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Catarina Nelson Estevão

Estela Raimundo

Gloria João Nipuecha

Periodização Literária

(Licenciatura em Ensino de Português)

Universidade Rovuma
Lichinga
2021
Catarina Nelson Estevão

Estela Raimundo
Gloria João Nipuecha

Periodização Literária

(Licenciatura em Ensino de Português)

Trabalho de Pesquisa de Carácter Avaliativo do 1º Ano


do Curso de Licenciatura em Ensino de Português, a ser
Apresentado no Departamento de Letras e Ciências
Sociais na Disciplina de Estudos Literários I, Sob
Orientação de Msc: Eusébio Félix.

Universidade Rovuma
Lichinga

2021
Índice

1. Introdução............................................................................................................................4

1.1. Objectivo......................................................................................................................4

1.1.1 Objectivo geral.......................................................................................................4

1.1.2. Objectivos específicos...........................................................................................4

1.3. Metodologias....................................................................................................................4

2. Periodização Literária.........................................................................................................5

2.1. Problemas epistemológicos......................................................................................5

2.2. Definição de Período Literário.................................................................................5

2.2.1. Evolução histórica da periodização.......................................................................6

2.2.2. Dinâmica os Períodos Literários...........................................................................6

2.3. Modelo da periodização literária......................................................................................7

2.3.1. Modelo Circular....................................................................................................7

2.3.2. Modelo Espiral......................................................................................................7

2.3.3. Elementos Configuradores............................................................................................7

2.3.4. Modelos de Sucessão de Períodos Literários................................................................8

2.3.5. Classificação..................................................................................................................8

3. Modernismo no geral..........................................................................................................8

3.1. Origem do modernismo e contexto histórico...........................................................9

3.1.1. Características Temáticas..............................................................................................9

3.2. A Diferença do Movimento Literários e Geração Literária...........................................10

4. Conclusão..........................................................................................................................11

5. Referências Bibliográficas................................................................................................12
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1. Introdução

O presente trabalho versa sobre estudos literários, Periodização histórica da literatura,


modelos da periodização circular e espiral, conceitos e diferenças entre períodos literários,
movimentos literários, geração literária, elementos configuradores da evolução literária e
exemplos dos elementos configuradores da literatura.

1.1. Objectivo

1.1.1 Objectivo geral

 Analisar os aspectos referentes a periodização da literatura.

1.1.2. Objectivos específicos

 Identificar os períodos históricos da literatura;


 Diferenciar os períodos históricos da literatura;
 Caracterizar os movimentos literários.

1.3. Metodologias

Para elaboração deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na consulta
de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição de
informações recolhidas nas diferentes obras onde cada autor está devidamente referenciado no
final do trabalho. Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se
do levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto
que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo.
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2. Periodização Literária

2.1. Problemas epistemológicos

A literatura como parte da cultura e história das sociedades humanas não está isenta de
mudanças em virtude da dinâmica, em vários âmbitos, que caracteriza a sociedade humana.

É neste contexto que se afigura pertinente construir uma periodização literária.

A periodização literária deve ser entendida como elaboração de modelos de


inteligibilidade do processo literário (processo de produção e recepção de textos
literários), pois a racionalidade científica não se compadece com a criação de
modelos estáticos e absolutos, dai que existe correspondência entre as propriedades
cognitivas das suas teorias e fenómenos (físicos, biológicos, histórico-cultural,
literário, etc.), (KAYSER, 1976).

Alguns estudiosos das ciências literárias rejeitam a pertinência da periodização literária. Com
efeito, Croce apresenta uma rejeição à periodização alicerçada no princípio de que cada texto
é uma criação absoluta sem continuidade.

Por outro lado, estudiosos como Zeitgeist desenvolvem concepções metafísicas dos períodos
literários que nem de longe tangem as exigências da racionalidade científica.

2.2. Definição de Período Literário

Segundo Wellek apud Silva (1983: 414)

Período literário é “uma secção de tempo dominada por um sistema de normas,


convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão, diversificação, integração e
desaparecimento podem ser seguidos por nós.” Impõe-se ressaltar que os períodos
literários e os estilos de época representam convenções teóricas elaboradas a partir
da observação de fenómenos literários, artísticos e culturais.

Na definição de Wellek o período é uma convergência sistémica de elementos e não de um


único ou de uma serie de elementos dispersos.

Ex. O romantismo é caracterizado pelos seguintes traços: hipertrofia do eu, imaginação


criadora, pessimismo, sentimentalismo doentio, etc. E não por um único traço.
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2.2.1. Evolução histórica da periodização

Periodização literária, “acto de periodizar”, ou seja dividir em períodos a literatura. É assim


que o dicionário define e foi desta forma que no Egipto e na Grécia antiga se realizava uma
preparação, primeiramente para as batalhas e posteriormente com o surgimento dos Jogos
Olímpicos, foi utilizada esta mesma periodização de forma a melhorar a performance dos
atletas, tal como foi citado por Braz (2006), citando Dantas (2003),  “De início utilizado
apenas para fins militares e depois passou a ser utilizada com o objectivo de aumentar a
performance na prática desportiva.”

2.2.2. Dinâmica os Períodos Literários

Os períodos literários não podem ser vistos como unidades estáticas e absolutas, dado que são
dinâmicos. Assim, o conceito de período literário não pode ser visto como mera visão
cronológica.

Os períodos literários não se sucedem de modo rígido e abrupto como se fossem entidades
discretas, mas sucedem-se através de imbricações e de interpenetração, que se substanciam
pela presença de traços de um período literário num outro.

Um código literário não se desaparece num ano ou num determinado mês, como também não
se constitui de repente sem memória.

A memória representa a prevalência do passado e a condição da possibilidade de inovar sem


ruptura de comunicação. Portanto, a memória permite a comunicação entre os períodos
literários.

Na periodização, o uso de datas não deve ser visto de modo rigoroso, mas sim como
forma de estabelecer balizas para indicar um momento particularmente relevante na
desagregação de um período e na formação de outro. Na periodização literária não
existe datação precisa, ou seja, um período literário não tem datas precisas . (Dantas
2003).

A noção de século é importante na história da literatura. O século é uma unidade cronológica


em que se verifica a predominância de uma corrente literária representativa. Ao longo de um
século pode haver mais de uma corrente literária, mas há uma que se impõe, que predomina.
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2.3. Modelo da periodização literária

 2.3.1. Modelo Circular

Segundo Petrarca apud Silva (1983: 407), a história é: “um processo cíclico no qual
reaparecem alternadamente, reiterando-se, períodos de abatimentos e decadências e
períodos de esplendor.” A roda do tempo possibilita a queda e a ascensão a corrupção e a
regeneração.
Nesta perspectiva a cultura é concebida como estática.

 Critica

O modelo circular da sucessão e do desenvolvimento dos períodos literários subordinado ao


binarismo de um pensamento contraditório, é reducionista anti a diversidade semântico-
pragmática, técnico-formal dos textos e a variabilidade diacrónica (ao longo do tempo) dos
códigos do sistema literário e das respectivas metalinguagens, de tal modo destituídas de
capacidade explicativa dos processos do sistema semiótico literário.

2.3.2. Modelo Espiral

O modelo espiral baseado no símbolo do movimento giratório ascendente de um ponto em


torno de um eixo rígido.
O modelo espiral possibilita descrever e explicar “repetições parciais” e “diferenças parciais”,
proporcionando uma compreensão dialéctica da semiose literária como processo de
conservação, de eliminação, de modificação qualitativa dos signos e códigos literários.

 Critica

Implica a existência de um “progresso” com ma finalidade orientada, facto que não satisfaz as
exigências epistemológicas da investigação cientifica.

2.3.3. Elementos Configuradores

O estudo sistemático da Literatura deu seus primeiros passos apenas no século XIX quando a
“ideia literatura” alcançou sua concretude no meio científico.

Os historiadores da literatura utilizavam-se da “média evolutiva da tradição” para definir o


posto de cada obra em períodos pré-definidos. Esta crítica diacrónica preocupava-se apenas
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em reconhecer características clássicas e excluía tudo o que não correspondesse às normas em


vigor.

Neste ponto, o historicismo e o psicologismo são os instrumentos de que se valem estes


pseudo críticos. A compreensão da literatura estava na investigação dos fenómenos que
ocorrem na psique do autor e nos factores externos (sociais e históricos) que pudessem
influenciar o momento da composição da obra.

2.3.4. Modelos de Sucessão de Períodos Literários

Cada período literário apresentava a sociedade da época focando suas tradições, linguagem e
conceitos.

Eles correspondem as etapas da história, onde valores estéticos e ideológicos derivam da


concepção de obras próximas do estilo e na visão do mundo.

Estudar os períodos literários auxilia na compreensão e acompanhamento sobre as


transformações que ocorriam na sociedade.

Os Períodos Literários são:

1.Arcadismo 2.Barroco 3.Humanismo 4.Maneirismo


5.Modernismo 6.Naturalismo 7.Parnasianismo 8.Quinhentismo
9.Realismo 10.Renascimento 11.Romantismo 12.Simbolismo
13.Trovadorismo

2.3.5. Classificação

A periodização é classificada em três qualificações:

Primeiro, as características que diferenciam os períodos são sempre relativas:  obras


escritas em um período de tempo muitas vezes exibem continuidades com obras de outros
períodos, bem como diferenças entre si.

Em segundo lugar, o início, a floração, e no final de cada período literária pode ser definida,
mas não pode ser fixada com precisão, além disso, as datas de terminais tais pode variar de
um país para outro. Em terceiro lugar, nenhum trabalho individual pode sempre incorporar
tudo o que está associado com um dado período.
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3. Modernismo no geral

O modernismo foi uma tendência artístico-cultural ocorrida na primeira metade do século XX.

Se manifestou em diversos campos das artes, como a pintura, escultura, arquitectura,


literatura, dança e música.

No Brasil, a linguagem de maior destaque dentro do movimento modernista foi a literária e,


assim como as demais, tinha como objectivo questionar e romper com tradições passadas.

3.1. Origem do modernismo e contexto histórico

O movimento moderno se iniciou na primeira década do século XX, a princípio na Europa,


chegando posteriormente ao Brasil por volta dos anos 20.

Impulsionados por um contexto histórico bastante conturbado, no qual grandes


transformações estavam em curso, os artistas e intelectuais modernos passaram a repensar a
maneira de produzir arte e literatura, objectivando cada vez mais um pensamento crítico.

Assim, a história do modernismo acontece em um cenário de conquistas tecnológicas,


progresso da indústria, aprofundamento do sistema capitalista e das desigualdades, bem como
grandes eventos como a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e o surgimento de
regimes totalitários.

Podemos dizer que a corrente modernista perdurou até os anos 50, após a Segunda Guerra
Mundial.

3.1.1. Características Temáticas

As características que podemos notar no modernismo de maneira geral estão relacionadas à


ruptura com os modelos artísticos-literários vigentes e a busca por inovação.

Dessa forma, os modernistas passam a produzir obras transgressoras e com maior liberdade
criativa, sem seguir necessariamente métricas e padrões.

Tanto na literatura como nas demais vertentes artísticas, podemos elencar como
particularidades das obras modernistas:

 Recusa aos moldes académicos;


 Liberdade criativa e de expressão;
 Valorização da experimentação;
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 Busca pela aproximação da linguagem popular;


 Espontaneidade e irreverência;
 Quebra de formalismos;
 Ironia e espírito cómico.

3.2. A Diferença do Movimento Literários e Geração Literária

 Geração Literária

É um grupo de escritores contemporâneos e coetâneos de ideias aproximadas que comungam


dos mesmos ideais, respondem aos mesmos desafios históricos, partilham a mesma estética,
defrontando-se com os mesmos problemas colectivos, compartilhando uma concepção de
homem semelhante, da sociedade e do universo e advogando normas e convenções estético-
literárias afins, assume um lugar de relevo numa literatura nacional ou menos na mesma data.

 Movimento Literário

É uma associação dos membros de uma geração em trono de um programa estético literário,
fundamentando e defendendo a sua teoria e realizando-a na prática, tendo consciência do seu
papel de inovadores.

 
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4. Conclusão

Findado o presente trabalho o grupo percebe que oconceito de período literário, tal como o
entendemos, implica ainda outra consequência muito importante: os períodos não se sucedem
de modo rígido e linear, como se fossem entidades discretas, blocos monolíticos justapostos,
mas sucedem-se através de zonas difusas de imbricação e de interpenetração.

O processo de formação e desenvolvimento de um período literário é vagaroso e complexo,


subsistindo em cada período novo, em grau variável, elementos do período anterior. No
romantismo persistem elementos neoclássicos, como persistem no realismo elementos
românticos. A utilização de datas precisas para assinalar o fim de um período e o início de
outro, como se tratasse de marcos a separar dois terrenos contíguos, não possui valor crítico,
apenas lhe podendo ser atribuída uma simples função de balizagem, como que a indicar um
momento particularmente representativo na aparição de um período.
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5. Referências Bibliográficas

AIDAR, Laura. Arte-educadora e artista visual. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/o-modernismo/. Consultado aos 30 de Julho às 18h:43’.

BRAZ e DANTAS.  Periodização Literária, 2003

KAYSER, Wolfgang. Análise e interpretação da Obra Literária. Coimbra, Aménio Amado,


6ª Ed., 1976

MARCONI, Mariana de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia


Científica, 6ª edição. São Paulo, Editora Atlas S.A, 2009

SILVA, V. M. de Aguiar e. Teoria de Literatura. Coimbra, Almedina, 8ª Edição, 1990

WELLEK, René e WARREN, Austin. Teoria da Literatura. Publicações Europa-América, 4a


edição (S.d.

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