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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÃ

CENTRO DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

Aspe cto s de geologia ambiental cost ei ra do mun1-c1-p1O de

Fortaleza ( Estado do Ceará )

Jader Onofre de Morais, MSc PhD

Professor Adjunto da

Uni ve rsidade F ede ral do Ceará

Tese apresentada a o D ep artamento de


Geociênc i as da Univers idad e Federal
do Ceara p ara se leção ao concu rso de
Professor Titula r.

19 80
2

D e d i e a t o r i a

à Selen e , minha mulher,

Milena, Lília, Raquel e

Meton, meu s filhos

Aos meus pai s


3

S U MÃ R I O

I - INTRODUÇÃO 6

II - MATERIAL E MÉTODOS 10

III - GENERALIDADES SOBRE A ÃREA 13

III.l - Condições meteorolÕgicas e climáticas 13

III.2 - Circulação atmosférica - ventos 17

III.3 - Clima - Relevo - Vegetação 20

IV - QUADRO GEOLÓGICO 22

IV.l - Geologia costeira continental 22

IV.1.1 - Os terrenos cristalinos 22

IV.1.2 - Vulcanismo alcalino 24

IV.1.3 - Faixa sedimentar litorânea 27

IV .1. 3 .1 - Sondagens a percussão na faixa costeira emersa 27

IV. 1. 3. 2 - Sondagens a percussao na faixa costeira submersa 33


~ . 41
IV.1.3.3 - Perfilagens sismicas .

IV. 1. 3. 4 - Aspectos da sedimenta ç ão na zona transici o nal. 51

IV.2 - Geologia Marinha 56

IV.2.1 - Ambi e ntes sup e rficiais de plataforma 56

IV.2.2 - SubsuperfÍcie dos fund o s marinhos 75

V - MORFOLOGIA DO LITORAL 67

V.l - Relevo litorân eo 67

V.2 - Superfície de a planamento 68

V. 3 - Morros i so lado s e ma ciço s mo ntanho so s c ristalin os 68

V.4 - Plataf o rma contin e ntal 69


4

VI - HIDRODINÂMICA DAS ÃGUAS COSTEIRAS 70

VI.l - Marés 70

VI. 2 - Ondas ...................... · .................... . 74

VI.3 - Observações e dados da estrutura vertical das 77

águas litorâneas

VI.3.1 - Temperatura das águas 77

VI.3.2 - Salinidade 81

VI.3.3 - Densidade ..................................... 82

VI.3.4 - Variação sazonal na estrutura vertical 82

VI.4 - Correntes 82

VI.4.1 - Trajetória das correntes superficiais 84

VI.4.2 - Perfis verticais das correntes 88

VI.4.3 - Direção das correntes 88

VI.4.4 - Velocidade das correntes 88

VI.4.5 - Correlação entre ventos, correntes e marés 92

VII - CARACTERÍSTICAS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS DO AMBI

EN TE TRANS IC I ONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

VII.l - Sedimentos do litoral correspondente a praia do

Futuro e adjacências 96

VII.2 - Sedimentos das praias do litoral noroest e 100

VII.3 - Sedimentos ao largo de Fortaleza 103

VII.4 - Parâmetros estatísticos dos sedimentos coletados 106

VIII - TRANSPORTE DE SEDIMENTOS 128

VIII.l - Tipos de Transporte •·· • • •· • • • • • •· • 12 8

VIII.2 - Migração das e mbocaduras dos rios Ceará, Cocó e

Pacoti ........................................ 132


5

IX - SEDIMENTAÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL ............... 145

IX.l - Sedimentação e engenharia costeira 147

IX.1.1 - Modelo da evolução sedimentar do Porto de Mu

cur1.pe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

IX.1.2 - Modelo dos processos de erosão/sedimentação na

Praia de Iracema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

IX.1.3 - Evolução sedimentar das praias Formosa, Pirambu,

Arpoador, Goiabeiras e Barra do Ceará ......... 203

IX.1.4 - Processos de erosão na Praia dos Dois Coqueiros ..... 217

IX.1.5 - Aspectos da sedimentação na Praia do Futuro ... 220

IX.2 - Poluição costeira/emissário submarino 225

IX.3 - Lagoas costeiras de Fortaleza ................... 236

X - UTILIZAÇÃO ECONÔMICA DE MATERIAIS DO AMBIENTE TRAN

SICIONAL E SEDIMENTOS SUPERFICIAIS SUBMERSOS 242

XI - CONCLUSÕES 250

XII - ABSTRACTS 264

XIII - AGRADECIMENTOS 266

XIV - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26 8

XV - LISTA DE ABREVIAÇÕES 281

f
6

I - INTRODUÇÃO

Geologia ambiental envolve os probl e mas geológicos

que afetam e são afetados pelo homem. Constitui portanto, a

organizaçao e controle de perfis de exploração de recursos

minerais; uso dos recursos naturais renovaveis e suas impli_

caçoes ecológicas; interação dos processos de sedimentação cos

teira e açoes do homem; estabilidade das e ncostas; determina

ção da erosao costeira; composiçao de sedimentos de rios e

suas ações migratórias de embocadura; planejamento geológico

.
minerais
.
pesados em estuários, sua mobilização e
urba no;

efeitos de mistura; estudo dos poluentes naturais e provoc~

dos pelo homem no ambiente geológico; e ainda a significação

dos estudos sedimentolÕgicos no uso do homem em areas transi

cionais costeiras, tais como portos e vias


. navegaveis.
- .

Dentro deste contexto abrangente de geologia ambie~

tal -e que este trabalho foi planejado com os objetivos de:

a) Fazer um modelo da evolução sedimentar da bacia

do Porto de Mucuripe desde a construçao do porto, ate a ep~

ca atual, e suas implicações na navegaçao;

b) Traçar um modelo da evo lução se dimentar dos ambi

entes transicionais e praias de Fortaleza como consequencia

da ação do tran s porte e barragem d os se,: i rne ntos litorâneos,

associado ao quadro geológico local;

c) Determinar a influência dos sedimentos terrí ge nos

na plataforma continental adjacente, l evan do em consideração

a geo morfologia costeira e submarina;

d) Avaliar o comportamento da fãcies algas calcã


7

rias e seu aproveitamento para fins industriais considerando

as implicações ecológicas;

e) Avaliar a influ~ncia dos efluentes de Fortaleza,

na sedimentação/poluição costeira.

Fortaleza, capital do Estado do Cearã, esta situada

entre 3°38' e 3°47' de latitude sul e 38°23' e 38° 38' de 1 on

gitude oeste, na zona litorânea, -a marg e m do Oceano Atlântico,

no nordeste do Brasil ( Figura I.l)

Este trabalho foi desenvolvido ao lon go do litoral

compreendido entre a Foz do Rio Pacoti e a Foz do Rio Cearã,

o que inclui a área da bacia do Porto do Mucuripe, zona de

construção de quebra-mares e regiao de lançam e ntos de efluen

tes submarinos, formando o ambiente transicional. Para o in

terior do município foram observados as formações geológicas

pr ese ntes, para integra ção dos processos de int eraç ão reinan

tes. A ãrea a djacent e ao muni c ípio de Fortaleza inclui as

proximidades da embocadura do Rio Cearã, considerando-se os

probl e mas atuantes de erosao, a plata for ma contine ntal ao

largo do município d e Fortaleza e as proximidades do Rio

Pacoti, este Último t e ndo em vista as associaçoes com o vul

cani smo alcalino.

Pro curo u-se orga nizar um contexto amplo de informa

çoes sobre a -ar ea , baseado em dados inéditos que foram inter

pretados pelo autor deste trab al ho. D ados atualizados, co le

tad o s no campo e pro cessados nos la boratór i os do LABOMAR fo

ram associados as pesquisas realizadas no INPH, no Rio de

Jan ei ro.

Espera-se que es te trabalho s ir va de base e d e dia~


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nÕstico, onde problemas específicos de ordem técnico-cientí

fica aplicada sejam atacados com mais detalhe, ensejando um

vasto campo de pesquisas para o LABOMAR/Departameto de Geoci

encias nos
-.
proximos anos.
10

II - MATERIAL E MtTODOS

11.l - Trabalhos de campo

Os levantamentos da linha de costa foram realizados

de julho de 1979 a julho de 1980 para observação do compo~

tamento dos sedimentos em escala anual mais recente. Isso as

sociou-se aos levantamentos efetuados em epocas anteriores,

pelo autor e/ou com participação do autor. ( Morais, 1968 ;

Kempf, Coutinho e Morais, 1968 Morais, 19 71 Morais,

1972 ; Morais e Souza, 1971 Morais e Pitombeira, 1974

Trabalhos da CAGECE , DNPVN - DOCAS, e INPH )

Foram coletados sedimentos nas praias em perfis pe~

p e n d i eu 1 ar e s , e spa çados de 1 • O OO m e t r o s , ao 1o n g o d o s quebra -

-mares e ao largo da costa em profundidade rasa, perfazendo


~ . re
um total de 150 amostras. Utilizou-se dragas conicas e

tangulares de tamanho pequeno para condições de arraste

normais.

O levantamento dos dados de hidrodinâmica/sedimenta

çâo/erosão foram realizados, utilizando-se correntÔmetros ti

po HIDROCEAN, existente no LABOMAR, derivadores e comparados

com dados existentes na CAGECE DHN e INPH

Nos pE>rfÍs geofísicos ( sísmica ma:_·inha de reflexão)

utilizou-se a técnica do Sparker e penetrador. Este trabalho

foi realizado pela CBG

Não foi feito levantamento batirnetrico adicional,

em virtude da grande quantidade de dados desta natureza exi~

tente nas DOCAS que nos permitiu um levantamento completo


11

das mudanças no fundo da bacia do porto, desde o século pa~

sado até os dias atuais.

Foi realizado um sobrevôo na area litorânea, utili

zando-se um helicôptero pertencente a Base Aérea de Fortale

za para observação visual das passiveis


... . -areas atuais de ero

sao e assoreamento.

Para informações sobre a geologia local foram feitas

apenas algumas visitas aos locais necessarios,


- . baseado em le

vantamentos de dados existentes na CPRM, DNPM e SUDENE

Foram coletadas 135 amostras de sedimento de fundo

ao largo do município de Fortaleza, a bordo do Navio Hidro

gráfico Taurus da Marinha do Brasil, e processados no LABOMAR.

Os perfis batimétri c os levados a efeito a bordo do navio, de

verao ser processados na DHN no segundo semestre deste ano,

e com isto, fazer a complementação atualizada da evolução

dos fundos da área estudada, Ja que o trabalho de campo foi

terminado no mês de julho deste ano.

11.2 - Trabalhos de laboratôrio

Foram o bservadas sequencias de fotografias -


aereas

de épocas diferentes desde 1958 até 1960 , obtidas no INCRA

SUDEC AUMERF e DG/UFC

Foram a nalisados sedimentos de praias e zonas sub

mersas, no microscÔpio estereoscôpio binocular e análise de

petrografia sedimentar e m rochas de praia. Foi feita separ~

çao em a lgumas amostras de minerais pesados ao bromoformio.


12

O traçado de fãcies/texturas foi ·efetuado levando-se

em consideração os dados Ja existentes.

Nos capítulos que se seguem algumas observações

sobre metodologia de trabalho no campo ou laboratório, com

mais detalhe, serão discutidos, quando se fizer necessário.


13

III - GENERALIDADES SOBRE A ÃREA

111.l - Condições meteorológicas e climâticas

111.1.1 - Temperatura do ar

A temperatura do ar mostra pequenas amplitudes ao

longo do ano, apresentando entretanto uma perceptível varia

çao sazonal. A figura 111.l elaborada a partir de dados ob

tidos na FUNCEME e CAGECE , mostra a variação sazonal em di

versas -epocas e nos leva a concluir que:


o
a) As temperaturas mínimas de 21,9 a 24,4 C,
~ .
com variaçao sazonal bem definida, ocorrendo a maior minima

~ . em dezembro.
em julho e menor minima

b) As temperaturas mâximas variam de 29,9 a 30,7°C

ocorrendo as
.
maiores
-
maximas
. nos meses d e dezembro a fevereiro.
o
c) A temperatura media do ar varia de 26,0 a 27,3 C ,

ocorrendo as mínimas medias de junho a agosto e as


-
maximas
.

médias de dezembro a fevereiro.

111.1.2 - Umidade relativa do ar

O primeiro semestre do ano e o pe r íodo mais umido

com a umidade media relativa alcançando 80,3% em abril. O se

s em e s t r e, tem v a 1o r e s s em p r e i n f e ri ores a 73 % ( Fi
gundo

gura 111.2)

III.1.3 - Pressão atmosférica


14

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rica nluviorrétrica
15

Existe uma variaçao sazonal bem nítida com as


-4' •
mas registradas no período de novembro a abril, com os mini

mos valores médios nos meses de dezembro, março e abril, de

755 mm Hg As máximas pressões situam-se entre maio e outu

bro, atingindo valores máximos de 758,2 em julho (figura III.3),

III.1.4 - Precipitações

A época de estiagem propriamente dita vai de julho

a dezembro com uma precipitação inferior a 10 mm/mês no mes

de outubro. ( Figura III.4 ) O primeiro semestre do ano

corresponde ao período chuvoso com as precipitações chegando

a 300 mm/mês em media em março e abril.

III.1.5 - Evaporação

-4'
Os meses de maior evaporaçao coincidem com o peri~

do seco do ano e os de menor evaporaçao coincidem com o

r1odo Úmido do ano ( Figura III.5) A menor evaporaçao re

gistra-se entre fevereiro e julho, e no mês de abril a


.. .
mini

ma média mensal é de 61,5 m A máxima média mensal foi ob

servada nomes de outubro com 117 mm

III.1.6 - Nebulosidade

A figura III.6 mostra os valores de nebulosidade em

Fortaleza, registrados na escala de O a 10

O período chuvoso, de janeiro a maio, -e' evidente


16

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17

mente, o que apresenta maior nebulosidade, sendo que a -


maxi .

ma média mensal ocorre em março atingindo 6,2 Os valores


~ .
minimos ocorrem em agosto.

III.1.7 - Insolação

A mâxima insolação é registrada no período de menor

nebulosidade, ocorrendo entre julho e dezembro, com


-
a rnaxima
.

média mensal ocorrendo em outubro com 292,5 horas. Os meno

res valores vão de fevereiro a abril com a média mínima men

sal no mês de março de 166 horas. ( Figura III.7 )

III.2 - Circulação atmosférica - ventos

A circulação geral atmosférica que predomina no Es

tado do Ceará, sao os chamados ventos alíseos do quadrante

d e NE a SE A variação de NE a SE é sazonal e originada

lo deslocamento do equador térmico para o sul do equador ge~

gráfico. No inverno predominam os ventos alÍseos de sudeste

com o deslocamento do e quador térmico para o norte.

A tab e la III.l mostra as medias das velocidades do

minantes em Fortaleza, calculadas à partir de dados obtidos

na FUNCEME . Desta tab e la pode-se verificar que de fev e reiro

a abril os v e ntos são brandos, com velocidade media de 3, 7 m/s ,


~

proc e d e ntes de nordeste, sendo março o mes de menor intensi

dade. A partir de maio há uma intensifi c ação gr a dativa dos

v entos, atin gi ndo va l o re s má x im os no roe s de setembro com

7,2 m/s O p e ríodo d e agosto a novembro é o d e maior inten

s idad e com a média d e 6,8 m/s , com pr e dominância E-SE


18

Das observações acima comentadas chegou-se a elabo

ração do anemograma ( figura III.8) , de onde observa-seque

os ventos mais frequentes sopram de sudeste em cerca de 30%

do tempo. Os ventos essencialmente de nordeste sopram apenas

em 5% d o t em p o . Se f or c on s i d er ad o o q u a d r a n t e E SE a S SE no
ta-se que os ventos deste quadrante predominam em 67,47. . No

quadrante de nordeste a leste cerca de 23% Portanto, du

rante todo o ano hã uma predominância de ventos dos quadraE:

tes E-SE e SE a SSE

Tabela III. l

VENTOS PREVALECENTES EM FORTALEZA


PER10DO DE OBSERVAÇÃO: 1 9 7 9
DADOS FORNECIDOS PELA FUNCEME

VELOCIDADE Mt:DIA
MÊS DIREÇÃO a 10,0 m SAZONAL
( mi s ) ( m/s )

Janeiro SE a NE 4,9

Fevereiro SE a NE 4, O
M1NIMA
Março E a NE 3, 2
3, 7
Abril SE a NE 4,0

Maio "' a NE 4, 5
1
1
Junho SE a E 4, 9
1

Julho SE a E 6, O

Agosto SE a E 6, 5

Setembro SE a NE 7, 2
MÃXIMA
Outubro SE a NE 7, O
6, 7
Novembro SE a E 6, 6

Dezembro E a NE 6, O
19

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FREQUÊNCIA (%)

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DADOS FORNEG IDOS PELAS PI LOT GHARTS OF SOUT H A TL ANTIG

Firura III.B - Anemo~rama de frenu~ncia relativa dos ven


to s er Fortaleza

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20

III.3 - Clima - Relevo Vegetação da área adjacente

A regiao litorânea do municipio de Fortaleza, segu~

do a classificação de Kopper e tropical Úmido, com chuvas

de verao. Na parte III.l deste trabalho, foi observado d eta

lhadamente o comportamento climático da -ar ea de Fortaleza,

podendo-se notar que o indice pluviométrico chega a l.300mm/

/ano no litoral, esta precipitação cai para o interior com

media de 700 mm/ano. Ao sul do município distando até 190 km

da ãrea de estudos situam-se microclimas bem diferencia

dos como os das Serras de Baturité, Maranguape e Aratanha,

onde a temperatura média anual é de 21°c o Índice pluviom~

trico chega a 1.800 mm/ano. Nestes microclimas a vegetaçao

também diferencia-se pois encontram-se especies . - arbóreas,

corno matas galerias ao passo que a faixa costeira é domina

da pela vegetação arbustiva de pequeno a médio por~~-

Feição marcante do relevo litorâneo sao as dunas

que bordejam a orla marítima sob a forma de barcanas, muitas

vezes modificadas pelos ventos alíseos para formas de cor

dÕes litorâneos. Outra feição dominante são os tabuleiros li

toraneos, formados por sedim e ntos cenozoicos, que s e rao

discutidos no capitulo IV deste trabalho, apr ese ntando uma

superffcie plana e altitude média de 50 m Uma tercei ;~a fei

ç a o d e r e 1 ev o é o p e d i p 1 a no d e r o c ha s c r i s t a 1 i na s , q u e a p r e s e~

ta também vez por outra, maciços residuais. Vale salientar

também a ocorrência de maciços montanhosos de relevo colinoso

com altitude variando de 700 a 800 m como as serras de Ma

ranguape e Aratanha.
21

A área é drenada a oeste pelo Rio Ceará que limita

no litoral os rnuniclpios de Fortaleza e Caucaia, Rio Cocó na

parte centro litoral da área e pelo Rio Pacoti a ~este, lirni

tando no litoral os municípios de Fortaleza e Aquiraz. ( ln

formações adicionais sobre rios e morfologia serão dadas no

capítulo V deste trabalho)


~

Quanto a vegetação, predominam as gramineas e veg~

taçao rasteira nas dunas fixas, os manguezais no litoral,

principalmente na desembocadura dos rios e nas -


varzeas alag~

das predominam os carnaubais. Nos tabuleiros aparecem os ca

Jueiros.
22

IV - QUADRO GEOLÓGICO

IV.l - Geologia costeira continental

O município de Fortaleza e área adjacente aprese~

tam três feições geológicas distintas: os terrenos cristali


o
nos, o vulcanismo alcalino ao longo do paralelo 4 Se a fai

xa sedimentar costeira.

IV.1.1 - Os terrenos cristalinos

A figura IV.l mostra a distribuição dos terrenos

cristalinos na área em estudo, com as seguintes unidades li

to-estratigráficas individualizadas:

a) Complexo Tamboril - Sta. Quitéria - Localiza-se


. ~

na parte oeste do município de Fortaleza, ao sul do munici

pio de Caucaia perto da localidade denominada Tabapuã.

constituída de migmatitos e granitos, recobertos por sedime~

tos do Grupo Barreiras e coluvio-eluviais. Este complexo faz

parte também das Serras de Maranguape e Aratanha ao sul de

Fortaleza. O posicionamento estrutural deste complexo, segu~

do Braga~~-, 1577 é de domo migmatitico com contato

transicional com a rocha encaixante, extendendo-se na dire

çao NNE-SSW

b) Complexo Caicô - Localiza-se ao sul do município

de Fortaleza, aflorando a margem oeste do Rio Pacoti, regiao

de Itaitinga e as margens das nascentes do Rio Cocó. Consti

tui também toda a parte a oeste do complexo Tamboril ·- Sta.


23

CONVENÇOES GEOLÓGICAS
OUATERNARIO
Oo- Aluviõe1 Od- Du"os mÓvei1 Qpd-PÓ leo - dunos

TERCIÁRIO QUATERNÁRIO

TOc - Cobenuro colÚvio- eluvioi•

GRUPO BllRREIRA INDIVISO


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TOb - Conglomerado•,
com intercolopões de oroilo1 e cos -
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TERCIÁRIO
VULCANISMO ALCALINO

Tol- Troquitos. fonolitos, Q6sexitos • tufos .

PRE -CAMBRIANO INDIFERENCIADO


ES TR A TI GRAFICAMENTE

(UNIDADE LITO-ESTRATIGRAFICAS)

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pEc- Complexo CoicÓ

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Quitéria. É constituído predominantemente de gnaisses e mi~

matitos, com quartzitos, calcários cristalinos, metarcÓsios,

anfibolitos e calcosilicatos subordinados. A sequencia domi

nante é gnaissica parcial ou totalmente migmatizada. O pos_:_

cionamento estrutural deste complexo mostra contatos concor

d a n t e s ou d i s c o r d a n t e s , b r u s c o s o u g r a d a c i o na i s c o m a s outras

unidades. As lineaçÕes na área adjacente ao município de For

taleza mostram direção bifurcada - NE - SW -as margens do

Rio Pacoti e NNE - SSW nas nascentes do Rio Coco.

c) Rochas plutonicas granulares - A figura IV.l mos

tra apenas uma ocorrência desta unidade estratigráfica situ~

da proxima ã cidade de Itaitinga. De composição granítica e

constituído predominantemente de biotita-granito de grã media,

homogeneo, cinza com ocasionais injeções de diabâsio ( Bra

ga et ~-, 1977)

IV.1.2 - Vulcanismo Alcalino

Localiza-se ao redor do paralelo de 4°S e segundo

Almeida, 1958 Va nd oro s e Oliveira, 1968 ; Morais, 1969

D am u t h e G o ri n i, 19 7 6 constitui um alinhamento de vulcões

subordinados a uma linha de fraturas, ~endo o Arquipélago de

Fernando de Noronha e Atol das Rocas os testemunhos emersos

na área marinha e o Morro de Caruru situado no litoral

sudeste do município de Fortaleza, 6 km a nordeste de Farta

leza como seu primeiro ponto na área continental. A CPRM em

estudos da Folha Fortaleza mapeou vários necks e diques de

rochas alcalinos situados na extremidade nordeste daquela


25

folha. Os necks receberam a denominação de Pão de Açucar, Sal

gadinho, Serrote Preto, Japarara, Ancuri e Caruru, sendo que

a forma caracteristica de cone vulcânico foi encontrada nos

dois primeiros. O serrote do Caruru foi descrito petrografi_

camente por Vandoros e Oliveira, 1968 como fonolito de ida

de oligocênica. A semelhança com os fonolitos de Fernando de

Noronha, parece confirmar a idéia original de Almeida, 1958.

Morais, 1969 tendo encontrado argila plástica encaixada

nas camadas inferiores das falésias terciárias do Morro Bran

co, pensou que fosse o produto de uma neoformação sedimentar.

Considerou que o vidro vulcanico e mais vulnerável -as aço es

hidrotermais que os silicatos cristalizados, e dão sempre i~

portantes formações de rochas argilosas; que estas argilas

poderiam ser provenientes da transformação de cinzas vulcâni

cas no meio aquoso da bacia de sedimentação e também pela

ação meteórica de cinzas e tufos vulcânicos sob ação das in

t e mpéries, concluindo que as referidas argilas seriam um pr~

duto remanescente de alteração da transformação do vidro vul

canico no ambiente de sedimentação do Grupo Barreiras. Gori

ni, 1977 estabel e ceu definitivamente por "Cordilheira de

Fernando de Noronha" e sta áre a subm e rsa ao l o n g o do paral~

lo 4°s observando uma possivel interseção da citada cordi

lheira com a linha de costa do C e ara.

Os dois principais serrotes encontrados na area de

finida para o pres e nte trab a lho, sao os Morros do Caruru e

An c uri. O primeiro foi redescrito e ex aminado em detalhe por

geólogos da CPRM, durante o Projeto Fortaleza, e além do fo

nolito referido, foram observados blocos de rochas com carac


26

terísticas peculiares a tufos. Predominam os fonolitos tra


quitoides sobre os sodalita-fonolito-traquitoide. No serrote
Ancuri, predomina este Último tipo de fonolito dominantemen
te em blocos e matacoes dispersos. Em todos os casos estao
envolvidos pela sequência gnaissica-migmatitica do Complexo
Caico. Este vulcanismo fissural é concordante com a dire ç ão
das rochas encaixantes alinhados na direção N 45° E
27

IV.1.3 - FAIXA SEDIMENTAR LITORÂNEA

Para o estudo da faixa sedimentar litorânea foram

analisados perfis de sondagem -


a percussao efetuados pela

P.H.D. - Geotécnica e Construções Ltda. e pela Protegia

Ltda., Projetos de Engenharia e Geologia. Dos perfis estuda

dos foram es c olhidos alguns mais representativos do pacote

sedimentar na área continental próxima à linha de costa.

Na área transicional de praia e submersa, alem das

perfurações observadas na bacia do Porto do Mucuripe, foram

analisados perfis de sismica na região do Porto de Mucuripe,

Praia de Iracema e praias da Avenida Leste-Oeste.

IV.1.3.1 - Sondagens a percussao

Neste tipo de sondagem, tanto as efetuadas pela

P.H.D., Protegia ou as realizadas na bacia do porto, a amos

tragem foi feita executando-se o ensaio de penetraçao para

cada metro perfurado, consistindo na leitura do número de go1_

pes de um peso de 65 kg caindo de uma altura de 75 cm, ne

cessãrios para aprofundar o amostrador padrão 45 cm no mate

rial perfurado.

As figuras IV.2 e IV.3 mostram perfis estratigrâfi_

cos d e furos e fetuados na Praia do Futuro no c ruzamento das

avenidas César Cals e Dioguinho.

O interesse em analisar os furos da -


area consistia

em tenter definir a profundidade do embasamento no litoral

Ja que não dispunhamos de dados de sí s mica satisfatórios.


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Figura IV.2 - Furos efetuados pela PHD - Geotecnica Construções, na praia do

Futuro.
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30

Havia uma dúvida quanto a rocha impenetrável a percussao. Se

seria o embasamento ou algum outro tipo de rocha, justamente

porque na bacia de evolução aparecia sempre esta situaçao a

determinada profundidade corno veremos adiante. Entre as nos

sas análises encontramos os perfis expostos nas figuras IV.2

e IV.3 que apÕs a impossibilidade do furo a percussao na

cota 9,25 m, prosseguiu-se com sondagem rotativa, definindo

bem a rocha compacta argilosa, de consistencia dura, perteE_

cente ao Grupo Barreiras.

No litoral noroeste da cidade escolhemos o perfil re

presentado na Figura IV.4 em frente a Volta da Jurema, pe~

to das rochas de praia do Meireles, onde encontramos o nível

impenetrável a percussao a 16,4 depois dos 30 golpes. Este

arenito era semelhante aos encontrados na praia do Meireles.

Outros furos realizados no mesmo litoral em lugares diversos

indicavam este mesmo arenito ferruginoso na base das sonda

gens a percussao ( Figura IV.5)

Os furos realizados na embocadura do Rio Pacoti ( na

extremidade leste da area em estudos ) mostra na parte sup~

rior argila organica mole de cor preta, de 2,45 m de espe~

sura, repr e sentando a acumulação sup e rficial de sedimentos

em mangue. Em seguida com espessura aproximada de 1 metro

ocorre urna camada de areia fÔfa, fina com pouca argila de

cor cinza escura. Abaixa dessa camada encontra-se um pacote

de argila riJa a dura de cor branca a variegada de 6,5 m de

espessura. Daí em diante aparece a c amada impenetrável a pe~

cussao ( Figura IV.6 ) Podemos interpretar claramente um

nível de areia antigo a 2,5 metros de profundidade onde acu

mularam-se posteriormente os sedimentos argilosos de mangue.


31

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Fi gu ra IV.5 - Furo represe ntativo da lo ca li z ação


do nível impenetrável a percussao
e pr es en ç a de arenitos f errugin~
so s ( em fr e nte a praia do Náu ti co ,
Meireles )
33

PERFIL GEOLOGICO GEOTÉCNICO INDIVIDUAL


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Fi g ura IV.6 - Furos realizados pela PHD - Geo


t~ cnica e Construç~es, nos ma n
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34

Na praia do COFECO, bem próxima ao Rio Pacoti foi

efetuado pela Protegia os furos mostrados na figura IV. 7

Nota-se ai uma situação um pouco diferente das anteriores com

o aparecimento de rochas metafÕrficas alteradas, no caso,

muscovita xisto. Esta a uma profundidade aproximada de 7 me

tros e nao e localmente recoberta por sedimentos do Grupo

Barreiras.

IV.1.3.2 - Sondagens a percussao na faixa costeira submersa

Para determinação da espessura do pacote sedimentar

recente foram observados furos realizados na bacia de evo lu

ção do Porto do Mucuripe. Com isso tentou-se também avaliar

a taxa de sedimentação daquela área.

A figura IV.8 mostra um perfil paralelo a costa

com 11 furos, dos quais os seis primeiros sao espaçados de

125 metros e o restante variável entre 70 e 100 metros, es

tando o Último afastado de 200 metros. A espessura da lâmina

d'agua varia de 4,30 m no furo S.4 a 7,95 no furo S.2 A

camada de argila siltosa orgâni ca com areia fina e fra g meE:

tos de yalvas de cor cinza escuro repr e senta a sedimentação

do Último estágio de assoreamento depositando-se prin c ipa.l_

mente preench e ndo as depre s sões formadas pelo antigo nível

de erosao r e presentado pela parte superior da camada are no

sa sot o posta. Esta camada arenosa em alguns pontos como nos

furos S.3 S.9 e S.7 apresenta-se com g ranulação fina e

media ainda com fragmentos de moluscos, atestando influên

eia direta marinha. Nos outros furos nota-se a presença da


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ra IV.8 estrati g ráficos na area s ubm e rsa do porto.


Furos

e.
37

argila arenosa com muitos pedregulhos de arenitos ferrugin~


sos duros amarelados e avermelhados, semelhantes a sedimen

tos remanescentes do terciário. A camada impenetrável a pe~


cussao situa-se em uma profundidade que varia de 12,80 a 20
metros.

A figura IV.9 mostra dois perfÍs transversais forma

dos pelas sequencias dos furos S10 S11 S12 S13 e S14 ,
S15 S16 e S17 Na primeira
. . sequencia
- . nota-se um aumento da

fração arenosa na camada superficial de argila siltosa, devi

do possivelmente a diferença de velocidades de circulação da

agua. A segunda sequência caracteriza-se pela grande espess~

ra da camada de argila siltosa orgânica que atinge ate 18 me


tros em contato direto com a rocha impenetrável a percussao.

A figura IV.10 constituída dos furos S18 S19

S20 S 21 S22 e S23 , espaçados de 200 metros, apresenta

também espessura relativamente grande de sedimentos argil~


sos em contato direto sobre uma camada de areia fina com es
pessura de menos de um metro. Os trabalhos nos furos S 21

S22 e S23 foram interrompidos por condição de mar.

A figura IV.11 mostra a localização dos furos efe

tuados na bacia de evolução do porto.


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• S14 •
S 8

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---
Figura IV.11 - Localização dos perrus expostos nas três figuras anteriores.
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42

um transdutor que transforma os impulsos elétricos em vibra

çÕes por efeito piezo-elétrico. De frequência mais elevada

tem poder de penetração menor que o Sparker possuindo entre

tanto maior poder de resolução para as camadas próximas ao

fundo.

sis
...
A figura IV.12 mostra a localização dos perfis

micos na área do Porto do Mucuripe. Estes perfis foram esp~


. . .
eixo do mo
çados em 50 metros perpendiculares ao primeiro

lhe do porto. Este levantamento pode nos fornecer a ba time

triada área ( figura IV.13) e a configuração geral do sub

solo marinho ( teto do embasamento) A definição da confi

guraçao geral do teto do embasamento foi feita através da

análise de todos os perfis, dos quais, os sete mais represe~

tativos estao expostos na figura IV.14

Os perfis de perfuração expostos e comentados nas

figuras IV.8 IV.9 e IV.10 , mostraram uma espessura de de

p;sitos arenosos e argilosas de superficie que variava de 10

a 20 metros. Abaixo deste depósito aparece sempre um solo mui

to compacto, impenetrável a percussao que aparece nas cotas

de 16 a mais de 21,4 m ( S.20)

Neste trabalho de sísmica de reflexão o sistema p~

netrador foi essencialmente utilizado para batimetria uma

vez que o embasamento não foi detectado. O Sparker, no entan

to, permitiu evidenciar em discordância nítida as chegadas

mar. Estes
...
niveis
.
localizados entre 10
múltiplas do fundo do

e 20 metros de profundidade abaixo do fundo do mar foi a tri

buido ao embasamento comentado na parte de sondagens a peE._

cussao. A figura IV.13 fornece portanto a cota provável do

teto do embasamento.
43

Fi.rrura I\/.12-L r,, ocaliz -


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PERFIL 16
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46

Ao largo da Praia do Pirambu na Avenida Leste-Oes

te, próxima a área de localização do emissário submarino fo

ram feitos também perfis


-4
Sl.Sml.COS

com a mesma finalidade de

delimitar a espessura dos sedimentos superficiais. Os perfis

foram traçados aproximadamente perpendiculares à linha de

costa ( figura IV.15)

A interpretação destes perfis tornou-se um tanto mais

dificil que os realizados no porto, em virtude da superposi_

çao dos múltiplos chegados aos registros. Os perfis represe~

tados na figura IV.16 , mostram resoluções nítidas para o em

basamento também em torno de 20 m mas em alguns casos,

como na parte central dos perfis AA' CC' e DD' torna-se

quase impossível uma resolução clara. Nesta área a presença

dos recifes de arenitos ferruginosos foi detectada ate a pr~

fundidade aproximada de 10 metros. Na figura IV.17 o peE._

fil JJ' e o que apresenta maior constância da presença dos

impulsos representativos dos arenitos ferruginosos. A figura

IV. 18 mostra os perfis com excelente poder de resolução

ra as camadas do embasamento, assim como para os limites de

ocorrência de recifes de arenitos ferruginosos. A espessura

do pacote de sedimentos argilosos e/ou argilosos se mantem

quase que constante ao longo de todos os perfis.

Destes perfis pode-se inferir portanto, que o e mba

sarnento cristalino deve estar representado pelas superfícies

irregulares de reflexão. As superfícies refletoras planas,

devem ser representativas dos níveis consolidados de aren1.

tos ferruginosos e/ou argilitos e siltitos que aparec e m como

superfícies impenetrãvelV> a percussão.


47

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IV.1.3.4 - ASPECTOS DA SEDIMENTAÇÃO NA ZONA TRANSICIONAL

Considerando os aspectos revelados nas perfurações

-a percussao nas areas emersas e submersas, os per1.s - de -


s 1.s

mica marinha, as observações diretas no campo e as referên

c1.as bibliográficas existentes sobre a -area pode-se confir

mar a seguinte situação:

a) O Grupo Barreiras que aflora ao su 1 do


.
mun1.c1.p1.o - .

de Fortaleza e ocorre em falésias no litoral adjacente, e re

coberto por dunas na área urbana. São sedimentos pouco canso

lidados que variam de conglomerados a areias argilosas de co

res variegadas. Estes sedimentos foram notificados pela pr~

meira vez por Branner em 1904 e vários outros estudos tais

como Oliveira e Leonardos, 1943 Oliveira e Andrade Ramos,

1956 Ke g e 1, 19 5 7 Bigarella e Andrade, 1964 Campos e Silva,

1965 Mabesoone ~ ~-, 1972 Campos e Silva, Mabesoone e

Beurlen, 1973 , foram levados a efeito para definições lito

lógicas e estratigráficas corno plio-pleistocenicos.

Nos furos realizados pela Protegia e P.H.D. - Geo

técnica e Construções, foram encontrados sempre os sedimen

tos inconsolidados, alaranjados, amarelados de granulação

fina a siltosa as vezes com grão de quartzo milimetricos

e blocos lateríticos. Estes sedimentos também aparecem nos

furos da bacia do porto. Talvez o embasamento discutido nos

perfis
..,
s1.sm1.cos
. e nas sondagens
-a percussao sejam os aren1.

tos consolidados caulínicos conglomeráticos ou arenitos con

solidados de matriz argila-arenosa e cimento argiloso-ferr~

g1.noso sem estratificação definida que sao encontrados na


52

base do Grupo Barreiras, em varias localidades do litoral

do Ceará.

Os sedimentos do Grupo Barreiras sao capeados no li

toral pelas dunas através de discordância. Repousa sobre o

embasamento cristalino em discordância erosiva angular, como

é visto as margens do Rio Pacoti na área estudada.

b) Coberturas coluvio-eluviais - localizam-se a su

deste da área urbana de Fortaleza, resultante da alteração

das rochas subjacentes. Recobrem rochas pre-cambrianas, e

têm textura elástica psamitica e psefitica.

e) Dunas - bordejam paralelamente a linha de costa

em uma faixa que vai de dezenas de metros a 3 km Concen

tram-se em maior escala no litoral leste do município de For

taleza. Ocorrem em forma típica de barcanas, ora em cordões

ar e no s o s , s e e e i o na d os p e 1 as em b o e a d u r as dos r ios . E s tas sao

as dunas moveis que segundo Morais e Souza, 1971 sao cons

tituÍdas de areia média a fina e migram com velocidade apr~

ximada de 0,045 g/cm,/s para uma velocidade média do vento

de 9 m/s Possuem estratificação diagonal cruzada e sua es

pessura chega as vezes a ser superior a 30 metros. Dunas fi

xas, ou paleo-dunas ocorrem em um nível mais rebaixado, as

vezes sao recobertas pelas dunas -


moveis,. e são mais oxidadas

com graos arredondados e foscos, bem selecionados. Tem colo

raçao variando de cinza claro a alaranjado no topo e averme

lhado na base.

d) Aluviões - situam-se nos vales dos principais nos

que drenam a área, no caso os Rios Ceara, Coco e Pacoti e

nas regioes de baixadas. são, portanto, todos os depositas


53

fluviais ou lagunares recentes. são constituídos por argilas,

areias argilosas, areias puras e cascalhos. No caso da zona

transicional os aluviões tem muitas vezes predominância de

argilas e sob influência marinha com mistura de matéria org~

nica em decomposição formam os mangues dominantes na barra

do Rio Ceará e Cocô. Na figura IV.6 está representada a

espessura dos aluviões argilosos na foz do Rio Pacoti. Pode

mos citar que são aluviões de espessura pequena e de um modo

geral eles não devem ultrapassar 5 metros de espessura pois

localizam-se sempre nas partes mais baixas dos vales. As ar

gilas têm boa plasticidade, de coloração branca, esverdeada

e várias tonalidades de cinza constituídas predominanteme~

te de caulinita e traços de montimorilonita e vermiculita,

quartzo e feldspato ( Oliveira e Medeiros, 1975 )

e) Rochas de praia - localizam-se nas embocaduras

dos rios Pacoti, Cocô e Ceará sempre a juzante da corrente

litorânea, e nas enseadas das Praias da COFECO, Volta da Ju

rema e Praia dos Dois Coqueiros.

Os arenitos da embocadura sao de origem fluvio-mari

nha, cimentados pela precipitação do carbonato de cálcio pr~

vocada pela diferença de saturação das águas doce e salgada.

Tem matriz arena-argilosa. São sedimentos conglomeráticos

com seixos de ate 3 cm, fragmentos de moluscos. são bem es

tratificados, com mergulho suave para o mar. Na Praia dos

Dois Coqueiros a oeste da embocadura do Rio Ceará aprese~

tam-se em escala bem acentuada numa extensão aproximada de

500 metros confundindo-se ã primeira vista com os arreei

fes de franja típicas de enseadas. Estes arenitos tem um


54

papel peculiar neste trabalho pois hã 6 anos eles nao esta

varo expostos na praia. A erosão provocada pelas ondas locais

fizeram com que estes arenitos aflorassem em toda extensao

da Praia dos Dois Coqueiros. Feitas as análises petrogrãfi:_

cas, constatou-se que são constituídos de cimentação dominan

te argilosa, diferindo em parte das encontradas em locais

da costa, a seguir discutidas.

As rochas d e praia encontradas na Praia do Meireles,

na Volta da Jurema, foram estudadas pelo autor que classifi

cou em dois tipos de fãcies: uma de arenitos cimentados por

carbonato de cálcio, com influência mariaha, e outra de are

nitos cimentados por Õxido de ferro de origem continental.

Estes Últimos apresentam 3 microfâcies: arenitos ferrugin~

sos cuja cimentação e causada exclusivamente pela limonita,

arenitos ferruginosos conglomeráticos e arenitos ferrugin~

sos com cimentação secundária de calcita.

As rochas de praia, facies calcÍfera foram classi

ficadas ainda em microfàcies levando-se em consideração a

natureza do cimento calcifero. a) Os arenitos puramente cal

cifero, de aspecto macroscópico típico de um "beach rock"

de granulação variável de cor cinza escura até amarelada, dis

postos em cordões mais ou menos paralelos


-a praia, . em estra

tificação horizontal e em alguns lugares apresentando lamina

ção cruzada. são idêntidos aos recifes típicos da cidade de

Recife - Pe.; b) Microsparito - apresenta-se macroscopicarneE_

te como um calcarenito de cor bege, de granulação media. O

cimento calcítiéo
-
esparico
. nao e um precipitado original,

mas um produto de recristalização da calcita microcristalina;


55

c) Alga-biomicrito - é um calcário de granulação muito fina


. ~ .
e coloração cinza claro, com estruturas de algas visiveis.

Este tipo de rocha também aparece na ãrea entre os

rios Pacoti e Cocó no litoral leste, nos locais de erosao,

dando a entender também que estavam soterradas.

A presença de linhas de recifes soterrados foi tam

bem constatada na cidade do Recife, Estado de Pernambuco

( Ottman, 1960 ) tendo sido interpretada como formadas na

fase regressiva do Quaternário. Estas rochas foram datadas

por Carbono 14 ( Von Andel & Laborel, 1964 ) em 5.900 anos.

Em Salvador, no Estado da Bahia ( Tricart, 1959 ) arenitos

de características s em e 1 h a n t _es , situados


-
proximo. ao Rio Ver

melho foram interpretados como sendo do Dunquerquiano, cor

respondendo à nivel do mar mais alto que o atual.

Os termos "beach rocks" rochas de praias, recifes

e arrecifes têm sido usados para definir ocorrências de ro

chas sedimentares que ocorrem na praia, junto a linha da cos

ta ou submersas. Darwin, 1841 in Lira, 1975 , lançou as primeiras

idéias dizendo que os recifes de Pernambuco nao se tratavam

de recifes de corais, mas de uma biotacenose misturada a

areia litificada. A ideia de que estas rochas de praia eram

o resultado da consolidação das areias por carbonato de cãl

cio ( Branner, 1904 ) levoL a se pensar que esses arenitos

representassem antigas linhas de praia. Hã no entanto quem

sugira que estas rochas foram formadas acima do nível d'ãgua

e cimentadas em ambientes distantes da praia ( Andrade, 1955)

Os estudos com mais detalhe destas ocorrencias no

litoral de Fortaleza, se resumem aos da Praia dos Dois Coquei_

ros, e serão considerados no capítulo IX.1.4


56

IV.2 - Geologia Marinha

IV.2.1 - Ambientes superficiais de plataforma

A plataforma continental adjacente ao município de

Fortaleza caracteriza-se por dois ambientes típicos de sedi

mentaçao.

Um formado por sedimentos terrigenos, com predomi

nancia da fração arenosa, que se estende da linha de mare

baixa até uma profundidade de 10 a 20 metros, em uma faixa

bastante estreita. Nota-se portanto a pouca influ~ncia dos

rios na distribuição dos sedimentos sobre a plataforma.

O outro ambiente é formado pela predominância de al

gas calcárias que ocorrem em manchas esparsas nas profundid~

desde 10 a 20 metros, e a partir dai ocorrem em bancos con

tinuos ate a borda da plataforma.

IV.2.1.1 - Ambiente terrigeno

E formado pela fâcies litorânea arenosa, estudada

por Kempf, Coutinho & Morais, 1968 e Mabesoone & Coutinho,

1970 constituída predominantemente de areia quartzosa, for

mando um ambiente tipicamente terrigeno arenoso.

são quase ausentes as ocorrencias locais de facies

lamosa, ate mesmo da foz dos rios locais.

Isto significa que o material carreado pelos rios

nao permanece na plataforma, sendo transportado pela corren

te litorânea, sedimentando-se ocasionalmente -


a barlamar e
57

sotamar dos espigoes. são tambêm depositados nos


-
propr1.os
. es

tuãrios onde hã formação de mangues. Para a -


area de Fortale

za esta afastada a hipótese do "by passing" do material que

seria acumulado no talude ou regiões mais profundas, que

os rios locais são de pequeno porte.

Francisconi et ~-, 1972 estudando a plataforma

continental do nordeste delimitaram extensas faixas subarco

seanas que ocorrem na sua parte interna, ou seja entre a li

nha de praia e as construçoes calcárias, interposta por uma

faixa de areias ortoquartzíticas-biodetríticas.

Estes sedimentos apresentara~ textura grosseira,

evidenciando que os sedimentos mais finos foram removidos

pelo retrabalhamento holocênico.

Os minerais pesados da ãrea indicam proveniência do

Grupo Barreiras com a contribuição local de outras fontes

( Coutinho e Coimbra, 1974 ) . Ha ocorrência de assoc1.açao

rica em cianita, estaurolita, monazita e andaluzita. Esta as

sociação ê encontrada no Grupo Barreiras acrescida de silima

nita, turmalina e zircão.

As areias terrígenas internas estao sujeitas a urna

intensa mobilização que impede a colonização biogenica pri

x1.ma ao litoral.

Entretanto, em algumas -areas, nota-se o avanço da

sedimentação carbonatica migrando sobre as areias terrígenas

( figura IV. 19 ) Isto pode ser devido a urna menor rnov1.men

taçao local das ãguas ou abundância de nutrientes.

Nota-se na figura IV ; l9 que hã ocorrenc1.a - . de algas

calcárias e também de algas agarÕfitas ao largo da embocadura


59

dos rios Cocó e Pacoti. Isto, comparando-se com estudos rea

lizados pelo LABOMAR na costa do Estado do Ceará, observa-se

uma correlação entre a presença das algas e presença de embo

caduras.

Principalmente nas embocaduras dos grandes rios co

mo o Jaguaribe e Acarau, aproximadamente em torno da isÕbata

de 10 metros, encontramos grande acumulação de algas, sendo

que em maior escala apresentam-se Cri.ptonemia crenulata e


t .

Dictyopteris de~icatula, alem de Halimeda incrassata progr~

dando a fãcies terrigena.

Nas áreas junto a linha de costa entre O e 10 metros

e grande a ocorrência de Gracilaria domingensis, Gracilaria

!__e r o x , Gr a c i 1 ar i a s j o e s t e d t i i , S p a to g 1 o s s um s ch r o ed er i ., e

Bryotamnium triquetrum( figura IV.20) Isto é contrario a

idéia inicial que se tinha de que os sedimentos da platafoE_

ma interna a menos de 20 metros de profundidade, eram domi

nantemente compostos de areias quartzosas, sem interferência

das algas ( Mabesoone & Tinoco, 1967 Coutinho & Morais,

19 70 França~~-, 1976)

A presença constante destas algas ao largo das embo

caduras de rios levou o autor a sugerir que os nutrientes dos

rios em êpocas de cheias sao os responsáveis pela sua proli:_

feração em maior escala que nas outras partes da faixa de

facies terrÍgena.

Tanto nos sedimentos puramente terrígenos como nas

frações biodetríticas associadas nota-se uma quantidade acen

tuada de pigmentação de oxido de ferro nos sedimentos, p r iE_

cipalmente nos que estao dispostos ao largo da costa oeste


60

de Fortaleza. Costa, 1974 , argumentou que isto -e o principal

indicio de exposição subaérea ao termino da regressão Wiscon

siniana. Embora isto deva ser uma hipÕtese bastante viável,

é bom nao esquecer também a forte erosao da costa que pode

levar sedimentos do Grupo Barreiras que retrabalhados, podem

formar depÕsitos com grandes quantidades de fragmentos oxida

( Discutiremos este ponto no capitulo IX ao tratar da


dos.

evolução sedimentar do porto do Mucuripe e praias adjace_::

tes) Summerhays ~ ~., 1975 estudando a mineralogia

das argilas para a plataforma continental do nordeste do Bra

sil, notou que em frente a Fortaleza, hã enriquecimento de

devido as condições amenas de intemperismo


.. .
qu1.m1.co.
illita

Esta faixa se prolonga de Fortaleza ate Macau no Rio Grande

Norte. Isto fortalece a ideia de que a predominância do


do

intemperismo mecanico no litoral do municipi~ de Fortaleza

levou sedimentos do Grupo Barreiras para o largo~


61

IV.2.1.2 - Ambiente de sedimentação carbonãtica

~ o ambiente que predomina da profundidade de 20 me

tros da plataforma ate a sua borda ( figura IV.20) Dois

tipos de algas calcãrias bentÔnicas predominam: a) a alga c~

ralina ( Rhodophyta) e b) alga codiaceana Halimeda ( Chlo

rophyta ) . As primeiras sao mais cosmopolitas, ao passo que

as Halimedas sao mais restritas aos trópicos.

No Oceano Atlântico tres tipos de sedimentos de al

gas calcãrias sao reconhecidas ( Milliman, 1978)

a) Ma e r 1 - ar e i a o u c a s c a 1 h o o n d e ma i s d a me t a d e dos

sedimentos é composto de ramificações coralinas ( Jacquote,

19 6 2 ) Deste tipo os Lithothaminion solution, Lithoth àrnnium

coralloides e Phymatholithum calcareum sao as principais es

- .
pecies.

b) Coralinas incrustantes ocorrem como recifes cal

cãrios e como componentes proeminentes em sedimentos inconso

lidados. ( Ocorrem geralmente associados com barnacles, co

rais e briozoãrios )

c) Rodolitos - sao os nódulos e concreçoes de algas

em que o carbonato algal cresceu em torno de um núcleo, de

milímetros e centímetros de tamanho.

No Brasil, as algas coralinas tipo maerl ocorrem ao

longo da plataforma média e na plataforma externa abundam os

recifes algais ( Mabesoone & Coutinho, 1970 Kempf, 1972

Melo et ~-, 1975 Vicalvi &


Summerhays ~ ~-, 1975

Milliman, 1975 )

- - - -
62

Na plataforma do Ceará sao muito semelhante ao maerl

conforme definição de de Jacquote, 1962 Há, no entanto,

extensa floresta de Halimeda. t portanto dominada por algas

calcarias ramificadas seguida em abundância pelas incrustan

tes, Halimeda, foraminiferos bentônicos e moluscos.

O sedimento popularmente denominado cascalho pelos

pescadores do nordeste, equivale ao maerl da Bretanha e -e


formado por uma mistura de areia e seixos calcários organÕg~

nos, os quais são constituídos de fragmentos de algas acurou

ladas no local ( Kempf, 1974)

Areias de Halimeda consideradas restritas -


a plat~

forma media por Milliman, 1975 ocorrem em profundidades de

8 a 10 metros ao largo das embocaduras nos rios Ceará e esp~

cificamente ao largo da foz do Rio CocÕ e Pacoti na plat~

forma continental do município de Fortaleza. Este tipo de se

dimento nao pode ser considerado também Maerl, devido a ocor

rencia quase que exclusiva de Halimeda incrassata. Segundo

Folk & Robles, 1974 , dependendo do grau de desarticulação e

desintegração do esqueleto ( in Coutinho, 1976 ) as Halime

das produzem sedimentos calcários de várias texturas, desde

o cascalho a lama calcaria.

As espécies de Halimeda incrassata que dominam na

altura da foz do rio Coco apresentam um sistema de im

portantes na aglutinação de sedimentos inconsolidados. Isto

serve de base para absorção de nutrientes provenientes do

rio CocÕ e/ou Pacoti, que alimentam esta ocorrência, fazen

do-a progradar na fãcies terrígena. Os artÍculos de Halimeda

são formados de aragonita e apresentam uma concentraçao em


63

l estroncio superior a qualquer outro organismo calcário

, ( Milliman, 1974 )

Por outro lado as algas vermelhas domimantes, po~

suem esqueleto de calcita magnesiana ( Vinagradov, 1956 )

são constituídas de 75 a 95% de carbonato de cálcio ( Couti

nho & Morais, 1970 ) e de 4 a 10% de carbonato de magnesio

( Coutinho, 1976 ) • Pertencem a família Corallinacea, subfa

milia Malobesiae, com uma ou mais espécies do genero Li tho

thaminium.

A ocorrencia em larga escala destas algas calcárias

no nordeste do Brasil, dominando n substrato da plataforma

continental média e externa está ligada aos seguintes fatos:

a) Os rios Orinoco e Amazonas, pela turbidez das suas aguas,

a corrente das Guianas, pelo seu sentido noroeste, impedem a

migração de corais hermatÍpicos para a plataforma continen

tal brasileira; b) A plataforma e rasa e as aguas mornas;

e) O clima semi-árido e o pequeno aporte de sedimentos p~

los rios regionais; d) O substrato é geralmente duro.

O substrato duro é fator fundamental nao somente p~

ra acumulação das algas calcárias, como também para as algas

agarÕfitas e comestíveis. Corno pode-se observar no capítulo

IX deste trabalho estas Últimas acumulam-se nas rochas

de praias e em substratos de granitos que formam os espigoes

de proteçao das praias. Os polens jogados sobre os espigoes

fazem proliferar a flora bentonica das algas.

Por outro lado, as algas do -


genero Lithothaminium

podem viver livres sobre o fundo sem ponto de fixação no subs

trato. ( Coutinho, 197i) Quando o talo é jovem, pode uti


64

lizar um grao de areia como suporte ( Coutinho, 1976 ) e

depois podem crescer livremente.

Um fato interessante relacionado a fundos de algas

calcárias e que foi observado por Emery & Uchupi, 1972 ( in

Palma, 1979 ) é que os perfis sísmicos realizados em areas

presentemente cobertas por algas calcárias mostram que a

plataforma externa e o talude superior são sotopostos por al

tos topográficos interpretados como recifes orgânicos.


65

IV.2.2 - Sedimentos de subsuperfÍcie

Os sedimentos que compoem a parte submersa ao largo

do município de Fortaleza sao pertencentes ã Bacia submersa

Cearã, que e bordejada pela Plataforma de Fortaleza a


do

oeste.

Esta bacia do Cearã, juntamente com as demais bacias

marginais do nordeste originaram-se basicamente do rifteamen

Equatorial no Cretaceo Inferior ( Miura &


to do Atlântico

Barbos a, 19 7 2 Gorini, Asmus & Bryan, 1974 ; Ponte & Asmus,

19 7 6 )

Na bacia do Cearã a secçao cretãcica inferior é bas

tante espessa, apresentando forte gradação de elásticos gro~

junto a borda sul da bacia passando a elásticos fi


seiros

nos costa a fora. A secçao cretâcica superior ocorre em espe~

sura muito reduzida ( Miura & Barbosa, 1972) . Segundo este

autor a sequência estratigráfica dos sedimentos -e formada

na base por sedimentos elásticos grosseiros de idade alho-

-aptiana limitados pela discordância pré-Aptiana na base e

o ciclo evaporítico no topo, que correspondem aos sedimentos

da Formação Santana no sul do Estado do Ceará. ( Sequência

Alagoas ) Se g u e- s e a S e q u ê n e i a Bar r o Du r o - Ar p o a d o,r tam

bem de elásticos grosseiros progradacionais de idade albiana

e que correspondem a formação EXU A sequencia seguinte de

ida d e Cenomaniana ( Sequência Bonfim - Preguiças ) é também

formada de elásticos finos correlacionados aos calcarenitos

plataforma rasa gradando a calcisiltítos e calcilutitos e


de

mícritos de águas profundas, correspondentes a Formação Açu


66

Do Turoniano ao Santoniano estao os carbonatos de


superior.

plataforma rasa gradando a folhelhos de -


aguas mais. profuE_

das e constituem a sequencia Humberto de Campos, correspoE_

dente a JandaÍra Inferior. A sequência Campaniano - Oligoceno

de folhelhos e arenitos subordinados. O Mioceno


é constituída

estã representado por arenitos e carbonatos correlacionados

a Formação Pirabas e Tibau, e e limitado pela discordância

basal do Plioceno.

Na plataforma continental desenvolvem-se grandes al

tos regionais. O Alto de Fortaleza é de origem Ígnea intru

siva, datado provavelmente do Cretácio Superior, terciário

inferior.
67

V - MORFOLOGIA LITORANEA

O município de Fortaleza é formado por 2 feições mor

folÓgicas distintas: a) o relevo litorâneo, onde se incluem

os cord~es litorâneos, dunas e planícies de mares, mangues.

b) superfície aplainada das coberturas cenozoicas. Da -area


em estudo consegue-se visualizar perfeitamente mais duas fei

çÕes morfológicas bem típicas na area adjacente, que sao os

maciços montanhosos cristalinos, representados pelas serras

de Aratanha ( Pacatuba) e Maranguape, e o pediplano crista

1 i no.

V.l - Relevo litorâneo

A linha de costa do litoral NW-SE que se extende do

molhe do Porto do Mucuripe atê a foz do Rio Pacotí, apreseE_

ta-se retilínea, apenas interrompida pela presença dos rios

Cocó e Pacoti. A costa E-W que vai do molhe do porto ate a

foz do Rio Ceará, apresenta características bem diferentes

tomando forma de enseadas. No primeiro tipo de costa hâ ocor

rência de planícies de marés constituídas predominantemente

de material arenoso, expostos em mare baixa. Os mangues loca

lizarn-se nas margens dos rios daquela -area. Na costa tipo

enseadas, não hâ formação de planícies de marés propriamente

ditas, e a quase totalidade de rochas de praia da ãrea ocor

r e aÍ . Também a pr e s ença d e "s pi t s" cordões arenosos ao

longo da Enseada do Meireles, sao rnai s características na

costa E-W jã que a presença dominante na costa NW-SE -e de


68

acumulações de dunas. As dunas estao dispostas paralelamente

a praia sobrepostas âs dunas fixas ou sobre os sedimentos

terciários do Grupo Barreiras.

V.2 - Superfície de Aplanamento

A superfície de aplanamento das coberturas cenozoi

de forma ligeiramente tubulares, que repousam sobre o


cas,

cristalino, surgem próximo a costa com altitudes que variam

de 10 a 29 metros, elevando-se ate 150 metros em direção ao

interior. As formas lagunares estão assentadas sobre esta su

perficie de aplanamento. Estas lagoas têm importância dopo~

to de vista geoeconomico em virtude das argilas e diatomito

acumulam. As principais sao as de Cocorote, per to do


que

Aeroporto Pinto Martins, Maraponga, Parangaba, Porangabussu,

situadas nos bairros de nomes correspondentes, Lagoa de Opaia

e Taperoaba, perto do Estadia Castelão. Esta superfície de

aplanamento continua nas áreas adjacentes e ocupam uma faixa

que varia de 5 a 50 km ao longo da costa.

V.3 - Maciços montanhosos e morros isolados

são representados na area pelo maciço de composiçao

granítica da região de Maranguape e a serra de Pacatuba ( Ara

tanha ) Apenas citados aqui, ja que são avistados facilmen

te da área em estudo, mas pertencem como o


- .
proprio nome i n

dica aos municípios de Maranguape e Pacatuba.


69

V.4 - Plataforma continental

A plataforma continental ao largo da área estudada

apresenta-se rasa com profundidades dominantes menores que

40 metros e a sua quebra tem lugar a 70-80 m ( figura V.l)

e tem largura aproximada de 60 km.

O contexto geral batimetrico da plataforma continen

ta 1 d o E s ta d o d o C e ar a r ev e 1a um a d e c 1 i v i d a d e q u e aumenta com

o seu enlarguecimento. Em Acarau temos um gradiente de 1:1106

largura de 83 km, aumenta para 1:322 em frente a Macau


e

onde a largura da plataforma atinge um mínimo de 19 km ( Pal

ma, 1979 )

Até agora nao foram encontrados vales submarinos

que testemunhassem a ação pretérita do rio Jaguaribe ou ou

tros do Estado do Ceara. Nota-se um relevo relativamente pl~

no com feições irregulares de recifes e aglomerações de algas.


., . ( V.2) mostra
O perfil de reflexão s1.sm1.ca figura

a morfologia da quebra da plataforma seguida pelos altos fun

dos que se distribuem em torno do paralelo 4°S , Ja discuti

dos no capítulo IV.1.2 , e que formam a cadeia de Fernando

Bryan & outros, 1972 , Kuman & B~yan, 1973 e


de Noronha.

e Bryan, 1974 conectaram a extremidade leste da ca


Gorini

deia de Fernando de Noronha com a zona de fratura Chain e

sua extremidade oeste com o alto de Fortaleza.

Uma forma erosiva corta o talude ( Canyon do Ceara)

sendo pouco desenvolvida na plataforma.

O Plateau do Ceara situa-se a 400 metros de profu.E_

didade e é separado da plataforma continental pelo Vale de

Fortaleza.
69A

):-200

Figura V. l - Esboço fisiográfico da area subm e rsa


do litoral do Cearã expresso em li
nhas isobatirnetricas. O Guyot do Cea

rá em frente a Fortaleza estã circun


dado pela curva 400
'
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exao s!smica mostrando o esboço da morfologia --___...,,...-.......,,,.,...--


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70

VI - HIDRODINÂMICA DAS ÃGUAS COSTEIRAS E SUA INFLUÊNCIA NA

DISPERSÃO DOS SEDIMENTOS

O estudo da hidrodinâmica das aguas costeiras -e de

fundamental importância para a avaliação do transporte dos

sedimentos, zonas de assoreamento, zonas de erosao, dispeE._

sao de poluentes e material em suspensão. Neste capítulo se

rao considerados os dados obtidos sobre as mares, - ondas, sa

linidade e temperatura das aguas costeiras, densidade das


. ... .
aguas, correntes, e suas interações no litoral do municipio

de Fortaleza.

VI.l - Marés

As cotas v e r t i c a i s d e n Í v e 1 d e mar e t em um a c e r ta

influência sobre o transporte litorâneo, pois a posiçao da

zona de arrebentação varia sensivelmente conforme o nível

instantâneo.

As mar és d e For ta 1 e z a p o d em s e r c 1a s s i f i c a d a s como

de ondas semi-diurnas com desigualdade de amplitudes. o P!:_

riodo médio das ondas de marés é de 12,4 horas.

A tabela VI. l mostra as amplitudes das mares de si

zigia e quadratura, resp~ctivamente, para o ano de 1976 Re

uma amplitude máxima de 2,7 m no


.
equinocio
- . de
gistrou-se

A tabela VI.2 , mostra os valores registrados para o


abril.

ano de 1980 estimados de hora em hora por computação na

DHN . Comparando estes valores com os de 1976 podemos notar

que a amplitude nao permaneceu a mesma, tendo no en


71

Tabela VI.l

AMPLITUDES DAS MARÉS DE SIZÍGIA


( TÃBUA DE MARÉS DA DHN-1976 )

1
MARÉ MÃXIMA MARÉ MÍNIMA AMPLITUDES
DIA/MÊS ( m ) ( m ) ( m )

01/01 2, 3 0,0 2,3

17/01 2,4 0,0 2,4

31/01 2, 2 0,2 2,0

16/02 2,5 -o, 1 2,6

01/03 2, 2 O, 2 2,0

15/03 2,5 -o, 1 2,6

30/03 2, 1 0,2 1,9

14/04 2,5 -0,2 2,7

29/04 2, 1 0,2 1,9

30/05 2,1 0,2 1,9

12/06 2,4 -o, 1 2,5

29/06 2, 2 0,2 2,0


-1
72

Tabela VI.l ( continuação)

MARt: MÃXIMA MARt: MÍNIMA AMPLITUDES


DIA/MÊS ( m ) ( m ) ( m )

11/07 2, 3 0,0 2,3

27/07 2,3 O, 1 2,2

10/08 2, 2 O, 1 2, 2

26/08 2,4 0,0 2,4

08/09 2, 1 0,2 1, 9

24/09 2,5 0,0 2,5

08/10 2, 1 0,2 1,9

23/10 2,5 -0,1 2, 6

06/11 2, 1 0,2 1,9

21/11 2,5 -0,1 2,6

06/12 2, 1 0,2 1,9

21/12 2,4 -0,1 2,5

Mt:DIAS 2,29 (m) 0,04 (m) 2, 25


73

Tabela VI.2

PARA O ANO DE 1980 .


AMPLITUDEDAS MARÉSDE SIZÍGIA E QUADRATURA

1
MAR~ DE SIZÍGIA MAREDE QUADRATURA
DIA/MÊS DIA/MÊ'.S
MÁXIMA MÍNIMA AMPLITUDE MÁXIMAI MÍNIMA AMPLITUDE

02/01 3,0 0,2 2,8 11/01 2,2 1,0 1,2


18/01 3,0 0,0 3,0 27 /01 2,4 0,9 1,5
01/02 2,9 0,3 2,6 10/02 2,1 1, 1 1,0
16/02 3,2 -o, 1 3,3 24/02 2,3 1,0 1,3
01/03 2,8 0,5 2,3 10/03 2,2 1,1 1,1
17 /03 3,3 -o, 1 3,4 24/03 2,2 1,1 1, 1
31/03 2,7 0,3 2,4 08/04 2,2 1,1 1,1
15/04 3,2 -o, 1 3,3 22/04 2,2 1,2 1,0
30/04 2,7 0,3 2,4 07/05 2,4 0,8 1,6
14/05 3,1 0,0 3,1 22/05 2,2 1,0 1,2
1
29 /05 2,7 0,3 2,4 06/06 2,5 0,7 1,8
1
13/06 3,1 0,1 3,0 05/07 2,6 0,7 1,9
1
28/06 2,8 0,2 2,6 21/07 2,1 1,1 1 1,0
1
1 1,6
12/07 3,0 0,2 2,8 04/08 2,5 0,9
1
28/07 3,0 1 0,0 3,0 19 /08 2,1 1,1 1,0 1

1
10/08 2,9 0,3 2,6 03/09 2,3 1,0 1,3
1

28/08 3,2 0,0 3,2 17 /09 2,1 1,1 1,0 1


1
09/09 2,8 0,3 2,5 02/10 2,2 0,9 1,3
24 /09 3,2 -0,1 3,3 17 /10 2,2 1,1 1,1
09 /10 2, T 0,3 2,4 31/10 2,2 1,2 1,0
23/10 3,2 -0,1 3,3 15/11 2,3 1,0 1,2
07 /11 2,7 0,3 2,4 30/11 2,2 1,1 1,1
22/11 3,2 0,0 3,2 15/12 2,5 0,8 1,7
07 /12 2,7 0,3 2,4 31/12 2,2 1,0 1,2
1
74

tanto ficado em torno de 3,3 metros para


- .
maximas de sizígia.

As correntes de maré desempenham papel importante

associadas com o transporte frontal dos sedimentos a ser dis

cutido no capítulo VIII

VI. 2 - Ondas

As ondas sao o fator natural dominante, tanto pela

sua açao direta ( agitação pelo plano d'âgua) como pela

sua açao indireta ( transporte das areias )

As ondas reinantes são as vindas do setor sudeste

a leste, e sao as principais responsaveis pelo caminhamente

das areias de leste para oeste e por conseguinte do assorea

rnento do porto.

As ondas mais raras e mais fortes que as anteriores

sao as que vêm do setor leste a leste-nordeste e mais rara

mente de nordeste ( em fevereiro-março-abril) As ondas

vindas desta direção são as que mais facilmente penetram no

porto de Mucuripe, sendo portanto as mais perigosas. Têm tam

bém uma certa iDfluência sobre o assoreamento do porto, pr~

vocando a migração das areias ao longo da face interna i o

quebra-mar, isto e, em direção ao cais de atracaçao dos p~

troleiros, depois dessas areias terem ultrapassado a extremi

dade da referida obra de proteçao.

Occhipinti, 1975 , oom base em observaç~es dos ven

tos avaliou as pistas das ondas ( fetches ) e a partir des


75

tas, estimou as características das ondas que poderão ocorrer

em F o r t a 1 e z a para efeito do projeto do emissârio submarino.

A tabela VI.3 mostra as características das ondas estima

das para Fortaleza.

Pode-se observar que a altura - .


maxima calculada para

o período de 1 ano foi de 3,4 metros, e o período das ondas

atinge 10 s O Relatório Neyrpic, avaliou que a amplitude

das ondas no município de Fortaleza mantem-se sempre abaixo

de 3,50 m e os seus períodos raramente ultrapassam 10 seguE_

dos. Por este motivo os ensaios de modelo reduzido comenta

dos no capítulo IX deste trabalho f or am f e i t o s em torno

destes valores.

Neste trabalho nao houve medições de característi

cas de ondas, mas foi checado em campo atraves de observações

visuais em cronometro os períodos discutidos na tabela VI.3

Por outro lado a observação acurada de fotografias aereas

tiradas em horas diferentes em diversas -epocas, evidenciou

que as ondas mais frequentes são as do quadrante leste-sudes

te. As menos frequentes são as de quadrante nordeste, mas sao

as mais perigosas para efeito de erosão, agitação das -aguas


do sistema portuário e responsáveis pela maioria do transpo~

te frontal a ser discutido no capítulo VII

Estas direções predominantes de ondas foram testa

das em modelo reduzido na França ( Relatório Neyrpic, 1953 )

( Ver capítulo IX deste trabalho) e ficou estabelecido que

- o no modelo, correspondiam às que


as ondas de direçao N25 E

em Mucuripe são chamadas ondas de nordeste. Estas ondas apr~

sentam período de 8,4 segundos e cumprimento de 75 metros


Tabela VI.3

CARACTER1STICAS DAS ONDAS DE PROJETO PREVISTAS PARA FORTALEZA

ALTURASIGNIFICATIVA ALTURAMAXIMA
TIPO DE \ PER10DO PROFUNDIDADE COMPRIMENTO Hs (m) Hmãx (m)
ONDA T (s eg) Z ( s eg )
DIREÇÃO
L (m) - P= 1 ano P=lO anos P=l ano P= 10 anos

Ondas geradas 4 a 6

localmente 10 ESE-ENE 15,0 1,0 1,2 1,8 2,25

( wind-wave ) T =5,o

Marulho 7 a 10
10 NE 25,0 1,8 2,15 3,4 4,0
( swell ) 'f =8 5
'

As ondas que ocorrem na área de projeto devem ser consideradas ondas propagando-se sobre
fundo raso. (De acordo com Occhippinti, 1975)

____,
O'-
77

total variava en
um fundo de -10 m A amplitude
sobre

tre 2,50 e 3,00 metros.


( sul a leste) em alto
As ondas do 29 quadrante

do ciclo adotado, enquanto


agiam durante 80% do tempo
mar

do 19 quadrante so agiam 20%


que as ondas

da estrutura vertical das -


aguas
VI.3 - Observações e dados

litorâneas.

pela CAGECE para lanç~


Na ãrea específica escolhida

praia do Pirambu foi feito


de efluentes, situada na
mento
vertical das ãguas, visando
um perfil detalhado da estrutura

jatos submersos e do estabele


do comportamento dos
a anãlise
f i gur as VI . 1 , VI . 2 e VI . 3 ,
c i me n t o d o s c a mp o s de e s g o to s . A s

típicos das aguas no ponto cog~


mostram os perfis verticais

Foi observado que de uma


para o lançamento dos efluentes.
tado
isohalina e lSO
maneira geral a coluna d'ãgua é isotérmica,

.... .
p1cn1ca.
efetuadas durante este tra
Outras observações foram

b a 1 ho, nas -areas do Porto do Mucurip e, Barra do Rio Cearã,

( figuras VI.4 VI.5


do Rio Coco e Praia do Futuro
Barra

VI.6 )

- Temperatura das aguas


VI.3.1
76

TEMPERATURA_ T ( Cº)
TEMPERATURA-T (Cº) SALINIDADE - S (%o)
26 2:l 24 SALINIDADE - S (%o)
26 25 24 37 38
3:l 36 , 3

o ,. \
,." °'·11
1
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DATA : 10-09-7:l
DENSIDADE- O't (Ko/m 3 )
VENTO: SE- 8.9 ,n/1
MARÉ : S-V
E.O. 6 - - - --15".30
DATA: 11-09-7:l - · - · 11 : 30

MARÉ: O ------ 9:30

TEMPERATURA-T(C 0 J
TEMPERATURA- T(Cºl
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23
DENSIDADE- C1t (Kg; ,rr')
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E . O. 6 ·- · -·- · 08 : 1!\ DATA : 14 - 09-7!\ 12: 30


DATA : 12-09-7!5 10 : 0!5
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MARE' : Q li : I!\

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DENSIDADE- C/t (Ko /m J

.6 E.O. 6

1: 18- 11- 75 HORA: 08 : 15h DATA : 19-11-75 11: 55

ro : SSE 7, 2 .,19 MARE : S 15: 55

IV. 2

TEMPERATURA-T ( Cº)
28 27 26 SALINIDADE- S (0/oo)
4 36 37 38

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E. O . 6
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DATA : 07- 01- 76
·- - - ·- - - 12 : 30

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VI.4 VI. S VI. G

Fi g ura VI.4 - P r a ia s do litoral leste P e ríodo - Maio de 79 a /\ g osto de 80 .


Fi ~ ura VI.5 - Ens e ad a do Mucuripe ( S alinidade x Temperatura
Fi g ura VI.6 - • a rra do Rio Cear~

rx,
C1
81

A temperatura ao largo da coluna d'água cresce com

o aquecimento diurno, podendo na superfície sofrer elevação

até 1ºc da manhã atê ã tarde.

No período de verao nas horas de maior insolação a

coluna experimenta pequena estratificação linear crescendo

d e 1 ºe desde o fundo até a superfície. Em setembro a temp~

ratura da agua variou de 25 a 26°c desde o fundo até a su


. o
perfície; em novembro a temperatura variou de 26 a 27 C ao

longo da coluna vertical; em janeiro registraram-se t emper~

turas de 26 a 28°c .

VI.3.2 - Salinidade

No período de verao nao hã estratificação halina.

Em setembro a salinidade nos pontos do emissário variou de

35 a 36°/oo Em novembro foram registradas salinidades ao

longo da coluna vertical da ordem de 37°/oo e em

foram encontrados valores entre 37 e 38°/oo estes Últimos

valores sao muito elevados o que conduz a suspeitar-se de

erro sistemático nos salinÔmetros utilizados pela CAGEC E/

/CETESB

Durante os períodos de observação nota-se que as

aguas litorâneas compreendidas entre o Porto do Mucuripe e a

foz do Rio Ceara não receberam contribuição de agua doe e

capaz de alterar de forma significativa a estrutura halina

das âguas. Os rios da vertente marítima que desembocam ã le~

te desta ârea teriam suas -


aguas transportadas pela corrente

WNW prevalecente na area.


-82

VI.3.3 - Densidade

3
As densidades variam de 23,5 a 24,0 kg/m em setem
3 3
bro; de 24,0 a 24,5 kg/m em novembro e de 24,0 a 25,0 kg/m

em janeiro; estes Últimos Índices mostram-se muito elevados

devendo-se atribui-los a descalibragem do salinômetro

( Occhipinti, 1975)

VI.3.4 - Variação sazonal na estrutura vertical

A figura VI. 7 mostra um gráfico obtido por Occhipinti,

onde apresenta uma apreciável elevação de setembro a novem

novembro
.
a Janeiro
. nos
-
va~~
bro e uma elevação mais suave de

tes de temperatura, salinidade e densidade. Os altos valores

obtidos durante as Últimas campanhas parecem estar relacion~

dos com a descalibragem do sensor do termo-salinômetro usa

do durante a campanha. Mas no seu relatõrio Occhipinti dei

xou patente pelas características da estrutura vertical das

águas que os jatos submersos de efluentes descarregados p~

los difusores serão boiantes e deverão emergir na superfície

do mar em todas as estaçoes do ano.

VI.4 - Correntes

As correntes marítimas diante do Porto de Mucuripe

resultam da superposição de uma corrente geral, dirigida de

leste para oeste, e das correntes de marés.

A corrente resultante é orientada permanentemente


83

T(°C)

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SET/75 NOV/75 JAN/76

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SET/75 NOV/75 JAN/76

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23
SET/75 NOV /75 JAN/76

Fi,u r n " :::. 7 Varia r ~• sa z ona l na est rut ur a ve rt i cal das -


apuas
li t o r~n e as de Fo rt alez a
84

para oeste, seguindo sensivelmente a costa, sua velocidade

mantendo-se praticamente sempre inferior a 1 no.

Segundo levantamento feito pela PLANIDRO na area de

estudos, existe uma corrente permanente na direção geral NW,

auxiliada pelo vento dominante de 080° e sofrendo alterações

na sua velocidade, devido aos efeitos da mare. -


Devido às particularidades da circulação costeira

local em que existe por fora do molhe do Porto do Mucuripe

uma corrente de direção permanente, afastando-se da costa em

rumo aproxima. d o d e 300° .


ver d a d eiros, a CAGECE, procurou loca

lizar um ponto para o e missário submarino, em que a distân

eia necessaria
- . da costa, os efluentes seguissem sempre uma

trajetória divergente da costa sob quaisquer condições de

ventos, vagas ou mares.-

VI.4.1 - Trajetória das correntes superficiais

Como resultado das campanhas de acompanhamento de

manchas de traçadores corantes, foram determinadas algumas

trajetórias das correntes ( figura VI.8) Evitou-se o meto

do dos derivadores o mais possível, pois em areas onde prev~

lece a brisa do mar, como Fortaleza, e a influência quase

permanente dos aliseos, as observações de correntes com cor

pos de deriva são muito influenciadas pelos ventos e porta~

to sendo considerados não representativos, especialmente p~

ra efeito de projeto de .
emissario
- . submarino.

Na figura VI.8 observa-se que as trajetórias de

corrente superficial orientam-se paralelamente a costa, diri


85

Figura VI,8-Trajetória e velocidade


das correntes nas praias
a oeste da cidade,

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Fi g ura VI,8-Trajetória das corren


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,., t e s n a s p r a i a s a oes
te da cidade.
o continuação

~
o

~~·-
~·~
87

gindo-se para W a WNW com velocidade média de 27 cm/s

Em novembro de 1975 ( 0cchippinti, 1975 ) a corren

te permaneceu inicialmente paralela a costa, para depois di

vergir mar a fora, variando de WNW a NW com velocidade me -


dia de 22 cm/s Em Janeiro de 1976 a corrente

mente permaneceu paralela a costa, passando a divergir da

passando do rumo W a WNW com velocidade média de


mesma,

41 cm/s Em fevereiro de 1978 19 7 9 e 19 80 esta corrente

foi observada pelo autor no rumo WNW com velocidades respe~

tivas de 33 m/s , 38 m/s e 43 m/s

As figuras de n9s. IX.9 a IX.13 no capítulo IX

deste trabalho expoem o comportamento destas correntes no

de 1946 a 1949 , a s sociado à evolução dos fundos. A


período

c o rrente geral passa ao largo dirigindo-se para noroeste. Na

figura IX.9 hã penetração desta corrente na bacia, ajudada

pelo movimento de difração, além do movimento turbilhonar na

cabeça do molhe. Isto apressava a sedimentação incipiente na

parte interna do molhe. A figura IX.10 mostra a mesma t en

dência das correntes procurando penetrar na bacia do por to.

Em 1948 , figura IX.11 , jã hã bastante sedimentação ao lado

do molhe e as correntes atacam quase paralelas ao molhe dis

os sedimentos ao lon g o dele. As fi g uras IX.12 e


tribuindo

l X.13 , r e pr e sentam o comportamento das correntes para o ano

de 1949 continuando com a mesma influência na redistribui

ção dos sedimentos na bacia do porto. Esta situação sõ veio

melhorar quando se construiu na década de 60 o mo 1 h e d e re

tenção na praia do Futuro.

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