro:
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Série Materiais O Vidro
O vidro é um material tão comum nas nossas vidas que, muitas vezes, nem nos apercebemos o
quanto ele está presente. Porém, basta olharmos à nossa volta com um pouco de atenção e
vamos encontrá-lo nas janelas, nas lâmpadas, na mesa de refeições, em garrafas, copos,
pratos, travessas. Além disso, muitos estarão a ver tudo isso através de óculos com lentes de
vidro.
Mas, o que é o vidro? E o que faz este material ter tantas aplicações e continuar a ser usado
em tão larga escala ao longo de todos este milhares de anos? Segundo a definição aceite
internacionalmente, "o vidro é um produto inorgânico, de fusão, que foi resfriado até atingir a
rigidez, sem formar cristais".
2.1. Composição
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Série Materiais O Vidro
Uma das razões de o vidro ser tão popular e duradouro, talvez esteja na sua análise, pois os
vidros mais comuns, aqueles usados para fazer os vidros planos e embalagens e que,
tecnicamente, são denominados "silíco-sodo-cálcicos", têm uma composição química muito
parecida com a da crosta terrestre:
2.2.1. Densidade
Normalmente aceita-se o valor 2.5, o que dá uma massa de 2,5 kg por m2 e por mm de
espessura para os vidros planos.
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Série Materiais O Vidro
2.2.2. Dureza
Para determinar a dureza superficial, isto é, a resistência a ser riscado por outro material,
utiliza-se a escala de MOHS. O vidro tem a dureza 6.5 entre a ORTOSE (6) e o quartzo (7).
2.3.1. Elasticidade
A) Módulo de YOUNG
F E
= * ∆L
S L
Para o vidro: E = 72 x 10 10 Pa
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Série Materiais O Vidro
A resistência do vidro à compressão é muito elevada, cerca de 1000 N/mm2 (1000 MPa) e não
limita praticamente o campo das suas aplicações. Em termos práticos significa que para
quebrar um cubo de 1cm de lado, a carga necessária será na ordem das 10 toneladas.
Um vidro submetido à flexão tem uma face a trabalhar à compressão e a outra à tracção. A
resistência à rotura por flexão é da ordem de:
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Série Materiais O Vidro
O elevado valor da resistência do vidro temperado deve-se à operação de têmpera que coloca
as superfícies do vidro em forte compressão.
Cargas
horizontais
170 250
acidentais
Vidros
Cargas
60 250
permanentes
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Série Materiais O Vidro
Fluxo de calor é a quantidade de calor emitida por unidade de tempo. Exprime-se em watt (w)
ou em kilocaloria por hora (Kcal/h).
A condutividade térmica é o fluxo de calor que passa, por hora, através de um metro quadrado
de uma parede, com um metro de espessura, para a diferença de 1ºC de temperatura, entre as
suas duas faces.
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Série Materiais O Vidro
Numa aproximação grosseira pode-se dizer que para um aumento de 100ºC um vidro com 1
metro de comprimento dilata 1 mm.
As transferências de calor entre a superfície de uma parede e o meio envolvente são feitas por
convecção e por radiação. Pelo contrário, o fluxo de calor no interior da parede será feito por
condução. As trocas de calor entre o meio circundante e as superfícies da parede são definidas
através dos coeficientes he e hj, de troca superficial das faces exterior e interior,
respectivamente (em Kcal/hmºC).
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Série Materiais O Vidro
Valores máximos
Em Portugal Continental, os valores máximos da radiação solar global são, de uma maneira
geral, os das tabelas 4 e 5.
Superfícies Verticais
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Série Materiais O Vidro
Superfícies inclinadas
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Série Materiais O Vidro
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Série Materiais O Vidro
Quando não existe informação sobre a localização do edifício, adoptar-se-ão os valores das
tabelas 6 e 7.
Verão 36.5°C
Inverno -6.0°C
Verão 25°C
Inverno 20°C
he e hi
[W/(m2.K)] convencionais
he hi
Verão Inverno Sup. Vert
23 34 8
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Série Materiais O Vidro
hi [W/(m2.K)]
Verão 19
Inverno 29
Os efeitos térmicos sobre os vidros são mais importantes na ausência de vento (convecção
natural). Neste caso, o valor de he depende da posição do vidro e do sentido do fluxo de calor,
conforme tabela 10.
Tabela 10 – Temperatura média nas superfícies exteriores por convecção natural [8].
he [W/(m2.K)]
Vertical Horizontal 7 7
horizontal Descendente 7 6
Tabela 11 – Temperatura média nas superfícies interiores por convecção natural [8].
he [W/(m2.K)]
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Série Materiais O Vidro
Os valores de he da tabela são válidos para uma velocidade do vento de 10.88 Km/h. Quando a
velocidade aumentar de 10 Km/h, o coeficiente he aumentará 7.5 Kcal/h. m2ºC..
Quando uma das camadas atravessada pelo fluxo de calor fôr constituída por ar, o coeficiente
de condutibilidade térmica λ variará com a espessura da camada. A tabela 13 fornece esses
valores.
Espessura
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
(mm)
λ
.034 .038 .042 .046 .051 .055 .059 .064 .068 .073 .078 .082 .087
(Kcal/h.m2.ºC)
e/λ .088 .105 .119 .130 .137 .145 .152 .156 .162 .164 .167 .171 .172
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Série Materiais O Vidro
6 mm 3,4 2,9
8 mm 3,2 2,8
10 mm 3,1 2,7
12 mm 3,0 2,6
O exemplo mais frequente de risco de quebra térmica é relativamente aos bordos de um vidro
absorvente montado num caixilho, submetido a uma forte exposição solar e que reaquece
mais lentamente que a superfície do vidro. No vidro recozido não se devem verificar
diferencias de temperatura superiores a 30º C. Quando se preveja passar este diferencial, será
necessário temperar o vidro.
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Série Materiais O Vidro
A escala de graus atingidos pela amostra exposta a um incêndio simulado consta da tabela 15.
1. Resistência mecânica;
2. Isolamento térmico;
3. Estanquidade às chamas;
4. Ausência de emissão de gases inflamáveis.
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Série Materiais O Vidro
Os elementos enquadrados nas três categorias descritas, distinguem-se por graus expressos em
função do tempo de exposição do ensaio, desde que o material satisfaça nos ensaios durante
tempos pelo menos iguais a: 15 min, 30 min, 60 min, 90 min, 120 min, 180 min, 240 min, 360
min.
Exemplo: um material que satisfaça aos quatro critérios durante 35 minutos será classificada
em CF 30 min. Se satisfazer aos critérios 1, 3 e 4 durante 68min, será classificado em PC: 60
min.
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Série Materiais O Vidro
A “força” de um ruído, som fraco ou forte, pode ser caracterizada pela sua intensidade I ou a
sua pressão P, medidas respectivamente em W/m2 e em Pascal. Na prática utiliza-se o nível de
pressão, ou de intensidade, representando numa escala logarítmica cuja ordem é o patamar de
audição que apresenta os seguintes valores:
Nota: Se as intensidades acústicas se podem adicionar, o mesmo não acontece aos níveis
acústicos.
Exemplo: duas fontes produzindo cada uma um nível de 40 db dão em conjunto 43 dB (e não
80), isto é, um aumento de apenas 3 dB.
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Série Materiais O Vidro
2.6.2. Frequência
O ouvido humano é sensível a sons cujas frequências estão compreendidas entre 16 e 20.000
Hz.
28
Série Materiais O Vidro
Temperado
Temperado
Temperado
Recozido
Recozido
Recozido
Isolante
Isolante
Isolante
Vidro
Vidro
Vidro
Vidro
Vidro
Vidro
Vidro
Vidro
Vidro
Edifício
Escritórios /
4 4 4+4 5 5 5+4 6 6 8+6
bibliotecas
Hotéis /
3 4 4+4 4 4 4+4 5 5 6+4
Moradias
Edifícios
- 8 - - 8 - - 8 -
Comerciais
Edifícios
3 4 - 3 4 - 3 4 -
Industriais
.
2.6.4. Altura
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Série Materiais O Vidro
Acima de 2,5 µm existem as radiações infravermelhas longas que, não sendo emitidas pelo
sol, correspondem à emissão de todos os corpos previamente aquecidos por ele, em particular
o solo, as paredes das casas, etc..
Cada uma destas três categorias de radiação são em parte transmitidas, reflectidas e
absorvidas pelos vidros em proporções diferentes e muito variáveis conforme o tipo de vidro.
Do mesmo modo que numa estufa, a temperatura de uma peça aquecida pelo sol subirá
rapidamente se as janelas estiverem fechadas, o ambiente tornar-se-á assim, desconfortável.
Daqui surge a necessidade de controlar o aquecimento solar.
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Série Materiais O Vidro
Uma primeira característica dos vidros é o factor de transmissão luminosa, relação entre o
fluxo luminoso que atravessa o vidro e o fluxo incidente. Este factor intervém somente na luz
visível, não sendo, por isso, suficiente para apreciar o comportamento dum vidro à radiação
global. Com efeito, falta a acção dos raios infravermelhos que são portadores duma energia
calorífica importante, como se viu anteriormente, sendo absorvidos em proporções muito
variáveis segundo os diferentes tipos de vidro.
Uma segunda característica dos vidros, que tem em conta com maior precisão o seu
comportamento sob a radiação solar, é o factor de transmissão energética, isto é, a relação
entre o fluxo energético que atravessa o vidro e o fluxo incidente (visível ou invisível). Os
factores de reflexão e absorção energética são as relações entre os fluxos energéticos
reflectidos ou absorvidos e o fluxo da energia incidente.
O factor de transmissão energética, com maior interesse que o factor de transmissão luminosa,
não é ainda suficiente na prática. Isto porque a parte da radiação solar absorvida pelos vidros
aquece estes últimos e a energia calorífica, assim produzida, é distribuída pelos dois meios
ambientes de um e do outro lado do vidro. Para o exterior, a energia é rapidamente dissipada
mas, para o interior ela irá adicionar-se à energia que penetrou por transmissão directa.
31
Série Materiais O Vidro
É a razão entre a energia total que atravessa determinado material e a energia solar incidente.
Esta energia total é a soma da energia cedida pelo vidro ao ambiente interior, como
consequência do seu aquecimento por absorção energética. As tabelas que se podem consultar
no anexo IV, mostram os factores solares de diferentes tipos de vidros em função dos factores
de transmissão energética. O factor solar depende da posição do sol e das condições
exteriores, tal como a intensidade de convecção natural favorecida pelo vento. Para o cálculo
do factor solar considera-se:
2.8. Cores
Uma das características mais interessantes do vidro é a sua cor. Os vidros podem-se
apresentar desde o mais puro incolor até infinitas cores, que também podem variar desde uma
leve tonalidade até a total opacidade. A cor do vidro pode ter uma função apenas estética, e
não por isso menos importante. Basta lembrarmo-nos dos vitrais e de todas as peças artísticas
e decorativas que nos causam prazer em admirar. Em questões de marketing a cor também é
muito importante pois ajuda muito na escolha do produto.
Um exemplo são os frascos de perfumes que existem nas mais diferentes formas e cores para
chamar a atenção dos clientes. Além da função estética, a cor do vidro tem também uma
função utilitária. Quando um vidro apresenta uma determinada cor é porque ele contém na sua
composição química alguns elementos que interferem ou filtram a luz que sobre ele está a
incidir. Por exemplo, uma garrafa é verde porque a luz do sol ou a luz artificial que incide
nela, que contém todas as cores, ao atravessar o vidro, que no caso contém cromo, é filtrada,
32
Série Materiais O Vidro
passando somente a porção verde da cor sendo as demais retidas. É por esta razão que vemos
a garrafa verde.
Dependendo dos elementos que introduzimos na composição do vidro, este filtra a luz,
deixando passar alguns raios e retendo outros. Por isso se utilizam garrafas âmbar para
cerveja ou verde para o vinho, pois estes vidros impedem a passagem de certas radiações
(ultravioleta), que estragariam os produtos. O vidro é o único material que possibilita a
visualização do produto que ele contém, ao mesmo tempo que o protege contra radiações que
o deteriorariam.
No caso dos vidros planos das janelas, dos prédios ou veículos, utiliza-se o mesmo princípio.
Colora-se o vidro de maneira a que ele impeça a passagem da radiação responsável pelo
aquecimento (infravermelha) mas permita a passagem da luz visível, possibilitando a visão
através das janelas.
Desta maneira, o ambiente aquece menos e ao mesmo tempo não se torna necessário utilizar
iluminação artificial durante o dia, economizando energia na iluminação e no ar
condicionado. Este também é o princípio dos vidros reflexivos, que são utilizados nos prédios
modernos, através dos quais durante o dia parecem um enorme espelho. Na verdade, além de
bonitos, estes vidros reflectem boa parte da radiação solar que de outra forma estaria a entrar e
a aquecer o ambiente.
O ferro encontra-se no vidro no estado tri-valente (Fe2O3), que é o mais oxidado (+) e no
estado bi-valente (FeO) que é o mais reduzido (-).
O efeito corante do FeO é de cinco ou seis vezes mais que o Fe2O3. Portanto, é mais desejável
manter o máximo de ferro no estado de Fe2O3. Este Fe2O3 impacta ao vidro uma tonalidade
ligeiramente amarela esverdeada e o FeO dá uma tonalidade mais azulada, somente mais
intensa para a mesma quantidade.
33
Série Materiais O Vidro
O óxido crómio (Cr2O3) é agente corante primário para todos os vidros verdes, uma vez que o
crómio dá uma grande coloração de verde ao vidro branco. O crómio no estado reduzido
(Cr2O3) dá uma tonalidade fortemente esverdeada ao vidro, enquanto que o crómio no estado
oxidado (Cr2O3) dá uma cor mais amarela esverdeada. O mesmo acontece com o ferro em que
o crómio se incorpora no vidro pelas matérias primas, caco e outras contaminações.
A cor âmbar é formada pela combinação dos iões Fe3+ e S- junto com os iões Na+. Apesar da
cor envolver iões oxidantes e redutores, o vidro âmbar é fortemente reduzido. Isto devido ao
estado de valência do enxofre que muda mais facilmente que os iões de ferro ou sódio.
Portanto, enquanto praticamente todo o enxofre se reduz, apenas cerca de 85% do ferro é
reduzido e todo o sódio permanece oxidado.
A cor âmbar controla-se observando o nível de redox, geralmente com uma fonte de carvão.
Adicionando mais carvão reduz-se mais o enxofre de sulfeto (S-) e escurece a cor. No entanto,
deve existir suficiente Fe2O3 (presente) para se poder combinar com o S- e formar a cor
central. De facto, com mais Fe2O3 presente, requer-se menos S- para chegar ao ponto.
34
Série Materiais O Vidro
Isto é importante porque um nível baixo de enxofre dissolvido significa que estará menos
propenso a produzir bolhas. As experiências mostram que o ferro total, expressado como
Fe2O3, deve estar entre 0,28 a 0,30% em peso. Como a cor âmbar depende do redox do vidro,
qualquer coisa que mude o nível do redox afectará a cor. Os agentes oxidantes, tais como
sulfato de sódio, gesso, etc., clareiam a cor, enquanto os agentes redutores como carvão e
alumínio metálico o escurecem. Como o Fe2O3 está envolvido, o ferro metálico geralmente
provoca manchas escuras no vidro âmbar.
Ao se agregar ao vidro âmbar um agente redutor potente, ou ainda uma grande quantidade de
um agente redutor normal, pode-se clarear a cor em vez de escurecê-la. Isto acontece porque,
após reduzir todo o enxofre, o agente redutor começa a afectar o Fe2O3, reduzindo-o para
FeO. Isto deixa Fe2O3 insuficiente para formar os centros de cor e a cor clareia. O vidro está
agora super reduzido. As tentativas para escurecer a cor com adições de carvão resultam em
clareamentos da mesma. O passo apropriado é retirar carvão ou adicionar um agente oxidante,
como sulfato de sódio.
Aumentar a utilização de caco no âmbar, às vezes, reduz o vidro âmbar. O caco âmbar contém
tão baixos teores de enxofre, grande parte dele já reduzido, que não existe suficiente sulfeto
presente para refinar o vidro e permanecer reduzido pelos contaminantes do próprio caco.
Frequentemente tem-se observado que é necessário aumentar o sulfato de sódio quando o
nível de caco atinge 50% ou mais.
Todas as cores verdes contêm Cr2O3 em algum nível. A cor actual depende da quantidade de
Cr2O3 e outros corantes específicos para uma determinada cor verde particular que se deseje
fabricar. Por exemplo, o verde esmeralda contém perto de 0,125% de Cr2O3, enquanto o verde
georgia contém perto de 0,018% de Cr2O3 e 0,002% de CoO. O verde geórgia é uma cor
muito menos intensa que o verde esmeralda e tem uma tonalidade azulada.
O verde champanhe contém perto de 0,20% de Cr2O3, 0,01% de CoO, e perto de 0,025% de
NiO. O óxido de níquel absorve quase uniformemente no espectro visível pelo que confere
uma tonalidade cinza ao vidro. Todos os vidros verdes mencionados têm praticamente o
35
Série Materiais O Vidro
mesmo redox que o vidro branco, ou seja, perto de +10. Também existem vidros verdes que
absorvem a luz na parte ultravioleta do espectro, isto é, menos que 400nm de comprimento de
onda. No passado, isto obtinha-se utilizando CrO3 como corante e mantendo o vidro
fortemente oxidado.
A absorção ultravioleta se deve a uma cor levemente âmbar que se mascara com 0,20%
Cr2O3. Não se utiliza óxido de níquel. A leve cor âmbar e o redox negativo se obtém
utilizando caco âmbar.
36
Série Materiais O Vidro
Poucas são as diferenças entre o vidro estirado, o cristal e o vidro float, tanto no que diz
respeito à sua composição química quer à sua resistência mecânica. Grandes diferenças
residem na aparência e nas propriedades ópticas. O vidro estirado e o vidro float,
principalmente em espessuras maiores, apresentam ondulações que são visíveis e que
produzem distorções de imagens.
No cristal não são visíveis ondulações superficiais, porque têm menor percentagem de
defeitos e, por sua vez, também não produzem distorção de imagens devido ao paralelismo
das suas faces.
Este tipo de vidro surgiu quando se desenvolveu o processo pelo o qual o vidro emerge do
forno e passa através de dois rolos, um dos quais possui um desenho gravado na superfície.
Esse desenho transmite-se ao vidro e dá-se o recozimento, o arrefecimento e, de seguida, é
cortado.
Este tipo de vidro tem uma similar composição química, é translúcido, com figuras ou
desenhos, numa só ou em ambas as faces. A resistência mecânica deste vidro é aumentada se
também for temperado.
37
Série Materiais O Vidro
É um vidro transparente cujas faces são polidas e sem distorção de visão, isto é, é possível ver
os objectos através dele, ou reflectidos pela sua superfície em qualquer ângulo.
Diferencia-se do vidro plano liso pela perfeição das suas superfícies polidas isentas de
ondulações, permitindo uma visão indeformada dos objectos através dele.
38
Série Materiais O Vidro
Além do aspecto estético, podem reduzir o consumo energético de uma construção. Estes
vidros reduzem a energia radiante transmitida pelo sol, quer reflectindo a radiação solar antes
de entrar na habitação, quer absorvendo-a no corpo do vidro.
Os vidros termo absorventes são produzidos pela introdução de óxidos metálicos na massa do
vidro, que produzem cores variadas e reduzem a transmissão solar, aumentando a absorção do
vidro.
O espectro solar é composto de três partes distintas: ultravioleta, luz ou espectro visível e
infravermelho. A energia ultravioleta representa apenas 2 % da energia solar e causa
descoloração de tapetes, cortinas, móveis, queimaduras solares, entre outros, sendo invisível.
Por outro lado, a luz que representa 45 % da energia solar é a porção de energia à qual a retina
é sensível. Em último, a energia infravermelha que compreende comprimentos de onda
elevados em relação às outras energias, corresponde a 53 % da energia solar e também é
invisível. Todas elas são convertidas em calor.
39
Série Materiais O Vidro
Em comparação, permite-nos concluir que o vidro polido (6mm), com coloração bronze e
superfície reflectante, permite a passagem de apenas 52 % da energia solar, enquanto que o
vidro verde (6 mm) deixa passar 61% e o vidro incolor 83 %.
Estudos mostram os benefícios da luz natural nos humanos, daí a importância da utilização do
vidro como separação do exterior. As construções com muita luz natural podem reduzir o
consumo de energia, melhorando a qualidade da iluminação. A iluminação artificial pode
representar 50 % do consumo total de energia.
Nos locais mais quentes devem ser utilizados vidros termo absorventes, enquanto que em
locais frios o melhor será utilizar vidros incolores que deixam passar o máximo de
iluminação.
3.5. Espelhos
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Série Materiais O Vidro
espelhos foram produzidos antes de 1500.A fabricação de espelhos como conhecemos hoje
teve início em Veneza. Em 1507, dois cidadãos de Murano obtiveram o privilégio exclusivo
de produzir espelhos por um período de 20 anos. Em 1564, os fabricantes de espelhos de
Veneza uniram-se formando uma associação e, pouco tempo depois, os espelhos de vidro
passaram a substituir os espelhos metálicos.
Muitos vidros, entretanto, são, ainda hoje, espelhados quimicamente por processos manuais.
A película de prata pode ser protegida por uma camada de verniz, laca ou tinta. Para uma
protecção quase permanente, uma camada de cobre electrodepositado pode ser aplicada.
O chamado “vidro espião” (opaco por uma face e transparente por outra) é produzido em
câmaras onde vácuo parcial é criado (um décimo de ar permanece). Ligas de cromo em
partículas são aplicadas num filamento e, quando uma corrente eléctrica atravessa esse
41
Série Materiais O Vidro
O processo de fabricação consiste em fazer passar o vidro em fusão, juntamente com uma
malha metálica, através de um par de rolos, de tal modo que a malha fique posicionada
aproximadamente no centro do vidro. Neste processo, um mecanismo alimenta a malha
metálica a uma velocidade e tensão predeterminadas, compatíveis com a velocidade de
alimentação da massa de vidro fundente, proveniente do forno.
O vidro aramado como material resistente ao fogo pode ser utilizado em portas corta-fogo,
janelas, dutos de ventilação vertical e passagens para saídas de incêndio. Para essas
aplicações, deverão ser estudados caixilhos, calços e juntas especiais.
O vidro aramado é recomendado, também, em locais sujeitos a impacto e abusos, bem como
onde a queda de lascas de vidros represente um risco para os usuários da instalação. Como
exemplo, podemos citar: peitoris, sacadas, divisórias e coberturas.
Recomendações
42
Série Materiais O Vidro
1. Os vãos onde são aplicados os vidros aramados devem ser medidos, rigorosamente,
antes da compra dos mesmos, pois as chapas não aceitam cortes ou furos executados
na obra, vindo o material pronto da fábrica para a colocação.
2. A colocação deve ser executada de forma a não sujeitar o vidro a esforços ocasionados
por contracções ou dilatações, resultantes da movimentação dos caixilhos que os
guarnecem ou de deformações devidas a flechas dos elementos da estrutura.
Como a fractura geralmente ocorre por um defeito na superfície, que provoca uma
concentração de tensões, a pré-compressão da superfície permite uma resistência muito maior.
Uma distribuição típica das tensões na espessura de uma peça de vidro temperado é exibida
na figura 11. A distribuição é aproximadamente parabólica, sendo a compressão na parte
externa compensada pela tracção no interior. Como geralmente não existem defeitos na parte
interna do vidro, que actuariam como elevadores de tensões, a tracção interna não representa
problema especial.
43
Série Materiais O Vidro
Qualquer carga aplicada no vidro temperado, antes de traccionar as camadas externas, deverá,
primeiramente, neutralizar as tensões de compressão ali induzidas. A resistência do vidro
recozido pode ser tomada como 400kgf/cm2. A tensão de compressão de um vidro temperado
é tipicamente de 1.000 kgf/cm2 (100 MPa), logo a resistência efectiva do vidro temperado
será de 1.400 kgf/cm2 (140 MPa), entre três e cinco vezes a resistência do vidro comum
recozido.
Devido às tensões induzidas no vidro temperado, quando este rompe em qualquer ponto, toda
a chapa se quebra em pequenos fragmentos sem arestas cortantes e lascas pontiagudas, menos
susceptíveis de causar ferimentos. Deste modo o vidro temperado pode ser designado como
um vidro com características de segurança.
Tempera térmica
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Série Materiais O Vidro
Este tratamento é uma das razões do seu custo elevado, sendo a outra os desperdícios
consequentes ao facto de algumas vidraças acabarem por fracturar durante o processo.
Esse tipo de vidro apresenta deformações características, com leves empenamentos, que são
causados pelas tensões induzidas. O vidro temperado em fornos verticais possui marcas,
depressões circulares, num dos seus lados, geralmente o menor e que foram produzidas pelas
pinças que sustentam a peça no processo de têmpera, como se vê no croqui (fig. 12).
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Série Materiais O Vidro
O vidro temperado num forno horizontal contém ondulações causadas pelos rolos. Tais
ondulações podem ser visualizadas quando se observam imagens reflectidas no vidro,
particularmente nos vidros termorreflectores.
O vidro temperado, apesar de possuir grande resistência mecânica, não suporta impacto de
balas.
Como o vidro de segurança temperado não pode sofrer recortes, perfurações ou lapidação,
salvo polimento leve, é de suma importância que o seu projecto tenha em consideração as
dimensões finais dos vãos acabados, condições de nível e prumo, materiais que compõem os
vãos onde serão aplicadas as peças de fixação (pedra, mármores, betão, alvenaria, ladrilho,
taco, forro falso, etc.) e movimentações de estrutura do edifício.
Devem ser sempre previstos detalhes construtivos que permitam a limpeza periódica e a
eventual troca da chapa de vidro, com segurança de trabalho.
Tempera química
É obtida adicionando adjuvantes químicos e tem algumas vantagens sobre a têmpera térmica:
é praticamente isenta de distorções e possui resistência mecânica duas a três vezes maior que
a obtida pela tempera térmica. As principais desvantagens desse tipo de têmpera são o
processo ser muito mais caro e fractura sem a segurança da têmpera convencional, pois não se
fragmenta em pequenas partículas, sem arestas cortantes como a têmpera térmica.
46
Série Materiais O Vidro
O vidro quimicamente temperado pode ser usado onde se exija espessura abaixo de 3 mm e
resistência mecânica superior àquela obtida pela têmpera térmica.
3.8. Laminado
Na produção do laminado deve-se ter uma sala bem vedada, com temperatura e humidade
controladas, onde o PVB é deixado algum tempo para atingir a humidade dentro dos limites
previstos pelo fabricante. Se ela ficar fora desses limites, o laminado produzido terá sérias
deficiências, pouca ou excessiva aderência, aparência de embaçamento, pouca resistência à
penetração, etc. Por outras palavras, se não for empregada a humidade adequada, o laminado
produzido poderá não ser, realmente, um vidro de segurança.
1. As chapas de vidro preparadas (isto é, cortadas, lavadas e secas) são montadas na sala
especial, juntamente com o butiral;
2. Transportadas para uma estufa que proporciona uma primeira aderência entre vidro e
butiral;
3. Submetidas a uma pré-remoção de ar feita por uma calandra que comprime o
laminado, expulsando parte do ar que ficou entre as duas chapas de vidro;
4. Posteriormente, o conjunto vidro–butiral é enviado para a autoclave, onde é submetido
a um ciclo que atinge 10 a 15 atmosferas de pressão, a mais de 100º C de temperatura;
5. Após o ciclo de autoclave, as lâminas de vidro e butiral estão firmemente unidas,
constituindo o laminado.
47
Série Materiais O Vidro
3.8.2. Propriedades
O laminado mais usado consiste em duas lâminas de float de 3 mm e uma película de PVB
0,015’’ (0,38 mm) ou 0,030’’ (0,76 mm).
Além do aspecto segurança, o vidro laminado apresenta propriedades que o diferenciam dos
vidros recozidos ou temperados.
Os vidros de segurança laminados são excelentes filtros de raios ultravioleta, reduzindo em
99,6% ou mais a transmissão desses raios, conforme é expresso na tabela 18.
Existem dois tipos de vidros de segurança laminados, os simples, com duas lâminas de vidro e
uma película de PVB, e os laminados múltiplos, compostos por três ou mais lâminas de vidro
e duas ou mais lâminas de PVB. Estes tipos de vidros estão disponíveis em várias cores e
espessuras, bem como disponíveis em termoreflectores.
48
Série Materiais O Vidro
Os laminados simples são adequados para locais onde se queira diminuir o risco de quedas de
objectos, ou fissurações. Os coloridos ou termoreflectores reduzem a incidência térmica.
Encontramos este tipo de vidro em automóveis, fachadas de edifícios, caixas de escadas,
vitrinas, entre outros.
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Série Materiais O Vidro
Por outro lado, os laminados múltiplos são adequados para locais de exigência maior, como
por exemplo os pára-brisas, nos carros blindados, torres de segurança, como especificidade de
vidros anti-bala, instalações hidráulicas, aeroportos.
3.11. Lã de Vidro
É produzida fazendo passar o vidro fundido através de pequenos furos ou orifícios, à medida
que os filetes de vidro fundido escorrem através dos orifícios, eles são atingidos por jactos de
ar ou vapor a alta pressão fazendo com que o produto seja produzido. A temperatura do vidro,
a dimensão dos orifícios e a pressão dos jactos condicionam o tipo de fibra fabricada. Elas
podem ser longas, curtas, finas ou grossas.
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Série Materiais O Vidro
51
Série Materiais O Vidro
As fibras de vidro são utilizadas para reforçar plásticos, fitas, tendo variadas aplicações.
Destacam-se como isolante térmico e acústico e são produzidas a partir de vidros de baixa
alcalinidade.
52
Série Materiais O Vidro
3.12. Lã Mineral
Rochas vulcânicas, calcárias, xistos, escórias metalúrgicas de ferro e cobre, cacos de vidro,
misturam-se com coque, fundem-se e, ao escorrer, recebem um jacto de ar de alta pressão
formando glóbulos que são terminados em fibras recolhidas como a lã de vidro. Emprega-se
na fabricação de lençóis, calhas, feltros, granulados, laminados com telas metálicas e
misturados com cimento ou aglomerantes orgânicos.
São fabricados por um processo algo complexo. Primeiro, duas peças de vidro rectangulares
ou quadradas são fabricadas. Essas metades são unidas por fusão a altas temperaturas, sendo o
ar no espaço entre os vidros evacuado, de modo a criar-se um vácuo. Por fim, as bordas são
revestidas por plástico, para melhor vedação.
Nota: Anexo III (alguns dos tipos de blocos de vidro existentes no mercado)
53
Série Materiais O Vidro
Em obra, o assentamento do tijolo de vidro faz-se com argamassa à base de quatro partes de
cal hidratada, três partes de areia e uma parte de cimento comum. Ao iniciar a aplicação deve-
-se conferir o nível e o prumo da primeira peça. Os tijolos são assentes com 1cm de distância
entre eles, e às paredes laterais. São colocados também nas juntas de cada peça dois
separadores para manter uma boa simetria. As peças devem ser limpas antes que a massa
fique seca e, por fim, faz-se o reajustamento com cimento branco.
O limite de altura de paredes é de 2,50m, a partir deste valor será necessário estruturar o
painel.
Os blocos de vidros não podem estar sujeitos a cargas de construção, apenas o seu peso
próprio, nem devem ser aplicados em locais sujeitos a impactos.
Os vidros duplos são envidraçados termo-acústicos compostos por duas ou mais chapas de
vidros laminados, temperados, impressos, reflectivos ou float. Os vidros e o perfil são unidos
por dupla selagem. A primeira, feita com butil polisobutileno injectado na lateral do perfil. A
segunda, que é externa, pode ser feita com polisulfuro ou silicone estrutural. Os dois vidros
são, normalmente, espaçados de 6, 8, 10, 12 e 20 milímetros. O vidro duplo pode ser instalado
em janelas, fachadas, portas, coberturas, entre outros, sejam eles de madeira, alumínio, aço ou
PVC.
O vidro duplo tem a característica de oferecer mais conforto ao ambiente e tem como
objectivo resolver todos os problemas térmicos. O vidro duplo dificulta as trocas térmicas
entre os dois ambientes (exterior e interior), criando uma barreira ao frio e ao calor. Por
exemplo, comparando com um vidro simples, o coeficiente de calor é reduzido a metade.
54
Série Materiais O Vidro
O vidro de segurança distingue-se dos outros vidros recozidos comuns pela diferença
fundamental de, perante uma fractura, não produz fragmentos que possam causar danos às
pessoas em causa.
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Série Materiais O Vidro
Os vidros de segurança temperados podem ser lisos ou impressos. Os lisos são o float incolor
ou verde e os vidros bronze ou cinza. Actualmente as cores cinza e bronze são obtidas em
float. Os vidros temperados impressos encontrados no mercado são o diáfano e o pontilhado.
É possível realizar opacação leve nos vidros temperados, através de jactos de areia ou ácido
hidrofluorídrico, desde que o polimento atinja no máximo 0,3 mm de profundidade. Convém
ressaltar que nesses casos a resistência do vidro é consideravelmente reduzida.
As bordas dos vidros temperados podem ser simplesmente filetadas ou escantilhadas para
aplicação em caixilhos, ou lapidadas, com lapidação recta ou redonda, nas instalações
autoportantes, como se pode ver na figura 18.
56
Série Materiais O Vidro
Salvo o caso dos vidros para a construção tratado nas fórmulas do artigo 2,4 do § 3,1 do DTU
39 (versão Maio 1993), pode-se calcular com a ajuda das fórmulas de TIMOSHENKO a
espessura nominal a dar aos vidros planos monolíticos submetidos a uma pressão
uniformemente repartida (fórmula válida para os apoios contínuos sobre 4 lados ou 2 lados
opostos):
l2
e = β .P.
σ
l2
f = α .P. 3
e
57
Série Materiais O Vidro
• 1/150 da distância entre apoios para os vidros isolantes, sob os efeitos do vento normal
definido nas regras NV 65.
58
Série Materiais O Vidro
10 N (Newton) 1Kgf
1 Pa (Pascal) 1 N/m2
1 daN/m2 (deca Pascal) 10 Pa
1 MPa = 106 Pa (mega Pascal) 1 N/mm2
1 bar 105 Pa = 1 da N/cm2
atm 101 325 Pa
59
Série Materiais O Vidro
O capítulo 3 do DTU 39, versão de Maio 1993, no qual se fará alusão mais detalhadamente,
fornece as fórmulas correspondentes para o cálculo das espessuras para vidros de dimensões
máximas a 6 x 3,20 metros, situados a menos de 100 metros de altura e com as pressões
convencionais a considerar.
Para efeitos de quantificação da acção do vento, considera-se o País dividido nas duas zonas
seguintes:
60
Série Materiais O Vidro
Para ter em conta a variação da acção do vento com a altura do solo consideram-se dois tipos
de rugosidade aerodinâmica do solo:
• Rugosidade do tipo II: rugosidade a atribuir aos restantes locais, nomeadamente zonas
rurais e periferia de zonas urbanas.
No caso de estruturas identicamente solicitadas pelo vento, qualquer que seja o rumo deste,
(como, por exemplo, estruturas com simetria de revolução ou estruturas cuja resistência nas
diversas direcções seja proporcionada às acções do vento que nessas direcções se exercem),
os valores característicos da pressão dinâmica do vento devem ser obtidos multiplicando por
1,3 os valores da tabela 23.
61
Série Materiais O Vidro
62
Série Materiais O Vidro
As espessuras calculadas pelas disposições anteriores serão multiplicadas nos casos de vidros
em caixilhos fixos por 0.9.
Para os vidros fixos de grandes dimensões, área superior a 5m2, cuja parte superior está a
menos de 6m do solo, o factor de redução será 0.8.
Qualquer que seja o resultado deste cálculo, para os vidros simples recozidos devem ser
consideradas as seguintes limitações:
63
Série Materiais O Vidro
Os valores acima indicados fornecem as dimensões de utilização dos principais tipos de vidro
segundo a sua espessura em função das pressões do vento, por aplicação das fórmulas e
coeficientes dados anteriormente.
64
Série Materiais O Vidro
5.1.1. Generalidades
Um risco numa face de uma chapa de vidro produzirá um arranque de material, provocando
um enfraquecimento na fenda; sendo esta propriedade que permite cortar o vidro com o
riscador de diamante. Do mesmo modo, um choque pontual num bordo produzirá uma lasca e
não uma marca, como aconteceria num corpo metálico.
Para que um vidro esteja protegido de tais acidentes, deve-se evitar em obra não só contactos
com pontos duros como também compressões de montagem que ocasionam a sua rotura. Os
contactos com elementos duros são tanto perigosos quanto mais próximos estiverem das
arestas e quanto menor for a superfície, devendo-se evitar os contactos com os cantos dos
vidros.
São de evitar os contactos vidro – vidro, vidro – alvenaria e vidro – metal, sendo que para
estes últimos haja acessórios especiais para interpor na sua ligação.
65
Série Materiais O Vidro
Só os vidros temperados, graças à sua elevada resistência mecânica, podem ser encastrados
rigidamente na alvenaria com a condição de se utilizarem as folgas anteriores.
Do mesmo modo, o contacto vidro recozido-metal será evitado através de folgas, bem como o
calçamento criterioso nas três direcções, tanto em folhas fixas como em móveis.
Quanto ao contacto vidro–vidro, deve-se evitar o mesmo entre arestas de dois painéis de vidro
colocados no prolongamento um do outro. O contacto entre painéis perpendiculares não é
geralmente tão perigoso como o anterior. A colagem do vidro com a ajuda de mástiques à
base de silicones é o processo mais fácil e expedito. A colagem torna as juntas estanques e
também retém os pedaços resultantes de uma eventual fractura.
As vigas de betão armado devem ter flechas da mesma ordem de grandeza das anteriores,
sendo, regra geral, o seu valor absoluto limitado superiormente entre 10 a 20 mm. Tais
disposições regulamentares conduzem, mesmo assim, à necessidade de previsão de folgas
importantes no caso de grandes vãos. Além disso, temos de adicionar as folgas necessárias às
livres dilatações e às tolerâncias de fabrico anteriormente referidas, o que irá acrescer ambos
os valores calculados.
66
Série Materiais O Vidro
Quando os vãos forem muito grandes, o que provoca flechas importantes, o mais simples é
dessolidarizar o caixilho da estrutura do edifício, de modo a deixar a este último toda a
liberdade de movimentos e evitar que a travessa superior do caixilho venha a apoiar-se no
vidro.
a) Folgas de topo
67
Série Materiais O Vidro
Em chapas de vidro com 4mm, as folgas mínimas nas golas são determinadas em função do
semiperímetro (p) daquelas.
simples
espessura do vidro
Envidraçado
10 12 14
rebaixo (mm)
partícular
isolante
Estudo
Envidraçado 15 15 18
Anti-Choque
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Série Materiais O Vidro
b) Folgas laterais
Dependem das espessuras dos mástiques de vedação e de contra-vedação e dos calços laterais.
Os seus valores oscilam entre os 3 e os 5mm de cada um dos lados do vidro.
5.3. Calços
69
Série Materiais O Vidro
Calços laterais, colocados entre as faces dos rebaixos e do vidro e entre as faces do vidro e
do bite, a fim de evitar o movimento do envidraçado no sentido perpendicular ao seu plano
(acção do vento). Podem ser substituídos por bandas pré-formadas (juntas com neoprene) ou
sempre que o sistema de vedação tenha os cordões de vedante dimensionados de modo a
evitar aquele movimento.
Os materiais usados na confecção dos calços são a madeira, o chumbo e a borracha sintética
(neoprene). Os calços de chumbo tendem a desaparecer, pois são de um material demasiado
dúctil que flui quando a carga que suporta é muito elevada e além disso produzem corrosão
electrolítica quando aplicados em caixilharia de alumínio e de aço inoxidável.
Tendo em conta os riscos de rotura dos envidraçados por contacto com metal ou alvenaria, a
aplicação de calços de apoio é obrigatória nos caixilhos destes materiais.
70
Série Materiais O Vidro
Os calços laterais aplicam-se sempre que o material escolhido para a vedação da junta
vidro/caixilho não seja suficientemente resistente ao esmagamento, portanto facilmente
removido do seu local pelas pressões transmitidas pelo envidraçado (vento). Como um
envidraçado num edifício sofre acções tanto pela face exterior como pela interior, é boa regra
a colocação de calços laterais aos pares, em cada face do painel e opostos um ao outro.
A largura dos calços de apoio e periféricos será escolhida de tal modo que a totalidade da
espessura dos envidraçados repouse nos calços. O comprimento dos calços de apoio depende
da dureza do material de que são feitos e do peso do envidraçado que suportam.
A pressão unitária sobre o calço é:
p (kg/cm2) = 25 . S (m2) / [ 2 . L (cm) ]
Tabela 27 – Comprimento dos calços em função do tipo de material de que são feitos [1].
71
Série Materiais O Vidro
Dureza p K
( Shore A ) ( Kg/cm2 ) ( L (cm) / S (m2) )
50 2.27 5.5
55 2.84 4.4
60 3.47 3.6
65 4.31 2.9
70 5.43 2.3
75 6.95 1.8
80 8.92 1.4
85 12.50 1.0
Para a borracha sintética, os valores da tabela supõem um esmagamento de 10% para o calço
(um calço de 5mm de espessura terá 4,5mm quando suportar o vidro).
Se admitir um esmagamento 2 vezes superior (20% p. ex. 1mm para um calço de 5mm), os
comprimentos da tabela devem dividir-se por 2. Os calços nunca deverão ter um comprimento
inferior a 5cm para se obter um correcto assentamento do envidraçado.
Para os calços em neoprene, a dureza mais correntemente utilizada tem os valores entre 60 e
75 Shore A.
Nos calços laterais as dimensões, dureza e espaçamento serão determinados em função das
pressões do vento, da consistência dos mástiques e das folgas laterais. O espaçamento será
determinado em função da espessura do envidraçado e das possibilidades de deformação sob
a carga.
72
Série Materiais O Vidro
Quando se utilizam juntas de neoprene na montagem dos vidros, o calçamento lateral fica
automaticamente realizado. Quanto ao calçamento de topo e periférico há dois aspectos a
considerar:
A junta de neoprene está dividida em duas partes e deixa a descoberto o topo do vidro; o
calçamento deve ser feito como no caso do emprego do mastique.
5.5. Posicionamento
5.5.1. Generalidades
Os envidraçados devem ser colocados em obra de modo a que não possam sair das suas
posições por acção dos esforços normais a que estão sujeitos, como o vento, vibrações
devidas a tráfego, abertura e fecho de uma folha e dos acidentes, nomeadamente choques no
vidro, choques violentos da folha móvel no seu batente devido a correntes de ar, etc.
Nos edifícios, os vidros podem ser colocados em golas que os protegem e apoiam em todo o
seu perímetro, ou em montagens especiais em que uma parte do seu contorno fica livre.
a) Gola aberta
Não tem qualquer peça contínua de fixação do vidro do lado oposto à face da gola. Só pode
receber vidros com espessura igual ou inferior a 4mm e com dimensões reduzidas (semi-
perímetro inferior a 2.50m).
73
Série Materiais O Vidro
O espaçamento dos elementos de fixação depende das dimensões dos vidros e das pressões do
vento previstas. Não se deve passar o comprimento de 5 a 10cm entre os pontos extremos de
fixação e os cantos dos vidros, devendo a distância entre os diferentes pontos ser da ordem
dos 20cm, podendo nalguns casos aumentar este valor sem exceder os 40cm.
b) Gola fechada
Neste tipo de gola compete a uma peça contínua chamada bite a fixação do envidraçado. Pode
receber qualquer tipo de envidraçado e com grandes dimensões.
Nos caixilhos de madeira os bites podem ser pregados ou aparafusados (preferência para os
bites de grandes dimensões).
Nos caixilhos metálicos, os bites são fixos por parafusos ou por um sistema de mola. Os bites
da caixilharia em alumínio são fixados por um sistema contínuo a partir de sulcos e ressaltos
criados nos próprios perfis.
Os bites devem cobrir todo o perímetro do vidro, ser protegidos e preservados contra a
humidade e possuir um dreno para impedir a acumulação de água no envidraçado.
Em gola aberta deve existir massa vedante entre o vidro e a face do rebaixo com uma
espessura de 3 a 4mm; a moldura de mastique deverá ter um declive de 45º, isto é, uma
largura igual à altura.
74
Série Materiais O Vidro
Em gola fechada o vidro deve ser montado entre duas espessuras idênticas de massa vedante
com valores entre 3 e 5 mm.
a) Envidraçados recozidos
A colocação do envidraçado com bordos livres permite soluções muito interessantes no plano
estético por poder conservar a transparência total em grandes superfícies (ex. grandes
montras); os vidros são colocados uns ao lado dos outros sem painel opaco e fixados
unicamente em golas pelos seus topos horizontais (superior e inferior). As juntas entre os
75
Série Materiais O Vidro
bordos verticais são preenchidas com mastique de silicone ou cimento para vidro, o que
solidariza os diferentes vidros e assegura a estanquicidade.
Os envidraçados recozidos com espessura inferior a 3mm não devem ser colocados sem o
apoio de todos os seus bordos. Para vãos de altura superior a 2m, e pretendendo não aumentar
a espessura do envidraçado, é indispensável reforçar as juntas verticais para obter um bom
comportamento à acção do vento. Este reforço pode ser efectuado sem prejuízo da
transparência por meio de estabilizadores em vidro recozido de espessura superior à do
envidraçado, dispostos perpendicularmente ao plano dos painéis e sobre as juntas às quais são
colados com mastique de silicone ou cimento de vidro.
Para alturas de vão entre 2 e 3m, basta um único estabilizador por cada junta e colocado na
face interior do envidraçado; entre 3 e 6 metros devem colocar-se dois estabilizadores por
junta. Acima dos 6m é mais vantajosa a montagem de envidraçados suspensos.
O emprego do vidro temperado, situado na vertical da zona de actividade, não está autorizado,
salvo se estiverem reunidas as quatro condições seguintes:
• Se a espessura nominal fôr no máximo de 4 mm;
76
Série Materiais O Vidro
Nos casos em que o emprego dos vidros temperados estiverem excluídos utilizam-se:
• Vidros laminados de segurança em conformidade com a norma EN 12543-1 a 6 (NF P
78-211 a 216),
• Ou os vidros laminados de segurança mediante Parecer Técnico favorável visando
essa montagem.
Esses vidros serão dimensionados segundo as regras dadas no DTU 39 versão Maio 1993 ou
segundo as regras dadas pelo fornecedor (Técnico), se for o caso.
A montagem dos silicones exige a verificação prévia da sua compatibilidade com os materiais
de opacificação, assim como com os vidros de suporte.
As informações dadas aqui têm por objectivo informar sobre o que são, no estado actual dos
conhecimentos, as regras usuais relativas aos produtos em vidro montados segundo a técnica
VEA. Esta técnica não tradicional pode evoluir e determinados elementos poderão encontrar-
-se modificados durante a sua evolução.
77
Série Materiais O Vidro
Os componentes em vidro são colados com a ajuda de mástiques que funcionam, acima de
tudo, como elemento de transferência das tensões desses componentes relativamente ao seu
suporte.
78
Série Materiais O Vidro
• o sistema "2 lados" - para o qual os vidros são montados tradicionalmente sobre 2
lados, os outros lados são colados sobre uma estrutura de conservação;
• o sistema "4 lados" - ou sistema integral, para o qual os vidros são colados sobre 4
lados em caixilhos não aparentes, traduz um aspecto exterior uniforme.
79
Série Materiais O Vidro
O conjunto do projecto e dos seus componentes está agora definido e nenhum destes poderá
ser alterado sem o acordo do conjunto dos parceiros, nem mesmo uma alteração mínima na
aparência, como a escolha da cor.
Os vidros temperados são os únicos a poder suportar o aperto transmitido pelas peças
metálicas, graças à sua elevada resistência mecânica. A ligação aos elementos da estrutura do
edifício pode ser feita com peças metálicas ou encastrando os vidros na alvenaria. Entre o
80
Série Materiais O Vidro
vidro e as peças metálicas devem ser colocadas peças em cortiça com o mesmo formato das
metálicas.
Os cantos das manufacturas (furos e entalhes) são igualmente isolados das peças metálicas.
Tal como para os vidros recozidos, é necessário prever folgas entre os envidraçados e os
fundos dos rebaixos de fixação à estrutura do edifício, bem como entre os próprios
envidraçados. Os valores seguintes são os mais comuns:
• folgas de topo nas golas ........................................................................... 5 a 6 mm
• folgas entre os painéis ................................................................................... 1 mm
• folgas entre painéis móveis ........................................................................... 2 mm
• folgas nos contornos das portas:
¾ em cima ............................................................................................. 3 mm
¾ em baixo ............................................................................................ 7 mm
¾ lateralmente ....................................................................................... 2 mm
81
Série Materiais O Vidro
As instalações devem ser concebidas e realizadas de modo a dar ao conjunto uma rigidez
suficiente e garantir uma boa distribuição dos esforços que o solicitam. Assim, há que ter em
conta as pressões devidas ao vento, o peso próprio de cada um dos elementos do envidraçado
e os esforços impostos pela manobra dos elementos móveis. Tal como nos envidraçados
recozidos, as instalações em vidro temperado necessitam frequentemente de
contraventamentos para assegurar a resistência, a rigidez e a estabilidade destas instalações.
82
Série Materiais O Vidro
A função dos envidraçados exteriores consiste em permitir a penetração da luz natural nos
espaços interiores do edifício e, ao mesmo tempo, protegê-los da chuva e do vento, através de
uma boa estanquidade.
83
Série Materiais O Vidro
Há que ter em conta também a conservação da caixilharia, isto é, apesar de não entrar água
para dentro do edifício, podem existir infiltrações para o interior das golas de montagem, o
que poderá ocasionar corrosão em certos metais ou apodrecimento da madeira. Na caixilharia
de ligas leves, latão e aço inoxidável, a corrosão não se verifica e tolera-se então penetração
de água no interior dos perfis, desde que sejam concebidos sistemas de drenagem da água
para o exterior. Na caixilharia de aço ordinário, além de ser imperioso um tratamento anti-
corrosivo eficaz, a colocação dos vidros deve ser absolutamente estanque.
Fabricados à base de óleos secantes de origem vegetal ou animal, com grande percentagem de
aditivos (cré). Dividem-se em:
• endurecimento por oxidação ao ar durante um determinado período de tempo (um mês
a vários meses); incluem-se as massas à base de óleo de linhaça (massa de vidraceiro);
• endurecimento devido à incorporação de um catalizador (óxido metálico),
endurecendo em menos de 15 dias.
Têm por base uma mistura em proporções variáveis de óleos secantes, não secantes ou pré-
oxidados, de pigmentos e de aditivos, sendo por vezes melhorados com borrachas sintéticas
destinadas à sua plastificação.
Dividem-se em:
• endurecimento por oxidação dos óleos secantes com o oxigénio do ar, obtendo-se a
sua consistência ao fim de vários meses;
84
Série Materiais O Vidro
Estes vedantes, embora formando uma película resistente, permanecem com uma certa
plasticidade na sua massa e suportam alongamentos de 2 a 5%.
A sua aplicação pode ser feita à espátula, mas obtém-se melhores resultados com pistola,
sendo a secção mínima de 0,25 a 1 cm2.
A sua colocação em gola aberta só deve ser feita em locais de acesso difícil, dadas as suas
propriedades adesivas. Em gola fechada, garantem boa estanquidade e durabilidade, mesmo
em condições de certa severidade, como sejam envidraçados correntes de habitação e montras
de lojas à beira mar.
85
Série Materiais O Vidro
A sua aplicação é feita através de pistola, sendo correntemente utilizados como obturadores
quando as juntas estão sujeitas a condições de exposição bastante severas.
Os silicones utilizam-se para calafetar juntas entre vidros e na colagem de estabilizadores nas
instalações de bordos livres. Aplicam-se também como obturadores de juntas de vedação
(secção: 20 a 30 mm2) quando as condições de exposição são extremamente severas.
86
Série Materiais O Vidro
a) Cordões auto-adesivos
Têm boa adesão, coesão e capacidade de deformação. A sua colocação é feita à mão e
necessitam de uma pressão permanente em todo o comprimento.
São aconselhados para juntas de vedação com exposição severa, com um obturador
sobreposto ou sem obturador, se a gola for inacessível. A secção do cordão deve, então, ser
escolhida com precisão para que uma vez colocada não transborde do rebaixo.
Os vedantes à base de elastómeros apresentam uma boa elasticidade, uma fraca deformação
permanente de compressão e uma boa resistência ao envelhecimento. Os perfis à base de
materiais plásticos são poucos elásticos e têm uma fraca resistência ao envelhecimento. São
colocados à mão, cobrindo os vidros antes da colocação em caixilhos ou dispondo-os em
rasgos previstos para este efeito. São utilizados em envidraçados mais evoluídos e em
caixilharia especialmente estudada.
87
Série Materiais O Vidro
São bastante elásticos e mais ou menos resistentes aos agentes exteriores. Alguns são
impregnados de butil ou de produtos negros e podem ter uma ou duas faces adesivas.
São aplicadas à mão, tendo de ser comprimidos na montagem para que possam ser estanques.
Esta compressão pode ser mais fraca se forem utilizados como enchimento da gola e,
complementados, por um obturador.
São utilizadas principalmente em coberturas de vidro aramado, nas juntas sobre os perfis da
estrutura. São colocados a quente ou a frio consoante a sua composição.
Para que haja eficácia dos produtos calafetamento, mais particularmente aderência, as golas
devem ser limpas, secas e convenientemente preparadas. Esta preparação é constituída, de
acordo com o tipo de caixilharia, por:
• Limpeza dos rebaixos para que possam receber a pintura, incluindo o
desenferrujamento das partes em aço;
• Rebarbagem dos cordões de soldadura (caixilhos em aço) ou dos cordões de colagem
nos caixilhos de madeira;
• Desengorduramento dos perfis de ligas leves e de aço inoxidável;
• Pintura com tinta adequada, compatível com o vedante a ser utilizado.
a) Caixilharia em madeira
Pelo menos uma demão em toda a gola e no bite, na altura da montagem, que só pode ser
efectuada depois da pintura se encontrar bem seca.
Pintura com tinta anti-ferrugem, que deverá aderir correctamente, da gola e do bite.
88
Série Materiais O Vidro
Os rebaixos devem receber uma tinta especial (wash-primer), salvo no caso de uso de
mástiques betuminosos, onde tal não é necessário.
Aplicação de uma tinta aderente, a menos que não seja necessário devido a um revestimento
inicial do caixilho, anodização, que deverá ter uma espessura adequada à atmosfera de
utilização da caixilharia. Como no caso anterior, a pintura não é necessária quando se utilizam
mástiques betuminosos.
e) Caixilharia em betão
Aplicar cuidadosamente uma demão, salvo se o fabricante do vedante garantir que o seu
produto a dispensa.
Todas as pinturas de protecção devem estar bem secas na altura da colocação dos vidros.
Nos caixilhos de betão pretende-se impedir o ataque deste aos óleos da massa vedante, por
reacção de saponificação devido à sua alcalinidade.
A maioria dos mástiques vendem-se prontos a serem utilizados, não necessitando por isso de
uma preparação prévia. Quando houver necessidade disso devem ser cumpridas as instruções
do fabricante, nomeadamente no respeitante à dosagem dos componentes e técnica de
preparação.
89
Série Materiais O Vidro
Tal como para a preparação, também agora se devem seguir as instruções do fabricante.
Quando a aplicação se efectua com enchimento total da gola, é indispensável impedir a
existência de bolsas de ar no sistema de vedação, pois em caso contrário o aumento de
temperatura (incidência solar) provoca a dilatação das bolsas, podendo ocasionar o
fendilhamento do vedante e permitir a infiltração de água nas golas.
1) Principais parâmetros
Os principais parâmetros a considerar na escolha dos vedantes e dos sistemas de vedação são:
• Natureza da caixilharia: madeira, aço corrente, aço inoxidável, alumínio, betão, etc.;
• Dimensões e natureza dos rebaixos: gola aberta ou fechada, interior ou exterior, bites
interiores ou exteriores;
• Tipo de dimensões dos envidraçados: simples com vidro claro, absorventes, isolantes,
estratificados, etc.;
• Situação geográfica: cidade, campo, beira-mar, montanha, etc.;
• Exposição: sempre à sombra, por vezes ao Sol, exposto ou não ao vento e chuva, etc.;
• Altura do edifício: edifícios baixos (alguns andares), médios (6 a 8 andares) e altos
(acima dos 10 a 12 andares);
• Posição do envidraçado na fachada: recolhido e à face;
• Humidade: cozinhas, casas de banho, tinturarias, piscinas, saunas, fábricas e locais
onde existam vapores agressivos;
• Intensidade das vibrações: circulação rodoviária, ferroviária, etc…
a) Sem contra-vedação
90
Série Materiais O Vidro
b) Com contra-vedação
91
Série Materiais O Vidro
Figura 32 – Gola fechada com bites – Sem vedação (gola seca) [2].
92
Série Materiais O Vidro
• Só para vidros simples com p ≤ 2.5 m em caixilhos de madeira e quando a gola tem
largura insuficiente para permitir um enchimento completo (3 mm no mínimo de
mastique em cada lado);
• Utilizado na separação de dois locais interiores;
• Em fachadas exteriores só deve ser utilizado com o bite colocado no exterior, em
edifícios de altura reduzida. Os vedantes a utilizar são as massas de óleo de linhaça ou,
para melhor qualidade, uma massa oleoplástica.
Figura 33 – Gola fechada com bites – Com vedação do lado do bite [2].
c) Com contra-vedação
93
Série Materiais O Vidro
Quando os bites são fixados por molas, os vidros não podem ser colocados fazendo refluir o
mastique, devendo por isso a penúltima operação anterior ser agora a colocação do mastique
com pistola entre o vidro e o bite.
94
Série Materiais O Vidro
Conforme os bites são pregados, aparafusados ou fixados por molas, as operações são
respectivamente as mesmas que para os envidraçados simples, com mais uma operação
suplementar, necessária devido à grande espessura destes envidraçados: aplicação de mastique
entre o fundo do rebaixo e os topos do envidraçado, após a colocação do vidro antes da
colocação dos calços periféricos.
Se a base da gola tiver mastique em todo o contorno o processo é idêntico ao dos vidros
simples de grandes dimensões. Se isso não suceder há que colocar o mastique entre o fundo
do rebaixo e o topo do envidraçado e realizar a operação como em δ).
95
Série Materiais O Vidro
96
Série Materiais O Vidro
Estes três últimos sistemas, em particular o último, são capazes de resistir a condições de
exposição extremamente severas (condições atmosféricas, agentes agressivos no ar, etc.). O
fundo do rebaixo, que fica vazio, deve estar em comunicação com o exterior através de furos
nas travessas.
Este tipo de vedação é conhecido por junta de neoprene, por ser o material mais usado,
embora haja outros tipos de produtos (ver vedantes G). Há dois tipos de soluções, sendo em
qualquer delas a estanquidade obtida pelo próprio perfil:
• O perfil tem forma de U, envolvendo completamente os topos do envidraçado;
• O perfil divide-se em duas partes distintas, sendo obrigatória a utilização de bites.
97
Série Materiais O Vidro
Durante os últimos 100 anos, os vidros adquiriram a reputação de estarem entre os materiais
de maior duração entre os usados na construção e nas indústrias. No entanto, a rejeição de
vidros causada por corrosão e manchas atinge milhares de metros quadrados todos os anos. É
necessário, portanto, saber como ocorre o ataque químico aos vidros, para determinar o
melhor meio de evitá-lo.
Sempre que a água ficar em contacto com a superfície de um vidro, muitas reacções químicas
poderão ocorrer, causando erosão ou manchas. A primeira dessas reacções começa quase que
imediatamente após a água molhar o vidro. Em termos técnicos, a reacção inicial na superfície
do vidro é caracterizada por um processo de troca de iões, envolvendo iões de sódio no vidro
e envolvendo iões de hidrogénio na água. Por outras palavras, a água tira iões de sódio do
vidro soda-cal. Essa reacção é o primeiro estágio de corrosão. Se esse primeiro estágio
continuar sem interrupção por alguns minutos, o pH irá crescendo devido a uma acumulação
98
Série Materiais O Vidro
Se o pH da solução permanecer menor que 9.0, o estágio 1 predominará. Durante esta fase, a
qualidade óptica e a integridade superficial não são afectadas. Quando o pH atinge valor igual
ou maior que 9, começa uma outra reacção, que é o estágio 2. Neste ponto, a concentração de
iões hidroxila é suficiente para começar o ataque à rede de silicato, então o vidro começa a ser
dissolvido.
Em compensação, as condições para corrosão ocorrem no espaço entre duas chapas adjacentes
armazenadas. Sem controlo ambiental, esses espaços poderão reter humidade se a temperatura
cair abaixo do ponto de orvalho. Se isso acontecer, o estágio 1 de corrosão terá início, seguido
pelo estágio 2 se o pH atingir valores iguais ou superiores a 9.
99
Série Materiais O Vidro
É importante destacar que um separador neutro, não reactivo, não se presta para armazenar
vidros com segurança, qualquer que seja o período de tempo considerado, a menos que o
armazenamento seja feito em ambiente controlado.
O armazenamento de qualquer material requer um grande cuidado, o vidro não foge à regra,
sendo um material sensível.
Ao vidro armazenado deve-se-lhe retirar a humidade provocada pela queda de água, bem
como locais de grande variação de temperatura.
O vidro deve ser armazenado limpo e seco, com ventilação e temperatura mínima de 10 ºC.
Os cavaletes destinados a receber os vidros devem ser revestidos de materiais macios. Todos
os vidros devem ser ajustados à pendente do anterior com o respectivo intercalar, devendo
evitar-se a formação de pilhas com tipos diferentes.
Em obra os cuidados são os mesmos, devendo o tempo de armazenamento em obra ser curto.
Os envidraçados devem ser colocados em pilhas até 25cm e com declive máximo de 6 % em
relação à vertical, apoiados em travessas de madeira revestidos por um material macio e
separados por um intercalar.
O cuidado em não colocar os envidraçados em pilhas expostos ao sol deve ser grande, pois o
risco de rotura do material é possível.
100
Série Materiais O Vidro
a) Químicos
b) Mecânicas
Consequentemente:
a) Desde a entrega, os vidros devem ser retirados da sua embalagem, salvo os vidros de
capas cujas chapas são protegidas pelas embalagens que contêm desidratantes;
b) Os vidros que apresentam vestígios de humidade devido às variações de temperatura
durante o transporte, devem ser lavados e secados antes do armazenamento;
c) Os armazéns deverão ser cobertos, fechados, secos e aquecidos durante a estação fria a
uma temperatura de cerca de 10 °C, podendo ser arejados durante o dia com bom
tempo;
d) Estes locais deverão estar ao brigo de poeiras exteriores ou outras poeiras abrasivas;
e) Os cavaletes com inclinação de 6 % destinados a receber os vidros na vertical serão
revestidas de um material flexível (do tipo crina ou neoprene), em bom estado, isento
de corpos estranhos;
f) Os cavaletes previstos para os vidros duplos terão, na sua base, uma superfície de
apoio para evitar o deslize dos “vidros componentes”, um relativamente ao outro;
g) O espaço entre os cavaletes será suficiente para permitir uma livre circulação sem
risco de provocar acidentes de superfície;
101
Série Materiais O Vidro
a) O vidro laminado deve chegar à obra com dimensões exactas para a aplicação no vão.
Respeitadas as tolerâncias admissíveis, não deve ser cortado na obra, pois a borda do
vidro pode ser danificada, com penetração da humidade, provocando a corrosão;
b) A estocagem do material deve ser feita em local seco e ventilado, em cavaletes
próprios, para não danificar as bordas;
c) Não deve existir saliência do rebaixo do caixilho, bem como toda a gordura deve ser
limpa e aplicar-se uma tinta anti-corrosão e limpar as bordas da chapa quando
impregnadas de massa;
d) A selagem ou vedação das placas deve ser feita com selantes que não ataquem a
película de PVB. Silicones que contenham ácido acético e óleo de linhaça não devem
ser utilizados;
e) Produtos de limpeza à base de cloro não se devem utilizar, porque podem provocar a
corrosão da caixilharia e o álcool deve ser banido de utilização pois ataca a película de
PVB.
102
Série Materiais O Vidro
Conclusão
Conclui-se também que quanto maiores forem as espessuras e a massa do vidro, por um lado,
e sua descontinuidade à caixilharia, por outro, menores serão as vibrações e maior é o
isolamento.
De salientar, ainda, o facto de nos últimos quinze anos, em particular, o vidro conheceu um
desenvolvimento espectacular das suas utilizações, nomeadamente nas funções mais
estruturais (pilares, viga, pavimentos, contraventamentos, guardas…) e realizações inovadoras
(vidros de capa, curvo, vidro exterior agrafado, vidro duplo com estore incorporado…).
Graças à investigação de que o vidro beneficiou, nestas últimas décadas, passou a ser um
material “tecnologicamente avançado”, funcional e refinado, contribuindo de forma acentuada
para a melhoria do conforto das edificações. A diversidade dos vidros e das suas funções, a
sua vertente em crescimento de aplicações interiores, proporcionam hoje ao projectista uma
grande liberdade para pôr em prática uma verdadeira arquitectura de luz, que satisfaz
plenamente as exigências do conforto moderno.
103
Série Materiais O Vidro
Procurou-se, e julga-se que se conseguiu, efectuar uma abordagem abrangente das várias
utilizações e tipos de vidros aplicáveis à Construção Civil.
Esta análise engloba não só uma simples listagem das características e propriedades a que este
material construtivo deve obedecer, como se estudou o próprio dimensionamento de vidraças
e a sua colocação em obra.
Salienta-se terem-se apresentado os pormenores construtivos básicos de como deve ser feita a
ligação das chapas de vidro à caixilharia.
104
Série Materiais O Vidro
Anexos
105
Série Materiais O Vidro
106
Série Materiais O Vidro
Condutibilidade Reacção
Resist.
Referência Produto Medidas (mm) Térmica ao
Térmica
W/(mK) fogo
Placas com
revestimento
PGPVC 40 c/ película de 1200*600*40 1.20 0.034 M2
pvc cor
branca
Placas com
PPG 100 revestimento 1350*600*100 1.55 0.039 MD
papel Kraft
Placas sem
PFG 100 1350*600*100 1.55 0.039 M0
revestimento
Placas com
PPG 120 revestimento 1350*600*120 1.90 M0
0.042
papel Kraft
Placas sem
PFG 120 1350*600*120 1.90 0.042
revestimento M0
Placas com
PPG 50 revestimento 1350*600*50 1.30 0.039 M0
papel Kraft
107
Série Materiais O Vidro
Placas sem
PFG 50 1350*600*50 1.30 0.039 M0
revestimento
Placas com
PPG 60 revestimento 1350*600*60 1.40 0.036 M0
papel Kraft
Placas sem
PFG 60 1350*600*60 1.40 0.036 M0
revestimento
Placas com
PPG 75 revestimento 1350*600*75 1.55 0.034 M0
papel Kraft
Placas sem
PFG 75 1350*600*75 1.55 0.034 M0
revestimento
rolos
com
MPG 80 10000*1200*80 1.90 0.042 M0
Revestimento
papel Kraft
rolos
MFG 80 sem 10000*1200*80 1.90 0.042 M0
revestimento
rolos
com 12 500*1
MPG 60 1.55 0.039 M0
Revestimento 200*60
papel Kraft
rolos
MAGRCLIM revestido 15 000*1
0.70 0.035 M0
25 c/filme de 200*25
alumínio e
108
Série Materiais O Vidro
papel kraft
rolos
15 000*1
MF2G 25 Sem 0.80 0.038 M0
200*25
Revestimento
rolos
revestido
MAGRCLIM 15 000*1
c/filme de 0.50 0.030 M0
50 200*50
alumínio e
papel kraft
rolos
revestido
15 000*1
MAG 55 c/filme de 0.50 0.030 M0
200*50
alumínio e
papel kraft
rolos c/
4 500*1 0.030
MPG 160 Revestimento M0
200*160 1.90
papel Kraft
rolos c/
5 000*1
MP G140 Revestimento 1.95 0.032 M0
200*140
papel Kraft
rolos c/
6 000*1
MP G 120 Revestimento 1.90 0.032 M0
200*120
papel Kraft
rolos c/
7 500*1
MPG 100 Revestimento 1.90 0.032 M0
200*100
papel Kraft
rolos c/
7 500*1
MFG 100 Revestimento 1.90 0.032 M0
200*100
papel Kraft
109
Série Materiais O Vidro
110
Série Materiais O Vidro
exterior
interior
Absor.
Estore
Estore
Trans.
Trans.
estore
Refl.
Refl.
Sem
5 0.34 0.45 0.27 0.20 0.53 0.58 - -
Antélio claro
Parsol bronze+
111
Série Materiais O Vidro
face 2-
112
Série Materiais O Vidro
113
Série Materiais O Vidro
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Série Materiais O Vidro
115
Série Materiais O Vidro
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Série Materiais O Vidro
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Série Materiais O Vidro
Actualmente, o vidro é parte integrante e fundamental do projecto arquitectónico. Faz parte da estética,
e tem forte influência no conforto, na economia e na segurança de qualquer edifício. Para tanto deve-se
fazer a escolha adequada do vidro em função das necessidades do projecto.
Existe no mercado um variado leque de opções com características técnicas específicas para cada uso:
Vidro Impresso:
O vidro impresso é um vidro translúcido que recebe em uma ou ambas as faces, a impressão de um
desenho (padrão ou estampa). É um produto muito versátil, podendo ser utilizado monolítico,
temperado, curvado, espelhado e laminado.
Os vidros impressos podem ser utilizados na construção civil em janelas, portas e coberturas; na
decoração de interiores em divisórias, pisos, degraus de escadas.
Vidro Refletivo:
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Série Materiais O Vidro
Vidro Aramado:
O vidro aramado é composto por uma tela metálica que oferece maior resistência
a perfuração e protecção pois, em caso de quebra, os cacos ficam presos na tela
diminuindo o risco de ferimentos.
Disponível nas cores azul, cinza e incolor, torna-se um aliado para os projectos
criativos. Recomendado para múltiplo uso em coberturas, guarda-corpos, portas,
sacadas, pergolados e outros.
Os vidros duplos (ou vidros insulados) são chamados de vidros termo-acústico, pois dependendo da sua
composição, podem oferecer isolamento térmico e isolamento acústico.
O isolamento térmico se dá, pois a câmara de ar, serve como isolante para a passagem de calor do vidro
externo para o interior do ambiente. Para melhorar a performance térmica, pode-se utilizar um vidro
reflectivo.
Com relação ao isolamento acústico, o desempenho pode ser melhorado utilizando um dos vidros
laminados ou vidros de diferentes massas.
O SGG PRIVA-LITE Santa Marina Vitrage, é um vidro laminado, composto por duas chapas de vidro,
incolor ou colorido, entre os quais é colocado um filme de cristais líquidos em um campo eléctrico.
Quando este campo é activado, os cristais líquidos se alinham, tornando o SGG PRIVA-LITE um vidro
transparente. Quando o campo magnético é desactivado, o vidro passa a ser translúcido, podendo ser
repetida a operação quantas vezes for desejado.
Recomendações de Utilização:
Para a confecção de um piso em vidro ou de escadas, devemos utilizar um vidro laminado, pois é o único
produto que oferece total segurança e impede que as pessoas caiam em caso de quebra. Para a
determinação da espessura do vidro, devemos estimar a sobrecarga que será exercida sobre ele, bem
como o uso da construção (residencial, comercial ou industrial), além das dimensões das peças e da
forma como serão apoiados na estrutura.
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Série Materiais O Vidro
De acordo com a Norma ABNT 7199, para coberturas, marquises, iluminações zenitais, é obrigatório o
uso de vidros laminados ou aramados, pois em caso de quebra, os cacos ficam presos no PVB ou na tela
de arame.
Segundo a Norma NBR 7199 da ABNT, é obrigatório o uso de vidros laminados ou aramados em guarda-
corpos, peitoris, balaustres e sacadas. A obrigação se deve em função de serem os únicos vidros que em
caso de quebra, mantêm os vãos fechados e os cacos ficam presos ou no PVB ou na tela de arame (caso
do vidro aramado).
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Série Materiais O Vidro
Bibliografia
[3] Carvalho, A.J.C. (1970). Fabrico do Vidro, Generalidades. Lisboa, Instituto Nacional de
Investigação Industrial.
[6] Eladio G. R. Petrucci. (1993). Materiais de construção. 9ª Edição. São Paulo, Editora
Globo.
[8] Saint-Gobain Glass. (2000). Manual Do Vidro. Edição 2000. Santa Iria de Azoia, Saint-
Gobain Glass
[9] http://www.estruturametalica.com.br
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