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DRE: 121145272
A CONSTITUIÇÃO COMO AQUISIÇÃO EVOLUTIVA ATRELADO A “MORTE AO
REI”
A obra cinematográfica, “Morte ao Rei”, dirigido por Mike Barker, retrata um momento
histórico da Inglaterra após a Guerra Civil marcado por diversos acontecimentos que
promoveram mudanças nas suas estruturas políticas e sociais durante a primeira metade do
século XVII que resultaram na morte do Carlos I. Nesse período, inicialmente, o sistema
instaurado na Inglaterra era a Monarquia absolutista, forma de governo na qual o monarca
detém o poder absoluto do Estado, ou seja, um regime opressor onde todos os súditos deviam
obediência e respeito ao rei que se autoproclamava o “escolhido por Deus”.
Ademais, é possível observar que o autor analisa o papel da Constituição também como
o de garantidor do processo de evolução sistêmica do Direito. Diante disso, percebe-se que
apesar da obra literária e a cinematográfica tratarem de ângulos distintos, elas apresentam algo
em comum que é a Constituição como um mecanismo de um processo evolutivo e a relação
entre o direito e a política nesse meio. A exemplo disso, é evidente que um dos principais pontos
abordados no filme é a narração da Guerra Civil Inglesa e o processo de mudança da forma de
governo, trazendo uma crítica à monarquia e os abusos de poder do Rei. Esses fatos descritos
no filme “Morte ao Rei” e esse recorte do texto estruturam um dos momentos mais polêmicos
da história inglesa durante o século XVII.
Ainda sobre o autor Niklas Luhmann, é válido ressaltar a sua teoria de sistemas, na qual
ele afirma que a evolução de um sistema depende das características do ambiente onde ele se
encontra e, consoante a tolerância do sistema, tais características podem promover mudanças
nas suas estruturas. De outro ponto de vista, o filme citado acima, se passa em um cenário
conturbado, onde as características do regime político da Inglaterra levaram a mudanças
extremas no sistema. Esse retrato do filme pode ser afirmado por Luhmann na seguinte
passagem da sua obra: “No século XVII, um papel cada vez mais relevante é assumido também
pela possibilidade de interpretar as relações institucionais na Inglaterra em direção à uma
divisão de poderes” (LUHMANN, 1990).
A teoria dos sistemas impõe um enfoque diverso à pesquisa histórica - a história como
algo que é sempre um sistema autopoiético no momento em que, na realização de suas
operações, recruta os "princípios" para tanto necessários. Sob essa ótica, ocorre
proceder de modo binário. A razão teórica dessa aquisição evolutiva que é a
Constituição é individuada na necessidade de um acoplamento estrutural entre o
direito e a política e do uso do acoplamento pela destautologização da
autoreferenciabilidade de ambos os sistemas (LUHMANN, 1990)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS