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APLICADA E TÉCNICAS DE
NECRÓPSIA MÉDICO LEGAL
Aldeir José
Andréa Abreu
Leonardo Vianna
Lucas Moacir
Marcelo Mari
Muito Obrigado!
Leanderson Luiz de Sá
Técnico em Radiologia Forense
BELO HORIZONTE
Março de 2019
SUMÁRIO
Este capítulo tem por objetivo apresentar um sobrevoo histórico lançando luz
sobre o surgimento e desenvolvimento da Radiologia Forense, sobretudo no contexto
Médico Legal. Apresentamos de modo resumido alguns segmentos deste campo da
Radiologia, com finalidade de instigar os profissionais das técnicas radiológicas à
pesquisa e desenvolvimento de práticas neste campo. Antes vale uma provocação.
A esquerda oficiais alfandegários franceses inspecionando bagagens de mão com equipamentos de raios-x. A
direita imagem radiográfica de um envelope com dispositivo explosivo dentro. Fonte: BROGDON, 2011
Com o surgimento dos carteis de droga e a grande expansão de entorpecentes,
houve uma crescente preocupação de alguns países no controle e fiscalização de
fronteiras. Logo surgem as chamadas “mulas humanas”, pessoas que transportam
drogas dentro do corpo, por ingestão oral ou via retal.
A Radiologia Forense também pode ser aplicada a arte. Tendo em vista os altos
valores que podem atingir um quadro ou escultura de artistas famosos, sobretudo
produções de séculos passados, era de se esperar que museus de todo o mundo e
também colecionadores demandassem novas estratégias de validar a autenticidade das
obras. Poucos meses após a descoberta dos raios-x W.Konig de Frankfurt utilizava a
técnica para tentar determinar alterações em pinturas a óleo. Na figura abaixo quadro
do pintor americano da virada do século Ralph Blakelock. As telas deste artista tem
usualmente “rachaduras” singulares, fruto do método que utilizava. Qualquer pintura
supostamente de Ralph Blakelock - diga-se de passagem é um dos mais falsificados -
sem essa aparência radiográfica será uma falsificação.
.É importante ressaltar que podemos fazer uma divisão sistemática desta área em
atuação ante crimes violentos e crimes não violentos, ou também, quando se propõe a
estudos ante-mortem ou post-mortem. De certo modo qualquer exame realizado com
fins de embasamento jurídico pode ser compreendido como uma prática forense.
Os estudos realizados dentro dos IML’s são, de modo geral, considerados pela
literatura como estudos post-mortem.. Apesar de ser elencada como Radiodiagnóstico,
a Radiologia Forense no âmbito do IML segue parâmetros muito específicos que a
diferencia do contexto clinico geral. Em medicina legal, os exames radiológicos podem
ser realizados para embasamento de perícias em vivos e em cadáveres vitimas de morte
violenta ou mortes suspeitas. Os exames realizados em cadáveres podem ter interesse
médico-legal diversificado, entretanto destacaremos dois principais objetivos: o exame
radiológico como instrumento de identificação forense e o rastreamento
radiográfico para localização de projéteis de arma de fogo. Os equipamentos
utilizados são diversos conforme a disponibilidade de recursos dos Estados direcionados
a seus respectivos IMLs, contudo mesmo equipamentos de baixo custo podem oferecer
diversos benefícios nos dois objetivos destacados. Em outro capítulo essas práticas
serão descritas em detalhes.
JUNIOR, Ademir Franco do Rosário, et. al. Virtual autopsy in forensic sciences na its applications in the
forensic odontology. Revista de Odonto Ciências, vol. 27, n.1. Porto Alegre 2012. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-65232012000100001>. Acesso em: 08
jan. 2018;
OLIVEIRA, Jônathas. Radiologia forense: historia aplicações e mercado. [S.I.]. CONTER, 2014.
Disponível em< http://conter.gov.br/site/noticia/profissao-rx >. Acesso em: 31 de jul.2017
SANTOS, Clotilde Conceição; SANTOS, Ericles Vieira; MOTTA, Rivania. Radiologia Forense
Virtópsia. [S.I.]. Curie&Rontgen, n.1.2017. Disponível em: <http://conter.gov.br/uploads/
trabalhos/p18.pdf>.Acesso em: 08 jan. 2018.
2 FUNDAMENTOS DE MEDICINA LEGAL E TÉCNICAS DE NECRÓPSIA
Marcelo Mari2
2.1 NECRÓPSIA
2
Médico Legista e Professor de Medicina Legal na Academia de Polícia Civil de Minas Gerais.
3
Graduado em Gestão Hospitalar. Especialista em Saúde Pública e de Meio Ambiente.Técnico em
Anatomia e Necrópsia. Técnico em Papiloscopia Forense e Professor de Tanatopraxia.
recolhidos a partir da literatura as observações feitas em 3000 autópsias. Muitas entidades
clínicas e patológicas específicas foram definidas por vários observadores, abrindo assim a
porta para a prática moderna (RODRIGUES,2014).
Em 1761, Giovanni Morgagni, o pai da moderna Patologia , descreveu o que poderia
ser visto no corpo com a olho nu. Em sua obra volumosa Nos assentos e Causas das doenças
Como Investigado Pela Anatomia , ele comparou os sintomas e as observações em cerca de
700 pacientes com os achados anatômicos sobre o exame de seus corpos. Assim, no trabalho
de Morgagni o estudo do paciente substituiu o estudo de livros e comparação dos comentários
(SALES FILHO, 2014).
Com Karl Von Rokitansky de Viena (1804-1878), o (olho nu) autópsia bruta atingiu
seu apogeu. Início da utilização de microscópios. O anatomista e fisiologista francês Marie
FX Bichart (1771-1802) enfatizou o papel dos diferentes sistemas generalizados e tecidos no
estudo da doença. Foi o patologista alemão Rudolf Virchow (1821-1902), no entanto, que
introduziu a doutrina que as células são a base da compreensão da doença em patologia e na
autópsia. Ele alertou contra a dominação de anatomia patológica, o estudo da estrutura do
tecido doente, como tal, e sublinhou que o futuro da patologia seria o estudo fisiológico do
funcionamento do organismo na investigação da doença (SALES FILHO, 2014).
A necropsia moderna tem sido expandida para incluir a aplicação de todo o
conhecimento e todos os instrumentos das modernas ciências básicas especializadas. O exame
foi estendido para estruturas muito pequenas para ser visto, exceto com o microscópio
eletrônico, e biologia molecular para incluir tudo o que pode ser visto, bem como o que ainda
permanece invisível. (Rodrigues, 2014). Segundo Espinosa (2008,) a necropsia é toda a série
de observações e intervenções efetuadas no cadáver com objetivo de esclarecer a causa da
morte (causa mortis). Pode ser subdividida em basicamente dois tipos: A Necropsia
anatomopatológica ou ainda não jurídica e Necropsia Forense, Médico Legal ou Judicial. A
necropsia não judicial é realizada por um médico anatomopatologista auxiliado por um
técnico, e tem como principal finalidade estudar as alterações morfológicas dos órgãos e
tecidos a fim de se obter informações sobre a natureza, extensão, as complicações da
patologia e suas consequências. Constitui também a maior fonte de ensino em patologia,
contribuindo para um eficaz controle de qualidade de diagnostico e de tratamento, apontando
possíveis erros em suas causas e realizando sua correção.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para
a verificação de alguma circunstância relevante.
A necropsia médico legal visa atender aos quesitos formulados no laudo de exame
cadavérico sendo esse: (1) Houve morte? (2) Qual a causa da morte? (3) Quais os
instrumentos ou meio que produziu a morte? (4) Se foi produzida com o emprego de
veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura outro meio insidioso ou cruel? A necropsia
médico legal pode ser requisitada por delegados de polícia, promotores de justiça e juízes de
direito, e é realizado por médicos legistas, habilitados em cursos de formação geralmente após
aprovação em concurso público, que aqui no Brasil varia de estado a estado, em Minas Gerais
o Curso de Formação Policial (Médico Legista) tem duração total de 720 horas, e uma
pequena parcela direcionada a matérias de medicina legal (Edital n 01/13 lei n 5.406-1969).
Anatomia Humana:
Anomalia e Monstruosidade
Na variação anatômica não há prejuízo da função. Entretanto, podem ocorrer
variações morfológicas que determinam perturbação funcional. Ex. agenesia de
membros, etc. Quando o desvio do padrão anatômico perturba a função, diz-se que se
trata de uma anormalidade e não uma variação. Se essas alterações são acentuadas de
modo a deformar profundamente a construção do corpo do indivíduo, denomina-se
monstruosidade, sendo em geral, incompatível com a vida. Ex :anencefalia, etc.
Posição anatômica
Posição ortostática (em pé);
Corpo ereto;
Cabeça com a face voltada anteriormente com o olhar na linha do horizonte;
Braços e antebraços ao lado do tronco e palmas das mãos voltadas
anteriormente;
Coxas e pernas unidas com os pés apontados anteriormente
Agulha para sutura (triangular reta e semirreta) com tamanho aproximado 10 cm, balança de
taras variadas (corpo e órgãos), Cabo de bisturi números 3 e 4 ( lâminas 15 e 20,
respectivamente, chaira; concha em aço inoxidável (cuba e cabo em peça única) de cabo
longo, costótomo, enterótomo, escopro, faca de amputação de Collin, faca de Virchow,
martelo de Hajek; osteótomo, paquímetro,pinças de Backaus,Lornae Benhard pinça de Collin,
pinça de dissecção anatômica e dente de rato de 20 cm de comprimento, pinça para osso,
raquiótomo, rugina, serra de arco, serra vibratória, tesoura de Mayo curva de 22 cm de
comprimento e pontas rombas, tesoura de Mayo reta de 17 cm de comprimento e pontas
rombas, trena em aço inoxidável.
A necropsia médico legal é dividida em dois tempos, avaliação externa e interna: No
primeiro tempo é realizado a avaliação das vestes e exposição completa da vítima e tudo
aquilo de pertence que o acompanha. Inicia-se então a identificação do cadáver, cor de pele,
estatura, cor dos olhos, idade, sexo, sinais particulares como: tatuagens, punções, variações
anatômicas, cicatrizes, e também lesões que forem visualizadas em toda extensão corporal,
inclusive orifícios naturais e genitálias. Deve-se observar também sinais de morte,
resfriamento, rigidez, hipóstase. Em seguida começa o segundo tempo da necropsia, o exame
interno do cadáver, iniciando por incisão do couro cabeludo, abertura da caixa torácica e por
fim o abdome, fazendo-se toda uma inspeção analítica dos órgãos e achados de interesse
jurídico, e em alguns casos é necessário a coleta de material para exames complementares,
sangue, urina, fragmentos de órgãos para avaliação laboratorial toxicológico, teor de
alcoolemia, DNA e ou anatomopatológico, esperma, swab oral, vagina, anal, fragmentos
ungueais ou subungueais, pelos, projeteis de arma de fogo ( para possível comparação
balística). Não podendo esquecer que as vias de acesso, maneira de examinar o periciado
segue modelo das quatro técnicas básicas, Técnica de Virchow, Ghon, Letulle e Rokitansky
(FRANÇA, 2008).
2.3 FUNDAMENTOS DE MEDICINA LEGAL
Tanatologia Forense
"Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte". (São Paulo
Epístola 7:24).
Fenômenos transformativos
Podem ser destrutivos e conservadores. Neste primeiro estão a autólise,
putrefação e maceração. Pertencem aos outros mumificação, saponificação ou
adipocera, calcificação, corificação, congelação e fossilização. (Fávero.1991 e
França,2008).
Esfriamento do cadáver - Em nosso meio é de 0,5°e nas três primeiras horas; a seguir,
o decréscimo de temperatura é de 1°e por hora, até o restabelecimento do equilíbrio
térmico com o meio ambiente.
Rigidez cadavérica - Pode manifestar-se tardiamente ou precocemente. Segundo
Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na face, nuca e mandíbula, 1 a 2
horas; nos músculos tóraco-abdominais, 2ª a 4ª horas; nos membros superiores, 4ª a 6ª
horas; nos membros inferiores, 6ª a 8ª horas post mortem nos membros inferiores. A
rigidez cadavérica desapareceprogressivamente seguindo a mesma ordem de seu
aparecimento, cedendo lugar à flacidez muscular, após 36ª-48ª horas de permanência do
óbito.
Livores - Podem surgir 30 minutos após a morte, mas surgem habitualmente entre 2 a 3
horas, fixando-se definitivamente no período de 8 a 12 horas após a morte.
Livores hipostáticos ou simplesmente hipóstases. Fenômeno que ocorre por ação da gravidade que
“fixa” o sangue nas regiões mais mais baixas. Auxilia determinar a posição em que o cadáver
estava no local em que foi encontrado
Tipos de morte
Morte súbita - A morte súbita é a que ocorre sem ser esperada, tanto em pessoas
doentes como sadias. A morte se dá durante à primeira hora, entre o início dos sintomas
até ser constatado o óbito.
Morte agônica – É aquela em que a extinção desarmônica das funções vitais processa-
se paulatinamente, com estertores, num tempo relativamente longo.
Morte violenta – É aquela provocada por causas externas, tais como, acidente de
trabalho, automobilístico, homicídio, suicídio, etc.
E para alcançar os objetivos, ter sucesso nos exames cadavéricos, tanto no
campo quanto no necrotério é necessário muita dedicação, empenho ética e amor à
profissão, pois um laudo bem circunstanciado e de linguagem clara e objetiva, facilita a
comunicação dos peritos e magistrados, facilitando assim o desdobrar dos processos
criminais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVELAR, Let., BORDONI, LS., Castro, MM. Atlas de Medicina Legal. Ed1, Rio de Janeiro: Medbook,
2014.
Avelar, Luiz Eduardo de Toledo. Atlas de medicina legal /Leonardo Santos Bordoni, Marcelo Mari de
Castro. – Rio de Janeiro: MedBook, 2014.
Carvalho, Hilário Veiga de,1950 – Manual de Técnica Tanatológica/ Hilário Veiga de Carvalho – São
Paulo: Tipografia Rossolillo
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2ed.
São Paulo: Atheneu, 2001.
Jr.,Luiz Carlos L. Prestes, 2009 – Manual de Técnicas em Necropsia Médico Legal/ Luiz Carlos Prestes
l. Jr./ Roger Ancillotti – Rio de Janeiro : Rúbio
França, Genival Veloso de, 1935 – Medicina Legal / Genival Veloso de França. – 8. Ed. – Rio de Janeiro
: Guanabara Koogan,2008. Il;
A necropsia clinica – Interfaces epidemiológicas e didáticas / Raimundo Sales Filho. – João Pessoa:
Mídia Gráfica e Editora, 2004.
Zacharias, Manif / Zacharias, Elias. Dicionário de Medicina Legal – Manif Zacharias e Elias Zacharias –
São Paulo: Ibrasa Champagnat,1991.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666144/artigo-162-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-
19412-68, Mar. 2007.
2 FUNDAMENTOS DE BIOSSEGURANÇA E RADIOPROTEÇÃO
Aldeir José Silva
3.1 BIOSSEGURANÇA
Agentes biológicos;
Agentes químicos;
Riscos radiológicos;
Acidente de trabalho com instrumentos perfuro-cortantes, por exemplo: facas,
agulhas, bisturí, vidrarias.
Conceitos
Assepsia: é o conjunto de medidas adotadas para impedir que determinado meio seja
contaminado.
Anti-sepsia: é a eliminação das formas vegetativas de bactérias patogênicas de um
tecido vivo.
Limpeza: é a remoção da sujidade de qualquer superfície, reduzindo o número de
microrganismos presentes. Esse procedimento deve obrigatoriamente ser realizado antes
da desinfecção e/ou esterilização.
Desinfecção: é um processo que elimina microrganismos patogênicos de seres
inanimados, sem atingir necessariamente os esporos. Pode ser de alto nível,
intermediário ou baixo.
Esterilização: é um processo que elimina todos os microrganismos: esporos, bactérias,
fungos e protozoários. Os meios de esterilização podem ser físicos ou químicos.
Contenção
É usado para descrever os métodos de segurança utilizados na manipulação de
materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo manejados ou
mantidos. O objetivo da contenção é: reduzir ou eliminar a exposição da equipe
laboratorial ou o meio ambiente de agente perigosos.
Tipos de precaução
Precaução Padrão: São parte das normas de biossegurança e consistem em atitudes
que devem ser tomadas por todo trabalhador de saúde, necropsistas e tanatopraxistas,
frente a qualquer cliente/cadáver, com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão de
agentes infecciosos, principalmente veiculados por sangue e fluidos corpóreos (líquor,
líquido pleural, peritoneal, pericárdico, sinovial, amniótico, secreções e excreções
respiratórias, do trato digestório e geniturinário) ou presentes em lesões de pele,
mucosas, restos de tecidos ou de órgãos.
Precaução Barreira: Higienização das mãos antes e após o contato com cliente/corpo,
antes e depois de calçar luvas, antes e depois de entrar em contato com materiais e
equipamentos presentes nos laboratórios/necrotérios e em outras situações descritas
anteriormente.
Uso de luvas não-estéreis se existir risco de contato com sangue e outros fluídos
corporais, membranas mucosas e pele não-íntegra, e outros itens considerados
contaminados. As luvas devem ser retiradas imediatamente após o uso. A higienização
das mãos após a retirada das luvas é obrigatória. Uso de aventais limpos não-estéreis.
Toda vez que possa ser prevista contaminação por sangue e outros fluídos corporais.
Retirar o avental imediatamente após o uso e lavar as mãos após este procedimento.
Uso de máscara, óculos e protetor facial somente quando possa ser prevista
contaminação de membranas mucosas boca e olhos com sangue e outros fluídos
corporais (jatos ou “sprays” desses fluídos), ou seja, sempre que houver contato com o
cadáver.
Destino adequado de material pérfuro-cortante. Sempre zelar pelo destino
correto de materiais perfuro-cortante e dos cuidados na sua manipulação e transporte.
Imunização efetiva dos trabalhadores. É realizada pela vacinação contra doenças
imunopreveníveis, (hepatite B, tétano) e profilaxia com medicamentos em casos
indicados.
Cuidados ambientais
Zelar pelos equipamentos e materiais utilizados em procedimentos e com no
cadáver e com as superfícies fixas, além de descarte adequado dos resíduos.
Óculos de acrílico – proteção de mucosa ocular. Deve ser de material acrílico que não
interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação a face.
Deve oferecer proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar.
Protetor facial de acrílico – proteção da face. Deve ser de material acrílico que não
interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação face.
Deve oferecer proteção lateral. Indicado durante a limpeza mecânica de instrumentais
(central de esterilização, expurgos), áreas de necropsia e laboratórios.
Avental impermeável, capote de manga comprida – para a proteção da roupa e pele
do profissional Bota ou sapato fechado impermeável;
– proteção da pele do profissional, em locais úmidos ou com quantidade significativa de
matéria infectante (centros cirúrgicos, expurgos, central de esterilização, área de
necropsia, situações de limpeza ambiental e outro). Apesar de não possuir registro com
EPI, na assistência a saúde a mascara cirúrgica e o gorro são considerados dispositivos
que asseguram, também, a proteção do profissional.
Máscaras cirúrgicas - indicada para proteção da mucosa oro-nasal bem como para a
proteção ambiental de secreções respiratórias do profissional. A máscara deve possuir
gramatura que garanta uma efetiva barreira, tem sido recomendada que seja
confeccionada com no mínimo três camadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2ed. São
Paulo: Atheneu, 2001.
Espinosa, Benjamím. G. Generalidades sobre las autopsias, REA: EJAautopsy,2008.
Jr.,Luiz Carlos L. Prestes, 2009 – Manual de Técnicas em Necropsia Médico Legal/ Luiz Carlos Prestes l. Jr./
Roger Ancillotti – Rio de Janeiro : Rúbio
Finkbeiner, Walter E. Autopsia em Patologia – Atlas e texto / Walter E. Finkbeiner, Philip C. Richard L. Davis; (
tradução Mauro Ajaj Saieeg). – São Paulo: Roca, 2005 il.
França, Genival Veloso de, 1935 – Medicina Legal / Genival Veloso de França. – 8. Ed. – Rio de Janeiro :
Guanabara Koogan,2008. Il;
Manual de Necropsia – UFF. Disponível em http://www.uff.bmpt/manual.htm
.blogspot.com/2014/01historia-da-autopsia-Html/Biblioteca Britânica.
Sales Filho, Raimundo.
A necropsia clinica – Interfaces epidemiológicas e didáticas / Raimundo Sales Filho. – João Pessoa: Mídia
Gráfica e Editora, 2004.
Zacharias, Manif / Zacharias, Elias. Dicionário de Medicina Legal – Manif Zacharias e Elias Zacharias – São
Paulo: Ibrasa Champagnat,1991.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666144/artigo-162-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-19412-
68, Mar. 2007.
- National Disease Surveillance Centre, 2002. National Guidelines for the
04, p. 1549 a 1575.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666144/artigo-162-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-
19412-68, Mar. 2007
3.2 RADIOPROTEÇÃO
Lucas Moacir4
Bases Físicas
Radiação pode ser definida como energia em trânsito. Aquelas que possuem
energia suficiente para ionizar átomos, ou seja, arrancar elétrons são denominadas
radiações ionizantes. O foco principal desse capítulo são as radiações ionizantes. É
importante conhecer os tipos de radiação e sua interação com a matéria para se proteger
da maneira correta.
4
Técnologo em Radiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestrando em Ciencias das
Radiações pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear. Professor de Radioproteção.
Alfa(α), Beta(β), Elétrons(e-), Prótons(p+), etc. A sua interação com a matéria é regida
pela força Coulombiana devido a existência de um campo elétrico ao seu entorno.
Radiações indiretamente ionizantes são aquelas que não possuem carga, como
por exemplo: Radiações eletromagnéticas (Raios-Gama, Raios-X...), Nêutrons, etc.
Essas radiações interagem por meio de colisões com a matéria, uma vez que o campo
Coulombiano pouco interfere em suas interações.
Radiobiologia
RAIOS-X
Para Raios-X e Gama pode-se considerar a lei da atenuação exponencial (Eq. 1) para
efeito dos cálculos de blindagem.
Equação 1
Onde, I é a intensidade final, após interagir com a barreira que está sendo utilizada
como blindagem. Io é a intensidade inicial, ou seja, antes de interagir com a barreira
física. é o coeficiente de atenuação mássico que representa a probabilidade de
* 1 mSv (milisievert) = 1 J/kg : é uma grandeza que estima risco com base na deposição
de energia na matéria.
(i) a dose efetiva média anual não deve exceder 20 mSv em qualquer período de 5 anos
consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano.
(ii) a dose equivalente anual não deve exceder 500 mSv para extremidades e 20 mSv
para o cristalino.
(i) a gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja constatada;
(ii) as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície do
abdômen não exceda 2 mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando
pouco provável que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste
período.
Vale salientar que doses mensais acima de 1,5 mSv (milisievert) devem ser
investigadas.
CONCLUSÃO
BRASIL. Comissão Nacional de Energia Nuclear. CNEN 3.01 de março de 2014. Disponível em: <
http://www.cnen.gov.br/normas-tecnicas>. Acesso em: 15 de Fev. 2019;
Tauhata, Luiz, et al.. Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos – 9ª revisão agosto/2013. Rio de Janeiro
IRD/CNEN;
Tubiana, Maurice, et al.. Radiobiologia e Radioproteção – 70ª edição, 1990. Rio de Janeiro.
4 Exames Radiológicos em Vitimas de Homicídio e Identificação
Forense
Leanderson Luiz de Sá
Duas radiografias do mesmo cadáver. A esquerda um exame de tórax com parâmetros ideais do ponto de vista
da bibliografia clássica sobre posicionamento. Contudo do ponto de vista da Radiologia Forense fracassou
pois não evidenciou dois projéteis em tecidos moles que apareceram na segunda imagem.
Fonte: Arquivo do autor
Imagem ampliada em microscópio para exame de confronto balístico. A esquerda projétil recolhido
após disparo com arma suspeita no laboratório do instituto de criminalística. A direita projétil
recolhido de uma vítima de homicídio. Note que as ranhuras de ambos são idênticas.
Fonte: Apostila SENASP: Curso de Balística Forense.
As vantagens do sistema digital, seja ele qual for, sobre o sistema convencional
de tela e écran já foram exaustivamente explorados por outros autores (BUSHONG,
2010; BONTRAGER, 2003). Em relação Radiologia Forense no contexto médico legal
podemos afirmar que a grande vantagem do sistema digital sobre o convencional se dá
pela eliminação dos artefatos de imagem produzidos no momento do processamento,
sobretudo na realização de exames de cadáveres. Bushong (2010, p.300) define artefato
como “densidades ópticas indesejáveis ou manchas em uma radiografia...”. Em grande
medida o que ocorre no setor de Radiologia Forense do IML/BH é que ao manipular o
cadáver sujo de sangue ou outras secreções o Radiologista adentra a câmara escura para
processar o filme e nesta tarefa encosta no filme ou no écran com as luvas sujas gerando
o artefato na imagem. Na teoria “o filme radiográfico deve ser manuseado em local
seco, longe de qualquer tipo de liquido... e um écran danificado ou sujo determina o
aparecimento de artefatos na radiografia” (BIASOLI, 2006, p.59). O baixo contingente
de profissionais nesta área aliado a falta de investimento público faz com que o
Radiologista neste contexto tenha que realizar tarefas diversas acumulando sobrecarga
de trabalho consequentemente cometendo erros. Durante o processamento do filme, os
artefatos podem ser gerados ainda por sujeira nos rolos da processadora ou manchas nos
écrans como mostram as figuras 8, 9 e 10
Rigor Mortis: Estado de rigidez cadavérica após algumas horas de morte. Dificulta qualquer
tentativa de posicionamento
Fonte: Retirado da Internet
CBC. Companhia Brasileira de Cartuchos. Informativo Técnico n45. Munições para treinamento.
Jun.2005. Disponível em:<http://www.cbc.com.br/upload/informativos/4.pdf> . Acesso em: Mar. 2018;
BUSHONG, Stewart Carlyle. Ciência Radiológica para Tecnólogos. Física, biologia e proteção.
Tradução: Sandro Martins Dolghi. Wlsevier, 9ed. Rio de Janeiro, 2010.
SÁ, Leanderson luiz de; KABAD, Mirella Carvalho. Radiologia Forense. Fundamentos e aplicação em
medicina legal. Currie e Roengten. Minas Gerais, 2ed. Fev.2019. Disponível em:
<http://www.conter.gov.br/uploads /trabalhos/p35.pdf>
5 FUNDAMENTO DE DIREITO PENAL
Andréa Abreu5
Subjetivo: reflete o direito punir, o ius puniendi, sendo atualmente o Estado seu
exclusivo titular. O Estado efetiva a punição do ato criminoso.
O Estado e o Direito não são fins e sim meios para a realização da dignidade humana.
A lei deve ser anterior ao fato ocorrido, o qual é passível de sanção penal por parte do
Estado.
Conforme inciso XXXIX, do artigo 5º, da Constituição Federal de 1988 (CF): “Não há
crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
5
Bacharel em Direito pela UNA e Graduada em Enfermagem e Obstetricia. Especialista em Educação
para Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora de Anatomia
c)Princípio da Irretroatividade
Artigo 2º do Código Penal: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória”.
Em alguns casos, a lei penal, mesmo após sua revogação, continua regulando atos
cometidos durante a sua vigência ou retroage para alcançar acontecimentos anteriores à
sua entrada em vigor para benefíciar o agente.
e)Princípio da Alteridade
O Direito Penal não incriminará aquele que praticar atitude que não ofenda o bem
jurídico.
Por esse princípio, não é possível punir a autolesão, por exemplo, não podendo o agente
cometer crime contra si mesmo.
f)Princípio da Confiança
Parte do pressuposto de que todos os indivíduos ajam de acordo com as regras e normas
existentes.
g)Princípio da Insignificância
O Direito Penal não deve se ocupar com fatos irrisórios ou bagatelas. Não deve ser
acionado por conta de fatos sem relevância jurídica, os chamados fatos atípicos.
Só pode ser punido o ato que causar lesão efetiva e relevante ao bem jurídico.
j)Princípio da Fragmentariedade
O Direito Penal somente é chamado a tutelar as lesões de maior gravidade para os bens
jurídicos.
Para que haja crime, é necessário que haja lesão ou ameaça de lesão a bem jurídico.
A imposição da sanção penal para cada agente deve ser analisada e graduada
individualmente, ainda que todos respondam pela mesma infração.
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Nesse sentido, o pai não pode ser preso
em razão de infração cometida pelo filho.
n)Princípio da Humanidade
Aplicável em matéria de eficácia de lei penal no tempo, ou seja, a lei a ser aplicada é a
lei vigente ao tempo do fato.
p)Princípio da Especialidade
q)Princípio da Subsidiariedade
r)Princípio da Consunção
O fato mais grave absorve outros menos graves. Isso quando estes funcionam como
meio necessário ou fase normal de preparação ou execução, ou mero exaurimento de
outro crime.
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. A pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas. Ou nela é
computada, quando idênticas.
Crime continuado é quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma espécie
em condições semelhantes, sendo os crimes subsequentes tidos como uma continuação
do primeiro.
Extraterritorialidade; crime cometido fora do território nacional mas que será punido
pela lei brasileira previsto no artigo 7º do CP.Entre as hipóteses estão os seguintes
crimes:
Infração Penal
CRIME – é a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.
Sujeito ativo :é o agente que pratica o comportamento descrito no tipo penal (autor)
(executor direto) ou concorre de qualquer forma para a prática infrativa (partícipe).
(executor indireto)
Crime praticado por mais de um autor: em coautoria.
Crime praticado por mais de um partícipe,: em coparticipação.
- O Estado, por ser o responsável pelo ordenamento penal e titular do ius puniendi
- O titular do bem jurídico penalmente protegido (a vítima).
Classificação dos Crimes
Fato Típico
O Crime é um fato típico que atenta contra a lei moral. É um ato antijurídico passível de
sanções penais previstas em lei.
Conduta; : ação que é praticada por ser humano, é um ato voluntário e consciente. É a
maneira do ser humano agir em sociedade, com determinada finalidade. Depende da
voluntariedade, consciência, dolo ou culpa e ação ou omissão.
Resultado; delitos penais geram consequências jurídicas. Portanto, para que haja crime
é necessário que o resultado da conduta esteja previsto em lei.
Nexo causal ou relação de causalidade; é o elo entre a conduta e o resultado
pretendido pelo agente praticante da ação. Estabelecer nexo de causalidade nada mais é
do que identificar qual é a conduta que deve responder por um resultado.
Trajetória do Crime
Excludentes de Ilicitude
Das Penas
Privativas de Liberdade: são as penas que decretam a prisão do agente. Podem ser
cumpridas em regime aberto, semi-aberto ou fechado.
A Parte Especial do Código Penal Brasileiro trata das condutas criminais aplicáveis.
Elas estão previstas do artigo 121 ao artigo 361 do CP.
Homicídio
Feminicídio
Infanticídio
Lesão corporal
5.4 Homicídio
1)Desentendimento
2)Rivalidade
Envolve uma situação de conflito que se prolonga ao longo do tempo, por dias,
meses ou anos, com provocações recíprocas entre as partes via injúrias, agressões
verbais e/ou físicas, ameaças. A origem do conflito pode ter matizes diversos, desde
divergências entre sócios de um empreendimento econômico, entre vizinhos que não se
entendem na definição dos limites das respectivas propriedades, entre familiares que
divergem na divisão de uma herança, entre outros. Envolve indivíduos conhecidos.
3)Vingança
Envolve uma situação de conflito na qual o autor mata a vítima como revide por
uma morte de um ente familiar ou amigo perpetrado pela vítima em tempos anteriores.
Pode envolver conhecidos como também desconhecidos.
4) Passional
Envolve uma situação de conflito na qual autor e vítima têm sua relação
baseada no mercado de drogas ilícitas. Os homicídios abarcados por esta categoria
estão relacionados a conflitos oriundos de situação de negócios (concorrência,
desentendimento entre sócios e/ou parceiros, clientes e vendedores, dívidas, disputas
territoriais de gangues)
6) Ação policial
A autoria mediata ocorre quando o agente escolhe pessoa não culpável para
praticar o homicídio. Ele (agente que escolheu) responderá pelo homicídio. Por outro
lado, a autoria colateral ocorre quando dois desconhecidos, sem ajuste prévio, agem
simultaneamente.
Sujeito Ativo: É qualquer ser humano que pratica a figura típica descrita em lei.
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral,
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,
o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Homicídio culposo
Aumento de pena
FEMINICIDIO
Crime contra a mulher por razões da condição de sexo feminino quando o crime
envolve:
A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado:
A Lei do Feminicídio alterou o inciso I do art. 1° da Lei n. 8.072/1990 (Lei dos Crimes
Hediondos), que passou a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1°
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só a gente, e homicídio qualificado (art. 121, §2°, I, II, III,
IV, V e VI)
TENTATIVA DE HOMÍCIDIO
§ 1º Se resulta:
§ 2º Se resulta:
Rivalidade 54 27,8%
Passional 25 12,9%
Desentendimento 20 10,3%
Vingança 12 6,2%
Ação policial 4 2,1%
Outros motivos 13 6,7%
Indefinida 9 4,6%
Total 194 100%
5.5 Tráfico de Drogas
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece,
fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Pena - detenção, de 1 (um) à 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-
multa.
Conclusão
Diante dos conceitos legais dos crimes contra a vida baseados no nosso Direito
Penal pode-se descrever a importância da Radiologia Forense na medicina legal, pois a
mesma é utilizada para fins jurídicos e sociais, onde é possível usar essa ciência na
solução de crimes, para documentar provas que garantam culpabilidade, inocência ou
apenas provar a existência de um fato.
Referências Bibliográficas
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2007
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: parte geral e parte especial. 4ª Ed.
rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008;
ESTEFAM, André. Direito penal - v. 1: parte geral (arts. 1 a 120). 6. ed. São Paulo: Saraiva,
2017. 572 p. --- Localização: 343.2(81) / Es85d / v.1 / 6.ed
JAKOBS, Günther. Fundamentos do direito penal. Tradução: André Luis
Callegari. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003;