Você está na página 1de 2

PORTUGUÊS – 11º ANO

FICHA DE TRABALHO – GRAMÁTICA

Lê o seguinte texto.

O bichinho das obras

Engenheiros à solta na natureza


Alguns seres vivos são hábeis construtores que conseguem erguer
desde gigantescas represas a habitações comuns, utilizadas como
refúgio, para criar a prole ou como chamariz sexual.
5 «Ninho de pássaro». Não é por acaso que o extraordinário Estádio
Nacional de Pequim é assim conhecido. A armação de aço que reveste
a fachada recorda, inevitavelmente, uma dessas construções. De facto,
os arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron inspiraram-se
na forma como certas aves dispõem os materiais com que constroem
10 os seus lares para conferirem à instalação desportiva uma resistência excecional. [...]
«Habituámo-nos a pensar que os seres humanos são os maiores construtores do mundo. No entanto,
as maiores obras criadas no planeta não nos pertencem. Do espaço, para além da cobertura vegetal e da
poluição ambiental, o único indício da existência de vida na Terra é proporcionado pelos recifes de
coral, que se veem a olho nu a uma distância de milhares de quilómetros», explica James L. Gould,
15 professor de ecologia na Universidade de Princeton (Estados Unidos), em Animal Architects – Building
and the Evolution of Intelligence. Este especialista em biologia evolutiva recorre a outro exemplo para
sublinhar a surpreendente complexidade e o tamanho que podem alcançar as construções feitas por
algumas espécies. «As térmitas só têm alguns milímetros de comprimento, mas conseguem erguer torres
com mais de sete metros de altura. À escala humana, seria o equivalente a construir manualmente um
20 arranha-céus de quatro quilómetros de altura.» [...]

Engenheiros de nascença
Grão a grão, escavando com as suas mandíbulas numa escuridão total, estes insetos conseguem criar
galerias e cavidades subterrâneas com diferentes funções (no ano 2000, por exemplo, foi descoberta
uma gigantesca colónia formada por milhões de ninhos e milhares de milhões de formigas argentinas
25 que se estendia de Portugal ao norte de Itália). [...]
Não são os únicos himenópteros1 que sabem erguer boas casas. Os favos das abelhas melíferas2 [...] estão
organizados em células de cera em forma de prisma hexagonal que encaixam perfeitamente umas nas outras.
Por que terão escolhido essa forma e não outra, como, por exemplo, o cilindro? O problema, que intrigou os
cientistas durante séculos, ficou resolvido em 1998, quando o matemático norte-americano Thomas Hales, da
30 Universidade de Pittsburgh, demonstrou que o hexágono é a figura geométrica que melhor cobre um plano
sem deixar espaços quando é estruturado de modo reticular, isto é, ligado a outros. [...]
As vespas sociais também preferem esse tipo de organização, embora as suas colmeias exibam uma
forma diferente e sejam feitas de uma pasta semelhante ao papel, que a rainha fabrica com a própria
saliva e fibras de celulose. Depois, protege o conjunto com um revestimento do mesmo material. [...]
A. A., Super Interessante 191, março de 2014
(disponível em www.superinteressante.pt, consultado em janeiro de 2016).
1
Himenóptero: ordem de insetos com quatro asas membranosas e metamorfoses completas (formigas, vespas, abelhas).
2
Melífera: que produz mel.

ESCOLA SECUNDÁRIA JOSÉ SARAMAGO – MAFRA


(+351) 261 811 194 | https://www.esjs-mafra.net
1. Responde aos seguintes itens, selecionando a opção correta.

1.1 No segmento «Jacques Herzog e Pierre de Meuron inspiraram-se na forma como certas aves dispõem os
materiais [...] para conferirem à instalação desportiva uma resistência excecional» (ll. 8-10), a oração destacada
classifica-se como
(A) subordinada substantiva relativa sem antecedente.
(B) subordinada adverbial causal.
(C) subordinada adverbial final.
(D) subordinada substantiva completiva.

1.2 Em «o único indício da existência de vida na Terra é proporcionado pelos recifes de coral»
(ll. 13-14), o verbo «ser» é auxiliar
(A) do tempo composto.
(B) na passiva.
(C) temporal.
(D) aspetual.

1.3 A relação semântica que se estabelece entre as palavras «térmitas» (l. 18), «abelhas» (l. 26) e «vespas» (l.
32) e a palavra «himenópteros» (l. 26) é de
(A) sinonímia.
(B) hiponímia.
(C) holonímia.
(D) meronímia.

1.4 O processo de formação das palavras «biologia» (l. 16) e «arranha-céus» (l. 20) é respetivamente,
(A) derivação e composição por associação de dois radicais.
(B) derivação e composição por associação de duas palavras.
(C) composição por associação de duas palavras e composição por associação de dois radicais.
(D) composição por associação de dois radicais e composição por associação de duas palavras.

1.5 O terceiro parágrafo do texto apresenta


(A) uma citação indireta.
(B) uma citação direta.
(C) um excerto de texto em discurso indireto livre.
(D) um excerto de texto em discurso indireto.

2. Classifica os deíticos presentes em «Habituámo-nos a pensar que os seres humanos são os maiores construtores
do mundo. No entanto, as maiores obras criadas no planeta não nos pertencem» (ll. 11-12).

3. Transcreve, do último parágrafo do texto, dois articuladores do discurso que contribuam para a coesão gramatical
interfrásica.

4. Identifica a função sintática desempenhada pela oração «que intrigou os cientistas durante séculos»

BOM TRABALHO!

ESCOLA SECUNDÁRIA JOSÉ SARAMAGO – MAFRA


(+351) 261 811 194 | https://www.esjs-mafra.net

Você também pode gostar