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2 – Mariana é uma personagem que mostra abnegação nas suas atitudes para com Simão, porque prescinde
da sua vida para o acompanhar ao degredo, sacrifica-se por ele e nunca pede nada em troca (“não é necessário
o seu sacrifício – Se o não incomodo, deixe-me aqui estar” – ll. 75-77). A sua fidelidade e amor são
incondicionais, ficando sempre ao lado de Simão, apoiando-o e amparando-o nos seus momentos finais (“O
Anjo da compaixão sempre comigo! […] Mariana tinha envelhecido. […] Mariana colou os ouvidos aos lábios
do moribundo” – ll. 102, 139, 152). Depois da morte deste, a sua vida perde o sentido e, por isso, decide
morrer junto do seu cadáver (“Morrerei, senhor Simão. […] “Viram-na, um momento, bracejar, não para
resistir à morte, mas para abraçar-se ao cadáver de Simão” – ll. 128, 187-188). Em suma, Mariana revela-se
abnegada, apaixonada e fiel, oferecendo a sua vida a um amor sem esperança.
3 – Esta frase sugere que Mariana se entrega à morte deliberadamente, como sendo esta a única possibilidade
de abraçar o homem que amava. E é como se o destino lho reservasse, o que se pode constatar quando a
“onda lho atirou aos braços” (l. 188). De facto, a aproximação íntima de Mariana a Simão apenas ocorre após
a morte deste, quando lhe dá o primeiro beijo (“Mariana curvou-se sobre o cadáver, e beijou-lhe a face. Era o
primeiro beijo” – l. 164) e quando, finalmente, pode abraçá-lo em direção à sua própria morte.
4 – A expressão “morreu amando”, utilizada pelo narrador na Introdução da obra é referente a Simão Botelho.
No entanto, atendendo aos acontecimentos ocorridos na Conclusão, poder-se-ia aplicar também a Teresa e a
Mariana, porque todos eles morrem por amor e amando. Teresa morre, amando Simão, tal como Mariana, e
Simão morre, amando Teresa. Todos prescindem das suas vidas, desistindo de viver, de uma ou de outra
forma, em nome do amor que não foi possível de concretizar em vida.