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VOL. 3
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M T 11
A MATEMÁTICA A
11.º ANO
CRISTINA VIEGAS
SÉRGIO VALENTE

Novo MANUAL CERTIFICADO


DE SIMULADOR Programa
DE TESTES Metas FACULDADE DE CIÊNCIAS MANUAL DO
Curriculares UNIVERSIDADE DO PORTO PROFESSOR
Índice vol. 3

4
Tema

Funções Reais de Variável Real

1. Limites segundo Heine de funções reais 2. Derivadas de funções reais de variável real
de variável real 8 e aplicações 107
Ponto aderente a um subconjunto de R 8 Noção de derivada 107
Extensão do conceito de limite a limites infinitos Introdução à cinemática do ponto 116
(+∞ e -∞) 18 Função derivada 118
Limites laterais 19 5 + 5 | Teste 5 122
Limites no infinito 22 Regras de derivação 124
5 + 5 | Teste 1 26 5 + 5 | Teste 6 138
Operações com limites 28 Aplicações da noção de derivada ao estudo
Indeterminações 37 de funções 140
Caça aos erros! 47 Resolução de problemas 146
5 + 5 | Teste 2 48 Caça aos erros! 149
Continuidade de uma função num ponto 50 5 + 5 | Teste 7 150
Assíntotas ao gráfico de uma função 56 Síntese 152
Resolução de problemas 68 Exercícios propostos 154
5 + 5 | Teste 3 70
+Exercícios propostos 161
Generalidades sobre funções racionais 72
Resolução de problemas 84
5 + 5 | Teste 4 90
Síntese 92
Exercícios propostos 96
No início encontras:

5
Tema

Índice remissivo 4

Estatística

1. Reta de mínimos quadrados, amostras


No final encontras:
bivariadas e coeficiente de correlação 174 Ajuda 197
Relação funcional e relação estatística. Regressão 174
Variável explicativa e variável resposta 174 Calculadoras gráficas
Amostra de dados bivariados 175 Casio fx-CG 20 200
Texas Instruments TI-84 Plus C SE /
Reta de mínimos quadrados 176
/ CE-T 203
Coeficiente de correlação linear 184 Texas Instruments TI-Nspire CX 206
5 + 5 | Teste 8 190
Respostas
Síntese 192 Exercícios propostos 210
Exercícios propostos 194
Resoluções
Testes | 5 + 5 224

No volume 1 encontras:

1 Trigonometria
Tema

e Funções
Trigonométricas

2
Tema

Geometria
Analítica

No volume 2 encontras:

3
Tema

Sucessões
Índice Remissivo
Função diferenciável no domínio 112
A Função diferenciável num ponto 112
Aderência de um subconjunto de R 8
Função posição 116
Amostra de dados bivariados 175
Função real de variável real 11
Assíntota horizontal 62
Funções racionais 34
Assíntota não vertical 60
k
Assíntota oblíqua 60 Funções racionais definidas por y = b + x - c 73

Assíntota vertical 57
Associação linear 187 H
Heine, Eduard 12

C Hipérbole 73
Centro de gravidade 179
Cinemática do ponto 116 I
Coeficiente de correlação linear 184 Indeterminações do tipo ∞ - ∞ 37

Indeterminações do tipo 39

D Indeterminações do tipo
0
0
41
Definição de limite segundo Heine 13
Inequações envolvendo frações racionais 80
Derivada de uma função num ponto 112
Instante 116
Desvio vertical de um ponto em relação a uma reta 177
Dimensão da amostra bivariada 175
Domínio de uma função racional 35 L
Limite da função composta (mudança de variável) 45
30
E Limite da potência e da raiz
Limite da soma 29
Equações envolvendo frações racionais 79
Extremos relativos 140 Limite do produto 30
Limite do quociente 31
18
F Limites infinitos
Limites laterais 20
Fermat, Pierre de 107
Frações racionais 34 Limites no infinito 22
Função contínua 50
Função derivada 118 M
Função descontínua 50 Monotonia 140

4
N T
Nuvem de pontos 176 Taxa instantânea de variação 112
Taxa média de variação 109

P Teorema de Lagrange 143


Ponto aderente a um subconjunto de R 8
Ponto anguloso 124 V
Variação de sinal de uma função racional 72

R Variável resposta
Variável explicativa
174
174
Regras de derivação 124
Relação estatística 174 Velocidade instantânea 116
Relação funcional 174 Velocidade média 116
Restrição de uma função 19
Reta de mínimos quadrados 176
Reta tangente ao gráfico de uma função num ponto 113

5
4
Tema

Funções Reais
de Variável Real
Este tema está organizado em:

1. Extensão
Limites segundo Heine de funções
da trigonometria a reais
ângulos
de variávelretos e obtusos e
real
resolução de triângulos
5 + 5 | Teste 1
5 + 5 | Teste 1
Caça aos Erros!
Síntese
5 + 5 | Teste 2
Exercícios Propostos
5 + 5 | Teste 3
2. ???
5 + 5 | Teste 4
+ 5 | Teste 2
5Síntese
Síntese
Exercícios Propostos
Exercícios Propostos
2. Derivadas de funções reais de variável real
e aplicações
+Exercícios Propostos
5 + 5 | Teste 5
5 + 5 | Teste 6
Caça aos Erros!
5 + 5 | Teste 7
Síntese
Exercícios Propostos

+Exercícios Propostos
1. Limites segundo Heine de
funções reais de variável real
Depois de nos dedicarmos ao estudo de funcões de domínio N e conjunto de
Resolução chegada R , a que chamámos sucessões reais, é agora altura de voltarmos a
Exercícios de «Limites abordar uma classe de funções cujo estudo sistemático se iniciou no 10.º ano:
segundo Heine de
funções reais de a classe das funções reais de variável real. Comecemos por introduzir o conceito
variável real» de ponto aderente.

Ponto aderente a um subconjunto de R

SERÁ QUE…? Pontos aderentes a um conjunto

Seja A = ]0, 1] .
Define, pelo termo geral, sucessões de termos pertencentes a A com limite
igual a:
1
a)
2
b) 1

c) 0

Será que existe alguma sucessão de termos pertencentes a A que tenha limite 2?
E que tenha limite - 0,001 ou 1,000005?

NOTA A resposta a qualquer uma das questões anteriores deve ter sido «Não».
Prova-se que a é ponto aderente 1
a A se e só se em qualquer vizi- Dizemos que , 1 e 0 são pontos aderentes a A e que 2, - 0,001 e 1,000005
2
nhança de a existir pelo menos um não são pontos aderentes a A , de acordo com a seguinte definição.
elemento de A .

Seja A um subconjunto de R e seja a å R . Diz-se que a é ponto aderente


NOTA a A se existir uma sucessão de elementos de A convergente para a .
Na década de 70 do século XIX foi re-
conhecido que o conjunto dos núme- Vamos designar por aderência de A o conjunto dos pontos aderentes a A .
ros reais se podia identificar com
uma reta: a reta real. Esta identifica-
ção significa, em particular, que, dado
um número real, existe na reta um Decorre imediatamente da definição que qualquer elemento de A é ponto ade-
ponto e um só que lhe corresponde e, rente a A . Com efeito, dado a å A , a sucessão constante com valor a converge
dado um ponto na reta, existe um e para a e, como é óbvio, todos os seus termos pertencem a A .
um só número real que o representa.
Deste modo, a linguagem numérica e Quanto aos pontos que não pertencem a A , poderá dar-se o caso de serem ou
a linguagem geométrica, número e não pontos aderentes a A .
ponto, são frequentemente utilizadas
com propósito idêntico. Vejamos na página seguinte alguns exemplos.

8 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


EXEMPLOS

1. Seja A = ]2, 7] . A = ]2, 7]

Todos os números reais maiores do que 2 e menores ou iguais a 7 são ade- 2 7


rentes a A uma vez que lhe pertencem. Aderência de A = [2, 7]

O número 2, que não pertence a A , será aderente a A se existir uma 2 7


sucessão de elementos de A que tenha limite 2.
1
Ora, a sucessão (un) definida por un = 2 + n tende para 2 e todos os seus
termos pertencem a A , portanto, 2 é aderente a A .

Será que existem outros pontos que não pertencem a A mas que são ade-
rentes a A ? Não!

Consideremos, por exemplo, o número 7,1. Será que é aderente a A ?


Facilmente se reconhece que, no intervalo ]7,09; 7,11[ , ou seja, na vizi-
nhança de raio 0,01 de 7,1, não existe qualquer elemento de A . Logo,
não é possível definir uma sucessão de elementos de A com limite igual
a 7,1 e, portanto, 7,1 não é aderente a A .

Um raciocínio análogo, permite concluir que, qualquer outro número real


que não pertença a A e seja diferente de 2, não é ponto aderente a A .

A aderência de A é [2, 7] .

2. Seja B = {1, 2, 3} . B = {1, 2, 3}

O conjunto dos pontos aderentes a B é {1, 2, 3} , ou seja, a aderência 1 2 3


de B é o próprio conjunto B . Aderência de B = {1, 2, 3}

Repara que, por exemplo, em qualquer vizinhança de 2,5 com raio infe- 1 2 3
rior a 0,5 não existem elementos de B . Portanto, não é possível definir
uma sucessão de elementos de B a tender para 2,5, o que significa que 2,5
não é aderente a B . Um raciocínio análogo, permite concluir que qual-
quer número real que não pertença a B , não é aderente a B . 1 Determina o conjunto dos
pontos aderentes a A , sendo:
a) A = ]- 2, 5[
3. Seja C = ]2, 7] ∂ {8, 9} . b) A = {0, 2} ∂ [3, + ∞[

A aderência de C é [2, 7] ∂ {8, 9} .

4. Seja D = [0, 1[ ∂ ]1, 5] ∂ ]7, 9] . D = [0, 1[ 傼 ]1, 5] 傼 ]7, 9]

1 0 1 5 7 9
A sucessão (un) definida por un = 1 - n tende para 1 e a sucessão (vn)
1 Aderência de D = [0, 5] 傼 [7, 9]
definida por vn = 7 + n tende para 7 e todos os termos de qualquer destas
duas sucessões pertencem a D ; o conjunto dos pontos aderentes a D é 0 5 7 9

[0, 5] ∂ [7, 9] .

continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 9


continuação

2 Seja A = ]- 2, 0[ ∂ ]1, 2[ .
Considera as afirmações:
5. A aderência de R \ {0} é R .
I. 0,1 não é aderente a A .
II. 1 é aderente a A .
6. Seja E = e n : n å Nf . O conjunto E é o conjunto de todos os termos da
1
Mostra que são ambas verda-
deiras. 1
sucessão (un) definida por un = n . Trata-se de um conjunto com um
número infinito de elementos, mas que não é um intervalo: E 0 ]0, 1] .

No gráfico seguinte, sugere-se uma representação gráfica do conjunto E .

0 1 –
– 1 1
– 1
4 3 2

Já sabes que todos os elementos de E são aderentes a E .


1
Dado que a sucessão de termo geral n tende para 0 e todos os seus ter-
mos pertencem a E , concluímos que 0, muito embora não pertença a E ,
3 Determina o conjunto dos também é aderente a E .
pontos aderentes ao conjunto:
a) R
Mais nenhum ponto é aderente a E . Justifiquemos esta afirmação.

b) R \ [1, 6[ De facto, seja b não pertencente a E e diferente de 0.


c) N
r Se b > 1 , designando por d a distância de b a 1, na vizinhança de
d) A = e : n å Nf
3n + 5
n+2 centro b e raio d não existe qualquer ponto de E .

e) B = e (- 1)
n : n å Nf
n 2n + 1

0 1 b
f) C = e : n å Nf
5 - n2
n+2

r Se b < 0 , designando por d a distância de b a 0, na vizinhança de


centro b e raio d não existe qualquer ponto de E .

b0 1

r Se 0 < b < 1 , existem dois termos consecutivos da sucessão de termo


1 1 1 1 1
geral n , digamos, e , tais que < b < . Designando por
p p+1 p+1 p
d a menor das distâncias de b a estes dois termos, na vizinhança de
centro b e raio d não há nenhum ponto de E .

–1 1

p+1 p

Portanto, a aderência de E é E ∂ {0} .

10 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


SERÁ QUE…? Funções de variável real e sucessões

Sejam f e g as funções de domínio R e conjunto de chegada R definidas, NOTA


respetivamente, por: Recorda que uma função real de
x + 2 se x < 2 variável real é uma função em que
f (x) = 2x - 1 e g (x) = e tanto o conjunto de chegada como o
x - 1 se x ≥ 2 domínio são subconjuntos de R .
No que se segue, e quando nada for
1. Representa graficamente as funções f e g , cada uma em seu referencial, dito em contrário, vamos considerar

e assinala, no gráfico da função f , o ponto de coordenadas 12, f (2)2 e, no


que o conjunto de chegada é R .

gráfico da função g , o ponto de coordenadas 12, g (2)2 .


Vamos também considerar que uma
expressão analítica numa variável
define a função que tem como domí-
nio o subconjunto de todos os valores
1
2. Considera agora a sucessão (un) definida por un = 2 + n . Esta sucessão reais para os quais essa expressão
faz sentido.
converge para 2. Calcula alguns termos da sucessão e as respetivas imagens
pela função f *. NOTA
* Sugerimos, por exemplo, que com-
Assinala, no referencial em que representaste o gráfico da função f , os
pontos de coordenadas 1u1, f (u1)2 , 1u2, f (u2)2 , …, 1u5, f (u5)2 , …
pletes, no teu caderno, a tabela se-
guinte.

Repete estes procedimentos, considerando as sucessões (vn) e (wn) defi- n un f (un)


n
1 (- 1) 1
nidas, respetivamente, por vn = 2 - n e wn = 2 + n , também conver-
gentes para 2. 2
Obtém o termo geral de cada uma das sucessões 1f (un)2 , 1f (vn)2 e 1f (wn)2 3
e determina, caso exista, o limite de cada uma delas. 4
5
3. Ainda relativamente às sucessões dadas em 2., repete o que fizeste, consi- 10
derando agora a função g e o seu gráfico. 25
Obtém o termo geral de cada uma das sucessões 1g (un)2 , 1g (vn)2 e 1g (wn)2 50
e determina, caso exista, o limite de cada uma delas.

4. Será que consegues definir o termo geral de uma sucessão (xn) convergen-
te para 2 e tal que a sucessão 1f (xn)2 não tenda para 3?

E será que és capaz de explicar por que razão as sucessões 1g (un)2 e 1g (vn)2
têm limites diferentes apesar de as sucessões (un) e (vn) tenderem ambas
para 2?

No caso da função f , dada uma qualquer sucessão que tenda para 2, a corres- y
pondente sucessão das imagens tende para 3. O mesmo não acontece, como
viste, em relação à função g .
3
No referencial da figura na margem, está representada a função f . Estão tam-
bém assinalados:
Q
r o ponto A , no eixo Ox , com abcissa 2;
r um ponto P , no eixo Ox , com abcissa x ; P A
O x 2 x
r um ponto Q , no gráfico de f , com abcissa igual à do ponto P .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 11


NOTA Suponhamos que o ponto P se desloca no eixo Ox , aproximando-se cada vez mais
As questões relacionadas com o do ponto A (pela esquerda ou pela direita, conforme se ilustra em cada um dos dois
conceito de limite foram abordadas
gráficos, abaixo) e que o ponto Q acompanha o deslocamento do ponto P .
desde a Antiguidade e conduziram a
resultados práticos corretos, embo-
ra só no século XVIII tenham sido re-
y y
solvidas de modo formal por Isaac
Newton e Gottfried Leibniz. De entre Q
os primeiros matemáticos que apre-
sentaram definições do conceito de
limite próximas das que se utilizam
na atualidade, podemos citar o por-
tuguês José Anastácio da Cunha e o
francês Augustin-Louis Cauchy. 3 3
Não devem também ser ignorados
nomes como Jean d’Alembert ou
Joseph Lagrange.
A definição de limite que vamos Q
apresentar não é a definição conhe-
cida por definição de Cauchy, mas P A A P
uma outra que recorre a limites de O x 2 x O 2 x x
sucessões e que, em homenagem ao
matemático alemão Eduard Heine
(1821-1881), é referida como defi-
nição de limite segundo Heine.

Vemos que, à medida que o ponto P se aproxima do ponto A , o ponto Q


aproxima-se do ponto de coordenadas (2, 3) .

Numa situação análoga, relativa à função g , no caso em que P se aproxima do


ponto A , vindo do lado esquerdo, o correspondente ponto Q aproxima-se do
ponto de coordenadas (2, 4) , mas se o ponto P se aproxima do ponto A ,
vindo do lado direito, o correspondente ponto Q aproxima-se do ponto de
Eduard Heine (1821-1881).
coordenadas (2, 1) .

y y

4 4

Q Q

1 1

P A A P
O x 2 x O 2 x x

Vamos dizer que:

r o limite de f(x) quando x tende para 2 é igual a 3;

r não existe limite de g(x) quando x tende para 2 .

12 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Dada uma função real de variável real f e um ponto a å R que seja ponto NOTA
Se lim f(x) = b e se (xn) é uma su-
aderente ao domínio, Df , de f , diz-se que b å R é limite de f (x) quando x x"a
cessão de elementos de Df tal que
tende para a quando, para toda a sucessão (xn) de elementos de Df , conver-
gente para a , a sucessão 1f (xn)2 tende para b .
xn " a , então f(xn) " b .
Mas, dada uma sucessão (xn) de
elementos de Df tal que xn " a e
f(xn) " b , não se pode concluir
Se existir limite de f(x) quando x tende para a esse limite é único e represen- que lim f(x) = b .
x"a
ta-se por lim f (x) .
x"a

Esta definição de limite é conhecida como definição de limite segundo Heine.

f 4 Seja f uma função de domí-


nio R e seja (xn) a sucessão
1
definida por xn = .
n+1
Sabe-se que lim f(x) = 2 .
b x"0
Qual é o valor de lim f(xn) ?
Justifica.

O x a x x
Simulador
Geogebra: Limite de
uma função segundo
Heine
lim f(x) = b
x"a

O facto de não poderem existir dois valores distintos, b e c , que sejam limite 5 Sejam (un) e (vn) as suces-
de f(x) quando x tende para a é fácil de explicar. sões de termos gerais, respetiva-
n+1 n-1
mente, n e n , e seja f
Com efeito, se limite de f(x) quando x tende para a pudesse tomar os valores uma função real de variável real
b e c , sendo b 0 c , então, dada uma sucessão (xn) de elementos de Df conver- com domínio R .
gente para a , 1f (xn)2 teria de convergir simultaneamente para b e para c , o que a) Sabe-se que lim f(un) = 0 e
contraria o teorema da unicidade do limite de uma sucessão. que lim f(vn) = 2 .
O que se pode concluir acerca
da existência de lim f(x) ?
x"1
Repara que: Justifica.

b) Sabe-se que lim f(un) = 2 e


r Para se considerar lim f(x) não é necessário que a pertença ao domínio de que lim f(vn) = 2 .
x"a
f , mas é necessário que a seja ponto aderente ao domínio de f . O que se pode concluir acerca
da existência de lim f(x) ?
x"1
Justifica.
r Se for possível definir duas sucessões de valores do domínio de f , que tendam
para a e tais que as respetivas sucessões das imagens por f tenham limites
diferentes, pode concluir-se que não existe um número real que seja lim f(x) .
x"a

r No caso de a pertencer ao domínio de f , se existir lim f(x) , o seu valor tem


x"a
de ser igual f(a) ; com efeito, a sucessão constante (xn) , de termos iguais a a ,
é convergente para a e a sucessão 1f (xn)2 também é constante e, tendo os
termos iguais a f(a) , converge para f(a) .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 13


6 Seja f uma função real de EXEMPLOS
variável real.
Indica (e justifica) se é possível
1. As funções f e g , representadas graficamente, têm domínio R \ {1} .
investigar a existência de
lim f(x) se o domínio de f for y
x"2 y
igual a: f g
a) R \ {2}
3
b) ]- ∞, 1[ 3 2

c) ]2, + ∞[
O 1 x O 1 x
d) [1, 3] \ {2}
e) {1, 2, 3}
f) {1, 3}
O ponto 1 não pertence ao domínio das funções f e g , mas é aderente ao
domínio de qualquer das funções. Portanto, podemos considerar sucessões
de elementos de R \ {1} , convergentes para 1.
No caso da função f , as respetivas suces-
y
sões das imagens convergem todas para 3, f
7 Seja f a função representa- conforme se ilustra no referencial ao lado,
da graficamente e definida por: f(un)
em que considerámos duas quaisquer su-
x2 se x ≤ 1
f(x) = e
3
3 - x se x > 1
cessões (un) (a vermelho) e (vn) (a ver- f(vn)
de), ambas convergentes para 1, e assina- O v 1 u x
y
lámos no gráfico de f , a vermelho e a n n

verde, alguns pontos cujas ordenadas são


f
termos das sucessões das imagens, por f ,
de (un) e de (vn) , respetivamente.

O x Ainda relativamente à função f , na figura y


ao lado, estão assinalados no gráfico al- f
guns pontos cujas ordenadas são termos
Sabe-se que lim f(un) = 2 . de 1f (wn)2 , sendo (wn) uma sucessão con- f(wn) 3

Qual dos seguintes pode ser o vergente para 1, tomando uma infinidade
termo geral da sucessão (un) ? de valores maiores do que 1 e tomando uma O 1 x
1 infinidade de valores menores do que 1. wn
Também neste caso, 1f (wn)2 converge
(A)
n
1
(B) 1 - para 3.
n
Nestes exemplos, 1f (un)2 , 1f (vn)2 e 1f (wn)2
2
(C) 1 +
n
1 convergem todas para 3. E o mesmo sucede
(D) 2 +
n com a sucessão das imagens por f de qual-
quer outra sucessão convergente para 1. y
g
Dizemos que lim f (x) = 3 . g(un)
x"1
3
Já no caso da função g , as sucessões
1g(un)2 e 1g(vn)2 têm limites diferentes, em-
2
g(vn)
NOTA bora as sucessões (un) e (vn) sejam ambas O v 1 u x
convergentes para 1. Com efeito, 1g(un)2
n n
Dada uma função f , de que a é

converge para 3 e 1g(vn)2 converge para 2.


ponto aderente ao domínio, para
«visualizarmos» a existência de li-
mite de f(x) quando x tende para a
Não existe, em R , limite de g(x) quando
devemos observar as ordenadas
dos pontos do gráfico com abcissas x tende para 1.
próximas de a .
continua

14 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

8 Sejam (un) e (vn) as suces-


x3 + 1 se x 0 1
2. Seja f a função, de domínio R , definida por f (x) = e
1
sões definidas por un = - n e
3 se x = 1 1
vn = 2 e seja f a função, de
n
y f domínio R \ {0} , definida por:
x + 1 se x < 0
f(x) = e
3 - x se x > 0
3
a) Calcula lim un e lim vn .
b) Escreve o termo geral e deter-
2 mina o limite das sucessões
1f (un)2 e 1f (vn)2 . O que podes
concluir acerca da existência
de lim f(x) ?
x"0
c) Representa graficamente a
O 1 x função f e interpreta a con-
clusão da alínea b).

1
Se considerarmos a sucessão (un) , definida por un = 1 + n , tem-se que
(un) é convergente para 1 e que a sucessão 1f (un)2 é definida por
3

f (un) = a1 + n b + 1 , que tem limite igual a 2.


1

1 9 Seja g a função representa-


De modo análogo, se considerarmos a sucessão (vn) definida por vn = 1 - n ,
tem-se que (vn) é convergente para 1 e que a sucessão 1f (vn)2 é definida
da graficamente.
3 y
por f (vn) = a1 - n b + 1 , que tem limite igual a 2.
1
3

No entanto, se considerarmos a sucessão (wn) , definida por wn = 1 , a 2

sucessão 1f (wn)2 é a sucessão constante definida por f (wn) = 3 , que con- 1


g
verge para 3.
O 1 2 3 4 x
Concluímos, portanto, que não existe limite de f(x) quando x tende para 1.

3. Considera as funções f , g e h , de domínios Df = g - ∞, 1 g , Dg = g - ∞, 1 f a) Define uma sucessão (un) tal


e Dh = g - ∞, 1 g , representadas graficamente abaixo. que lim 1g (un)2 = 1 .
b) Comenta a afirmação:
y y y lim g(x) = 3
x"2
3
2 2 2

O 1 x O 1 x O 1 x

f g h

A aderência do domínio destas funções é g - ∞, 1 g . Podemos, portanto,


relativamente a qualquer destas funções, averiguar a existência de limite
quando x tende para 1. No entanto, no caso das funções f e h só pode-
mos considerar sucessões com termos não superiores a 1 e, no caso da fun-
ção g , as sucessões a considerar devem ter os termos menores do que 1.

continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 15


continuação

10 Seja g a função definida


Nestas condições, a observação dos gráficos sugere que:
2 - x se x 0 2
por g(x) = e
3 se x = 2 r todas as sucessões convergentes para 1, têm como imagem, por f , suces-
Usa a definição de limite (segun- sões convergentes para 2; portanto, lim f (x) = 2 ;
do Heine) para provar que não x"1
existe limite de g(x) quando x r todas as sucessões convergentes para 1, têm como imagem, por g , suces-
tende para 2. sões convergentes para 2; portanto, lim g(x) = 2 ;
x"1
r não existe limite de h(x) quando x tende para 1 pois, sendo, por exem-
1
plo, (un) e (vn) definidas por un = 1 - n e vn = 1 , tem-se que a sucessão
1h (un)2 converge para 2 e que a sucessão 1h(vn)2 converge para 3.

Exercícios resolvidos
1. Seja f a função real de domínio R definida por f (x) = 5x + 3 e seja (un)
1 - 2n
a sucessão de termo geral un = n .

a) Determina lim un e lim f (un) .


b) Recorrendo à definição de limite segundo Heine, determina lim f (x) .
x " -2
c) Seja a um número real. Mostra, recorrendo à definição de limite se-
gundo Heine, que existe limite de f(x) quando x tende para a e que
lim f (x) = 5a + 3 .
x"a
Resolução
1 - 2n - 2
a) lim un = lim
11 Seja f a função de domínio n = 1 = -2
R definida por f(x) = 3 - x2 . lim f (un) = lim (5 * un + 3) = 5 * lim un + 3 = 5 * (- 2) + 3 = - 7
Determina, recorrendo à defini-
ção de limite (segundo Heine): b) Seja (xn) uma sucessão convergente para - 2; vamos estudar, quanto à
convergência, a sucessão de termo geral f(xn) . Tem-se f (xn) = 5xn + 3 e
a) lim f(x)
x"0 lim f (xn) = lim (5xn + 3) = 5 lim xn + 3 = 5 * (- 2) + 3 = - 7 .
b) lim f(x)
x " -2 Como (xn) é uma qualquer sucessão convergente para - 2, concluímos
que lim f (x) = - 7 .
x " -2

c) Seja (xn) uma qualquer sucessão convergente para a (existe pelo menos
uma, pois, como Df = R , a é ponto aderente a Df ).
Tem-se f (xn) = 5xn + 3 e lim f (xn) = lim (5xn + 3) = 5 lim xn + 3 = 5a + 3 .
Portanto, lim f (x) = 5a + 3 .
x"a

2. Seja f a função real de variável real, de domínio Df = R \ 5 - 1 6 , definida


x2 - 1
por f (x) = .
NOTA x+1
* - 1 não pertence a Df , mas é pon- Determina, recorrendo à definição de limite segundo Heine, lim f (x)* .
x " -1
to aderente a Df . Resolução
Seja (un) uma sucessão convergente para - 1, cujos termos pertençam a Df .
2
(xn) - 1 (xn + 1)(xn - 1)
Tem-se f (xn) = = = xn - 1 .
xn + 1 xn + 1
Então, lim f (xn) = lim (xn - 1) = lim xn - 1 = - 1 - 1 = - 2 .
Portanto, lim f (x) = - 2 .
x " -1

continua

16 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

2x + x2 se x < 0
3. Considera a função g , de domínio R \ {0} , definida por g (x) = e
2x + 1 se x > 0 NOTA
Mostra que não existe limite de g(x) quando x tende para 0*. * 0 não pertence a Dg , mas é ponto
aderente a Dg .
Resolução
1 1
Consideremos as sucessões (un) e (vn) definidas por un = - n e vn = n ,
que tendem para 0 e cujos termos pertencem ao domínio de g .
Dado que a sucessão (un) tem todos os termos negativos e que a sucessão 12 Sejam a e b números reais
(vn) tem todos os termos positivos, tem-se: e seja f definida por:
2 2
r g (un) = 2un + (un) e lim g (un) = 2 * lim un + (lim un) = 2 * 0 + 0 = 0 2 2x - a se x < 0
se x = 0
f(x) = μ
3
r g (vn) = 2vn + 1 e lim g (vn) = 2 * lim vn + 1 = 2 * 0 + 1 = 1
b-x
se x > 0
Como existem pelo menos duas sucessões convergentes para 0 e tais que 3
as respetivas sucessões das imagens por g têm limites diferentes, concluí- 1 1-n
a) Se un =
n e vn = n2 e se
mos que não existe limite de g(x) quando x tende para 0.
lim f(un) = 1 e lim f(vn) = 2 ,
quais são os valores de a e
b ?
4. Sejam f e g as funções, de domínio R , definidas, respetivamente, por:
b) Se existir lim f(x) , quais
2x + x2 se x 0 1 2x + x2 se x 0 1
f (x) = e g (x) = e
x"0
são os valores de a e b ?
3 se x = 1 2 se x = 1
Representa graficamente as funções f e g e mostra que existe limite de
f(x) quando x tende para 1 e que não existe limite de g(x) quando x
tende para 1.

Resolução

y f y g 13 Prova, pela definição, que


3 3 não existe limite de f(x) quan-
do x tende para 1, sendo f a
2 função real definida por:
x - 3 se x < 1
a) e
1
2x + 1 se x ≥ 1
O 1 x O 1 x
x2 - 3 se x 0 1
b) e
0 se x = 1

Seja (un) uma sucessão convergente para 1, cujos termos sejam todos
2
diferentes de 1. Então, f (un) = 2un + (un) e lim f (un) = 2 * 1 + 12 = 3 .
Se considerarmos uma sucessão que tenda para 1 e tenha termos (em nú-
mero finito ou uma infinidade) iguais a 1, também a correspondente su-
cessão das imagens por f converge para 3, pois f (1) = 3 .
Portanto, lim f (x) = 3 .
x"1
Em relação à função g , vamos concluir que não existe limite de g(x)
quando tende para 1. 14 Seja (u ) a sucessão de ter-
n
p
Com efeito, se considerarmos sucessões que tendam para 1 e tenham todos mo geral un = n .
os termos diferentes de 1, concluímos, tal como no caso anterior, que as Esboça o gráfico de uma função
sucessões das imagens por g convergem para 3. No entanto, se considerar- g , de domínio R , tal que
lim g(un) = - 1 , mas não exista
mos a sucessão (xn) definida por xn = 1 , tem-se An å N, g (xn) = 2 e,
lim g(x) .
portanto, g (xn) " 2 . x"0

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 17


Na definição de limite de f(x) quando x tende para a , tanto a como b são
números reais. No entanto, e atendendo ao que estudaste sobre sucessões, pode-
mos fazer uma extensão desta definição aos casos em que a = + ∞ ou a = - ∞ ,
desde que seja possível considerar sucessões com todos os termos no domínio
de f que tendam para + ∞ ou para - ∞ . Admitimos, ainda, que b possa ser
+ ∞ ou - ∞ e é justamente por estes últimos casos que vamos começar.

Extensão do conceito de limite a limites


infinitos (+∞ e -∞)
NOTA Dada uma função real de variável real f e um ponto a å R que seja ponto
Afirmámos anteriormente, e justifi-
cámos, que f(x) não pode ter dois aderente ao domínio, Df , de f , diz-se que + ∞ (respetivamente, - ∞) é limite de
f (x) quando x tende para a quando, para toda a sucessão (xn) de elementos de
Df , convergente para a , a sucessão 1f (xn)2 tende para + ∞ (respetivamente, - ∞)
limites diferentes, quando x tende
para a ; essa afirmação também in-
e escreve-se lim f (x) = + ∞ Q respetivamente, lim f (x) = - ∞ R.
clui os limites infinitos.
x"a x"a

EXEMPLOS

15 Seja f a função, de domí- 1. As funções f e g representadas graficamente têm domínio R \ {1} .


nio R \ {0} , definida por: y y
f g
1
se x < 0
f(x) = | x
x se x > 0
O 1 x O 1 x
Usa a definição de limite para
provar que não existe limite de
f(x) quando x tende para 0.

Estes gráficos sugerem que lim f (x) = + ∞ e lim g (x) = -∞ .


x"1 x"1

2. As funções f e g representadas graficamente têm domínio R \ {1} e R ,


respetivamente.
y y
2
f g
16
Seja f a função, de domínio
1
R \ {1} , definida por f(x) =
1-x O 1 x O 1 x
e representada graficamente.
y

x Não existe limite de f(x) quando x tende para 1, nem existe limite de
O 1
g(x) quando x tende para 1.
Relativamente à função f , tem-se lim f a1 - n b = - ∞ e lim f a1 + n b = + ∞ .
1 1

Relativamente à função g , tem-se lim g a1 - n b = + ∞ e lim g (un) = 2 , sen-


1
Mostra que não existe
lim f(x) . do (un) a sucessão definida por un = 1 .
x"1

18 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Exercícios resolvidos
17 Seja f a função, de domínio
1
1. Seja f a função real, de domínio R \ {0} , definida por f (x) = 2 . 1
0x - 10
R \ {1} , definida por f(x) =  .
x
Prova que lim f(x) = + ∞ .
x"0 Determina, recorrendo à defi-
Resolução nição de limite (segundo Heine),
Consideremos uma sucessão (xn) , de elementos diferentes de 0, conver- lim f(x) .
x"1
gente para 0.
1
Tem-se f (xn) = 2
e lim (xn)2 = 0 + .
(xn)
1 1
Portanto, lim f (xn) = lim 2
= + = +∞ .
(xn) 0
Assim, lim f(x) = + ∞ .
x"0 18 Seja f a função, de domí-
1 nio R \ {- 1, 1} , definida por
2. Seja g a função real, de domínio R \ {0} , definida por g (x) = x .
1
f(x) = e representada
Prova que não existe limite de g(x) quando x tende para 0. 1 - x2
Resolução graficamente.
1 1
Consideremos duas sucessões, (un) e (vn) , definidas por un = n e vn = - n , y
respetivamente. As duas sucessões tendem para 0, mas, dado que
lim un = 0 + e lim vn = 0- , tem-se:
1 1 1 1
lim g (un) = lim u = + = + ∞ e lim g (vn) = lim v = - = - ∞ –1 O 1 x
n 0 n 0
Portanto, não existe limite de g(x) quando x tende para 0.

1 n+1
Sejam un = 1 - n , vn = n e
Limites laterais 1-n
wn = n os termos gerais de
No estudo da existência de limite de f(x) quando x " a , foram várias as ocasiões três sucessões.
em que considerámos sucessões a tender para a com todos os termos menores do Determina lim f(un) , lim f(vn)
e lim f(wn) .
que a e sucessões a tender para a com todos os termos maiores do que a .
x + 2x2 se x < 1
No caso da função f , de domínio R \ {1} , definida por f(x) = e ,
2x se x > 1
se considerarmos uma qualquer sucessão (un) que tenda para 1 e tenha todos os
termos menores do que 1, tem-se f(un) = un + 2(un)2 e lim f(un) = 1 + 2 * 12 = 3 .

Mas, se considerarmos uma qualquer sucessão (vn) que tenda para 1 e tenha
todos os termos maiores do que 1, tem-se f(vn) = 2vn e lim f(vn) = 2 * 1 = 2 .

Portanto, se aplicarmos a definição de limite segundo Heine à restrição de f ao RECORDA


intervalo ]- ∞, 1[ , concluímos que lim f |g-∞, 1f(x) = 3 e, se aplicarmos a defini- Dada uma função real f de domínio
x"a Df e um conjunto C , a restrição de
ção de limite segundo Heine à restrição de f ao intervalo ]1, + ∞[ , concluímos f a C é a função de domínio Df © C
que lim f |g1, + ∞f(x) = 2 . tal que Ax å Df © C , f |C (x) = f(x) .
x"1
Vamos dizer que 3 é o limite de f(x) quando x tende para 1 por valores menores
do que 1 ou que 3 é o limite de f(x) à esquerda de 1 e escrevemos lim - f(x) = 3 .
x"1
De modo análogo, vamos dizer que 2 é o limite de f(x) quando x tende para 1
por valores maiores do que 1 ou que 2 é o limite de f(x) à direita de 1 e escre-
vemos lim + f(x) = 2 .
x"1

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 19


Dada uma função real de variável real f e um ponto a å R :
NOTA
* b tanto pode ser um número real, r se a é ponto aderente a Df © ]- ∞, a[ , diz-se que b* é limite de f (x) quan-
como pode ser - ∞ ou + ∞ . do x tende para a por valores inferiores a a , ou diz-se que b é limite de
f (x) à esquerda de a , se b = lim f | g-∞, af(x) e escreve-se b = lim - f(x) .
x"a x"a

OBSERVAÇÃO r se a é ponto aderente a Df © ]a, +∞[ , diz-se que b* é limite de f (x) quan-
A notação x " a+ (respetivamente,
do x tende para a por valores superiores a a , ou diz-se que b é limite de
x " a-) traduz que x tende para a
por valores superiores (respetiva- f (x) à direita de a , se b = lim f | ga, + ∞f(x) e escreve-se b = lim + f(x) .
x"a x"a
mente, inferiores) a a e não que x
tende para a por valores positivos
(respetivamente, negativos), exceto
no caso de a ser 0.
Os limites de f(x) à esquerda e à direita de a podem designar-se por limites
laterais de f(x) quando x tende para a e, quando existem, são únicos.

Usando esta nomenclatura, podemos dizer que, se os limites laterais de f (x)


quando x tende para a forem diferentes, então não existe limite de f (x)
19 Seja f a função, de domínio quando x tende para a .
0x0
R \ {0} , definida por f(x) = x .
Tem-se também:
Mostra que os limites de f(x)
à esquerda e à direita de 0 são
diferentes.
Dados uma função real de variável real f e um número real a aderente ao
domínio, Df , de f :

r se a não pertencer a Df e se a não for aderente a Df © ]a, + ∞[ (respetiva-


NOTA mente, se a não for aderente a Df © ]- ∞, a[), então lim f(x) = lim - f(x)
x"a x"a
* Se considerarmos, por exemplo, Q respetivamente, lim f(x) = lim + f(x) R*.
x"a x"a
uma função f de domínio
]- ∞, 2[ ∂ ]4, + ∞[ , tem-se:
P lim f(x) = lim - f(x) r se a não pertencer a Df e se os limites de f(x) à esquerda e à direita de a
x"2 x"2
P lim f(x) = lim + f(x)
existirem e forem iguais, então existe limite de f(x) quando x tende para a
x"4 x"4
e, nesse caso, o seu valor coincide com o valor comum desses limites, ou seja,
nesse caso, lim f(x) = lim - f(x) = lim + f(x) .
x"a x"a x"a

r se a pertencer a Df e se os limites de f(x) à esquerda e à direita de a existi-


rem e forem iguais a f(a) , então existe limite de f(x) quando x tende para a
NOTA e, nesse caso, o seu valor é f(a) , ou seja, nesse caso,
** Já vimos também que, se a per- lim f(x) = lim - f(x) = lim + f(x) = f(a)**
tencer a Df e se existir lim f(x) , x"a x"a x"a
x"a
então esse limite é igual a f(a) .

EXEMPLOS

1
1. Seja f a função, de domínio g 1, + ∞ f , definida por f(x) = .
"x - 1
Só é possível considerar sucessões com termos no domínio de f a tender
para 1 com termos maiores do que 1 e, portanto, lim f(x) = lim + f(x) .
x"1 x"1

continua

20 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
20 Sejam f e g as funções, de
1 domínio R \ {0} , definidas por:
se x < 2
2. Seja g a função, de domínio R \ {2} , definida por g(x) = μ "2 - x
2x + 3 se x < 0
f(x) = e
1 3x + 2 se x > 0
se x > 2
"x - 2
e
x - 1 se x < 0
A dificuldade no estudo do limite de g(x) g(x) = e
y x se x > 0
quando x tende para 2, poderia residir no
Mostra que não existe
facto de ser necessário considerar sucessões
g lim f(x) nem existe
a tender para 2 com uma infinidade de ter- x"0

mos quer maiores quer menores do que 2. lim g(x) , mas existe
x"0
O 2 x lim (f + g)(x) .
O recurso a um dos resultados atrás enun- x"0
ciados facilita-nos a demonstração de que
existe lim g(x) .
x"2

Com efeito, qualquer que seja a sucessão (un) que tenda para 2 e tenha
1 1
todos os termos menores do que 2, tem-se lim g(un) = lim = + = +∞
"2 - un 0
e, qualquer que seja a sucessão vn que tenda para 2 e tenha todos os
( )
1 1
termos maiores do que 2, tem-se lim g(vn) = lim = + = +∞ .
"v - 2 0
n

Portanto, lim - g(x) = lim + g(x) = +∞ , de onde se conclui que:


x"2 x"2

lim g(x) = +∞
x"2

2x + x2 se x 0 1
3. Seja f a função, de domínio R , definida por f(x) = e
y
f
3 se x = 1 3
Qualquer que seja a sucessão (un) convergente para 1, por valores meno-
res do que 1, ou por valores maiores do que 1, a correspondente sucessão
2
das imagens, definida por f(un) = 2un + (un) converge para 3.
Portanto, lim - f(x) = lim + f(x) = 3 . O 1 x
x"1 x"1

E, também neste caso, não necessitamos de considerar sucessões a tender


para 1 com termos iguais a 1, porque podemos invocar um dos resultados
enunciados anteriormente.

Dado que lim f(x) = lim + f(x) = 3 e que f(1) = 3 , podemos concluir
x " 1- x"1
que lim f(x) = 3 .
x"1

5x
se x < 0
x-9
4. Seja f a função, de domínio R , definida por f x = μ
( ) y
2 se x = 0 f
4x + x se x > 0
2

Tem-se lim f(x) = 0 e lim f(x) = 0 . No entanto, dado que f(0) = 2 , 2


x " 0- x " 0+
conclui-se que não existe limite de f(x) quando x tende para 0.
Aliás, esta conclusão poderia resultar apenas de lim f(x) = 0 e f(0) = 2 O x
x " 0-
ou de lim + f(x) = 0 e f(0) = 2 .
x"0

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 21


Limites no infinito
SERÁ QUE…? Limites «no infinito»

y
1. Sejam f e g as funções, de domínio R , definidas, respetivamente, por:
3 f x2 + 1 se x < 0
3x - 1
2
f(x) = 1 g(x) = |
O x2 + 2 se x ≥ 0
x
x2 + 1
Considera, também, duas quaisquer sucessões (un) e (vn) , tais que
lim un = -∞ e lim vn = +∞ .
y
g
a) Define, pelo termo geral, as sucessões:

a1) 1f(un)2 a2) 1f(vn)2


a3) 1g(un)2 a4) 1g(vn)2

O x
b) Calcula:
b1) lim f(un) b2) lim f(vn)
b3) lim g(un) b4) lim g(vn)

Atendendo a que (un) e (vn) são sucessões quaisquer tais que lim un = -∞
e lim vn = +∞ , vamos dizer que:
r lim f(x) = 3 r lim f(x) = 3
x " -∞ x " +∞

r lim g(x) = +∞ r lim g(x) = 0


x " -∞ x " +∞

2. Seja h a função, de domínio f -1, 1 g , definida por h(x) = "1 - x2 .

Será que que podes calcular lim h(x) ?


x " -∞
E lim h(x) ?
x " +∞

A resposta à questão que te colocámos acima deve ter sido um «duplo não»!
A definição seguinte, que estende a definição de limite de f(x) quando x tende
para a aos casos em que a = - ∞ e a = + ∞ , exige, precisamente, que o domínio
de f seja, respetivamente, não minorado e não majorado.

NOTA Dada uma função real de variável real f cujo domínio, Df , não é majorado
* b pode ser um número real, pode (respetivamente, minorado), diz-se que b* é limite de f (x) quando x tende
ser - ∞ ou + ∞ . para +∞ (respetivamente, -∞) quando, para toda a sucessão (xn) de elemen-
tos de Df , com limite +∞ (respetivamente, -∞), a sucessão 1f(xn)2 tende para
b e escreve-se b = lim f(x) Q respetivamente, b = lim f(x) R.
x " +∞ x " -∞
NOTA
Dada uma função f de domínio Df ,
prova-se que Df é não majorado
(respetivamente, minorado) se e só
Afirmámos anteriormente, e justificámos, que f(x) não pode ter dois limites
se existir uma sucessão de elemen-
tos de Df que tenda para + ∞ (res- diferentes, quando x tende para a ; essa afirmação também inclui o caso de a
petivamente, - ∞). ser infinito.

22 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


EXEMPLOS
21 Seja f uma função de do-
1
1. lim = 0 pois, qualquer que seja a sucessão (un) a tender para -∞ , mínio não majorado.
x " -∞ x
1 1 Prova que, se b = lim f(x) e
com os termos diferentes de zero, tem-se lim u = =0 .
n -∞ x " +∞
c = lim f(x) , sendo b e c
x " +∞
números reais, então b = c .
2. Considera a função f , de domínio R , representada graficamente.

f y +∞

22 Seja f a função, de domínio


R , representada graficamente.
+∞
y
-∞ O x

-1 f

O x

A observação do gráfico sugere que:


 r lim f(x) = +∞ , pois os pontos do gráfico com abcissas cada vez meno-
x " -∞
res parecem ter ordenadas cada vez maiores e maiores… Sabe-se que lim f(x) = -2 e
x " -∞
 r lim f(x) = -1 , pois os pontos do gráfico com abcissas cada vez maiores lim f(x) = 2 .
x " +∞ x " +∞
2n - 1
parecem ter ordenadas cada vez mais e mais próximas de - 1, tão próxi- As expressões 4n - 1 , n e
mas de - 1 quanto se pretenda. 1 - 2n2
n definem três sucessões,
(un) , (vn) e (wn) , não necessa-
riamente por esta ordem.
Identifica quais são as sucessões
(un) e (vn) , sabendo que
Exercícios resolvidos lim f(un) = 2 e lim f(vn) = - 2 .

x-1
1. Seja f a função, de domínio R \ {0} , definida por f(x) = x .
Determina lim f(x) .
x " +∞
Resolução
Seja (un) uma qualquer sucessão de termos não nulos que tenda para +∞ .
un - 1
lim f(un) = lim u =
n

u
= lim a un - u b =
1
n n

= lim a1 - u b =
1
n

1
= 1- =
+∞
=1-0=
=1
Portanto, lim f(x) = 1 .
x " +∞

continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 23


continuação

2. Seja f uma função de domínio R .

Sabe-se que f é uma função par e que lim f(x) = - 2 .


x " +∞

1-n 2
Prova que, se a sucessão (un) é definida por un = n , então a sucessão
1f(un)2 é convergente para - 2.
Resolução
23 Seja f a função, de domínio
Dado que a função f é par e Df = R , sabe-se que A x å R, f(-x) = f(x) .
R , definida por f(x) = 2x - x3 .
a) Mostra que, se (un) é uma
Então,
sucessão que tende para + ∞ ,
então f(un) tende para - ∞ .
f(un) = f(- un) = f a n b
n2 - 1
O que concluis acerca de
lim f(x) ?
x " +∞
b) Prova que a função f é uma Ora,
função ímpar e obtém
lim f(x) .
a n - nb =
x " -∞ n2 - 1 n2 1
lim n = lim

= lim an - n b =
1

= +∞ - 0 =
= +∞

n2 - 1
Então, como lim f(x) = -2 e n define uma sucessão que tende
x " +∞
para +∞ , conclui-se que f(un) tende para -2.

3. Mostra que não existe lim cos x .


x " +∞

RECORDA Resolução
¤ cos 0 = 1 e cos p = -1 . Consideremos as sucessões (un) e (vn) definidas, respetivamente, por
¤ A função cosseno é uma função un = 2pn e vn = p + 2pn .
periódica de período 2p .

As duas sucessões, (un) e (vn) , tendem para +∞ e tem-se:

r cos (un) = cos (2np) =


= cos 0 = 1
Portanto, a sucessão 1cos (un)2 tende para 1.

r cos (vn) = cos (p + 2np) =


= cos p = -1 ;
Portanto, a sucessão 1cos (vn)2 tende para - 1.

Dado que as sucessões das imagens de duas sucessões que tendem para
+∞ têm limites diferentes, concluímos que não existe limite de cos x
quando x tende para +∞.
continua

24 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
24 Mostra que não existe
2x
se x < -1 lim sen x .
4. Seja g a função, de domínio R , definida por g(x) = | x + 1 x " +∞

x2 se x ≥ - 1

a) Determina o limite de g(x) à esquerda de -1 e justifica que não existe


limite de g(x) quando x tende para -1.
b) Determina lim g(x) e lim g(x) .
x " -∞ x " +∞
Resolução
a) Seja (xn) uma qualquer sucessão de termos menores do que - 1, con-
vergente para - 1.
Tem-se:
2xn
lim g(xn) = lim =
xn + 1
2 lim xn -2
= = = +∞
lim xn + 1 0 -
Dado que - 1 pertence ao domínio de g , não pode existir limite de
25 No referencial em baixo
g(x) quando x tende para - 1, pois lim g(x) = +∞ e, a existir
x " -1- está representada parte do grá-
lim g(x) , teria de ser igual a g(- 1) . fico de uma função g , com do-
x " -1
mínio R . Sabe-se que o gráfi-
co de g é a reunião de uma
b) Seja qual for a sucessão (xn) que tenda para - ∞ , há uma ordem semirreta com parte de uma
a partir da qual os termos da sucessão são menores do que - 1; se exis- parábola.
tirem termos que não sejam menores que - 1, substituímos esses termos y
por quaisquer valores menores do que - 1 e obtemos uma sucessão
(un) que também tende para - ∞ e é tal que lim g(xn) = lim g(un) , 2

porque as sucessões 1g(xn)2 e 1g(un)2 diferem num número finito de


g

termos.
O 2 x
2un
lim g(un) = lim =
un + 1
2un
= lim = a) Justifica que não existe
un a1 + u b
1 lim g(x) .
x"0
n
b) Indica o valor de
2 2 lim g(x) e de
= lim = =2
1 1+0 x " -∞
1+u lim g(x) .
n x " +∞

c) Indica o termo geral de uma


Portanto, lim g(x) = 2 . sucessão (un) tal que
x " -∞
lim g(un) = 2 e o termo geral
Seja agora uma qualquer sucessão (wn) que tende para + ∞ . de uma sucessão (vn) tal que
lim g(vn) = - ∞ .
Se houver termos que não sejam maiores do que - 1, procedemos de
modo análogo ao descrito na situação anterior e obtemos uma sucessão
(vn) que difere de (wn) num número finito de termos e é tal que
A n å N, vn > - 1 .
2 2
Então, lim vn = +∞ e lim g(wn) = lim g(vn) = lim (vn) = (+ ∞) = +∞ . Mais sugestões de trabalho

Portanto, lim g(x) = + ∞ . Exercícios propostos n.os 109 a 120


x " +∞ (págs. 96 e 97).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 25


Teste 1 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Qual das expressões seguintes define uma sucessão que não tende para - 3?
1 - 3n

5
2
(A) n (B) - 3 +
n+1
1 - 6n
(C) - 3n + 1 (D)
2n

2. Seja A = e n , n å Nf . Qual é o conjunto dos pontos aderentes a A ?


n-1

(A) A (B) A ∂ 5 1 6
(C) f 0, 1 f (D) f 0, 1 g

se x < 1
3. Seja f a função, de domínio R , definida por f(x) = e
2x
e seja
n + 1 x + 1 se x ≥ 1
(un) a sucessão de termo geral un =
n .
Qual das expressões seguintes define a sucessão 1f(un)2 ?
n+2 2n + 2
(A) (B) n
n+1
n+2 2n + 1
(C) n (D) n

4. Considera as afirmações seguintes, que se referem a qualquer função f .


I. Para que exista lim f(x) é necessário que 2 pertença ao domínio de f .
x"2

II. Se (un) é uma sucessão de elementos do domínio de f que tende para 2,


então lim f(un) = 3 é condição necessária para que lim f(x) = 3 .
x"2

III. Se (un) é uma sucessão de elementos do domínio de f que tende para 2,


então lim f(un) = 3 é condição suficiente para que lim f(x) = 3 .
x"2

Em relação a estas afirmações, pode dizer-se que:


(A) são todas verdadeiras. (B) só I é falsa.
(C) só II é verdadeira. (D) só III é falsa.

5. Num plano munido de um referencial ortonormado, considera a circunfe-


rência de equação x2 + y2 = 25 .
Sejam [AB] e [CD] dois diâmetros perpendiculares dessa circunferência.
2" 2"
Ajuda Qual é o valor do produto escalar AB · AC ?
Se precisares de ajuda para (A) 0 (B) 25
resolver algum destes itens,
consulta a página 197.
(C) 50 (D) 100

26 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

1. Seja f a função de domínio R \ {2} e contradomínio R , representada grafi- y


camente e definida ao lado. f

Sabe-se que f tem um único zero, igual a - 1.


a) Usa a definição de limite segundo Heine para calcular lim f(x) e lim f(x) . 1
x"2 x " -∞
O 1 x
b) Tendo em consideração a definição da função f e admitindo que a repre-
sentação gráfica apresentada é um bom «resumo» das propriedades da
função, completa os espaços em branco:
b1) lim f(x) = b2) lim f(x) = 1
x " +∞ x " -∞ 1+x se x < 0
b3) lim + f(x) =
x"0
b4) lim f(x) = -∞
x " __ f(x) = μ
1
se x ≥ 0 ‹ x 0 2
b5) lim f(x) = +∞ (x - 2)
2
x " __

c) Escreve o termo geral de uma sucessão (un) que seja convergente e tal que
a sucessão 1f(un)2 seja divergente.
d) Escreve o termo geral de uma sucessão (vn) que seja divergente e tal que
a sucessão 1f(vn)2 seja convergente.

2. Seja k um número real e seja g a função definida ao lado. 2x2 se x < - 1


a) Mostra que os limites de g(x) à esquerda e à direita de - 1 são iguais. g(x) = | k se x = - 1
b) Indica um valor de k tal que exista lim g(x) e indica um valor de k 1 - x se x > - 1
x " -1
tal que não exista lim g(x) .
x " -1

3. Seja f a função real de variável real definida por f(x) = tg x .


np
a) Considera a sucessão (un) definida por un = . Mostra que há uma
2
infinidade de termos desta sucessão que não pertencem ao domínio de f .
p
b) Seja (vn) a sucessão de termo geral vn = + np . Determina lim vn e
4
lim f(vn) .
c) Define uma sucessão (wn) que tenda para +∞ e tal que lim f(wn) exista,
mas seja diferente de lim f(vn) . O que podes concluir acerca da existência
de lim tg x ?
x " +∞

4. Considera a sucessão (an) de termo geral an = cos (np) . Mostra que (an) é
uma progressão geométrica e determina a soma dos 1000 primeiros termos
da sucessão.

5. Num referencial o.n. Oxyz , considera os pontos A(-1, 4, 3) e B(-3, 0, -3) .


Escreve uma equação cartesiana do plano mediador do segmento de reta [AB] .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 27


Operações com limites
O cálculo de limites de funções reais de variável real com recurso à definição de
limite segundo Heine é moroso e pouco cómodo quando a expressão da função
tem um grau de complexidade elevado. Portanto, é conveniente dispor de regras
operatórias. Estas regras vão facilitar o cálculo de limites de funções, pois, tal
como observámos relativamente às sucessões, os limites de funções apresentam
«bom comportamento» em relação às operações algébricas habituais.
Mais uma vez, tiraremos partido de alguns conhecimentos sobre sucessões para
encontrar esses processos para calcular limites.

Teoremas sobre limites de funções


Do facto de o limite de uma sucessão constante ser a própria constante, decorre que:

NOTA
1. O limite de uma função constante é igual à constante que a define, em qualquer
Apesar de não ser correta, a frase
«o limite de uma constante é a pró- ponto aderente ao domínio e, caso faça sentido, também em + ∞ e em - ∞ .
pria constante», em que se omite o
termo «função», é útil para memori- Com efeito, sendo k um número real e sendo f uma função tal que
zar o resultado enunciado na caixa Ax å Df , f(x) = k , se a é aderente ao domínio de f (ou se é + ∞ ou - ∞) e se (un)
ao lado.
é uma qualquer sucessão de valores do domínio de f com limite a , então a suces-
são 1f(un)2 tem todos os termos iguais a k e, portanto, é convergente para k .
Assim, se Ax å Df , f(x) = k , e se:
r a é aderente a Df , então lim f(x) = k Q ou seja, lim k = k R;
x"a x"a

r Df não é majorado, então lim f(x) = k Q ou seja, lim k = k R;


x " +∞ x " +∞

r Df não é minorado, então lim f(x) = k Q ou seja, lim k = k R.


x " -∞ x " -∞

Da aplicação da definição de limite segundo Heine, resulta imediatamente que:

2. O limite de uma função f tal que A x å Df , f(x) = x , em qualquer ponto a


aderente ao domínio, é igual a a , ou seja, abreviadamente, lim x = a .
x"a
Se o domínio de f não for majorado (respetivamente, minorado), então
lim x = +∞ Q respetivamente, lim x = -∞ R.
x " +∞ x " -∞

De facto, se (un) é uma qualquer sucessão de valores do domínio de f com


limite a ou com limite + ∞ (respetivamente, - ∞), então a sucessão 1f(un)2 tam-
bém converge para a ou para + ∞ (respetivamente, - ∞), pois 1f(un)2 = (un) .

EXEMPLOS
26 Completa as afirmações
(verdadeiras).
1. Se A x å R, f(x) = 7 , então, por exemplo, lim f(x) = 7 e lim f(x) = 7
a) Se lim x = 3 , então x"0 x " -∞
x"a ou, abreviadamente, lim 7 = 7 e lim 7 = 7 .
x"0 x " -∞
a = ____.
2. Se Ax å R, f(x) = x , então, por exemplo, lim f(x) = -1 e lim f(x) = +∞
b) Se lim k = 5 , então x " -1 x " +∞
x " -∞ ou, abreviadamente, lim x = -1 e lim x = +∞ .
k = ____. x " -1 x " +∞

28 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Propriedades operatórias dos limites –
«Álgebra dos limites»
NOTA
3. Teorema do limite da soma Dadas funções f e g , de domínios
Dadas funções f e g e sendo a um ponto aderente ao domínio da função Df e Dg , tem-se:
f + g , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se o domínio de f + g não for Df + g = Df - g = Df * g = Df © Dg
majorado (respetivamente, minorado), então, se lim f(x) e lim g(x) exis- e (f ¿ g)(x) = f(x) ¿ g(x) ,
x"a x"a
tem e pertencem a R , tem-se: lim (f + g)(x) = lim f(x) + lim g(x) . e (f * g)(x) = f(x) * g(x) .
x"a x"a x"a
Tem-se, também
D f = Df © {x å Dg : g(x) 0 0}
g
Este teorema pode generalizar-se a qualquer número de parcelas.
f (x ) f(x )
e = .
g g(x )
Tem-se ainda que, se lim f(x) = +∞ , então lim (f + g)(x) = + ∞ desde que exista
x"a x"a Da definição do domínio de f + g
lim g(x) e este limite não seja - ∞ . decorre que se a é ponto aderente
x"a ao domínio de f + g , também é ade-
rente a Df e a Dg , pois estes con-
Pode formular-se um enunciado idêntico no caso de lim f(x) = - ∞ . juntos contêm Df + g . Considerações
x"a
análogas podem ser feitas em rela-
Abreviadamente, e de forma análoga à que foi apresentada para as sucessões, ção aos domínios das funções f * g ,
escrevemos*: f r
,f .
g
r +∞ + ∞ = +∞ r -∞ - ∞ = -∞
NOTA
r +∞ + b = +∞, b å R r -∞ + b = -∞, b å R
* Admite-se a comutatividade.

No caso de lim f(x) = + ∞ e lim g(x) = - ∞ nada se pode afirmar acerca de


x"a x"a
lim f f(x) + g(x) g , sem conhecer mais informações sobre as funções f e g . Este
x"a
limite pode ser um número real, pode ser + ∞ , pode ser - ∞ ou pode não existir,
o que justifica que uma situação como esta seja referida, tal como já aconteceu
com as sucessões, como uma situação de indeterminação.

Escreve-se, abreviadamente: ∞ - ∞ é uma indeterminação.

EXEMPLOS

1. Se lim f(x) = -1 e lim g(x) = +∞ , então:


x"4 x"4

a) lim f x + f(x) g = lim x + lim f(x) = 4 + (-1) = 3


x"4 x"4 x"4

b) lim f f(x + x + g(x) g = lim f(x) + lim x + lim g(x) = -1 + 4 + (+∞) = +∞


x"4 x"4 x"4 x"4

2. Se lim f(x) = +∞ e lim g(x) = -∞ , então:


x " +∞ x " -∞

a) lim f f(x) + x g = lim f(x) + lim x = +∞ + (+∞) = +∞


x " +∞ x " +∞ x " +∞

b) lim f g(x) + x g = lim g(x) + lim x = -∞ + (-∞) = -∞ 27 Calcula:


x " -∞ x " -∞ x " -∞
a) lim (-3 - x)
x " -1
3. Se lim f(x) = +∞ e lim g(x) = -∞ , então o cálculo de lim (f + g)(x) con-
x"1 x"1 x"1 b) lim (-3 + x)
duz a uma situação de indeterminação do tipo +∞ + (-∞) , ou, abreviada- x " -∞

mente, ∞ - ∞ . c) lim (x - 100)


x " +∞

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 29


NOTA 4. Teorema do limite do produto
Dada uma função f de domínio Df
e um número real a , sabes que a Dadas funções f e g e sendo a um ponto aderente ao domínio da função
função af tem domínio Df e f * g , ou sendo + ∞ (respetivamente, - ∞), se o domínio de f * g não for
(af )(x) = af(x) . majorado (respetivamente, minorado), então, se lim f(x) e lim g(x) exis-
x"a x"a
Assim, pode dizer-se que, se
Ax å R, g(x) = a , então tem e pertencem a R , tem-se: lim (f * g)(x) = lim f(x) * lim g(x) .
x"a x"a x"a
(af)(x) = g(x) * f(x)
Portanto, Este teorema pode generalizar-se a qualquer número de fatores.
lim (af)(x ) = a * lim f(x )
x "a x "a
e também
Podemos também nesta altura afirmar que:
lim (f - g)(x) = lim f(x) - lim g(x)
x"a x"a x"a
Dada uma função polinomial f e dado um número real a , tem-se:
lim f(x) = f(a)
x"a

3
Portanto, por exemplo, lim (2x3 - 3x + 1) = 2 * (- 2) - 3 * (- 2) + 1 = - 9 .
x " -2

Tem-se ainda que, se lim f(x) = +∞ e se existir lim g(x) e este limite não for 0,
x"a x"a
então lim (f * g)(x) = +∞ ou lim (f * g)(x) = -∞ , dependendo do sinal de
x"a x"a
lim g(x) .
x"a

Pode formular-se um enunciado idêntico no caso de lim f(x) = -∞ .


x"a
NOTA
* Admite-se a comutatividade.
Abreviadamente, escrevemos*:

r +∞ * (+∞) = +∞ r -∞ * (-∞) = +∞ r +∞ * (-∞) = -∞


28 Calcula:
r +∞ * b = +∞ se b å R+ r -∞ * b = -∞ se b å R+
a) lim (x2 - 3x + x3)
x " -1
r +∞ * b = -∞ se b å R- r -∞ * b = +∞ se b å R-
f (x - 1) - 2x + 1 g
2
b) lim
x " -1
2 Quando uma das funções tende para 0 e a outra tende para +∞ , ou para -∞ ,
2 - 3x não é possível determinar lim (f * g)(x) , ou mostrar que não existe, sem mais
c) lim
x " +∞ 5 x"a
informação. Trata-se de outro caso de indeterminação.
d) lim f (x - 3x) * x g
2 3
x " -∞
Escreve-se, abreviadamente: 0 * ∞ é uma indeterminação.

Atendendo a que uma potência de expoente natural (maior do que 1) é um pro-


duto de fatores iguais, pode também afirmar-se que:
RECORDA
lim f f n(x) g = S lim f(x) T , n å N
n
f n (x ) = f f(x ) g n x"a x"a

Este resultado pode generalizar-se ao caso de potências de expoente racional.

5. Teorema do limite da potência e da raiz


29 Calcula: Dada uma função f e um número racional r e sendo a um ponto aderen-
te ao domínio da função f r , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se o domí-
a) lim "(x2 - 1)(x + 3)
x " -2 nio de f r não for majorado (respetivamente, minorado), então,
b) lim "x5 - 1 se lim f(x) existir e pertencer a R+ , tem-se lim f r(x) = S lim f(x) T .
3 r

x " -1 x"a x"a x"a

c) lim Q x - "x + 3 R Se lim f(x) existe e pertence a R , então lim "f(x) =


n
+
lim f(x) . Se n
%x " a
n
0
x"1 x"a x"a
d) lim Q x2 + "1 - x R é um número ímpar, o resultado anterior é válido para lim f(x) å R .
x " -∞ x"a

30 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Tem-se ainda: 30 Acerca de três funções f , g
lim "f (x) = +∞ e se e h sabe-se que:
n
Se lim f(x) = +∞ , então lim f(x) = -∞ e n é um
x"a x"a x"a r lim f(x) = 2
número ímpar, então lim "f (x) = -∞ .
n x"a

x"a r lim g(x) = -3


x"a
r lim h(x) = -∞
x"a
EXEMPLOS
Determina:
a) lim f f(x) + 1g(x)2 g
2
1. lim f 2(x - x) * (x + 1)g = 2 * lim (x - x) * lim (x + 1) =
2 2
x"4 x"4 x"4 x"a

= 2 * (42 - 4) * 5 = 120 b) lim f f(x) * g(x) * h(x) g


x"a

2. lim "4 - x = 2
lim (4 - x ) = "4 - 1 = "3
2
c) lim f h(x) g
%x " 1
100

x"1 x"a

3. lim "x2 + 1 = lim (x2 + 1) = "(-∞) + 1 = "+∞ = +∞


2 d) lim f g(x) - h(x) g
% x " -∞
x"a
x " -∞

x3 + 1 se x < 0
4. Se f é a função, de domínio R \ {0} , definida por f(x) = e ,
3x2 se x > 0
então:
3
a) lim f(x) = lim (x3 + 1) = (-2) + 1 = -7
x " -2 x " -2
3
b) lim f(x) = lim (x3 + 1) = (-∞) + 1 = -∞
x " -∞ x " -∞

c) lim f(x) = lim (3x2) = 3 * (+∞)2 = 3 * (+∞) = +∞


x " +∞ x " +∞
d) Não existe limite de f(x) quando x tende para 0, porque os limites de
f(x) à esquerda e à direita de 0 são diferentes:
lim - f(x) = lim -(x3 + 1) = 03 + 1 = 1 e
x"0 x"0
lim + f(x) = lim +(3x2) = 3 * 02 = 0
x"0 x"0

5. Se lim f(x) = 1 e lim g(x) = -∞ , então o cálculo de lim f(f(x) - 1) * g(x)g


x"2 x"2 x"2
conduz a uma situação de indeterminação do tipo 0 * (-∞) , ou, abrevia-
damente, 0 * ∞ .

6. Teorema do limite do quociente


Dadas funções f e g e sendo a um ponto aderente ao domínio da função
f f
g , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se o domínio de g não for majora-
do (respetivamente, minorado), então, se lim f(x) e lim g(x) existem e
x"a x"a

f lim f(x)
x"a
pertencem a R , sendo lim g(x) 0 0 , tem-se: lim g (x) = .
x"a x"a lim g(x)
x"a

Se lim f(x) = +∞ e se existe lim g(x) e não é infinito nem zero, tem-se
x"a x"a 31 Calcula:
f f 2x - 3
lim g (x) = +∞ ou lim g x = -∞ , dependendo do sinal de xlim
( ) g(x) . O resulta- a) lim
x"a x"a "a x " -2x+1
do estende-se ao caso de lim g(x) = 0+ ou lim g(x) = 0- . Pode formular-se um b) lim
2
x"a x"a
x " -∞ x + 3
enunciado idêntico no caso de lim f(x) = -∞ .
x"a x2 + 2x
c) lim
1 - "3
f(x) x " +∞
Se lim g(x) = ¿ ∞ e se existe lim f(x) e não é infinito, tem-se lim =0 .
x"a x"a x"a g(x)

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 31


NOTA Abreviadamente, escrevemos*:
* Tal como já referimos, trata-se de
uma escrita simbólica. ¿∞ ¿∞
b r = ¿∞ se b å R + r = ◊ ∞ se b å R -
Escrever, por exemplo,
+∞
= 0 , não b b
significa, de modo algum, que b b
+∞ * 0 = b r + = +∞ e = -∞ se b å R + ou b = +∞
0 0- b
Trata-se de uma forma abreviada de r = 0 se b å R
traduzir o facto seguinte: se o nu- b b ¿∞
r + = -∞ e = +∞ se b å R - ou b = -∞
merador da fração tende para um 0 0-
número real b e o denominador
tende para +∞ , então o quociente
As notações 0+ e 0- são usadas no caso da função tender para 0 por valores
tende para 0.
positivos e no caso da função tender para 0 por valores negativos, respetivamente.
A exigência de enquadramento do limite numa dessas situações obriga, frequen-
temente, à determinação de limites laterais.
A notação ¿ ∞ (respetivamente, ◊∞) abrevia a disjunção de duas afirmações:
o limite da função é + ∞ (respetivamente, - ∞) numa afirmação e o limite é - ∞
(respetivamente, + ∞) na outra afirmação.
Se as duas funções têm limites infinitos ou se tendem ambas para 0, não é possível
f
NOTA
determinar lim g (x) (ou provar que não existe) sem mais informação. Trata-se
x"a
b
Se b 0 0 , a situação não é inde- de dois casos de indeterminação.
0
terminação mas o «processo» não
está terminado, é necessário calcu- ∞ 0
Abreviadamente: e são indeterminações.
lar os limites laterais, tendo em ∞ 0
consideração a variação de sinal do
denominador. A utilização do símbolo ∞ neste contexto, tanto pode referir-se a + ∞ como a - ∞ .

NOTA EXEMPLOS*
* Nos exemplos, explicitámos a
aplicação do teorema relativo ao li-
mite do quociente, mas é frequente lim (x + 2)
x+2 x"3 5 1
escrever apenas 1. lim = = =
x +2 5 1 x"3 x2 + 1 lim (x2 + 1) 10 2
lim = = e x"3
x " 3 x2 + 1 10 2
x +2 2
lim (x + 2)
lim = + = +∞ x+2 x"0 2
x " 0 x2 0 2. lim = = + = +∞
x " 0 x2 lim x2 0
x"0
x-1
3. A tentativa de aplicação do teorema 6 ao cálculo de lim e ao
x " 1 x3 - 1
x-1
cálculo de lim conduz a duas situações de indeterminação, res-
x " +∞ x3 - 1
0 ∞
petivamente, e .
0 ∞

32 Calcula: Todos os resultados que enunciámos decorrem imediatamente de resultados


3 análogos estudados atrás, a respeito de sucessões. A prova de cada um deles é
a) lim
x " -∞
"1 - x muito semelhante à prova da afirmação correspondente no caso das sucessões.
x A título de exemplo, vejamos como se pode demonstrar o teorema 3.
b) lim
x " -3 (x + 3)2

x Queremos provar que, nas condições indicadas,


c) lim +
x"2 2-x lim (f + g)(x) = lim f(x) + lim g(x)
x"a x"a x"a
x-1
d) lim + 2
x"0 x +x Suponhamos que a é ponto aderente a Df + g e seja (xn) uma sucessão cujos
termos pertencem a Df + g tal que xn " a .

32 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Então, lim (f + g)(xn) = lim f f(xn) + g(xn) g , por definição de f + g e, atendendo às
exigências da hipótese e ao resultado acerca de sucessões que aqui recordamos: NOTA
* Dado que existem lim f(x ) e
x "a
«Dadas duas sucessões convergentes, (un) e (vn) , a sucessão (un + vn) também lim g(x ) e dado que xn " a , tem-se:
x "a
é convergente e lim (un + vn) = lim un + lim vn .» lim f(x n ) = lim f(x )
x "a
tem-se: lim (f + g)(xn) = lim f f(xn) + g(xn)g = lim f(xn) + lim g(xn) , lim g(x n ) = lim g(x )
x "a
o que prova o pretendido*.

Exercício resolvido
y
No referencial ao lado está representada parte do gráfico (uma hipérbole)
2x - 1
da função f , de domínio R \ {1} , definida por f(x) = .
1-x
a) Prova que lim f(x) = -2 e mostra que não existe lim f(x) . O 1 x
x " +∞ x"1
b) Calcula:
-2
(2x - 1)x f(x) 2x
b3) lim + c d
f
b1) lim - f f(x) + 3x g b2) lim +
x"1 x " +∞ 1 - x x"1 2x f(x)
Resolução
2x - 1
a) A aplicação dos teoremas sobre operações com limites a lim
1-x x " +∞ NOTA

nada permite concluir, pois conduz à indeterminação . Vamos recorrer As retas desenhadas a tracejado

à definição de limite segundo Heine. não fazem parte do gráfico (repre-
sentado em verde), mas ajudam a
Seja (xn) uma sucessão de termos diferentes de 1, que tenda para + ∞ percebê-lo. Falaremos destas retas,
(se a sucessão tiver termos nulos, substituímos esses termos por valores que se dizem assíntotas ao gráfico,
mais à frente.
não nulos).
xn a2 - x b 2 - lim 1
1
2x - 1 n xn 2 - 0 x -∞ 1 +∞
lim f(xn) = lim n = lim = = = -2 1-x + -
1 - xn 1 0-1 0
xn a x - 1b lim xn - 1
1
n
Portanto, lim f(x) = -2 . 33 Seja g uma função, de do-
x " +∞
mínio R , tal que:
lim (2x - 1)
2x - 1 x " 1 1 r lim g(x) = -3
lim f(x) = lim = = ; nesta situação, devemos x " -∞
x"1 x"1 1-x lim (1 - x) 0
x"1 r lim - g(x) = +∞
x " -2
calcular os limites laterais em 1, tendo em consideração o sinal dos
valores que 1 - x toma à esquerda e à direita de 1. Determina:
g(x)
2x - 1 1 2x - 1 1 a) lim
lim f(x) = lim - = + = +∞ lim f(x) = lim + = - = -∞ x " -∞ x
x " 1- x"1 1-x 0 x " 1+ x"1 1-x 0
1-x
Portanto, não existe lim f(x) . b) lim
x " -∞ g(x)
x"1

b1) lim - f f(x) + 3x g = lim - f(x) + 3 lim -x = +∞ + 3 * 1 = +∞ 2+x


c) lim
x"1 x"1 x"1 x " -2- g(x)
(2x - 1)x 2x - 1 x - g(x)
b2) lim = lim * lim x = lim f(x) * lim x = d) lim
x " +∞ 1-x x " +∞ 1 - x x " +∞ x " +∞ x " +∞ x " -2- x+2
= - 2 * (+ ∞) = - ∞ x · g(x)
lim
Å x+2
e) -
x " -2
f(x) 2x f(x)
lim + c d = lim +
2x
b3) + + lim + =
x"1 2x f(x) x " 1 2x x " 1 f(x)

lim + f(x) lim (2x) Mais sugestões de trabalho


x " 1+ -∞ 2
= x"1 + = + = -∞ + 0 = -∞
lim + (2x) lim + f(x) 2 - ∞ Exercícios propostos n.os 121 a 127
x"1 x"1 (págs. 97 e 98).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 33


No enunciado das «operações com limites» ressalvámos várias situações em que
a aplicação das regras não é suficiente para determinar o limite, nem para garan-
tir que o limite não existe.
As técnicas que apresentaremos para ultrapassar essas «incertezas» são análo-
gas às que utilizámos para «levantar as indeterminações» no cálculo de limites
de sucessões.
Recorda que identificámos quatro situações de indeterminação:
∞-∞ 0*∞ ∞ 0
∞ 0
Vamos estudar situações de indeterminação que envolvem funções racionais
e funções definidas pelo radical de funções racionais.

Funções racionais são quocientes de funções polinomiais, ou seja, são funções


reais de variável real que podem ser definidas por uma expressão da forma
P(x)
, onde P(x) e Q(x) são polinómios (não sendo Q(x) o polinómio nulo).
Q(x)

3x x+1
São exemplos de funções racionais as funções definidas por , 2 e
x2 - 2x + 5 x-2 x +2
.
2x3 + x + 1
Estas expressões podem designar-se por frações racionais.
Da definição de função racional decorre que as funções polinomiais são funções
P(x)
racionais, pois P(x) = .
1

Pode-se mostrar que as funções definidas por "x , 3


x
e cos x não são
funções racionais. "x + 1

Já a função definida por a b é uma função racional, pois pode ser defi-
2
"x2 + 1
4
nida pela expressão 2 .
x +1
Para entenderes melhor algumas das situações de indeterminações que vamos
apresentar com funções racionais, fazemos aqui um parêntese para apresentar
exemplos de operações com funções racionais.

Operações com funções racionais


A soma, o produto e o quociente de funções racionais também são funções
racionais, pois a soma, o produto e o quociente de frações racionais ainda são
frações racionais.
As frações racionais, tal como as frações numéricas, podem ser simplificadas e as
operações com frações racionais efetuam-se em moldes análogos às operações
com frações numéricas.
No entanto, no que diz respeito às frações racionais, existe um cuidado adicional,
que tem a ver com o domínio.

34 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Domínio de uma função racional
P(x)
Seja f , definida por f(x) = , uma função racional.
Q(x)
Sendo a função f o quociente de duas funções polinomiais, o domínio de f é
Df = 5 x å R : Q(x) 0 0 6 .

EXEMPLOS
34 Determina o domínio das
2x
1. A função f definida por f(x) = tem domínio R \ {2} . funções definidas por cada uma
x-2 das expressões.
x2 2x - 1 x+2
2. A função g definida por g(x) = 2 tem domínio a) b)
5x å R : x + x - 2 0 06 .
2 x + x - 2 x 1+x
x 1
Portanto, Dg = R \ 5 - 2, 1 6 , pois x2 + x - 2 = 0 § x = -2 › x = 1 .
c) d)
1 - x2 x + x3
x2 + x
3. A função h definida por h(x) = tem domínio R , pois
x2 + 1
A x å R, x2 + 1 0 0 .

Simplificação de frações 35 Fatoriza os polinómios se-


guintes:
Para que seja possível simplificar o quociente de dois polinómios é necessário
a) 2x2 - 18
que exista pelo menos um fator comum ao numerador e ao denominador (dife-
rente de 1). Frequentemente, a possibilidade de simplificar uma fração só se b) x2 + 4x + 4
torna evidente depois de fatorizar o numerador e o denominador da fração. c) 2x3 - x2 - 3x
d) a4 - 16
EXEMPLOS
e) x3 - 3x - 2 (- 1 é um zero
deste polinómio)
2x
1. Para simplificar a fração 2 , fatorizamos x2 + x .
x +x
2x 2x 2 36 Simplifica cada uma das
Como se tem x + x = x(x + 1) , podemos escrever: 2
2
= = .
x + x x(x + 1) x + 1 seguintes frações racionais e
A igualdade das frações é válida para todos os valores de x que não anulem indica o domínio em que a sim-
qualquer dos denominadores. Neste caso, x2 + x 0 0 § x 0 0 ‹ x + 1 0 0 . plificação é válida.
2x 2 x2 - 4 x3 - 1
Portanto, 2 = , para x å R \ {- 1, 0} . a)
3x + 6x
2
b) 2
x - 2x + 1
x +x x+1
2x2 - 3x + 1
x2 + 3x x(x + 3) x c)
2. 2 = = , para x å R \ {- 3, 3} . 1 - x2
x -9 ( x+3 x-3 x-3
)( )
x3 - 1
3. Pretendemos simplificar . 1 0 0 -1
2x2 - x - 1
Dado que 1 é raiz de x3 - 1 , sabemos que este polinómio é divisível por 1 1 1 1

x - 1 e tem-se: x3 - 1 = (x - 1)(x2 + x + 1) . 1 1 1 0=R

Para fatorizar 2x2 - x - 1 , vamos determinar as raízes do polinómio,


recorrendo à fórmula resolvente.

Obtém-se, 2x2 - x - 1 = 2(x - 1)ax + b = (x - 1)(2x + 1) .


1 2x 2 - x - 1 = 0 §
2 1 ¿ "1 - 4 * 2 * (- 1)
§x = §
(x - 1)(x2 + x + 1) x2 + x + 1 2
, para x å R \ e - , 1f
x3 - 1 1
= = 1
2x2 - x - 1 (x - 1)(2x + 1) 2x + 1 2 §x =- ›x =1
2

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 35


Adição e subtração de frações
Tal como acontece com as frações numéricas, para efetuar a adição e a subtra-
ção de frações racionais devemos escrevê-las com os denominadores iguais.

Para obtermos a soma, ou a diferença, quando se trata de frações numéricas,


é habitual usar para denominador comum o mínimo múltiplo comum dos deno-
minadores.

NOTA Quando somamos, ou subtraímos, frações racionais com denominadores dife-


* Esse polinómio é único, a menos rentes, é desejável encontrar o polinómio de menor grau* que é divisível pelos
de um fator constante.
denominadores de todas as frações.

Para obter esse polinómio, fatorizam-se os denominadores das frações, na tenta-


tiva de encontrar fatores comuns.

O polinómio do denominador deve manter-se decomposto em fatores até se


verificar se a fração pode ser simplificada.

EXEMPLOS

1. Frações racionais com os denominadores iguais


2x - 1 1 2x - 1 + 1 2x
+ = = (x 0 -3)
x+3 x+3 x+3 x+3

37 Efetua as operações, sim- 2. Frações racionais com denominadores diferentes


plifica, se possível, as frações x+1 2 x 2(x + 1) 2 * 6 3x * x
a) + x - = + - =
racionais obtidas e apresenta 3x 2 6x 6x 6x
o domínio. (* 2) (* 6) (* 3x)

3x 9 2x + 2 + 12 - 3x2 - 3x2 + 2x + 14
a) + = = (x 0 0)
x+3 x+3 6x 6x
4 1 - 3a
b) -
2
(a + 1) (a + 1)
2 x-3 2 6 x-3 2 6
b)
x + x - 3 - x2 - 3x = x + x - 3 - x(x - 3) =
(* (x - 3)) (* x)
2
(x - 3) + 2x - 6 x2 - 6x + 9 + 2x - 6
= = =
x(x - 3) x(x - 3)
x2 - 4x + 3 (x - 1)(x - 3) x - 1
= = = x (x 0 0 ‹ x 0 3)
x(x - 3) x(x - 3)
38 Efetua as operações, sim-
plifica, se possível, as frações x 2 1 x 2 1
c) + - = - - =
2x - x2 x (x - 2)2 x2 - 2x x
racionais obtidas e apresenta 2
o domínio. (x - 2)
1 3 2(x - 2)
2
(x - 2)
a) + x 2 -
1 x2
2x + 6 x2 - 9 = - x = - - =
(x - 2)
2
x(x - 2) x(x - 2)
2
x(x - 2) x(x - 2)2
2
t - 10 t (* (x - 2)) (* (x - 2)2)
b) 2 - (* x)
t -4 2-t
x2 - 2x + 4 - x2 + 4x - 4 2x 2
c)
x
+
1
-
1 = 2
= 2
= 2
(x 0 0 ‹ x 0 2)
(x - 1) x - x x
2 2 x x-2
( ) x x-2
( ) ( x - 2)

36 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Multiplicação e divisão de frações racionais 39 Efetua as operações, sim-
plifica, se possível, as frações
Para multiplicar frações racionais, multiplica-se numerador por numerador racionais obtidas e apresenta
e denominador por denominador. Deve considerar-se a possibilidade de simplificar o domínio.
a fração antes de escrever o numerador e o denominador como polinómios na 2 x2 + 2x
a) *
forma reduzida. 3x + 6 4
2a - 6a
2
a
Para dividir duas frações racionais, multiplica-se a primeira fração pela fração b) * 2
a2 a -9
inversa da segunda. x2 - x x2
c) 2 : 2
x - 3x + 2 x - 4
x3 + 2x2 x2 + 2x
EXEMPLOS d) :
2 4

x - 2 x + 1 (x - 2)(x + 1) x2 - x - 2
1. x * 2 = 2x
=
2x
(x 0 0)
40 Efetua as operações, sim-
2 2
(x - 1) x2 - 2x (x - 1) x(x - 2) (x - 1)(x - 2) plifica, se possível, as frações
2. * = = = racionais obtidas e apresenta
x 2
x2 - 1 x2(x - 1)(x + 1) x(x + 1)
o domínio.
x2 - 3x + 2
a) a1 + b:
= (x 0 0 ‹ x 0 - 1 ‹ x 0 1) 1 2x
x2 + x x - 1 x2 - 1

x x2 x x - 1 x(x - 1) x - 1 1 1
3. : = * 2 = = (x 0 0 ‹ x 0 1) x-2
2 x-1 2 x 2x2 2x b)
x-2

Indeterminações
Já te demos exemplos de situações de «indeterminação» no cálculo de limites.
Vamos agora apresentar-te formas de «levantar alguns casos dessas indetermi-
nações». Os exemplos estão organizados por tipo de indeterminação.

Indeterminações do tipo ∞ – ∞
Indeterminações ∞ – ∞ com funções polinomiais
Seja f a função definida por f(x) = 2x4 - 10x3 - x . Tem-se uma situação que
podemos representar abreviadamente por + ∞ - ∞ , quando x tende para + ∞ .
O limite pode calcular-se, ou seja, a indeterminação pode levantar-se, da forma
que em seguida se apresenta, idêntica à que foi utilizada nas indeterminações
com sucessões.

lim (2x4 - 10x3 - x) = lim c2x4 a1 - - 4 bd = lim c2x4 a1 - x - 3 bd =


10x3 x 5 1
4
x " +∞ x " +∞ 2x 2x x " + ∞ 2x

= lim (2x4) * lim a1 - x - 3 b = + ∞ * (1 - 0 - 0) = + ∞ * 1 = + ∞


5 1
x " +∞ x " +∞ 2x
Esta «técnica» constitui uma ferramenta útil em várias situações de indetermi- Mais sugestões de trabalho
nação ∞ - ∞ , mas podemos apresentar um resultado geral para o caso de fun-
Exercícios propostos n.os 128 a 134
ções polinomiais, cuja demonstração é análoga à correspondente para as (págs. 98 e 99).
sucessões.

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 37


Teorema
41 Calcula: O limite de uma função polinomial, quando a sua variável tende para + ∞ ou
para - ∞ , é igual ao limite do termo de maior grau, quando a variável tende
a) lim (x - 2x + 1) 3
x " +∞ para + ∞ ou para - ∞ .
b) lim (105x - 3x5) Ou seja, dada uma função polinomial f definida por:
x " +∞

lim a b
2x + x - 1
2 3
f(x) = a0xn + a1xn - 1 + a2xn - 2 + ... + an - 1x + an , com a0 0 0 , tem-se:
c)
lim 1a0xn + a1xn - 1 + a2xn - 2 + ... + an - 1x + an2 = lim 1a0xn2
x " -∞ 3
d) lim (x4 - px4 - x) x " +∞ x " +∞
x " +∞
(x " - ∞) (x " - ∞)
lim f (x + 10) - 0,1x g
5 6
e)
x " +∞

f) lim f x(x2 - 1) - x2(x + 1) g


x " -∞
EXEMPLOS

4
1. lim (2x4 - 10x3 - x) = lim (2x4) = 2 * (+ ∞) = + ∞
x " +∞ x " +∞
3
2. lim (2x3 - 10x + 1) = lim (2x3) = 2 * (- ∞) = - ∞
x " -∞ x " -∞

42 Calcula: Indeterminações ∞ – ∞ com funções racionais (não polinomiais)

1. lim - a + b é uma situação de indeterminação do tipo ∞ - ∞ , pois:


1 1
lim + a b
1 3
a) + x"0 x 2
2x
x"1 x-1 1-x
1 1 1 1
= + = + ∞ e lim - = - = -∞
b) lim + a
x - x2 b
x-1 x-1 lim
x"0
x " 0- x2 0 x " 0 2x 0
Levantamos a indeterminação efetuando a adição e, com esse objetivo, «redu-
lim a
2x2 - 1
c)
x " +∞ x - 2xb zimos as frações ao mesmo denominador».

lim - a b = lim - a 2 + 2 b = lim - 2 = + = + ∞


1 1 2 x 2+x 2
+
x"0 x2
2x x " 0 2x 2x x " 0 2x 0
(* 2) (* x)

2. lim a b também é uma situação de indeterminação do tipo ∞ - ∞*.


NOTA x 1
* Se x " 1+ , a indeterminação é +
x"1 x-1 1-x
+ ∞ + (- ∞) .
lim a b = lim a b = lim
Se x " 1- , a indeterminação é x 1 x -1 x-1
+ + =1
- ∞ + (+ ∞) . x"1 x-1 1-x x"1 x-1 x-1 x"1 x-1

43 Calcula: Indeterminações ∞ – ∞ com expressões que envolvem radicais


a) lim Q x + "x2 + 1 R lim Q "x2 + 2 + x R é uma situação de indeterminação do tipo ∞ - ∞ , pois:
x " -∞ x " -∞

b) lim Q 2x - "4x2 + 1 R lim "x2 + 2 = "+ ∞ = + ∞ e lim x = -∞


x " +∞ x " -∞ x " -∞

c) lim Q "x + 1 - "x - 1 R Neste caso, vamos levantar a indeterminação multiplicando e dividindo a
expressão dada por "x2 + 2 - x .
x " +∞
1
Q "x2 + 2 + x R Q "x2 + 2 - x R
d) lim
x " +∞
"x + 1 - "x lim Q "x2 + 2 + x R =
∞-∞
lim =
x " -∞ x " -∞ "x2 + 2 - x
Q "x2 + 2 R
2
RECORDA - x2 x2 + 2 - x2 2
(a + b) (a - b) = a2 - b2 = lim = lim = lim =
x " -∞"x + 2 - x x " -∞ "
2
x +2-x 2 x " -∞ "x + 2 - x
2

2 2 2
= = = =0
+ ∞ - (- ∞) + ∞ + ∞ + ∞

38 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Por vezes, designa-se a - b por binómio conjugado de a + b (e vice-versa), o que
permite afirmar, de modo abreviado, que as indeterminações do tipo ∞ - ∞ que
envolvem expressões com radicais se levantam multiplicando e dividindo a expres-
são dada pelo seu binómio conjugado.


Indeterminações do tipo ∞
Indeterminações ∞ com funções racionais

Se f e g são funções polinomiais, a aplicação da «álgebra dos limites» a
f(x) f(x) ∞
lim , ou a lim , conduz a uma indeterminação do tipo .
x " +∞ g(x) x " -∞ g(x) ∞

Tal como no caso do limite das funções polinomiais, quando a variável tende
para + ∞ ou para - ∞ , também aqui pode apresentar-se um resultado geral,
idêntico ao enunciado no estudo de limites de sucessões.

44 Calcula:
Teorema
a0 xn + a1 xn - 1 + … + an - 1 x + an a0 xn 2x2 - x3 + 1
a) lim
lim = lim m , com a0 0 0 e b0 0 0 x " +∞ 3x3 + 10x
x " +∞ b0 xm + b1xm - 1 + … + bm - 1 x + bm x " +∞ b0 x
(x " - ∞) (x " - ∞) px4 - x3 - 4x4
b) lim
x " +∞ 4x3 + 1
2
(x + 1) - x6
c) lim
EXEMPLOS x " -∞ 2x5 + x + 1
3

d) lim a b
∞ x2 - x + 2
2x2 - x3 + 1 ∞ - x3 x " -∞ 1 - 2x2
1. lim = lim = lim (- x) = - (- ∞) = +∞
x " -∞ x +2
2
x " -∞ x2 x " -∞ 2
x(x3 + 1) - (1 + x2)
∞ e) lim
= lim a- b = -
x2 - x3 + 1 ∞ - x3 1 1 x " -∞ 2x3 + 1
2. lim = lim
x " +∞ 3x + 2
3
x " +∞ 3x3 x " -∞ 3 3

Desafiamos-te agora para um Será que…? que aplica o teorema enunciado acima.

∞ 45 Seja f a função definida


SERÁ QUE…? Indeterminações
∞ por f(x) = x2 e seja g uma
outra função quadrática, repre-
1. Seja f a função polinomial definida por f(x) = 2x3 + x + 1 . sentada graficamente, e tal que
g(- 3) = g(3) = 0 e g(0) = k .
Define uma função polinomial g tal que:
y
2x3 + x + 1
a) lim =0 k
x " +∞ g(x)
2x3 + x + 1 f
b) lim = -∞
x " +∞ g(x)
O 3 x
2x3 + x + 1
c) lim =5
x " +∞ g(x)
2. Sejam f e g funções polinomiais de grau n e grau m , respetivamente.
Determina k , sabendo que
f(x) f(x)
Será que podes enunciar um resultado geral acerca de lim em fun- lim = -2 .
x " +∞ g(x) x " + ∞ g(x)
ção de n e m ?

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 39


De um modo geral, tem-se:

a0 xn a0
r Se n = m , então lim = .
x " +∞ b0 xm b0
(x " - ∞)

a0 xn a0 xn
r Se n > m , então lim = +∞ ou lim = -∞ , dependendo do
a0
x " +∞ b0 xm x " +∞ b0 xm
(x " - ∞) (x " - ∞)
sinal de .
b0
a0 xn
r Se n < m , então lim =0.
x " +∞ b0 xm
(x " - ∞)

Indeterminações ∞ envolvendo módulos



0 2x - 4 0 - x
tem em consideração que 0 a 0 = e
a se a ≥ 0
03 - x0
-∞ 2 +∞
Para calcular lim
x " -∞ -a se a < 0
2x - 4 - 0 + e que:
0 2x - 4 0 - 2x + 4 0 2x - 4 r 2x - 4 toma valores negativos se x < 2 ;
-∞ 3 +∞ r 3 - x toma valores positivos se x < 3 .

Atendendo a que x " - ∞ , vamos substituir 0 2x - 4 0 por - (2x - 4) e vamos


3-x + 0 -
03 - x0
substituir 0 3 - x 0 por 3 - x :
3-x 0 -3 + x

0 2x - 4 0 - x -2x + 4 - x -3x + 4 -3x


03 - x0
46 Calcula: lim = lim = lim = lim -x = 3
x " -∞ x " -∞ 3-x x " -∞ 3 - x x " -∞
0 x - 1 0 + 2x
03 - x0
a) lim
x " -∞

0 3 - x2 0 - 3x2 Indeterminações ∞ com expressões que envolvem radicais



b) lim ∞
2x2 "x + 2 ∞ "x
a b a + 3 b=
x " -∞
6 x
3
2 2
1. lim = lim + = lim
x " +∞ "
3
x x " +∞ "3
x "x
3
x " +∞ Å x "x
2

= lim a"x + b = +∞ + +∞ = +∞ + 0 = +∞
6 2 2
"x
3
x " +∞

∞ x2 a1 +
1
b "x2 * 1+
1
"x2 + 1 ∞ Å x2 Å x2
2. lim x = lim x = lim x =
x " -∞ x " -∞ x " -∞
NOTA
Recorda que "x 2 = 0 x 0 , ou seja,
0 x 0 * 1 + 12 -x * 1+
1
x = "x se x > 0 e x = - "x Å Å
= - "1 + 0 = - 1
2 2
se x x2 1
= lim = = lim = - lim 1+
x<0. x " -∞ x x " -∞ x x " -∞ Å x2

"x + 2 ∞ "x + 2 "x + 2
47 Calcula:
3. lim = lim = lim =
"x + 1 x " +∞ "
x+x x " +∞ "
x + "x * "x x " +∞
"x * Q 1 + "x R
a) lim
x " +∞
"x + 1
x "x + 2 1 x+2 1
= lim * lim = lim x * x lim =
x " +∞ Å
b) lim
x " -∞
"2x + 1 2 x " +∞ "x x " +∞
1 + "x " +∞
1 + "x
lim Q x - "x2 + x R
= "1 *
c) x+2 1 1
= lim x * =1*0=0
Åx " +∞
x " +∞
1+ lim x 1+∞
% x " +∞

40 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Indeterminações do tipo 0
0
Indeterminações 0 com funções racionais
0
1. Sejam f e g as funções, de domínio R , definidas por f(x) = 2x2 + x - 3 e
f
g(x) = 3x3 - 3 . A função h = g tem domínio R \ {1} e, portanto, podemos
calcular limite de h(x) quando x tende para 1.
0 NOTA
A aplicação da «álgebra dos limites» ao cálculo de lim h(x) conduz a e, Quando nos deparamos com uma
x"1 0
portanto, a uma situação de indeterminação. 0 f(x )
situação no cálculo de lim ,
0 x " a g(x )
No entanto, este resultado também nos informa que 1 é uma raiz comum aos sendo f(x) e g(x) polinóminos, de-
polinómios 2x2 + x - 3 e 3x3 - 3 , e permite concluir que a fração pode ser vemos fatorizar os polinómios de
simplificada, pois os dois polinómios admitem o binómio x - 1 na sua fato- modo a fazer surgir o fator x - a .
rização.

A fatorização do polinómio 2x2 + x - 3 pode ser feita recorrendo aos zeros


do polinómio 2x2 + x - 3 :
2x2 + x - 3 = 0 § x = - 1,5 › x = 1

Portanto, 2x2 + x - 3 = 2(x + 1,5)(x - 1) .

Para determinar o polinómio Q(x) tal que 3x3 - 3 = (x - 1) * Q(x) vamos


recorrer à regra de Ruffini.

3 0 0 -3
1 3 3 3
3 3 3 0=R

Então, 3x3 - 3 = (x - 1)(3x2 + 3x + 3) .


Tem-se, portanto, para x 0 1 ,
2x2 + x - 3 2(x - 1)(x + 1,5) 2(x + 1,5)
h(x) = = = 2
3x - 3
3
(x - 1)(3x + 3x + 3) 3x + 3x + 3
2

2(x + 1,5)
Então, lim h(x) = lim .
x"1 x"1 3x2 + 3x + 3
lim f 2(x + 1,5)g
2x2 + x - 3 2(x + 1,5) x"1
lim = lim = =
x"1 3x3 - 3 x " 1 3x2 + 3x + 3 lim (3x2 + 3x + 3)
x"1
2(1 + 1,5) 5
= = 48 Calcula:
3*1 +3*1+2
2
8
x2 + 2x
a) lim
x " -2 3x + 6
x - 2x
2
0 x2 + x
2. lim também é uma indeterminação do tipo . b) lim
x " 2 x2 - 4 0 x " -1 2x2 - x - 3
Dado que 2 é raiz do polinómio numerador e do polinómio denominador, 2x3 + x - 3
c) lim
a fatorização de qualquer deles inclui o fator x - 2 .
x"1 x2 - 1
2x3 + x
x2 - 2x x(x - 2) x 2 1 d) lim
lim 2 = lim = lim = = x"0 x2 - 2x
x"2 x -4 x " 2 (x + 2)(x - 2) x " 2 x + 2 4 2

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 41


A análise de uma situação de indeterminação deste tipo pode também termi-
nar com a conclusão de inexistência de limite.

x2 - 1
49 Mostra que não existe: 3. Vamos mostrar que não existe lim , provando que os limites laterais
x " 1 (x - 1)2
no ponto 1 são diferentes.
x2 + 2x
a) lim
x"0 x3 + x2 x2 - 1 0
x + 2x
2 Tem-se lim = e, decompondo o numerador da fração em fatores,
(x - 1) 0
2
b) lim x"1
x " -2 (x + 2)
2
tem-se:
x2 - 1 (x - 1)(x + 1) x+1 2
lim = lim = lim =
x"1 (x - 1)
2
x " 1 (x - 1)
2
x " 1 x-1 0

NOTA Nesta situação, consideramos os limites laterais*:


* Se x Æ 1+ , então x é maior do
x+1 2 x+1 2
que 1 e, portanto, x - 1 > 0 . lim = = +∞ e lim = = -∞
Se x Æ 1- , então x é menor do x " 1+ x - 1 0+ x " 1- x - 1 0-
que 1 e, portanto, x - 1 < 0 .
Atendendo a que os limites laterais são diferentes, conclui-se que não existe
x2 - 1
lim .
x " 1 (x - 1)2

Indeterminações 0 com módulos


0
x2 + x
x " -1 0 x + 1 0
Pretendemos calcular lim .

0
50 Calcula: Tem-se uma situação de indeterminação do tipo , que vai reduzir-se a uma das
0
x2 que tratámos acima, depois de escrevermos a expressão de forma equivalente,
0x0
a) lim
x"0 sem usar «módulo».
x-3 x2 + x x (x + 1)
02 - x0 - 1
b) lim se x + 1 < 0 se x + 1 < 0
- x+1
( ) - (x + 1) - x se x < -1
=μ 2 =μ =e
x"3 x +x
2

0 x + 1 0 x + x se x + 1 > 0 x ( x + 1)
se x + 1 > 0
x se x > -1
x+1 (x + 1)

51 Mostra que não existe: Calculemos os limites laterais.


0x + 10 - 2 x2 + x x2 + x
0 x + 1 0 x " -1- 0 x + 1 0 x " -1+
lim = lim (-x) = - (-1) = 1 e lim = lim x = -1
0x - 10
a) lim x " -1- x " -1+
x"1

x2 - 1
0x + 10
b) lim x2 + x
0x + 10
x " -1 Concluímos, portanto, que não existe lim , pois os limites laterais em
x " -1
- 1 são diferentes.

Indeterminações 0 com expressões que envolvem radicais


0
x2 - 4
1. A função f definida por f(x) = tem domínio g 2, +∞ f . Portanto,
"x - 2
sabes que o limite de f(x) quando x tende para 2 é o limite de f(x) à direita
de 2, ou seja, lim f(x) = lim + f(x) .
x"2 x"2

0
Temos uma situação de indeterminação do tipo . Vamos fazer surgir x - 2
0
no numerador e no denominador da fração.

42 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Com esse objetivo, fatorizamos o polinómio x2 - 4 e racionalizamos o deno-
minador da fração, multiplicando o numerador e o denominador por "x - 2 .

x2 - 4 (x + 2)(x - 2)"x - 2 (x + 2)(x - 2)"x - 2


lim + = lim + = lim + =
"x - 2 "x - 2 * "x - 2 Q "x - 2 R
2
x"2 x"2 x"2

(x + 2)(x - 2)"x - 2
= lim + = lim + f (x + 2)"x - 2 g = 4 * 0 = 0
x"2 (x - 2) x"2

"x + 1 - 2
52 Calcula:
0
"x2 + x
2. A aplicação das «regras operatórias» a lim também conduz a .
x"3 x-3 0 a) lim +
x"0 x
Neste caso, o fator x - 3 já «está à vista» no denominador. Vamos multipli-
car o numerador e o denominador da fração por "x + 1 + 2 Q que se pode "x - 2
b) lim
referir como binómio conjugado de "x + 1 - 2 R, para obtermos x - 3 no x2 - 4x
x"4

numerador. "x - 1
c) lim
x"1
2 - "x + 3
Q "x + 1 - 2 R Q "x + 1 + 2 R Q "x + 1 R - 22
2
"x + 1 - 2
lim = lim = lim = "2x2 - 1 - 1
x-3 (x - 3) Q "x + 1 + 2 R (x - 3) Q "x + 1 + 2 R
x"3 x"3 x"3 d) lim
x"1 x3 - 1
x2 - 2
x+1-4 x-3 1 1 e) lim
= lim = lim = = x " "2
x - "2
x"3
(x - 3) Q "x + 1 + 2 R x"3
(x - 3) Q "x + 1 + 2 R "4 + 2 4

Para levantar as indeterminações que se seguem, indeterminações do tipo 0 * ∞ ,


recorremos a técnicas já estudadas, pois conseguimos, em geral, transformar
0 ∞
estas situações em indeterminações do tipo ou .
0 ∞

Indeterminações do tipo 0 * ∞
53 Calcula:
Indeterminações 0 * ∞ com funções racionais
lim a b
x2 1
a) *
x " +∞ 2 x2 + 3
1. lim a 2 * b é uma situação 0 * ∞ (repara que lim 2
x x x
= 0 , pois é
b) lim a b
x " +∞ x - 4 3 x " +∞ x - 4
x x2 - x
*
∞ x"1 x-1 2
uma indeterminação em que o grau do denominador é superior ao grau do

c) lim a b
numerador). 3 x2 - 4
*
x"2 x2 - 2x 2
x x x 2
Dado que * = , tem-se:
x2 - 4 3 3x2 - 12

lim a 2 * b = lim
x x x2 ∞ x2 1
= lim =
x " +∞ x - 4 3 x " +∞ 3x - 12 x " +∞ 3x2 3
2

2. lim c (x2 - 1) * d é uma situação 0 * ∞ arepara que lim


1 1
não
x"1 2x - 2 x " 1 2x - 2 x -∞ 1 +∞
1 1 1 1 2x - 2 - 0 +
existe, mas lim - = - = - ∞ e lim + = + = + ∞b.
x " 1 2x - 2 0 x " 1 2x - 2 0

Efetuando a multiplicação indicada, obtém-se:


0
(x + 1)(x - 1)
lim c (x - 1) * d = lim
2 1 x2 - 1 0 x+1 2
= lim = lim = =1
x"1 2x - 2 x " 1 2x - 2 x " 1 2(x - 1) x"1 2 2

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 43


Quando estudámos o tema «Limites de sucessões» enunciámos um teorema rela-
tivo ao limite do produto de uma sucessão limitada por uma sucessão que tende
para 0.
Referimos agora um resultado análogo para funções de variável real.

Produto de uma função limitada por outra


com limite nulo
Teorema
Dadas funções reais de variável real, f e g , e sendo a um ponto aderente
a Df * g , ou sendo + ∞ (respetivamente, - ∞), se Df * g não for majorado (res-
petivamente, minorado), se lim f(x) = 0 e se g é uma função limitada, então
x"a
lim (f * g)(x) = 0 .
x"a

A demonstração deste teorema tem como base o teorema relativo ao limite do


produto de uma sucessão limitada por uma sucessão que tende para 0.
Demonstração
Sendo f e g funções nas condições indicadas, seja (xn) uma sucessão de ele-
mentos do domínio de f * g convergente para a . A sucessão 1(f * g)(xn)2 =
1f (xn) * g(xn)2 é o produto de uma sucessão convergente para zero por uma su-
cessão limitada. Portanto, podemos concluir que (f * g)(xn) é convergente
para 0 e, assim, lim (f * g)(x) = 0 .
x"a

EXEMPLOS

54
cos x
1. No cálculo de lim x , não podemos aplicar o teorema relativo
a) Mostra, recorrendo à defini- x " +∞
ção de limite segundo Heine, ao limite do quociente pois, se bem te recordas, não existe lim cos x
x " +∞
que não existe lim sen a x b . (página 24).
1
x"0 cos x
No entanto, é possível concluir que lim x = 0 aplicando o teorema
b) Calcula x " +∞
enunciado acima.
lim axsen a x bb .
1
1 cos x
x"0 Seja f(x) = x e seja g(x) = cos x . Tem-se f(x) * g(x) = x e:
r a função g é uma função limitada (A x å R, -1 ≤ cos x ≤ 1) ;
1 1
r lim f(x) = lim x = =0
x " +∞ x " +∞ +∞
cos x
Portanto, lim x = lim (f * g)(x) = 0 (produto de uma função que
x " +∞ x " +∞
tende para 0 por uma função limitada).
sen x
De modo análogo se prova que lim
x " +∞ x =0 .

x + cos x
2. No cálculo de lim , tal como no exemplo anterior, não pode-
2x + sen x
x " +∞
mos aplicar o teorema relativo ao limite do quociente, pois não existe
lim cos x , nem existe lim sen x . Vamos transformar a expressão de
x " +∞ x " +∞
modo a poder aplicar o resultado do exemplo 1 (que é consequência do
teorema enunciado acima).

continua

44 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
55 Calcula:
xa1 + x b
cos x cos x
1+ 2x2 + 3cos x
x + cos x x a) lim
= lim = lim 3x2 + 2sen x
x=
lim x " -∞
x " +∞ 2x + sen x sen
xa2 + x b
x " +∞ sen x x " +∞ 2 + x x + x2cos a x b
1
b) lim
lim a1 + x b
cos x cos x x"0 2x
1 + lim
x " +∞ x " +∞ x 1+0 1
= = sen x = =
2 +0 2
lim a2 + x b
sen x 2 + lim
x " +∞ x
x " +∞

Terminamos este primeiro subcapítulo relativo a limites de funções reais de va-


riável real com um teorema que envolve a composição de funções.

Teorema do limite da função composta (mudança de variável)


Dadas funções reais de variável real, f e g , e sendo a um ponto aderente
a Dg + f , ou sendo + ∞ (respetivamente, - ∞), se Dg + f não for majorado (respeti-
vamente, minorado), se lim f(x) = b e lim g(x) = c , então lim (g + f )(x) = c .
x"a x"b x"a

Justifiquemos este resultado.


Nas condições indicadas, seja (xn) uma sucessão de termos pertencentes a Dg + f 56 Sejam h e g duas funções
que tende para a . Então, dado que lim f(x) = b , sabemos que a sucessão 1f(xn)2 de domínio R .
x"a
tende para b . Sabe-se que:
Por sua vez, dado que lim g(x) = c , que a sucessão 1f(xn)2 tende para b e que r lim g(x) = - 3
x"b x"1
An å N, f(xn) å Dg pois An å N, xn å Dg + f , podemos concluir que a sucessão r lim h(x) = 4
1g 1f(xn)22 tende para c .
x " -3
Determina:
Como 1g 1f(xn)22 = 1(g + f )(xn)2 , e como (xn) é uma qualquer sucessão de termos lim (h + g)(x)
x"1
pertencentes a Dg + f que tende para a , tem-se lim (g + f )(x) = c .
x"a

Exercícios resolvidos
"x - 2
3

1. Calcula lim .
x"8 x-8

Resolução
0
Temos uma situação de indeterminação .
0
Seja f(x) = "x e seja g(x) =
3 x-2
.
x3 - 8
"x - 2 "x - 2
Tem-se (g + f )(x) = g1f(x)2 = gQ "x R =
3 3
3
= .
Q "x R x-8
3 3
-8
Portanto, o que se pretende calcular é lim (g + f )(x) .
x"8

Ora, lim f(x) = lim "x = "8 = 2 e


3 3
* 1 0 0 -8
x"8 x"8 0
2 2 4 8
x-2 0 x-2 1 1
lim g(x) = lim 3 = lim = lim = 1 2 4 0=R
x"2 x " 2 x - 8* x " 2 (x - 2)(x2 + 2x + 4) x " 2 x2 + 2x + 4 12
Portanto,
x3 - 8 = (x - 2)(x2 + 2x + 4)
continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 45


continuação

1
Então, dado que lim f(x) = 2 e que lim g(x) = , o teorema enunciado
x"8 x"2 12
1
permite-nos afirmar que lim (g + f )(x) = .
x"8 12
O que fizemos pode ser apresentado de uma forma mais simples, referindo
a utilização da função f como uma «mudança de variável», como vamos
exemplificar.
"x - 2
3

Pretendemos calcular lim e constatamos que temos uma situação


x"8 x-8
de indeterminação. Prosseguimos assim:
Seja y = "x ; então, x = y3 e tem-se: x " 8 ± y " 2 .
3

Portanto:
"x - 2
3
y-2 y-2 1 1
lim = lim 3 = lim = lim =
x"8 x-8 y " 2 y - 8 y " 2 (y - 2)(y + 2y + 4) y " 2 y2 + 2y + 4
2
12

"x2 + 1
2. Calcula lim x .
x " -∞
Resolução
Este limite já foi calculado atrás (página 40). Apresentamos, agora, um
outro processo para obter o limite, envolvendo «mudança de variável».
Comecemos por observar que, se x " -∞ , então -x " +∞ .
Seja y , com y = - x , a nova variável.
Então: x = - y , x2 = (- y)2 = y2 e x " -∞ ± y " +∞ .
Portanto:
"x2 + 1 ∞ "y2 + 1

y2 + 1 y2
lim = lim = - lim = - lim = -1
y " +∞Å y2 Åy " +∞ y2
57 Calcula os limites seguintes x -y
x " -∞ y " +∞
usando o teorema sobre o limi-
te da função composta (mu- x2 - 4
dança de variável). 3. Calcula lim .
x"2 "x - 2
"x - 1 Resolução
a) lim
x"1 x-1 x2 - 4
Comecemos por observar que, dado que o domínio da expressão
b) lim
x+1
x2 - 4 x2 - 4 "x - 2
"x + 1 é g 2, +∞ f , tem-se lim = lim +
3
x " -1 .
x"2 "
x - 2 x " 2 "x - 2
"x + 1
3

c) lim Também este limite já foi calculado atrás (página 42).


x " +∞
"x + 2
Apresentamos, agora, uma resolução em que fazemos uma «mudança de
"x + 1 - 2 variável».
d) lim
x"3 x-3
Para que os cálculos sejam mais simples, vamos começar por transformar
a função dada num produto.
x2 - 4 (x + 2)(x - 2) x-2
lim = lim + = lim +(x + 2) * lim + =
x"2 " x"2 " x " 2 x " 2 "
0
x - 2 x - 2 x - 2
0 x-2
= 4 * lim +
x"2 "x - 2
Seja y = "x - 2 ; tem-se x " 2+ ± y " 0+ e x - 2 = y2 .
Mais sugestões de trabalho Portanto:
x2 - 4 x-2 y2
Exercícios propostos n.os 135 a 139 lim = 4 * lim + = 4 * lim + y = 4 * lim + y = 4 * 0 = 0
x"2 " x"2 " y"0 y"0
(págs. 99 e 100). x-2 x-2

46 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Caça aos erros!
As respostas aos itens seguintes têm um ou mais erros.
Descobre todos os erros!
1 x-1 3
Seja f definida por f(x) = - .
x+2 x-2
Determina o domínio da função f e define-a por uma fração racional.
l.
Resposta de um aluno:
Como não se pode dividir por 0, o domínio é - 2 e 2.
Agora vou fazer as contas e tenho de reduzir ao mesmo denominador.
r.
x-1 3 x - 1 * (x - 2) - 3(x + 2)
- = =x-1-3=x-4
x+2 x-2 (x - 2)(x + 2)

2 3
Calcula lim + .
x"5 5-x
Resposta de um aluno:
3 3
lim =
x " 5+ 5 - x 0
3 3
Como x tende para 5+ , o 0 também é 0+ ; por isso, lim + = = +∞ .
x"5 5 - x 0+

3 x2 - 3x + 2
Calcula lim .
x " 2 2x2 - 3x - 2
Resposta de um aluno:
É uma indeterminação e vou levantar a indeterminação dividindo o termo de maior grau do
numerador pelo termo de maior grau do denominador.
x2 - 3x + 2 x2 1
lim = lim =
x " 2 2x2 - 3x - 2 x " 2 2x2 2

4 1 x2 + 2
Sejam f e g as funções definidas, respetivamente, por f(x) = x e g(x) = .
3x
Determina lim (f * g)(x) .
x " +∞
Resposta de um aluno:
lim (f * g)(x) = lim f(x) * lim g(x)
x " +∞ x " +∞ x " +∞

Vou começar por calcular lim f(x) .


x " +∞
1
lim f(x) = lim x = 0
x " +∞ x " +∞

Já não preciso de calcular o outro limite, porque 0 vezes qualquer coisa é 0.

5 "x2 + 1
Calcula lim x .
x " -∞
Resposta de um aluno:
x
Cá para mim, passava o x cá para fora e ficava lim x = 1 . Se calhar fica incompleto.
x " -∞

"x2 * 1+
1
x*
1
1+ 2
"x2 + 1 Å Å
1 + 2 = "1 = 1
x2 x 1
lim = lim = lim = lim
x " -∞ x x " -∞ x x " -∞ x x " -∞Å x
Já sabia que estava bem!

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 47


Teste 2 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Na figura está representada parte do gráfico de


uma função f , de domínio R .
y

5
3n - 2
Seja (un) a sucessão definida por un = n .
Qual dos seguintes pode ser o valor de lim 1f(un)2 ? O 3 x

(A) - 2 (B) 2
(C) - ∞ (D) + ∞

x-3
se x 0 1
2. Para um certo k å R \ 5 0 6 , seja g a função definida por g(x) = | x2 + k
2 se x = 1
Sabe-se que existe lim g(x) .
x"1

Qual é o valor de k ?
(A) - 2 (B) - 1
(C) 1 (D) 2

3. Sejam a , b e c três números reais e sejam f e g as funções polinomiais


definidas, respetivamente, por f(x) = ax2 + bx + c e g(x) = x2 + 3 .
Sabe-se que:
f(x) f(x)
lim = 1 , lim =2 e lim f f(x) * g(x)g = 0
x"0 g(x) x " 1 g(x) x " -1

Quais são os valores de a , b e c ?


(A) a = 1 , b = 2 e c = 1 . (B) a = 2 , b = 4 e c = 1 .
(C) a = 1 , b = 4 e c = 3 . (D) a = 2 , b = 2 e c = 3 .

4. No referencial estão representadas partes dos y


gráficos de duas funções quadráticas f e g .
f
Qual das afirmações é falsa?
g
f(x) g(x)
(A) lim =0 (B)  lim =0 x
x " 0 g(x) x " 2 f(x) O 2

f(x) f(x)
(C) lim = +∞ (D)  lim - = +∞
x " 2+ g(x) x"2 g(x)

Ajuda 5. Qual é o conjunto-solução da condição 0 x2 - 5x 0 = 5x - x2 ?

Se precisares de ajuda para (A) O (B) R-0


resolver algum destes itens,
consulta a página 197. (C) {0, 5} (D) [0, 5]

48 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

1. Sejam a e b dois números reais e sejam f e g as funções polinomiais


definidas, respetivamente, por f(x) = 2x2 + 1 e g(x) = ax3 + bx2 + 1 .
Determina, em cada caso, os valores de a e b para os quais:

f(x) f(x) f(x)


a) lim =0 b) lim = -∞ c) lim = -4
x " +∞ g(x) x " +∞ g(x) x " +∞ g(x)

2. Sejam f e g as funções representadas graficamente. A função f é uma fun-


y
ção afim e a função g é uma função quadrática.

Indica o valor de cada um dos limites. 1

f(x) f(x) g(x) O 1a x


a) lim b) lim c) lim
x"0 g(x) x " +∞ g(x) x " -∞ f(x)

f(x) f(x) f(x)


d) lim e) lim f) lim
x " 3- g(x) x"a g(x) x " -2 g(x)

x + 1 x2 + 3
3. Seja f a função definida por f(x) = - .
x - 1 x2 - 1

a) Determina o domínio da função f e mostra que a função f é uma restri-


2
ção da função g , de domínio R \ {- 1} , definida por g(x) = .
x+1
b) O cálculo de lim f(x) conduz a uma situação de indeterminação.
x " 1+
Levanta essa indeterminação.

4. Em todas as situações seguintes há indeterminações. Identifica, em cada


caso, o tipo de indeterminação e calcula o valor do limite.

lim Q x + "x2 + 1 R
x3 + x + 2 x3 + x + 2
a) b) lim c) lim
x " -∞ x " +∞ x2 + x x " -1 x2 + x

0 x2 - 3x 0
lim a
3x2 - 2 x-2
d) - 3xb e) lim f) lim -
x " -∞ x-2 x"2
x - "2x x"3 2x - 6

5. Seja f uma função real de domínio R e contradomínio [2, 7] e seja g a


x2 - 2x + 1
função racional definida por g(x) = .
x2 - x
Mostra que existe lim (f · g)(x) .
x"1

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 49


Continuidade de uma função num ponto.
Funções contínuas
Teorema
Dada uma função real de variável real f e um ponto a do respetivo domínio,
diz-se que f é contínua em a se existir lim f(x) .
x"a

Já vimos que, dado a pertencente ao domínio de f , a existência de limite em a


obriga a que esse limite seja igual a f(a) . Portanto:

f é contínua num ponto a å Df se e só se lim f(x) = f(a) .


x"a

Se f não for contínua num ponto a do seu domínio, então diz-se que f é des-
contínua em a e que a é um ponto de descontinuidade de f .

Dada uma função real de variável real f , com domínio Df , e um conjunto A


tal que A ƒ Df , diz-se que f é contínua em A quando f é contínua em todos
os pontos de A .
Designa-se uma função por contínua quando é contínua em todos os pontos
do seu domínio.

SERÁ QUE…? Funções contínuas e descontínuas

Em cada um dos referenciais está representada parte do gráfico de uma fun-


ção f cujo domínio e propriedades são os que a representação sugere.

A B C
y y y

O x O x O x

D E F
y y y

O x O x O x

G H
y y

O x O x

continua

50 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

I J K
y y y

O x O x O x

Definimos função contínua num ponto do domínio e definimos função con-


tínua, mas não apresentámos exemplos.
A questão que te pomos é a seguinte:
Será que, em cada caso, a função f é contínua? (Sim ou não?)

Os exemplos que apresentamos de seguida podem ajudar a confirmar ou a reti-


ficar as respostas dadas.

EXEMPLOS

Recorda que dizer que uma função é contínua é dizer que a função é contí-
nua em todos os pontos do domínio, ou seja, em cada ponto a do domínio
existe limite, o que implica que esse limite seja igual à imagem de a .

1. As funções representadas graficamente são contínuas (admitindo que


a parte do gráfico que se apresenta é um ««resumo fiel» das suas proprie-
dades).

y y y
f g h

58 No referencial seguinte está


O x O x O x
parte do gráfico da função c ,
função característica de x .

2. As funções representadas graficamente não são contínuas.


1

y y y O 1 x
g h
f

O 1 x O 1 x O 1 x
Esta função tem domínio R e
faz corresponder a cada número
real x , o maior número inteiro
que não excede x .
As funções f e g não são contínuas no ponto 1 e a função h não é con-
Estuda a continuidade de c no
túnua no ponto 0. conjunto Z .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 51


Exercícios resolvidos
2x2 + 6x + 4
se x < - 2
x+2
59 Averigua se a função g de- 1. Averigua se a função f definida, em R , por &
1
finida por: é contínua no ponto - 2. - x2 se x ≥ - 2
2
x + 5x + 6
2
se x ≤ -3
Resolução
g(x) = μ 2
x2
x + 7x + 12 A função f é contínua no ponto - 2 se existir lim f(x) . No caso de
se x > -3 x " -2
3x + 19 existir, esse limite é necessariamente igual a f(- 2) .
é contínua em x = - 3 .
Tem-se:
1 2
r f(-2) = - * (-2) = -2
2
r lim + f(x) = lim + a- x2b = - * (-2) = -2
1 1 2

x " -2 x " -2 2 2
0
2x + 6x + 4 0
2 (x + 2)(2x + 2)
r lim - f(x) = lim = lim - =
x " -2 x " -2 -
x+2 x " -2 x+2
= lim -(2x + 2) = 2 * (-2) + 2 = -2
x " -2

Dado que lim f(x) = lim + f(x) = f(-2) , conclui-se que existe limite no
x " -2- x " -2
ponto - 2 e, portanto, f é contínua no ponto - 2.

2. Seja k um número real. Sabe-se que a função f definida por


60 Seja a å R e seja f a fun-
2x2 - 2
ção definida por: se x < 1
f(x) = | x - 1 é contínua em x = 1 . Determina o valor de k .
x3 - 1 5x - k se x ≥ 1
se x 0 1
f(x) = | x - 1
a se x = 1 Resolução
Determina a , sabendo que a Dado que a função é contínua em x = 1 , sabe-se que existe limite nesse
função f é contínua no ponto 1. ponto e que é igual a f(1) , ou seja, lim f(x) é igual a 5 - k .
x"1
Ora, se existe lim f(x) , tem-se lim f(x) = lim - f(x) .
x"1 x"1 x"1

2x2 - 2 2(x2 - 1) 2(x - 1)(x + 1)


lim - f(x) = lim - = lim - = lim - =
x"1 x"1 x-1 x"1 x-1 x"1 x-1
= lim - f 2(x + 1)g = 2 * 2 = 4
x"1

Então, lim f(x) = 5 - k § 4 = 5 - k § k = 1 .


x"1

Portanto, k = 1 .
1
x sen x se x 0 0
61 Justifica que toda a sucessão 3. Estuda a continuidade da função f definida por | no
real é uma função contínua. ponto 0. 0 se x = 0

Resolução
Seja g a restrição de f a R \ {0} .

lim g(x) = lim ax · sen x b = 0 (produto de uma função com limite nulo
1
x"0 x"0
por uma função limitada). Portanto, lim - f(x) = lim + f(x) = 0 .
x"0 x"0
Dado que f(0) = 0 , conclui-se que f é contínua no ponto 0.

52 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Alguns resultados sobre continuidade
De uma forma intuitiva, a continuidade de uma função num ponto a garante-
-nos que o comportamento da função perto desse ponto é semelhante ao com-
portamento no ponto. Por exemplo, se f não se anula em a , também não se
anula em alguma vizinhança de a ; se f for positiva em a (respetivamente,
negativa em a), existe alguma vizinhança de a em que também é positiva (res-
petivamente, negativa). Dito com rigor:

Sendo f contínua em a :

r se f(a) 0 0 , então existe uma vizinhança V de a tal que f não se anula em


V © Df ;

r se f(a) > 0 , então existe uma vizinhança V de a tal que f é positiva em


V © Df ;

r se f(a) < 0 , então existe uma vizinhança V de a tal que f é negativa em


V © Df .

Das propriedades relativas às «operações sobre limites» e da definição de fun-


ção contínua num ponto do seu domínio decorrem os teoremas seguintes.

Teoremas
r A soma, a diferença e o produto de duas funções contínuas num ponto são
ainda funções contínuas nesse ponto.
r O quociente de duas funções f e g contínuas num ponto é uma função
contínua nesse ponto, desde que a função g não se anule nesse ponto.
r Qualquer potência de expoente natural de uma função contínua num ponto
é contínua nesse ponto.
r Toda a raiz de uma função contínua num ponto é contínua nesse ponto,
desde que o valor da função no ponto não seja negativo, no caso do índice
da raiz ser um número par.
62 Considera as funções g e h ,
r Se uma função f é contínua no ponto a e se a função g é contínua em f(a) , definidas por:
então a função composta g + f é contínua no ponto a . 3x se x ≤ 1
g(x) = e
x se x > 1
x - 1 se x ≤ 1
A título de exemplo, demonstremos o resultado relativo à continuidade do quo- h(x) = e
x + 1 se x > 1
ciente de funções contínuas.
a) Mostra que as funções g e
f h são descontínuas no pon-
Suponhamos, então, que a pertence ao domínio de g e que f e g são contí-
to 1.
nuas em a .
b) Mostra que a função g + h
é contínua no ponto 1.
Dado que f e g são contínuas no ponto a , sabe-se que:
c) Comenta a seguinte afirma-
r existe lim f(x) e lim f(x) = f(a) ; ção:
x"a x"a
«Se as funções f e j não
r existe lim g(x) e lim g(x) = g(a) . são contínuas no ponto
x"a x"a a å Df © Dj , então a função
f + j não é contínua no pon-
f f f to a .»
Pretende-se provar que existe lim g (x) e que lim g (x) = g (a) .
x"a x"a

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 53


Tem-se:
f f(x)
r lim g (x) = lim , por definição de quociente de funções.
x"a x " a g(x)

f(x) xlim f(x)


"a
r lim = , atendendo a que as funções f e g são contínuas em a
x"a g(x) lim g(x)
x"a
(logo os limites existem e são reais) e a que lim g(x) 0 0 , por ser igual a g(a) ;
x"a
lim f(x) f(a)
x"a
r = , pela continuidade em a de f e de g ;
lim g(x) g(a)
x"a

f(a) f
r = (a) por definiçao de quociente de funções;
g(a) g
f f
Logo, lim g (x) = g (a) , o que prova o pretendido.
x"a

Dos teoremas anteriores decorre que são funções contínuas:


r as funções polinomiais e as funções racionais;
r as potências de expoente racional.
Pode-se provar que, tal como os gráficos sugerem, as funções seno e cosseno são
funções contínuas e, portanto, a função tangente, sendo o quociente das funções
seno e cosseno, também é uma função contínua.
y y y

1 1

-2␲ -␲ O ␲ 2␲ x -2␲ -␲ O ␲ 2␲ x -2␲ -␲ O ␲ 2␲ x


-1 -1

Na justificação da continuidade de uma função é frequente recorrer-se ao resul-


tado seguinte:
Uma restrição de uma função contínua é contínua.
A prova é trivial: se uma função f é contínua, então é contínua em todos os
pontos de Df , logo é contínua em todos os pontos de qualquer subconjunto A
de Df . A restrição de f a A é, portanto, contínua em A . Logo é contínua.
Mas é importante notar que, de a restrição de uma função f a um subconjunto A
de Df ser contínua, não se pode concluir que f seja contínua em todos os pon-
tos de A , como se pode observar no exemplo 7, na página seguinte.

63 Determina o domínio das EXEMPLOS


funções f e g definidas em R ,
respetivamente, pelas expressões
1. A função f definida por f(x) = 3x - 2x3 + 1 é contínua porque é uma
+ "x e
x
2x3 - x + função polinomial.
x-2
sen (2x) x3 - 3x + 1
3
e justifica que são 2. A função g definida por g(x) = é uma função contínua por-
Å x
que é uma função racional.
x2 + 1
funções contínuas.
sen x
3. A função h definida por h(x) = é uma função contínua, pois é
"x
quociente de restrições de duas funções contínuas: uma função trigonomé-

trica e uma potência de expoente racional a "x = x2 b .


1

continua

54 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
64 Estuda quanto à continui-
4. A função j definida por j(x) = cos ax + b é uma função contínua porque
p dade as funções f e g defini-
3 das, respetivamente, por:
é a composta de duas funções contínuas: uma função trigonométrica 3x2 - 3
se x < 1
e uma função polinomial. x-1
f(x) = &
1 x-1
- se x > 1
5. A função k definida por k(x) = (x2 + 1) "x2 - 1
3
é uma função contínua, pois
é a composta de uma função de expoente racional com uma função po- x-1
linomial. se x < 1
g(x) = % x 2
- 3x + 2
"x2 - 1 se x ≥ 1
+ "x + 1 + sen (x + 8) é contínua
x5 - 2x + 1 5
6. A função f definida por f(x) =
3x4 + 2
por ser soma de funções contínuas:
x5 - 2x + 1
r a função x |" que é contínua por ser uma função racional;
3x4 + 2
r a função x |" "x + 1 que é contínua por ser raiz de índice 5 de uma
5 65 Seja f a função, de domí-
nio R , definida por f(x) = 0 x 0 .
função afim (uma função afim é uma função polinomial); Mostra que f é contínua e jus-
tifica que a função h definida
por h(x) = 0 sen x 0 também é
r a função x |" sen (x + 8) que é contínua por ser composta da função
seno (que é contínua) com uma função afim (que é contínua) e a com- uma função contínua.
posta de funções contínuas é contínua.

x2 se x ≤ 0
7. A função g definida por g(x) = e
"x se x > 0
é contínua.

De facto, a restrição de g ao intervalo g -∞, 0 g é uma função contínua 66 Seja f a função, de domí-
porque é uma restrição de uma função polinomial e a restrição de g ao nio R \ {- 1} , definida por:
intervalo g 0, +∞ f também é uma função contínua, pois é uma restrição "x2 + 3 - 2
f(x) =
da função raiz quadrada de x . x+1
a) Justifica que a função f é
Dado que a restrição de g ao intervalo g -∞, 0 g é contínua, a função g é contínua.
contínua em g -∞, 0 f , mas não podemos garantir, à priori, que seja con-
b) Define uma função g contí-
tínua em g -∞, 0 g , pois pode não ser contínua em 0. Em relação a este nua em R tal que
ponto, sabemos apenas que lim - g(x) = g(0) . Ax å R \ {- 1}, g(x) = f(x) .
x"0
Para podermos concluir que g é contínua em 0, temos ainda de mostrar
que lim + g(x) = g(0) .
x"0

 r lim + g(x) = lim +"x = "0 = 0


x"0 x"0
67 Para um determinado valor
 r g(0) = 02 = 0 de k , a função f , de domínio
R , definida por:
4x - 2 se x < k
1
x sen x se x 0 0 f(x) = e 2
8. A função f definida por | é contínua. x + 2 se x ≥ k
é contínua.
0 se x = 0
Determina esse valor de k .
Já vimos que f é contínua no ponto 0 (página 52).
Para x 0 0 , a função é o produto de duas funções contínuas: a restrição
da função identidade a R \ {0} (a função identidade é uma função polino-
mial e, portanto, é contínua) e a composta da função seno com a função
1 Mais sugestões de trabalho
racional definida por x .
Exercícios propostos n.os 140 a 144
(pág. 100).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 55


Assíntotas ao gráfico de uma função
Suponhamos que um ponto percorre o gráfico de uma função. Se a distância desse
ponto a uma reta tende para zero, quando a distância do ponto à origem do refe-
rencial tende para infinito, diz-se que a reta é assíntota ao gráfico da função.

SERÁ QUE…? Assíntotas

Observa cada um dos referenciais seguintes. Em cada um deles estão represen-


tados, a cor, parte do gráfico de uma função e, a tracejado, uma ou mais retas.
Identifica as retas que te parecem ser assíntotas aos gráficos das funções
representadas.

y
y
j g
Simulador
Geogebra: Assíntota ou p
buraco? s
x t
O
O x

y
y
r
f
h

O x
O x

y
y b
k
i
l

O x O x
c
a

y l y v
z
h

m
O x
O x

t
n w

56 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


A forma intuitiva como te foi apresentado o conceito de assíntota ao gráfico de
uma função, pode não ter sido suficiente para analisares todas as situações que
te foram propostas. Vamos formalizar esse conceito.
De entre as retas que identificaste como sendo assíntotas aos gráficos das fun-
ções representadas, há retas verticais, retas horizontais e retas oblíquas.

Assíntotas verticais
Dados um referencial cartesiano, uma função real de variável real f e um RECORDA
O ponto a é, necessariamente, pon-
número real a , diz-se que a reta de equação x = a é assíntota vertical ao to aderente a Df .
gráfico de f se e só se pelo menos um dos limites laterais de f(x) no ponto a
for infinito (-∞ ou +∞).

EXEMPLOS

68 Algumas das afirmações se-


1. A reta de equação x = a é assíntota ao gráfico de cada uma das funções
guintes permitem concluir a
representadas nos referenciais seguintes. existência de uma assíntota
vertical ao gráfico da função f .
y f g Relativamente a essas afirma-
y
ções, escreve uma equação da
assíntota identificada.
a) lim + f(x) = - ∞
x"0

O a x O a x b) lim f(x) = - ∞
x " +∞
c) lim f(x) = 1
x " -∞
d) lim - f(x) = + ∞
x"1

lim - f(x) = -∞ e lim + f(x) = +∞ lim - g(x) = -∞


x"a x"a x"a

y y
h
j

O a x O a x

lim h(x) = lim +h(x) = +∞ lim j(x) = +∞


x " a- x"a x " a+

2. A reta de equação x = 2 é assíntota ao gráfico da função f definida por


RECORDA
1 1 1
f(x) = , pois lim - f(x) = lim - = = +∞*. * De modo análogo, poder-se-ia
2-x x"2 x"2 2 - x 0+ apresentar como justificação para a
reta de equação x = 2 ser assíntota
3. A reta de equação x = -1 é assíntota ao gráfico da função g definida por ao gráfico de f o facto de:
2 1
se x < -1 lim f(x) = - = - ∞
pois, embora lim + g(x) = lim +"x + 1 = 0 ,
0
g(x) = | x + 1
x " 2+

"x + 1 se x ≥ -1 x " -1 x " -1

2 2
tem-se lim - g(x) = lim - = - = -∞ .
x " -1 x " -1 x + 1 0
continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 57


continuação
69 Considera as funções f , g
e h definidas, respetivamente, 4. A reta de equação x = 2 não é assíntota ao gráfico da função f definida
x2 se x < 2
por: por f(x) = e .
2x x - 2 se x ≥ 2
f(x) = 2
(x + 1) De facto, nenhum dos limites laterais de f(x) no ponto 2 é infinito, pois
x lim - f(x) = lim -x2 = 4 e lim + f(x) = lim +(x - 2) = 0 .
se x < -1
g(x) = | "1 + x x"2 x"2 x"2 x"2
3

x+1 se x ≥ -1
x2 + x
h(x) = Observações
2x2 - x - 3
Mostra que a reta de equação 1. A verificação de que a reta de equação x = a é assíntota ao gráfico de uma
x = - 1 é assíntota quer ao grá- função faz-se comprovando que pelo menos um dos limites laterais no ponto a
fico de f , quer ao gráfico de g , é +∞ ou é -∞ .
mas não é assíntota ao gráfico
de h . A questão que se põe é a seguinte: Como identificar os pontos em que há pos-
sibilidade de existir uma assíntota vertical?
Se uma função f é contínua no ponto a , a reta de equação x = a não é
assíntota do gráfico de f porque que lim f(x) = f(a) .
x"a
70 Determina o domínio das Então, as assíntotas verticais só podem existir em pontos aderentes ao domí-
funções de variável real defini- nio da função que não pertençam ao domínio, ou em pontos aderentes ao
das por:
domínio da função em que a função não seja contínua.
a) f(x) = 2x3 - x + 1
3x - 1 1 Para investigar a existência de assíntotas verticais ao gráfico de uma função f
b) g(x) = +
4 - x2 3 - x deve-se:

#4 - x2 1.º Identificar os pontos a que são pontos aderentes ao domínio de f e


c) g(x) =
x não pertencem ao domínio de f ou são pontos onde a função pode ser
2x descontínua.
d) g(x) =
"x - 2
2.º Calcular, para os valores de a identificados, lim - f(x) e/ou lim + f(x) .
x"a x"a

2. Do que se acaba de referir, resulta que não existem assíntotas ao gráfico de


NOTA uma função se a função for contínua e tiver por domínio o conjunto R , ou
O gráfico de uma função pode não
ter qualquer assíntota vertical, mas um intervalo do tipo [a, b], a, b å R , ou do tipo g -∞, k g ou do tipo
também pode ter uma infinidade de f k, +∞ f , k å R , pois não há, nestas situações, pontos aderentes ao domínio
assíntotas verticais, como é o caso que não lhe pertençam.
do gráfico da função tangente.
Em particular, não existem assíntotas verticais aos gráficos das funções poli-
nomiais porque estas têm domínio R e são contínuas.

71 Mostra que cada uma das


Exercícios resolvidos
afirmações seguintes é falsa, 1. Justifica que não existem assíntotas aos gráficos de cada uma das funções
apresentando um contraexem-
plo. f , g e h definidas, respetivamente, por:
h(x) = "3x + 6
1
a) Se a função f não é contínua f(x) = 2x3 - 5x2 + 1 g(x) = 2
no ponto a , então a reta de x +5
equação x = a é assíntota ao Resolução
gráfico de f . Todas estas situações se enquadram na observação 2.
b) Se a função f tem domínio Não existem assíntotas verticais aos gráficos das funções f , g e h porque:
R , então o seu gráfico não
pode ter assíntotas verticais. r a função f é uma função polinomial;

continua

58 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
72 Estuda as funções definidas
r a função g é uma função racional e, portanto, é uma função contínua; por cada uma das expressões
o seu domínio é o conjunto R (repara que A x å R, x2 + 5 0 0); seguintes quanto à existência
de assíntotas verticais ao seu
r a função h é contínua (é a raiz quadrada de uma função contínua) gráfico. Nesse estudo, deves:
e  Dh = [- 2, + ∞[ . r determinar o domínio da fun-
ção;
2. Escreve equações das assíntotas verticais aos gráficos de cada uma das
r identificar os pontos em que
funções f e g definidas por: se justifica o cálculo do limite
2 x-3 com vista à identificação de
a) f(x) = b) g(x) = 2
x-3 x - 4x + 3 uma assíntota vertical;
Resolução r escrever equações das assín-
totas ao gráfico (caso exis-
a) A função f é contínua porque é uma função racional.
tam).
O domínio de f é R \ {3} e, portanto, só a reta de equação x = 3 po- 3x
a) f(x) =
derá ser assíntota vertical ao gráfico de f . Calculemos lim f(x) . x+1
x"3
2 2 4 - 2x
lim f(x) = lim = b) f(x) = 2
x"3 x"3 x-3 0 x -4
Nesta situação, temos de determinar, pelo menos, um dos limites late- 9 - x2
c) f(x) =
rais de f(x) no ponto 3. Determinemos, por exemplo, o limite lateral x+3
2 2 x-2
de f(x) à esquerda de 3: lim - f(x) = lim - = - = -∞ d) f(x) =
x"3 x"3 x-3 0 4 + x2
Este resultado permite-nos concluir que a reta de equação x = 3 é 1
e) f(x) = 2
assíntota ao gráfico de f , não sendo necessário calcular o limite de (x - 1)
f(x) à direita do ponto 3. "1 - x se x ≤ 1
f) f(x) = e
Podíamos ter optado por calcular, em primeiro lugar, o limite de f(x) à "x se x > 1
direita do ponto 3. Nesse caso, teríamos obtido: g) f(x) =

lim f(x) = lim +


2 2
= + = +∞ e, do mesmo modo, concluíamos que "1 - x2 se -1 ≤ x ≤ 1
x " 3+ x"3 x-3 0 =% 1
a reta de equação x = 3 é assíntota ao gráfico de f , não sendo neces- se x < -1 › x > 1
"x2 - 1
sário calcular, nesta situação, o limite de f(x) à esquerda do ponto 3.
b) A função g é contínua porque é uma função racional.
O domínio de g é R \ {1, 3} , pois x2 - 4x + 3 = 0 § x = 1 › x = 3 .
Portanto, as únicas «candidatas» a assíntotas verticais são as retas de
equações x = 1 e x = 3 .
x-3 -2
r Calculemos lim g(x) : lim g(x) = lim 2 =
x"1 x"1 x " 1 x - 4x + 3 0
Tal como no item anterior, temos de calcular, pelo menos, um dos li-
mites laterais e ter em consideração a variação de sinal da função
definida por x2 - 4x + 3 . x -∞ 1 3 +∞
x-3 -2
lim + g(x) = lim + 2 = - = +∞ x - 4x + 3
2
+ 0 - 0 +
x"1 x " 1 x - 4x + 3 0
Portanto, a reta de equação x = 1 é assíntota vertical ao gráfico de f .
r Calculemos lim g(x) .
x"3
0
x-3 0 x-3 1 1
lim 2 = lim = lim =
x " 3 x - 4x + 3 x " 3 x - 1 x - 3
( )( ) x"3 x-1 2
1
Dado que lim g(x) = , também os limites laterais de g(x) são
x"3 2
1
iguais a , não sendo, portanto, algum deles infinito. Portanto,
2
a reta de equação x = 3 não é assíntota ao gráfico de g .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 59


SERÁ QUE…? Assíntotas não verticais

x2 - x + 1
Considera a função f definida por f(x) = x e a reta r de equação
y=x-1 .
1
a) Mostra que f(x) - (x - 1) = .
x
b) Determina lim f f(x) - (x - 1)g e lim f f(x) - (x - 1)g .
x " +∞ x " -∞
c) Recorrendo a uma calculadora gráfica, obtém representações do gráfico
da função f e da reta r . Reproduz (num único referencial) os gráficos que
visualizaste e identifica nessa representação o que representa, para cada
valor de x (x 0 0), a expressão f(x) - (x - 1) .
d) Considera a seguinte afirmação:
«Quando x tende para +∞ , e também quando x tende para -∞ ,
o gráfico da função f quase não se distingue da reta r .»
Será que és capaz de encontrar uma explicação para este facto?

Na situação descrita neste último Será que…?, dizemos que a reta de equação
y = x - 1 é assíntota ao gráfico da função f em + ∞ e em - ∞ , de acordo com
a definição seguinte.

Assíntotas não verticais


Dados um referencial cartesiano e uma função real de variável real f de domí-
Simulador
Geogebra: Assíntotas
nio Df , não majorado (respetivamente, não minorado), diz-se que a reta de
não verticais equação y = mx + b (m, b å R) é assíntota ao gráfico de f em +∞ (respetiva-
mente, em - ∞) se e só se:
lim f f(x) - (mx + b)g = 0 Q respetivamente, lim f f(x) - (mx + b)g = 0 R
x " +∞ x " -∞
Quando m = 0 , a assíntota diz-se assíntota horizontal.
Quando m 0 0 , a assíntota diz-se assíntota oblíqua.

EXEMPLOS

1. Se lim f f(x) - (-2x + 1)g = 0 , podemos concluir que a reta de equação


x " +∞
y = -2x + 1 é assíntota ao gráfico de f em +∞ .

73 Escreve equações das assín- 2. Se lim f g(x) + 3x - 4 g = 0 , podemos concluir que a reta de equação
x " +∞
totas cuja existência é garantida y = -3x + 4 é assíntota ao gráfico de g em +∞ , pois lim fg(x) + 3x - 4g = 0
por cada uma das afirmações x " +∞
seguintes: é equivalente a lim f g(x) - (-3x + 4)g = 0 .
x " +∞
a) lim ff(x) + 2g = 0
x " +∞ 3. Se a reta de equação y = 3 é assíntota ao gráfico de f em -∞ , podemos
b) lim ff(x) - 3xg = 0 concluir que lim f(x) = 3 ou, de modo equivalente, que lim f f(x) - 3 g = 0 .
x " -∞ x " -∞ x " -∞
c) lim ff(x) - (2x + 1)g = 0
x " +∞ 4. Se lim f(x) = 2 e lim f(x) = 0 , podemos concluir que existem duas as-
x " +∞ x " -∞
d) lim ff(x) + 3x - 1g = 0
x " +∞ síntotas horizontais ao gráfico de f : a reta de equação y = 2 , em +∞ , e a reta
e) lim ff(x) + 2xg = 3 de equação y = 0 , em - ∞ , pois lim f f(x) - 2 g = 0 e lim f f(x) - 0 g = 0 .
x " -∞ x " +∞ x " -∞

60 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Exercícios resolvidos
74 Mostra que a reta de equa-
3x + 1 ção y = - 2 é assíntota ao grá-
1. Seja f a função definida por f(x) = . Mostra que a reta de equa-
x+5 fico da função f definida por:
ção y = 3 é assíntota ao gráfico de f em +∞ .
1 - 2x2
f(x) = 2
Resolução x +1

A reta de equação y = 3 é assíntota ao gráfico de f em +∞ se


lim f f(x) - 3 g = 0 , ou seja, se lim f(x) = 3 .
x " +∞ x " +∞

3x + 1∞ 3x
lim f(x) = lim = lim = 3 , o que prova o pretendido.
x " +∞ x " +∞ x + 5 x " +∞ x

2x3 + x2
2. Seja g a função definida por g(x) = .
x2 + 1 75 Mostra que o eixo das
Mostra que a reta de equação y = 2x + 1 é assíntota ao gráfico de g abcissas é assíntota ao gráfico
da função f definida por:
em -∞ .
2x2
f(x) = 3
Resolução x +1

A reta de equação y = 2x + 1 é assíntota ao gráfico de g em -∞ se


lim f f(x) - (2x + 1)g = 0 .
x " -∞

lim a
2x3 + x2 2x3 + x2 - 2x3 - x2 - 2x - 1
- 2x - 1b = lim =
x " -∞ x2 + 1 x " -∞ x2 + 1

-2x - 1 ∞ -2x -2 -2
= lim = lim = lim x = =0
x " -∞ x2 + 1 x " -∞ x2 x " -∞ -∞

3. Seja f a função definida por f(x) = "4x2 + 1 .

Prova que as retas de equações y = 2x e y = - 2x são assíntotas ao grá- g


y
fico da função f , respetivamente, em + ∞ e em - ∞ .

Resolução
Q "4x2 + 1 - 2x R Q "4x2 + 1 + 2x R y = -2x y = 2x
lim Q "4x2 + 1 - 2x R = lim
∞-∞
=
x " +∞ x " +∞ "4x2 + 1 + 2x
4x2 + 1 - 4x2 1 1
= lim = lim = =0
"4x + 1 + 2x "4x + 1 + 2x +∞
x " +∞ 2 x " +∞ 2 O x

Portanto, a reta de equação y = 2x é assíntota ao gráfico de f em + ∞ .

lim f "4x2 + 1 - (-2x) g ∞ -= ∞ lim Q "4x2 + 1 + 2x R =


x " -∞ x " -∞

Q "4x2 + 1 + 2x R Q "4x2 + 1 - 2x R 4x2 + 1 - 4x2


= lim = lim =
x " -∞ "4x2 + 1 - 2x x " -∞ "
4x2 + 1 - 2x
76 Mostra que a reta de equa-
1 1 1 1
= lim = = =0 ção y = x +
x " -∞ " +∞ é assíntota ao
4x2 + 1 - 2x +∞ - (-∞) 2
gráfico da função f definida
Portanto, a reta de equação y = - 2x é assíntota ao gráfico de f em - ∞ . por f(x) = "x2 + x .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 61


Nos exercícios que resolvemos, limitámo-nos a verificar que uma dada reta não
vertical é assíntota ao gráfico de uma função.
Seria interessante se pudéssemos obter equações das assíntotas ao gráfico de
uma função, ou se conseguissemos provar a não existência de assíntotas, quando
fosse esse o caso.
De acordo com a definição, a reta de equação y = b (b å R) é assíntota horizon-
tal ao gráfico de f se e só se lim f f(x) - b g = 0 .
NOTA x " +∞
* Se lim ff(x) - b g = 0 , então Dado que lim f f(x) - b g = 0 é equivalente a lim f(x) = b*, pode dizer-se que:
x " +∞ x " +∞ x " +∞
lim f(x) = lim ff(x) - b + b g =
x " +∞ x " +∞
A reta de equação y = b é assíntota horizontal ao gráfico de f em +∞
= lim ff(x) - b g + lim b =
x " +∞ x " +∞ (respetivamente, em -∞) se e só se lim f(x) = b Q respetivamente, lim f(x) = b R.
=0+b=b x " +∞ x " -∞

Se lim f(x) = b , então


x " +∞
lim f(x) - b = b - b , ou seja, EXEMPLOS
x " +∞
lim f(x) - b = 0 e também
x " +∞ 1 - 2x 1 - 2x -2x
lim ff(x) - b g = 0 . 1. Se f(x) = , tem-se lim = lim x = -2 .
x " +∞ x+1 x " +∞ x + 1 x " +∞
Portanto, a reta de equação y = - 2 é assíntota horizontal ao gráfico de f
em +∞ .
2x2
2. Se g(x) = , não existem assíntotas horizontais ao gráfico da função g
x+1
porque: ∞
2x2 ∞ 2x2
r lim g(x) = lim = lim x = lim (2x) = +∞
x " +∞ x " +∞ x + 1 x " +∞ x " +∞

2x2 ∞ 2x2
r lim g(x) = lim = lim x = lim (2x) = -∞
77 Estuda as funções definidas x " -∞ x " -∞ x + 1 x " -∞ x " -∞

por cada uma das expressões


seguintes quanto à existência Vamos ver agora como a definição de assíntota também nos fornece uma técnica
de assíntotas horizontais ao
seu gráfico e escreve equações
para calcular o declive e a ordenada na origem de uma assíntota não vertical, caso
que as definam. essa assíntota exista, e até nos «diz» que não existe assíntota, se for esse o caso.
2x2 - x - 1
a) f(x) = Teorema
x2 + 2
Dados um referencial cartesiano e uma função real de variável real f de
x3 - x - 1
b) f(x) = domínio não majorado (respetivamente, não minorado), a reta de equação
5x + 2
1-x
y = mx + b é assíntota ao gráfico de f em +∞ (respetivamente, em -∞) se
c) f(x) = 3
x +2 e só se lim f f(x) - mx g = b Q respetivamente, lim f f(x) - mx g = b R.
x " +∞ x " -∞

Demonstração

NOTA Se lim f f(x) - mx g = b , então a reta de equação y = mx + b é assíntota ao


x " +∞
A demonstração é análoga para o
caso «- ∞». gráfico de f , pois lim f f(x) - (mx + b)g = lim f f(x) - mx - b g =
x " +∞ x " +∞
= lim f f(x) - mx g - b = b - b = 0 .
x " +∞
Provemos agora que, se a reta de equação y = mx + b é assíntota ao gráfico de f ,
então lim f f(x) - mx g = b .
x " +∞
lim f f(x) - mx g = lim f f(x) - mx - b + b g = lim f f(x) - (mx + b) + b g =
x " +∞ x " +∞ x " +∞
= lim f f(x) - (mx + b)g + b = 0 + b = b
x " +∞

62 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Teorema 78 Acerca de uma função f de
domínio R+ sabe-se que a reta
Dados um referencial cartesiano e uma função real de variável real f de do- de equação y = 2x + 3 é assín-
mínio não majorado (respetivamente, não minorado), se a reta de equação tota ao seu gráfico.
y = mx + b é assíntota ao gráfico de f em +∞ (respetivamente, em -∞), então Qual é o valor de
f(x) f(x)
lim x = m arespetivamente, lim x = mb.
lim ff(x) - 2xg
x " +∞
x " +∞ x " -∞ e qual é o valor de
f(x)
lim x ?
x " +∞
Demonstração
Se a reta de equação y = mx + b é assíntota ao gráfico de f em +∞ , então:
f(x) - mx b
lim f f(x) - mx g = b e, portanto, lim x = =0 .
x " +∞ x " +∞ +∞
Então:
f(x) f(x) - mx + mx f(x) - mx mx
= lim c + x d=
NOTA
lim x = lim x x
x " +∞ x " +∞ x " +∞ A demonstração é análoga para o
caso «- ∞».
f(x) - mx f(x) - mx
= lim c x + md = lim x +m=0+m=m
x " +∞ x " +∞

Observações
1. Se o domínio de uma função é limitado, não faz sentido falar em assíntotas
79 Acerca de uma função g de
não verticais.
domínio R- sabe-se que a
2. Não podem existir mais do que duas assíntotas não verticais ao gráfico de reta de equação y = - 3x + 1 é
uma função: uma em -∞ e outra em +∞ . assíntota ao seu gráfico.
Qual é o valor de
Os dois teoremas que acabámos de enunciar e demonstrar, facilitam a pesquisa
lim fg(x) + 3xg
de assíntotas não verticais ao gráfico de uma função. x " -∞
e qual é o valor de
Seja f uma função real de variável real e suponhamos que o domínio de f não g(x)
lim ?
é majorado. Podemos orientar, assim, a nossa pesquisa*: x " -∞ x

f(x)
r Começamos por calcular lim . NOTA
x " +∞ x * Se o domínio de f não é minorado,
 r4FPMJNJUFOÈPFYJTUJS PVTFGPSJOGJOJUP DPODMVÎNPTRVFOÈPFYJTUFBTTÎO- a pesquisa é feita de modo idêntico,
tota ao gráfico de f em +∞ . com x a tender para - ∞ .
 r4FPMJNJUFGPSVNOÙNFSPSFBM TFSÃPEFDMJWFEBBTTÎOUPUB DBTPFYJTUB
podemos designar esse limite por m .
r Calculamos lim f f(x) - mx g .
x " +∞
 r4FPMJNJUFOÈPFYJTUJS PVTFGPSJOGJOJUP DPODMVÎNPTRVFOÈPFYJTUFBTTÎO-
tota ao gráfico de f em +∞ .
 r4FPMJNJUFGPSVNOÙNFSPSFBM TFSÃBPSEFOBEBOBPSJHFNEBBTTÎOUPUB
podemos designar esse limite por b .
Concluímos que a reta de equação y = mx + b é assíntota ao gráfico de f em +∞ .

No entanto, se houver «suspeita»* de existência de uma assíntota horizontal, NOTA


f(x) * A «suspeita» pode surgir da obser-
podemos «saltar» o cálculo de lim x e começar por calcular lim f(x) .
x " +∞ x " +∞ vação de uma representação gráfica
Se esse limite existir e for um número real, o processo termina aqui, pois confir- ou decorrer do conhecimento do
mámos a nossa «suspeita». Se a nossa desconfiança for infundada, foi, provavel- comportamento de determinadas
famílias de funções.
mente, trabalho perdido…

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 63


Exercícios resolvidos
4x2 + 3
1. Seja f a função, de domínio R , definida por f(x) = .
1 + x2
Determina uma equação da reta paralela ao eixo Ox que é assíntota ao
gráfico da função f .

Resolução
De acordo com o enunciado, procuramos uma assíntota horizontal.
RECORDA Como a função f é uma função par, o limite de f(x) em -∞ é igual ao
Se uma função é par, o seu gráfico, limite de f(x) em +∞ .
em referencial o.n., é simétrico em ∞
relação ao eixo Oy . 4x2 + 3 ∞ 4x2
lim f(x) = lim = lim =4
x " +∞ x " +∞ 1 + x2 x " +∞ x2

Portanto, a reta de equação y = 4 é a assíntota ao gráfico de f que


é paralela ao eixo Ox .

4x2 + 1
80 Estuda as funções definidas 2. Seja f a função, de domínio R \ {2} , definida por f(x) = .
2-x
por cada uma das expressões
seguintes quanto à existência Há uma reta (uma única) que é assíntota oblíqua ao gráfico de f .
de assíntotas não verticais ao Determina a equação reduzida dessa reta.
seu gráfico e escreve equações
dessas assíntotas (caso exis- Resolução
tam).
3x2 - x - 3 Vamos seguir os passos que sugerimos na página anterior.
a) f(x) = 4x2 + 1
x+1 ∞
fx
( ) 2-x 4x2 + 1 4x2 + 1 ∞ 4x2
x3 + x - 1 lim x = lim = lim = lim = lim = -4
b) g(x) = 2 x " +∞ x " +∞ x x " +∞ (2 - x)x x " +∞ 2x - x2
x " +∞ -x2
x - 2x

lim f f(x) - (- 4)x g = lim a


c) j(x) =
3x3 + 2 4x2 + 1 -∞ + ∞ 4x2 + 1 + 8x - 4x2
+ 4xb = lim =
2x + 1 x " +∞ x " +∞ 2-x x " +∞ 1-x

1 + 8x ∞ 8x
= lim = lim -x = - 8
x " +∞ 1 - x x " +∞

Portanto, m = - 4 e b = - 8 e a equação reduzida da assíntota ao gráfico


de f é y = -4x - 8 (a conclusão seria idêntica se optássemos por fazer o
estudo em -∞).

3. Determina, caso existam, equações das assíntotas não verticais ao gráfico


x3
da função g definida por g(x) = .
x+1
Resolução
g(x)
O domínio de g é R \ {- 1} . Calculemos lim x .
x " +∞
x3 ∞
g(x) x+1 x3 ∞ x2 x2
lim x = lim x = lim = lim = lim x =
x " +∞ x " +∞ x " +∞ (x + 1)x x " +∞ x + 1 x " +∞

= lim x = +∞
x " +∞
Portanto, não existe assíntota ao gráfico de g em +∞ .
g(x)
Dado que lim x = -∞ (verifica), conclui-se que não existem assínto-
x " -∞
tas não verticais ao gráfico de g .
continua

64 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

4. Mostra que há duas assíntotas ao gráfico de f paralelas ao eixo das


01 - x0
abcissas, sendo a função f , de domínio R \ {0} , definida por f(x) = .
2x
Resolução
Comecemos por observar que 1 - x ≥ 0 § x ≤ 1 , portanto,

01 - x0 = e
1 - x se x ≤ 1
-1 + x se x > 1

1-x ∞ -x 1
Então, lim f(x) = lim = lim =- .
x " -∞ x " -∞ 2x x " -∞ 2x 2
1
Portanto, a reta de equação y = - é assíntota ao gráfico de f em -∞ .
2
Calculemos agora lim f(x) .
x " +∞
-1 + x x 1
lim f(x) = lim = lim =
x " +∞ x " +∞ 2x x " +∞ 2x 2
1
Portanto, a reta de equação y = é assíntota ao gráfico de f em +∞ .
2

5. Seja g a função, de domínio f 2, +∞ f , definida por g(x) = "x - 2 . 81 Estuda as funções definidas
g(x) por cada uma das expressões
Mostra que existe lim x , mas não existe assíntota não vertical ao seguintes quanto à existência
x " +∞ de assíntotas não verticais ao
gráfico de g .
seu gráfico e escreve equações
Resolução dessas assíntotas.
2x 0 x 0
Dado que o domínio é um conjunto minorado, só faz sentido estudar a) g(x) =
o comportamento da função g em +∞ . x2 + 1
"x3 + 1
"x - 2 "x - 2 x-2 1 2 b) f(x) =
x
lim = lim = lim = lim - 2=0
x x " +∞ " 2 x " +∞Å x2 x " +∞Å x
x " +∞
x x 0 x3 + 1 0
c) h(x) =
g(x) 2x2
Portanto, lim x = 0 ; se existisse assíntota ao gráfico de g , só poderia
x " +∞
ser uma assíntota horizontal.
Mas não existe assíntota, porque lim g(x) = +∞ .
x " +∞

2x2 - 5
03 - x0
6. Estuda a função g definida por g(x) = quanto à existência de

assíntotas ao seu gráfico e escreve equações das assíntotas que identificares.

Resolução
O domínio da função g é R \ {3} .
Assíntotas verticais
A função é contínua, pois é quociente de funções contínuas; portanto, só
a reta de equação x = 3 poderá ser assíntota vertical ao gráfico de g .
Vamos calcular um dos limites laterais de g(x) no ponto 3.
2x2 - 5 13
x"3 03 - x0
lim + g(x) = lim + = + = +∞
x"3 0
Concluímos, portanto, que a reta de equação x = 3 é assíntota vertical ao
gráfico de g .
continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 65


continuação
82 Estuda as funções definidas
por cada uma das expressões Assíntotas não verticais (retas de equação y = mx + b)
seguintes quanto à existência
de assíntotas ao seu gráfico e
Atendendo a que o domínio de g não é minorado nem é majorado,
escreve equações dessas assín- temos de fazer o estudo em -∞ e em +∞ .
totas.
2x 0 x 0 Observa que, 0 3 - x 0 = e
3 - x se 3 - x ≥ 0
=e
3 - x se x ≤ 3
.
a) g(x) = -3 + x se 3 - x < 0 -3 + x se x > 3
x+1
"x3 + x Portanto:
b) f(x) =
x 2x2 - 5 ∞
1-x 4 g(x) 3-x 2x2 - 5 2x2 - 5 ∞ 2
c) h(x) = lim = lim = lim = lim = = -2
x3 - x x " -∞ x x " -∞ x x " -∞ (3 - x)x x " -∞ 3x - x2 -1

Designando este limite por m , tem-se:

2x2 - 5 + 2x(3 - x)
lim f g(x) - mx g = lim c - (-2x) d = lim
2x2 - 5 ∞-∞
=
x " -∞ x " -∞ 3-x x " -∞ 3-x

2x2 - 5 + 6x - 2x2 - 5 + 6x ∞ 6
= lim = lim = = - 6 (valor de b)
x " -∞ 3-x x " -∞ 3 - x -1

Concluímos que a reta de equação y = - 2x - 6 é assíntota ao gráfico de


g em -∞ .
De modo análogo, tendo em consideração que, se x > 3 , então
0 3 - x 0 = -3 + x , tem-se:

g(x) 2x2 - 5 ∞ 2
lim x = lim = = 2 e, designando este limite por m ,
x " +∞ x " +∞ -3x + x2 1
2x2 - 5 - 2x(-3 + x)
lim f g(x) - mx g = lim a
2x2 - 5 ∞-∞
- 2xb = lim =
x " +∞ x " +∞ -3 + x x " +∞ -3 + x

2x2 - 5 + 6x - 2x2 -5 + 6x ∞ 6
= lim = lim = = 6 (valor de b)
x " +∞ -3 + x x " +∞ -3 + x 1

Concluímos agora que a reta de equação y = 2x + 6 é assíntota ao gráfico


de g em +∞ .
Se, com a calculadora, obtiveres uma representação do gráfico da função g
é bem possível que não consigas, de imediato, confirmar graficamente as
conclusões que obtivemos. Na margem, apresentamos-te duas visualizações
e só uma delas resume adequadamente o comportamento da função.
É para melhor perceberes situações como esta que, mais à frente, vamos
desenvolver o estudo das funções racionais.

"9x2 - 4 se x ≤ - 2
7. Estuda a função f definida por f(x) = μ
3
quanto
x2
2
se x > -
3x + 2 3
à existência de assíntotas ao seu gráfico e escreve equações das assíntotas
que identificares.

continua

66 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
83 Estuda as funções definidas
Resolução por cada uma das expressões
O domínio da função f é R , mas a função pode não ser contínua em seguintes quanto à existência
de assíntotas ao seu gráfico e
- , pois o limite lateral à direita de - pode não ser igual a f a- b .
2 2 2 escreve equações dessas assín-
3 3 3 totas.
Portanto, na pesquisa de assíntotas verticais, vamos calcular lim + f(x) . 3 - 2x3
se x < -1
x " a- b
2 x2 - 1
a) g(x) = μ
4 3
x 2
9 -1
lim + f(x) = lim + = + = +∞ se x > -1
1+x
2 3x + 2 0
x " a- b x " a- b
2
3 3
x2 - x
0x0 - 1
b) g(x) =
Dado que a função é contínua em R \ e - f , podemos concluir que a reta
2
2 3
de equação x = - é a única assíntota vertical ao gráfico da função f .
3
Procuremos agora assíntotas não verticais.

∞ "x2 * 9-
4
0 x 0 * 9 - 42
f(x) "9x2 - 4 ∞ Å x2 Å x
lim x = lim x = lim x = lim x =
x " -∞ x " -∞ x " -∞ x " -∞

4
-x * 9-
Å
= -"9 - 0 = - 3
x2 4
= lim = - lim 9-
x " -∞ x x " -∞Å x2
Designando este limite por m , tem-se:

lim f f(x) - mx g = lim Q "9x2 - 4 + 3x R =


∞-∞
x " -∞ x " -∞

Q "9x2 - 4 + 3x R Q "9x2 - 4 - 3x R
= lim =
x " -∞ "9x2 - 4 - 3x

Q "9x2 - 4 R
2
2
- (3x) 9x2 - 4 - 9x2
= lim = lim =
x " -∞ "9x2 - 4 - 3x x " -∞ "9x2 - 4 - 3x
-4 -4
= lim = =0
x " -∞ "9x - 4 - 3x
2 +∞

Assim, concluímos que a reta de equação y = - 3x é assíntota ao gráfico


y
de f em -∞ .
x2 ∞
fx
( ) 3x + 2 x2 x ∞1
lim x = lim x = lim = lim =
x " +∞ x " +∞ x " +∞ x(3x + 2) x " +∞ 3x + 2 3
f
Designemos este limite por m e vamos investigar a existência de «b».
2 O x
3x2 - x(3x + 2) –—
lim f f(x) - mx g = lim a
x2 1 ∞-∞ 3
- xb = lim =
x " +∞ x " +∞ 3x + 2 3 x " +∞ 3(3x + 2)

3x2 - 3x2 - 2x - 2x ∞ - 2 2
= lim = lim = =-
x " +∞ 9x + 6 x " +∞ 9x + 6 9 9
Mais sugestões de trabalho
1 2
Portanto, a reta de equação y = x - é assíntota ao gráfico de f em
3 9 Exercícios propostos n.os 145 a 159
+∞ . (págs. 100 a 102).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 67


Resolução de problemas
Problemas resolvidos
1. Seja f uma função par, de domínio R . Sabe-se que a reta de equação
y = mx + b , com m 0 0 e b 0 0 , é assíntota ao gráfico de f em +∞ .
O gráfico de f tem uma outra assíntota em -∞ . Determina a equação
reduzida dessa assíntota.
Resolução
84 Seja f uma função ímpar, Vamos apresentar a resolução deste item por dois processos.
de domínio R . Sabe-se que a 1.º Processo
f(x)
reta de equação y = mx + b , Sabemos que lim x = m e que lim f f(x) - mx g = b .
com m 0 0 e b 0 0 , é assínto- x " +∞ x " +∞

ta ao gráfico de f em + ∞ . f(x)
Calculemos lim x .
Mostra que a reta de equação x " -∞
f(x) f(-x)
y = mx - b é assíntota ao gráfi- Dado que f é uma função par, lim x = lim x .
x " -∞ x " -∞
co de f em - ∞ .
Como a informação que temos é relativa ao limite quando x tende para
+∞ , vamos fazer uma mudança de variável que nos permita utilizar essa
informação.
Seja y = - x ; tem-se x = - y e x " -∞ ± y " +∞ .
f(x) f(-x) f(y) f(y)
Portanto, lim x = lim x = lim - y = - lim y = - m .
x " -∞ x " -∞ y " +∞ y " +∞

Calculemos agora lim f f(x) - (-m)x g . Recorrendo mais uma vez ao facto
x " -∞
de f ser uma função par e utilizando a mesma mudança de variável, tem-se:
lim f f(x) - (- m)x g = lim f f(x) + mx g = lim f f(- x) + mx g =
x " -∞ x " -∞ x " -∞

= lim f f(y) + m(- y)g = lim f f(y) - my g = b


y " +∞ y " +∞
Portanto, a reta de equação y = - mx + b é assíntota ao gráfico de f
em -∞ .
2.º Processo
A observação da representação gráfica na margem sugere que as duas assín-
y
totas têm a mesma ordenada na origem e declives simétricos. Portanto,
a equação reduzida da assíntota que procuramos deve ser y = - mx + b .
O x
Verifiquemos que a nossa conjetura está correta, provando que
lim f f(x) - (- mx + b)g = 0 .
x " -∞
Sabemos que lim f f(x) - (mx + b)g = 0 .
x " +∞
lim f f(x) - (-mx + b)g = lim f f(x) + mx - b g
85 Seja g uma função de do- x " -∞ x " -∞
mínio R .+ Como a função f é par, tem-se:
Sabe-se que a reta de equação lim f f(x) + mx - b g = lim f f(- x) + mx - b g
y = 3x + 1 é assíntota ao gráfi- x " -∞ x " -∞
co de g . Dado que a informação que temos é relativa ao limite quando x tende
Seja f a função definida por: para +∞ , vamos fazer uma mudança de variável que nos permita utilizar
2g(x) + 4x essa informação.
f(x) =
4 Seja y = - x ; tem-se x = - y e x " -∞ ± y " +∞ .
Mostra que o gráfico de f tem
lim f f(x) + mx - b g = lim f f(-x) + mx - b g = lim f f(y) - my - b g =
uma assíntota horizontal e x " -∞ x " -∞ y " +∞
escreve uma equação que defi- = lim f f(y) - (my + b)g = 0
na essa assíntota. y " +∞

continua

68 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
86 Para cada número real c ,
3x - 3 2
seja f a função, de domínio
se x < 1
2. Seja f a função, de domínio R , definida por f(x) = | x - 2x + 1
2
R \ {- c} , definida por:
"x2 + 1 se x ≥ 1 x2 + 3x - 4
f(x) =
a) Estuda a função f quanto à existência de assíntotas ao seu gráfico, x+c
a) Mostra que, qualquer que
paralelas aos eixos coordenados.
seja o valor de c , o gráfico
Apresenta uma equação para cada uma das assíntotas encontradas. da função f tem sempre
b) Seja P o ponto em que a assíntota ao gráfico de f que não é paralela uma assíntota oblíqua e que
o declive dessa assíntota não
aos eixos interseta o gráfico da função.
depende de c .
Recorrendo à calculadora, determina as coordenadas do ponto P .
b) Determina os valores de c
Apresenta as coordenadas arredondadas às centésimas. para os quais o gráfico da
Nota: na tua resposta, apresenta o gráfico que visualizaste e que te per- função f não tem assíntotas
mitiu responder ao problema. verticais.

Resolução 87 Acerca de uma função f ,


a) A função é contínua em R \ {1} ; portanto, só a reta de equação x = 1 sabe-se que é contínua e que:
poderá ser assíntota vertical. r Df = R \ {- 2, 0}
0
3x - 3 02
3(x - 1) 2
3(x - 1)(x + 1) r lim + f(x) = lim f(x) = -∞
lim - f(x) = lim - = lim - = lim - = x " -2 x"0
x"1 x " 1 x - 2x + 1 x " 1 (x - 1)
2 2
x"1 (x - 1)
2
r lim ff(x) + xg = 0
3(x + 1) 6 x " -∞
= lim - = - = -∞ r lim f2 f(x) - xg = 1
x"1 x-1 0 x " +∞
Portanto, a reta de equação x = 1 é assíntota ao gráfico da função f . Identifica as assíntotas ao grá-
∞ fico de f e faz um esboço do
3x2 - 3 ∞ 3
lim f(x) = lim = =3 gráfico de uma função que seja
x " -∞ x " - ∞ x - 2x + 1
2
1 compatível com a situação des-
Concluímos, portanto, que a reta de equação y = 3 é assíntota hori- crita.
zontal ao gráfico de f em -∞ .
lim f(x) = lim "x2 + 1 = +∞ , logo, não existe assíntota horizontal 88 Seja f a função representada
x " +∞ x " +∞
em +∞ . graficamente: tem domínio R , é
contínua, é crescente em ]- ∞, 0]
b) Comecemos por determinar a equação reduzida da assíntota ao gráfico
e é decrescente em [0, + ∞[ .
de f que é oblíqua e que sabemos, de acordo com o enunciado, que existe. As retas de equações y = - 2 e
Pela alínea a) também sabemos que só poderá ser em + ∞ . y = 0 são as assíntotas ao seu

f(x) "x2 + 1 ∞ x2 + 1 gráfico.
m = lim x = lim = lim =1
x x " +∞Å x2
y
x " +∞ x " +∞

b = lim f f(x) - x g = lim Q "x2 + 1 - x R =


∞-∞
f
x " +∞ x " +∞

Q "x2 + 1 - x R Q "x2 + 1 + x R 1 1 O 1 x
= lim = lim = =0
"x2 + 1 + x x " +∞ " 2 +∞
x " +∞ -2
x +1+x
Portanto, a reta de equação y = x é a assíntota oblíqua ao gráfico de f .
1
O gráfico da função tem duas
Na figura ao lado, está representada y f
parte do gráfico da função f e a reta de assíntotas paralelas aos eixos
equação y = x . f
coordenados. Escreve equações
que definam essas assíntotas.
O ponto P é o ponto de interseção da
O x
reta com o gráfico. P
Mais sugestões de trabalho
As suas coordenadas são (- 0,65; - 0,65) ,
Exercícios propostos n.os 160 a 164
com arredondamento às centésimas. (págs. 102 e 103).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 69


Teste 3 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Seja g a função de domínio R , representada


graficamente. As retas de equações x = 4 e
y

5
2 g
y = 2 são as únicas assíntotas ao seu gráfico.
Seja (xn) uma sucessão tal que lim g(xn) = - ∞ .
O x
Qual das expressões seguintes pode ser o ter- 4

mo geral da sucessão (xn) ?


1 1
(A) 2 + n (B) 2 - n
1 1
(C) 4 + n (D) 4 - n

2. Seja f a função, de domínio R , representada graficamente ao lado e seja g


uma outra função de domínio R . Sabe-se que a função f é contínua em
y
3 R \ {1} e que a função f + g é uma função contínua.
2 Qual das expressões seguintes define uma função g nestas condições?
1 se x ≤ 1 x - 1 se x < 1
(A) e (B) e
2x
-3 -2 -1 O 1 2 3 x
x - 1 se x > 1 2x se x ≥ 1
-1
x se x < 1 x se x ≤ 1
-2
f
(C) e (D) e
4x se x ≥ 1 4x se x > 1

3. Seja f uma função real de variável real.


Qual das afirmações é necessariamente verdadeira?
(A) Se f é descontínua em a , então a reta de equação x = a é assíntota ao
gráfico de f .
(B) Se Df = R \ {a} , então a reta de equação x = a é assíntota ao gráfico de f .
(C) Se a reta de equação x = a é assíntota ao gráfico de f , então f é des-
contínua no ponto a .
(D) Se Df = R e a reta de equação x = a é assíntota ao gráfico de f , então
f é descontínua no ponto a .
y

r
4. Na figura ao lado está representada graficamente uma função f de domí-
f
nio R+ . A reta r é assíntota ao gráfico de f e passa nos pontos de coorde-
1 nadas (- 2, 0) e (0, 1) .
O x
f(x)
-2 1 Qual é o valor de lim x ?
x " +∞
1 1
(A) - 2 (B) - (C) (D) 1
2 2
Ajuda
5. Qual é o valor de lim tg x ?
x"Q R
p +
Se precisares de ajuda para
2
resolver algum destes itens,
consulta a página 197. (A) 0 (B) 1 (C) - ∞ (D) + ∞

70 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

e g(x) = "x - x2 .
2x2 - 5x + 3
1. Sejam f e g as funções definidas por f(x) =
x2 - 1
a) Estuda a função f quanto à existência de assíntotas ao seu gráfico para-
lelas aos eixos coordenados.
b) Estuda o gráfico da função g quanto à existência de assíntotas.
c) Sejam a e b números reais e seja h a função de domínio [- 1, + ∞[
f(x) se x > -1 ‹ x 0 1
definida por h(x) = | a se x = -1
b se x = 1
c1) Qual é o valor de b para o qual a função h é contínua em ]- 1, + ∞[ ?
c2) Justifica a afirmação seguinte:
«Não existe a å R tal que h seja contínua em - 1.»

2. Acerca de uma função contínua f , sabe-se que tem domínio R \ {- 2, 1} e


que:
r lim f(x) = -∞ e lim f(x) = lim f(x)
x " -2 x"1 x"3

r lim f(x) = 1
x " -∞

r lim f f(x) - 2x g = 1
x " +∞

Identifica as assíntotas ao gráfico da função f .


in Caderno de Apoio, 11.° ano

kx
se x ≤ 0
2x - 1
3. Para cada valor de k , a expressão f(x) = μ
2"x + 1
define uma
se x > 0
"x
função de domínio R , cujo gráfico tem duas assíntotas horizontais.
Existe um valor de k para o qual as duas assíntotas são coincidentes.
Determina esse valor de k .
x-1
4. Sejam f e g duas funções de domínio R . Sabe-se que f(x) = 2 e que
x +1
lim - (f * g)(x) = lim + (f * g)(x) = 2 .
x"1 x"1

a) Calcula lim f(x) .


x"1
b) Explica por que razão a função g não pode ser contínua no ponto 1.
c) Apresenta uma expressão que possa definir uma função g nas condições
do enunciado.

5. De uma função racional g , de domínio R+ , sabe-se que a bissetriz dos qua-


drantes ímpares é uma assíntota ao seu gráfico. Seja h a função definida
g(x)
por h(x) = 2 .
x
Prova que o eixo Ox é uma assíntota ao gráfico da função h .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 71


Generalidades sobre funções racionais
No cálculo de limites e de assíntotas trabalhámos frequentemente com funções
racionais não polinomiais. Vamos ampliar os teus conhecimentos sobre estas funções.

Domínio, zeros e variação de sinal


P(x)
Seja f , definida por f(x) = , uma função racional.
Q(x)
NOTA r Sendo a função f o quociente de duas funções polinomiais, já sabes que
*  Por vezes, o domínio pode ficar o domínio* de f é Df = {x å R : Q(x) 0 0} .
condicionado pelo contexto da situa-
ção descrita.
r No que diz respeito a zeros, sabemos que os zeros de f são soluções da equa-
ção f(x) = 0 e tem-se:
f(x) = 0 § P(x) = 0 ‹ x å Df § P(x) = 0 ‹ Q(x) 0 0
r O estudo da variação de sinal pode fazer-se de forma análoga à que usámos
para estudar a variação de sinal de funções polinomiais ou para resolver ine-
quações de grau superior a 2, ou seja, com a construção de um «quadro de
sinais» como se exemplifica de seguida.

EXEMPLO

1-x
Seja f a função definida por f(x) = .
x-2
r Domínio de f
Df = {x å R : x - 2 0 0} = R \ {2}
r Zeros de f
f(x) = 0 § 1 - x = 0 ‹ x 0 2 § x = 1
1 é o único zero da função f .

89 Determina o domínio e os r Variação de sinal de f


zeros e estuda a variação de Vamos construir uma tabela em que registamos a variação de sinal das fun-
sinal de cada uma das funções ções definidas por 1 - x e por x - 2 , para tirarmos conclusões acerca da
cuja expressão analítica se in-
dica:
variação de sinal da função f .

a) f(x) =
x2 - 2x - 3 A primeira linha do quadro representa R , ou seja, o intervalo ]- ∞, + ∞[ .
4x - x2 Nessa linha colocam-se, por ordem crescente, os zeros da função (neste caso,
16x - x5 o 1) e os valores que não pertencem ao domínio (neste caso, o 2), ou, dito de for-
b) f(x) =
5 - x2 ma equivalente, colocam-se os zeros do numerador e os zeros do denominador.
Na segunda e na terceira linha regista-se a variação de sinal da «função
numerador» e da «função denominador» tendo em consideração o que co-
nheces, neste caso, acerca da variação de sinal das funções afins.
A última linha resume as conclusões relativas a f(x) .

x -∞ 1 2 +∞
1-x + 0 - - -
x-2 - - - 0 +
f(x) - 0 + n.d. -
n.d. – não definida

continua

72 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

Podemos também determinar as assíntotas ao gráfico da função f .


Sendo f uma função contínua de domínio R \ {2} , só a reta de equação x = 2
pode ser assíntota vertical ao gráfico de f .
-1
lim f(x) =
x"2 0
Calculemos os limites laterais.
NOTA
-1 -1
lim f(x) = - = +∞ e lim + f(x) = + = -∞* * Observa no quadro da página an-
x " 2- 0 x"2 0 terior o sinal de y = x - 2 e de f à
Portanto, a reta de equação x = 2 é assíntota vertical ao gráfico da função. esquerda e à direita de 2.

O cálculo dos limites de f(x) quando x " - ∞ e quando x " + ∞ mostram


que existe uma única assíntota ao gráfico de f que é a reta de equação y = - 1 .

1-x ∞ -x
lim f(x) = lim = lim x = -1 e também lim f(x) = -1
x " -∞ x " -∞ x - 2 x " -∞ x " +∞

Se recorrermos a uma calculadora para obter uma representação gráfica desta


função, podemos visualizar um gráfico análogo ao seguinte, onde também re-
presentámos as assíntotas.
y f NOTA
Como sabes, as assíntotas ao gráfi-
co de uma função não fazem parte
do gráfico. São habitualmente dese-
1 nhadas (em traço interrompido ou
em traço-ponto-traço) porque aju-
O 1 2 x dam a «entender» o gráfico.

O gráfico desta função é uma curva que se designa por hipérbole e de que
vamos falar em seguida.

k
Funções racionais definidas por h(x) = b + x - c
O estudo das funções racionais que são quociente de polinómios do 1.º grau
(com raízes diferentes) ou que são quociente entre uma função constante (não NOTA
nula) e um polinómio do 1.º grau*, pode fazer-se recorrendo a conhecimentos *  Estamos a referir-nos a funções
que adquiriste no 9.º ano e no 10.º ano, nomeadamente sobre funções de pro- definidas por expressões do tipo
a1x + a2
porcionalidade inversa e sobre transformações de gráficos. com a3 0 0 e a1a4 0 a2a3 .
a3x + a4
As assíntotas vão completar o estudo.
Recordas que uma função de proporcionalidade inversa, f , é uma função de
k
domínio R+ definida por uma expressão da forma f(x) = x , com k å R+ .

Fixado um referencial o.n. no plano, o gráfico de uma função de proporcionali-


dade inversa é uma curva designada por «ramo de hipérbole» e cuja reunião
com a respetiva imagem pela reflexão central relativa à origem do referencial
é uma curva do plano designada por hipérbole.

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 73


NOTA No referencial abaixo está representada parte da hipérbole que é o gráfico da
1
A função f definida por f(x) =
x
é 1
função racional, de domínio R \ {0} , definida por f(x) = x .
decrescente em ]- ∞, 0[ e em
]0, + ∞[ , mas não é decrescente no
domínio. y
f

90 Considera as funções f e g , 1

de domínios, respetivamente,
R \ {0} e R , definidas por: O 1 x
1
f(x) = x

1
se x 0 0
g(x) = % x
0 se x = 0
Estuda cada uma das funções
quanto à continuidade. 1 1 1 1
O facto de lim x = = 0 e de lim x = = 0 reflete-se no facto de a reta
x " -∞ -∞ x " +∞ +∞
de equação y = 0 , ou seja, o eixo das abcissas, ser assíntota ao gráfico de f , em
- ∞ e em + ∞ .
1 1 1 1
O facto de lim x = - = -∞ e de lim + x = + = +∞ reflete-se no facto de a
x " 0- 0 x"0 0
91 Escreve cada uma das ex- reta de equação x = 0 , ou seja, o eixo das ordenadas, ser assíntota ao gráfico
k de f .
pressões seguintes na forma x .
5
a) De acordo com o que aprendeste no 10.° ano, sabes que os gráficos das funções
2x
k
0,2 definidas por g(x) = x , com k positivo e diferente de 1, se podem obter a partir
b) 1
5x do gráfico da função f definida por f(x) = x por meio de uma contração ou de
4
c) uma dilatação vertical, pois g(x) = kf(x) .
-3x
No caso de k ser negativo, essas transformações são acompanhadas de uma
reflexão de eixo Ox .

y y
Simulador 1
f(x) = — 1
f(x) = - —
x x
Geogebra: Funções
racionais do tipo 0,5
g(x) = — h 0,5
g(x) = - —
x h x
a
f(x) = , com a ≠ 0 3 f 3
x h(x) = — f h(x) = - —
x g x
g
x
O x O

Se a qualquer destes gráficos aplicarmos a translação definida pelo vetor de


coordenadas (a, b) , o gráfico obtido ainda é uma hipérbole e as suas assíntotas
são as retas de equações x = a e y = b .
A função cujo gráfico é a hipérbole representada na página seguinte é definida
k
por h(x) = g(x - a) + b , ou seja, h(x) = b + x - a . Tem domínio R \ {a} e o con-
tradomínio é R \ {b} .

74 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


y h 92 Seja f a função definida
1
por f(x) = x . Obtém, a partir
k do gráfico de f , os gráficos das
y=b
h(x) = b + x - a funções g e h definidas por:
g(x) = 1 + f(x + 2)
Equações das assíntotas:
O x h(x) = 2 - f(x - 1)
x=a e y=b Em seguida, define-as analiti-
camente e indica o respetivo
x=a contradomínio.

EXEMPLOS

2
1. O gráfico da função f definida por f(x) = 3 + é uma hipérbole cujas
1-x
assíntotas são as retas de equações x = 1 e y = 3 , pois: Simulador
Geogebra: Funções
2 -2
3+ =3+ racionais do tipo
a
1-x x-1 f(x) = b + ,
x -c
4
2. O gráfico da função g definida por g(x) = - 1 é uma hipérbole com a ≠ 0
x+2
cujas assíntotas são as retas de equações x = - 2 e y = - 1 , pois:
4 4
- 1 = -1 +
x+2 x - (-2)

SERÁ QUE…? Uma hipérbole


93 Escreve cada uma das ex-
Seja f a função, de domínio R \ e f , definida por f (x) =
5 4x - 3 pressões seguintes na forma
.
2 2x - 5 k
b+x-c
5
a) Mostra que as retas de equações x = e y = 2 são as assíntotas do grá- 3x + 1
2 a)
fico de f . x+2
x-5
b) Será que consegues justificar que o gráfico de f é uma hipérbole? b)
3-x
2x
4x - 3 k c)
Vamos confirmar essa hipótese, escrevendo a expressão na forma b + x - c . 3x + 1
2x - 5
Comecemos por observar que, dados dois números reais a e b , com b 0 0 , se
q e r são, respetivamente, o quociente e o resto da divisão inteira de a por b ,
a r
então a = q * b + r . Dividindo os dois membros por b , obtemos = q + .
b b
4x - 3
Vamos proceder de forma análoga, no caso da expressão .
2x - 5
Determinemos o quociente e o resto da divisão inteira de 4x - 3 por 2x - 5 .
4x - 3 2x - 5
4x - 3 7
Então, 4x - 3 = 2 * (2x - 5) + 7 e =2+ . - 4x + 10 2
2x - 5 2x - 5
7
7
7 7 2
Finalmente, tem-se 2 + =2+ =2+ , o que nos permite con-
2x - 5 5
2ax - b
5 x -
2 2
cluir que o gráfico da função f é uma hipérbole.

Repare-se que a assíntota vertical é a reta de equação x = e R \ e f é o domí-


5 5
2 2
nio de f .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 75


O que fizemos neste caso particular pode ser feito em geral e, portanto, qualquer
função racional definida pelo quociente de polinómios do 1.° grau ou pelo quo-
ciente entre uma função constante e um polinómio do 1.º grau pode ser escrita
k
na forma h(x) = b + x - a , o que nos permite concluir que os gráficos dessas
funções (se k 0 0) são hipérboles.
k
Se h(x) = b + x - a , as retas de equações x = a e y = b são assíntotas ao gráfico
da função h e o ponto de coordenadas (a, b) é centro de simetria do gráfico.

Observações
r Reciprocamente, pode provar-se que qualquer hipérbole cujas assíntotas
sejam paralelas aos eixos coordenados pode ser definida por uma expressão
k
da forma y = b + x - a .

r No caso de k = 0 , tem-se f(x) = b , com x 0 a . O gráfico da função f é uma


reta a que «falta um ponto». Exemplificamos esta situação no exercício resol-
vido 4.

94 Escreve equações das assín-


Exercícios resolvidos
totas aos gráficos das funções
definidas por: 2x - 1
1. Seja f a função definida por f (x) = .
2 x-1
a) f(x) = 1 -
x-3 Faz um esboço do gráfico da função f em referencial o.n.
1
b) g(x) =
x+2 Resolução
2x + 1
c) g(x) = Já sabemos que o gráfico é uma hipérbole. Vamos determinar equações
x+3
das suas assíntotas e vamos também determinar as coordenadas de dois
pontos «notáveis» que são os pontos em que o gráfico interseta os eixos
coordenados.
Tem-se Df = R \ {1} ; portanto, a assíntota vertical ao gráfico é a reta de
equação x = 1 .
2x - 1 2
Tem-se lim f (x) = lim = = 2 ; portanto, a assíntota horizon-
x " +∞ x " +∞ x-1 1
tal ao gráfico de f é a reta de equação y = 2 .

A abcissa do ponto de interseção do gráfico com o eixo das abcissas é o


zero de f .
f (x) = 0 § 2x - 1 = 0 §
1
§ x=
2
A ordenada do ponto de interseção do gráfico com o eixo das ordenadas
é f(0) .
2*0-1
f (0) = =1
0-1
continua

76 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
95 Nos referenciais seguintes
Num referencial o.n. representamos as retas de equações x = 1 e y = 2 estão representadas três hipér-
e assinalamos os pontos de coordenadas a , 0b e (0, 1) que servem de
1 boles, cujas assíntotas também
2 estão representadas. Estas hi-
referência para o esboço do gráfico da função f . pérboles são os gráficos das
funções f , g e h . Define ana-
y f liticamente estas funções.

f y

y=2

1 1
O 1 x
O 1 x

2

x=1
y g

2. Escreve uma expressão que defina a função g , sabendo que o gráfico da


função g é uma hipérbole, que g(1) = - 3 e que as retas de equações
x = - 1 e y = 2 são as assíntotas ao gráfico de g . 1
O 1 x
Resolução
A função g é uma função que pode ser definida por uma expressão do
k
tipo g(x) = b + x - c .
Neste caso, tem-se b = 2 e c = - 1 , portanto: y
k
g(x) = 2 +
x+1 h
Para determinarmos o valor de k , recorremos à informação g(1) = - 3 . 1

k k O 1 x
-3 = 2 + § - 3 - 2 = § k = -10
1+1 2
10
A função g é definida por g(x) = 2 - .
x+1
3
3. Seja f a função definida por f(x) = -2 + e sejam g e j as funções
x+5
definidas por g(x) = f(x - 1) + 3 e j(x) = f(x - h) + k (h, k å R).
Determina equações das assíntotas ao gráfico de g e determina os valo- 96 A função que se representa
res de h e k para os quais as assíntotas ao gráfico de j são os eixos graficamente em baixo é da fa-
ax + b
coordenados. mília x A .
cx + d
Resolução
y
O gráfico de g pode ser obtido aplicando ao gráfico da função f a trans-
lação definida pelo vetor de coordenadas (1, 3) .
Sabemos que o gráfico de f é uma hipérbole cujas assíntotas são as retas 1
de equações x = - 5 e y = - 2 . x
O 1
Portanto, o gráfico da função g também é uma hipérbole cujas assíntotas
são as retas de equações x = - 5 + 1 e y = - 2 + 3 , ou seja, x = - 4 e y = 1 .
Para que as assíntotas do gráfico de j sejam os eixos coordenados, «des- Determina o valor de cada um
locamos» o gráfico de f «5 unidades para a direita e 2 unidades para dos parâmetros a , b , c e d .
cima», ou seja, aplicamos ao gráfico de f a translação definida pelo vetor
de coordenadas (5, 2) .
Portanto, h = 5 e k = 2 .
continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 77


continuação

2x - 4
4. Seja f a função definida por f (x) = .
x-2
Recorrendo a uma calculadora gráfica, obtém uma representação do grá-
fico de f .
Resolução
Ficaste surpreendido?
O gráfico obtido parece ser a reta de equação y = 2 .
Na realidade, «falta um ponto» a essa reta, pois o domínio da função f
é R \ {2} .
É como se a reta tivesse um «buraco».
Em alguns modelos de calculadoras é
possível visualizar essa situação, que
NOTA ocorre porque o 2 é raiz do numerador e
Salienta-se a importância de obser- do denominador.
var com espírito crítico o que a cal-
2x - 4 2(x - 2)
culadora nos apresenta, pois em Assim, = = 2 , para x 0 2 .
vários modelos de calculadora não x-2 x-2
é possível visualizar esta situação.

97 Pretende-se construir um SERÁ QUE…? Rio acima, rio abaixo


painel de forma retangular
com 12 m2 de área. A largura Um barco sobe um rio num percurso de 12 km, contra a corrente, e regressa
do painel não deve ser inferior
a 1,5 m nem superior a 5 m.
em seguida ao ponto de partida. A velocidade da corrente é de 2 km/h.
Seja x a largura do painel, em O barco desloca-se a uma velocidade constante em relação à água. Seja x a
metros. velocidade do barco em relação à água, em km/h.
a) Exprime o comprimento, c ,
do painel em função da lar-
gura, x , e indica o domínio
da variável c .
b) Caracteriza a função que dá
o perímetro do painel em
função de x .

a) Determina o tempo que demora a viagem, se a velocidade do barco, em


relação à água, for de 4 km/h.
b) Num determinado dia, o barco começou a subir o rio 15 minutos depois
das 9 horas à velocidade, em relação à água, de 12 km/h. Terminada a
subida, regressou de imediato. Se tiver feito a viagem de regresso à veloci-
dade, em relação à água, de 6 km/h, será que chegou ao ponto de partida
antes das 12 horas?

continua

78 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

c) O tempo, em horas, gasto numa viagem de ida e volta a velocidade cons-


tante em relação à água pode ser dado, em função de x , pela expressão:
12 12
+
x-2 x+2
Explica o que representa cada uma das parcelas e quais os valores que x
pode tomar.
d) Escreve uma condição, na variável x , que te permita determinar a velocidade
do barco, em relação à água, sabendo que a viagem de ida e volta demo-
rou 2h e 30 min (considera que a velocidade é igual na ida e na volta).
e) Escreve uma condição, na variável x , que te permita determinar a veloci-
dade mínima (em relação à água) a que o barco se deve deslocar para que
a viagem não demore mais de quatro horas e meia.
f) Será que és capaz de resolver as condições que escreveste nas alíneas d) e
e), sem recorrer à calculadora gráfica?

A resolução analítica das questões do Será que…? exige a resolução de equações


e inequações envolvendo funções racionais.

Resolução de equações envolvendo frações racionais


P(x)
Já sabes resolver equações da forma = 0 , em que P(x) e Q(x) são poli- 98 Resolve cada uma das equa-
Q(x)
nómios: ções seguintes e indica o con-
P(x)
= 0 § P(x) = 0 ‹ Q(x) 0 0 junto-solução.
Q(x)
x-5
a) =0
Portanto, para resolver uma equação envolvendo frações racionais, começamos x+1
P(x) x2 - 4
por escrevê-la na forma =0 . b) =0
Q(x) x-2

É o que vamos fazer para responder a um dos desafios que te colocámos no 5x - 2


c) =3
x+1
Será que…? do topo desta página.
12 12 5 2x + 1
A condição que permite dar resposta à alínea d) é a equação + = , d) =2
x - 2 x + 2 2 x-3
12 12 5
que é equivalente a + - =0 .
x-2 x+2 2
12 12 5 24(x + 2) + 24(x - 2) - 5(x - 2)(x + 2)
+ - =0 § =0 §
x-2 x+2 2 2(x - 2)(x + 2)
24x + 48 + 24x - 48 - 5(x2 - 4)
§ =0 §
2(x - 2)(x + 2)
-5x2 + 48x + 20
§ =0 §
2(x - 2)(x + 2)
§ - 5x2 + 48x + 20 = 0 ‹ x 0 2 ‹ x 0 - 2 §

§ ax = 10 › x = - b ‹ x 0 2 ‹ x 0 - 2 §
2
5
2
§ x = 10 › x = -
5
A equação tem, portanto, duas soluções. No entanto, no contexto do problema,
a única solução é 10. A viagem do barco demora duas horas e meia se a veloci-
dade do barco for 10 quilómetros por hora.

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 79


Exercícios resolvidos
1
99 Resolve cada uma das equa- 1. Seja f a função definida por f(x) = x - . Determina o(s) zero(s) de f .
2-x
ções seguintes começando por Resolução
P(x)
as escrever na forma =0. Os zeros de f são as soluções da equação f(x) = 0 .
Q(x)
2
-
1
=6 1 2x - x2 - 1
a)
x-1 1-x f(x) = 0 § x - =0 § =0 §
2-x 2-x
4 2 6 § 2x - x2 - 1 = 0 ‹ x 0 2 § x = 1 ‹ x 0 2 § x = 1
b)
x+x+2=x-1
Então, 1 é o zero da função f .
4 1 1
c) 2 - =
x + 2x - 3 9 - x2 x - 1 1 1 1
2. Resolve a equação + = .
x - 1 3 x2 - x
Resolução
1 1 1 1 1 1
+ = § + - =0 §
x - 1 3 x2 - x x - 1 3 x(x - 1)
3x + x(x - 1) - 3
§ =0 §
3x(x - 1)
100 Determina, caso existam, os 3x + x2 - x - 3 x2 + 2x - 3
§ =0 § =0 §
zeros das funções que a seguir 3x(x - 1) 3x(x - 1)
se definem pelas expressões § x2 + 2x - 3 = 0 ‹ x(x - 1) 0 0 §
analíticas.
x2 + 1 § (x = 1 › x = - 3) ‹ x 0 0 ‹ x 0 1 § x = - 3
a) f(x) = x -
x-1
Repara que, embora x2 + 2x - 3 tenha dois zeros, o 1 e o - 3, apenas um
1 3 deles, o - 3, é solução da equação, porque o outro zero, o 1, também é
b) g(x) = -
x - 1 2x - 2
zero do denominador.

Resolução de inequações envolvendo frações racionais


2
Comecemos por resolver a inequação x < 1 .
NOTA Somos tentados a dizer que esta condição é equivalente à condição 2 < x e
Uma inequação que envolve frações
racionais é frequentemente desig-
indicar, portanto, ]2, + ∞[ como conjunto-solução.
nada por inequação fracionária.
No entanto, é fácil justificar, diretamente, que todos os números negativos são
solução da condição dada.
2
Por outro lado, a representação gráfica da função x A x confirma que todos os
2
números do intervalo ]- ∞, 0[ são solução da condição x < 1 e sugere que
o conjunto-solução seja g - ∞, 0 f ∂ g 2, + ∞ f .

O 1 x

80 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


2
As condições x < 1 e 2 < x não são equivalentes em R \ {0} pois não têm con-
juntos-solução iguais.
2 2 x
É verdade que x < 1 é equivalente x < x , para x 0 0 , mas, a passagem desta
condição à condição 2 < x , usualmente designada por «desembaraçar de deno- RECORDA
minadores», corresponde a multiplicar os dois membros da desigualdade por x Se multiplicarmos os dois membros
de uma desigualdade por um número
e simplificar as frações obtidas. diferente de 0, obtemos uma desi-
Ora, como sabes, essa multiplicação só conduz a uma desigualdade equivalente gualdade equivalente e com o mes-
mo sentido se o número for positivo
e com o mesmo sentido, se x for um número positivo. e de sentido contrário se o número
Para valores negativos de x , é necessário trocar o sentido da desigualdade para for negativo.

obter uma inequação equivalente.


Ou seja:
2 x
x < x § (2 < x ‹ x > 0) › (2 > x ‹ x < 0) §
§ (x > 2 ‹ x > 0) › (x < 2 ‹ x < 0) §
§ x > 2 › x < 0 § x å g - ∞, 0 f ∂ g 2, + ∞ f

Podemos obter a mesma conclusão raciocinando assim: 101 As inequações seguintes são
2 x 2-x inequações do 1.º e do 2.º grau.
r x < x é equivalente a x < 0 ; Resolve-as e apresenta os res-
2-x petivos conjuntos de soluções.
r Para que x represente um número negativo há duas alternativas:
a) 5 + 2x ≥ 1
 r- x designa um número positivo e x designa um número negativo, b) 5 - 2x < 0
ou x x-2
 r- x designa um número negativo e x designa um número positivo. c) - ≤1
3 2
Simbolicamente: x2 - 4
d) >0
3
2-x e) 2x2 ≤ 4x
x < 0 § (2 - x > 0 ‹ x < 0) › (2 - x < 0 ‹ x > 0)
f) (x - 2)2 > 0
Esta condição é equivalente a x > 2 › x < 0 .
2-x
O processo que utilizámos para resolver a inequação x < 0 torna-se com-
plexo no caso do numerador e do denominador da fração envolverem vários
fatores.
(x - 2) * (x + 1)
Consideremos, por exemplo, o caso da inequação >0 .
(4 - x) * x
Para que a expressão do primeiro membro tome valores positivos, os fatores
podem ser todos positivos, ou todos negativos, ou dois dos fatores podem ser
positivos e os outros dois negativos. Neste último caso, os fatores positivos tanto
podem ser os do numerador, como os do denominador, como um fator do nume-
rador e outro do denominador, …
É um trabalho «diabólico», para além de estarmos a pôr hipóteses que, na prá-
tica, não podem ocorrer.
O processo habitual (e recomendado!) para resolver inequações que envolvem
P(x)
frações racionais consiste em escrever a inequação dada na forma > 0 ou
P(x) Q (x)
< 0 , sendo P(x) e Q(x) polinómios e, em seguida, organizar o estudo da
Q(x)
variação de sinal de P(x) e de Q(x) num quadro de sinais, tal como já fizemos
para o estudo da variação de sinal de uma função racional.

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 81


P(x)
Na última linha do quadro, será registada a variação de sinal de .
Q(x)
2
Apliquemos este método à resolução da condição x < 1 .
2 2-x
Temos x < 1 § x < 0 .

O zero do numerador e o zero do denominador são, respetivamente, 2 e 0.


A observação da última x -∞ 0 2 +∞
linha do quadro permite
2-x + + + 0 -
concluir que o conjunto-
-solução da condição é x - 0 + + +
g - ∞, 0 f ∂ g 2, + ∞ f . 2-x
x - n.d. + 0 -
Em resumo:

Para resolver uma inequação fracionária, escreve-se a inequação na forma


102 Resolve as inequações se- P(x) P(x)
> 0 ou < 0 e regista-se num quadro a variação de sinal do
guintes e apresenta os conjun- Q(x) Q(x)
tos de soluções usando interva- numerador, do denominador e do quociente.
los de números reais.
1 P(x) P(x)
a) ≥ 2 As inequações que se reduzem à forma ≥ 0 ou ≤ 0 resolvem-se
x Q(x) Q(x)
4 - x2 de modo idêntico, incluindo no conjunto-solução os zeros de P(x) , desde
b) <0
x-1 que pertençam ao domínio.
4x x
c) ≤
x -4
2
x -2
Exercícios resolvidos
2 1
d) ≤ x-1 3x - 2 x
x-2 2 1. Resolve a condição ≤ e apresenta o conjunto-solução usando
3-x 2
a notação de intervalos de números reais.
Resolução
P(x)
Animação Comecemos por escrever a condição na forma ≤0 .
Resolução do Q(x)
exercício 102 c)
3x - 2 x 3x - 2 x (3x - 2) * 2 - x(3 - x)
≤ § - ≤0 § ≤0 §
3-x 2 3-x 2 3-x
6x - 4 - 3x + x2 x2 + 3x - 4
§ ≤0 § ≤0
3-x 3-x
Vamos construir uma tabela de variação de sinal. Com esse objetivo,
determinamos os zeros do numerador e do denominador.
- 3 ¿ "9 + 16
+ +
x2 + 3x - 4 = 0 § x = § x = 1 › x = -4
2
3-x=0 § x=3
-4 – 1 x

y = x2 + 3x - 4
x -∞ -4 1 3 +∞
x + 3x - 4
2
+ 0 - 0 + + +

3-x + + + + + 0 -
+
y=3-x x + 3x - 4
2
+ 0 - 0 + n.d. -
3-x
3 x
n.d. – não definida
C.S. = f - 4, 1 g ∂ g 3, +∞ f

continua

82 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

2. Não esquecemos o desafio do Será que…? da página 79.


A condição que permite dar resposta à alínea e) é a condição
12 12 9
+ ≤ .
x-2 x+2 2
Resolução
P(x)
Começamos por escrevê-la na forma ≤0 .
Q(x)
12 12 9 12 12 9
+ ≤ § + - ≤0 §
x-2 x+2 2 x-2 x+2 2
24(x + 2) + 24(x - 2) - 9(x - 2)(x + 2)
§ ≤0 §
2(x - 2)(x + 2)
- 9x2 + 48x + 36
§ ≤0
2(x - 2)(x + 2)
Vamos construir uma tabela de variação de sinal. Com esse objetivo,
determinamos os zeros do numerador e do denominador.

16 ¿ "256 + 144
- 9x2 + 48x + 36 = 0 § 3x2 - 16x - 12 = 0 § x = §
6
16 ¿ "400 16 ¿ 20 2
§ x= § x= § x=- ›x=6
6 6 3
2(x - 2)(x + 2) = 0 § x = 2 › x = - 2

2
x -∞ -2 - 2 6 +∞
3
- 9x2 + 48x + 36 - - - 0 + + + 0 -

2(x - 2)(x + 2) + 0 - - - 0 + + +
- 9x + 48x + 36
2
- n.d. + 0 - n.d. + 0 -
2(x - 2)(x + 2)

Em R , o conjunto-solução da condição é g - ∞, - 2 f ∂ c- , 2c ∂ f 6, +∞ f ;
2
3
no contexto do problema, a resposta é que a velocidade mínima é 6 km/h.

1 + 3x
3. Resolve analiticamente a condição > x e indica o conjunto-solução.
3-x
Resolução
1 + 3x 1 + 3x - 3x + x2 x2 + 1
>x § >0 § >0
3-x 3-x 3-x
Neste caso, não é necessário fazer um quadro para estudar a variação de
sinal porque x2 + 1 representa um número positivo, seja qual for o valor
de x .
x2 + 1
Então, > 0 § 3 - x > 0 § -x > - 3 § x < 3 . Mais sugestões de trabalho
3-x
Exercícios propostos n.os 165 a 174
O conjunto-solução da condição é, portanto, ]- ∞, 3[ . (págs. 103 e 104).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 83


Resolução de problemas
Problemas resolvidos
x2 - 4
103 Determina o domínio e os 1. Seja f a função definida por f(x) = .
2x - x2
zeros, apresenta o estudo da
variação de sinal e escreve a) Determina o domínio e os zeros de f e estuda a variação de sinal.
equações das assíntotas ao grá- b) Recorrendo a uma calculadora, obtém uma representação do gráfico
fico para cada uma das funções
racionais definidas por: de f e procura explicar o facto de o gráfico ser análogo ao gráfico de
x+3 uma hipérbole.
a)
2-x Resolução
x2 - x - 6 a) Domínio de f
b)
r Df = 5 x å R : 2x - x2 0 0 6
1 - x2
2x + 4
c) 2
x -x-6 Cálculos auxiliares
x3 + 4x2 + x - 6 2x - x2 = 0 § x(2 - x) = 0 § x = 0 › 2 - x = 0 § x = 0 › x = 2
d)
x2 - 5x - 6
Portanto, 2x - x2 0 0 § x 0 0 ‹ x 0 2 .
x2 + 2x - 3
e) 2 Df = 5 x å R : 2x - x2 0 0 6 = R \ 5 0, 2 6
(x - 1)
r Zeros de f
f(x) = 0 § x2 - 4 = 0 ‹ x 0 0 ‹ x 0 2 §
§ (x = - 2 › x = 2) ‹ x 0 0 ‹ x 0 2 § x = - 2
- 2 é o único zero da função f .

r Variação de sinal de f
Vamos construir uma tabela em que vamos registar a variação de
sinal das funções definidas por x2 - 4 e por 2x - x2 , para tirarmos
+ + conclusões acerca da variação de sinal da função f .
y = x2 - 4
-2 – 2 x

x -∞ -2 0 2 +∞

x2 - 4 + 0 - - - 0 +

2x - x2 - - - 0 + 0 -
+ f(x) - 0 + n.d. - n.d. -
0 2 x
– – n.d. – não definida
y = 2x - x2

b) O gráfico que obténs com a calculadora deve ser semelhante ao gráfico


seguinte.

104 Determina os zeros e estuda


o sinal de cada uma das fun-
ções cuja expressão analítica se O y=–1 x
indica.
4 5
a) f(x) = -
2 - 2x x2 - 1
3x - 6 x2 - 5x x=0
b) g(x) = *
10 - 2x 4 - x2

continua

84 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

Na realidade não se trata exatamente de uma hipérbole e a explicação


para esse facto prende-se com a existência de uma raiz comum ao
numerador (x2 - 4) e ao denominador (2x - x2) .
x2 - 4 (x + 2)(x - 2) (x + 2)(x - 2)
= =- =
2x - x2
x( 2 - x) x(x - 2)

= - x = - ax + xb = - 1 - x
x+2 x 2 2

Pode-se, portanto, concluir que a função f é a restrição a R \ {0, 2} da


2
função g de domínio R \ {0} definida por g(x) = - 1 - x .

O gráfico desta função é o que apresentámos no fim da página anterior:


uma hipérbole cujas assíntotas são as retas de equações x = 0 e y = - 1 .
O gráfico da função g é um gráfico análogo, mas com um «buraco»
no ponto de coordenadas (2, - 2) .

O y=–1 x

x=0

2x2 + 5x - 2
2. Seja g a função definida por g(x) = . 105 Escreve equações das assín-
x+3
c totas não verticais aos gráficos
Escreve g(x) na forma ax + b + , conclui que existe uma assíntota das funções definidas por:
x-d
oblíqua ao gráfico g e escreve a sua equação reduzida. 1
a) f(x) = 2x +
x
1
Resolução b) g(x) = x - 3 - 2
x
Determinemos o quociente e o resto da divisão inteira de 2x2 + 5x - 2
c) h(x) = 0 3x - 1 0 +
2
por x + 3 . x

2 5 -2
-3 -6 3 Q(x) = 2x - 1
2 -1 1=R
2x2 + 5x - 2 1
Portanto, = 2x - 1 + .
x+3 x+3
Recorda que, se lim f g(x) - (mx + b)g = 0 , então a reta de equação
x " +∞
y = mx + b é assíntota ao gráfico da função g .
2x2 + 5x - 2 1
Ora, dado que = 2x - 1 + , tem-se:
x+3 x+3
1 1
lim f g(x) - (2x - 1)g = lim = =0
x " +∞ x " +∞ x + 3 +∞
Portanto, a reta de equação y = 2x - 1 é assíntota ao gráfico da função g .

continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 85


continuação

ax + b
3. O gráfico seguinte representa uma função racional f do tipo f(x) = ,
cx + 2
c00 .

O B x
A

Sabe-se que as retas de equações y = 2 e x = - 1 são as assíntotas ao grá-


fico e que este interseta o eixo Oy no ponto A(0, - 3) .

a) Determina os valores de a , b e c .

b) Determina as coordenadas do ponto B .

in Caderno de Apoio, 11.º ano

Resolução

a) Dado que a assíntota vertical é a reta de equação x = - 1 , sabemos que

Df = R \ 5 -1 6 . Então, - 1 é raiz de cx + 2 .
c * (-1) + 2 = 0 § c = 2
As coordenadas de A indicam-nos que f(0) = - 3 .
0+b
Portanto, = -3 , ou seja, b = - 6 .
0+2
Finalmente, se a reta de equação y = 2 é assíntota horizontal ao gráfico
de f , então lim f(x) = 2 .
x " +∞

a
Dado que lim f(x) = c e como já sabemos que c = 2 , concluímos
x " +∞
a
que = 2 . Assim, a = 4 .
2
Portanto, a = 4 , b = - 6 e c = 2 .

4x - 6
b) Tem-se f(x) = .
2x + 2
O ponto B é o ponto em que o gráfico de f interseta o eixo Ox ;
portanto, a sua abcissa é o zero de f .
3
f(x) = 0 § 4x - 6 = 0 § x =
2

As coordenadas do ponto B são a , 0b .


3
2

continua

86 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
106 Para uma excursão ao Al-
4. A Carolina espremeu várias laranjas e obtevee garve alugou-se um autocarro
três litros de sumo de laranja. Para obter uma por 490 euros. Já estão inscri-
tas 15 pessoas. Seja x o núme-
maior quantidade de bebida, vai juntar água
ro de pessoas que se vão inscre-
a esses três litros de sumo. ver para além destas 15. Supõe
que o custo do aluguer do au-
O sumo de laranja puro, ou seja, o sumo que tocarro é dividido equitativa-
a Carolina obteve ao espremer as laranjas, já mente pelos inscritos na excur-
são.
contém 95% de água.
a) Determina uma expressão
que dê o preço a pagar por
Seja x a quantidade de água, em litros, que a pessoa, em função de x .
Carolina vai acrescentar aos três litros de sumo. b) Determina qual é o número
mínimo de pessoas que têm
285 + 100x
a) Mostra que a função p definida por p(x) = dá a percen- de se inscrever para que o
3+x custo por pessoa seja infe-
tagem de água na bebida que a Carolina vai preparar em função da quan- rior a 20 euros.
tidade x de água adicionada.

b) Calcula a quantidade máxima de água que a Carolina pode adicionar


aos três litros de sumo de modo que a percentagem de água na bebida
não exceda 97%.

Resolução

a) A quantidade de água existente nos três litros de sumo é dada, em


litros, por 0,95 * 3 . Portanto, os três litros de sumo têm 2,85 litros de
água.

A percentagem de água na bebida obtém-se dividindo a quantidade de


água pela quantidade total de bebida e multiplicando por 100.

Dado que aos 2,85 litros de água se adicionam x litros, a percentagem


2,85 + x 285 + 100x
de água é dada por * 100 , ou seja, por p(x) = .
3+x 3+x

b) Para que a percentagem de água na bebida não seja superior a 97%,


285 + 100x
é necessário que seja menor ou igual a 97.
3+x

285 + 100x 285 + 100x - 97(3 + x) 107 Uma torneira de caudal


≤ 97 § ≤0 § constante, igual a 6 litros por
3+x 3+x
minuto, demora 20 horas a en-
285 + 100x - 291 - 97x 3x - 6 cher um determinado depósito.
§ ≤0 § ≤0
3+x 3+x a) Escreve uma expressão que
te permita determinar o nú-
Dado que, no contexto da situação descrita, a expressão 3 + x toma mero de horas, t , que uma
torneira de caudal constante,
sempre valores positivos, tem-se:
igual a x litros por minuto,
demora a encher o referido
3x - 6
≤ 0 § 3x - 6 ≤ 0 § x ≤ 2 depósito.
3+x
b) O que pode representar a
120
Portanto, não se podem adicionar mais de 2 litros de água para que expressão no contexto
x+6
a percentagem de água na bebida não seja superior a 97%. da situação descrita?

continua

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 87


continuação

5. Num certo ecossistema habitam duas espécies animais A e B.


Pelo que se conhece da evolução destas espécies, prevê-se que, t anos
após o início de 2009, o número de animais da espécie A, seja dado, em
11t + 6
milhares, aproximadamente, por a(t) = e o número de animais da
t+1
espécie B seja dado, também em milhares, aproximadamente, por
t+9
b(t) = , com t ≥ 0 .
t+3
Responde às perguntas seguintes usando exclusivamente métodos analí-
ticos.

a) Desde o início do ano 2009 até ao início do ano 2010 morreram


500 animais da espécie A. Quantos animais desta espécie nasceram no
mesmo período de tempo?

b) Na figura estão representadas graficamente as funções a e b.

y
a

O t

Tal como estes gráficos sugerem, a diferença entre o número de animais


da espécie A e o número de animais da espécie B vai aumentando, com
o decorrer do tempo, e tende para um certo valor. Determina esse valor.

c) Quando o número de animais da espécie B for inferior a 1500 animais,


os responsáveis do parque preveem fazer uma campanha de repovoa-
mento. A partir de que ano se supõe que essa situação venha a ocorrer?

Adaptado de Teste Intermédio, 11.° ano, 2010

Resolução

a) No início do ano 2009, o número de animais, em milhares, da espécie


A era igual a a(0) = 6 , ou seja, no início do ano 2009 havia 6000 indi-
víduos da espécie A.
No início do ano 2010, o número de animais, em milhares, da espécie A
era igual a a(1) = 8,5 , ou seja, no início do ano 2010 havia 8500 indi-
víduos da espécie A.
Por isso, desde o início do ano 2009 até ao início do ano 2010, o número
de indivíduos da espécie A aumentou 2500.
Como, no intervalo de tempo referido, morreram 500 animais da espé-
cie A, podemos concluir que, no mesmo intervalo de tempo, nasceram
3000 animais dessa espécie (2500 + 500 = 3000).
continua

88 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
108 Seja f a função definida
11t + 6 11 1 - 4x
b) lim a(t) = lim = = 11 por f(x) = .
t " +∞ t " +∞ t + 1 1 2x + 6
t+9 1 a) Determina o domínio e o
lim b(t) = lim = =1 contradomínio de f e escre-
t " +∞ t " +∞ t+3 1
ve equações das assíntotas
Portanto, as assíntotas horizontais dos gráficos das funções a e b são, ao seu gráfico.
respetivamente, as retas de equações y = 11 e y = 1 . b) Obtém uma expressão de
f -1(x) (f -1 designa a função
Tem-se assim que, com o passar do tempo, o número de animais da es- inversa de f ). Escreve equa-
pécie A tende para 11 000 e o número de animais da espécie B tende ções das assíntotas ao gráfi-
para 1000, pelo que a diferença entre o número de animais da espécie A co de f -1 . O que observas?
e o número de animais da espécie B tende para 10 000.

c) 1500 unidades são 1,5 milhares; vamos, portanto, resolver a inequação


b(t) < 1,5 .
t+9
b(t) < 1,5 § < 1,5 §
t+3
t + 9 - 1,5(t + 3)
§ <0 §
t+3
t + 9 - 1,5t - 4,5
§ <0 §
t+3
-0,5t + 4,5
§ <0
t+3

Dado que Db = f 0, +∞ f , t + 3 designa sempre um número positivo.

Portanto, a condição anterior é equivalente a - 0,5t + 4,5 < 0 .

- 0,5t + 4,5 < 0 § - 0,5t < - 4,5 §


- 4,5
§ t> §
- 0,5
§ t>9

Então, a necessidade de repovoamento deve ocorrer a partir de 2018.

Caderno de exercícios
Limites segundo Heine de
funções reais de variável real

Mais sugestões de trabalho


Exercícios propostos n.os 175 a 183
(págs. 105 e 106).

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 89


Teste 4 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Seja f a função, de domínio R \ {2} , definida por f(x) = 1 +


a função definida por g(x) = f(- x) .
3
x-2
e seja g

5 As assíntotas ao gráfico da função g são as retas de equações:


(A) x = 2 e y = - 1
(C) x = - 2 e y = - 1
(B) x = 2 e y = 1
(D) x = - 2 e y = 1

2. Sejam a(x) e b(x) dois polinómios e seja f(x) =


a(x)
b(x)
.

Sabendo que o quociente e o resto da divisão inteira de a(x) por b(x) são,
respetivamente, 2 e - 3, qual das expressões seguintes define a função f ?
2 3 3 2
(A) -3 (B) 2 - (C) -2 (D) 3 -
b(x) b(x) b(x) b(x)

3. Considera o problema seguinte:


Quantos kg de café, cujo preço é 30 €/kg, se devem juntar a 100 kg de café,
cujo preço é 35 €/kg, para que o kg da mistura se venda a 32 €?
Em qual das opções está uma equação que permite resolver este problema,
sendo x o número de kg de café cujo preço é 30 €/kg?
30 100
30x + 3500 x + 35
(A) = 32 (B) = 32
x + 100 35x
x 35
+
30x + 3500 30 100
(C) = 32 (D) = 32
100x 65

4. No referencial da figura ao lado estão parcialmente representadas uma função


y afim f e uma função quadrática g . Os gráficos intersetam-se em pontos dos
g
eixos coordenados. Qual das afirmações seguintes é falsa?
f
f
(A) A função g não tem zeros. (B) A função f - g tem dois zeros.

O x (C) A função f + g não tem zeros. (D) A função g + f não tem zeros.

5. Seja g uma função contínua em R e sejam (un) e (vn) duas sucessões.


Sabe-se que a sucessão (un) é convergente e que a sucessão (vn) é divergente.
Considera as afirmações:
I. A sucessão 1g(un)2 pode ser divergente.
II. A sucessão 1g(vn)2 pode ser convergente.
Ajuda Pode dizer-se que:
Se precisares de ajuda para (A) são ambas verdadeiras. (B) são ambas falsas.
resolver algum destes itens,
consulta a página 197.
(C) só a afirmação I é verdadeira. (D) só a afirmação II é verdadeira.

90 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

1. Considera as funções racionais f , g e h definidas na margem. 2x2 + x - 1


f(x) =
f x2 + x
a) Mostra que Ax å D f , (x) = h(x) e explicita D f . 2x - 1
g g g g(x) =
1-x
b) Determina o domínio e o(s) zero(s) da função h e estuda a sua variação
1-x
de sinal. h(x) = x
c) Escreve equações das assíntotas ao gráfico de h e esboça o gráfico da
f
função g .

2. A função f , representada graficamente ao lado, pode ser definida por uma y


c f
expressão da forma ax + b + . 1
x+d O x
1
a) Determina, em graus, a amplitude do ângulo formado pelas duas assínto-
tas ao gráfico de f . Apresenta o resultado arredondado às unidades.
b) Determina os valores dos parâmetros a , b , c e d e, em seguida, mostra
x2 - 3x
que a função f pode ser definida por f(x) = .
2x + 2
c) Determina, por processos analíticos, o conjunto das abcissas dos pontos
do gráfico de f que pertencem ao semiplano definido por y ≤ x .

3. Fixado um referencial o.n. no plano, considera os pontos A(1, - 1) , B(5, 7)


e C(2, 4) . Sejam f e g as funções cujos gráficos são as retas AB e BC ,
respetivamente.
a) Define analiticamente as funções f e g e representa graficamente a hipér-
f
bole que é o gráfico da função g .
f
g x ≥ 1 e assinala os pontos do grá-
b) Resolve analiticamente a condição ( )
f
fico de g cujas abcissas são as soluções daquela condição.

4. Duas torneiras podem ser usadas para encher um tanque. Com uma delas
enche-se o tanque em 6 horas e, com a outra, enche-se em t horas.
6t
a) Mostra que a expressão dá o número de horas que demora a encher
t+6
o referido tanque, se as duas torneiras funcionarem em simultâneo.
b) Determina o valor de t de modo que, com as duas torneiras a funcionar
em simultâneo, o tanque fique cheio em 1 hora e 12 minutos.
6t
c) Determina lim e interpreta o valor deste limite no contexto da
t " +∞ t+6
situação descrita.
1
5. Seja f a função racional definida por f(x) = -1 + 2
. Seja a å f 0, 2p f .
(x - 2)
Determina os valores de a para os quais o ponto P(2 + cos a, tg a) perten-
ce ao gráfico de f .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 91


Síntese
Limites

Seja A um subconjunto de R e seja a å R . Diz-se que a é ponto aderente


Ponto aderente
p. 8 a A se existir uma sucessão de elementos de A convergente para a .
a um conjunto
Aderência de A é o conjunto dos pontos aderentes a A .

Dada uma função real de variável real f e um ponto a å R que seja ponto
aderente ao domínio, Df , de f , diz-se que b é limite de f (x) quando x
tende para a quando, para toda a sucessão (xn) de elementos de Df , conver-
p. 13 Limite segundo Heine gente para a , a sucessão 1f(xn)2 tende para b .
Se existir limite de f(x) quando x tende para a esse limite é único e repre-
senta-se por lim f(x) .
x"a

Dada uma função real de variável real f e um ponto a å R :


r se a é ponto aderente a Df © g -∞, a f , diz-se que b é limite de f (x) quan-
do x tende para a por valores inferiores a a , ou diz-se que b é limite de
f (x) à esquerda de a , se b = lim f |g-∞, af(x) e escreve-se b = lim - f(x) .
x"a x"a
r se a é ponto aderente a Df © g a, +∞ f , diz-se que b é limite de f (x) quan-
do x tende para a por valores superiores a a , ou diz-se que b é limite de
f (x) à direita de a , se b = lim f |ga, +∞f(x) e escreve-se b = lim + f(x) .
x"a x"a
p. 20 Limites laterais Os limites de f(x) à esquerda e à direita de a podem designar-se por limites
laterais de f(x) quando x tende para a e, quando existem, são únicos.
Se a å Df e se os limites laterais de f(x) quando x tende para a existirem e
forem iguais, então existe lim f(x) e lim f(x) = lim + f(x) = lim - f(x) = f(a) .
x"a x"a x"a x"a
Se a ∫ Df e se os limites laterais de f(x) quando x tende para a existirem e
forem iguais, então existe lim f(x) e lim f(x) = lim + f(x) = lim - f(x) .
x"a x"a x"a x"a
Se os limites laterais de f(x) quando x tende para a forem diferentes, então
não existe limite de f(x) quando x tende para a .

Dada uma função real de variável real f cujo domínio, Df , não é majorado
(respetivamente, minorado), diz-se que b é limite de f (x) quando x tende
para + ∞ (respetivamente, - ∞) quando, para toda a sucessão (xn) de elemen-
tos de Df , com limite + ∞ (respetivamente, - ∞), a sucessão 1f(xn)2 tende para
p. 22 Limites no infinito

b e escreve-se b = lim f(x) Q respetivamente, b = lim f(x) R.


x " +∞ x " -∞

Dadas funções f e g , de domínios Df e Dg , e sendo a um ponto aderente


a Df © Dg , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se Df © Dg não for majorado
(respetivamente, minorado), se lim f(x) e lim g(x) existem e são números
x"a x"a
reais, então:
r lim 1f ¿ g2(x) = lim f(x) ¿ lim g(x)
pp. 29 Operações com
a 31 limites reais x"a x"a x"a

r lim 1f * g2(x) = lim f(x) * lim g(x)


x"a x"a x"a

r lim 1f : g2(x) = lim f(x) : lim g(x) , se lim g(x) 0 0


x"a x"a x"a x"a

92 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Dada uma função f e um número racional r e sendo a um ponto aderente
ao domínio da função f r , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se o domínio
de f r não for majorado (respetivamente, minorado), então, se lim f(x) exis-
x"a
p. 30
Limite da potência tir e pertencer a R+ , tem-se lim f r(x) = S lim f(x) T r .
e da raiz x"a x"a
Se n å N e lim f(x) existe e pertence a R+0 , então lim "f(x) =
n
lim f(x) .
%x " a
n

x"a x"a
Se n é um número ímpar, o resultado anterior é válido para lim f(x) å R .
x"a

Dadas funções reais de variável real, f e g , e sendo a um ponto aderente


Limite do produto de
uma função que tende a Df * g , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se Df * g não for majorado (respe-
p. 44
para zero por uma tivamente, minorado), se lim f(x) = 0 e se g é uma função limitada, então
x"a
função limitada lim (f * g)(x) = 0 .
x"a

r +∞ + (+∞) = +∞ r -∞ + (-∞) = -∞
r +∞ + b = +∞, b å R r -∞ + b = -∞, b å R
r +∞ * (+∞) = +∞ r -∞ * (-∞) = +∞ r +∞ * (-∞) = -∞
r ¿ ∞ * b = ¿ ∞, b å R+ r ¿ ∞ * b = ◊ ∞, b å R-
pp. 29, Operações com ¿∞ ¿∞
r = ¿ ∞, b å R+ r = ◊ ∞, b å R-
30 e 32 limites infinitos b b
b b
r + = +∞ e - = -∞, b å R+ ou b = +∞
0 0
b b b
r + = -∞ e - = +∞, b å R- ou b = -∞ r =0 ,båR
0 0 ¿∞

Indeterminações Situações mais frequentes

r Com polinómios, considera-se o limite do termo de maior grau.


pp. 37 r Com frações racionais, efetua-se a soma ou diferença das frações.
∞-∞
e 38 r Com binómios que envolvem expressões com radicais, multiplica-se e divide-
-se pelo binómio conjugado.

pp. 39 ∞ r Com frações racionais, calcula-se o limite do quociente dos termos de maior
e 40 ∞ grau do numerador e do denominador.

r Com frações racionais, fatoriza-se o numerador e o denominador, de modo


pp. 41 0 a simplificar a fração.
e 42 0 r Com binómios que envolvem expressões com radicais, multiplica-se o nume-
rador e o denominador pelo binómio conjugado.

∞*0 ∞ 0
p. 43 Efetua-se a multiplicação de modo a obter uma indeterminação ou .
∞ 0

Teorema do limite da Dadas funções reais de variável real, f e g , e sendo a um ponto aderente a
p. 45 função composta Dg + f , ou sendo +∞ (respetivamente, -∞), se Dg + f não for majorado (respeti-
(mudança de variável) vamente, minorado), se lim f(x) = b e lim g(x) = c , então lim (g + f )(x) = c .
x"a x"b x"a

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 93


Síntese
Continuidade de uma função num ponto. Funções contínuas
r Dada uma função real de variável real f e um ponto a do respetivo domínio,
diz-se que f é contínua em a se existir lim f(x) e, nesse caso, lim f(x) = f(a) .
x"a x"a
r Dada uma função real de variável real f , com domínio Df e um conjunto A
p. 50 Continuidade tal que A ƒ Df , diz-se que f é contínua em A quando f é contínua em
todos os pontos de A .
r Designa-se uma função por contínua quando é contínua em todos os pontos
do seu domínio.

r A soma, a diferença e o produto de duas funções contínuas num ponto são


ainda funções contínuas nesse ponto.
r O quociente de duas funções f e g contínuas num ponto é uma função
contínua nesse ponto, desde que a função g não se anule nesse ponto.
r Qualque potência de expoente natural de uma função contínua num ponto
é contínua nesse ponto.
pp. 53
Teoremas r Toda a raiz de uma função contínua num ponto é contínua nesse ponto, des-
e 54 de que o valor da função no ponto não seja negativo, no caso do índice da
raiz ser um número par.
r Se uma função f é contínua no ponto a e se a função g é contínua em f(a) ,
então a função composta g + f é contínua no ponto a .
r As funções polinomiais, as funções racionais e as potências de expoente ra-
cional são contínuas.

Assíntotas

Dados um referencial cartesiano, uma função real de variável real f e um nú-


mero real a , diz-se que a reta de equação x = a é assíntota vertical ao gráfico
de f se e só se pelo menos um dos limites laterais de f(x) no ponto a for
infinito (-∞ ou + ∞).
p. 57 Assíntotas verticais
r O gráfico de uma função pode ter uma infinidade de assíntotas verticais.
r Se a reta de equação x = a é assíntota ao gráfico de f , então a ∫ Df ou
f não é contínua no ponto a .

Dados um referencial cartesiano e uma função real de variável real f de domí-


nio Df , não majorado (respetivamente, não minorado), diz-se que a reta de
equação y = mx + b (m, b å R) é assíntota ao gráfico de f em + ∞ (respeti-
vamente, em -∞) se e só se:
pp. 60 Assíntotas não lim f f(x) - (mx + b)g = 0 Q respetivamente, lim f f(x) - (mx + b)g = 0 R
x " +∞ x " -∞
a 63 verticais
Quando m = 0 , a assíntota diz-se assíntota horizontal.
Quando m 0 0 , a assíntota diz-se assíntota oblíqua.
A reta de equação y = b é assíntota horizontal ao gráfico de f em +∞ (respe-
tivamente, em - ∞) se e só se lim f(x) = b Q respetivamente, lim f(x) = b R.
x " +∞ x " -∞

94 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Teoremas
Dados um referencial cartesiano e uma função real de variável real f de do-
mínio não majorado (respetivamente, não minorado):
r a reta de equação y = mx + b é assíntota ao gráfico de f em + ∞ (respeti-
vamente, em -∞) se e só se lim f f(x) - mx g = b Q respetivamente,
x " +∞
Assíntotas não lim f f(x) - mx g = b R.
x " -∞
verticais r se a reta da equação y = mx + b é assíntota ao gráfico de f em + ∞ (respe-
(continuação) f(x) f(x)
tivamente, em - ∞), então lim x = m arespetivamente, lim x = mb.
x " +∞ x " -∞
r O gráfico de uma função tem, no máximo, duas assíntotas não verticais
(uma em +∞ e outra em -∞), que podem ser horizontais ou oblíquas.
r Se o domínio de uma função é um conjunto limitado, não existem assíntotas
não verticais ao seu gráfico.

Funções racionais
Funções racionais são funções reais de variável real que podem ser definidas
P(x)
p. 34 Definição por uma expressão da forma , onde P(x) e Q(x) são polinómios (não
Q(x)
sendo Q(x) o polinómio nulo).

P(x)
Seja f , definida por f(x) = , uma função racional.
Q(x)
r O domínio de f é Df = 5 x å R : Q(x) 0 0 6 .
Domínio e zeros de
p. 72
uma função racional
r Os zeros de f são as soluções da equação f(x) = 0 e tem-se:
f(x) = 0 § P(x) = 0 ‹ x å Df § P(x) = 0 ‹ Q(x) 0 0

Sejam P(x) e Q(x) polinómios.


P(x)
r Equações: escreve-se a equação na forma =0 .
Q(x)
Equações P(x)
e inequações = 0 § P(x) = 0 ‹ Q(x) 0 0
pp. 79
Q(x)
e 82 envolvendo P(x) P(x)
frações racionais r Inequações: escreve-se a inequação na forma > 0 ou na forma <0
Q(x) Q(x)
e regista-se num quadro a variação de sinal do numerador, do denominador
e do quociente.

r D = R \ 5 c 6 e D' = R \ 5 b 6
r Função decrescente (respetivamente, crescente) em ]- ∞, c[ e em ]c, + ∞[ se
k > 0 (respetivamente, k < 0).
r Os gráficos são hipérboles que têm como assíntotas as retas de equações x = c
e y=b.
Funções definidas por
p. 74 y y
k x = -1
f(x) = b + x - c f
y=2
y=1 g
1
1
O 1 x O 1 x
1 1
f(x) = 2 + g(x) = 1 +
x=1 x-1 x+1

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 95


Exercícios propostos
109 Determina o conjunto dos pontos aderentes a a) Calcula lim un e lim h(un) .

cada um dos conjuntos. b) Mostra que não existe limite de h(x) quando x
tende para 1.
a) A = 5 x å R : 5 - 2x ≤ 0 ‹ 13 > 3x 6

b) B = g -1, 2 g ∂ f 3, + ∞ f
114 Considera as funções reais de variável real f ,
n
(-1) * n + n
c) C = e , g(x) = "3 - x e
, n å Nf 1
g e h definidas por f(x) =
3n x-2
x+1
h(x) = .
"x - 2 - 1
d) D = R \ Z

e) E = e
2n + 1 a) Determina o domínio de cada uma das funções
n , n å Nf
e o conjunto dos pontos aderentes a cada do-
mínio.
110 Seja f uma função de domínio R e sejam
b) Seja (un) uma sucessão com todos os termos
(un) e (vn) duas sucessões que tendem para 2.
diferentes de 2. Escreve uma expressão do termo
Sabe-se que f(un) " 1 e que f(vn) " 3 . geral de 1f(un)2 .

1 ( )2
O que podes afirmar acerca da existência de limite 1
c) Admite que un =
de f(x) quando x tende para 2? Justifica. n . Mostra que f un é con-
1
vergente para - . Será que este resultado, por
2
1
111 Sabe-se que a função f tem domínio R e que si só, te permite concluir que lim f(x) = - ?
x"0 2
lim f(x) = 3 .
x " -1 d) Determina, recorrendo à definição de limite se-
2
n+1 gundo Heine, lim f(x) e lim g(x) .
Se a sucessão (un) tem termo geral un = , x"0 x"3
1 - 2n
qual é o valor de lim f(un) ? Justifica.
115 Acerca da função f representada graficamen-
112 Na figura está parte do gráfico de uma função te, sabe-se que:
g de domínio R . Considera a sucessão de termo r tem domínio R \ 5 -1, 2 6
1
geral un = n .
r lim - f(x) = lim + f(x) = -∞
x " -1 x"2
y
r lim - f(x) = lim + f(x) = +∞
x " -2 x " -1
2
y
1

O x
-1 O 2 x
Qual é o valor de lim g(un) ?
f
(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) +∞

113 Seja h a função, de domínio R \ 5 1 6 , defini- 1


Seja (un) a sucessão de termo geral un = k + n , k å R .
x + 1 se x < 1 Determina k supondo que:
da por h(x) = | e seja (un) a suces-
-x + 1 se x > 1 a) lim f(un) = +∞
1
são de termo geral un = 1 - n . b) lim f(un) = -∞

96 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


116 Na figura está y Determina lim f(un) sendo:
f
parte da representa- 1 1
a) un = b) un = -
n n
ção gráfica da função 1 1 -2n - 1
f definida por c) un = -2 + d) un =
n n
x-1
f(x) = . O 2 x
e) un = 2 - n f) un = (2 - n)
2
x-2

120 Seja (u ) a sucessão definida por u = 2 - n .


n n

Seja (un) a sucessão de termo geral un = 2 - n2 . De uma certa função f , sabe-se que lim f(un) = 2 .
Qual é o valor de lim f(un) ? Em qual das seguintes opções pode estar represen-
(A) 1 (B) 2 (C) -∞ (D) +∞ tada parte do gráfico da função f ?
(A) (B)
117 Sejam (u ) e (v ) as sucessões definidas por y y
n n
n -1
2 2 2
un = 2n - 1 e vn = .
3n
O x O x
Acerca de uma função f de domínio R , sabe-se
1
que lim f(un) = 2 e que lim f(vn) = . -2 -2
2
O que se pode dizer acerca da existência de (C) (D)
lim f(x) ?
x " +∞ y y

118 Seja f uma função de domínio R . Para cada par


x
an + 1
de números reais positivos a e b , seja un = . O 2 x O 2
bn + 2
Sabe-se que:
r se a > b , então lim f(un) = 2 ;
r se a = b , então lim f(un) = -1 .
Qual é o valor lógico de cada uma das afirmações
121 Acerca de duas funções f e g , sabe-se que
seguintes?
lim f(x) = 3 e que lim g(x) = -∞.
a) lim f(x) não pode ser igual a 1. x"1 x"1
x"1
Calcula os limites seguintes ou identifica as situa-
b) lim f(x) é necessariamente igual a -1.
x"1 ções em que a aplicação das «regras de cálculo»
c) Se existir lim f(x) , só pode ser igual a 2. conduz a situações de indeterminação.
x " +∞

a) lim (f + g)(x) b) lim (f * g)(x)


119 A função f re- x"1 x"1
y
f f g
presentada grafica- c) lim g (x) d) lim (x)
x"1 x"1 f
mente tem domínio
R \ 506 . lim g (x) lim f g(x) * (f(x) - 3)g
3
1 e) f)
x"1 x"1
O x
f(x) - 3
lim "(f - g)(x)
1
g) h) lim
x"1 x " 1 g(x)

g(x) + 1 g(x)
Sabe-se que: i) lim j) lim
x"1 x - g(x) x " 1 f f(x) - 3 g 2
r lim - f(x) = lim - f(x) = -∞ r lim + f(x) = +∞
x " -2 x"0 x"0
3 - f(x)
r lim f(x) = 3 r lim f(x) = 0 k) lim l) lim f g(x) * (1 - 2g(x)g
x " -∞ x " +∞ x"1 x-1 x"1

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 97


122 No referencial da figura estão parte das repre- 125 Aplica as regras operatórias para calcular os li-
sentações gráficas de duas funções polinomiais f e mites seguintes e identifica os casos em que essas re-
g , sendo f uma função afim. gras não são suficientes (indeterminações).

lim a0 3x + 1 0 + b
y 3
a) 2
x " -1 (x + 1)

lim a x - x + 1b
O x 1
b)
f x " +∞
g 2
c) lim f(5 - x) * x - 2 g
x"0
O gráfico de g interseta o eixo Ox no ponto de
abcissa -1. d) lim f(3 - x) * x3 g
x " -∞
Calcula o valor de cada um dos seguintes limites:
lim + a p - x + b
1 1
g(x) f(x) 1 e)
a) lim +
x"0 x b) lim -
x " -1 g x
( )
c) lim
x " -∞ f x)
(
x"p "x - p

126 Calcula:
123 No referencial da figura estão representadas
1 x
duas funções f e g . Acerca da função f sabe-se a) lim b) lim
que é uma função afim e acerca da função g sabe- 4 - x2
x " 2+ x " -2+ x +x-2
2

-se que lim g(x) = +∞ e que lim g(x) = -2 . x-1


c) lim + 2
x " +∞ x " -∞ x"0 x +x
Sabe-se ainda que f(1) = g(1) = 0 .
127 Determina os valores de k para os quais a
y
função f definida por
g
x
se x < 1
x-1
f (x) = μ
O x
tem limite quando x " 1 .
f 1
se x > 1
k(x - 1)
Calcula os limites seguintes ou identifica as situa- 128 Quais das expressões seguintes definem fun-
ções em que a aplicação das «regras de cálculo»
ções racionais (polinomiais e não polinomiais)?
conduz a situações de indeterminação.
c) "x + 1
x-1 2x - 1 2
a) lim (f + g)(x) b) lim (f * g)(x) a)
x+2
b)
p-2
"p
x " -∞ x " +∞

e) "(x + 2)
f f(x) + 1 d) 1 + sen x
2 2
c) lim g (x) d) lim + f)
x
x"1 x " 1 g(x)

x+2 f
e) lim - f) lim (x)
x " 1 f(x) x " +∞ g 129 Determina o domínio, em R , das funções
g definidas por:
g) lim (x)
x " -∞ f x-2 x2 - 1 2
a) b) c)
x+3 2"2
2
(x - 1)
124 Investiga se existem os seguintes limites e, em
x-p x+2
caso afirmativo, indica o seu valor. d) e)
x2 + p x2 - 2x
a) lim a + b
1 x-3 3
b) lim
x"3 x 3 x"3 x-3
130 Escreve uma expressão que defina uma função
x2 + 1 x2 + 1
x"1 0x - 10
c) lim d) lim racional com domínio:
x"1 x-1
a) R \ {-2} b) R \ {- 1, 2}
lim + x - 2
2

c) R \ U -"3, "3 V
e)
x " a1 b 2x - 1 d) R
2

98 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


lim c d
131 Decompõe em fatores: 2 1
a5) -
x " -1+ f (x) g(x)
a) 2x2 - 8 b) 2x2 + 5x - 7

c) 4h - h2 d) x(x + 1) - 2(x + 1) a6) lim f "f (x) - "2g(x) g


x " +∞

e) 8 - x3 f) 2x3 + 4x2 + 2x g(x)


a7) lim 3
x " -1 (x + 1)
132 Simplifica as frações seguintes e indica o do- b) Define uma função h , tal que:
mínio em que as expressões são equivalentes. b1) lim f f (x) + h(x)g = -∞
x " -∞
2 2
(x - 1)(x + 1) (a + b) - 4ab g(x) g(x)
a) b)
2a - 2b b2) lim =0 b3) lim =3
x -x3
x " +∞ h(x) x"0 h(x)
4x2 - 12x + 9
c)
4x2 - 9 136 Calcula:
x3 + x - 2
133 Seja f(x) = x2 - 3x . a) lim
x"1 x2 - 1
f (x) - f (1)
Simplifica a fração . x2 + 2x + 1
x-1 b) lim
x " -1 2x2 - x - 3
x
134 Efetua as operações, simplifica e indica o do- -1
2
c) lim
mínio em que as expressões são equivalentes. x"2 x-2

2 x 0 2x - 6 0
a) - d) lim -
2x - x2
4 - 2x x"3 x2 - 9
y
2 - "3x - 5
x
b)
x-y+y-x e) lim
x"3 x-3
*a - b
3x x 3 x+3
c) lim
3+x 3 x f)
x " -3 "x2 + 2 - "5 - 2x
d) a
1
+
2x
b * a x - 1b
1 2 - "4x
1 + x 1 - x2 g) lim
x"1 "x + 1 - "2
e) a b:
1 1 4 x2 + x
+ lim
x + 2 x - 2 x2 - 4 h)
x "x + 1
x " -1+
1- x2 - x - 2
2
0x + 10
f) i) lim -
2 x x " -1
x-2 3
(x + 2x2)
x2 - 3x + 2 x - 2 j) lim 2
g)
x : x " +∞ x2 * (1 - x2)
2x
2"x - x
k) lim
135 Sejam f e g as funções polinomiais definidas,
x " +∞
2x - "x
respetivamente, por: l) lim 1 0 x3 - x 0 + x32
x " -∞
f(x) = 2x2 + x - 1 e g(x) = x2 + x
lim a * x b
8 x2 + 1
m)
a) Determina: x " +∞ 2x + 1

lim a
f (x) 2x2 - x + 3
a1) lim f (x) a2) lim n) - 2xb
x " -∞ x " +∞ g(x) x " +∞ x+1
f (x) f (x)
lim a b
x - 1 x2 - 3x + 2
a3) lim + a4) lim o) :
x"0 g(x) x " -1 g(x) x " +∞ 2 x

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 99


137 Sejam k e a dois números reais. 140 Seja k um número real e seja f a função, de

kx3 - 2x2 - 4 1 domínio R , definida por:


Sabe-se que lim =- .
x " +∞ ax + 2
2
2 k se x ≤ 1
Quais são os valores de k e a ? f (x) = % 1
se x > 1
(A) k = 1 e a = -2 "x - 1
Mostra que, qualquer que seja o valor de k , a fun-
(B) k = 1 e a = 0
ção f não é contínua.
(C) k = 0 e a = 4

(D) k = 0 e a = 1 141 Para um certo valor de a , é contínua em R


x2 - 2x se x < a
a função f definida por f (x) = e
138 A função x2 - x + 3 se x ≥ a
g , representada graficamente, é
Qual é o valor de a ?
uma função quadrática par.
(A) - 3 (B) - 2
y
(C) 2 (D) 3
g

O 1 x
142 Seja g a função, de domínio R \ ]- 2, -1] ,
x2 - 1 se x ≤ -2
definida por g(x) = e
1 - x se x > -1
1 Define uma função f , de domínio R , que seja uma
A função f é definida por f (x) = . função contínua e tal que Ax å Dg, f(x) = g(x) .
"x
a) Determina Df + g .
143 Acerca de uma função f de domínio R \ {-1} ,
b) Determina lim (f + g)(x) .
x"1
sabe-se que é contínua e que lim f (x) = lim f (x) .
x " -1 x"3

139 A função f , representada graficamente, é uma Qual é o valor de lim f (x) ?


x " -1
função quadrática.
Os zeros de f são - 2 e 3 e f(0) = k . 144 Recorrendo aos teoremas sobre funções contí-

y
nuas, justifica que é contínua a função f definida
f por:
sen (2x) + x2 + 1
f (x) =
"x2 + 1 - 1
-2 O 3 x

k 145 Seja g uma função contínua de domínio R e


contradomínio R+ , e sejam f , h , m , r e p as
Determina o valor de k , de modo que: 1
funções definidas por f(x) = g(x + 1) , h(x) = ,
g x)
(
x2 + 2x 3 1 1 1
a) lim = m(x) = , r(x) = e p(x) =
x " +∞ f (x) 2 g(x) - 1 g(x) + 1 "g(x) - 2
f (x) Quais destas funções podem ter assíntotas verticais
b) lim = 10
x"3 x2 - 9 ao seu gráfico?

100 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


146 A reta de equação x = - 1 é assíntota ao grá- 2x2
0x0 - 2
f) t(x) =
fico da função f , de domínio ]- 1, + ∞[ .
Qual é o valor de lim
1
? "1 - x2 se -1 ≤ x ≤ 1
x " -1 f (x)
g) v(x) = | x - 2x2
(A) - 1 (B) 0 se x > 1
1-x
(C) 1 (D) + ∞
150 Acerca de uma função f de domínio R+ , sa-
147 A reta de equação y = 3 é assíntota ao gráfico be-se que a reta de equação y = - 2x + 1 é assínto-
da função f , de domínio R . + ta ao seu gráfico.
1
Qual é o valor de lim ? Qual é o valor de lim f (x) ?
x " +∞ f (x) x " +∞

(A) 0 (B)
1 (A) - 2 (B) 1
3
(C) 3 (D) +∞ (C) - ∞ (D) + ∞

148 Escreve equações das assíntotas ao gráfico da 151 Aplica a definição de assíntota não vertical

função f , que são paralelas aos eixos coordenados, ao gráfico de uma função para concluir que a reta
sendo: de equação y = x - 3 é assíntota ao gráfico da
1
x2 função f definida por f (x) = x - 3 + .
a) f (x) = x+2
3-x
2
b) f(x) = 4 + 152 Escreve equações das assíntotas aos gráficos
"x - 2
das funções definidas por:
3 - 2x2
a) g(x) = 0 x - 3 0 +
c) f(x) = 2 1
x -1 x
Animação
x2 - 2x x
d) f(x) = 2 b) h(x) = 2x + Resolução do
x -4 x-2 exercício 152 a)

1
se x < 1
1-x
e) f(x) = μ
153 A função h , representada graficamente, tem
x-x 2
domínio [0, + ∞[ \ {5} .
se x ≥ 1
x2 + 1
y
149 Escreve equações das assíntotas aos gráficos
3
das funções definidas por cada uma das expressões
O 5 x
seguintes.
3x - 6
a) f (x) = 2
(x - 2)
2x3 + 3x As retas de equações x = 5 e y = 3 são as assínto-
b) g(x) =
x2 + 2 tas ao seu gráfico.
2x3 + x + 3 Calcula:
c) h(x) =
x2 + x x
a) lim
x " 5 h x)
(
x2 + 4
d) r(x) = 1-x
Å 2 b) lim
x " +∞ h(x)
x2 + 2 x+1
05 - x0
e) s(x) = c) lim
x " 0 h(x)

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 101


154 Sejam f e g duas funções de domínio R . 158 Seja f uma função de domínio R e seja g a

Sabe-se que: função definida por g(x) = f(x + 1) .


r Ax å R, f(x) - g(x) = x - 2 A reta de equação y = 2x + 4 é a única assíntota do
r lim g(x) = 0 gráfico de f .
x " +∞

Justifica a afirmação seguinte: «A reta de equação Qual das seguintes é uma equação da única assín-
y = x - 2 é assíntota ao gráfico de f .» tota do gráfico de g ?
(A) y = 2x + 4 (B) y = 2x + 6
155 A reta de equação y = 3x - 1 é assíntota ao
(C) y = 2x - 4 (D) y = 2x - 6
gráfico da função f de domínio R+ . in Exame Nacional, 12.º ano, 2003
x
Qual é o valor de lim ?
x " +∞ f (x)
159 De duas funções, f e g , sabe-se que:
1 1
(A) -3 (B) - (C) (D) 3
3 3 r o gráfico de f é uma reta, cuja ordenada na ori-
gem é igual a 2;
156 Seja f uma função, de domínio R , tal que r o gráfico de g é uma hipérbole.
lim f (x) = lim f(x) = 2 .
x " -∞ x " +∞ Nas figuras seguintes estão representadas parte
Risca pode ou não pode de modo a obteres afirma- dessa reta e parte dessa hipérbole.
ções verdadeiras.
y y
a) O gráfico de f pode / não pode ter assíntotas f
verticais. 2

b) O gráfico de f pode / não pode intersetar a reta x


O x O 1 g
de equação y = 2 .
c) O gráfico de f pode / não pode ter uma assíntota
oblíqua.

A reta de equação x = 1 é assíntota ao gráfico de g .


157 Na figura está parte do gráfico da função f ,
f (x)
de que a reta r é assíntota. Qual é o valor de lim + ?
x " 1 g(x)

y (A) 0 (B) 2

r (C) - ∞ (D) + ∞
f
in Exame Nacional, 12.º ano, 2006
1

O x 160 Considera a família de funções racionais, de


1
2x2 + x - 3
domínio R \ {a} , definidas por f (x) = x-a .

Qual das afirmações é verdadeira? a) Mostra que os gráficos de todas as funções desta

(A) lim f f (x) - x - 1 g = 0 família têm uma assíntota de declive 2.


x " +∞
b) Determina a de modo que:
(B) lim f f (x) + x - 1 g = 0
x " +∞
b1) a assíntota não vertical ao gráfico de f seja
(C) lim f f (x) - x + 1 g = 0
x " +∞ a reta de equação y = 2x ;
(D) lim f f (x) + x + 1 g = 0 b2) o gráfico de f não tenha assíntotas verticais.
x " +∞

102 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


161 Seja g uma função de domínio R . Sabe-se Indica em qual dos referenciais seguintes pode estar
que: representada parte do gráfico da função g definida
f (x)
r a função g é contínua e estritamente decrescente; por g(x) = x e, numa pequena composição,
r lim g(x) = +∞ apresenta uma razão que te permita rejeitar cada
x " -∞ um dos outros três.
r g(a) = 0
(A) (B)
r a reta de equação y = b , com b 0 0 , é assíntota
ao gráfico de g .
y
Escreve equações das assíntotas ao gráfico da fun- y
1
ção g . Justifica a tua resposta.
O x
O x

162 Acerca de uma função f , sabe-se que:

r tem domínio R \ {- 1, 1} e é par;


r é contínua; (C) (D)

r lim f f (x) - x g = 0
x " -∞
y y
1
r lim f(un) = +∞ , sendo un = 1 - n
Representa graficamente uma função f compatível O x x
O
com estas informações.

163 Acerca de uma função h , sabe-se que:

r tem domínio R e é contínua;


r lim h(x) = -∞ 165 Determina o domínio, os zeros e estuda a va-
x " -∞

r lim h(x) = b (b å R \ {0}) riação de sinal de cada uma das funções cuja
x " +∞
expressão analítica é:
r tem dois zeros.
x 4
1 a) f (x) = + 2
Seja f = . 2 - x x - 2x
h
Indica o número e tipo de assíntotas ao gráfico da 4 5 3
b) g(x) = + -
função f . Justifica. x - 3 x2 - 3x 5x
in Caderno de Apoio, 11.º ano
164 Na figura está representada parte do gráfico
da função f , contínua em R . As retas que contêm
as bissetrizes dos quadrantes são assíntotas ao grá- 166 Seja f a função definida por f (x) = 1 e seja g
x
fico de f . a função cujo gráfico se obtém aplicando ao gráfi-
"
co de f a translação definida pelo vetor u (3, -2) .
y

O x a) Define analiticamente a função g .


f
b) Escreve equações das assíntotas ao gráfico da
função g .

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 103


167 Seja f a função definida por f (x) = 2 . 171 Escreve equações das assíntotas aos gráficos
x
das funções f , g e h de que se apresentam as
Seja h uma função cujo gráfico pode obter-se a expressões analíticas.
partir do gráfico da função f por meio de uma
translação. 5x - 3 5 - 6x
a) f (x) = b) g(x) =
x+2 2x + 1
Define analiticamente a função h , supondo que: -2x
c) h(x) =
3x - 5
a) o seu domínio é R \ {- 1} e o contradomínio é
R \ {0} ;
172 Define, por uma fração racional, as funções f
b) o seu gráfico passa no ponto de coordenadas
e g representadas graficamente.
a2, b e o contradomínio é R \ {1} .
1
3
a) b)
y y
2
168 Define analiticamente a função racional cujo
1 1
gráfico é a hipérbole de assíntotas de equações
O 1 x O1 x
x = 0 e y = 2 e que passa no ponto de coordenadas
(3, 1) .

169 Define analiticamente a função racional f ,


173 Resolve as condições seguintes e apresenta os
sabendo que:
respetivos conjuntos de soluções.
r o seu gráfico é uma hipérbole de assíntotas
5 x x2
x=x
paralelas aos eixos; a) b) = 2
6 - 2x x - 9
r uma das assíntotas ao seu gráfico é a reta de
3 x+1
equação x = 2 ; c) <5 d) >0
x-1 (2 - x)(x + 3)
r tem contradomínio R \ {3} ; x2 + 1 2-x
e) ≤0 f) ≤1
r interseta o eixo das ordenadas no ponto de orde- x2 - 6x 2x - 1
3
nada . 2x - 6 55 - 3x2
2 g) ≥
x-5 5x - x2

170 As funções que se representam graficamente 174 Seja h a função definida por h(x) = 3x + 1 .
ax + b x+2
abaixo são da família x A .
cx + d a) Determina as coordenadas dos pontos de interse-
Determina, em cada caso, os valores de cada um ção do gráfico de h com os eixos coordenados.
dos parâmetros a , b , c e d . a
b) Escreve h(x) na forma b + .
x+c
a) b)
c) Escreve equações das assíntotas ao gráfico de h .
y y
d) Qual é o valor de k para o qual a equação
h(x) = k é impossível?
1 1
1 O x e) Representa graficamente a função h e, de acor-
O 1 x do com o gráfico desenhado, apresenta o estudo
da função h quanto à monotonia e o conjunto-
-solução da condição h(x) ≥ 0 .

104 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


175 Determina as coordenadas dos pontos em que 179 No referencial da figura estão representados:
se intersetam os gráficos das funções f e g defini- r parte do gráfico da função f definida por
das por: 2-x
f (x) = ;
3 x x+2
a) f (x) = e g(x) =
x-5 x-4 r as assíntotas ao gráfico da função f ;
x-4 r os pontos A e B de interseção do gráfico com o
b) f (x) = e g(x) = x - 2
x+2 eixo Ox e com o eixo Oy , respetivamente;
r a reta AB ;
176 Considera a função g , de domínio R \ {- 3} , r os pontos G e I de interseção da reta AB com
2x + 1 cada uma das assíntotas ao gráfico de f ;
definida por g(x) = .
x+3 r o ponto H , que é o centro de simetria do gráfico
a) Escreve equações das assíntotas ao gráfico de g . de f .
y
b) Caracteriza a função inversa de g , ou seja, a fun-
ção g-1 e identifica as assíntotas ao seu gráfico.
G

177 Seja g a função de domínio R \ {2} cujo gráfico B


A x
é uma hipérbole com assíntotas paralelas aos eixos O
que se intersetam no ponto de coordenadas (2, - 1) . H I

A hipérbole interseta o eixo das ordenadas no pon- f


to de ordenada 2.
Define analiticamente a função g-1 (função inversa
a) Escreve equações das assíntotas ao gráfico de f .
de g), sem recorrer à expressão analítica de g .
b) Preenche os espaços de modo a obteres afirma-
178 Considera a função h , de domínio R \ {1} , ções verdadeiras:
lim f(x) = ____ lim f(x) = - ∞
cujo gráfico é a hipérbole com assíntotas paralelas x " +∞ x " ____
aos eixos coordenados parcialmente representada c) Resolve, analiticamente, a condição f(x) ≤ 1 e
no referencial da figura seguinte. apresenta o conjunto-solução usando intervalos.
y
d) Determina as coordenadas dos pontos A e B .

e) Escreve a equação reduzida da reta AB .

f) Determina a área da região colorida a verde.


1 h

O 1 x
180 Considera todos os paralelepípedos retângu-
los com volume V e cuja base é um quadrado de
lado x .
a) Constrói a tabela de sinal da função h .
b) Seja g a função definida por g(x) = h(x - a) + b . a) Exprime a altura dos paralelepípedos dessa
Determina a e b de modo que o gráfico de g família em função de x e de V .
seja simétrico em relação ao ponto (1, - 2) . b) Seja V = 20 . Mostra que a diferença (positiva)
c) Completa, de modo a obteres afirmações verda- entre as alturas de dois paralelepípedos da refe-
deiras. rida família, cujas arestas da base diferem de
c1) lim h(x) = ____ c2) lim h(x) = + ∞ uma unidade, é dada, em função de x , por
x " -∞ x " ____ 40x + 20
(x é a menor das arestas).
d) Define a função h por uma expressão analítica. x + 2x3 + x2
4

Capítulo 1 | Limites segundo Heine de funções reais de variável real 105


181 Quando uma empresa se atrasa na conclusão a) Mostra que a função g é definida por:

de uma obra em relação ao prazo que estipulou com 2


g(x) = 2x + x , x > 0
o cliente, os custos que tem de suportar aumentam.
b) Considera agora a função h , de domínio R \ {0}
Numa determinada empresa, o custo de certa obra, 2
concluída com t dias de atraso, é dado, em milha- definida por h(x) = 2x + x .
res de euros, por: A função h diz-se um prolongamento de g
3t + 8 pois Dg ƒ Dh e Ax å Dg, h(x) = g(x) .
f (t) = , com k å R
1,5t + k Representa graficamente a função h .
a) Determina o valor de k sabendo que, se não
houver atraso, o custo da obra é de 1600 euros. c) O gráfico de h tem uma assíntota vertical e uma
assíntota oblíqua. Escreve equações das assínto-
b) Admite que k = 5 . Sem recorrer à calculadora,
tas ao gráfico de h .
a não ser para efetuar cálculos numéricos, deter-
mina ao fim de quandos dias de atraso o custo
dessa obra atinge 1900 euros. 183 A Joana pensa juntar água a 3 litros de sumo de
laranja (puro) de modo a obter maior quantidade de
182 Seja f a função definida por f (x) = 1 . bebida. Designando por x o número de litros de
x água que vão ser adicionados ao sumo de laranja, a
O ponto P é um ponto de abcissa positiva que percentagem de água na bebida obtida é dada por
pertence ao gráfico de f . 100x + 276
p(x) = .
y
x+3
a) Qual é o domínio da função p no contexto do
problema?
P
b) Determina a percentagem de água no sumo de
laranja puro.
O x
c) Caracteriza a função inversa da função sobreje-
tiva definida por p: x A p(x) , no contexto da
Seja g a função que, à abcissa x do ponto P , faz
situação descrita.
corresponder o perímetro do retângulo de que
[OP] é uma das diagonais e que tem dois lados d) Explica o que representa a expressão analítica
contidos nos eixos coordenados. da função inversa de p .

106 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


2. Derivadas de funções reais
de variável real e aplicações

Noção de derivada
O Cálculo Diferencial teve a sua origem na determinação da reta tangente a
uma curva num ponto e no cálculo de máximos e mínimos de uma função.
Embora estas questões já fossem abordadas desde a Antiguidade, pode dizer-se
que foi Fermat a antecipar o que Newton e Leibniz formalizaram.
Vamos ver que os dois problemas (determinação da reta tangente a uma curva
e cálculo de máximos e mínimos de uma função) se relacionam entre si e envol- Pierre de Fermat (1601-1665).

vem o conceito que vai dominar este tema e que é o conceito de derivada.
Resolução
Exercícios de «Derivadas de funções
SERÁ QUE…? O passeio do Aníbal reais de variável real e aplicações»

Quando está de férias, o Aníbal gosta de fazer grandes passeios a pé. Ora
corre, ora anda, ora descansa… e assim vai passando o tempo e melhorando
a sua forma física. O gráfico seguinte descreve a distância, d , em quilóme-
tros, percorrida pelo Aníbal, em função do tempo, t , que decorreu desde
que iniciou o passeio, num certo dia. O início do passeio corresponde ao
instante t = 0 e o tempo é medido em horas.
d (km)
10

1
O 0,2 0,4 0,5 1
t (h)

1. Calcula d(0,4) - d(0,2) . O que representa o valor que obtiveste, no contexto do problema?
d(0,4) - d(0,2)
2. Calcula . O que representa o valor que obtiveste, no contexto do problema?
0,4 - 0,2
3. Identifica, no gráfico, os pontos A(0,7; 6) e B(1, 10) . Determina o declive da reta AB e explica o que repre-
senta no contexto do problema.
4. Sem efetuares cálculos, indica dois intervalos de tempo durante os quais o Aníbal se tenha deslocado a veloci-
dade constante.
5. Em relação aos intervalos que indicaste no ponto 4, em qual deles consideras que o Aníbal se deslocou com
maior velocidade? Explica a tua resposta.
Será que podes saber a velocidade a que o Aníbal se deslocava no instante t = 0,45 ? E no instante t = 0,8 ?

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 107


SERÁ QUE…? Enchendo um depósito

A figura ao lado representa um depósito de forma cilíndrica. Admite que o


depósito está vazio e que, num certo instante, se começa a introduzir com-
bustível a uma taxa constante, até o depósito ficar cheio, o que acontece ao
fim de cinco horas.
Seja h(t) a altura do combustível no depósito, t horas após o instante em
que começa a ser introduzido.
h(t)
Qual dos gráficos seguintes pode ser o da função h ?
(A) (B)
h h

O 5 t O 5 t

(C) (D)
h h

O 5 t O 5 t

Numa pequena composição, com cerca de dez linhas, indica as razões que te
levam a rejeitar os restantes gráficos (indica três razões, uma por cada gráfico
rejeitado). in Exame Nacional, 12.° ano, 1.ª fase, 2004

Será que a tua argumentação é idêntica à apresentada pelo IAVE?

Resolução apresentada pelo IAVE


O gráfico (C) não se adequa à situação descrita pois, à medida que o tempo passa,
a altura do combustível no depósito nunca diminui.
O gráfico (D) também não é o correto, pois, neste gráfico, a taxa de variação, em
cada instante, é constante. Ora, dada a forma do depósito, há instantes em que
a taxa de variação da altura do combustível é maior do que noutros, pelo que
a taxa de variação não é constante.
O gráfico (A) também não traduz a situação descrita, porque, dada a forma do
depósito, é nos primeiros e nos últimos instantes que a taxa de variação da altura
do combustível é maior, ao contrário do que o gráfico (A) nos mostra.
Portanto, o gráfico correto é o gráfico (B).
Esta resolução recorre várias vezes às expressões «taxa de variação» e «taxa de
variação em cada instante». Qual é o significado de taxa de variação em cada
instante e como se identifica, num gráfico, essa taxa de variação?
Para melhor compreenderes este conceito, comecemos por recordar e formalizar
o conceito de «taxa média de variação».

108 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Dada uma função real de variável real f e dois pontos distintos, a e b , do
f(b) - f(a) Simulador
seu domínio, diz-se que é a taxa média de variação de f entre Geogebra:
b-a Interpretação
f(b) - f(a) geométrica da taxa
a e b . Escrevemos t.m.v.f, a, b = .
b-a média de variação

O numerador da fração representa o acréscimo ou variação da função entre a


e b . A taxa média de variação traduz a variação média de f por cada unidade
de variação da variável independente.
Geometricamente, a taxa média de variação de f entre a e b é o declive da
reta que passa nos pontos do gráfico de f de abcissas a e b .
y 184 Seja f uma função real de
domínio R e sejam a e h
números reais, com h 0 0 .
f
Escreve uma expressão da taxa
f (b)
média de variação de f entre a
f(b) – f(a)
␣ f(b) - f(a) e a+h.
f (a)
b–a m = tg a =
b-a

O a b x

Quando a função estabelece uma correspondência entre tempo e distância per-


corrida, à taxa média de variação é habitual chamar velocidade média. Voltare-
mos a este assunto mais à frente.
Dada uma função real de variável real f e um intervalo [a, b] , não vazio,
contido no domínio de f , designamos por taxa média de variação de f no inter-
valo [a, b] a taxa média de variação de f entre a e b .

Da definição de taxa média de variação decorre que:


r se uma função é estritamente crescente (respetivamente, decrescente) num con-
junto D do seu domínio, então, para quaisquer a e b pertencentes a D ,
a taxa média de variação de f entre a e b é positiva (respetivamente, negativa);
r se uma função é constante num conjunto D do seu domínio, então, para quais-
quer a e b pertencentes a D , a taxa média de variação de f entre a e b é zero.
As implicações recíprocas destas são falsas.

SERÁ QUE…? Taxa média de variação 185 Num referencial o.n. do pla-
no, representa o gráfico de uma
Num referencial cartesiano do plano, representa graficamente uma função f , função f , de domínio [1, 5] ,
tal que:
de domínio [0, 4] , tal que:
3
a) t.m.v.f, 1, 5 = e f seja cres-
a) t.m.v.f, 0, 4 > 0 e f não seja crescente em [0, 4] ; 2
cente;
b) t.m.v.f, 0, 4 < 0 e f não seja decrescente em [0, 4] ;
b) t.m.v.f, 1, 5 = 0 e f não seja
c) t.m.v.f, 0, 4 = 0 e f não seja constante em [0, 4] . constante;

Será que podes apresentar uma condição necessária e suficiente para, por c) t.m.v.f, 1, 5 = - 1 e f não seja
decrescente.
exemplo, a taxa média de variação de f entre 0 e 4 ser positiva?

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 109


186 Sejam f , g e j as funções
Exercícios resolvidos
definidas, respetivamente, por
f(x) = 2x - 3 , g(x) = x2 e 1. Seja f(x) = 2x3 - x2 + 1 .
1
j(x) = x .
a) Calcula a taxa média de variação de f no intervalo [- 1, 2] .
Determina a taxa média de va-
riação de cada uma das fun- b) Escreve a equação reduzida da reta que passa nos pontos do gráfico
ções f , g e j , entre: de f com abcissas - 1 e 2.
a) 1 e 3; Resolução
b) - 3 e 5; f(2) - f(-1)
a) t.m.v.f, -1, 2 =
c) 1 e 1 + h (h 0 0). 2 - (-1)
Calculemos f(2) e f(- 1) .
f(2) = 2 * 23 - 22 + 1 = 13
f(- 1) = 2 * (-1)3 - (- 1)2 + 1 = - 2
187 Seja f a função definida f(2) - f(-1) 13 - (-2) 15
Então, t.m.v.f, -1, 2 = = = =5
por: 2 - (-1) 3 3
f(x) = x3 + x + 1
b) Já sabemos que o declive da reta pedida é igual a 5.
Escreve a equação reduzida da
reta que passa nos pontos do Portanto, a equação da reta é da família y = 5x + b .
gráfico de f de abcissas 0 e 1. Para determinar o valor de b , podemos utilizar um dos pontos:
A(2, 13) e B(- 1, - 2) .
Recorrendo às coordenadas do ponto B , tem-se:
- 2 = 5 * (- 1) + b § b = 3
188 2 A equação reduzida da reta que passa nos pontos do gráfico de f de
Seja y = x + 1 a equação
3 abcissas - 1 e 2 é y = 5x + 3 .
reduzida da reta que passa nos
pontos A1a, f(a)2 e B1b, f(b)2
do gráfico da função f . 2. Um reservatório está cheio de água. Em determinado instante começa a ser
esvaziado. A altura, h , da água no reservatório, t horas depois de o reser-
Qual é o valor da taxa média
de variação de f no intervalo vatório começar a ser esvaziado é dada, em metros, por h(t) = 0,5(t - 4)2,
de extremos a e b ? t å [0, 4] .
h(3) - h(1)
Mostra que = - 2 e interpreta este valor no contexto da situa-
2
ção descrita.
Resolução
NOTA
Tem-se h(3) = 0,5 * (- 1)2 = 0,5 e h(1) = 0,5 * (- 3)2 = 4,5 .
À taxa média de variação de uma
função f no intervalo de extremos a h(3) - h(1) 0,5 - 4,5 - 4
f(a + h) - f(a) Portanto, = = = -2 .
e a+h, , também se 2 2 2
h Mostrámos que a taxa média de variação da função t A h(t) no inter-
chama razão incremental de f no
ponto a do seu domínio. Substituin- valo [1, 3] é - 2, o que significa que, entre a primeira hora e a terceira
do a + h por x , reconhece-se que a hora, a altura da água no reservatório diminuiu à taxa média de 2 metros
razão incremental em a também por hora.
f(x) - f(a)
pode ser expressa por .
x -a
3. Dados os números reais m e b , seja f a função definida por f(x) = mx + b .
Mostra que a taxa média de variação de f entre a e a + h (h 0 0) não
depende de a , nem de h , nem de b .
Mais sugestões de trabalho Resolução
m(a + h) + b - (ma + b) ma + mh + b - ma - b mh
os
Exercícios propostos n. 239 a 245 t.m.v.f, a, a + h = = = =m
(pág. 154). h h h

110 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


SERÁ QUE…? Na autoestrada

Esteve em estudo uma medida legislativa que previa a possibilidade de autuar


condutores com base no tempo gasto a percorrer a distância entre duas porta-
gens de uma autoestrada (onde as velocidades mínima e máxima são, respeti-
vamente, 50 km/h e 120 km/h).
Será que uma tal medida permitiria identificar todos os «prevaricadores»?
Expõe a tua opinião e os teus argumentos.

Na realidade, a informação dada pela taxa média de variação nem sempre se


revela suficiente. Claro está que, quanto menor for a amplitude dos intervalos
considerados, mais conheceremos acerca do modo como a função está a variar
perto de um ponto. Se considerarmos intervalos de amplitude quase nula, esta-
mos como que a conhecer o modo como a função se está a «comportar» em
cada ponto.

E, assim, caminhamos para o conceito de taxa instantânea de variação, também


designada por derivada.

Consideremos, por exemplo, a função real de variável real f definida por


f(x) = x2 .

Dados a e b , com a 0 b , tem-se:


y
P1
b - a (b + a)(b - a)
2 2
4
t.m.v.f, a, b = = =b+a
b-a b-a
3
Em particular, tem-se:
P2
t.m.v.f, 1, 2 = 3 2
f P3
t.m.v.f, 1, 1,5 = 2,5 P4
1 A
t.m.v.f, 1, 1,2 = 2,2
t.m.v.f, 1, 1,05 = 2,05 O 1 2 x

t.m.v.f, 1, 1,01 = 2,01

Estas taxas médias de variação são os declives das retas definidas por A e
pelos pontos P1(2, 4) , P2(1,5; 2,25) , P3(1,2; 1,44) , P4(1,05; 1,1025) e
P5(1,01; 1,0201) .

Os declives destas retas estão cada vez mais próximos de 2, o que sugere que, se
considerarmos uma sucessão de pontos P1 , P2 , P3 , … , Pn , … sobre a pará-
bola, distintos de A , mas cada vez mais próximos de A , as retas AP1 , AP2 ,
AP3 , … , APn , … tendem para uma posição limite que é a da reta que passa
em A e tem declive igual a 2.

Essa reta será designada por reta tangente ao gráfico de f no ponto A e o seu
declive é a taxa instantânea de variação de f no ponto 1, ou, derivada de f no
ponto 1.

Formalizemos este conceito.

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 111


Consideremos a função f representada graficamente.

Seja A o ponto do gráfico de abcissa a e seja P o ponto de abcissa x , variável.

Admite que P se desloca sobre o gráfico de f , de modo que x se aproxima de


a tanto quanto quisermos, ou seja, suponhamos que x tende para a . Nestas
condições, o ponto P tende a coincidir com o ponto A .

NOTA y
Na figura sugere-se que as abcissas
P2 P1
x dos pontos que se aproximam de
P
A são maiores do que a , mas pode-
mos, de modo análogo, considerar A
pontos de abcissas menores do que f (a)
a e, nesse caso, os pontos locali-
zam-se à esquerda de A .
O a x2 x1 x x
f

A cada posição do ponto P (P1 , P2 , P3 , … , Pn , …) e, portanto, a cada


valor de x (x1 , x2 , x3 , … , xn , …), corresponde:

r uma taxa média de variação: a taxa média de variação de f entre a e x ;

r um declive: o declive da reta AP .

O limite da sucessão das taxas médias de variação nos intervalos de extremos a


e x , quando x tende para a , é a taxa instantânea de variação de f em a .

Dada uma função real de variável real f e um ponto x0 do seu domínio,


f(x) - f(x0)
considera-se lim x - x0 , se existir e for finito, como sendo a taxa ins-
x " x0
tantânea de variação de f no ponto x0 , designa-se por derivada de f no
ponto x0 e representa-se por f '(x0) .
NOTA f(x) - f(x0)
O ponto x0 tem de ser aderente a
f '(x0) = lim x - x0
x " x0
Df \ {x0} para que faça sentido consi-
f(x ) - f(x 0 )
Quando existe derivada de f em x0 , diz-se que f é diferenciável em x0 ou
derar lim . que f é derivável em x0 .
x " x0 x - x0
Se f é diferenciável em todos os pontos de um conjunto A , diz-se que f é
diferenciável em A .
Diz-se que uma função é diferenciável se for diferenciável no domínio.

Simulador
Geogebra: Taxa
instantânea de A definição de derivada de f no ponto x0 que apresentámos é equivalente a:
variação
Simulador
Geogebra:
Interpretação f(x0 + h) - f(x0)
geométrica da taxa f '(x0) = lim
de variação h"0 h

112 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Com efeito, tem-se x - x0 = h § x = x0 + h e x " x0 § h " 0 , o que mostra 189
f(x) - f(x0) f(x0 + h) - f(x0)
que lim x - x existe se e só se lim existir e, existindo, a) O que representa
x " x0 0 h"0 h f(x) - f(3)
lim ?
estes limites são iguais. x"3 x-3
b) Sendo f(2) = - 1 , o que re-
f(x) + 1
presenta lim ?
No cálculo da derivada de uma função num ponto, usaremos, indiferentemente, x"2 x-2
um destes limites. c) Sendo g(0) = 1 , o que repre-
g(x) - 1
senta lim x ?
x"0
f(x) - f(x0) d) Sendo r(1) = 3 , o que repre-
Sendo x0 um ponto do domínio de f , se lim x - x0 não existir ou não
x " x0 r(1 + h) - 3
for finito, diz-se que f não é diferenciável em x0 . senta lim ?
h"0 h

Dada uma função real de variável real f , diferenciável num ponto x0 , e dado 190 Na figura estão representa-
um referencial o.n., a reta que passa no ponto P01x0, f(x0)2 e tem declive igual das, em referencial o.n. xOy :
a f '(x0) diz-se reta tangente ao gráfico de f no ponto P0 . r parte do gráfico de uma fun-
ção f , diferenciável em R ;
Uma equação desta reta é y = f '(x0)(x - x0) + f(x0) .
r a reta r , tangente ao gráfico
de f no ponto de abcissa - 1.

r y
Já vimos que a taxa média de variação de f entre x e x0 é o declive da reta
secante ao gráfico de f que passa nos pontos de coordenadas 1x, f(x)2 e f

1x0, f(x0)2 .

–1 O x
f(x) - f(x0)
Se designarmos esse declive por m(x) , tem-se m(x) = t.m.v.f, x0, x = x - x e,
0
f(x) - f(x0)
portanto, f '(x0) = lim x - x0 = x lim m(x) , tal como já tinha sido sugerido Qual dos seguintes valores para
x " x0 " x0 a derivada de f no ponto - 1 é
pela representação geométrica da página anterior. compatível com a informação
dada?
(A) - 1 (B) 0
(C) 1 (D) f(- 1)

Exercícios resolvidos
1. Seja f a função definida por f(x) = 2x - x2 .
Calculadoras gráficas
Casio fx-CG 20 ...... pág. 200
a) Calcula f '(- 1) , ou seja, calcula a derivada de f no ponto - 1. TI-84 C SE / CE-T .... pág. 203
TI-Nspire CX .......... pág. 206
b) Escreve a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de f no ponto
de abcissa - 1.

Resolução 191 Seja f a função definida


por f(x) = x2 .
a) Comecemos por calcular f(- 1) ; f(- 1) = 2 * (- 1) - (- 1)2 = - 2 - 1 = -3 Obtém f '(2) , derivada de f
f(x) - f(x0) no ponto 2, calculando:
O cálculo de f '(- 1) pode ser feito recorrendo a lim x - x0 ou a f(x) - f(2)
x " x0 a) lim
f(x0 + h) - f(x0) x"2 x-2
lim .
h"0 h f(2 + h) - f(2)
b) lim
h"0 h
continua

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 113


continuação

1.º processo
f(x) - f(-1)
f '(-1) = lim =
x " -1 x - (-1)
2x - x2 - (-3)
= lim = Cálculos auxiliares
x " -1 x+1 0
- x2 + 2x + 3 = 0 §
-x2 + 2x + 3 0
= lim = § x = -1 › x = 3
x " -1 x+1
-(x + 1)(x - 3)
= lim = lim f -(x - 3)g =4
x " -1 x+1 x " -1

192 Seja f a função definida por 2.º processo


f (-1 + h) - f (-1) 2(-1 + h) - (-1 + h)2 - (-3)
f(x) = 2x2 - 3 . f '(-1) = lim = lim =
h"0 h h"0 h
Determina f '(0) , f '(- 2) e f '(1) .
-2 + 2h - 1 + 2h - h2 + 3 4h - h2 h(4 - h)
= lim = lim = lim =
h"0 h h"0 h h"0 h
= lim (4 - h) = 4
h"0

193 Determina f '(1) , sendo f b) Dado que a função é diferenciável no ponto - 1, existe reta tangente ao
a função definida por: gráfico de f no ponto do gráfico que tem abcissa - 1.
O declive da reta é f '(-1) = 4 e a reta passa no ponto
1-1, f(-1)2 = (1, - 3) .
a) f(x) = 3 - 2x

b) f(x) = "x
2 Uma equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa - 1
c) f(x) = é y = 4(x + 1) - 3 .
x
1
d) f(x) = Portanto, a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de f no pon-
2-x
to de abcissa - 1 é y = 4x + 1 .

2. Seja g a função, de domínio [0, + ∞[ , definida por g(x) = "x e seja f a


função, de domínio R , definida por f (x) = 0 x 0 . Mostra que nem g nem
f são diferenciáveis no ponto 0.
Resolução
Mostrar que g não é diferenciável no ponto 0 é mostrar que
g(x) - g(0)
lim + não existe ou não é um número real.
x"0 x-0 0
g(x) - g(0) "x - "0 "x 0 1 1
lim + = lim + = lim + x = lim + = + = +∞
x-0 x-0 x"0 "
x"0 x"0 x"0
x 0
g(x) - g(0)
Dado que lim + = + ∞ , a função g não é diferenciável no
x"0 x-0
ponto 0.
f (x) - f (0)
Averiguemos agora o que se passa com lim .
x-0
0x0 - 000 0x0
x"0
f (x) - f (0)
lim = lim = lim x
194 Escreve a equação reduzida x"0 x-0 x"0 x-0 x"0

da reta tangente ao gráfico de 0


Estamos perante uma indeterminação que vamos levantar calculando
cada uma das funções que a se- 0
os limites laterais.
0x0 0x0
guir se definem, nos pontos cuja
abcissa se indica. x -x
lim + x = lim + x = 1 e lim - x = lim - x = - 1
a) f(x) = "x , x = 1 x"0 x"0 x"0 x"0
f (x) - f (0)
2 Os limites laterais são diferentes e, portanto, não existe lim .
b) g(x) = , x=0 x"0 x-0
x-1 Assim, a função f não é diferenciável no ponto 0.

114 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Observação 195 Seja f a função definida por
f(x) = 4x - x2 .
Quando se fala em reta tangente, é natural que se associe este termo ao de reta
Seja r a reta tangente ao gráfi-
tangente a uma circunferência num ponto. Esse conceito foi introduzido nos co de f no ponto de abcissa 1.
primeiros anos de escolaridade e foi abordado, recentemente, no estudo da geo-
a) Determina o declive da reta r .
metria vetorial.
b) Escreve a equação reduzida
da reta r .
A reta tangente a uma circunferência num ponto foi definida como a reta que
interseta a circunferência exatamente e apenas nesse ponto. c) Representa graficamente a
função f e a reta r .

O facto de uma reta intersetar o gráfico de uma função em apenas um ponto


não é condição necessária nem é condição suficiente para que a reta seja «reta
tangente ao gráfico da função nesse ponto».

Repara, por exemplo, que a reta de equação y = 0 (eixo das abcissas) interseta 196 Escreve as equações reduzi-
o gráfico da função módulo apenas no ponto de coordenadas (0, 0) , mas esta das das retas tangentes ao grá-
reta não é a reta tangente ao gráfico da função no ponto de abcissa 0. De facto, fico da função f definida por
não existe reta tangente ao gráfico da função módulo no ponto de coordenadas f(x) = 2(x + 1)2
(0, 0) . nos pontos do gráfico que a se-
guir se indicam:
a) ponto de abcissa - 1;
y
b) ponto de abcissa - 2;
y = |x| c) pontos de ordenada 8.

O x

197 Seja a um número real não


A reta tangente ao gráfico de uma função num ponto, de acordo com a definição nulo e seja f(x) = ax2 .
apresentada, só existe se a função for diferenciável na abcissa desse ponto e Determina a de modo que
pode intersetar o gráfico da função em mais do que um ponto; por outro lado, f '(1) = 4 .
uma reta que intersete o gráfico de uma função num único ponto, não é necessa-
riamente a reta tangente ao gráfico da função nesse ponto.

Observa a figura abaixo. A reta r interseta o gráfico da função f apenas no


ponto A mas não é tangente ao gráfico de f nesse ponto. A reta tangente ao
198 Seja k um número real e
gráfico de f no ponto A é a reta t , que interseta o gráfico da função em mais
seja f(x) = x2 - x + k .
do que um ponto.
Mostra que, qualquer que seja
k , as retas tangentes ao gráfico
y f
de f no ponto do gráfico de
abcissa - 1 têm declive - 3.
r

t
Mais sugestões de trabalho
O x
Exercícios propostos n.os 246 a 254
(págs. 154 e 155).

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 115


Introdução à cinemática do ponto
Muitos problemas da Física, nomeadamente no domínio da Cinemática, contri-
buíram para que a Matemática se desenvolvesse na área que estamos a estudar.

SERÁ QUE…? «A cinemática do ponto»

Um ponto P move-se numa reta real de tal forma que, em cada instante t
(em segundos, com t ≥ 0) a distância d (em cm) de P à origem O é dada
pela expressão d(t) = t2 - 19t + 60 .

O P
d(t)

a) No instante inicial, qual é a distância de P à origem?

b) Determina a velocidade média de P nos três primeiros segundos.

c) Determina a velocidade no instante t = 4 e indica a distância de P à ori-


gem nesse instante.
d) Determina a expressão da velocidade em cada instante t e indica em que
instante a velocidade é nula.
Será que alguma destas questões te suscitou dúvidas em termos da linguagem
utilizada?

A linguagem utilizada insere-se no contexto que vamos formalizar.

Fixados um instante para origem das medidas de tempo, uma unidade de tempo
(o segundo, por exemplo), uma reta numérica r com unidade de comprimen-
P1 O P2 to (que pode ser, por exemplo, o metro), e um intervalo I , diz-se que uma
p(t1) p(t0) p(t2) função p : I " R é uma função posição de um ponto P que se desloca sobre
a reta r durante o intervalo de tempo I se, para cada t å I , p(t) for a ab-
NOTA
As unidades em que é expressa a cissa do ponto da reta r que representa a posição que P ocupa t segundos
velocidade dependem das unidades depois do instante inicial, se t > 0 , ou – t segundos antes do instante inicial,
escolhidas para medir o comprimen-
to e o tempo. se t < 0 , designando por instante, neste contexto, cada t å I .
A unidade da velocidade será km/h
se as unidades de comprimento e de Ainda neste mesmo contexto, dados dois instantes t1 e t2 do intervalo I ,
tempo fixadas forem, respetivamen-
te, o km e a hora e poderá ser, por com t1 < t2 , a velocidade média de P no intervalo de tempo [t1, t2] , na uni-
exemplo, o «nó» se a unidade de
dade m/s (m s-1), é a taxa média de variação de p entre t1 e t2 , ou seja, é
comprimento for a milha náutica e a
unidade de tempo for a hora. p(t2) - p(t1)
e, dado t å I , a velocidade instantânea de P no instante t na
t2 - t1
unidade m/s (m s-1) é a derivada de p em t , ou seja, é p'(t) , caso exista.

116 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Exercícios resolvidos Calculadoras gráficas
Casio fx-CG 20 ...... pág. 200
1. O ponto P move-se sobre a reta r durante 20 segundos. A sua posição
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 203
em relação ao ponto O da reta é dada, tomando o metro para unidade TI-Nspire CX .......... pág. 207
de comprimento, por p(t) = t3 - 21t2 + 72t + 70 .
199 A função h exprime, em
a) No instante t = 0 , qual é a posição que P ocupa? E no instante t = 10 ? metros, a altura que a água atin-
ge num reservatório, t minutos
b) Qual é a velocidade média do ponto P no intervalo de tempo [0, 20] ? depois de este começar a encher-
se de água. Qual é o significado
Resolução de h'(3) neste contexto?
(A) É a altura da água ao fim
a) p(0) = 70 e p(10) = 10 - 21 * 10 + 72 * 10 + 70 = - 310
3 2
de três minutos.
(B) É a velocidade da água ao
No instante t = 0 , o ponto P está 70 metros à direita do ponto O . fim de três minutos.
No instante t = 10 , o ponto P está 310 metros à esquerda do ponto O . (C) É a taxa instantânea de va-
riação da altura da água ao
p(20) - p(0) 203 - 21 * 202 + 72 * 20 + 70 - 70 fim de três minutos.
b) = = 52 (D) É a taxa média de variação
20 - 0 20
da altura da água nos três
A velocidade média do ponto P no intervalo de tempo [0, 20] é 52 m/s . primeiros minutos.

200 O Pedro trabalha na constru-


2. Um projétil foi lançado verticalmente e a respetiva altura a (ou seja,
ção civil. Quando estava numa
a medida, em metros, da altura do projétil acima do solo) é dada, em fun- ponte a 78,4 metros acima da
ção de t (sendo t a medida, em segundos, do tempo decorrido após o água, deixou cair o telemóvel.
instante inicial t = 0), por a(t) = - 4,9t2 + 39,2t + 1,6 . Supõe que a trajetória do telemó-
vel foi retilínea e perpendicular
ao leito do rio e que, ao fim de t
a) Qual é a altura do projétil no instante em que foi lançado?
segundos, o telemóvel tinha per-
corrido 4,9t2 metros.
b) Determina a velocidade média nos dois primeiros segundos.

c) Determina a velocidade no instante t = 3 .

d) Qual é a altura máxima atingida pelo projétil?


Nota: a altura é máxima no instante em que a velocidade é nula.
in Caderno de Apoio, 11.° ano

Resolução

a) O instante inicial é o instante em que t = 0 .

a(0) = - 4,9 * 02 + 39,2 * 0 + 1,6 = 1,6

No instante em que foi lançado, o projétil estava 1,6 metros acima do


solo.
a) Quanto tempo demorou o
telemóvel a chegar à água?
b) A velocidade média nos dois primeiros segundos é a taxa média de
b) Qual foi a velocidade média
variação de a entre 0 e 2.
do telemóvel na descida?
a(2) - a(0) - 4,9 * 4 + 39,2 * 2 + 1,6 - 1,6 c) Qual foi a velocidade do tele-
t.m.v.a, 0, 2 = = = 29,4
2-0 2 móvel no instante em que
chegou à água? Apresenta a
A velocidade média nos dois primeiros segundos foi 29,4 m s-1 . resposta em km/h.

continua

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 117


continuação

c) A velocidade no instante t = 3 é a'(3) .


a(t) - a(3)
a'(3) = lim =
t"3 t-3
-4,9t2 + 39,2t + 1,6 - (-4,9 * 9 + 39,2 * 3 + 1,6)
= lim =
t"3 t-3
0
-4,9t2 + 39,2t + 1,6 - 75,1 -4,9t2 + 39,2t - 73,5 0
= lim = lim =
t"3 t-3 t"3 t-3

- 4,9 39,2 - 73,5 (t - 3)(-4,9t + 24,5)


= lim = lim (-4,9t + 24,5) = 9,8
3 - 14,7 73,5 t"3 t-3 t"3

- 4,9 24,5 0 A velocidade no instante t = 3 é 9,8 m s-1.

d) Determinemos a velocidade num qualquer instante t , ou seja, determi-


nemos a'(t) .
a(t + h) - a(t)
a'(t) = lim =
h"0 h
2
-4,9(t + h) + 39,2(t + h) + 1,6 - (-4,9t2 + 39,2t + 1,6)
= lim =
h"0 h
-9,8th - 4,9h2 + 39,2h h(-9,8t - 4,9h + 39,2)
= lim = lim =
h"0 h h"0 h
= lim (-9,8t - 4,9h + 39,2) = -9,8t + 39,2
h"0

a'(t) = 0 § - 9,8t + 39,2 = 0 § t = 4


Portanto, a altura máxima é atingida no instante t = 4 .
a(4) = - 4,9 * 42 + 39,2 * 4 + 1,6 = 81,2
A altura máxima atingida pelo projétil foi 81,2 metros.

Função derivada

SERÁ QUE…? Função derivada


Calculadoras gráficas
Casio fx-CG 20 ...... pág. 201 1. Seja f a função definida por f(x) = x2 - 3x .
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 204
TI-Nspire CX .......... pág. 207 Recorrendo à calculadora, obtém f '(0) , f '(1) , f '(2) e f '(- 2) e completa
a tabela seguinte.

x -2 0 1 2

f '(x)

Mais sugestões de trabalho 2. Marca, num referencial, os pontos de coordenadas 1x, f '(x)2 para os valo-
os
Exercícios propostos n. 255 e 256 res de x que constam da tabela, verifica que esses pontos são colineares,
(pág. 155). e escreve a equação reduzida da reta que passa nesses pontos.
continua

118 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
NOTA
3. Recorrendo à definição de derivada de uma função num ponto, obtém A letra x é a mais usada para desig-
uma expressão de f '(x) e verifica que o gráfico da função que a cada x nar a variável independente de uma
faz corresponder f '(x) é a reta que desenhaste no ponto 2. função real de variável real. Se a
derivada da função f num ponto x0
À função f ' , que a cada x å R faz corresponder f '(x) , chama-se função é calculada por meio de
derivada da função f , ou apenas, derivada da função f . f(x 0 + h) - f(x 0 )
lim
h "0 h
A função derivada permite, de uma forma expedita, obter o valor da deri- e, sendo a variável deste limite
vada da função em qualquer ponto em que a função seja diferenciável. designada pela letra h , podemos
Será que tem outras aplicações? Vamos ver que sim. escrever
f(x + h) - f(x)
f '(x) = lim
h "0 h
No caso de calcularmos a derivada
em x0 recorrendo a
Dada uma função real de variável real f , designa-se por função derivada de f f(x) - f(x 0 )
lim ,
a função de domínio D = {x å Df : f é diferenciável em x} que a cada x å D x " x0 x - x0
a variável é x e, portanto, não pode-
faz corresponder f '(x) .
mos substituir, no limite, x0 por x .
Utilizamos x0 ou qualquer outra le-
tra, que não x , e, obtida uma expres-
são da função derivada em função
De acordo com a definição agora apresentada, o que fizeste no ponto 3. do Será de x0 , ou da letra escolhida, pode-
mos substituir x0 ou a letra escolhida
que…? acima foi obter uma expressão da função derivada de f . por x .
Vejamos mais alguns exemplos.
Simulador
Geogebra: Função
derivada
Exercícios resolvidos
1. Caracteriza a função derivada de cada uma das funções, todas de domí-
nio R , cuja expressão analítica se indica.

a) f(x) = 2x + 5

1 2
b) f(x) = x + 2x
2
c) f(x) = 0 x 0

Resolução

a) Seja a um número real qualquer. Calculemos f '(a) .


f(x) - f(a)
f '(a) = lim x-a =
x"a
(2x + 5) - (2a + 5)
= lim x-a =
x"a

2x - 2a
= lim x - a =
x"a

2(x - a)
= lim x - a = 2
x"a

Dado que a é um número real qualquer, concluímos que f é diferen-


ciável em qualquer ponto do seu domínio e que f '(a) = 2 .
Portanto, a função f ' tem domínio R e f '(x) = 2 .

continua

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 119


continuação
201 Seja f a função, de domínio
x2 f(x + h) - f(x)
R , definida por f(x) = . b) f '(x) = lim =
4 h"0 h
a) Mostra que a função deriva-
x + h) + 2(x + h) - a x2 + 2xb
da de f é definida por: 1( 2 1
x 2 2
f '(x) = = lim =
2 h"0 h
b) Escreve a equação reduzida
da reta tangente ao gráfico 1 2 1 1
x + xh + h2 + 2x + 2h - x2 - 2x
de f no ponto de abcissa - 2. 2 2 2
= lim =
h"0 h
c) Para um determinado valor
de b , a reta de equação 1
xh + h2 + 2h
y = 3x + b é tangente ao 2
gráfico de f . = lim =
h"0 h
Determina as coordenadas
do ponto de tangência e o 1
valor de b . hax + h + 2b
2
= lim =
h"0 h

= lim ax + h + 2b =
1
h"0 2

=x+0+2=

=x+2

Tem-se, então, Df ' = R e f '(x) = x + 2 .

c) Consideremos separadamente os casos de a ser um número real posi-


tivo, ser um número real negativo e ser 0.

r Se a > 0 , tem-se:

0x0 - 0a0 x-a


f '(a) = lim x - a = lim x - a = 1
x"a x"a

r Se a < 0 , tem-se:

0x0 - 0a0 - x - (- a) -x + a
202 Seja f a função, de domínio f '(a) = lim x - a = lim x - a = lim x - a = -1
x"a x"a x"a
R , representada graficamente.
As retas t e r são tangentes r Se a = 0 , tem-se:
ao gráfico de f nos pontos de
abcissas 1 e 3, respetivamente. 0x0 - 0a0 0x0 - 0 0x0
y x-a = x-0 = x

0x0
f
r
t 1 Como já vimos que não existe limite de x quando x " 0 (página
O x 114), concluímos que a função módulo não é diferenciável em 0 e, sen-
do assim, tem-se, sendo f(x) = 0 x 0 :
1

r Df ' = R \ 5 0 6
A função derivada de f é defi-
-1 se x < 0
r f '(x) = e
nida por f '(x) = ax + b .
Determina a e b . 1 se x > 0
continua

120 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

1
2. Seja f a função definida por f(x) = x2 + 2x .
2

Escreve a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de f que é para-


lela à reta que contém as bissetrizes dos quadrantes pares.

Resolução

A reta que contém as bissetrizes dos quadrantes pares é a reta de equação


y = - x , que tem declive - 1.

Como o declive da reta tangente ao gráfico de uma função num ponto é


igual à derivada da função na abcissa desse ponto, vamos resolver a equa-
ção f '(x) = - 1 .

f y=–x y

9 1
y=–x–—
2
O 1 x

No exercício anterior 1.b), concluímos que f '(x) = x + 2 .

f '(x) = -1 § x + 2 = -1 § x = -3

Portanto, é no ponto do gráfico de f que tem abcissa - 3 que a reta tan-


gente tem declive - 1.

Determinemos f(- 3) , ou seja, determinemos a ordenada do ponto de


tangência.

1 ( )2 9 3
f(-3) = * -3 + 2 * (-3) = - 6 = -
2 2 2

3
Sendo y = - x + b a equação procurada, tem-se - = -1 * (-3) + b .
2

3 3 9
- = -1 * (-3) + b § - - 3 = b § - = b
2 2 2

Portanto, a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de f que é pa- Mais sugestões de trabalho
9
ralela à reta que contém as bissetrizes dos quadrantes pares é y = - x - . Exercícios propostos n.os 257 a 260
2 (págs. 155 e 156).

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 121


Teste 5 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Sejam f e g duas funções definidas no intervalo [1, 5] .


Sabe-se que:

5 r t.m.v.g, 1, 5 = 0
r t.m.v.f, 1, 5 = -2
Qual das afirmações seguintes é necessariamente verdadeira?
(A) g é constante em [1, 5] .
(B) f é decrescente em [1, 5] .
(C) g não é constante em [1, 5] .
(D) f não é crescente em [1, 5] .

2. Um projétil é lançado verticalmente de baixo para cima. A altura que atinge,


em metros, t segundos depois de ser lançado, é dada por h(t) = 100t - 5t2 .

Qual é a velocidade média do projétil durante os dois primeiros segundos?


(A) 40 m s-1 (B) 80 m s-1 (C) 90 m s-1 (D) 180 m s-1

3. Na figura ao lado estão representadas, em referencial o.n. xOy :


y
r parte do gráfico da função f ;
f
1 r a reta tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa 0.

O 1 x Qual é o valor de f '(0) ?


1 1
(A) - (B) (C) -2 (D) 2
2 2

y 4. Na figura ao lado estão representadas, num referencial o.n. xOy :


r parte do gráfico de uma função f ;
r a reta r , tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa 1.
r

f
f(x) - 3
1 Qual é o valor de lim ?
x"1 x-1
1
O 1 x (A) - (B) 0 (C) 3 (D) + ∞
2

f(x) + 7x
5. Seja f uma função de domínio R- . Sabe-se que lim = 2 e que a
x " -∞ 2x
reta r , única assíntota do gráfico de f , é definida por uma das equações
seguintes.
Ajuda
Qual é a equação que define a reta r ?
Se precisares de ajuda para
resolver algum destes itens,
consulta a página 198.
(A) y = - 3 (B) y = 2 (C) y = - 3x (D) y = 2x

122 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

1. No referencial da figura da margem está representada parte do gráfico da y


função f .

a) Indica um intervalo no qual a taxa média de variação da função f seja


igual a 0.
1
b) Indica um intervalo em que a taxa média de variação da função f seja
positiva, mas a função não seja crescente. O 1 x

c) Determina a taxa média de variação de f no intervalo [1, 3] . f

d) Escreve a equação reduzida da reta que passa nos pontos do gráfico de


abcissas 1 e 3.
e) Desenha uma reta que te pareça uma boa aproximação da reta tangente
ao gráfico de f no ponto de abcissa 0 e estabelece uma conjetura acerca
do valor de f '(0) .

2. Seja g a função definida por g(x) = 2x3 + x - 1 . Calcula g'(- 1) , recorrendo


à definição de derivada de uma função num ponto.

3. Seja f a função, de domínio R , definida por f(x) = x2 + k , k å R .


a) Sejam A e B dois pontos do gráfico de f . Sabe-se que o ponto B tem
abcissa igual a - 2 e que a reta AB é paralela à bissetriz do quarto qua-
drante. Determina a abcissa do ponto A .
b) Determina k de modo que a reta tangente ao gráfico de f no ponto de
abcissa 4 intersete o eixo das abcissas no ponto de abcissa - 5.

1
4. Seja f a função, de domínio R \ {- 1} , definida por f(x) = e seja g
x+1
a função, de domínio [-2, + ∞[ , definida por g(x) = "x + 2 .
1
a) Mostra que f '(x) = - 2
e determina k å R de modo que a reta de
(x + 1)
equação y = -x + k seja tangente ao gráfico da função f .
b) Calcula lim f f(x) * (g(x) - 1) g e justifica que este limite é g'(- 1) .
x " -1

5. Considera as funções f e g representadas graficamente na margem. y


Sabe-se que: f
r o gráfico de f é uma reta e o gráfico de g é uma parábola;
r quer f quer g têm um único zero igual a a . O a x

Indica, justificando, o valor de cada um dos seguintes limites.


g
f(x) f(x)
a) lim b) lim + c) lim f f(x) - g(x) g
x " +∞ g(x) x " a g(x) x " -∞

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 123


O teorema que vamos apresentar em seguida relaciona «continuidade e diferen-
Simulador ciabilidade» e pode ser útil na determinação de pontos onde uma dada função
Geogebra: Derivabilidade não é diferenciável. Por outro lado, o resultado que este teorema enuncia permi-
e continuidade
te validar um «passo» de uma demonstração que vamos fazer, mais à frente.

203 Seja f uma função diferen- Teorema


ciável em R . Dada uma função real de variável real f e um ponto a do respetivo domínio,
Sabe-se que lim f(x) = 3 . se f é diferenciável em a , então f é contínua em a .
x"2
Qual é o valor de f(2) ? Justifica. Demonstração
Seja f uma função diferenciável no ponto a . Queremos provar que a função f
é contínua no ponto a .
NOTA Já sabemos que f é contínua num ponto a do seu domínio se e só se
* Dado que f é diferenciável em a , lim f(x) = f(a) , ou seja, se e só se lim f f(x) - f(a)g = 0 . Para x 0 a* tem-se:
a é necessariamente ponto aderente x"a x"a

f(x) - f(a)
lim f f(x) - f(a)g = lim c x - a * (x - a) d =
a Df \ {a} e, portanto, provar que f é
contínua em a é provar que limite de
x"a x"a
f(x) quando x tende para a por valo-
f(x) - f(a)
res diferentes de a é igual a f(a) . = lim x - a * lim (x - a)** = f '(a) * 0 = 0
x"a x"a
** Dado que f é diferenciável em a ,
f(x) - f(a) Este teorema também pode ser enunciado da seguinte forma:***
lim existe e é um número
x"a x-a
real, que designamos por f '(a) . Se uma função f não é contínua num ponto a , então não é diferenciável em a .

*** Recorda que: A afirmação recíproca deste teorema é falsa. Uma função pode ser contínua
(p ± q) § (~q ± ~p) num ponto e não ser diferenciável nesse ponto.
Prova disso é o exemplo que vimos acima sobre a função módulo. É uma função
contínua no ponto 0, mas não é diferenciável nesse ponto.
y Ponto anguloso
O aspeto «anguloso» de um gráfico de uma função contínua num ponto eviden-
cia que a função não é diferenciável nesse ponto.

Já determinámos a expressão da função derivada de algumas funções, o que


permitiu perceber que, por vezes, se trata de um processo moroso.
O a b x Vamos, em seguida, dar-te ferramentas que permitem determinar, com facilidade,
Ponto anguloso as funções derivadas de algumas famílias de funções.
Função contínua, não diferenciável
em a e em b .

Regras de derivação
Regras de derivação (produto por uma constante e soma)
Teorema
Dadas duas funções reais de variável real f e g , de domínio D , e dados um
ponto a å D e um número real k , se f e g são diferenciáveis em a , tam-
bém as funções kf e f + g são diferenciáveis em a e tem-se:
NOTA
No que se segue, para obtermos a r (kf )'(a) = k f '(a) r (f + g)'(a) = f '(a) + g'(a)
derivada de uma função num ponto,
usamos, indiferentemente, Demonstração
f(x ) - f(a)
f '(a) = lim e Suponhamos que f é uma função diferenciável em a e seja k å R .
x "a x -a
f(a + h) - f(a) (kf )(x) - (kf )(a) k f(x) - k f(a) f(x) - f(a)
f '(a) = lim (kf )'(a) = lim = lim = k lim x - a = k f '(a)
h "0 h x"a x-a x"a x-a x"a

124 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Suponhamos agora que as funções f e g são diferenciáveis em a .
(f + g)(a + h) - (f + g)(a)
(f + g)'(a) = lim =
h"0 h
f(a + h) + g(a + h) - f f(a) + g(a) g f(a + h) + g(a + h) - f(a) - g(a)
= lim = lim =
h"0 h h"0 h 204 Sejam f e g duas funções
f(a + h) - f(a) g(a + h) - g(a)
= lim + lim = f '(a) + g'(a) diferenciáveis em R .
h"0 h h"0 h Sabendo que f '(x) = 2x e que
g'(x) = x2 - 3 , determina:
Portanto, em todos os pontos em que as funções f e g são diferenciáveis, tem-se:
a) (f + g)'(x)
(k f )' = k f ' (f + g)' = f ' + g' b) (3f - g)'(x)
f '
Podemos também concluir que (f - g)' = f ' - g' , pois: c) a b (x)
2
(f - g)'(x) = f f + (-g) g '(x) = f '(x) + (-1)g'(x) = f '(x) - g'(x)

EXEMPLO 205 Sejam f e g duas funções


diferenciáveis em R . Sabe-se
Se f '(3) = 2 e g'(3) = - 5 , então: que as retas de equações y = x
e y = - 3x + 1 são tangentes,
r (5f )'(3) = 5 f '(3) = 5 * 2 = 10 respetivamente, aos gráficos de f
e de g nos pontos de abcissa 1.
r (f + g)'(3) = f '(3) + g'(3) = 2 + (- 5) = - 3 Escreve a equação reduzida da
reta tangente ao gráfico da fun-
r (f - 2g)'(3) = f '(3) - 2g'(3) = 2 - 2 * (- 5) = 12 ção f + g no ponto de abcissa 1.

Vamos agora obter outros resultados que, combinados com estes, constituem
ferramentas poderosas na obtenção das funções derivadas de várias funções.

Funções derivadas de funções de referência – Seis


«derivadas» que deves memorizar
Função derivada de uma função constante
Seja f a função, de domínio R , definida por f(x) = k e seja a um número real
NOTA
qualquer. *  Repara que o denominador tende
f(x) - f(a) k-k 0
f '(a) = lim x - a = lim x - a = lim x - a = 0* para 0, mas nunca é igual a 0, en-
x"a x"a x"a quanto o numerador é mesmo igual
Portanto: a 0.

Se f(x) = k , então Ax å R, f '(x) = 0 .


ATENÇÃO!
Abreviadamente: a derivada de uma função constante é 0. A escrita k' = 0 não significa que a
derivada do número k é 0.
k' = 0 Os números não se derivam.
O que se pretende é traduzir, de uma
forma abreviada, que a derivada de
uma função constante, igual a k , é a
y
Interpretação gráfica: se o gráfico de f é uma função constante, igual a 0.
k f
reta paralela ao eixo Ox , o gráfico de f ' coinci-
de com o eixo Ox .
f'
O x

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 125


Função derivada da função definida por f(x) = x
Seja a å R .
f(x) - f(a) x-a
f '(a) = lim x - a = lim x - a = 1
x"a x"a

Portanto:
206 Seja f uma função afim e Se f(x) = x , então A x å R, f '(x) = 1 .
seja r a reta que é o seu gráfi-
co num referencial o.n.
Mostra que a reta tangente ao Abreviadamente, diz-se que a derivada de x é 1 e escreve-se:
gráfico da função f em cada
ponto coincide com a reta r . x' = 1

Função derivada da função definida por f(x) = x2


Seja x å R .
2
f(x + h) - f(x) (x + h) - x2 x2 + 2xh + h2 - x2
f '(x) = lim = lim = lim =
h"0 h h"0 h h"0 h
2xh + h2 h(2x + h)
= lim = lim = lim (2x + h) = 2x
h"0 h h"0 h h"0

Portanto:
Se f(x) = x2 , então A x å R, f '(x) = 2x .

Abreviadamente, diz-se que a derivada de x2 é 2x e escreve-se:

(x2)' = 2x

Função derivada da função definida por f(x) = x3


Seja a å R . 0
f(x) - f(a) x3 - a3 0 Cálculos auxiliares
f '(a) = lim x - a = lim x - a =
x"a x"a
1 0 0 - a3
(x - a)(x + ax + a )
2 2
a a a2 a3
= lim x-a =
x"a 1 a a2
0
= lim (x2 + ax + a2) = a2 + a2 + a2 = 3a2
x"a

Portanto:
Se f(x) = x3 , então A x å R, f '(x) = 3x2 .

Abreviadamente, diz-se que a derivada de x3 é 3x2 e escreve-se:

(x3)' = 3x2

EXEMPLOS

1. Se f(x) = 2x - 5 , então:
f '(x) = (2x - 5)' = (2x)' + (-5)' = 2 * (x)' + 0 = 2 * 1 = 2
ou, abreviadamente, (2x - 5)' = 2 * 1 - 0 = 2

continua

126 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
207 Determina f '(x) sendo f a
1
2. Se f(x) = 2x - x2 + 3x - 2 , então:
3
função definida por:
2
(x2)' a) f(x) = - 2x
x2 '
f '(x) = (2x3) - a b + (3x)' - (2)' = 2(x3)' - + 3x' - 0 = b) f(x) = - 2x + 3
2 2
x
2x c) f(x) =
= 2 * 3x2 - + 3 * 1 = 6x2 - x + 3 2
2
d) f(x) = - x
Abreviadamente, a2x3 - x2 + 3x - 2b = 6x2 - x + 3 .
1 '
e) f(x) = 3x2 + 2x - 5
2
3 - x2
f) f(x) =
1 2
Função derivada da função definida por f(x) = x g) f(x) = 0,1x3 + 2p2

Dado x å Df , ou seja, dado x å R \ 5 0 6 , tem-se:


h) f(x) = x3 - 3x2 + 100
2 - 3x
x - (x + h) i) f(x) =
1 1 2
-x
f(x + h) - f(x) x+h (x + h)x j) f(x) = 2p
f '(x) = lim = lim = lim =
h"0 h h"0 h h"0 h k) f(x) = px2 + p2
-h -1 -1 1 x2 x3
= lim = lim = 2 =- 2 l) f(x) = - - 53
h"0 h x+h x h"0 x+h x x
( ) ( ) x 2 p
2 - x + 2x3
Portanto: m) f(x) =
p+2
Se f(x) = x , então Ax å R \ 5 0 6, f '(x) = - 2 .
1 1
x

1 1
Abreviadamente, diz-se que a derivada de x é - 2 e escreve-se:
x

axb = - 2
1 ' 1
x

Função derivada da função definida por f(x) = "x


Já sabemos que f não é diferenciável no ponto 0 (página 114).
Seja a å R+ .
Q "x - "a R Q "x + "a R
0
f(x) - f(a) "x - "a 0
f '(a) = lim x - a = lim x - a = lim = Resumindo, e usando escrita
x"a x"a x"a
(x - a) Q "x + "a R abreviada, tem-se:

Q "x R - Q "a R
2 2 ¤ k' = 0
x-a
= lim = lim = ¤ x' = 1
x"a
(x - a)Q "x + "a R x"a
(x - a) Q "x + "a R ¤ (x2)' = 2x
1 1 1
= lim = = ¤ (x3)' = 3x2
x"a "x + "a "a + "a 2"a 1 '
¤a b =- 2 ,x00
1
Portanto: x x

Se f(x) = "x , então Ax å R+, f '(x) = ¤ Q "x R' =


1 1
. ,x>0
2"x 2"x

Abreviadamente, diz-se que a derivada de "x é


1
e escreve-se:
2"x

Q "x R
' 1
=
2"x

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 127


Estamos, agora, em condições de obter, com facilidade, as funções derivadas de
várias funções, como se exemplifica de seguida.

EXEMPLOS
208 Determina f '(x) , sendo f
a função definida por: x3 - 5"x
1. Se g(x) = , então:
3"x + x 2
a) f (x) =
x3 - 5"x b ' 1 Q 3
g'(x) = a = x - 5"x R' = a3x2 - 5 b
2 1 1 3 5
= x2 -
b) f(x) = 3x2 + "2x - "3 2 2 2 2"x 2 4"x
1
3x - 5
2

" 2"x 3 2
ou, abreviadamente, a b =
x 3
- 5 x ' 5
= x -
209 Determina f '(x) , sendo f 2 2 2 4"x
a função definida por:
a) f(x) = (2 - 3x)2
Mais alguns exemplos, apresentando agora apenas a notação abreviada.
2 '
2. a + x b = + 2 * a- 2 b = - 2
x2 3 x 1 1 1 2
b) f(x) = - + 53
2 x 2 2 x 2 x
c) f(x) = (2x + 1)(3 - x) 3. f (2x + 3)2 g ' = (4x2 + 12x + 9)' = 8x + 12
x - x3 + 5
d) f(x) = x3 + 3x2 - x ' 1 ' 1 '
4. a b = ax + 3 - x b = 1 + 0 - a- 2 b = 1 + 2
2x 1
e) f(x) = (1 - x)2 (2x + 3) x2
x x

Exercício resolvido
1 1
Seja f a função definida por f(x) = x2 - 2x - .
2 2
a) Escreve a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de f no ponto
de abcissa - 1.
b) Existe um ponto no gráfico da função f em que a reta tangente é per-
pendicular à reta de equação y = 3x . Determina a abcissa desse ponto.

Resolução
a) O declive da reta tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa - 1 é
y
f '(- 1) , ou seja, m = f '(- 1) .
f
1 ' 1
Tem-se f '(x) = a x2 - 2x - b = * 2x - 2 - 0 = x - 2 .
1
2 2 2
2 Portanto, f '(-1) = -1 - 2 = - 3 .
O Então, a equação que procuramos é da forma y = -3x + b .
–1 1 x
O ponto da reta a que vamos recorrer para obter o valor de b é o
ponto de tangência, ou seja, o ponto de coordenadas 1-1, f(-1)2 .
1 ( )2 1 1 1
f(-1) = * -1 - 2 * (-1) - = + 2 - = 2 ; o ponto de tangência
2 2 2 2
tem coordenadas (-1, 2) .
2 = -3 * (-1) + b § b = -1
A equação pedida é y = - 3x - 1 .
continua

128 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

b) A reta de equação y = 3x tem declive 3; então, a reta pedida tem 210 Seja g a função definida
1
declive - . Portanto, a derivada de f na abcissa do ponto de tangên- 3x - 2x2
3 1 1 por g(x) = .
cia tem de ser igual a - . Vamos resolver a equação f '(x) = - . 4
3 3 Determina a equação reduzida
1 1 5 da reta tangente ao gráfico da
f '(x) = - § x - 2 = - § x =
3 3 3 função g :
A abcissa do ponto do gráfico de f em que a reta tangente é perpendi- a) no ponto de abcissa - 1;
5
cular à reta de equação y = 3x é . b) que é paralela à reta de
3 equação x - 4y = 0 .

SERÁ QUE…? Derivada do produto Mais sugestões de trabalho


Exercícios propostos n.os 261 a 271
Sejam f e g as funções definidas por f(x) = 3x2 + x + 1 e g(x) = 2x + 3 . (págs. 156 e 157).

a) Determina f '(x) e g'(x) e obtém f '(x) * g'(x) na forma de polinómio


reduzido.
b) Determina (f * g)(x) na forma de polinómio reduzido e obtém (f * g)'(x) .

Será que (f * g)' = f ' * g' ?

A resposta é «Não». Dito de modo informal: a derivada do produto não é igual NOTA
ao produto das derivadas*. *  Há caso excecionais em que isso
acontece, como, por exemplo, quan-
do as duas funções são constantes.
Regras de derivação (derivada do produto
e do quociente)
Teorema
Dadas duas funções reais de variável real f e g , de domínio D , e um ponto
a å D , se f e g são diferenciáveis em a , também a função f * g é diferen-
ciável em a e tem-se:
(f * g)'(a) = f '(a) * g(a) + f(a) * g'(a)

Demonstração
NOTA
*  Vamos subtrair e somar a expres-
Suponhamos que as funções f e g são diferenciáveis em a .
são f(a) * g(x) ao numerador. A ex-
(f * g)(x) - (f * g)(a) f(x) * g(x) - f(a) * g(a) * pressão obtida é equivalente e esse
(f * g)'(a) = lim = lim =
x"a x - a x"a x-a procedimento permite pôr g(x) em
evidência entre as duas primeiras par-
f(x) * g(x) - f(a) * g(x) + f(a) * g(x) - f(a) * g(a) celas e permite pôr f(a) em evidência
= lim x-a = entre as duas últimas parcelas.
x"a

g(x) * f f(x) - f(a) g + f(a) * f g(x) - g(a) g **  Tem-se lim g(x) = g(a) pois,
= lim x-a = x "a
x"a
dado que g é diferenciável em a , é
g(x) * f f(x) - f(a) g f(a) * f g(x) - g(a) g contínua nesse ponto.
= lim x - a + lim x-a = f (x) - f (a)
x"a x"a O facto de lim ser igual
x "a x -a
f(x) - f(a) g(x) - g(a)** g(x) - g(a)
= lim * lim g(x) + f(a) * lim a f '(a) e o facto de lim
x"a x - a x"a x"a x-a = x "a x -a
ser igual a g'(a) , decorrem de f e g
= f '(a) * g(a) + f(a) * g'(a) serem diferenciáveis em a .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 129


Portanto, em todos os pontos em que f e g são diferenciáveis, tem-se:

(f * g)' = f ' * g + f * g'

Em linguagem corrente, esta regra traduz-se dizendo que a derivada do produto


de duas funções é a soma de duas parcelas: em cada uma das parcelas, deriva-se
uma das funções e multiplica-se pela outra.

EXEMPLO
211 Determina f '(x) , sendo f Apliquemos esta regra para obter a função derivada, (f * g)' , sendo
a função definida por: f(x) = 3x2 + x + 1 e g(x) = 2x + 3 (Será que…? da página anterior).
a) f(x) = x3 * (1 - 3x2)
x f (3x2 + x + 1) * (2x + 3) g ' = (3x2 + x + 1)' * (2x + 3) + (3x2 + x + 1) * (2x + 3)' =
b) f(x) = (1 - 2x ) *
3
2 = (6x + 1)(2x + 3) + (3x2 + x + 1) * 2 = 12x2 + 2x + 18x + 3 + 6x2 + 2x + 2 =
= 18x2 + 22x + 5
212 Seja g a função definida
x3 É natural que prevejas que também haja uma «regra» para obter a função deri-
por g(x) = e seja f a função vada do quociente de duas funções e que «suspeites» de que a derivada do quo-
2
representada graficamente. ciente de duas funções não é igual ao quociente das derivadas. De facto, assim é.
x+3
A reta de equação y = é Vamos começar por provar o seguinte teorema.
2
tangente ao gráfico de f no
ponto de abcissa 2. Teorema
Dada uma função real de variável real f , de domínio D , e um ponto a å D
y 1
tal que f(a) 0 0 , se f é diferenciável em a , também a função é diferenciá-
f f
vel em a e tem-se:
1 ' f '(a)
a b (a) = -
f f f(a) g 2
O 2 x
Demonstração*

a b(x) - a b(a)
1 1 1 1
Determina (fg)'(2) . -
f f f(x) f(a) f(a) - f(x)
a b a = lim
1 '( )
x - a = lim x - a = lim =
f x"a x"a x " a f x * f(a) * (x - a)
( )
NOTA 1 - f f(x) - f(a) g 1 f '(a)
* Dado que f é contínua em a e = lim * lim x - a = * f -f '(a) g = -
f(a) ≠ 0 , então f(x) ≠ 0 numa vizi-
x"a f x *f a x"a
( ) ( ) f a *f a
( ) ( ) f f(a) g 2
nhança de a .
Portanto, em qualquer ponto em que f seja diferenciável e não seja nula, escre-
ve-se, abreviadamente:
f'
a b =- 2
1 '
f f

Recorrendo a este resultado e à «regra» da derivada do produto, podemos pro-


var o seguinte teorema relativo à derivada do quociente de duas funções.

Teorema
Dadas duas funções reais de variável real f e g , de domínio D , e um ponto
a å D tal que g(a) 0 0 , se f e g são diferenciáveis em a , também a função
f
g é diferenciável em a e tem-se:
213 Demonstra o teorema rela-
tivo à regra para derivar o quo- f ' f '(a) * g(a) - f(a) * g'(a)
ciente de duas funções. a g b (a) =
f g(a) g 2

130 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Para qualquer x å DQ f R' , tem-se, de forma abreviada: 214 Determina f '(x) , sendo f
g
a função definida por:
f ' f ' * g - f * g'
agb = a) f(x) =
1
g2 x2 + 3
2x
b) f(x) =
x+3
x2 + 1
c) f(x) =
x+2
EXEMPLOS x+1
d) f(x) =
2x2 + 2x + 3
(3 + x2)'
1. a b =-
1 ' 2x 2x + 1 x - 2
=- e) f(x) = -
3+x2
(3 + x )
2 2
(3 + x2)
2 x - 2 2x + 1

(x3 + 3x2 + 1)'


2. a b a- b
2 ' 3x2 + 6x 6x2 + 12x
= 2 * = -2 = - 215 Seja g a função definida por
x3 + 3x2 + 1 (x3 + 3x2 + 1)
2
(x3 + 3x2 + 1)
2
(x3 + 3x2 + 1)
2

x3
g(x) = e seja f a função re-
2
x2 + 3 ' (x + 3)' * (2x + 1) - (x + 3) * (2x + 1)'
2 2
3. a b = = presentada graficamente. A reta
2x + 1 (2x + 1)
2
de equação y =
x+3
é tangen-
2
2x(2x + 1) - (x2 + 3) * 2 4x2 + 2x - 2x2 - 6 2x2 + 2x - 6 te ao gráfico de f no ponto de
= 2
= 2
= 2 abcissa 2.
(2x + 1) (2x + 1) (2x + 1)
y

"2x - (x + 1) * "2 * 1 f
x+1 ' (x + 1)' * "2x - (x + 1) * Q "2x R' 2"x
4. a b = = =
"2x Q "2x R
2x
2

O 2 x

"2x * 2"x - "2 * (x + 1) 2"2x - "2x - "2 "2x - "2 f ' g '
= = = Determina a g b (2) e a b (2) .
2x * 2"x 4x"x 4x"x f

SERÁ QUE…? Derivada de xn , n å N

Observa que:
(x)' = 1 , (x2)' = 2x e (x3)' = 3x2 .
Que hipóteses pões acerca das expressões de (x4)' e (x5)' ?
Será que consegues «validar» as tuas conjeturas?

A função derivada que vamos apresentar também é considerada derivada de


uma função «de referência» e, portanto, deve ser memorizada.

Teorema
Dado um número natural n (respetivamente, dado um número inteiro nega-
tivo n), a função real de variável real f , de domínio R (respetivamente, de
domínio R \ {0}), definida por f(x) = xn é diferenciável e, para todo o x å Df ,
f '(x) = nxn - 1 .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 131


Demonstração
Vamos demonstrar este teorema, no caso de n ser número natural, recorrendo
ao método de indução matemática.
Para n = 1 obtém-se (x1)' = 1x1 - 1 = 1 , que é uma afirmação verdadeira, pois x' = 1 .
Seja n um número natural qualquer.
Hipótese de indução: (xn)' = nxn - 1
Tese de indução: (xn + 1)' = (n + 1)xn
Demonstração de que a hipótese implica a tese:
(xn + 1)' = (xn * x)' = (xn)' * x + xn * x' = nxn - 1 * x + xn = nxn + xn = (n + 1)xn

216 Determina f '(x) , sendo f A propriedade é válida para n = 1 e é hereditária, portanto é universal em N .
a função definida por: Pensemos agora no caso de n ser um número inteiro negativo. Nesse caso, - n
a) f(x) = x 7 é um número natural e tem-se, para x 0 0 :
' (x-n)' -nx-n - 1
(xn)' = a 1-n b = -
1 6 1 5 1 4
b) f(x) = x + x + x =- = nx-n - 1 - (-2n) = nxn - 1
6 5 4 x -n
(x )
2
x-2n

x6 Em notação abreviada, tem-se, para todo o x , se n é natural, e para todo x 0 0 ,


c) f(x) =
2x5 + 2 se n é inteiro negativo:
(xn)' = nxn - 1

EXEMPLOS

1. Se f(x) = x5 , então f '(x) = 5x4 ou, abreviadamente, (x5)' = 5x4 .


2. Se x 0 0 , (x-8)' = -8x-9 .

217 Define duas funções f e g Repara que as regras de derivação e as funções derivadas de referência que estu-
tais que f + g = h , sendo: dámos até agora não permitem obter as funções derivadas de funções definidas
por expressões como (x2 + 3x) ou "x2 + 3x + 1 .
8
a) h(x) = (2x + 1)7

b) h(x) = "x4 + 1
3
Vamos apresentar-se uma regra que permitirá ultrapassar estas limitações e que
c) h(x) = a b
2x
se refere à função derivada da composta de duas funções.
x+1

Observa o seguinte:
8
r se f(x) = x2 + 3x e g(x) = x8 , tem-se (g + f )(x) = (x2 + 3x) ;

r se f(x) = x2 + 3x + 1 e g(x) = "x , tem-se (g + f )(x) = "x2 + 3x + 1 .

Regras de derivação (derivada da composta)


Teorema
Dadas uma função real de variável real f , de domínio Df , diferenciável num
ponto a å Df e uma função real de variável real g , de domínio Dg tal que
D'f ƒ Dg , diferenciável em f(a) , a composta g + f é diferenciável em a e tem-se:
(g + f )'(a) = f '(a) * g'1f(a)2

132 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Demonstração
(g + f )(x) - (g + f )(a) g 1f(x)2 - g 1f(a)2
(g + f )'(a) = lim = lim
x"a x - a x"a x-a

Vamos considerar apenas o caso em que x 0 a ± f(x) 0 f(a) , para x numa


vizinhança de a .

Se f(x) 0 f(a) , tem-se:


g1f(x)2 - g 1f(a)2 g 1f(x)2 - g 1f(a)2 f(x) - f(a)
lim x-a = lim a * x-a b=
x"a x"a f(x) - f(a)
g 1f(x)2 - g 1f(a)2 f(x) - f(a)
= lim * lim x - a
x"a f x -f a
( ) ( ) x"a

Consideremos y = f(x) . Dado que f é diferenciável em a , sabemos que é con-


tínua em a , portanto: x " a ± y " f(a) . Seja b = f(a) .

g 1f(x)2 - g 1f(a)2 f(x) - f(a) g(y) - g(b)


lim * lim x - a = lim * f '(a) =
x"a f(x) - f(a) x"a y"b y-b

= g'(b) * f '(a) = g'1f(a)2 * f '(a) = f '(a) * g'1f(a)2

EXEMPLOS

1. Acerca de duas funções diferenciáveis f e g , sabe-se que: 218 Seja f uma função diferen-
r g'(x) = cos x r f(2) = p r f '(2) = -3 ciável e seja n å N . Então:

Então, (g + f )'(2) = f '(2) * g'1f(2)2 = -3 * g'(p) = -3 * cos p = -3 * (-1) = 3


[(f(x))n]' = n · f '(x) · (f(x))n - 1
Justifica.

2. Apliquemos o teorema sobre a derivada da composta de funções ao cálculo


8
da função derivada da função definida por (x2 + 3x) .
8
Sejam f(x) = x2 + 3x e g(x) = x8 . Então, (g + f )(x) = (x2 + 3x) e tem-se:
r f '(x) = 2x + 3
r g'(x) = 8x7
r g'1f(x)2 = 81f(x)2 7 = 8(x2 + 3x)
7

Portanto, f (x2 + 3x)8 g ' = f '(x) * g'1f(x)2 = 8(2x + 3)(x2 + 3x) .


7

3. Determinemos uma expressão da função derivada da função definida por 219 Determina h'(x) , sendo h
"x2 + 3x + 1 . a função definida por:

Tem-se: a) h(x) = (2x + 1)7

r (x2 + 3x + 1)' = 2x + 3 b) h(x) = "x4 + 1


3

Q "x R c) h(x) = a b
' 1 2x
r = x+1
2"x

Portanto, Q "x2 + 3x + 1 R' = (2x + 3) *


1 2x + 3
= .
2"x + 3x + 1
2
2"x2 + 3x + 1

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 133


Vamos admitir, sem demonstrarmos, um teorema que generaliza a regra para
obter a função derivada da função raiz quadrada de x às funções definidas por
expressões da forma "x .
n

Teorema
Dado um número natural par n (respetivamente, dado um número natural
ímpar, maior do que 1), as funções reais f , de domínio R+ (respetivamente,
de domínio R \ {0}) , definidas por f(x) = "x são diferenciáveis e tem-se, para
n

1
todo o x å Df , f '(x) = n .
n"xn - 1

EXEMPLOS

1. Q "x R' =
3 1
,x00
3"x2
3

NOTA
2. Q "x2 + 1 R' =
*  Aplicando o teorema agora enun- 4 * (x2 + 1)' 1 2x x
= =
4"(x + 1) 4"(x + 1) 2"(x2 + 1)
ciado e o teorema relativo à derivada 4 2 3 4 2 3 4 3
da função composta de funções.

3. Aplicando o teorema enunciado acima e o da diferenciabilidade da função


f '(x)
composta, concluímos que Q "f(x) R' =
n
(sempre que esta igual-
n"f n - 1(x)
n

dade tenha significado).

Este último teorema permite estender o teorema relativo à função derivada de


uma potência de expoente inteiro (não nulo) a potências de expoente racional.
Com o teorema seguinte, completamos o que, de acordo com o Programa, desig-
namos por «funções de referência» para o cálculo de derivadas, que deves
memorizar.

220 Determina f '(x) , sendo f Teorema


a função definida por: Dado um número racional a , as funções reais f , de domínio R+ , definidas
a) f(x) = "x , x 0 0
5
por f(x) = xa são diferenciáveis e tem-se, para todo o x å Df , f '(x) = a xa - 1 .
b) f(x) = x0,6 , x > 0

c) f(x) = "x2 + 1
3

Demonstração
p
Suponhamos que a = q , com p å Z e q å N e seja f(x) = xa, x å R+ .

(xa)' = QxqR = f Q "x R g ' = Q "x R' * p * Q "x R


p
'
* p * Q "x R
p-1 p-1
q p q q 1 q
=a =
q"xq - 1
q
Mais sugestões de trabalho
p-q p
p xp - 1 p q p - q p p
= * "x = q * x
Exercícios propostos n.os 272 a 276 - 1
q q
=q* =q*x = a xa - 1
Å xq - 1 q
q
(págs. 157 e 158).

134 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


EXEMPLOS

1. Qx5R = x5
2 2 - 1 3
' 2 2 -5
= x
5 5
2. f (2x + 1) g ' = (2x2 + 1)' * 1,5 * (2x2 + 1)1,5 - 1 =
2 1,5

0,5 0,5
= 4x * 1,5 * (2x2 + 1) = 6x(2x2 + 1)

Exercícios resolvidos
221 Seja f a função definida por
3x2 - 6x - 1 x
1. Seja f a função definida por f(x) = . Mostra que as retas f (x) = .
x-2 x+1
tangentes ao gráfico de f nos pontos de abcissas 1 e 3 são paralelas. a) A reta de equação y = 4x + 9
é tangente ao gráfico de f .
Resolução Determina as coordenadas do
ponto de tangência.
Sabes que o declive da reta tangente ao gráfico de uma função f no ponto b) Determina a inclinação da
de abcissa a é igual a f '(a) . reta tangente ao gráfico de f
no ponto de abcissa -3.
Tem-se f '(x) = a b =
3x2 - 6x + 1 ' Apresenta o resultado em
x-2 graus, arredondado às unida-
des.
(3x2 - 6x + 1)' * (x - 2) - (3x2 - 6x + 1) * (x - 2)'
= 2
=
(x - 2)
(6x - 6) * (x - 2) - (3x2 - 6x + 1) * 1 3x2 - 12x + 11
= 2
= 2
(x - 2) (x - 2)

Assim,

3 * 1 - 12 * 1 + 11
f '(1) = 2
=2
(-1)
3 * 9 - 12 * 3 + 11
f '(3) = 2
=2
1
Dado que as retas tangentes ao gráfico de f nos pontos de abcissas 1 e 3
têm declives iguais, conclui-se que são paralelas.

2. Considera as funções f e g definidas em R e tais que f(x) = 3x2 e


4
g(x) = .
1 + x2
Determina, de duas formas distintas, utilizando ou não a fórmula de dife-
renciação da função composta, uma expressão analítica da função deri-
vada de:

a) g + f b) f + g* c) f + f
222
* Resolve esta alínea do exer-
Adaptado do Caderno de Apoio, 11.° ano cício 2 do texto.

continua

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 135


continuação
223 Seja f a função definida por
f(x) = "3x + 1 e seja g a fun-
Resolução
ção representada graficamente. a) Comecemos por determinar (g + f )'(x) , sem recorrer à fórmula de dife-
renciação da função composta. Com esse objetivo, vamos determinar
y uma expressão de (g + f )(x) .

(g + f )(x) = g1f(x)2 = g(3x2) =


g 4 4
=
2 2
1 + (3x ) 1 + 9x4

r Então,
' (1 + 9x4)'
(g + f )'(x) = a b
O 2 x 4 9 * 4x3 144x3
= - 4 = - 4 = - .
1 + 9x4 (1 + 9x4)
2
(1 + 9x4)
2
(1 + 9x4)
2

A reta de equação y = -
1
x+2
Utilizemos, agora, a regra da diferenciação da função composta.
2
é tangente ao gráfico de g no Com esse objetivo, determinemos f '(x) e g'(x) .
ponto de abcissa 2. r f '(x) = (3x2)' = 6x
Calcula (f + g)'(2) . 4 ' (1 + x2)'
r g'(x) = a b
2x 8x
= - 4 = -4 =-
1+x 2
(1 + x )
2 2
(1 + x )
2 2
(1 + x2)
2

(g + f )'(x) = f '(x) * g'1f(x)2 =


8 * 3x2
= -6x * 2 2
=
f 1 + (3x2) g
144x3
=- 2
(1 + 9x4)

c) Dado que já temos uma expressão de f '(x) , comecemos por utilizar


a regra da diferenciação da função composta.
(f + f )'(x) = f '(x) * f '1f(x)2 =
= 6x * (6 * 3x2) = 108x3
Vamos agora obter uma expressão de (f + f )(x) .
(f + f )(x) = f 1f(x)2 = f(3x2) =
2
= 3(3x2) = 3 * 9x4 = 27x4
(f + f )'(x) = (27x4)' = 27(x4)' =
= 27 * 4x3 = 108x3

x3 - 1
3. Considera a função g definida por g(x) = . Existe um único ponto
5x + 2
no gráfico de g em que a reta tangente tem declive - 1.
224 Seja f a função definida por Determina as coordenadas desse ponto, recorrendo à calculadora gráfica.
f(x) = x4 - x2 + 1 .
Apresenta as coordenadas arredondadas às décimas.
Escreve a equação reduzida da
reta tangente ao gráfico de f Em cálculos intermédios, conserva, no mínimo, duas casas decimais.
que é perpendicular à reta tan-
gente ao gráfico de f no ponto Resolução
1 a) Dado que o declive de uma reta que seja tangente ao gráfico de g num
de abcissa - .
2
(Se necessário, recorre à calcula- ponto é igual à derivada de g na abcissa desse ponto, a abcissa do
dora gráfica.) ponto que procuramos é a solução da equação g'(x) = -1 .
continua

136 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

Determinemos g'(x) .
x3 - 1 ' (x - 1)'(5x + 2) - (x - 1)(5x + 2)'
3 3
g'(x) = a b = =
5x + 2 (5x + 2)2
3x2(5x + 2) - 5(x3 - 1) 15x3 + 6x2 - 5x3 + 5 10x3 + 6x2 + 5
= 2
= 2
= 2
(5x + 2) (5x + 2) (5x + 2)
Vamos agora recorrer à calculadora para resolver a equação
10x3 + 6x2 + 5
2
= -1 .
(5x + 2)

y 225 Considera as funções f e g


definidas por f(x) = 4x3 e
f a
g(x) = x , a > 0 .

–1,92
a) Determina a equação redu-
zida da reta s , tangente ao
O x gráfico de f no ponto de
y = –1
abcissa x = -"2 .
b) Há duas retas tangentes ao
gráfico de f paralelas à bisse-
triz dos quadrantes ímpares.
Já conhecemos um valor aproximado da abcissa do ponto do gráfico Determina uma equação de
de g em que a reta tangente tem declive - 1; vamos determinar a sua cada uma dessas retas.
ordenada. c) Determina para que valor de
3 a os gráficos de f e g se
(-1,92) - 1 intersetam num ponto do
g(-1,92) = ) 1,06
5 * (-1,92) + 2 primeiro quadrante em que
as retas tangentes são per-
Portanto, as coordenadas do ponto do gráfico de g em que a reta tan- pendiculares.
gente tem declive - 1, com arredondamento às décimas, são (- 1,9; 1,1) . in Caderno de Apoio, 11.° ano

x2
4. Seja f a função, de domínio R , definida por f (x) = + 3x . A reta tan-
2
gente ao gráfico de f num ponto de abcissa a passa no ponto de coor- Animação

denadas a0, - b . Determina quais podem ser os valores de a .


3 Resolução do
exercício 225
2
Resolução
Tem-se f '(x) = x + 3 , portanto, o declive de uma reta tangente ao gráfico
de f num ponto de abcissa a é f '(a) , ou seja, é a + 3 .
A sua equação reduzida é da forma y = (a + 3)x + b e, dado que passa no
ponto de coordenadas a0, - b , conclui-se que b = - .
3 3
2 2
Para obter os valores de a , temos em consideração que as coordenadas
do ponto de tangência, aa, + 3ab , devem satisfazer a equação:
a2
2
3
y = (a + 3)x -
2
a2 3
+ 3a = (a + 3)a - § a2 + 6a = 2a2 + 6a - 3 § Mais sugestões de trabalho
2 2
§ a2 = 3 § a = -"3 › a = "3 Exercícios propostos n.os 277 a 282
(pág. 158).

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 137


Teste 6 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Considera as afirmações seguintes, referentes a qualquer função f definida


num intervalo aberto I e a a å I .

5
I. Se f é contínua em a , então é diferenciável em a .
II. Se f é diferenciável em a , então é contínua em a .
III. Se f não é contínua em a , então não é diferenciável em a .
IV. Se f não é diferenciável em a , então não é contínua em a .
Quais são as afirmações verdadeiras?
(A) I e II (B) I e III (C) II e III (D) I e IV

2. Seja f uma função diferenciável em R e seja g a função definida por


f (1 + h) - f (1)
g(x) = f(x) + x . Sabe-se que lim =2 .
h"0 h
Qual é o valor de g'(1) ?
(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4

3. Seja f uma função diferenciável em R e seja g a função, também de


domínio R , definida por g(x) = x2 * f(x) . Sabe-se que f(1) = f '(1) = 2 .
Qual é a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de g no ponto de
abcissa 1?
(A) y = 6x - 2 (B) y = 6x - 4 (C) y = 4x - 2 (D) y = 4x

1
y 4. Seja f a função, de domínio R+ , definida por f (x) = x e seja g a função
afim representada graficamente no referencial ao lado.
1
g O gráfico da função (f - g)' tem duas assíntotas.
As equações dessas assíntotas são:
O 1 x (A) x = 0 e y = 1 (B) x = 0 e y = - 1
(C) x = 0 e y = - x + 1 (D) x = 0 e y = x - 1

y 5. Na figura ao lado está uma representação gráfica de g' , derivada de uma


2
função g .
g' A função h é definida por h(x) = g(x) + 1 .
O x
Nestas condições, uma representação gráfica de h' , derivada de h , pode ser:
(A) y (B) y
2
O x

O x –2
(C) (D)
Ajuda y 3 y 3

Se precisares de ajuda para 1


resolver algum destes itens,
consulta a página 198. O x O x

138 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

x3
1. Seja f a função definida em R por f (x) = - 2x + 1 . y
18 f'
No referencial da figura ao lado está representada parte do gráfico da fun- 2
ção f ' . O a x

Determina o valor de a e o valor de b . b

2. Seja f a função definida por f(x) = 4"x .


Determina as coordenadas de um ponto no gráfico de f em que a reta tan-
gente é paralela à reta que passa nos pontos do gráfico de abcissas 4 e 9.
1
3. Considera a função g , de domínio R \ {- 1} , definida por g(x) = 2
,
1 ( x + 1)
e a função j , de domínio R \ {- 3} , definida por j(x) = .
x+3
a) Resolve a condição g(x) ≥ j(x) . Apresenta o conjunto-solução usando
a notação de intervalos de números reais.
b) Determina j'(0) , recorrendo à definição de derivada de uma função num
ponto.
c) Determina a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de g no ponto
de abcissa - 2.
g(x) se x < -1
d) Considera a função f , de domínio R , definida por f (x) = e .
j(x) se x ≥ -1
Seja A o ponto do gráfico de f com abcissa - 1.
Sabe-se que P é um ponto do gráfico de f com abcissa menor do que - 1
e que a reta AP tem declive igual a - 2.
Determina as coordenadas do ponto P , recorrendo à calculadora gráfica.
Na tua resposta deves:
r escrever uma equação que te permita resolver o problema;
r representar, num referencial o.n., o(s) gráfico(s) que visualizaste na calculadora,
devidamente identificado(s), e assinalar nesse(s) gráfico(s) o(s) pontos relevante(s)
para responder ao problema;
r apresentar as coordenadas do ponto P arredondadas às décimas.

4. Seja f a função, de domínio R+ , representada graficamente ao lado e seja y


g a função, de domínio R , definida por g(x) = x3 . y = –2x + 5

A reta de equação y = - 2x + 5 é tangente ao gráfico de f no ponto A de


abcissa 1. A
3
Considera, ainda, a função h definida por h(x) = f f(x)g . f
Determina:
f '
a) (f * g)'(1) b) a g b (1) c) h'(1) d) (g + f )'(1)
O x

5. Seja t a reta de equação y = 4x - 1 . Para um determinado valor de c ,


a reta t é tangente ao gráfico da função f definida por f(x) = 3x2 - 2x + c .
Qual é o valor de c ?

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 139


Aplicação da noção de derivada
ao estudo de funções
Com a Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra foram criadas
as Faculdades de Filosofia e de Mathematica.
Na segunda parte da cadeira do segundo ano do Curso Mathematico era
feito um estudo desenvolvido da Algebra Infinitesimal, que estava dividi-
da em dois ramos: Cálculo Differencial e o Cálculo Integral.
Nas lições de Cálculo Differencial os estudantes eram familiarizados com
as regras fundamentais da Differenciação em todo o tipo de expressões e
funções algébricas, exponenciais, logarítmicas, trigonométricas, etc.
Universidade de Coimbra
Depois de adquirirem um perfeito domínio e destreza no cálculo de qualquer
expressão que lhes fosse proposta, os estudantes iniciavam a aprendizagem
que os tornasse aptos a aplicar todo o conhecimento previamente adquirido
no estudo da Theorica Geral das Curvas.
Neste capítulo aprendiam o método de determinar as tangentes, sub tangen-
tes, normais, sub normais, raios de curvatura. Procediam ao cálculo dos pon-
RECORDA
tos máximos e mínimos, bem como a identificação dos pontos múltiplos e de
Monotonia
inflexão.
Uma função f é crescente num con- in nautilus.fis.uc.pt
junto A contido no seu domínio se:
Ax1, x2 å A, x1 < x2 ± f(x1) < f(x2)

Uma função f é decrescente num


conjunto A contido no seu domínio
SERÁ QUE…? Monotonia, extremos e derivada
se:
Ax1, x2 å A, x1 < x2 ± f(x1) > f(x2)
x3
Uma função f é crescente em senti- Seja f a função definida em R por f (x) = - x2 - 3x + 5 .
3
do lato num conjunto A contido no
a) Recorrendo à calculadora, obtém, na janela de visualização [- 5, 5] * [- 10, 10] ,
seu domínio se:
Ax1, x2 å A, x1 < x2 ± f(x1) ≤ f(x2) uma representação gráfica da função f .

Uma função f é decrescente em


Admitindo que o gráfico obtido é uma boa representação da função f ,
sentido lato num conjunto A conti- completa as afirmações seguintes.
do no seu domínio se: A função f é decrescente no intervalo __________ .
Ax1, x2 å A, x1 < x2 ± f(x1) ≥ f(x2)
A função f é crescente no intervalo __________ e no intervalo __________ .
Extremos relativos ou locais A função f tem um máximo relativo para x = __________ .
(máximos e mínimos)
f(a) é máximo (mínimo) relativo, ou A função f tem um mínimo relativo para x = __________ .
local, de uma função f se f(a) for o
maior (menor) valor que a função b) Determina agora uma expressão da função f ' , função derivada da função
toma na interseção do domínio de f f , e representa-a graficamente recorrendo à calculadora (podes utilizar a
com uma vizinhança de a .
mesma janela de visualização).
(Qualquer intervalo aberto centrado
em a é uma vizinhança de a .) Completa as afirmações seguintes.
A função f ' é negativa no intervalo __________ e é negativa ou nula no
intervalo __________ .
A função f ' é positiva no intervalo __________ e no intervalo __________
e é positiva ou nula no intervalo __________ .
A função f ' tem dois zeros: x = __________ e x = __________ .
continua

140 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação

c) Completa ainda as frases seguintes.

Nos intervalos em que a função f é decrescente a derivada é __________ .


Nos intervalos em que a função f é crescente a derivada é __________ .
No ponto em que a função f atinge um máximo relativo a derivada é
__________ .
No ponto em que a função f atinge um mínimo relativo a derivada é
__________ .

Será que as relações entre monotonia e sinal da função derivada que identifi-
caste neste caso são válidas em geral?

A observação do sinal do declive de algumas retas tangentes ao gráfico de f ,


pode ser outro argumento em favor das conclusões que, provavelmente, deves
ter registado.
y y y

O x O x O x

Retas tangentes com declive Retas tangentes com declive Retas tangentes com declive
negativo nos intervalos em positivo nos intervalos em zero nos pontos em que f
que f é decrescente. que f é crescente. atinge um extremo.

Na verdade, pode afirmar-se que:

Se uma função real de variável real f é diferenciável num conjunto A e é 226 Na figura seguinte está re-
crescente (respetivamente, decrescente) em sentido lato em A , então presentada parte do gráfico da
função h , função polinomial de
Ax å A, f '(x) ≥ 0 (respetivamente, Ax å A, f '(x) ≤ 0).
grau 3.

Suponhamos, por exemplo, que f é crescente em sentido lato em A e seja a å A . y


1
f (x) - f (a)
Vamos mostrar que x - a ≥ 0 , para qualquer x å A \ {a} . O 1 x

r Seja x > a .
Dado que f é crescente em sentido lado em A , tem-se x > a ± f(x) ≥ f(a) ,
h
ou seja, x - a > 0 ± f(x) - f(a) ≥ 0 .
f (x) - f (a)
Então, se x > a , tem-se x-a ≥0 .
a) Constrói uma tabela onde re-
r Seja x < a . gistes o estudo da monotonia
e existência de extremos de h
Dado que f é crescente em sentido lado em A , tem-se x < a ± f(x) ≤ f(a) ,
e tires conclusões acerca da
ou seja, x - a < 0 ± f(x) - f(a) ≤ 0 . variação de sinal e zeros da
f (x) - f (a) função h' .
Então, se x < a , tem-se x-a ≥0 . b) Propõe um gráfico para h' .
f (x) - f (a)
Dado que f é diferenciável em a , tem-se f '(a) = lim x-a e, portanto,
x"a
f '(a) ≥ 0 .
Como a é um qualquer ponto de A , pode afirmar-se que Ax å A, f '(x) ≥ 0 . Simulador
Geogebra: Relação entre a monotonia
De modo análogo se justifica a afirmação relativa ao caso de a função ser de-
de f e o sinal da sua derivada
crescente.

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 141


No que diz respeito a «extremos», comecemos por enunciar e provar o seguinte
teorema.

227 Recorda como determinavas


Teorema
a abcissa do vértice da parábola Seja f uma função real de variável real cujo domínio contém um intervalo
que é gráfico de uma função
quadrática e explica como podes não vazio I = ]a, b[ . Se f atinge um extremo relativo em x0 å I e se f é
usar a função derivada com esse diferenciável em x0 , então f '(x0) = 0 .
objetivo.

Demonstração
Suponhamos, por exemplo, que f atinge um máximo relativo em x0 . Então,
valores suficientemente próximos de x0 têm imagens iguais ou menores do que
f(x0) . Portanto:
f (x0 + h) - f (x0)
r lim + ≤ 0 , pois, sendo h > 0 e f(x0 + h) - f(x0) ≤ 0 , tem-se
228 Seja k um número real e h"0 h
seja f a função definida por
f (x0 + h) - f (x0)
≤0 .
f(x) = x3 + kx2 + 1 . h
Sabe-se que a função f atinge f (x0 + h) - f (x0)
um extremo em x = 1 . r lim - ≥ 0 , pois, sendo h < 0 e f(x0 + h) - f(x0) ≤ 0 , tem-se
h"0 h
Qual é o valor de k ? f (x0 + h) - f (x0)
≥0 .
h

Dado que a função é diferenciável em x0 , estes limites laterais têm de ser iguais
Simulador e, portanto, conclui-se que f '(x0) = 0 .
Geogebra: Relação entre os extremos
de f e os zeros da sua derivada A demonstração é análoga no caso de f atingir um mínimo relativo em x0 .

Provámos que, nas condições do teorema anterior, se f atinge um extremo rela-


NOTA tivo em x0 e se é diferenciável em x0 , então f '(x0) = 0 . A implicação recíproca
* Um contraexemplo para esta impli- é falsa*. O facto de a derivada num ponto ser zero não implica que a função
cação é a função f definida por atinja um extremo relativo nesse ponto.
f(x) = x3 , cuja derivada no ponto 0 é 0,
não sendo f(0) extremo.
Com efeito, tem-se f '(x) = (x3)' = 3x2 .
Por outro lado, repara que o que se afirma, de um modo informal, é que, se exis-
Portanto, f '(0) = 3 * 02 = 0 . tir um extremo e existir derivada, então a derivada é igual a 0. Há extremos em
No entanto, a função é estritamente que a derivada não é zero porque «pura e simplesmente» não existe derivada (ou
crescente em R , não tendo, por isso, porque a função não está definida num intervalo aberto contendo o extremo).
qualquer extremo.

y
f SERÁ QUE…? Tangentes paralelas a secantes

x3
Considera a função f definida em R por f (x) = + 2x - 4 .
O x 3
a) Determina o declive da reta secante ao gráfico de f nos pontos A e B de
abcissas, respetivamente, -3 e 0.
b) Verifica que a reta tangente ao gráfico de f no ponto C de abcissa -"3
f '(0) = 0 e f(0) não é extremo. é paralela à reta AB .
Será que, dada uma função f e dois pontos A e B do seu gráfico, existe
sempre uma reta tangente ao gráfico de f , num ponto de abcissa com-
preendida entre as abcissas de A e de B , que seja paralela à reta AB ?

142 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


A resposta é «Sim», desde que a função f cumpra determinadas condições. É o 229 Seja f a função definida por
que se afirma no teorema seguinte, que não vamos demonstrar. 1
f (x) = x e sejam A e B os pon-

Teorema de Lagrange tos do gráfico de f de abcissas


- 4 e - 1. A reta r é paralela à
Dada uma função real de variável real f contínua no intervalo [a, b] , com reta AB e é tangente ao gráfi-
f (b) - f (a) co de f num ponto C de ab-
a < b , e diferenciável em ]a, b[ , existe c å ]a, b[ tal que f '(c) = . cissa compreendida entre as
b-a abcissas de A e B .
Determina as coordenadas de C
A interpretação geométrica do resultado expresso neste teorema não constitui e escreve a equação reduzida
da reta r .
uma demonstração, mas é uma boa ajuda à compreensão do que se afirma.
Sejam A(a, f(a)) e B(b, f(b)) .
y
f B
Tendo em consideração que:
f (b) - f (a)
r é o declive da reta que passa nos pontos A e B ,
b-a
r f '(c) é o declive da reta tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa c ,
A
r retas com igual declive são retas paralelas,
O a c b x
o que se afirma no teorema é que, nas condições indicadas, existe um ponto no
gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta AB .
A interpretação relacionada com a cinemática do ponto também é interessante:
se a velocidade média de um ponto, no seu deslocamento sobre uma reta, entre
os instantes a e b , é igual a v , então existe certamente um instante entre a e RECORDA
b em que a velocidade (instantânea) é igual a v . Se uma função é crescente ou se
uma função é decrescente num con-
Já vimos que o conhecimento dos intervalos de monotonia de uma função dife- junto A contido no domínio, diz-se
renciável nos permite tirar conclusões acerca da variação de sinal da função de- que a função é monótona em A .
rivada. O teorema seguinte vai permitir caminhar «em sentido inverso», ou seja, Dada uma função real de variável
real f , diz-se que um intervalo I ƒ Df
conhecendo a variação de sinal da função derivada, podemos obter conclusões é um intervalo de monotonia de f
em relação aos intervalos de monotonia da função e é este «sentido» que geral- se a restrição de f a I é monótona.
mente é mais útil.

Teoremas
NOTA
Seja f uma função real de variável real f , contínua num intervalo I de * A conclusão também é válida se a
extremo esquerdo a e extremo direito b e diferenciável em ]a, b[ . derivada se anular num número finito
r se Ax å ]a, b[, f '(x) > 0 (respetivamente, Ax å ]a, b[, f '(x) < 0), então f é de pontos.
crescente (respetivamente, decrescente) em I*. y 0
+

0 + +
r se Ax å ]a, b[, f '(x) ≥ 0 (respetivamente, Ax å ]a, b[, f '(x) ≤ 0), então f é 0 +
crescente em sentido lato (respetivamente, decrescente em sentido lato) em I . +
+

r se Ax å ]a, b[, f '(x) = 0 , então f é constante em I . O x

Comecemos por observar que, se f é contínua num intervalo I e é diferenciável NOTA


no interior* de I , pode aplicar-se o teorema de Lagrange a qualquer intervalo * O interior de um intervalo de extre-
fechado de extremos distintos, contido em I . mos a e b é o intervalo aberto de
extremos a e b .
Posto isto, justifiquemos a primeira afirmação.
Nas condições indicadas, suponhamos que Ax å ]a, b[, f '(x) > 0 .
Sejam x1 e x2 pertencentes a I , tais que x1 < x2 .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 143


230 Seja g a função representa- O teorema de Lagrange, aplicado ao intervalo [x1, x2] , permite afirmar que
da graficamente no referencial f (x2) - f (x1)
em baixo.
Ec å ]x1, x2[ : f '(c) = x - x .
2 1

y Ora, dado que Ax å ]a, b[, f '(x) > 0 , concluímos que f '(c) > 0 e, dado que
1
g x1 < x2 § x2 - x1 > 0 , concluímos também que f(x2) - f(x1) > 0 , ou seja,
f(x1) < f(x2) .
O 1 x
Portanto, a função f é crescente em I .
De forma análoga se justifica a segunda afirmação.

Admite que g é a função deriva- Justifiquemos a terceira afirmação.


da de f e justifica que f é uma Sejam x1 e x2 pertencentes a I , tais que x1 0 x2 .
função crescente em [- 1, 2] . f (x2) - f (x1)
O teorema de Lagrange garante que Ec å ]x1, x2[ : f '(c) = x2 - x1 .
Como a derivada é nula em todos os pontos do intervalo ]a, b[ , conclui-se que
f '(c) = 0 .
f (x2) - f (x1)
Então x2 - x1 = 0 e, portanto, f(x2) - f(x1) = 0 , ou seja, f(x1) = f(x2) .
Dado que x1 e x2 são pontos quaisquer pertencentes a I , concluímos que f é
constante em I .
De acordo com os teoremas enunciados, o estudo da existência de zeros e varia-
ção de sinal da função derivada de funções reais de variável real que sejam dife-
renciáveis em intervalos do seu domínio, pode facilitar a determinação dos
intervalos de monotonia e dos extremos relativos da função. Vamos exemplificar.

Exercícios resolvidos
NOTA 1. Seja f a função definida em R por f(x) = x3 - 2x2 + x . Determina, recor-
Se uma função é monótona num in- rendo a processos analíticos, os intervalos de monotonia de f e identifica
tervalo, então é monótona em qual-
os extremos relativos e absolutos, caso existam.
quer intervalo que esteja contido
nesse. Quando se pede para indicar Resolução
os intervalos de monotonia de uma
função subentende-se que se preten- O estudo da função derivada permite determinar os intervalos em que a
dem os intervalos «maximais» de função é crescente, os intervalos em que a função é decrescente e os extre-
monotonia, ou seja, intervalos em
mos relativos, se existirem. Como a função f é diferenciável em R ,
que a função seja monótona e não
estejam contidos estritamente nou- os extremos da função só podem ocorrer nos zeros de f ' .
tros em que a função seja monótona.
Tem-se f '(x) = (x3 - 2x2 + x)' = 3x2 - 4x + 1 .
Determinemos os zeros de f ' :
1
Simulador f '(x) = 0 § 3x2 - 4x + 1 = 0 § x = 1 › x =
3
Geogebra: Primeira
derivada Como f '(x) é um polinómio do 2.º grau com dois zeros, sabemos que vai
Simulador 1
haver mudança de sinal quer em quer em 1. Vamos utilizar um quadro
Geogebra: Quadro 3
de variação de uma para organizar a informação e as conclusões.
função
1
x -∞ 1 +∞
3

Mais sugestões de trabalho Sinal e zeros de f ' + 0 - 0 +


Máx. Mín.
Exercícios propostos n.os 283 a 287 Variação e extremos de f £ ¢ £
relativo relativo
(pág. 159).
continua

144 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
NOTA
Tal como se apresenta na tabela, concluímos que: Em relação aos intervalos de mono-
tonia, é importante recordar que:
r f é crescente em d - ∞, d e em [1, + ∞[ , pois a função é contínua
1
3 Dados dois intervalos I e J , tais que
I © J = O , uma função f pode ser
nestes intervalos e A x å d-∞, c , f '(x) > 0 e Ax å ]1, + ∞[, f '(x) > 0 ;
1 crescente ( decrescente, ou constan-
3 te) no intervalo I e ser crescente
(respetivamente, decrescente, ou
r f é decrescente em c , 1d , pois a função é contínua neste intervalo
1
constante) no intervalo J e não ser
3 crescente (respetivamente, decres-
e A x å d , 1c, f '(x) < 0 ;
1 cente, ou constante) em I ∂ J .
3
Por exemplo, a função f , de domínio,
r f a b é máximo relativo, pois a função é contínua e é crescente em
1 1
R \ {0} , definida por f (x) = x e repre-
3
sentada graficamente no referencial
d-∞, d e é decrescente em c , 1d ;
1 1 em baixo, é decrescente em ]-∞, 0[
3 3 e em ]0, +∞[ e não é decrescente em
]-∞, 0[ ∂ ]0, +∞[ .
r f(1) é mínimo relativo, pois a função é contínua e é decrescente em
y
c , 1d e é crescente em [1, + ∞[ .
1
3
A função não tem extremos absolutos pois:
lim f (x) = lim (x3 - 2x2 + x) = lim x3 = +∞ O
x " +∞ x " +∞ x " +∞ x

lim f (x) = lim (x - 2x + x) = lim x = -∞


3 2 3
x " -∞ x " -∞ x " -∞

x2 + 4
2. Seja f a função definida em R \ {0} por f (x) = x . Determina, recor-
rendo a processos analíticos, os intervalos de monotonia de f e identifica
os extremos relativos e absolutos, caso existam.
Resolução
4 4 x2 - 4
Tem-se f (x) = x + x , portanto, f '(x) = 1 - 2 = .
x x2
Como a função f é diferenciável no domínio, que é a união de dois inter-
valos abertos, os extremos da função só podem ocorrer nos zeros de f ' .
x2 - 4
f '(x) = 0 §
= 0 § x2 - 4 = 0 § x = -2 › x = 2
x2

Vamos apresentar o estudo do sinal da derivada num quadro, tendo em


atenção que o domínio da função é R \ {0} .

x -∞ -2 0 2 +∞
x2 - 4 + 0 - - - 0 +
x 2
+ + + 0 + + + 231 Determina os intervalos de
Sinal e zeros monotonia de cada uma das
+ 0 - n.d. - 0 + funções que a seguir se definem
de f '
e identifica os extremos relati-
Variação e Máx. Mín. vos e absolutos, caso existam.
£ ¢ n.d. ¢ £
extremos de f relativo relativo
x3
a) f(x) = 1 + x2 -
r f é crescente em ]- ∞, - 2] e em [2, + ∞[ ; 3
b) f(x) = x3 + x2 - 5x + 3
r f é decrescente em [- 2, 0[ e em ]0, 2] ;
1
r f(- 2) é máximo relativo e f(2) é mínimo relativo; c) f(x) = x +
x
2
(-2) + 4 22 + 4 2x3
r f (-2) = = -4 e f (2) = =4 d) f(x) = + 4x - 5
-2 2 3

continua

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 145


continuação

y A função não tem extremos absolutos pois:


f r quer lim f (x) , quer lim f (x) são iguais a - ∞ ;
4 x " -∞ x " 0-

r quer lim f (x) , quer lim f (x) são iguais a + ∞ .


–2 x " +∞ x " 0+
O2 x 4
Dado que f (x) = x + x , podemos concluir que as retas de equações y = x
–4 e x = 0 são assíntotas ao gráfico de f . Conjugando toda a informação,
é natural propor como representação gráfica de f um gráfico análogo ao
da margem.

y 3. No referencial ao lado está o gráfico da função derivada da função f , de


domínio [- 5, 4[ e derivável no seu domínio. Estuda a função quanto
f'
à monotonia e existência de extremos.
Resolução
–5 –4 O 1 4 x
Dado que a função é diferenciável no domínio, sabemos que é contínua.
Portanto:
232 Estuda quanto à monotonia r f é contínua em [- 5, - 4] e Ax å ]- 5, - 4[, f '(x) < 0 ;
e quanto à existência de extre-
mos a função f , de domínio R , r f é contínua em [- 4, 4[ e Ax å ]- 4, 4[, f '(x) ≥ 0 .
sabendo que a sua função deri-
Então, f é decrescente em [- 5, - 4] e é crescente em [- 4, 4[ (de acordo
vada é definida por:
com a nota na margem da página 143 e tendo em consideração que, no
a) f '(x) = x3 + 2x
b) f '(x) = x3 - 3x2
intervalo ]- 4, 4[ , a derivada anula apenas uma vez).
(x + 1)
2 A função atinge um mínimo relativo em - 4 e um máximo relativo em - 5.
c) f '(x) =
3 Podemos resumir o estudo feito e as conclusões obtidas na seguinte tabela:

x -5 -4 1 4
233 Considera a representação
Sinal e zeros de f ' - - 0 + 0 +
gráfica da função f . A função
Variação e extremos Máx. Mín. 22"
f é uma função polinomial de ¢ 2222
grau 3. de f relativo absoluto 2222
y
f

O 1 x
Resolução de problemas
Qual é o conjunto-solução da
condição f(x) * f '(x) ≤ 0 ? Problemas resolvidos
1. No referencial o.n. xOy da figura ao lado está representado o gráfico da
y função f , de domínio [0, 3] , definida por f(x) = - x2 + 2,5x + 2 .
A
O ponto A é um ponto do gráfico de f com abcissa x å ]0, 3] .

O ponto B desloca-se no eixo das abcissas, acompanhando o ponto A ,


de modo que o triângulo [OAB] seja sempre um triângulo isósceles, com
AO = AB .
Determina a abcissa do ponto A para a qual se obtém o triângulo [OAB]
O B 3 x de maior área.
continua

146 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


continuação
234 No referencial seguinte está
Resolução representada parte do gráfico
Tomando [AB] para base, a altura do triângulo é a ordenada do ponto A da função f definida por
4 - 3x2
e é dada, portanto, por f(x) . f (x) = .
2
Como o triângulo é isósceles, tem-se OB = 2x . y
Então, a área do triângulo [OAB] é dada, em função da abcissa x do
P
2x * (-x2 + 2,5x + 2)
ponto A , por g(x) = = -x3 + 2,5x2 + 2x .
2 f
A função g é contínua em [0, 3] e é diferenciável em ]0, 3[ .
O x
Tem-se g'(x) = (- x3 + 2,5x2 + 2x)' = - 3x2 + 5x + 2 .

g'(x) = 0 § - 3x2 + 5x + 2 = 0 ‹ x å ]0, 3[ § O ponto P desloca-se sobre o


gráfico de f , sempre no pri-
§ ax = - › x = 2b ‹ x å g 0, 3 f § x = 2
1 meiro quadrante.
3 Considera, para cada posição
de P , o retângulo de diagonal
Vamos verificar que 2 é o maximizante que procuramos. [OP] que tem dois lados conti-
dos nos eixos do referencial.
x 0 2 3 Determina, de todos estes re-
tângulos, as dimensões do que
Sinal e zero de g' + 0 - tem maior área.
Variação e extremos de g £ Máx. ¢

Atendendo à variação de sinal de g' , que registámos no quadro, concluí-


mos que o triângulo com maior área é aquele em que o ponto A tem
abcissa igual a 2.

2. Na figura ao lado está representado um referencial o.n. Cada um dos


z
pontos A , B e C pertence a um eixo coordenado. C

O ponto P pertence ao plano ABC e desloca-se neste plano de tal modo


P
que é sempre vértice de um prisma quadrangular regular, em que os restan- B
O
tes vértices pertencem aos planos coordenados e a face contida no plano y
xOy é quadrangular.
O plano ABC é definido pela equação x + 2y + 3z = 9 .
A
a) Seja a a abcissa do ponto P (a å ]0, 3[).
x
Mostra que o volume do prisma é dado, em função de a , por
V(a) = 3a2 - a3 .
235
b) Estuda a função V quanto à monotonia, sem recorrer à calculadora, a) Determina o volume e a área
e conclui qual é o valor de a para o qual o volume do prisma é máximo. da superfície de dois prismas
quadrangulares regulares de
in Teste Intermédio, 11.º ano, 2015 dimensões (em cm) 2 por 2
por 8 e 4 por 4 por 2.
Resolução
b) Determina as dimensões do
a) A área da base do prisma é a2 e a altura do prisma é a cota do ponto P . prisma quadrangular regu-
Como o ponto P pertence ao plano ABC e tem ordenada igual lar com 32 cm3 de volume
que tem menor área lateral.
à abcissa, tem-se a + 2a + 3z = 9 .
Indica, também, o valor des-
a + 2a + 3z = 9 § 3z = 9 - 3a § z = 3 - a sa área, em cm2, arredonda-
Portanto, o volume do prisma é dado por a2 * (3 - a) = 3a2 - a3 . do às décimas.

continua

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 147


continuação
236 Pretende-se construir uma
caixa com a forma de prisma b) Tem-se V'(a) = (3a2 - a3)' = 6a - 3a2 .
quadrangular regular, sem tam- V'(a) = 0 § 6a - 3a2 = 0 § a(6 - 3a) = 0
pa, e com 100 ml de volume. Dado que a å ]0, 3[ , tem-se V'(a) = 0 § 6 - 3a = 0 § a = 2
a) Dá um exemplo das dimen-
a 0 2 3
sões de uma caixa nas con-
dições pretendidas e calcula, Sinal e zeros de V' + 0 -
para esse caso, a área da su- Variação e extremos de V £ Máx. ¢
perfície da caixa.
b) Mostra que a expressão ge- Portanto, o volume do prisma é máximo quando a = 2 .
ral da área das caixas nas
condições do enunciado 3. Há uma infinidade de triângulos retângulos cuja hipotenusa mede 6.
pode ser dada, em cm2, em
função da aresta x da base, a) A figura seguinte sugere qual é o triângulo dessa família que tem maior
400 área. Determina o comprimento dos seus catetos.
por A(x) = x2 + x e deter-
mina o valor de x para o
qual a área é mínima.
Apresenta o resultado em cm,
arredondado às centésimas.

237 Considera todos os cilin-


6
dros de volume 12 cm3.
Exprime a área da superfície b) Mostra que a área desses triângulos pode ser dada, em função do com-
desses cilindros (em cm2) em x"36 - x2
função da sua altura e determi- primento x de um dos catetos, por a(x) = e, recorrendo à
2
na as dimensões do cilindro de derivada, confirma o resultado que obtiveste na alínea a).
menor área.
Apresenta os resultados em cm,
Resolução
arredondados às centésimas. a) Tomando para base o diâmetro da semicircunferência, todos os triângu-
los têm a mesma base. O que tem maior área é, portanto, o que tem
238 Se C(x) é o custo de produ-
maior altura em relação a essa base, ou seja, é o que tem altura igual a 3.
Trata-se de um triângulo isósceles, cujos catetos medem 3"2 .
ção de x unidades de um pro-
duto, chama-se custo marginal a
C'(x) .
b) Designando por y o comprimento do outro cateto, tem-se x2 + y2 = 36
e, portanto, y = "36 - x2 .
Suponhamos que

x"36 - x2
C(x) = 0,2x2 + 3x + 600
é o custo de produção, em eu- Então, a área do triângulo é dada por a(x) = , para x å ]0, 6[ .
ros, de x peças. 2

1 * "36 - x2 + x * "36 - x2 -
a) Quanto custa produzir mais -2x x2
uma peça, se já se produziram 2"36 - x2 Q * "36 - x R "36 - x2
2

30? E se já se produziram 50? a'(x) = = =


2 2
b) Qual é o acréscimo de custo 36 - x2 - x2 36 - 2x2 18 - x2
por mais uma peça, se já se = = =
produziram x peças? 2"36 - x2 2"36 - x2 "36 - x2
Compara este acréscimo com a'(x) = 0 § 18 - x2 = 0 ‹ x å g 0, 6 f §
o custo marginal. Formula
uma conjetura acerca do sig- § Q x = -"18 › x = "18 R ‹ x å g 0, 6 f §
nificado do custo marginal.
§ x = "18 § x = 3"2
3"2
Caderno de exercícios
x 0 6
Derivadas de funções reais de
variável real e aplicações Sinal e zeros de a' + 0 -
Mais sugestões de trabalho Variação e extremos de a £ Máx. ¢
os
Exercícios propostos n. 288 a 294
(págs. 159 e 160). Confirmamos que o triângulo que tem maior área é o triângulo cujos
+Exercícios propostos catetos medem 3"2 .
(págs. 161 a 171).

148 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Caça aos erros!
As respostas aos itens seguintes têm um ou mais erros.
Descobre todos os erros!
1 Seja f a função definida por f(x) = x5 * (2x - x3) .
Determina uma expressão de f '(x) .
Resposta de um aluno:
Tem-se (x5)' = 5x4 e (2x - x3)' = 2 - 3x .
Portanto, f '(x) = 5x4 * (2 - 3x) = 10x4 - 15x5 .

2 12x + 1
Seja g a função definida por g(x) = + (2x - 1)3.
x2
Determina o declive da reta tangente ao gráfico de g no ponto de abcissa 2.
Resposta de um aluno:
Como m = g'(2) , vou calcular g'(x) .
12 2
g'(x) = + 3(2x - 1) ; portanto, m = 3 + 3 * 32 = 30 .
2x

3 Seja f uma função diferenciável de domínio D = ]- ∞, - 1[ ∂ ]1, + ∞[ .


Sabe-se que Ax å D, f '(x) > 0 .
Estuda quanto à monotonia a função g definida por g(x) = -2f(x) .
Resposta de um aluno:
f é crescente porque tem a derivada sempre positiva. Portanto, a função g é decrescente
porque - 2 é negativo. y
1 g'
4 Seja g uma função diferenciável. No referencial ao lado está representado O 1 x
o gráfico da função g' . Indica, justificando, o valor lógico da afirmação «g(1) > g(0)» .
Resposta de um aluno:
A afirmação é verdadeira porque a função está a crescer.

5 x2 - 3
Seja f a função definida por f (x) = . Estuda a função f quanto à monotonia
x-2
e existência de extremos, por processos analíticos, sem recorrer à calculadora.
Resposta de um aluno:
2
x2 - 3 ' 2x(x - 2) - 1(x - 3) x - 4x + 3
2
Vou recorrer à derivada; f '(x) = a b = = .
x-2 (x - 2)
2
(x - 2)
2

f '(x) = 0 § x2 - 4x + 3 = 0 § x = 1 › x = 3 (fiz com a máquina).

x -∞ 1 3 +∞
x -4x+3
2
+ 0 - 0 +
(x - 2) 2
+ + + + +
Sinal e zeros de f ' + 0 - 0 +
Máx. Mín.
Variação e extremos de f £ ¢ £
relativo relativo

f é crescente em ]- ∞, 1] ∂ [3, + ∞[ e é decrescente em [1, 3] , 1 é máximo e 3 é mínimo.

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 149


Teste 7 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Seja f uma função diferenciável em R . Sabe-se que lim


x"0
f (x) - f (0)
x2 - 2x
=2 .

5
Qual é o valor de f '(0) ?
1
(A) - 4 (B) - 2 (C) (D) 1
2
2. Nos gráficos seguintes estão partes dos gráficos das funções derivadas de
quatro funções diferenciáveis em R . Só um dos gráficos não pode represen-
tar a derivada de uma função crescente. Qual?
(A) (B)
y y

O x O x

(C) (D)
y y

O x O x

y
3. Seja f uma função diferenciável em R .
f'
Na figura ao lado encontra-se parte do gráfico da função f ' .
Sabe-se que f(3) = 2 .
x
O 3
Qual pode ser o valor de f(1) ?
(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) 3
Adaptado de Exame Nacional, 12.° ano, 2004

4. Seja f uma função de domínio R e seja a tal que f '(a) = 0 .


Qual das afirmações seguintes não é necessariamente verdadeira?
f(a + h) - f (a)
(A) lim =0
h"0 h
(B) f(a) é extremo relativo da função f .
(C) A função f é contínua no ponto a .
(D) A reta de equação y = f(a) é tangente ao gráfico da função f .

5. Seja f a função, de domínio [0, + ∞[ , definida por f (x) = x + k"x , com


kåR.
Ajuda Qual é o valor de k para o qual a função f atinge o valor mínimo quando
x = 10 ?
(C) -"20 (D) -"40
Se precisares de ajuda para
resolver algum destes itens, (A) - 10 (B) - 20
consulta a página 198.

150 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

1. No referencial na figura da margem está representada graficamente uma y


função polinomial de grau 3 que é a função derivada de uma função f .
f'
a) Estuda f quanto à monotonia e existência de extremos relativos e absolutos.
b) Admite que f(2) = - 1 e escreve a equação reduzida da reta tangente ao 1
gráfico de f no ponto de abcissa 2.
1 2 2
c) Admite, agora, que a função f é definida por f (x) = - (x - a) + bx + 9 , –1 O 1 2 x
6
a, b å R . Determina o valor de a e o valor de b .

2. Seja f a função definida por f(x) = x3 - 4x2 + 4x + 2 .


a) Estuda a função f quanto à monotonia e quanto à existência de extremos
relativos.
b) De todas as retas tangentes ao gráfico da função f , determina o declive
da que tem menor declive.

3. Uma empresa de empreendimentos turísticos tem um conjunto de 300 apar-


tamentos que pretende alugar. De 1 a 31 de agosto, a ocupação máxima
(100%) corresponde a um total de 300 * 31 alugueres.
A empresa estima que só conseguirá a ocupação máxima praticando preços
por apartamento até 80 euros/dia. A partir deste preço, a ocupação decresce
segundo a lei G = 100 - (P - 80) , designando G o grau de ocupação (em
percentagem) e P o preço diário a praticar (em euros, por apartamento).
Qual é a maior receita que a empresa pode obter no mês de agosto e qual é
o valor do aluguer que permite essa receita máxima?

4. Na figura ao lado está representada parte de um referencial o.n. Oxyz . z


Cada um dos pontos A , B e C pertence a um dos semieixos positivos do C
P
referencial. O ponto P pertence ao plano ABC e move-se nesse plano de
tal modo que as suas coordenadas se mantêm positivas e é sempre vértice de
O
uma pirâmide quadrangular regular com a base contida no plano xOy . B y
Um dos vértices da base da pirâmide coincide com a origem do referencial e dois A

dos outros três vértices da base pertencem aos semieixos positivos Ox e Oy .


O plano ABC é definido pela equação 5x + 5y + 8z = 40 .
a) Seja a a medida da aresta da base (a å ]0, 8[). Mostra que o volume da
5 5 3
pirâmide de vértice P é dado, em função de a , por V(a) = a2 - a .
2 24
b) Determina o valor de a para o qual o volume da pirâmide é máximo
e determina esse volume.

5. Seja f uma função quadrática e sejam P e Q dois pontos distintos do seu


gráfico. O teorema de Lagrange permite afirmar que existe um ponto no
gráfico de f , de abcissa compreendida entre as abcissas de P e Q , em que
a reta tangente é paralela à reta PQ .
Mostra que, sendo f uma função quadrática, a abcissa desse ponto é igual
à média aritmética das abcissas de P e Q .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 151


Síntese
r Dada uma função real de variável real f e dois pontos distintos, a e b , do seu
f (b) - f (a)
domínio, diz-se que é a taxa média de variação de f entre a e b .
b-a
f (b) - f (a)
Escrevemos t.m.v.f, a, b = .
p. 109
Taxa média b-a
de variação Geometricamente, a taxa média de variação de f entre a e b é o declive da
reta que passa nos pontos do gráfico de f de abcissas a e b .

r Quando a função estabelece uma correspondência entre tempo e distância per-


corrida, à taxa média de variação é habitual chamar velocidade média.

r Dada uma função real de variável real f e um ponto x0 do seu domínio, desig-
f (x) - f (x0)
na-se lim x - x0 por derivada de f no ponto x0 , se esse limite existir e
x " x0
for finito, e representa-se por f '(x0) .
f (x0 + h) - f (x0)
Esta definição é equivalente a f '(x0) = lim .
h"0 h
r Quando a função estabelece uma correspondência entre tempo e distância per-
corrida, à derivada é habitual chamar velocidade instantânea.

pp. 112 r Quando existe derivada de f em x0 , diz-se que f é diferenciável em x0 ou que


Derivada
e 113 f é derivável em x0 .

r Se f é diferenciável em todos os pontos de um conjunto A , diz-se que f é di-


ferenciável em A .

r Diz-se que uma função é diferenciável se for diferenciável no domínio.

r Dada uma função real de variável real f , diferenciável num ponto x0 , e dado
um referencial o.n., a reta que passa no ponto P0(x0, f(x0)) e tem declive igual a
f'(x0) diz-se reta tangente ao gráfico de f no ponto P0 .
Uma equação desta reta é y = f '(x0)(x - x0) + f(x0) .

Dada uma função real de variável real f , designa-se por função derivada de f a
p. 118 Função derivada função de domínio D = {x å Df : f é diferenciável em x} que a cada x å D faz
corresponder f '(x) .

Dada uma função real de variável real f e um ponto a do respetivo domínio, se


Diferenciabilidade f é diferenciável em a , então f é contínua em a .
p. 124
e continuidade A afirmação recíproca não é necessariamente verdadeira: uma função pode ser
contínua num ponto e não ser diferenciável nesse ponto.
Abreviadamente:
r (k)' = 0 r (x)' = 1
pp. 125 Derivadas de r (x )' = 2x
2
r (x3)' = 3x2
a 127 referência
r Q "x R' =
1 '
r axb = - 2 , x 0 0
1 1
,x>0
x 2"x

152 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


Se f e g são diferenciáveis, tem-se, nos pontos em que as funções estão definidas
e existe derivada:
r (kf )' = kf ' , k å R
r (f + g)' = f ' + g'
r (f * g)' = f ' * g + f * g'
1 ' f'
r a b =- 2
pp. 125
e 129 a
Regras de
134 derivação f f
f ' f ' * g - f * g'
r agb =
g2
r (xa)' = axa - 1 , a å Q
r Q "x R' = n
n 1
,nåN
n"xn - 1

Dadas uma função real de variável f , de domínio Df , diferenciável num ponto


Derivada da a å Df e uma função real de variável real g , de domínio Dg tal que D'f ƒ Dg ,
p. 132 função diferenciável em f(a) , a composta g + f é diferenciável em a e tem-se:
composta
(g + f )'(a) = f '(a) * g'(f (a))

r Sinal da derivada de funções monótonas


Se uma função real de variável real f é diferenciável num conjunto A e é crescen-
te (respetivamente, decrescente) em sentido lato em A , então Ax å A, f '(x) ≥ 0
(respetivamente, Ax å A, f '(x) ≤ 0).

r Nulidade da derivada num extremo


Seja f uma função real de variável real cujo domínio contém um intervalo não
vazio I = ]a, b[ . Se f atinge um extremo relativo em x0 å I e se f é diferen-
ciável em x0 , então f '(x0) = 0 .
pp. 141 Observação: a derivada pode anular num ponto sem a função atingir um extre-
a 143 Teoremas
mo nesse ponto e pode existir um extremo num ponto sem que exista derivada
nesse ponto.

r Teorema de Lagrange
Dada uma função real de variável real f contínua no intervalo [a, b] , com
f (b) - f (a)
a < b , e diferenciável em ]a, b[ , existe c å ]a, b[ tal que f '(c) = .
b-a
Geometricamente, concluímos que existe um ponto no gráfico de f com abcissa
entre a e b em que a reta tangente é paralela à reta que passa nos pontos do
gráfico de f de abcissas a e b .
Seja f uma função real de variável real, contínua num intervalo I de extremo
esquerdo a e extremo direito b e diferenciável em ]a, b[ .
Aplicação da r se Ax å ]a, b[, f '(x) > 0 (respetivamente, Ax å ]a, b[, f '(x) < 0), então f
p. 143
derivada ao estudo é crescente (respetivamente, decrescente) em I .
da monotonia
da função r se Ax å ]a, b[, f '(x) ≥ 0 (respetivamente, Ax å ]a, b[, f '(x) ≤ 0), então f
é crescente em sentido lato (respetivamente, decrescente em sentido lato) em I .
r se Ax å ]a, b[, f '(x) = 0 , então f é constante em I .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 153


Exercícios propostos
239 Seja f a função definida por f(x) = x3 - x e 243 Seja f uma função cujo domínio é [- 2, 5] .
sejam A e B os pontos do gráfico de f de abcis- Se a taxa média de variação da função f no inter-
sas - 1 e 2. valo [- 2, 5] é positiva, qual das afirmações é, ne-
cessariamente, verdadeira?
Qual é o declive da reta AB ?
(A) A função f é crescente no intervalo [- 2, 5] .
(A) 1 (B) 2
(B) A taxa média de variação de f no intervalo
(C) 4 (D) 6
[1, 3] é positiva.
(C) f(- 2) * f(5) > 0
240 Seja f a função definida por f(x) = 2x - x2 e
x (D) f(5) > f(- 2)
seja g a função definida por g(x) = .
x-1
Determina a taxa média de variação de cada uma 244 Seja f (x) = "x . Determina um intervalo da
das funções, f e g , no intervalo [- 4, -2] .
forma [4, b] , em que a taxa média de variação de f
1
seja igual a .
5
241 Seja f a função definida por f (x) = 2x - x .
2

2 245 Determina e simplifica a expressão


a) Determina t.m.v.f, - 1, 2 .
f (1 + h) - f (1)
, sendo a função f definida por:
b) Escreve a equação reduzida da reta que passa h
nos pontos do gráfico de f de abcissas - 1 e 2. a) f(x) = 20 - 4x b) f(x) = 5x2
c) Indica um intervalo em que a t.m.v. da função 3
c) f(x) = x2 - 5x d) f (x) =
seja positiva e a função não seja crescente. 2-x

d) Determina uma expressão para t.m.v.f, a, a + h . 246 Num referencial o.n. do plano, a reta de equa-
ção y = 1 é tangente ao gráfico de f no ponto de
242 Na figura abaixo está representada parte do f (x) - f (3)
abcissa 3. Qual é o valor de lim ?
gráfico da função f . Os pontos A e B pertencem x"3 x-3
ao gráfico de f . (A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) 3

y
B 247 Na figura seguinte está representada parte do
?
gráfico da função h' , função derivada de uma função
A polinomial h , do 3.º grau. Sabe-se que h(2) = 1 .
3
y
f
h'
1
O 1 4 x

O 1 x
5
Sabe-se que t.m.v.f, 1, 4 = .
6
Qual é a ordenada do ponto B ?

(A) 4 (B) 4,5


Escreve a equação reduzida da reta tangente ao
(C) 5 (D) 5,5 gráfico de h no ponto de abcissa x = 2 .

154 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


248 Seja g uma função real de variável real. 253 Determina f '(- 2) e f(- 2) , sabendo que a
g(x) + 2 reta de equação y = -x + 3 é tangente ao gráfico de
Sabe-se que g(3) = - 2 e que lim = -1 .
x"3 x-3 f no ponto de abcissa - 2.
Qual é a equação reduzida da reta que, num refe-
rencial o.n. do plano, é tangente ao gráfico da fun-
254 Determina f '(a) , sabendo que, num referen-
ção g no ponto de abcissa 3?
cial o.n., a reta tangente ao gráfico de f no ponto
(A) y = - x + 3 de abcissa a tem inclinação igual a 120º.
(B) y = - x + 1
255 Um projétil é lançado verticalmente de baixo
(C) y = - 2x + 4
para cima.
(D) y = - 2x - 1
Admite que a sua altitude h (em metros), t segun-
dos após ter sido lançado, é dada pela expressão
249 Na figura seguinte estão representadas uma h(t) = 100t - 5t2 .
função g e uma reta r que é tangente ao gráfico Qual é a velocidade (em metros por segundo) do
de g no ponto de abcissa a . projétil, dois segundos após o lançamento?

y g (A) 80 (B) 130 (C) 170 (D) 230


5 in Exame Nacional, 12.° ano, 1998

3 r
256 Um ponto móvel desce uma rampa retilínea
com 15 metros de comprimento. Seja e(t) = 2t2 + t
O a 4 x a função que dá a distância, em metros, do móvel
ao ponto de partida, t segundos depois de iniciar
Qual é o valor de g'(a) ? a descida.
4 5 1 2 a) Determina a velocidade média na descida.
(A) (B) (C) (D)
5 4 2 3
b) Determina a velocidade inicial e a velocidade do
móvel ao chegar ao fim da rampa.
250 Determina:
Apresenta a velocidade em metros por segundo.
a) f '(- 1) , sendo f(x) = x5 ;

b) g'(0) , sendo g(x) = "2x + 1 .


257 Seja f a função definida por f(x) = x2 - x .
Caracteriza a função f ' .
251 A função g é derivável no ponto 3 e sabe-se
258 Considera a função f , de domínio R , definida
g(3 + h) - g(3)
que lim =2 . por f(x) = 3x - x2 .
h"0 h2 + 2h
Determina g'(3) . a) Seja h å R .
Mostra que f(x + h) - f(x) = 3h - 2xh - h2 .
252 Escreve a equação reduzida da reta tangente b) Mostra que f '(x) = 3 - 2x .
ao gráfico de cada uma das funções f que a seguir c) Escreve a equação reduzida da reta tangente ao
se definem, nos pontos indicados. gráfico de f no ponto de abcissa 2.
a) f(x) = x2 - 3x , no ponto de abcissa 2. d) Escreve a equação reduzida da reta tangente ao
2 gráfico de f que é paralela à reta de equação
b) f (x) = , no ponto de ordenada 2.
x+1 x-y=2.

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 155


259 A reta de equação y = 3x - 5 é tangente ao 263 Uma bola desce um plano inclinado com 210 me-
gráfico da função f , no ponto de abcissa 2. tros de comprimento, partindo do início da rampa.
Seja g a função definida por g(x) = 3x - 1 e seja A distância percorrida pela bola, em metros, t se-
h a função definida por h(x) = x + 1 . gundos depois de se iniciar o movimento, é dada
Qual das funções, g e h , não pode ser a função por d(t) = 2,5t2 + 4t .
derivada da função f ? Justifica a tua resposta. Calcula:

a) d(2) e d'(2) e interpreta cada um dos resulta-


260 Na figura ao lado
dos, no contexto da situação descrita;
está parte do gráfico de f y
b) a velocidade da bola no instante em que chegou
uma função f , de domí-
nio R , bem como parte 3
ao fim da rampa.
da reta tangente ao gráfi-
co de f no ponto de coor- 264 Seja f a função definida por f(x) = "3 x2 - 1 ,
denadas (0, 3) . O 3 x
representada graficamente no referencial o.n. da fi-
Qual das expressões seguintes para f'(x) é compa- gura seguinte.
tível com a informação dada?
y
(A) - x + 3 (B) - x + 1 r f
x x
(C) -3 (D) -1
2 2
60° a
O x
261 A

a) Sabe-se que, para uma certa função g , se tem


g'(1) = - 2 . A reta r é tangente ao gráfico de f no ponto A .
O que podes afirmar acerca da continuidade de
g no ponto 1? Justifica. a) Qual é o declive da reta r ?

b) Sabe-se que, para uma certa função g , se tem (A) - 1 (B) 1 (C) -"3 (D) "3
lim g(x) 0 g(1) .
x"1 b) Qual é o valor de a ?
O que podes afirmar acerca da derivabilidade
1 1 1
de g no ponto 1? Justifica. (A) - 1 (B) - (C) - (D) -
2 3 4
c) Sabe-se que uma certa função g é contínua no
ponto 1. 265 Seja Q(x) = 50x2 + 500x o número de quilo-
O que podes afirmar acerca da derivabilidade
gramas de fruta que um produtor está disposto a
de g no ponto 1? Justifica.
fornecer a um supermercado se este estiver disposto
a pagar x euros por quilograma.
262 Seja g a função derivada da função f .
a) Quantos quilogramas o produtor entrega a 25
Qual é a função derivada da função h definida por cêntimos por quilograma? E a 35 cêntimos por
h(x) = f(x) + 2 ? quilograma?

156 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


b) Qual é a taxa média de variação do número de 272 As retas r e s , representadas no referencial,
quilogramas para a variação de preço por qui-
são perpendiculares e são tangentes, nos pontos de
lograma de 20 a 30 cêntimos?
abcissa 3, respetivamente, aos gráficos de duas fun-
c) Qual é a taxa instântanea de variação de Q ções f e g .
para o preço de 40 cêntimos por quilograma?
y
E para 50 cêntimos por quilograma?
s
3
266 Seja g a função definida por g(x) = x3 + 2x .
1 r
Indica, justificando, o valor lógico da afirmação:
«Não existem retas tangentes ao gráfico da função g O 3 x
com declive negativo.»

267 Seja h a função definida por: Determina (f * g)'(3) .

h(x) = x3 - 5x2 + 1
273 Determina uma expressão da função derivada
Mostra que as retas tangentes ao gráfico da função h
1 da função f , sendo:
nos pontos de abcissa e 3 são paralelas.
3
a) f(x) = x7
268 Determina as coordenadas dos pontos do grá-
b) f(x) = (x3 - 2x + 1)7
x 3
fico da função f definida por f (x) = + 2x2 em 3
2 2x4 - (4x - 1)
que a reta tangente é paralela ao eixo Ox . c) f (x) =
3

269 Seja f a função definida por f(x) = ax3 + bx + c d) f(x) = (2x + 1)(1 - x)3

(a , b e c são parâmetros reais).


e) f (x) = x"6x
Determina a , b e c , sabendo que:
r o gráfico de f interseta o eixo das ordenadas no "5x + 5"x
f) f (x) =
ponto de ordenada 1; "p
r a reta de equação y = 2x - 2 é tangente ao grá-
fico de f no ponto de abcissa - 1. 274 Seja f uma função diferenciável em R . A reta
de equação y = 3x - 1 é tangente ao gráfico de f
270 Seja r a reta tangente ao gráfico da função f
no ponto de abcissa 1. Se a função g é definida por
2 1
definida por f (x) = x no ponto de abcissa - 1. g(x) = , qual é o valor de g'(1) ?
f (x)
Qual dos pontos pertence à reta r ? 3
(A) 0 (B) -
4
(A) A(1, - 6) (B) B(2, - 6)
1 1
(C) C(1, - 2) (D) D(2, - 2) (C) (D)
3 2

271 Seja "x 275 Acerca de uma função f , sabe-se que f(1) = - 2
f a função definida por f (x) = .
3 e que f '(1) = 3 . Sejam h e j as funções definidas,
Determina as coordenadas do ponto do gráfico de f
respetivamente, por h(x) = [f(x)]3 e j(x) = [f(x)]4 .
em que a reta tangente é paralela à reta de equação
x - 3y = 2 . Determina h'(1) e j'(1) .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 157


276 No gráfico ao lado 280 No referencial o.n. seguinte está representada
y f
estão parcialmente repre- parte do gráfico da função f que pode ser definida
sentados os gráficos da ax + b
por uma expressão do tipo f (x) = , em que
função f e da reta tan- 3
x+c
a , b , c e d são números reais.
gente ao gráfico de f no
ponto de abcissa 2. 1

2 y
Calcula (f 4)'(2) . O 2 x

3
277 Sejam f e g duas funções diferenciáveis em R
O 2 x
e seja k um número real. Prova que, se f - g = k ,
então f ' = g' .

Define analiticamente a função f , sabendo que o


278 Seja f a função, de domínio R , definida por
declive da reta tangente ao gráfico de f no ponto
f(x) = x3 + 1 . 1
de abcissa - 1 é igual a .
3
Seja g a função cujo gráfico é a reta representada
no referencial.
281 Seja g a função derivável, de domínio R e
y
g contradomínio R+ , representada graficamente e
x 1
seja f = g .
O

y
Seja h = f + g . g

O gráfico da função h' é uma parábola de equação


y = ax2 + c .
O 1 x
Qual das afirmações é verdadeira?

(A) a > 0 e c > 0 (B) a < 0 e c < 0


A reta de equação y = 2 é tangente ao gráfico de g
(C) a > 0 e c < 0 (D) a < 0 e c > 0 no ponto de abcissa 1.
Mostra que (g + f )'(1) = 0 .
279 Seja g a função, de domínio R \ {0} , definida
3 - 2x
por g(x) = x e seja f a função representada 282 No referencial o.n. seguinte está representada
no referencial seguinte. parte do gráfico da função quadrática f .
y
r
y
f
2 f
1
O x

O a x

A reta r é tangente ao gráfico de f no ponto de Define analiticamente a função f , sabendo que a


abcissa a . reta tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa
Determina a , sabendo que (f - g)'(a) = 2 . - 2 é a reta de equação y = - 3x - 1 .

158 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


283 Sejam a e b números reais, com a 0 0 , e seja 287 Seja f ' a função derivada da função f , de
f a função definida por f(x) = ax3 + 6x + b . domínio R e derivável em R \ {2} .
Sabe-se que a função atinge um extremo igual a 3 Na tabela seguinte apresenta-se a variação de sinal
quando x = - 1 . Determina a e b . da função f ' .

284 Seja g a função definida por g(x) = 2x3 - x e x -∞ -1 2 +∞


sejam A e B os pontos do gráfico de g de abcissas f' - 0 + n.d. -
- 1 e 2, respetivamente. Determina as coordenadas do
ponto C que tem abcissa entre - 1 e 2 e é tal que a Em qual das opções pode estar representada a fun-
reta tangente ao gráfico de f no ponto C é paralela ção f ?
à reta AB . (A) (B)

y y
285 Um ponto P move-se numa reta de tal forma
1 1
que, em cada instante t (em segundos), a posição x
O 1 x O 1
de P em relação à origem O é dada por:
p(t) = t2 - 19t + 60
Determina o instante, entre os instantes 6 e 10, em (C) (D)
que a velocidade do ponto é igual à sua velocidade y y
média no intervalo [6, 10] .

286 Em cada um dos referenciais seguintes está re- 1 1

presentado o gráfico da função derivada de uma O 1 x O 1 x

função f . Indica os intervalos de monotonia da


função f (os intervalos em que f é crescente e os
intervalos em que f é decrescente). 288 Determina os intervalos de monotonia de cada

a) f ' é uma função quadrática. uma das funções que a seguir se definem e identifi-
ca os extremos relativos e absolutos, caso existam.
y
f'
a) f(x) = x3 - 2x
O 3 x
b) g(x) = (2x - x2)x

x2 + 2
b) f ' tem domínio R e é decrescente. c) h(x) =
x
y

f' 289 Considera a função quadrática f , represen-


tada graficamente.
O 2 x y
f

c) f ' é uma função quadrática.

y –2 O 2 x
f'

Determina o conjunto-solução da condição


O 2 x
f(x) * f '(x) ≥ 0 .

Capítulo 2 | Derivadas de funções reais de variável real e aplicações 159


290 A altura que a água atinge num depósito t a) Determina o volume do cilindro inscrito no
cone, como se mostra na figura, que tem 3 cm de
horas depois das 7 horas da manhã é dada, em me-
raio.
tros, ao longo de 8 horas, pela função h definida
t3 4t2 b) Determina o diâmetro do cilindro de maior vo-
por h(t) = - + 3t .
15 5 lume que se pode inscrever, como se mostra na
a) Qual é a altura média da água no depósito ao figura, e calcula esse volume máximo.
longo das oito horas? Apresenta o resultado em
metros, arredondado ao centímetro. 293 Uma empresa de refrige-
b) Sem recorrer à calculadora, determina entre que rantes pretende lançar no mer-

SUPER
horas do dia a altura da água no depósito está cado embalagens de sumo de Fresco
e
%
a diminuir. fruta com capacidade de três li-
natural
100 o
su m
tros. Por questões de marketing, de
c) Admitindo que o depósito tem a forma de um a
cilindro e que o raio da base é 1 metro, determi-
as embalagens deverão ter a for- pêr
ma de um prisma quadrangular
na quantos litros de água contém o depósito às
regular.
10 horas da manhã. Apresenta o resultado arre-
dondado às unidades.
a) Sendo x o comprimento da aresta da base, em
decímetros, exprime a altura da embalagem em
291 Pretende-se construir uma caixa aberta, a partir função de x e mostra que a área da superfície
de uma folha de cartolina de 30 cm por 16 cm, cor- da embalagem pode ser dada por:
tando quatro quadrados iguais nos cantos e do- 2x3 + 12
A(x) = x
brando pelo tracejado a azul.
Nota: recorda que 1 litro = 1 dm3 .

b) Sem recorrer à calculadora, determina o valor


de x para o qual a área da superfície da embala-
gem é mínima.
Apresenta o resultado em dm, com aproxima-
ção às centésimas.
Adaptado de Exame Nacional, 12.° ano

Qual deve ser o lado dos quadrados a retirar, de


modo a obter a caixa de maior capacidade possível? 294 A fita que embrulha uma caixa com a forma
Resolve o problema por processos analíticos e de paralelepípedo mede 31,5 centímetros e o com-
apresenta o resultado em centímetros, arredondado primento da base da caixa é o dobro da largura.
às décimas.

292 A figura representa um cilindro inscrito num


cone com 12 cm de diâmetro e 10 cm de altura.
2x

d 10 Mostra que o volume da caixa pode ser dado em


x2(63 - 12x)
função de x por V(x) = e determina
4
12 as dimensões da caixa que tem maior volume.

160 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


+Exercícios propostos Resolução
Exercícios de
«+ Exercícios
Itens de escolha múltipla propostos» – Tema 4

Limites de funções reais de variável real, assíntotas e funções racionais

295 No referencial ao lado está representada parte de uma hipérbole y

que é o gráfico da função g .


As retas de equações x = 1 e y = 0 são as assíntotas da hipérbole.
Sabe-se que lim (g(un)) = - ∞ . O g x

Qual das expressões seguintes para o termo geral de (un) é compatí-


vel com a informação dada?
1 1 1
(A) - n (B) 1 - n (C) 1 - n (D) 1 + n

296 Qual é o valor de x+3


lim - ?
x"2 4 - x2
(A) - ∞ (B) - 1 (C) 0 (D) + ∞

297 Qual é o valor de lim x - 1 ?


4

x"12
x -1
(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) + ∞

298 Seja k um número real não negativo. Considera a função real de variável real g definida por:

x2 - 4x
se x 0 4
g(x) = | x - 4
"k se x = 4
Que valor deve tomar k , para que g seja uma função contínua?
(A) 0 (B) 2 (C) 4 (D) 16

299 Considera a função g , de domínio [- 2, 5] \ {a, b} represen- y g


tada graficamente ao lado.
A função g é descontínua em que ponto(s)?
(A) a (B) a e b
–2 O a b c 5 x
(C) a e c (D) c

300 Na figura está representada parte do gráfico da função f ,


y
de domínio R+ . A reta r é assíntota ao gráfico de f . 2 r
f (x)
a) Qual é o valor de lim ?
x " +∞ x f
1
(A) (B) 2
2 O 4 x
1
(C) - (D) - 2
2

Tema 4 | Funções Reais de Variável Real 161


b) Qual das afirmações é verdadeira?

lim cf (x) - lim cf (x) +


x x
(A) - 2d = 0 (B) - 2d = 0
x " +∞ 2 x " +∞ 2

lim cf (x) - lim cf (x) +


x x
(C) + 2d = 0 (D) + 2d = 0
x " +∞ 2 x " +∞ 2

Derivadas

301 Seja f uma função diferenciável. Sabe-se que x3 - x


lim =3 .
x " -1 f (x) - f (-1)
Qual é o valor de f '(- 1) ?
2 3
(A) 0 (B) (C) 1 (D)
3 2

302 A reta t é tangente ao gráfico da função g no ponto de abcissa 1.

Sabe-se que g(1) = 2 e g'(1) = - 2 .


Qual das equações seguintes define a reta t ?
(A) y = - 2x + 2 (B) y = 2x - 2 (C) y = - 2x + 4 (D) y = 2x - 4

303 No referencial o.n. da figura ao lado estão representadas:


y
r parte do gráfico da função f ; f
r
r a reta r , tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa - 2.
Qual é o valor de f '(- 2) ? 2

1 1
(A) (B) –4 –2 O x
4 2
(C) 1 (D) 2

304 Se f (x) = "x , qual é o valor de lim f (2 + h) - f (2) ?


h"0 h
"2
(A) 0 (B) "2 (C) (D) + ∞
4

305 A reta de equação y = x + 2 é tangente ao gráfico da função f no ponto de abcissa 1. Seja g a


função definida por g(x) = f(x) + 2x .
Qual é a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de g no ponto de abcissa 1?
(A) y = 3x + 2 (B) y = 3x + 4 (C) y = x + 2 (D) y = x + 4

306 Considera as funções f e g deriváveis em R e representadas graficamente.


r y
As retas r e s são tangentes, respetivamente, ao gráfico de f e ao gráfico de g
nos pontos desses gráficos de abcissa 0. 2 f
Então (f * g)'(0) é igual a:
(A) - 1 (B) 0 s –1 O 2 x
1
(C) (D) 1
2 g

162 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


307 No referencial da figura ao lado está o gráfico da função f'
y
(função derivada de f ). f'

Qual das afirmações, relativas à função f , é verdadeira?

(A) f(4) < f(1) (B) f(4) < f(3)


O 6x
(C) f(4) > f(5) (D) f(4) > f(2)

Itens de construção
Limites de funções reais de variável real

308 No referencial ao lado está representada parte da hipérbole


y
2x - 1
que é o gráfico da função f definida por f (x) = .
x-1 f
a) Indica o valor de: 2

a1) lim f (x) a2) lim f (x)


x " -∞ x " +∞
O 1 x
a3) lim f (x) a4) lim f (x)
x " 1- x " 1+

b) Recorrendo aos limites da alínea a) e aos teoremas sobre limites, determina:

"f (x)
(2x - 1)x
b1)  lim - f f (x) + 3x g b2)  lim b3)  lim f f (x) g 3 b4)  lim
x"1 x " +∞ x-1 x " +∞ x " -∞

f (x)
b5)  lim + "f (x) b6)  lim
x-1
b7)  lim
x-1
b8)  lim -
x"1 x " -∞ 2x - 1 x " +∞ f (x) x"1 1-x
f (x) x2 f (x) 2x - 1
b9)  lim - b10) lim b11)  lim b12)  lim
x"1 2x x " -∞ f (x) x " -∞ x x " +∞ (x - 1)x

Assíntotas e funções racionais

309 Define analiticamente uma função racional não polinomial, cujo gráfico:

a) tenha o eixo Ox como assíntota horizontal;

b) tenha a reta de equação y = - 2 como assíntota horizontal;

c) não tenha assíntotas horizontais.

310 Considera a família de funções definidas por f (x) = x - x - 6 , a å R .


2

a x-a
Determina a , de modo que:

a) a reta de equação y = x + 5 seja assíntota ao gráfico de fa ;

b) o gráfico da função fa não tenha assíntotas verticais.

Tema 4 | Funções Reais de Variável Real 163


311 Seja f uma função de domínio R+ . Sabe-se que a reta de equação y = 2x - 1 é assíntota ao seu
3f (x) - 1
gráfico. Considera a função g de domínio R+ , definida por g(x) = x .

Mostra que existe uma assíntota horizontal ao gráfico de g e define-a por uma equação.

312 De uma função f , de domínio R+ , sabe-se que a reta de equação y = 2x + 3 é assíntota ao seu
gráfico. Considera a função h , de domínio R+ , definida por h(x) = xf(x) .
Mostra que não existem assíntotas não verticais ao gráfico de h .

313 Considera a função f definida por f(x) = 2 - x . Seja g função


y
polinomial de grau 3, representada graficamente no referencial o.n.
g
da figura ao lado.
g
a) Determina o domínio das funções f + g e .
f
–1 O 2 x
f
b) Indica o número de zeros das funções f - g e
g.
f
c) Resolve a condição a b(x) ≥ 0 .
g

314 Juntou-se ácido puro a 30 gramas de uma substância 30% ácida.


Seja x a quantidade, em gramas, de ácido puro adicionado.

a) Determina uma expressão que represente a concentração do


composto obtido em função da quantidade, em gramas, de ácido
adicionado.

b) Representa graficamente a função (no contexto da situação descri-


ta) e indica o seu contradomínio.

c) Qual é a quantidade de ácido puro que deve ser adicionada para


produzir uma solução 75% ácida?

d) Determina a taxa de variação da concentração em função de x .

Derivadas

315 Caracteriza a função derivada da função f definida por:

"x + 1
2

b) f(x) = a
x b
x2 + x 2x + 1
a) f (x) = c) f (x) =
3x + 2 x+1

316 O gráfico da função f é a reunião de duas semirretas com


y
a mesma origem, conforme se apresenta no referencial ao lado.
f
Caracteriza a função f ' . 1
x
O 1

164 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


317 Seja g uma função diferenciável em R e seja a å R . Qual é o valor de lim g(x) ? Justifica.
x"a

318 A reta de equação 8x + 8y + 1 = 0 é tangente ao gráfico da função f definida por f(x) = x - x .


2

2
Determina as coordenadas do ponto de tangência.

319 Seja g a função definida por g(x) = x3 + x2 - 4x + 1 .

Escreve equações das retas tangentes ao gráfico de g que são paralelas à bissetriz do 1.° quadrante.

320 Seja h a função definida por h(x) = 2x + 6x + 1 .


3 2

6
Mostra que nenhuma das retas tangentes ao gráfico de h tem 120º de inclinação.

Aplicação das derivadas

321 Seja f a função, de domínio R \ {0} , definida por f (x) = bx + a , a, b å R .


2

x
Determina os valores de a e b , sabendo que a função atinge um extremo para x = - 1 e o ponto
(- 1, 2) pertence ao gráfico de f .

1
322 Seja a um número real e seja f a função, de domínio R \ {- a} , definida por f (x) = x + .
x+a
Determina a de modo que o valor de x para o qual a função atinge um mínimo relativo seja igual
ao dobro do valor de x para o qual a função atinge um máximo relativo.

323 Determina uma expressão da derivada da função f , calcula os zeros da derivada e determina os
intervalos de monotonia da função e extremos, caso existam, sendo:
2x - 3
a) f(x) = x3 - 3x2 - 24x + 1 b) f (x) =
x-1 Animação
3 Resolução do
d) f (x) = a b
x +1
2
2x
c) f (x) = exercício 323 c)
x+2 x+2

324 Desenha um retângulo. Sobre dois lados opostos do retângulo constrói dois triângulos equiláte-
ros de modo a obteres um hexágono. Admite que o retângulo que desenhaste tem área 72.
a) Determina uma expressão que permita obter o perímetro do hexágono em função do compri-
mento x dos lados dos triângulos e indica o domínio da expressão, no contexto da situação descri-
ta.
b) Determina as dimensões do retângulo para o qual o perímetro do hexágono é o menor possível.

325 Decompõe um número positivo a em dois números tais que a soma dos seus cubos seja mínima.

326 Considera todos os retângulos que se podem inscrever numa circunferência com diâmetro
AC = 10 .
Determina qual desses retângulos tem área máxima.
in Caderno de Apoio, 11.° ano

Tema 4 | Funções Reais de Variável Real 165


327 Num livro em miniatura cada folha deve conter 18 cm2 de texto. O texto Animação
deve ocupar uma mancha retangular e as margens superior e inferior devem Resolução do
exercício 327
ser de 2 cm, enquanto as margens à esquerda e à direita devem ser de 1 cm.
10x + 2x2
a) Mostra que, se x for a altura da folha, a área da folha é dada por a(x) = .
x-4
b) Determina as dimensões das folhas do livro, para que o gasto em papel em cada folha seja o me-
nor possível. Apresenta as dimensões em cm.

328 Uma empresa quer produzir recipientes cilíndricos, sem tampa, com a capacidade de 1 litro e
pretende determinar as dimensões dos recipientes para os quais o material gasto na sua produção seja
mínimo (considerando desprezável a espessura do material).
a) Mostra que a área total da superfície de um recipiente, em dm2, em função do raio da base, r ,
2
pode ser dada por A(r) = pr2 + r .

b) Determina as dimensões do recipiente que minimizam o material gasto na sua produção. Apresenta
as dimensões em cm, arredondadas às décimas.

329 Uma pessoa está no barco A a 3 km do ponto B da praia, mais próximo de A , e tem de ir
a outro ponto C da praia, que está a 9 km de B .
B 9 km
D C
3 km

Se o barco se desloca à velocidade de 6 km/h e o tripulante pode correr à velocidade de 10 km/h,


como deve este proceder para chegar a C no mais curto tempo possível?

Globais

330 Considera a função f , de domínio R \ {1} , definida por f (x) = 2x - 1 e a função g , de domínio R ,
x-1
definida por g(x) = x + 2 .
Responde aos itens seguintes, recorrendo a processos analíticos.
a) Resolve a condição f(x) ≤ 4 e apresenta o conjunto-solução usando a notação de intervalos de
números reais.
1
b) Mostra que f (x) = 2 + e escreve equações das assíntotas ao gráfico de f .
x-1
c) Determina as coordenadas dos pontos de interseção do gráfico de f com os eixos coordenados.

d) Esboça o gráfico da função f .

e) Sem recorrer às expressões analíticas, explica como podes obter o gráfico da função g + f e o gráfico
da função f + g a partir do gráfico da função f .
f) Define analiticamente a função f + g .
5
g) Seja r(x) = . Determina (f - r)(x) e simplifica a expressão obtida.
2x2 + x - 3

166 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


2x - 1
h) Considera ainda a função f definida por f(x) = .
x-1
h1) Determina f '(2) .

h2) Seja s a reta tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa 2.


Escreve a equação reduzida da reta s .
h3) Calcula a área do triângulo determinado pela reta s e pelas assíntotas ao gráfico de f .

i) No referencial ao lado está parte do gráfico da função h = 0 f 0 . y


h
Considera as afirmações seguintes:
I. A função h é uma função contínua no seu domínio.
II. A função h é uma função derivável no seu domínio. 1
Uma destas afirmações é falsa. Qual? Justifica. O 1 x

331 Na figura estão representados dois reservatórios com três metros de altura cada.

3m
3m
h(t)
h(t)

Reservatório 1 Reservatório 2

Os dois reservatórios estão inicialmente cheios de água e, num certo instante, abre-se uma válvula
e os reservatórios começam a ser esvaziados.
Qualquer dos reservatórios fica vazio ao fim de quinze horas.
Admite que a altura, em metros, que a água atinge num dos reservatórios, x horas após este ter
começado a ser esvaziado, é dada por:
a
g(x) = b + , x å [0, 15] e a e b são constantes positivas
x - 20
a) Mostra que a = 20 e b = 4 .
Nos itens seguintes, considera a = 20 e b = 4 .
b) A altura, em metros, que a água atinge no outro reservatório, x horas após este ter começado
a ser esvaziado, é dada por:
20
g(x) = -1 + , x å [0, 15]
x+5
b1) Calcula, para cada uma das funções f e g , a taxa média de variação no intervalo [12, 15] e
interpreta os valores obtidos no contexto da situação descrita.
Se fizeres arredondamentos, conserva duas casas decimais.
b2) Tendo em consideração os resultados obtidos na alínea anterior, indica qual das funções cor-
responde ao reservatório 1. Explica o teu raciocínio.
c) Determina f(x) - g(x) .

d) Determina, por processos analíticos, o valor de x para o qual f(x) - g(x) toma o maior valor
possível.
Apresenta o resultado em horas e minutos. Interpreta o valor obtido no contexto da situação descrita.

Tema 4 | Funções Reais de Variável Real 167


332 Seja f a função, de domínio [1, 5] , definida por f (x) = "x - 1 .
y
Na figura ao lado está representado, em referencial ortonormado
xOy , o gráfico da função f . P
f
Considera que um ponto P se desloca ao longo do gráfico de f . Para
cada posição do ponto P , considera o retângulo em que um dos la- O 1 5 x
dos está contido no eixo Ox , outro na reta de equação x = 5 e os
outros dois nas retas vertical e horizontal que passam pelo ponto P .
Exprime a área do retângulo em função da abcissa de P e determina
a abcissa de P (aproximada às centésimas) para a qual a área do re-
tângulo é máxima.

333 Considera as funções f e g assim definidas:

1
r a função f tem domínio R \ {2} e f (x) = - ;
x-2
r a função g tem por gráfico, em referencial o.n. xOy , a reta r de equação y = x - 2 .

Usando exclusivamente métodos analíticos, resolve os itens seguintes.

a) Determina o conjunto-solução da condição (f + g)(x) ≤ 0 e representa-o usando a notação de


intervalos de números reais.

b) Escreve as equações reduzidas das retas tangentes ao gráfico de f que são paralelas à reta r .

c) Seja s a reta tangente ao gráfico da função f no ponto de abcissa - 1.


Determina a área do triângulo retângulo que tem um dos lados contido na reta s e cada um dos
outros lados contido numa das assíntotas ao gráfico da função f .

d) No referencial da figura ao lado estão representadas:


y
 r a curva c , que é parte do gráfico da restrição da função f ao interva-
A
lo ]- ∞, 2[ ;
c
 r parte da reta r .
O x
Considera um ponto A que se desloca sobre a curva c e seja B o pon- B

to da reta r que é tal que a reta AB é paralela ao eixo das ordenadas.


Seja x a abcissa do ponto A .
Determina o valor de x para o qual o segmento [AB] tem menor comprimento.

e) Em qual das opções seguintes está uma expressão que define a função f + g ?

1 1 1 x-2
(A) - (B) 2 - (C) (D)
x x 4-x 4
f) Em qual das opções seguintes está uma expressão que define a função inversa da função f ?

1 1
(A) 2 - (B) 2 + (C) x - 2 (D) 2 - x
x x

g) A reta r é tangente ao gráfico de uma determinada função h no ponto de abcissa 1. Qual das
seguintes expressões para h(x) é compatível com essa informação?

(A) x3 - x2 (B) x - x2 - 1 (C) x3 - x2 + 1 (D) x2 - x - 1

168 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


334 Considera as funções f e g , de domínio R , definidas por f(x) = x2 - x e g(x) = 0,5x2 + 2x - 0,5 .

a) Determina a taxa média de variação de f no intervalo de extremos 2 e 2 + h e obtém o valor


de f '(2) .

b) Escreve a equação reduzida da reta tangente ao gráfico de g no ponto de abcissa -3.

c) No referencial da figura ao lado estão parcialmente representados


y
os gráficos das funções f e g .
g f
A reta r é tangente ao gráfico da função f no ponto do gráfico de
abcissa a e é tangente ao gráfico da função g no ponto do gráfico
r
de abcissa b .
O x
Mostra que 2a - b = 3 .

d) Acerca de dois pontos A e B , sabe-se que:

r o ponto A pertence ao gráfico de f e o ponto B pertence ao gráfico de g ;


r a abcissa de A é igual à abcissa de B e é um número positivo;
r as retas tangentes ao gráficos de f e ao gráfico de g nos pontos A e B , respetivamente, são
perpendiculares.

Determina a abcissa dos dois pontos, A e B , arredondada às centésimas.

f(x + 2) 2x + 2
e) Mostra que = .
g(x) + 2,5 x + 2
f) Qual é o valor de (f + g)(-1) ?

(A) 0 (B) 2

(C) 4 (D) 6

g) Qual é o domínio da função h definida por "f ?

(A) [0, +∞[ (B) [1, +∞[

(C) [0, 1] (D) ]-∞, 0] ∂ [1, +∞[

f (x)
h) Seja j(x) = . Qual é a expressão que define a função derivada de j ?
x2
1 1
(A) (B) -
x2 x2
2x - 1 x-1
(C) (D)
2x x

i) Considera, num referencial o.n. xOy , o gráfico da função f . Sejam C e D os pontos do gráfico
da função f de abcissas - 1 e 1, respetivamente. Qual é, em graus, a inclinação da reta CD ?

(A) - 45º (B) 45º

(C) 120º (D) 135º

Tema 4 | Funções Reais de Variável Real 169


335 Pretende-se vedar, num jardim, uma zona com a forma de retângulo, com largura x (em metros)
e comprimento y (em metros). No interior do retângulo vai construir-se um canteiro, também retan-
gular, com 2 metros quadrados de área, tendo esse canteiro os lados paralelos aos do retângulo que
vai ser vedado.
O comprimento e a largura da zona a vedar devem ter, respetivamente, mais 2 metros e mais 1 metro do
que os lados correspondentes do canteiro.
2x2
a) Mostra que a área da zona a vedar é dada por a(x) = e determina os valores que x pode
x-1
tomar, no contexto da situação descrita.
b) O proprietário vai vedar o retângulo que tem menor área e satisfaz as condições descritas.
Quantos metros de rede vai gastar?
c) Se o proprietário pretendesse gastar o menor número possível de metros de rede na vedação do
terreno, será que faria a mesma opção?
k
d) Sejam f e a as funções, de domínio R \ {1} , definidas, respetivamente, por f (x) = e
x-1
2x2
a(x) = .
x-1
Determina os valores de k para os quais:
d1) lim f f (x) + a(x)g é um número real e determina o limite correspondente;
x"1

d2) a reta de equação y = 2x - 3 é assíntota ao gráfico da função h definida por h(x) = a(x) + xf(x) .

«Os seis mais»


ax + b a b
* 336 Considera a família de funções definidas por f(x) =
cx + d
com a, b, c, d å R \ {0} e c 0 .
d
Sejam A e B os pontos em que o gráfico de f interseta os eixos coordenados.
a) Mostra que a reta AB passa no centro de simetria do gráfico de f se e só se bc = 2ad .

b) Determina k de modo que a reta AB passe no centro de simetria do gráfico da função f definida
k
por f(x) = -1 + .
3x + 2

* 337 De uma função g , de domínio ]0, + ∞[ , sabe-se que:


r não tem zeros;
r a reta de equação y = x + 2 é assíntota do seu gráfico;
x2
Seja h a função de domínio ]0, + ∞[ definida por h(x) = .
g(x)
Prova que a reta de equação y = x - 2 é assíntota do gráfico de h .
in Teste Intermédio, 12.º ano, 2006

x2 + ax + 3
* 338 Para determinados valores de a e de b , a função g definida por g(x) = 2
x + bx + 5
tem como
extremos g(2) e g(3) .
Determina esses valores de a e b e obtém o contradomínio da função correspondente.

170 Tema 4 | Funções Reais de Variável Real


k
* 339 Considera a família de funções, de domínio R \ {0} , definidas, para k > 0 , por f(x) = x .

Num referencial o.n. de origem O , seja P um ponto do gráfico de uma função desta família, situa-
do no 1.° quadrante. Sejam A e B os pontos em que a reta tangente ao gráfico dessa função, no
ponto P , interseta os eixos coordenados.
Mostra que a área do triângulo [AOB] não depende da abcissa do ponto P e exprime a área do
triângulo em função de k .
Recorrendo às conclusões que obtiveste, escreve uma expressão que represen- y A
te a área do triângulo [ACB] representado no referencial da figura ao lado,
P
k g
sabendo que a função g é definida por g(x) = b + x - c e que a reta AB
é tangente ao gráfico de g no ponto P . C B

O x

* 340 Considera todos os pares círculo/quadrado tais que a soma dos perímetros do círculo e do qua-
drado é k . Mostra que a área total das duas figuras é mínima quando o diâmetro da circunferência
é igual ao lado do quadrado.

* 341 Numa folha de cartolina desenhou-se uma circunferência com 1 dm de


raio. Considera, nessa circunferência, um arco de amplitude a radianos e
considera o cone determinado pela superfície cónica que se pode construir
com o setor circular correspondente a esse arco. ␣ r = 1 dm

a) Determina o valor de a para o qual o referido cone tem o maior volume


possível. Apresenta a resposta arredondada às centésimas.
Na resolução deste item percorre as seguintes etapas:
r determina o comprimento do arco de amplitude a ;
r designa por r o raio do cone e exprime r em função de a ;
r determina a área da base do cone em função de a ;
r relaciona a altura do cone com o raio da circunferência inicial e com o raio da base do cone
e exprime-a em função de a ;
"4p2 - a2 ;
a2
r mostra que o volume do cone é dado, em função de a , por v(a) = 2
24p
r determina, por via analítica, o valor de a que maximiza a função v .

b) Supõe, agora, que também se constrói uma superfície cónica com o setor que corresponde ao arco
de amplitude 2p - a .

b1) Seja A a função que a cada valor de a faz corresponder a soma das áreas laterais das duas
superfícies.
Tem-se que: Aa å g 0, 2p f , A'(a) = 0 . Justifica.

b2) Seja S a função que a cada valor de a faz corresponder a soma dos volumes dos dois cones.
Mostra que a função atinge um mínimo relativo quando os dois cones são iguais.

Tema 4 | Funções Reais de Variável Real 171


5
Tema

Estatística
Este tema está organizado em:

1. Reta de mínimos quadrados, amostras


bivariadas e coeficiente de correlação
5 + 5 | Teste 1
Síntese
Exercícios Propostos
1. Reta de mínimos quadrados,
amostras bivariadas
e coeficiente de correlação

Relação funcional e relação estatística.


Resolução
Exercícios de «Reta de Regressão
mínimos quadrados,
amostras bivariadas
A fórmula e = 4,9 t2 relaciona a variável e (espaço, em metros, percorrido por
e coeficiente de
correlação» um corpo em queda livre, no vácuo) com a variável t (tempo, em segundos,
decorrido desde o instante em que o corpo inicia o movimento). Esta fórmula
permite calcular exatamente o espaço percorrido por um corpo em queda livre,
no vácuo, ao fim de, por exemplo, 2 segundos. Diz-se que entre as variáveis e e
t existe uma relação funcional.
1 Indica, para cada uma das Consideremos agora a relação entre as classificações dos alunos de uma turma
relações a seguir apresentadas, a Matemática e a Português. Mesmo admitindo que, como geralmente acontece,
se é uma relação estatística ou os melhores alunos numa disciplina são melhores na outra, não é contudo pos-
se é uma relação funcional.
sível estabelecer uma fórmula que permita calcular exatamente a nota a Portu-
a) Relação entre o peso e a altu-
guês de um aluno que tenha tido, por exemplo, 14 a Matemática. Diz-se que
ra das alunas de uma escola.
entre estas duas variáveis (classificações dos alunos a Matemática e classifica-
b) Relação entre a temperatura
ções dos alunos a Português) existe uma relação estatística.
a que uma barra de metal é
aquecida e o comprimento Vejamos outro exemplo. Em geral, num campeonato de futebol, quanto mais
alcançado. golos uma equipa marca, mais pontos consegue. Contudo, não é possível estabe-
c) Relação entre o índice de lecer uma fórmula que relacione o número de golos marcados com o número de
mortalidade infantil e o nú- pontos obtidos. Trata-se de mais um exemplo de uma relação estatística entre
mero de médicos por mil ha-
bitantes (no conjunto dos duas variáveis.
países do mundo). Quando existe uma relação estatística entre duas variáveis, é muitas vezes con-
d) Relação entre a idade e a altu- veniente estabelecer uma relação funcional entre essas mesmas variáveis, que
ra das crianças com menos de traduza aproximadamente a relação estatística existente entre elas. Tal permite,
12 anos de uma povoação.
por exemplo, estimar o valor de uma variável, conhecido o valor da outra. Dá-se
e) Relação entre o consumo de o nome de regressão à determinação de uma relação funcional que seja uma
água e o preço pago por esse
aproximação de uma relação estatística. Quando a relação funcional que se pro-
consumo, na localidade onde
vives. cura estabelecer assume a forma de uma função afim (cujo gráfico é, como sabe-
mos, uma reta), diz-se que a regressão é linear. É dela que nos vamos ocupar.

Variável explicativa e variável resposta


Suponhamos que se pretende estudar a relação entre o PNB (produto nacional
bruto) per capita e o consumo de energia por habitante, em diversos países do
mundo. Espera-se que, em regra, quanto maior for o PNB per capita, maior seja
o consumo de energia por habitante (como as pessoas têm mais dinheiro para
gastar, consomem mais energia).
Podemos assim dizer que o consumo de energia por habitante depende do PNB
per capita. Também podemos dizer que um maior ou menor consumo de energia
por habitante é explicado por um maior ou menor PNB per capita.

174 Tema 5 | Estatística


É então natural assumir que, neste estudo,
r o PNB per capita é a variável independente, também designada por variável
explicativa;
r o consumo de energia por habitante é a variável dependente, também designada
por variável resposta.

Vejamos mais alguns exemplos:


Num estudo relativo a um campeonato de futebol, visando relacionar o número
de golos marcados por uma equipa com o número de pontos obtidos por essa
equipa, é natural tomar para variável independente, ou explicativa, o número de
golos marcados, e para variável dependente, ou resposta, o número de pontos
obtidos. De facto, espera-se que o número de pontos obtidos dependa do núme-
ro de golos marcados.
Num estudo relativo a explorações agrícolas, visando relacionar a quantidade
de adubo aplicado com o lucro anual, é natural tomar para variável independente,
ou explicativa, a quantidade de adubo aplicado, e para variável dependente, ou
resposta, o lucro anual. De facto, espera-se que o lucro dependa da quantidade de
adubo aplicado. 2 Indica, para cada uma das
Já num estudo visando relacionar o comprimento e a largura das folhas de uma relações estatísticas a seguir
apresentadas, qual deve ser a
árvore, não há razões para tomar uma das variáveis para variável independente
variável explicativa e qual deve
e a outra para variável dependente. É indiferente. ser a variável resposta.
a) Relação entre o número de
anos de escolaridade e o nú-
Amostra de dados bivariados mero médio de livros lidos
por ano (no conjunto dos
portugueses adultos).
Na tabela seguinte apresentam-se as classificações obtidas por dez alunos a
Matemática, no fim do 12.° ano (classificação interna) e no exame nacional. b) Relação entre o tempo do
percurso casa-escola e a dis-
tância de casa à escola (no
Aluno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
conjunto dos alunos de uma
Class. interna (x) 12 13 19 16 11 18 13 15 14 17 povoação que, num determi-
nado dia, foram a pé para a
Class. exame (y) 9 12 18 14 7 17 14 15 13 14 sua escola).
c) Para cada local da Terra, re-
Podemos associar a esta tabela a seguinte sequência de pares ordenados: lação entre a sua latitude e a

1(12, 9), (13, 12), (19, 18), (16, 14), (11, 7), (18, 17), (13, 14), (15, 15), (14, 13),
temperatura máxima atingi-
da, num determinado dia,
(17, 14)2 nesse local.

Esta sequência de pares ordenados é um exemplo de uma amostra de dados bi-


variados.
De um modo geral, tem-se: Calculadoras gráficas
Casio fx-CG 20 ...... pág. 202
Consideremos duas variáveis estatísticas quantitativas x e y , em determinada TI-84 C SE / CE-T .... pág. 205
população, e uma amostra de dimensão n dessa população, cujos elementos TI-Nspire CX .......... pág. 208
estão numerados de 1 a n . Sejam xi e yi , respetivamente, os valores das
variáveis x e y no i-ésimo elemento da amostra.
À sequência 1(x1, y1), (x2, y2), ..., (xn, yn)2 , que se representa por (x,' y) , dá-
-se o nome de amostra bivariada das variáveis estatísticas x e y , ou, mais Mais sugestões de trabalho
simplesmente, amostra de dados bivariados (quantitativos). Exercícios propostos n.os 10 e 11
Diz-se que n é a dimensão da amostra bivariada. (pág. 194).

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 175


Representação gráfica de uma amostra
de dados bivariados

Calculadoras gráficas Consideremos novamente a amostra de dados bi-


Casio fx-CG 20 ...... pág. 202 variados:
1(12, 9), (13, 12), (19, 18), (16, 14), (11, 7), (18, 17),
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 205

(13, 14), (15, 15), (14, 13), (17, 14)2


TI-Nspire CX .......... pág. 208

relativa às classificações, interna e de exame, ob-


tidas por um conjunto de dez alunos do 12.° ano,
3 Na tabela seguinte estão as na disciplina de Matemática.
classificações obtidas por um
conjunto de alunos de uma tur-
ma a Matemática e a Física e
Química, no final de um certo
período. Podemos representá-la graficamente do seguinte modo:
Mat FQ
y
13 12
10 10
8 8 15
16 14
12 13
11 10
13 11 10
17 16
14 14
15 13
9 8 5
12 11
10 9

Representa graficamente esta


amostra.
O x
5 10 15

A esta representação gráfica dá-se o nome de nuvem de pontos. De um modo


geral, tem-se:

Fixado um referencial ortogonal num plano e dada uma amostra de dados


bivariados quantitativos 1(x1, y1), (x2, y2), ..., (xn, yn)2 , dá-se o nome de nuvem
de pontos ao conjunto de pontos 5 P1(x1, y1), P2(x2, y2), ..., Pn(xn, yn) 6 .

Reta de mínimos quadrados


Observando a nuvem de pontos representada acima, constatamos que os pontos
estão mais ou menos alinhados. Esta constatação é ainda mais evidente se tra-
çarmos uma reta que se ajuste a esta nuvem de pontos.

176 Tema 5 | Estatística


y 4 Traça uma reta que te pareça
ajustada à nuvem de pontos
que representaste na resposta
ao exercício 3.
15

Calculadoras gráficas
Casio fx-CG 20 ...... pág. 202
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 205
10
TI-Nspire CX .......... pág. 208

O x
5 10 15

A equação reduzida desta reta estabelece uma relação funcional entre as duas
variáveis, que traduz aproximadamente a relação estatística existente entre elas.

De um modo geral, quando, perante uma nuvem de pontos, se constata que os


pontos estão mais ou menos alinhados, faz sentido tentar encontrar uma reta
que se ajuste o melhor possível a essa nuvem de pontos, com o objetivo de esta-
belecer uma relação funcional entre as variáveis em estudo, que seja uma apro-
ximação da relação estatística existente entre essas variáveis.

Coloca-se agora uma questão: o que é que se deverá entender por «reta que se
ajusta o melhor possível a uma nuvem de pontos»? Como medir o ajustamento
de uma reta relativamente a uma nuvem de pontos? Tal pode ser feito de diversos
modos. O mais comum é o que se vai descrever a seguir.

Comecemos por apresentar uma definição.

Fixado um referencial ortogonal num plano, dado um ponto P(x1, y1) e dada
uma reta t de equação y = ax + b , dá-se o nome de desvio vertical do ponto P
em relação à reta t à diferença y1 - (ax1 + b) .

O desvio vertical de um ponto P em


y
relação a uma reta t pode ser:

r positivo (se o ponto estiver acima da y1 P


reta, como exemplificado na figura); +b
Desvio ax
vertical y=
r negativo (se o ponto estiver abaixo da
reta); ax1+ b

r zero (se o ponto pertencer à reta).


t
O x1 x

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 177


Notação
Fixado um referencial ortogonal num plano, consideremos uma reta t e uma
sequência de pontos 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), ... , Pn(xn, yn)2 .
O desvio vertical do ponto Pi em relação à reta t é representado habitualmen-
te por ei .
Assim, ei = yi - (axi + b) .

Exercício resolvido
Considera, em referencial o.n. xOy , a reta t de equação y = 2x - 1 e os
pontos P1(1, 4) , P2(3, 3) e P3(4, 7) .
Representa a reta t e os pontos P1 , P2 e P3 e calcula o desvio vertical
de cada ponto em relação à reta t .
Resolução y t
Seja ei o desvio vertical do ponto Pi em relação
à reta t . P3
Tem-se:
5 Considera, em referencial e1 = 4 - (2 * 1 - 1) = 4 - 1 = 3 P1 -2
o.n. xOy , a reta t de equação
1 e2 = 3 - (2 * 3 - 1) = 3 - 5 = - 2
y = x + 3 e os pontos P1(2, 4) , P2
2 3
e3 = 7 - (2 * 4 - 1) = 7 - 7 = 0
P2(4, 6) e P3(6, 4) .
1
Representa a reta t e os pon-
tos P1 , P2 e P3 e calcula O 1
x
o desvio vertical de cada ponto
em relação à reta t .

Consideremos agora uma nuvem de pontos relativamente à qual se pretende


ajustar uma reta.
Se os pontos estiverem perfeitamente alinhados, existe uma reta que passa por
eles. O desvio vertical de cada ponto em relação a essa reta é igual a zero. Esta
é a situação ideal.
O que se pretende é uma situação tão próxima da ideal quanto possível, ou seja,
o que se pretende é que os desvios verticais sejam globalmente tão próximos de
zero quanto possível.
Na figura seguinte está representada uma nuvem de pontos e estão desenhadas
três retas, r , s e t .
y t
s

Mais sugestões de trabalho


Exercício proposto n.o 12
(pág. 194). O x

178 Tema 5 | Estatística


Os desvios verticais destes pontos em relação à reta r são todos positivos e em
relação à reta t são todos negativos. Já em relação à reta s , existem desvios
positivos, desvios negativos e desvios nulos. Destas três retas, a que melhor se
ajusta à nuvem de pontos é a reta s .
Tal como a situação que acabámos de examinar ilustra, é importante que existam
desvios positivos e desvios negativos, de tal forma que uns compensem os outros.
Uma forma de garantir isso é impor que a soma dos desvios seja igual a zero.
Tem-se a seguinte propriedade:

Consideremos, num plano onde se fixou um referencial ortogonal, uma se-


quência de pontos 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), ..., Pn(xn, yn)2 e uma reta t de equa-
ção y = ax + b .
Seja ei o desvio vertical do ponto Pi em relação à reta t , seja x a média de
(x1, x2, ..., xn) e seja y a média de (y1, y2, ..., yn) . Tem-se, então, que:
n

a ei = 0 § y = ax + b
i=1

Nota
Ao ponto de coordenadas (x, y) dá-se o nome de centro de gravidade da nuvem
de pontos. Simulador
Geogebra: Diagrama
Portanto, o que esta propriedade afirma é que a soma dos desvios verticais dos de dispersão e centro
pontos de uma nuvem em relação a uma reta é igual a zero se e só se a reta pas- de gravidade
sar pelo centro de gravidade da nuvem.

Vamos provar a propriedade. 6 Considera a nuvem de pon-


n n
tos:
A = 5 P1(2, 3), P2(4, 6), P3(6, 7),
a ei = 0 § a f yi - (axi + b)g = 0 §
i=1 i=1

P4(8, 8) 6
n n

§ a yi - a (axi + b) = 0 §
i=1 i=1 a) Determina o centro de gra-
n n n n
1 1 vidade C da nuvem A .
§ a yi = a (axi + b) § n a yi = n a (axi + b) §
i=1 i=1 i=1 i=1 b) Verifica que a reta r , de
n n n equação y = x + 1 , passa
§ y = n c a (axi) + a bd § y = n aa a xi + n bb §
1 1 no centro de gravidade da
i=1 i=1 i=1
nuvem A .
n
1 1 c) Determina os desvios verti-
§ y = a n a xi + n n b § y = ax + b
i=1 cais dos pontos da nuvem
relativamente à reta r .
Consideremos agora a seguinte nuvem de pontos:
N = 5 P1(2, 2), P2(4, 3), P3(6, 6), P4(8, 7), P5(10, 7) 6
d) Confirma que a soma dos
desvios é igual a zero.

y P4 P5
P3

P2
P1
Calculadoras gráficas
1 Casio fx-CG 20 ...... pág. 202
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 205
O 1 x TI-Nspire CX .......... pág. 208

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 179


Calculemos o centro de gravidade desta nuvem de pontos.
Tem-se:
2 + 4 + 6 + 8 + 10 2+3+6+7+7
x= =6 y= =5
5 5
O centro de gravidade é o ponto C(6, 5) .

y P4 P5
P3

C
P2
P1

O 1 x

Coloquemos agora a seguinte questão: de todas as retas que passam pelo centro
de gravidade, qual será a que melhor se ajusta a esta nuvem de pontos?
Precisamos, antes de mais, de estabelecer um critério que permita dizer que uma
reta está mais ajustada a uma nuvem do que outra.
O critério que vamos utilizar tem por base a soma dos quadrados dos desvios.
Quanto menor for esta soma, melhor é o ajustamento.
Por exemplo: sejam r e s as retas definidas pelas seguintes equações:
1
r : y= x+2 s : y=x-1
2
As duas retas passam pelo centro de gravidade da nuvem.

y
P4 P5
P3

P2
r
P1
1

O s 1 x

Calculemos a soma dos quadrados dos desvios dos pontos da nuvem em relação
a cada reta.
Reta r

e1 = y1 - a x1 + 2b = 2 - a * 2 + 2b = -1
1 1
2 2

e2 = y2 - a x2 + 2b = 3 - a * 4 + 2b = - 1
1 1
2 2

e3 = y3 - a x3 + 2b = 6 - a * 6 + 2b = 1
1 1
2 2

180 Tema 5 | Estatística


e4 = y4 - a x4 + 2b = 7 - a * 8 + 2b = 1
1 1 7 No texto ao lado calcula-se a
2 2 soma dos quadrados dos desvios
dos pontos de uma nuvem de
e5 = y5 - a x5 + 2b = 7 - a * 10 + 2b = 0
1 1 pontos N , onde N = {P1(2, 2),
2 2 P2(4, 3), P3(6, 6), P4(8, 7),
5
P5(10, 7)} , relativamente a duas
retas, r e s .
a e2i = 1 + 1 + 1 + 1 + 0 = 4 Considera agora a reta t , de
i=1
equação y = 0,6x + 1,4 .
Reta s a) Confirma que a reta t passa
e1 = y1 - (x1 - 1) = 2 - (2 - 1) = 1 no centro de gravidade da
nuvem N .
e2 = y2 - (x2 - 1) = 3 - (4 - 1) = 0
b) Determina a soma dos qua-
e3 = y3 - (x3 - 1) = 6 - (6 - 1) = 1 drados dos desvios verticais
dos pontos da nuvem N re-
e4 = y4 - (x4 - 1) = 7 - (8 - 1) = 0
lativamente à reta t .
e5 = y5 - (x5 - 1) = 7 - (10 - 1) = - 2 c) De acordo com o critério dos
5
mínimos quadrados, qual
a e2i = 1 + 0 + 1 + 0 + 4 = 6 das três retas (r , s e t) está
i=1
mais ajustada à nuvem de
pontos?
Como 4 < 6 , dizemos que a reta r está mais ajustada à nuvem de pontos do
que a reta s .
De acordo com este critério de ajustamento, a melhor reta é aquela para a qual
é mínima a soma dos quadrados dos desvios, reta a que se dá o nome de reta de
mínimos quadrados.
De um modo geral, tem-se:

Seja n um número natural maior que 1.


Consideremos, num plano onde se fixou um referencial ortogonal, uma se-
quência de pontos 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), ..., Pn(xn, yn)2 , não pertencentes a uma
mesma reta vertical.
Dá-se o nome de reta de mínimos quadrados à reta não vertical que passa no
centro de gravidade da nuvem de pontos 5 P1, P2, ..., Pn 6 e para a qual é míni-
ma a soma dos quadrados dos desvios verticais dos pontos da nuvem relativa-
mente à reta.

Retomemos o exemplo da nuvem N , cujo centro de gravidade é o ponto C(6, 5) ,


e coloquemos a seguinte questão:
Como encontrar a reta de mínimos quadrados desta nuvem?
Seja y = ax + b a equação reduzida da reta procurada.
Como a reta passa no ponto C(6, 5) , tem-se 5 = 6a + b , pelo que b = 5 - 6a .
Determinemos, em função de a , os desvios dos pontos da nuvem em relação à reta:
e1 = y1 - (ax1 + b) = 2 - (2a + b) = 2 - (2a + 5 - 6a) = 4a - 3
e2 = y2 - (ax2 + b) = 3 - (4a + b) = 3 - (4a + 5 - 6a) = 2a - 2
e3 = y3 - (ax3 + b) = 6 - (6a + b) = 6 - (6a + 5 - 6a) = 1
e4 = y4 - (ax4 + b) = 7 - (8a + b) = 7 - (8a + 5 - 6a) = 2 - 2a
e5 = y5 - (ax5 + b) = 7 - (10a + b) = 7 - (10a + 5 - 6a) = 2 - 4a

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 181


A soma dos quadrados dos desvios é igual a:
2 2 2 2
(4a - 3) + (2a - 2) + 12 + (2 - 2a) + (2 - 4a)
Tem-se:
2 2 2 2
(4a - 3) + (2a - 2) + 12 + (2 - 2a) + (2 - 4a) =
= 16a2 - 24a + 9 + 4a2 - 8a + 4 + 1 + 4 - 8a + 4a2 + 4 - 16a + 16a2 =
= 40a2 - 56a + 22
O nosso problema resume-se, então, a determinar o valor de a para o qual
é mínimo o valor de 40a2 - 56a + 22 .
Ora, isto não é mais do que encontrar o minimizante da função f definida por
f(a) = 40a2 - 56a + 22 .
Como sabemos, tal pode ser feito recorrendo à derivada da função f .
Tem-se: f '(a) = 80a - 56 .
56
f '(a) = 0 § 80a - 56 = 0 § a = § a = 0,7
80
f ' é uma função cujo gráfico é uma reta de declive positivo, pelo que f '(a) < 0
a -∞ 0,7 +∞
se a < 0,7 e f '(a) > 0 se a > 0,7 . Assim, o zero de f ' é o minimizante da
f' - 0 +
função f e f(0,7) é o mínimo absoluto da função f .
f ¢ Mín. £
Tem-se, portanto, a = 0,7 e b = 5 - 6a = 5 - 6 * 0,7 = 0,8 . Portanto, a reta de
mínimos quadrados é a reta de equação y = 0,7x + 0,8 .
Na figura seguinte representa-se a nuvem N de pontos e a reta de mínimos
8 Considera a nuvem de pon- quadrados, a qual, de acordo com o critério utilizado, é a que melhor se ajusta
tos a esta nuvem de pontos.
M = {(3, 10), (5, 6), (7, 6), (9, 2)}
y
a) Representa a nuvem M .
b) Determina o centro de gra-
vidade C da nuvem M .
c) Seja y = ax + b a equação
reduzida de uma reta que
passa pelo centro de gravi-
dade da nuvem M .
Exprime em função de a :
c1) o valor de b ; 1

c2) o desvio vertical de cada O x


1
ponto da nuvem em rela-
ção à reta;
c3) a soma dos quadrados des- Vejamos agora a situação mais geral, em que temos uma sequência de pontos
ses desvios, na forma de 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), ..., Pn(xn, yn)2 , não pertencentes a uma mesma reta vertical,
um polinómio reduzido.
e pretendemos encontrar a respetiva reta de mínimos quadrados (reta não verti-
d) Determina o valor de a para
cal que passa no centro de gravidade da nuvem de pontos {P1, P2, ..., Pn} e para
o qual é mínima a soma dos
quadrados dos desvios. a qual é mínima a soma dos quadrados dos desvios verticais dos pontos da
nuvem relativamente à reta) .
e) Escreve a equação reduzida
da reta de mínimos quadra- Seja y = ax + b a equação reduzida da reta procurada.
dos.
f) Representa a reta de míni- Como a reta passa no ponto C(x, y) , centro de gravidade da nuvem de pontos,
mos quadrados no mesmo tem-se y = ax + b , pelo que b = y - ax .
referencial onde represen-
taste a nuvem de pontos. Seja f(a) a soma dos quadrados dos desvios dos pontos da nuvem em relação
à reta.

182 Tema 5 | Estatística


n n n
2 2
Tem-se: f(a) = a e2i = a f yi - (axi + b)g = a (yi - axi - b)
i=1 i=1 i=1
n n NOTAS
'*
Portanto, f '(a) = c a (yi - axi - b) d = a f (yi - axi - b) g ' **
2
2 * A derivada de uma soma é igual à
=
i=1 i=1 soma das derivadas.
n n

= a 2(yi - axi - b)(-xi) = 2 a (- xi yi + ax2i + bxi) =


** ** (u n)' = n u n - 1 u'
i=1 i=1
n n n

= 2 c a (- xi yi) + a ax2i + a b xi d = RECORDA


i=1 i=1 i=1
*** n
n n n P a xi = n x
= 2 a- a xi yi + a a x2i + b a xib ***
i =1
= n
i=1 i=1 i=1
n P SSx = a (x i - x )2 ≥ 0
= 2 c- a xi yi + a(SSx + nx 2) + bnxd =
i =1
***
i=1 P SSx = 0 § x1 = x2 = … = xn
n n
***
= 2 c- a xi yi + a(SSx + nx 2) + (y - ax)nxd = a x 2i = SSx + n x
2
P
i=1 i =1

= 2 a- a xi yi + a SSx + a n x 2 + n x y - a n x 2b =
i=1
n n

= 2 a- a xi yi + a SSx + n x yb = 2 SSx a + 2 n x y - 2 a xi yi
i=1 i=1
n

Logo, f '(a) = 0 § 2 SSx a + 2 n x y - 2 a xi yi = 0 §


i=1
n

n a xi yi - n x y NOTA
* i=1 * Esta última equivalência é válida,
§ 2 a SSx = 2 a xi yi - 2 n x y § a =
i=1 SSx pois SSx 0 0 . De facto, como os
pontos P1 , P2 , …, Pn não perten-
cem a uma mesma reta vertical,
f ' é uma função cujo gráfico é uma reta de declive positivo (2 SSx), pelo que o não se tem x1 = x2 = … = xn .
zero de f ' é minimizante da função f . Nesse minimizante, f atinge o seu mí-
nimo absoluto, pois é um polinómio de grau 2 (cujo gráfico é uma parábola de
concavidade voltada para cima).
Conclusão:
Seja n um número natural maior que 1.
Consideremos, num plano onde se fixou um referencial ortogonal, uma se-
quência de pontos 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), ..., Pn(xn, yn)2 , não pertencentes a
uma mesma reta vertical.
Então, a respetiva reta de mínimos quadrados tem equação y = ax + b , onde
n

a xi yi - n x y
i=1
a= e b=y-a x
SSx
Calculadoras gráficas
Retomemos o exemplo da sequência de pontos: Casio fx-CG 20 ...... pág. 203

1P1(2, 2), P2(4, 3), P3(6, 6), P4(8, 7), P5(10, 7)2
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 206
TI-Nspire CX .......... pág. 209
e confirmemos os valores de a e de b , calculados atrás, mas agora utilizando as
fórmulas: n
Mais sugestões de trabalho
a xi yi - n x y
i=1
a= e b=y-a x Exercícios propostos n.os 13 e 14
SSx (págs. 194 e 195).
Tem-se x = 6 e y = 5 .

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 183


Portanto,
n

a xi yi = 2 * 2 + 4 * 3 + 6 * 6 + 8 * 7 + 10 * 7 = 178
i=1

n x y = 5 * 6 * 5 = 150
n

SSx = a x2i - n x 2 = 22 + 42 + 62 + 82 + 102 - 5 * 62 = 220 - 180 = 40


i=1
n

a xi yi - n x y
i=1 178 - 150 28
Logo, a = = = = 0,7 e b = y - a x = 5 - 0,7 * 6 = 0,8 .
SSx 40 40
Está confirmado.

Coeficiente de correlação linear


Daqui em diante, sempre que falarmos numa amostra de dados bivariados quan-
titativos 1(x1, y1), (x2, y2), ..., (xn, yn)2 , estaremos a admitir que:
r n designa um número natural maior que 1;
r os números reais xi não são todos iguais;
r os números reais yi não são todos iguais.

Dissemos atrás que, quando, perante uma amostra de dados bivariados quanti-
tativos, representamos a respetiva nuvem de pontos num referencial ortogonal
e constatamos que os pontos estão mais ou menos alinhados, faz sentido procu-
rar a reta que se ajusta o melhor possível a essa nuvem de pontos com o objetivo
de estabelecer uma relação funcional entre as variáveis em estudo, que aproxime
a relação estatística existente entre essas variáveis.
Já no caso de uma nuvem de pontos como a representada a seguir, não faz sentido
procurar uma reta que se lhe ajuste.

O x
1

Simulador
Conviria, assim, dispor de um indicador que, perante uma amostra de dados
Geogebra: Variação bivariados quantitativos, medisse o «grau de alinhamento» dos pontos da nuvem
da correlação e que representa essa amostra, para ver se faz ou não sentido procurar uma reta
do coeficiente de
correlação em função que se lhe ajuste.
dos dados
Esse indicador existe. Chama-se coeficiente de correlação linear.

184 Tema 5 | Estatística


Seja 1(x1, y1), (x2, y2), ..., (xn, yn)2 uma amostra de dados bivariados quantita-
tivos.
Chama-se coeficiente de correlação linear ao quociente
n

a (xi - x)(yi - y)
i=1
Calculadoras gráficas
"SSx SSy Casio fx-CG 20 ...... pág. 203
TI-84 C SE / CE-T .... pág. 206
O coeficiente de correlação linear representa-se por r . TI-Nspire CX .......... pág. 209

Nota:
n n

Tem-se a (xi - x)(yi - y) = a (xi yi - xi y - x yi + x y) =


i=1 i=1
n n n n

= a xi yi - y a xi - x a yi + a x y =
i=1 i=1 i=1 i=1
n n

= a xi yi - n x y - n x y + n x y = a xi yi - n x y
i=1 i=1

Portanto,
n

a xi yi - n x y
i=1
r=
"SSx SSy

Constata-se assim que o numerador na expressão do coeficiente de correlação


linear é igual ao numerador na expressão do declive da reta de mínimos quadrados.
Vejamos um exemplo do cálculo do coeficiente de correlação linear.

EXEMPLO

Seja (x,' y) = 1(2, 5), (3, 7), (5, 8), (6, 12)2 .

Tem-se:
n

r a xi yi = 2 * 5 + 3 * 7 + 5 * 8 + 6 * 12 = 143
i=1

2+3+5+6 5 + 7 + 8 + 12
r x= =4 y= =8
4 4
r n x y = 4 * 4 * 8 = 128
n

r SSx = a x2i - n x 2 = 22 + 32 + 52 + 62 - 4 * 42 = 10
i=1
n

r SSy = a y2i - n y 2 = 52 + 72 + 82 + 122 - 4 * 82 = 26 9


i=1 Seja (x,' y) a seguinte
amostra de dados bivariados:
(x,' y) = 1(8, 5), (6, 2), (4, 3), (2, 0)2
Vem, então:
n

a xi yi - n x y Determina o coeficiente de cor-


i=1 143 - 128 relação linear. Apresenta o re-
r= = ) 0,93
"SSx SSy "10 * 26 sultado arredondado às milési-
mas.

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 185


Vamos apresentar algumas propriedades do coeficiente de correlação linear.

Sejam:
r 1(x1, y1), ..., (xn, yn)2 uma amostra de dados bivariados quantitativos;
r r , o respetivo coeficiente de correlação linear;

r a , o declive da reta de mínimos quadrados da respetiva nuvem de pontos.

Tem-se:
SSx
1. r = a
Å SSy
2. a e r têm o mesmo sinal.
3. Os pontos da nuvem estão alinhados ± 0 r 0 = 1
4. 0 r 0 = 1 ± Os pontos da nuvem estão alinhados.
5. 0 r 0 ≤ 1

Vamos demonstrar as propriedades 1, 2 e 3.

Demonstração da propriedade 1

Tem-se:
NOTA n
n

"SS2x
a x i yi - n x y a xi yi - n x y
* Como a =
i =1 i=1 a SSx SS2x SSx
vem r= =
* =a =a =a
n
SSx
"SSx SSy "SSx SSy "SSx SSy Å SSx SSy Å SSy
a x i yi - n x y = a SSx .
i =1

Demonstração da propriedade 2

SSx SSx
Como r = a e como é sempre positivo, r e a têm o mesmo sinal.
Å SSy Å SSy

Demonstração da propriedade 3

Se os pontos da nuvem estão alinhados, a reta de mínimos quadrados (y = ax + b)


passa por todos os pontos da nuvem.

Portanto, tem-se, A i å 5 1, 2, ..., n 6 , yi = axi + b . Logo, SSy = a2 SSx .

Vem, então:

0r0 = `a ` = 0a0 * = 0a0 * = 0a0 * ` a ` = 0a0 * = 1


SSx SSx 1 1 1
Å SSy Å a2 SSx Å a2 0a0

Observemos que a propriedade 4 é a recíproca da propriedade 3.

As propriedades 3 e 4 podem assim fundir-se numa só propriedade: os pontos


da nuvem estão alinhados se e só se 0 r 0 = 1 .

Tem-se também, de acordo com a propriedade 5, que 0 r 0 ≤ 1 .

186 Tema 5 | Estatística


Como, além disso, o sinal de r é o sinal do declive da reta de mínimos quadra-
dos, têm-se as seguintes conclusões relativamente ao coeficiente de correlação
linear r .

r r varia entre - 1 e 1.
r r é igual a - 1 se e só se os pontos estão alinhados segundo uma reta de
declive negativo.
r r é igual a 1 se e só se os pontos estão alinhados segundo uma reta de decli-
ve positivo.

Tem-se ainda que, quanto mais perto de 1 ou de - 1 estiver r , maior é o grau de


alinhamento dos pontos.
Apresentamos, em seguida, alguns exemplos de nuvens de pontos e do respetivo
valor do coeficiente de correlação linear.

EXEMPLO

y y y

1 1 1
O 1 x O 1 x O 1 x

r = 0,95 r = 0,67 r = 0,05

y y y

1 1 1
O 1 x O 1 x O 1 x

r = –0,96 r = –0,37 r = –0,12

Diz-se que a associação linear entre as variáveis estatísticas x e y :


r é positiva, se r > 0 ; Simulador
Geogebra: Variação
r é negativa, se r < 0 ; da reta de regressão

r é tão mais forte quanto mais perto de 1 estiver 0 r 0 .


linear em função dos
dados. Outliers

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 187


Exercício resolvido
O sr. Silva aquece a sua casa com gás natural. A quantidade de gás utili-
zada depende da temperatura exterior e o sr. Silva pretende fazer um es-
tudo dos gastos durante os 9 meses em que se observam menores tempe-
raturas, para poder estabelecer uma previsão para os gastos em função da
temperatura exterior. Na tabela seguinte estão registadas as temperaturas
médias observadas em cada um dos meses (em graus Celsius) e o respeti-
vo volume de gás despendido pelo sr. Silva (em metros cúbicos).

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Temperatura 16,1 12,4 10,3 8,9 10,1 12,8 13,2 15,9 16,4

Volume de gás 0,01 0,10 0,24 0,26 0,19 0,09 0,05 0,03 0,02

a) Qual deve ser a variável explicativa e qual deve ser a variável resposta?
b) Representa os dados num referencial ortogonal.
c) Tendo em conta a alínea anterior, será razoável admitir a existência de
uma associação linear forte entre estas duas variáveis?
d) Determina o coeficiente de correlação linear para confirmares a res-
posta dada à alínea anterior.
e) Determina a equação reduzida da reta de mínimos quadrados que se
ajusta a estes dados.
f) Representa a reta de mínimos quadrados no referencial utilizado para
representar a nuvem de pontos.
g) Utilizando a equação obtida na alínea anterior, determina qual o con-
sumo esperado para um mês em que a temperatura média seja de 7 °C.
Adaptado de Caderno de Apoio, 11.° ano
Resolução
a) Tal como é referido no enunciado, a quantidade de gás utilizada depen-
de da temperatura exterior. Portanto, é natural tomar a temperatura
exterior para variável independente, ou explicativa, e a quantidade de
gás utilizada para variável dependente, ou resposta.
b) Designemos por x a variável «temperatura» e por y a variável «vo-
lume de gás».
y
0,3

0,2

0,1

O 5 10 15 x

c) Tendo em conta a representação feita na alínea anterior, constatamos que


os pontos da nuvem estão mais ou menos alinhados. Assim, é razoável ad-
mitir a existência de uma associação linear forte entre estas duas variáveis.

continua

188 Tema 5 | Estatística


continuação

d) Tem-se:
16,1 + 12,4 + 10,3 + 8,9 + 10,1 + 12,8 + 13,2 + 15,9 + 16,4
x= = 12,9
9
0,01 + 0,10 + 0,24 + 0,26 + 0,19 + 0,09 + 0,05 + 0,03 + 0,02
y= = 0,11
9
n

a xi yi = 16,1 * 0,01 + 12,4 * 0,10 + ... + 16,4 * 0,02 = 10,723


i=1
n

a xi yi - n x y = 10,723 - 9 * 12,9 * 0,11 = -2,048


i=1
n

a x2i = 16,1 + 12,4 + ... + 16,4 = 1560,13


2 2 2
i=1
n

SSx = a x2i - n x 2 = 1560,13 - 9 * 12,92 = 62,44


i=1
n

a y2i = 0,012 + 0,102 + ... + 0,022 = 0,1833


i=1
n

SSy = a y2i - n y 2 = 0,1833 - 9 * 0,112 = 0,0744


i=1
n

a xi yi - n x y
i=1 - 2,048
Portanto, r = = ) - 0,95 .
"SSx SSy "62,44 * 0,0744
Como r é um valor próximo de -1, está confirmado que existe uma
associação linear forte entre as duas variáveis.
n

a xi yi - n x y
i=1 -2,048
e) Tem-se: a = = ) -0,0328
SSx 62,44
2,048
b = y - a x = 0,11 + * 12,9 ) 0,533
62,44
A equação reduzida da reta de mínimos quadrados é, portanto:
y = -0,0328x + 0,533
f) Tem-se:
y

0,3

0,2

0,1

O 5 10 15 x

g) A fórmula y = -0,0328x + 0,533 (equação reduzida da reta de míni-


mos quadrados) traduz aproximadamente a relação estatística existente
entre as variáveis x e y . Caderno de exercícios
Reta de mínimos quadrados,
Portanto, o consumo y , esperado para um mês em que a temperatura amostras bivariadas
média é de 7 °C, será dado aproximadamente por: e coeficiente de correlação

y = - 0,0328 * 7 + 0,533
Mais sugestões de trabalho
Tem-se - 0,0328 * 7 + 0,533 ) 0,3 .
Exercícios propostos n.os 15 a 20
Espera-se, portanto, um consumo de 0,3 m3 de gás. (págs. 195 e 196).

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 189


Teste 8 Grupo I

5 Os cinco itens deste grupo são de escolha múltipla. Para cada um deles, escolhe
a única opção correta.

1. Considera, em referencial o.n. xOy , a reta r , de equação y = 2x + 3 , e os


pontos A(1, 3) , B(2, 8) e C(3, 10) .

5
Qual é a soma dos quadrados dos desvios verticais dos pontos A , B e C
em relação à reta r ?
(A) 6 (B) 7 (C) 8 (D) 9

2. Seja (x,' y) uma amostra, de dimensão 100, de dados bivariados.

Relativamente a esta amostra, sabe-se que:


r x = 0,3
100 100

r a x = 10 e a y2i = 25
2
i
i=1 i=1

r a equação reduzida da reta de mínimos quadrados é y = 2,4x - 0,32 .


Qual é o valor do coeficiente de correlação linear associado a esta amostra?
(A) 0,6 (B) 0,7 (C) 0,8 (D) 0,9

3. Seja (x,' y) uma amostra de dados bivariados, à qual corresponde a seguinte


nuvem de pontos:
y

O x

Qual dos seguintes pode ser o valor do coeficiente de correlação linear asso-
ciado a esta amostra?
(A) - 0,95 (B) - 0,05 (C) 0,05 (D) 0,95

4. Seja a um número real pertencente ao intervalo [- 1, 1] .

Então, sen a + arccos (a)b é igual a:


3p
2
(A) - a (B) a (C) "1 - a2 (D) -"1 - a2

5. Seja (un) uma progressão aritmética de razão 7 e seja (wn) uma progressão
Ajuda geométrica de razão 2.
Se precisares de ajuda para Sabe-se que u1 = w1 e que u4 = w4 . Qual é o valor de u5 ?
resolver algum destes itens,
consulta a página 199. (A) 28 (B) 29 (C) 30 (D) 31

190 Tema 5 | Estatística


Grupo II
Na resposta a cada um dos cinco itens deste grupo, apresenta todos os cálculos
que efetuares, explica os raciocínios e justifica as conclusões.

1. Seja N a seguinte nuvem de pontos:


N = {P1(3, 5), P2(6, 5), P3(9, 8), P4(12, 9), P5(15, 9)}
Seja a o declive de uma reta que passa no centro de gravidade da nuvem N e
seja f(a) a soma dos quadrados dos desvios verticais dos pontos da nuvem N
relativamente a essa reta.
a) Mostra que f(a) = 90a2 - 72a + 16,8 .
b) Determina a equação reduzida da reta de mínimos quadrados.

2. Na tabela ao lado apresentam-se, relativamente a 18 equipas que dispu-


Equipas m s p
taram um campeonato de futebol, o número de golos marcados (m), o nú-
mero de golos sofridos (s) e o número de pontos obtidos (p). A 86 16 85
B 74 13 82
Utiliza a calculadora para responderes às seguintes questões.
C 67 29 76
a) Seja d a diferença entre o número de golos marcados e o número de golos
D 55 28 58
sofridos. Determina, para cada equipa, o valor de d .
E 50 35 55
b) Considera p como variável resposta e d como variável explicativa.
F 34 35 48
Escreve a equação da reta de mínimos quadrados que se ajusta à nuvem
G 45 46 47
de pontos correspondente a estas variáveis. Apresenta o declive aproxima-
H 40 45 47
do às décimas e a ordenada na origem aproximada às unidades.
I 46 45 44
c) Admite que, noutro campeonato, também disputado por 18 equipas, J 38 42 43
a relação entre p e d é bem modelada pela equação da reta de mínimos K 33 42 43
quadrados obtida na alínea anterior. Sabe-se que, nesse campeonato, uma L 38 56 40
equipa obteve 52 pontos e marcou 43 golos. Quantos golos é esperado M 27 50 34
que tenha sofrido? N 24 56 29

3. Considera, em referencial o.n. Oxyz , o cone de revolução tal que: O 26 46 29


P 26 50 28
r o ponto V(2, 0, 6) é o vértice do cone; 2"
" Q 25 60 23
r o vetor u (1, 2, -1) é colinear com o vetor CV , onde C é o centro da
R 29 69 22
base do cone;
r o ponto A(1, 2, 3) pertence à circunferência que limita a base do cone.
Determina o volume do cone.

4. Seja (un) a sucessão definida por recorrência na margem. u1 = 4


| 1 + 2 un
a) Utilizando o método de indução, mostra que (un) é decrescente. un + 1 = , An å N
3
b) Utilizando o método de indução, mostra que An å N, un > 1 .

c) Justifica que (un) é convergente e determina lim un .

1
5. Seja f a função, de domínio R+ , definida por f (x) = x .
Seja r uma reta tangente ao gráfico da função f . Sejam P e Q os pontos
de interseção da reta r com os eixos Ox e Oy , respetivamente. Seja O a
origem do referencial.
Mostra que o triângulo [OPQ] tem área 2.

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 191


Síntese
A área de um círculo está relacionada com o raio desse círculo. A relação entre
estas duas variáveis é definida e inalterável. Ela pode ser expressa pela fórmula
a = pr2 , a qual permite calcular exatamente a área a de um círculo, conhecido
o raio r do mesmo. Diz-se que entre estas duas variáveis (área de um círculo
p. 174
Relação funcional e raio desse círculo) existe uma relação funcional.
e relação estatística
As idades de um casal estão relacionadas. Em geral, quanto mais novo é um
dos membros do casal, mais novo é o outro, mas a idade de um não determina
a idade do outro. Diz-se que entre estas duas variáveis (idade de um membro
do casal e a idade do outro membro) existe uma relação estatística.

O preço de uma certa marca de vinho num ano depende do montante da


Variável explicativa colheita nesse ano. É, portanto, natural assumir que o montante da colheita
p. 175
e variável resposta seja a variável independente, ou explicativa, e que o preço do vinho seja a va-
riável dependente, ou resposta.

Consideremos duas variáveis estatísticas quantitativas x e y , em determinada


população, e uma amostra de dimensão n dessa população, cujos elementos
estão numerados de 1 a n . Sejam xi e yi , respetivamente, os valores das va-
Amostra de dados riáveis x e y no i-ésimo elemento da amostra.
À sequência 1(x1, y1), (x2, y2), …, (xn, yn)2 , que se representa por (x,' y) , dá-se
p. 175
bivariados
o nome de amostra bivariada das variáveis estatísticas x e y , ou, mais sim-
plesmente, amostra de dados bivariados (quantitativos).
Diz-se que n é a dimensão da amostra bivariada.

Representação gráfica Dada uma amostra de dados bivariados 1(x1, y1), …, (xn, yn)2 e fixado um re-
de uma amostra de dados ferencial ortogonal num plano, dá-se o nome de nuvem de pontos ao conjunto
de pontos 5 P1(x1, y1), …, Pn(xn, yn) 6 .
p. 176
bivariados. Nuvem
de pontos
Fixado um referencial ortogonal num plano, dado um ponto P(x1, y1) e dada
uma reta t de equação y = ax + b , dá-se o nome de desvio vertical do ponto P
em relação à reta t à diferença y1 - (ax1 + b) .
O desvio vertical de um ponto P em relação a uma reta t pode ser:
r positivo (se o ponto estiver acima da reta, como exemplificado na figura);
r negativo (se o ponto estiver abaixo da reta);
r zero (se o ponto pertencer à reta).

Desvio vertical de um y
p. 177 ponto em relação P
y1
a uma reta +b
Desvio ax
vertical y=
ax1+ b

t
O x1 x

Dada uma sequência de pontos 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), …, Pn(xn, yn)2 , representa-
se por ei o desvio vertical do ponto Pi em relação à reta t .

192 Tema 5 | Estatística


Consideremos, num plano onde se fixou um referencial ortogonal, uma sequên-
cia de pontos 1P1(x1, y1), P2(x2, y2), …, Pn(xn, yn)2 . Ao ponto de coordenadas
(x, y) dá-se o nome de centro de gravidade da nuvem de pontos {P1, P2, …, Pn} .
Propriedade:
Centro de gravidade de Dada uma reta t de equação y = ax + b , seja ei o desvio vertical do ponto Pi
p. 179
uma nuvem de pontos em relação à reta t .
n

Então, a ei = 0 § y = ax + b .
i=1
Portanto, a soma dos desvios verticais dos pontos de uma nuvem em relação a
uma reta é igual a zero se e só se a reta passar pelo centro de gravidade da
nuvem de pontos.

Consideremos, num plano onde se fixou um referencial ortogonal, uma se-


quência de pontos (P1(x1, y1), P2(x2, y2), …, Pn(xn, yn)) , não pertencentes a uma
mesma reta vertical.
Dá-se o nome de reta de mínimos quadrados à reta não vertical que passa no
centro de gravidade da nuvem de pontos {P1, P2, …, Pn} e para a qual é míni-
pp. 181 Reta de mínimos
e 183 quadrados ma a soma dos quadrados dos desvios verticais dos pontos da nuvem relativa-
mente à reta.
n
Propriedade:
a xi yi - nx y
i=1
A reta de mínimos quadrados tem equação y = ax + b , onde a =
SSx
e b = y - ax .

Seja 1(x1, y1), (x2, y2), …, (xn, yn)2 uma amostra de dados bivariados quantita-
n
tivos.
a xi yi - nx y
i=1
Chama-se coeficiente de correlação linear ao quociente .
"SSx SSy
O coeficiente de correlação linear representa-se por r .
Propriedades:
SSx
r r=a , onde a é o declive da reta de mínimos quadrados.
Å SSy
r a e r têm o mesmo sinal.
r r varia entre - 1 e 1.
pp. 185 Coeficiente de
a 187 correlação linear r r é igual a - 1 se e só se os pontos estão alinhados segundo uma reta de
declive negativo.
r r é igual a 1 se e só se os pontos estão alinhados segundo uma reta de decli-
ve positivo.
r Quanto mais perto de 1 ou de - 1 estiver r , maior é o grau de alinhamento
dos pontos.
Diz-se que a associação linear entre as variáveis estatísticas x e y :
r é positiva, se r > 0 ;
r é negativa, se r < 0 ;
r é tão mais forte quanto mais perto de 1 estiver 0 r 0 .

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 193


Exercícios propostos
Nota prévia: todos os exercícios, à exceção do exer- 11 Indica, para cada uma das relações estatísticas
cício 16, devem ser resolvidos sem utilização da cal-
a seguir apresentadas, qual deve ser a variável ex-
culadora, a não ser para efetuar cálculos numéricos.
plicativa e qual deve ser a variável resposta.
a) Relação entre a esperança de vida à nascença
10 Indica, para cada uma das relações a seguir
(em anos) e o número de médicos por mil habi-
apresentadas, se é uma relação estatística ou se é tantes, no conjunto dos países do mundo.
uma relação funcional.
b) Relação entre a temperatura do ar e o tempo
a) Relação entre o PNB (produto nacional bruto) decorrido desde o início de um certo dia, num
per capita e o número de televisores por habi- certo local.
tante, no conjunto dos países do mundo.
c) Relação entre a distância a um alvo e a percen-
b) Relação entre o dia do mês de maio de um certo tagem de tiros certeiros, por parte de um atira-
ano e a hora do nascer do sol nesse dia. dor, num treino de tiro ao alvo.
c) Relação entre o tempo que um automóvel de- d) Relação entre a classificação obtida num teste
mora a ir do Porto a Lisboa pela A1 e a veloci- e o número de horas de estudo para esse teste,
dade média do percurso. no conjunto dos alunos de uma turma.

12 Considera, em referencial o.n. xOy , a reta r ,


de equação y = - 2x + 3 .
Em cada alínea, determina o desvio vertical do
ponto indicado em relação à reta r .
a) A(- 1, 6) b) B(0, 5)

c) C(1, - 1) d) D(3, - 3)

13 Considera, em referencial o.n. xOy , a reta r ,


d) Relação entre o número de habitantes e o núme-
de equação y = 0,3x + 2 , e a nuvem de pontos
ro de nascimentos em cada país do mundo, no
ano 2000. A = 5 (5, 4), (10, 6), (15, 5), (20, 9), (25, 10),
(30, 11), (35, 11) 6
e) Relação entre a distância média de um planeta
ao Sol e o tempo que esse planeta demora a rea- a) Determina o centro de gravidade da nuvem A .
lizar uma translação completa em torno do Sol. b) Verifica que a reta r passa no centro de gravi-
dade da nuvem A . O que podes concluir sobre
a soma dos desvios verticais dos pontos da nu-
vem A em relação à reta r ?
c) Determina a soma dos quadrados dos desvios
verticais dos pontos da nuvem A em relação à
reta r .

Animação
Resolução do
exercício 13

194 Tema 5 | Estatística


14 Considera, em referencial o.n. xOy , a nuvem 16 Na tabela abaixo estão registados dados rela-
de pontos tivos à idade (em meses) e à altura (em centímetros)

H = 5 (3, -2), (6, 0), (9, 3), (12, 1) 6


de 12 crianças de uma comunidade.
Idade Altura
a) Determina o centro de gravidade da nuvem H . 18 74,9
19 76,2
b) Para cada a pertencente a R , seja ra a reta de
20 77,0
declive a que passa no centro de gravidade da
nuvem H . 21 78,4
22 78,1
b1) Determina, em função de a , a ordenada na
23 79,3
origem da reta ra .
24 79,9
b2) Determina, em função de a , a soma dos qua- 25 81,7
drados dos desvios verticais dos pontos da
26 80,9
nuvem H em relação à reta ra .
27 81,3
b3) Determina o valor de a para o qual a referi- 28 82,1
da soma é mínima. 29 86,5

c) Tendo em conta os resultados obtidos nas alí-


neas b1) e b3), determina a equação reduzida da Considera a variável «idade» como explicativa e a
reta de mínimos quadrados. variável «altura» como resposta.

Utiliza uma calculadora para responder às seguin-


15 Considera a amostra de dados bivariados: tes questões.

(x, y) = 1(12, 4), (19, 2), (6, 6), (23, 1), (10, 5)2 a) Indica o coeficiente de correlação linear associa-
'
do a esta amostra. Apresenta o seu valor arre-
a) Determina o coeficiente de correlação linear as-
dondado às centésimas.
sociado a esta amostra. Apresenta o resultado
arredondado às milésimas. b) Tendo em conta o valor do coeficiente de corre-
lação linear, justifica que é razoável admitir a
b) Tendo em conta o valor obtido na alínea ante-
existência de uma associação linear forte entre
rior, justifica que é razoável admitir a existência
as variáveis «idade» e «altura».
de uma associação linear forte entre as variáveis
x e y.
c) Indica a equação reduzida da reta de mínimos

c) Determina a equação reduzida da reta de míni- quadrados. Apresenta o declive e a ordenada na


mos quadrados. origem arredondados às centésimas.

d) Tendo em conta a equação obtida na alínea d) Admite que a relação entre a idade e a altura das
anterior, determina que valor se espera para a crianças desta comunidade é bem modelada
variável y , quando x = 16 . pela equação obtida na alínea anterior, para ida-
des compreendidas entre um e quatro anos.
Determina a altura esperada de uma criança
Animação dessa comunidade, sabendo que ela tem três
Resolução do anos. Apresenta o resultado em centímetros,
exercício 15
arredondado às décimas.

Capítulo 1 | Reta de mínimos quadrados, amostras bivariadas e coeficiente de correlação 195


17 Associa, a cada nuvem de pontos, um dos coe-
* 19 Seja 1(x1, y1), (x2, y2), …, (x10, y10)2 uma amos-
ficientes de correlação linear indicados. tra de dados bivariados.
y y Sabe-se que:
r Ai å {1, 2, …, 10}, xi > 0
10

r a xi yi = 130
i=1
10
x x 2
O O r a (xi - x) = 10
i=1
Nuvem A Nuvem B
r a reta de mínimos quadrados que se ajusta a estes
y y dados tem equação y = x + 1 .
Qual é o valor de y ?

* 20 Considera, em referencial o.n. xOy , a nuvem


O x O x de pontos
Nuvem C Nuvem D N = 5 (1, 6), (2, 7), (3, 13), (4, 13), (5, 16) 6
Para cada b å R , seja rb a reta de equação
r = - 0,30 r = -0,61 r = 0,94 r=1
y = 2,6x + b e seja Sb a soma dos quadrados dos
desvios verticais dos pontos da nuvem N relativa-
mente à reta rb .
«Os três mais» a) Escreve a soma Sb na forma de um polinómio
reduzido.
18 Seja 1(x , y ), (x , y ), …, (x , y )2 uma amostra
* 1 1 2 2 7 7 b) Determina o valor de b para o qual a soma Sb
de dados bivariados. é mínima.
Sabe-se que: c) Mostra que, para o valor de b determinado na
r o coeficiente de correlação linear associado a esta alínea anterior, a reta rb passa no centro de gra-
amostra é igual a 0,8; vidade da nuvem N .
r Ai å {1, 2, 3, 4, 5, 6}, xi + 1 = xi + 2 ;
r o declive da reta de mínimos quadrados que se ajusta
1
a estes dados é igual a .
2
Qual é o valor de SSy ?
Animação
Resolução do
exercício 18

196 Tema 5 | Estatística


Ajuda
2. A imagem da sucessão que tem todos os ter- Grupo II

4
mos iguais a 1 converge para 2; portanto, 1. a) e b) Começa por determinar o domínio
Funções Reais de para que exista lim g(x) , todas as suces- de f e o domínio de g .
Tema

x"1
Variável Real sões das imagens de sucessões que tendem 3. Para que as assíntotas coincidam, é necessá-
para 1 têm de tender para 2. rio que lim f(x) = lim f(x) .
x " -∞ x " +∞
3. As informações permitem-te escrever três
equações nas variáveis a , b e c .
4. b) Admite que a função g é contínua no
ponto 1 e calcula, nessa hipótese,

Testes 55 4. Não te «atrapalhes» com a falta aparente


de dados. Por exemplo, não precisas de co-
nhecer g(0) , basta que reconheças que é
um número positivo.
lim (f * g)(x) .
x"1

c) Tens de «criar» uma situação de indeter-


minação ∞ * 0 .
As sugestões de resolução dos testes 1 a 8 encon- g(x)
tram-se nas páginas 224 a 232. 5. Pensa o que tem de acontecer para que o 5. Começa por identificar lim x
. O obje-
x " +∞
módulo de uma expressão seja igual ao seu
tivo é mostrar que lim h(x) = 0 .
simétrico. x " +∞

Teste 1 Págs. 26 e 27
Grupo II
Grupo I 1. Os «resumos» da página 40 são uma boa Teste 4 Págs. 90 e 91
2. Recorda que, da definição de ponto aderen- ajuda.
te a um conjunto, decorre que o limite da
Grupo I
2. Observa os gráficos e aplica a «álgebra dos
sucessão, se esta for convergente, é ponto limites». 1. Começa por identificar equações das assín-
aderente ao conjunto dos seus termos. totas ao gráfico de f .
3. a) Para determinares o domínio, deves deter-
3. Para escolheres a expressão a utilizar, tens de minar as raízes dos denominadores, e a 2. Recorda o conceito de divisão inteira:
avaliar os termos da sucessão: serão menores existência de uma raiz comum sugere-te a
a b
do que 1? Serão maiores ou iguais a 1? forma de reduzir ao mesmo denominador.
r q
4. Recorda que, se a implicação «A ± B» é b) A alínea a) é «meio caminho»!
a r
verdadeira, A diz-se condição suficiente 4. Depois de identificares o tipo de indetermi- traduz que a = b * q + r , ou seja, =q+ .
b b
para B e B diz-se condição necessária nação, socorre-te, se necessário, dos vários
para A . Recorda também que: exercícios resolvidos nas páginas 37 a 43. 3. Identifica a expressão que representa o cus-
~(A ± B) § A ‹ ~B . to de 100 kg de café, cujo preço é 30 €/kg,
5. A indicação do contradomínio de f mostra e de x kg de café, cujo preço é 35 €/kg.
5. Apoia-te na representação geométrica e na que se trata de uma função limitada. Há um
definição de produto escalar. teorema sobre limites que se refere a fun- 4. Os zeros de uma função são as abcissas dos
ções limitadas… (página 44). pontos em que o gráfico interseta o eixo das
abcissas. Por outro lado, tem-se:
Grupo II
f
1. c) Uma sucessão é convergente se tiver r (x) = 0 § f(x) = 0 ‹ g(x) 0 0 ; será que
g
como limite um número real; se tiver li- Teste 3 Págs. 70 e 71 esta condição tem solução?
mite - ∞ ou + ∞ ou se não tiver limite,
r (f - g)(x) = 0 § f(x) = g(x) , ou seja, os
é divergente. Grupo I zeros de f - g são as abcissas dos pontos
Observa o gráfico da função para identi- 1. Observa o gráfico e identifica em que situa- em que os gráficos das duas funções se
ficares situações em que lim - f(x) = ¿ ∞ ção f(x) tende para - ∞ . Tem em conside- intersetam.
r (f + g)(x) = 0 § f 1g(x)2 = 0 ; como o zero
x"a
ou lim + f(x) = ¿ ∞ . ração que o referencial não é monométrico.
x"a
d) Trata-se de uma análise análoga à que 2. Seja qual for a opção, a função f + g é con- de f é um número negativo, a função f + g
fizeste em c), com «troca de papéis» de tínua em R \ {1} . Para que seja contínua no só poderá ter zeros se g tomar valores ne-
objetos e imagens. ponto 1 é necessário que lim -(f + g)(x) = gativos.
r (g + f)(x) = 0 § g 1f(x)2 = 0 ; como o zero
sen x x"1
3. a) Recorda que tg x = cos x . = lim +(f + g)(x) = (f + g)(1) .
x"1
4. Para que uma sucessão seja uma progressão de g é um número negativo, a função g + f
an + 1 Tens de analisar as várias opções e ter parti- terá um zero se f tomar esse valor.
geométrica é necessário que seja cons- cular atenção ao cálculo de (f + g)(1) .
an 5. Revê os exercícios 1.c) e 1.d) do teste 1.
tante. Neste caso, não necessitas de fórmu- 3. Tem em consideração a definição de assín-
las para calcular a soma destes 1000 termos! tota vertical e a definição de continuidade
num ponto e é importante que recordes que Grupo II
5. O plano mediador do segmento [AB] admi-
2"
só se diz que uma função é descontínua num 1. a) Deves fatorizar 2x2 + x - 1 e x2 + x
te AB com vetor normal e passa no ponto
ponto se o ponto pertencer ao domínio. para poderes simplificar o produto
médio de [AB] .
4. Quando a reta de equação y = mx + b é 2x2 + x - 1 1 - x
* .
assíntota ao gráfico de uma função f de x2 + x 2x - 1
f(x) f
Págs. 48 e 49 domínio R+ , o que representa lim ? c) A função g é uma restrição da função
Teste 2 x " +∞ x
h ; o gráfico de h é um «bom suporte».
5. Socorre-te de uma representação gráfica da
Grupo I 2. a) Podes recorrer à inclinação da assíntota
função tangente. Se pensares na circunferên-
1. Começa por obter lim un e vais perceber que cia trigonométrica, repara que os valores à oblíqua, tendo em atenção que a outra
tens de decidir se a convergência acontece p assíntota faz um ângulo de 90° com o
direita de estão no segundo quadrante.
por valores superiores ou inferiores ao limite. 2 eixo das abcissas.

Ajuda 197
x2 - 3 b) Começa por obter f '(4) e, em seguida, b) Podes encontrar a definição de derivada
c) Deves resolver a condição ≤x .
2x + 2 escreve a equação reduzida da reta tan- de uma função num ponto na página 112 .
3. a) Escreve as equações reduzidas das retas gente ao gráfico de f no ponto de abcis- c) Começa por escrever a equação reduzida
AB e BC . sa 4, recorrendo a f '(4) e às coordena- da reta AP : conheces o declive da reta,
das do ponto em que a reta interseta o sabes a abcissa do ponto A , só precisas
b) Deves escrever a condição na forma eixo das abcissas. A equação desta reta
A(x) de determinar a ordenada de A .
≥ 0 e fazer um quadro de sinais. permite-te obter a ordenada do ponto
B(x) do gráfico que tem abcissa 4.
4. A equação da reta tangente permite-te obter
4. a) Designa por v a capacidade do tanque f '(1) e f(1) . Depois… é estares atento às
4. a) Apela-se, mais uma vez, à relação entre o regras de derivação a aplicar em cada caso.
e por c1 e c2 o caudal de cada torneira declive da reta tangente ao gráfico de
(número de litros que debita por hora) e 5. Começa por obter a abcissa do ponto de
uma função num ponto e a derivada na
exprime o caudal de cada torneira em tangência.
abcissa desse ponto. Neste caso, podes
função de v e do tempo que cada uma determinar a abcissa do ponto de tangên-
gasta a encher o tanque. cia, resolvendo a equação f '(x) = - 1 .
4. Um ponto de coordenadas (a, b) pertence b) Depois de escreveres g(x) - 1 tendo em Teste 7 Págs. 150 e 151
ao gráfico de uma função f se e só se a å Df consideração a expressão de g(x) , deves
e f(a) = b . verificar que se trata de uma indetermi- Grupo I
nação e reconhecer o seu tipo, de modo 1. Fatoriza o polinómio do denominador e
a escolheres a estratégia adequada. Tra- escreve o limite dado como produto de dois
ta-se de uma indeterminação ∞ * 0 que limites, dos quais um é a derivada pedida.
Teste 5 Págs. 122 e 123 0
se transforma em ao efetuar a multi- 2. Para escolheres a opção correta, relaciona
0
plicação. a monotonia da função com o sinal da deri-
Grupo I
5. Não é necessário (nem possível) obteres vada.
1. Tem em consideração que a taxa média de
expressões analíticas de f(x) e g(x) . 3. Observa o sinal da derivada, por exemplo,
variação de uma função num intervalo só
depende das imagens dos extremos do inter- no intervalo ]0, 4[ . O que podes concluir
valo e, portanto, a t.m.v. «ignora» o compor- acerca da monotonia da função?
tamento da função entre esses valores. Teste 6 Págs. 138 e 139 4. Recorda que a função derivada da função f
definida por f(x) = x3 tem um zero, e a
2. Começa por calcular a distância percorrida
função não tem extremos.
nos dois primeiros segundos. Grupo I
1. Sugerimos a revisão do teorema sobre dife- 5. A função é diferenciável em ]0, + ∞[ ; por-
3. Relaciona o declive da reta tangente ao grá-
tanto, se a função atinge um mínimo em
fico de uma função num ponto com a deri- renciabilidade e continuidade, na página 124,
x = 10 , qual tem de ser o valor de f '(10) ?
vada da função na abcissa desse ponto. e recordamos que a ± b é equivalente a
~b ± ~a , mas não é necessariamente equi-
4. Tens de percorrer várias etapas: Grupo II
valente a b ± a .
 q reconhecer que f(1) = 3 ; 2. Calcula g'(x) para, em seguida, calculares 1. a) Atenção! O gráfico apresentado é o da
 q identificar o que representa o limite apre- g'(1) e interpreta o significado do limite função f ' .
sentado sendo 3 = f(1) ; que é dado no enunciado. c) Sugerimos que obtenhas uma expressão
 q relacionar o que o limite representa com o 3. Para escreveres a equação reduzida da reta de f ' , para usares a informação que
declive da reta tangente ao gráfico de f . tangente, deves obter g'(1) e g(1) . Para decorre do gráfico.
obteres g'(1) , começa por obter g'(x) . 2. b) Repara que o «menor declive» corres-
5. Tendo em conta que, de acordo com as
Qual é a regra de derivação que deves apli- ponde ao «menor valor da função deri-
opções apresentadas, a única assíntota exis-
car? vada». Como podes saber onde ocorre
tente é uma reta não vertical, recorda que o
declive de uma assíntota não vertical é dado 4. Começa por obter a expressão de (f - g)'(x) ; esse «menor valor»?
f(x) f é uma função de referência (no contexto 3. A receita obtém-se multiplicando o custo
por lim e escreve o limite dado como das funções derivadas) e g é uma função
x " -∞ x do aluguer diário de um apartamento pelo
soma de dois limites. afim. A que é igual g'(x) ? número de alugueres durante o mês. Podes
5. Qual é a expressão que define h' ? obter o número de alugueres durante o mês
Grupo II recorrendo ao grau de ocupação.

Grupo II 4. a) Relaciona a abcissa e a ordenada do


2. Neste caso, é vantajoso recorreres a
g(x) - g(a) ponto P com a aresta da base. A cota
g'(a) = lim . Fica como desafio 1. Para poderes usar as informações que o grá- de P é a altura da pirâmide e podes
x"a x-a fico de f ' permite, obtém uma expressão de exprimi-la à custa da abcissa e da orde-
perceberes a razão desta sugestão. f '(x) . nada de P , pois este ponto pertence ao
3. a) Designa a abcissa de A , por exemplo, 2. Relaciona o declive da reta tangente com a plano de equação 5x + 5y + 8z = 40 .
por a . Em seguida: derivada e relaciona os declives de retas 5. Damos-te uma sugestão para «arranca-
  q escreve uma expressão do declive da paralelas. Já calculaste o declive da reta que res»: Sejam P 1p, f(p)2 e Q 1q, f(q)2 dois
reta AB em função de a ; passa nos pontos de abcissas 4 e 9? É um pontos do gráfico da função f definida
bom começo! por f(x) = ax2 + bx + c , sendo a , b e c
  q identifica o declive da bissetriz do
quarto quadrante; 3. a) Trata-se de uma inequação fracionária. números reais, com a 0 0 .
Começa por escrevê-la na forma
  q relaciona os declives de retas paralelas; A(x)
≥0 .
  q determina a . B(x)

198 Ajuda
4. Recorda a propriedade que permite simplifi- c) Tem em conta a equação obtida na alínea

5
anterior e o facto de se ter d = m - s .
car uma expresão do tipo sen a + xb e re-
3p
2 3. Começa por determinar as coordenadas do
Tema

Estatística corda o conceito de arco-cosseno de um nú- centro da base do cone, notando que é o
mero real pertencente ao intervalo [- 1, 1] . ponto de interseção do plano que contém a
5. Recorre às as fórmulas que relacionam o ter- base do cone com a reta que passa por V e
"
mo de ordem n com o primeiro termo tem a direção do vetor u .
Teste 8 Págs. 190 e 191
numa progressão aritmética e numa pro- 4. a) Recorda o método de indução matemá-
gressão geométrica. tica e o conceito de sucessão decrescente.
Grupo I
1. Recorda a definição de desvio vertical de b) Recorda o método de indução matemá-
um ponto em relação a uma reta. Grupo II tica.

2. Recorda: 1. a) Começa por exprimir a ordenada na c) Recorre a uma propriedade que relacio-
na sucessões monótonas e limitadas com
 q a fórmula que dá o coeficiente de correla- origem da reta de mínimos quadrados
sucessões convergentes e tem em conta
ção linear em função do declive da reta de em função de a , tendo em conta que
que lim un + 1 = lim un .
mínimos quadrados, de SSx e de SSy ; esta reta passa no centro de gravidade
x da nuvem N , ou seja, no ponto de 5. Começa por determinar, para cada a > 0 ,
 q a fórmula que dá SSx em função de a x2i coordenadas (x, y) . Em seguida, deter- a equação reduzida da reta tangente ao grá-
i=1
e de x ; mina, em função de a , cada um dos fico da função f , no ponto de abcissa a .
 q o facto de a reta de mínimos quadrados desvios verticais dos pontos da nuvem
passar no ponto de coordenadas (x, y) . relativamente a esta reta.
3. Tem em consideração que o coeficiente de b) Começa por determinar o zero da fun-
correlação linear e o declive da reta de mí- ção f ' .
nimos quadrados têm o mesmo sinal. Re-
corda a relação entre o grau de alinhamento 2. a) Tem em conta que, para cada equipa,
dos pontos da nuvem e o valor absoluto do d=m-s.
coeficiente de correlação linear.
b) Utiliza a calculadora.

Ajuda 199
Calculadoras Gráficas
Página 117
Casio fx-CG20 Exercício resolvido 1
Página 113
Exercício resolvido 1 a) Escreve a função no editor de funções e, na janela de vi-
sualização (teclas SHIFT F3 ), define como Xmin 0 e Xmax
20, pois pretende-se estudar os 20 primeiros segundos.
Acede ao menu Gráfico. Escreve a expressão da função
e pressiona a tecla F6 (DRAW) para obteres o gráfico. Desenha o gráfico pressionando a tecla F6 (DRAW). Para
a) Para determinares o valor da derivada num ponto, tens
teres uma janela de visualização adequada ao domínio
de ativar a opção Derivative: pressiona as teclas SHIFT (Xmin e Xmax), deves recorrer ao zoom automático pre-
MENU (SET UP) e seleciona On, pressionando a tecla F1
mindo SHIFT F2 (Zoom) e, de seguida, F5 (AUTO).
e, de seguida, EXE . Obténs, assim, uma boa janela de visualização.

Com o Trace ativado (tecla F1 ), introduz os dois instan-


Com o gráfico desenhado, ativa a opção Trace (tecla F1 ).
tes: tecla 0 e EXE , 1 0 e EXE . Verifica a posição para
Introduz o valor de X e pressiona EXE . O cursor desloca-
cada um dos instantes.
-se para esse ponto, mostra as coordenadas e a respetiva
derivada nesse ponto.

b) No menu Exe-Matriz, vamos escrever a expressão da


velocidade média.
b) Para traçares a reta tangente, tens de ter o gráfico dese-
Pressiona VARS , seguido de F4 (GRAPH) e F1 (Y).
nhado. Pressiona a tecla F4 (Sketch) e, de seguida, F2
Nota: a função deve estar escrita no menu Gráfico.
(Tangent). Introduz o valor de X e pressiona EXE . O cur-
sor fica posicionado nesse ponto. Para visualizares a equa-
ção da reta tangente basta pressionares novamente EXE .

Também podes encontrar a posição no instante t = 20 (no


menu Gráfico) e efetuares o cálculo no menu Exe-Matriz.

200 Calculadoras gráficas


Página 118 Desenha o gráfico premindo F1 (GRAPH). Para calcula-
Será que…? res os parâmetros da regressão, pressiona a tecla F1
(CALC), seguido de F2 (X). Seleciona a regressão preten-
1. Começa por ativar a opção Derivate, tal como fizeste no dida em F1 (ax+b). Os parâmetros da regressão são exi-
exercício resolvido 1 da página 113. Escreve a expressão bidos. A reta tem de equação y = 2x - 3 .
da função no menu 7 (Tabela) e em SET ( F5 ) define os
parâmetros da tabela. Para visualizares a tabela, usa a te-
cla F6 (TABLE).

F_CAS_167

3. No menu Gráfico escreve a expressão da função. Em


Y2 solicita a derivada de Y1, premindo OPTN , seguido
de F2 (CALC) e F1 (d/dx). Escreve Y pressionando F1
(Y).
2. Vais ter de copiar os dados para o menu Estatística e
recorrer à regressão linear.

Coloca o cursor numa célula da coluna X. Pressiona


OPTN , seguido de F1 (LISTMEM). Escolhe a lista onde
queres armazenar os dados – lista 1. Repete o processo
para Y’1, armazenando os dados na lista 2.

Desenha os dois gráficos (tecla F6 – DRAW).

No menu Estatística podes observar as duas colunas.


Desenha o gráfico (tecla F1 – GRAPH) e em SET (tecla
F6 ) configura as listas para o desenho do gráfico.

Em Y3 escreve a expressão da função derivada. Ao desenhar,


visualiza a reta definida em Y3 a ser sobreposta à de Y2.

Calculadoras gráficas 201


Casio fx-CG 20

Página 175 Página 179


Introduzir os dados em listas Centro de gravidade

No menu Estatística, introduz os valores nas listas. No menu Estatística, introduz os valores nas listas. Para
obteres as coordenadas do centro de gravidade, na lista 3
queres que conste a média da lista 1 e, na lista 4, queres
que conste a média da lista 2. A média está disponível no
catálogo (teclas SHIFT 4 ).

Página 176
Nuvem de pontos Para escreveres «List», recorres às teclas SHIFT 1 .

Para desenhares a nuvem de pontos, pressiona F1


(GRAPH). Agora, tens de configurar o tipo de gráfico e as
listas a representar em cada um dos eixos pressionando
F6 (SET). Depois, regressa ao ecrã anterior premindo a
tecla EXIT e obtém a nuvem de pontos pressionando F1 Agora, tens de configurar dois gráficos: o gráfico 1 para
(GRAPH1). as listas 1 e 2 e o gráfico 2 para as listas 3 e 4. Para o grá-
fico 1 (StatGraph1), pressiona F1 (GRAPH) e, de
seguida, pressiona F6 (SET) para configurares o tipo de
gráfico e as listas a representar em cada um dos eixos.
Para o gráfico 2 (StatGraph2), prime F2 (GRAPH2) e em
XList coloca a lista 3 (prime F1 , introduz o número da
lista e pressiona EXE ) e em YList coloca a lista 4. Para
que se possa distinguir os dois gráficos, a marca da opção
Mark Type deve ser diferente da do gráfico 1: escolhe, por
exemplo, a marca disponível em F2 .
Página 177
Reta de mínimos quadrados

Com a nuvem desenhada, prime F1 (CALC) para obteres


as opções das regressões. Para a regressão linear, pressio-
na a tecla F2 (X) e, de seguida, seleciona o tipo de equa- Regressa ao ecrã anterior pressionando a tecla EXIT e, de
ção premindo F1 (ax+b). Os dados referentes à regressão seguida, seleciona F4 (SELECT). Ativa os gráficos 1 e 2
linear são exibidos. Para desenhares a reta, pressiona a pressionando F1 (On) em cada um deles. Para desenhares
tecla F6 (DRAW). os dois gráficos ao mesmo tempo, pressiona F6 (DRAW).

202 Calculadoras gráficas


Página 183
Determinação de a e b da equação da reta de
Texas Instruments
mínimos quadrados TI-84 Plus C SE / CE-T
Retomando o exemplo anterior e com a nuvem de pontos Página 113
desenhada, pressiona a tecla F1 (CALC) para obteres as Exercício resolvido 1
opções das regressões. Para a regressão linear, pressiona a
tecla F2 (X) e, de seguida, seleciona o tipo de equação
premindo F1 (ax+b). Os dados referentes à regressão li- a) Prime Y= e edita a função Y1=2x-x2. Define uma
escala adequada, para uma boa visualização do gráfico,
near são exibidos: observa que a = 0,7 e b = 0,8 .
e prime GRAPH . Para obteres a derivada da função no
ponto, prime 2ND , TRACE , seleciona 6:dy/dx e pressio-
na ENTER . Digita o valor da abcissa do ponto, para a
qual pretendes obter o valor da derivada, neste caso
x = -1 , e obterás o valor pretendido.

Página 185
Determinação do coeficiente de correlação linear

Introduz os novos dados em listas e obtém a respetiva nu-


vem de pontos. Obtém os parâmetros referentes à regres- b) Para obteres a equação reduzida da reta tangente ao
são. Verifica que r ) 0,93 . gráfico da função no ponto -1, prime 2ND e PRGM , se-
leciona 5:Tangent e pressiona ENTER . Podes definir a
cor da reta tangente, premindo GRAPH (Style). Digita o
valor da abcissa do ponto, para o qual pretendes obter a
equação da reta tangente, neste caso x = -1 , e obterás
o respetivo traçado.

Página 117
Exercício resolvido 1

a) Prime Y= e edita a função Y1=x3-21x2+72x+70, res-


tringida ao intervalo (domínio) [0, 20] segundos
(x ≥ 0)(x ≤ 20) (prime 2ND e MATH para acederes aos
sinais de desigualdade). Altera o estilo da linha do gráfi-
co Y1 para ponto, colocando o cursor antes de Y1, pres-
sionando ENTER e selecionado essa opção em Line. De-
fine uma escala adequada, para uma boa visualização
do gráfico, e prime GRAPH .

Calculadoras gráficas 203


Texas Instruments TI-84 Plus C SE / CE-T

Para obteres a posição do ponto P para qualquer instan-


Constrói uma linha sobre os pontos, premindo 2ND e
te de tempo, prime 2ND , TRACE , seleciona 1:value e
PRGM e selecionando 2:Line. Coloca o cursor sobre um
pressiona ENTER . Digita os valores de x = 0 e x = 10 e
dos pontos extremos e clica ENTER e depois sobre o
obterás P(0) = 70 e P(10) = -310 , respetivamente.
outro ponto extremo e clica ENTER duas vezes. Poderás
observar que esta linha passa por todos os pontos.

Obtém a equação da reta que passa por estes pontos,


inserindo as suas coordenadas nas listas L1 e L2 (clica
STAT e seleciona 1:Edit), procedendo à regressão linear
( STAT , CALC e seleciona 4:LinReg(ax+b)) e guardan-
do os parâmetros da regressão na função Y2 em Store
b) Repete o mesmo processo da alínea anterior e obtém
RegEQ ( VARS , Y-Vars e seleciona 1:Function). Obterás a
a posição do ponto P para x = 20 segundos. A veloci-
equação da reta y = -3 + 2x , com um coeficiente de deter-
dade média no intervalo [0, 20] s, obtém-se fazendo
minação r2 = 1 , que revela um ajuste perfeito e confirma
vm=DP/Dt = [P(20) - P(0)/(20 - 0) = (1110 - 70)/20 = 52 m/s .
que os quatro pontos são colineares.

Página 118
Será que…?

1. Prime Y= e edita a função Y1=x2-3x. Define uma es-


cala adequada, para uma boa visualização do gráfico, e
prime GRAPH . Para obteres o valor da derivada da fun- 3. Para obteres o gráfico da função derivada, f'(x) , pri-
ção em qualquer ponto, procede como na alínea a) do me Y= e coloca o cursor em Y3. Acede ao menu catálo-
exercício resolvido da página 113. go, premindo 2ND e 0 (catalog), clica ALPHA e LOG
(para ir para a letra n) e seleciona nDeriv. Agora preen-
2. Prime 2ND , ZOOM e ativa a opção GridLine, para
che a expressão da derivada, premindo X,T,q,n para ob-
teres a grelha no referencial do gráfico. Marca os quatro
teres a variável X, e em VARS , Y-VARS, 1:Function
pontos obtidos na alínea anterior no referencial, pre-
para obteres a função Y1, e prime ENTER .
mindo, sucessivamente, 2ND , PRGM , POINTS, 1:Pt-On.
Com o cursor, vai para a posição desejada e prime
ENTER . Repete para os outros pontos. Em alternativa,
para teres o valor exato do par ordenado, sai do gráfico
(pressiona 2ND e MODE ), ativa novamente o comando
1:Pt-On(x,y,2) (o número 2 está relacionado com o for-
mato do ponto) e repete para todos os pares.

204 Calculadoras gráficas


Poderás concluir que o gráfico de f'(x) é uma reta coin-
cidente com a reta definida na alínea anterior, pelo que
a sua expressão é f'(x) = 2x - 3 .

Páginas 175 a 177


Introduzir os dados em listas, a nuvem de pontos
e a reta de mínimos quadrados
Página 179
Começa por introduzir os dados das classificações em
Centro de gravidade
duas listas de dados ( STAT e seleciona 1:Edit). Com o
cursor, vai para o fim das listas definidas e nomeia uma Começa por introduzir os dados em duas listas ( STAT
lista CINTE e outra CEXAM e introduz os respetivos e seleciona 1:Edit). Insere os valores da abcissa na lista
valores. Para obteres a nuvem de pontos, ativa o menu L1 e os valores da ordenada na lista L2. Obtém na lista
dos gráficos estatísticos, premindo, sucessivamente, as L3 a média da lista L1, posicionando o cursor na pri-
teclas 2ND e Y= , seleciona 1:Plot1 e ENTER . No menu meira célula e premindo, sucessivamente, 2ND , STAT ,
do Plot1, seleciona ON e clica ENTER , seleciona o diagra- MATH, 3:mean( , e selecionando a lista L1 ( 2ND 1 ou
ma de dispersão (1.a opção) e ENTER , seleciona CINTE em
2ND STAT ). Repete o processo e obtém a média de L2
Xlist (clica 2ND e STAT ) e CEXAM em Ylist, e, no fi- na lista L4.
nal, pressiona ZOOM e 9. Obténs assim a nuvem de
pontos dos dados das classificações. Para obteres a nuvem de pontos dos dados e do centro
da gravidade (médias), ativa o menu dos gráficos esta-
tísticos, premindo, sucessivamente, 2ND , Y= , 1:Plot1 e
ENTER . No menu do Plot1, seleciona ON e clica
ENTER , seleciona o diagrama de dispersão (1.a opção) e
ENTER , L1 em Xlist e L2 em Ylist. Posiciona o cursor
sobre Plot2 e prime ENTER para acederes ao seu menu.
Repete o que fizeste no Plot1, selecionando neste caso
L3 e L4, e, no fim, pressiona ZOOM e 9.

Obtém a equação da reta de mínimos quadrados (reta


de regressão linear) para esta nuvem de pontos, premin-
do STAT , CALC e seleciona 4:LinReg(ax+b). Insere as
listas CINTE e CEXAM (clica 2ND e STAT ) e guarda
os parâmetros da regressão na função Y1 (Store RegEQ:
VARS , Y-VARS e seleciona 1:Function). Obterás a equa-
ção da reta y = 1,126x - 3,362 .

Calculadoras gráficas 205


Texas Instruments TI-84 Plus C SE / CE-T

Página 183
Determinação de a e b da equação da reta de
Texas Instruments
mínimos quadrados TI-Nspire CX
Usando o conjunto de dados referidos na página 179, Página 113
procede de forma análoga ao que foi feito anteriormen-
Exercício resolvido 1
te nas instruções das páginas 175 a 177.

Alternativamente, prime STAT , CALC e seleciona 2:2-


a) Abre um novo documento com a aplicação Gráficos.
Var Stats. Insere em Xlist a lista L1, em Ylist a lista L2,
e pressiona Calculate. Obterás os dados estatísticas das Edita a função f1(x)=2x-x2 e prime ENTER . Se necessário,
duas variáveis. define uma janela adequada para uma boa visualização do
gráfico. Coloca um ponto sobre a função, premindo, suces-
sivamente, MENU , 8:Geometria, 1:Pontos e retas, 2:Ponto
sobre o objeto e, com o cursor sobre a função, prime
ENTER duas vezes e obterás o ponto e respetivas coorde-
nadas. Obtém o valor da derivada da função num ponto,
premindo, sucessivamente, MENU , 6:Analisar gráfico,
5:dy/dx e, colocando o cursor sobre o ponto anterior, pri-
me ENTER duas vezes. Prime MENU , 1:Ações, 7:Texto e
escreve a expressão dy/dx=, e coloca-a junto do valor da
derivada obtido (para não esquecer o seu significado).

Determina os parâmetros a e b através das expressões


que aprendeste, recorrendo aos dados estatísticos para
obteres os elementos de que vais precisar.
Assim, confirmarás que a = 0,7 e b = 0,8 .

Página 185
Determinação do coeficiente de correlação linear

Com os novos dados, procede de forma análoga ao que foi


feito anteriormente nas instruções das páginas 175 a 177.
Observa os parâmetros referentes à regressão e verifica
que r ) 0,93 .
b) Obtém a equação da reta tangente no ponto em causa,
premindo, sucessivamente, MENU , 8:Geometria, 1:Pontos
e retas, 7:Tangente e, com o cursor sobre o ponto, prime
ENTER duas vezes e obterás a tangente e a respetiva equa-
ção (não esqueças de premir ESC para saires do coman-
do que está ativo). Podes agora agarrar no ponto e movê-
Nota: se os coeficientes de determinação (r 2) e de correla- -lo ao longo da função e observar a variação das suas
ção linear (r) não aparecerem no resultado da regressão, coordenadas, do valor da derivada e da equação da reta
prime MODE e, em STAT DIAGNOSTIC, ativa ON. tangente nesse ponto.

206 Calculadoras gráficas


Obtém o valor da derivada e a equação da reta tangente Coloca o cursor sobre a expressão, prime CTRL e MENU
no ponto -1 colocando o cursor sobre o valor da variável (ou prime MENU , 1:Ações, 9:Calcular), ativa 4:Calcular e
independente nas coordenadas do ponto, premindo seleciona para Pfinal a posição em x = 20 e para Pinicial
ENTER duas vezes e alterando para -1. a posição em x = 0 e obterás o valor para a velocidade mé-
dia: vm = 52 m/s.
Obterás f '(-1) = 4 e a equação da reta da tangente a f
nesse ponto: y = 4x + 1 .

Página 117
Exercício resolvido 1

a) Abre um novo documento com a aplicação Gráficos.


Página 118
Edita a função f1(x)=x3-21x2+72x+70, restringida ao do-
Será que…?
mínio [0, 20] segundos, premindo CTRL e = para acederes
aos símbolos de restrição e de desigualdade. Define uma
janela adequada para uma boa visualização do gráfico. 1. Abre um novo documento com a aplicação Gráficos.
Repetindo o procedimento da página 113, obtém um Edita a função f1(x)=x2-3x. Define uma janela adequada
ponto sobre a função e as respetivas coordenadas. Altera para uma boa visualização do gráfico. Coloca um ponto
o valor da variável tempo para 0 e 10 segundos e obterás: sobre a função e obtém as respetivas coordenadas, tal
x = 0 s " P(10) = 70 m e x = 10 s " P(10) = -310 m . como em problemas anteriores. Determina o valor da pri-
meira derivada da função, para os valores de x considera-
dos, premindo, sucessivamente, MENU , 6:Analisar gráfi-
co, 5:dy/dx e, colocando o cursor sobre o ponto anterior,
pressiona ENTER .
Guarda os valores de dy/dx como variável, colocando o
cursor sobre esse valor, premindo CTRL , MENU e selecio-
nando 4:Guardar. Dá o nome deriv à variável valor da de-
rivada da função.

b) Para obteres a velocidade média no intervalo [0, 20]


segundos, coloca um ponto em x = 0 e outro em x = 20 ,
obtendo as respetivas posições. De seguida, prime, sucessi-
vamente, MENU , 1:Ações, 7:Texto e escreve a expressão
para o cálculo da velocidade média (recorrendo aos sím-
bolos matemáticos disponíveis em t ), tal como está na
figura.

Calculadoras gráficas 207


Texas Instruments TI-Nspire CX

Altera agora o valor da variável x nas coordenadas do Páginas 175 a 177


ponto para os valores considerados e obterás: Introduzir os dados em listas, a nuvem de pontos
f '(-2) = -7 , f '(0) = -3 , f '(1) = -1 e f '(2) = 1
e a reta de mínimos quadrados

2. Coloca quatro pontos na zona do gráfico, premindo,


Pressiona c e abre um novo documento com a aplica-
sucessivamente, MENU , 8:Geometria, 1:Pontos e retas,
ção Listas e Folha de Cálculo. Introduz os valores das clas-
1:Ponto e pressionando ENTER . Obtém as coordenadas
de cada ponto, colocando o cursor sobre o ponto, pressio- sificações dos dez alunos nas colunas A e B. De seguida, dá
nando CTRL , MENU e selecionando 7:Coordenadas e nome às colunas de dados, posicionando o cursor na pri-
Equações (não esqueças de premir ESC para saires do co- meira célula de cada coluna, escrevendo, na A, cinterna e
mando que está ativo). Altera o valor da variável x nas premindo ENTER e, na B, cexame e premindo ENTER .
coordenadas de cada ponto para os valores x = -2 , x = 0 , Prime CTRL e ~ para inserires uma nova página no
x = 1 e x = 2 e o valor da variável dependente para os documento com a aplicação Dados e Estatística. Obterás
valores da derivada da função determinados na questão uma nuvem de pontos disposta ao acaso.
anterior.

Obtém a reta sobre esses pontos, premindo, sucessivamen-


te, MENU , 8:Geometria, 1:Pontos e retas, 4:Reta e, colo-
cando o cursor sobre um dos pontos, pressiona ENTER e
repete para outro ponto. Agora coloca o cursor sobre a
reta, prime CTRL , MENU e seleciona 7:Coordenadas e
Equações. Obterás a equação da reta: y = 2x - 3 . Representa cexame em função de cinterna, posicionando o
cursor sobre Clicar para adicionar variável e seleciona, no
eixo das abcissas, cinterna e, no eixo das ordenadas, cexame.
Obterás a nuvem de pontos dos dados introduzidos.

3. Prime CTRL , G e acede ao editor de funções. Edita a


função derivada de f1(x), indo para f2(x), premindo k ,
selecionando derivative( e escrevendo a expressão, como se
indica na figura, e ENTER . Poderás concluir que o gráfico Obtém a reta de mínimos quadrados (reta de regressão
da função derivada é coincidente com a reta que construís- linear), premindo, sucessivamente, MENU , 4:Analisar,
te na questão anterior. 6:Regressão e 2:Mostrar linear (a+bx). Obterás a equação
reduzida da reta que estabelece uma relação funcional
entre as duas variáveis: y = 1,13x - 3,36 .

Página 179
Centro de gravidade

Abre um novo documento com a aplicação Listas e Folha


de Cálculo. Introduz os valores da abcissa na coluna A e
os da ordenada na coluna B, dá o nome de abcissa à co-
luna A e de ordenada à coluna B. Na célula da primeira
linha da coluna C, obtém a média da coluna A, premindo,

208 Calculadoras gráficas


sucessivamente, MENU , 3:Dados, 6:Lista, 3:Média e,
premindo VAR , seleciona a variável abcissa. Repete o
processo anterior e, na célula da primeira linha da coluna
D, determina a média da coluna B. Obterás o par ordena-
do, que é o centro de gravidade da nuvem de pontos. Dá
o nome m1 à coluna C e m2 à coluna D.
Determina os parâmetros a e b através das expressões
que aprendeste, recorrendo aos dados estatísticos para
obteres os elementos de que vais precisar.

Prime CTRL , ~ e abre uma nova página com a aplica-


ção Gráficos. Prime, sucessivamente, MENU , 3:Introdu-
ção/Edição de gráficos, 5:Gráfico de dispersão. Em s1, Assim, confirmarás que a = 0,7 e b = 0,8 .
para x , pressiona VAR e seleciona abcissa e, para y , se-
leciona ordenada e prime ENTER . Prime CTRL e G para
abrires o editor de funções e, em s2, seleciona ( VAR ) m1 Página 185
para x e m2 para y . Obterás o gráfico de dispersão dos
Determinação do coeficiente de correlação linear
pares ordenados e da média. Para alterares o formato dos
pontos, coloca o cursor sobre o ponto e prime CTRL , Abre um novo documento com a aplicação Listas e Folha
MENU , seleciona 3:Atributos e, com o cursor, escolhe o de Cálculo. Introduz os valores da abcissa na coluna A e
formato. Podes obter a grelha do gráfico, premindo, suces- os da ordenada na coluna B, e nomeia-as. De seguida,
sivamente, MENU , 2:Ver, 6:Grelha e 2:Grelha ponteada. pressiona CTRL e ~ e abre uma nova página com a
aplicação Calculadora. Prime, sucessivamente, MENU ,
6:Estatística, 1:Cálculos estatísticos, 2:Estatísticas de duas
variáveis e seleciona, na Lista X, a variável abci e, na Lista Y, a
variável orden e pressiona OK. Obterás os dados estatísti-
cos das duas variáveis, onde encontrarás o valor do coefi-
ciente de correlação linear, r ) 0,93 .

Página 183
Determinação de a e b da equação da reta de
mínimos quadrados

Usando o conjunto de dados referido na página 179, pro-


cede de forma análoga ao que foi feito anteriormente nas
instruções das páginas 175 a 177. Alternativamente, abre
o documento relativo aos dados da página 179 e insere
uma nova página com a aplicação Calculadora. Prime, su-
cessivamente, MENU , 6:Estatística, 1:Cálculos estatísticos,
2:Estatísticas de duas variáveis e seleciona, na Lista X, a
variável abcissa e, na Lista Y, a variável ordenada e pres-
siona OK. Obterás os dados estatísticos das duas variáveis.

Calculadoras gráficas 209


Respostas dos exercícios propostos
c)

4
15
y 1
f(vn ) Seja un = - ; a sucessão (un) tende para 0 e a
n
sucessão 1f (un)2 tende para - ∞ .
Tema

Funções Reais de
Variável Real f(un ) 1 1
O 1 Se vn = - , a sucessão (vn) tende para 0 e a
n
un vn x sucessão 1f (vn)2 tende para 0 .
1. Limites segundo Heine f
16
de funções reais de
1
variável real Seja un = 1 - ; a sucessão (un) tende para 1 e
n
9 a sucessão 1f (un)2 tende para +∞ .
1 1
a) Por exemplo, un = 2 + . 1
n Se vn = 1 + , a sucessão (vn) tende para 1 e a
n
sucessão 1f (vn)2 tende para -∞ .
a) [- 2, 5]
b) 50, 26 ∂ f3, +∞f
b) A afirmação é falsa. Não existe limite de
g (x) quando x tende para 2.
17
2 10 Seja (un) uma qualquer sucessão convergente
0,1 não é aderente a A , pois, por exemplo, na 1 para 1;
A sucessão de termo geral un = 2 + é conver-
n
gente para 2 e a sucessão 1g(un)2 é convergente
vizinhança de raio 0,01 de 0,1 não existe qual- 1
lim f (un) = lim = +∞
quer elemento de A não sendo, portanto, pos-
para 0, portanto, o seu limite é diferente de g(2) , 0 un - 1 0
sível definir uma sucessão de elementos de A
que é igual a 3. Portanto, lim f (x) = + ∞ .
convergente para 0,1; 1 é aderente a A , pois, x"1
por exemplo, a sucessão de termo geral 18
11
1
un = 1 + é uma sucessão de elementos de A lim f (un) = + ∞ , lim f (vn) = - ∞ e lim f (wn) = + ∞
2n a) Seja (un) uma qualquer sucessão conver-
convergente para 1.
gente para 0; 19
0x0 0x0
2 2
3 lim f (un) = lim (3 - (un) ) = 3 - (lim un) =
=3-0 =3 2
lim + =1 e lim - = -1
a) R b) R \ g1, 6f Portanto, lim f (x) = 3 . x"0 x x"0 x
d) A ∂ 536
x"0
c) N 20
b) Seja (vn) uma qualquer sucessão conver-
e) B ∂ 5- 2, 26 f) C gente para - 2; lim f (x) = 3 e lim f (x) = 2 ;
2 2 x " 0- x " 0+
4 lim f (vn) = lim (3 - (vn) ) = 3 - (lim vn) =
2 lim g (x) = - 1 e lim g (x) = 0
= 3 - (- 2) = 3 - 4 = - 1 x " 0- x " 0+
É 2 , porque a sucessão (xn) tende para 0 e Portanto, lim f (x) = -1 . 3x + 2 se x < 0
lim f (x) = 2 . x " -2 (f + g) (x) = e e, portanto,
x"0 4x + 2 se x > 0
12 lim (f + g) (x) = 2
5 x"0
a) a = - 1 e b = 6 b) a = - 3 e b = 9
a) Não existe, porque as sucessões (un) e (vn) 21
tendem ambas para 1 e as sucessões das 13
Seja (xn) uma sucessão cujos termos perten-
imagens têm limites diferentes. 1
a) A sucessão de termo geral un = 1 - é con- cem ao domínio de f e que tende para +∞ .
n
1 2
b) Não se sabe se existe; se existir, terá de ser Dado que lim f (x) = b , conclui-se que
vergente para 1 e a sucessão f n , defini-
(u ) x " +∞
igual a 2. lim f (xn) = b .
1
da por - - 2 , é convergente para - 2; por-
6 n Por outro lado, dado que lim f (x) = c , con-
tanto, o seu limite é diferente de f(1) , que é 3. x " +∞

1 clui-se que lim f (xn) = c . Como uma sucessão


a) Sim b) Não c) Sim b) A sucessão de termo geral un = 1 - é con-
n não pode ter dois limites diferentes, os núme-
d) Sim e) Sim f) Não vergente para 1 e a sucessão 1f (un)2 , defini- ros b e c são iguais.
2
A resposta é «Sim», nos casos em que 2 é pon-
da por a1 - b - 3 , é convergente para - 2;
1 22
to aderente ao domínio; se a resposta é «Não», n 1 - 2n2
é porque 2 não é ponto aderente ao domínio. portanto, o seu limite é diferente de f(1) , un = 4n - 1 e vn =
n
que é 0.
7 23
14 2
(C) a) lim f (un) = lim fun(2 - (un) )g =
2
Por exemplo, = lim un * f2 - (lim un) g =
8 = + ∞ * (- ∞) = - ∞ ;
y
portanto, lim f (x) = - ∞ .
a) 0 e 0 g
x " +∞
3
1 1 b) f (- x) = 2 * (- x) - (- x) =
b) f (un) = - + 1 e f (vn) = 3 - 2 ;
n n = - 2x - (- x3) = - 2x + x3 =
O x
lim f (un) = 1 e lim f (vn) = 3 . -1 = - (2x - x3) = - f (x)
Não existe. Como a função é ímpar, lim f (x) = + ∞ .
x " -∞

210 Respostas dos exercícios propostos


, R \ 516
24 x2 + x + 1 49
b)
p x-1
Seja un = + 2np ; un " + ∞ e x2 + 2x
, R \ 5- 1, 16
2 1 - 2x a) lim = +∞
c)
x+1
x " 0+ x3 + x2
lim sen (un) = 1 .
x2 + 2x
3p 37 lim = -∞
Seja vn = + 2np ; vn " + ∞ e x " 0- x3 + x2
2
lim sen (vn) = - 1 . a) 3, x 0 - 3 x2 + 2x
b) lim = -∞
3 x " -2 +
(x + 2)
2
Portanto, não existe lim sen (x) . b) , a 0 -1
x " +∞ a+1
x2 + 2x
lim = +∞
25 38 x " -2- (x + 2)
2

a) lim g (x) = 0 e g(0) = 1 1


x " 0+ a) , x 0 -3 ‹ x 0 3 50
2x - 6
b) lim g (x) = 2 e lim g (x) = - ∞ t+5 a) 0 b) 1
x " -∞ x " +∞ b) , t 0 2 ‹ t 0 -2
t+2
c) Por exemplo, un = - n e vn = n . 1 51
, x 0 0‹x 0 1
0x + 10 - 2
c)
26 (x - 1)2
=1
0x - 10
a) lim
x " 1+
39
0x + 10 - 2
a) a = 3 b) k = 5
x
= -1
0x - 10
a) , x 0 -2 lim
27 6 x"1 -

2
a) - 2 b) - ∞ c) + ∞ b) , a 0 0 ‹ a 0 3 ‹ a 0 -3 x2 - 1
a+3 = -2
0x + 10
b) lim
x+2 x " -1+
28 c) , x 0 0 ‹ x 0 1 ‹ x 0 2 ‹ x 0 -2
x x2 - 1
=2
0x + 10
17 d) 2x, x 0 0 ‹ x 0 - 2 lim
a) 3 b) c) - ∞ d) - ∞ x " -1-
4
29 40 52
x+1
a) "3 b) "- 2 , x 0 1 ‹ x 0 -1 ‹ x 0 0 1
3
c) -1 d) +∞ a) a) + ∞ b) c) - 2
2 16
e) 2"2
1 2
30 b) - , x 0 0 ‹ x 0 2 d)
2x 3
a) 11 b) + ∞ c) + ∞ d) + ∞ 41 53
1 1
31 a) - ∞ b) - ∞ c) - ∞ a) b) c) 3
2 2
a) 7 b) 0 c) -∞ d) - ∞ e) - ∞ f) - ∞
54
32 42 1
a) Seja xn = ; xn " 0 e
np
a) 0 b) - ∞ c) - ∞ d) - ∞ a) - ∞ b) + ∞ c) 0 1
lim sen = lim sen (np) = 0
xn
33 43
1
Seja un = ; un " 0 e
a) 0 b) 0 c) 0 d) + ∞ p
+ 2np
a) 0 b) -∞ c) 0
2
d) + ∞ e) + ∞
lim sen = lim sen a + 2npb = 1
44 1 p
1 un 2
34 a) - b) - ∞ c) + ∞
3 b) 0 (produto de uma função que tende para 0
a) R \ 506 b) R \ 5- 16
1
d) - e) 0 por uma função limitada)
8
c) R \ 5- 1, 16 d) R \ 506 45 55
35 9 2 1
k= a) b)
2 3 2
a) 2(x + 3)(x - 3)
2 46 56
b) (x + 2)
a) - 1 b) - 1 4
c) 2x(x + 1)ax - b
3
2 57
47
d) (a2 + 4)(a + 2)(a - 2)
"2 1 a) Sendo "x = y , lim
y-1
= lim
1
=
1
2
e) (x + 1) (x - 2) a) 1 b) - c) - y+1 2
2 2 y"1 y2 - 1 y"1

b) Sendo "x = y ,
3
36 48
y3 + 1
, R \ 5- 2, 06
x-2 2 1 7 1 lim = lim (y2 - y + 1) = 3
a) a) - b) c) d) - y " -1 y + 1 y " -1
3x 3 5 2 2

Respostas dos exercícios propostos 211


y2 + 1 d) R ; em nenhum, a função é contínua em R
c) Sendo "x = y ,
6 65
lim =0
y " +∞ y +2
3
- x se x < 0 e) R \ {1} ; em 1; x = 1
f (x) = e
y-2 x se x ≥ 0 f) R ; em 1; não existem assíntotas verticais
d) Sendo "x + 1 = y , lim 2 =
1 1
y"2 y -4 f é contínua em g- ∞, 0f e em g0, + ∞f por g) R ; em - 1 e em 1; x = - 1 e x = 1
= lim = ser, em cada intervalo, restrição de uma função
y"2 y+2 4
polinomial (portanto, contínua). 73
58 E também é contínua em 0, pois: a) y = - 2 b) y = 3x
Não é contínua em qualquer ponto de Z . lim - f (x) = lim + f (x) = f (0) c) y = 2x + 1 d) y = - 3x + 1
x"0 x"0
h é contínua porque é a composta de duas fun- e) y = - 2x + 3
59
ções contínuas.
1 74
Não é contínua em x = - 3 , pois lim g (x) = 66
e g (- 3) = 0 .
x " -3+ 3 - 2x2
lim f (x) = lim = -2
a) É o quociente de duas funções contínuas: x " +∞ x " +∞ x2
60 a diferença entre a raiz quadrada de uma 75
função polinomial e uma constante e uma
a=3 2x2 2
função polinomial. lim f (x) = lim = lim =0
x " +∞ x " +∞ x3 x " +∞ x
61
f(x) se x 0 - 1
76
Seja (un) uma sucessão real; o seu domínio é N e b) g (x) = | 1
- se x = - 1
lim c "x2 + x - ax + bd =
a aderência do domínio também é N . Seja k å N , 2 1
qualquer; vamos provar que a sucessão é contí- x " +∞ 2
= lim "x + x - x - =
nua em k . Qualquer sucessão de elementos do 67
Q 2 R
1
domínio da sucessão a tender para k é a sucessão x " +∞ 2
k=2
constante (ou é uma sucessão constante a partir Q "x2 + x - x R Q "x2 + x + x R 1
de certa ordem) e a sucessão das imagens é a su- = lim - =
"x2 + x + x
68 x " +∞ 2
cessão, também constante (ou é uma sucessão
constante a partir de certa ordem), com todos os a) x = 0 b) x = 1 x +x-x
2 2
1
= lim - =
termos iguais a uk (a partir de certa ordem) que é x " +∞
"x2 + x + x 2
convergente para uk (imagem de k na sucessão). 69
x 1
-2 = lim - =
lim f (x) = = -∞ x " +∞ 2
"x2 ° 1 + ¢ + x
62 x " -1 0+ 1
a) lim + g (x) = lim + x = 1 e g (1) = 3 -1 Ç x
x"1 x"1
lim g (x) = - = + ∞
x " -1- 0 x 1
lim + h (x) = lim + (x + 1) = 2 e h (1) = 0 = lim - =
1 x " +∞ 2
lim h (x) = x a 1 + + 1b
x"1 x"1 1
Å
x " -1 5 x
4x - 1 se x ≤ 1
b) (g + h)(x) = e 1 1
2x + 1 se x > 1 70 = lim - =
x " +∞
1 2
lim + (g + h)(x) = 2 * 1 + 1 = 3 1+ +1
x"1 a) R Å x
lim - (g + h)(x) = 4 * 1 - 1 = 3 b) R \ {- 2, 2, 3} 1 1 1 1
= - = - =0
"1 + 1 2 2 2
x"1
(g + h)(1) = 4 * 1 - 1 = 3 c) f- 2, 0f ∂ g0, 2g
c) A afirmação é falsa. As funções g e h des- d) f0, 4f ∂ g4, + ∞f 77
te item constituem um contraexemplo, am-
71 a) y = 2
bas são descontínuas no ponto 1 e a soma é
x se x ≤ a
a) Se f (x) = e
uma função contínua nesse ponto. b) Não existem assíntotas horizontais.
,
x + 1 se x > a c) y = 0
63 a função f não é contínua no ponto a e a
reta de equação x = a não é assíntota ao 78
Df = f0, 2f ∂ g2, + ∞f
seu gráfico. f (x)
f é contínua porque é soma de restrições de lim ff (x) - 2xg = 3 e lim =2
x " +∞ x " +∞ x
funções polinomiais, racionais e raiz quadrada 1
se x < 0
de uma função polinomial. b) Se f (x) = | x , 79
Dg = R \ 506
x se x ≥ 0 g (x)
a função f tem domínio R e a reta de lim f g (x) + 3xg = 1 e lim = -3
x " -∞ x " -∞ x
g é contínua porque é a raiz cúbica do quo- equação x = 0 é assíntota ao seu gráfico.
ciente entre a composta da função seno com 80
uma função afim e uma função afim. 72
a) y = 3x - 4 b) y = x + 2
64 a) R \ {- 1} ; em - 1; x = - 1 c) Não existem.
A função f tem domínio R \ 516 e é contínua, b) R \ {- 2, 2} ; em - 2 e em 2; x = - 2
81
a função g tem domínio R e só não é contí- c) R \ {- 3} ; em - 3; não existem assíntotas
nua no ponto 1. verticais a) y = 2 e y = - 2

212 Respostas dos exercícios propostos


b) Não existem. 89 96
1 1
c) y = x e y = - x
2 2 a) D = R \ 50, 46 ; a = 2 , c = 1 e b = d = -1
zeros: - 1 e 3;
82 97
positiva em g- 1, 0f ∂ g3, 4f e negativa em
a) y = 2x - 2 , y = - 2x + 2 e x = - 1 g- ∞, - 1f ∂ g0, 3f ∂ g4, + ∞f 12
a) c = ; Dc = f2,4; 8g
x
b) D = R \ U -"5, "5 V ;
b) x = 0
24
c) y = - x e x = 0 b) P(x) = 2x + , x å f1,5; 5g
zeros: - 2, 0 e 2; x

83 positiva em
98
g - #5, - 2 f ∂ g0, 2f ∂ g "5, + ∞ f e negati-
c) e f
a) x = - 1 , y = 0 e y = - 2x 5
va em g - ∞, - "5 f ∂ g- 2, 0f ∂ g 2, "5 f
a) {5} b) {- 2} d) O
2
b) x = - 1 , y = x e y = - x + 2
99
84 90
- 6x + 9
=0 ; e f
3
a)
Dado que f é ímpar, tem-se f (- x) = - f (x) . f é contínua e g não é contínua, porque não é x-1 2
contínua em 0. - 10x - 8
lim ff (x) - (mx - b)g =
= 0 ; e- f
4
x " -∞ b)
x(x + 2)(x - 1) 5
= lim f- f (- x) + m(- x) + bg = 91
x " -∞
4 - x2 + 5x - 4
= - lim ff (- x) - m(- x) - bg = - c) = 0 ; {4}
x " -∞
2,5 0,04 3 (x - 1)(x + 3)(x - 3)
a) b) c)
x x x
= - lim ff (x) - mx - bg = 100
x " +∞
= - lim f f (x) - (mx + b)g = 0 92
x " +∞ a) - 1 b) Não tem.
O gráfico de g obtém-se do gráfico de f por
85 101
meio da translação definida pelo vetor de coor-
2g(x) 4x
lim f (x) = lim a + b=
denadas (- 2, 1) . a) f- 2, + ∞f
x " +∞ x " +∞ x x
O gráfico de h obtém-se do gráfico de f apli-
b) d , + ∞c
5
g(x) cando a este gráfico a translação definida pelo
= 2 lim + 4 = 2 * 3 + 4 = 10 2
x " +∞ x vetor de coordenadas (1, 0) , seguida da refle-
xão de eixo Ox e da translação definida pelo c) f0, + ∞f
86
vetor de coordenadas (0, 2) . d) g- ∞, - 2f ∂ g2, + ∞f
, D'g = R \ 516
f(x) x2 + 3x - 4 1
a) lim = lim = 1 (não de- g (x) = 1 + e) [0, 2]
x " +∞ x x " +∞ x2 + cx x+2
pende de c ) f) R \ 526
, D'h = R \ 526
1
h(x) = 2 -
x-1
lim ff(x) - xg = 102
x " +∞

x + 3x - 4 - x - xc
2 2 93
a) d0, d
= lim = 1
x+c b) g- 2, 1f ∂ g2, + ∞f
x " +∞ 2
-5 2
(3 - c)x - 4 a) 3 + b) - 1 + c) g- ∞, - 2f ∂ f0, 2f ∂ g2, + ∞f
= lim =3-c x - (- 2) x-3
x " +∞ x+c
2 d) f0, 2f ∂ f4, + ∞f
A reta de equação y = x + 3 - c é assíntota -
ao gráfico de f . 2 9
c) + 103
3
x - a- b
1
b) 4 e - 1
3 a) R \ 526 ; - 3 ; positiva em ]- 3, 2[ e negativa
87 em g- ∞, - 3f ∂ g2, + ∞f ; x = 2 e y = - 1 .
94
1 1 b) R \ {- 1, 1} ; - 2 e 3; positiva em
x = -2 , x = 0 , y = -x e y = x +
2 2 a) x = 3 e y = 1 g- 2, - 1f ∂ g1, 3f e negativa em
y g- ∞, - 2f ∂ g-1, 1f ∂ g3, + ∞f ;
y = -x
1 x+ —
y= — 1 b) x = 0 e y = 2
2 2 x = -1 , x = 1 e y = -1 .
c) x = - 3 e y = 2
c) R \ {- 2, 3} ; não tem; positiva em g3, + ∞f e
negativa em g- ∞, - 2f ∂ g- 2, 3f ; x = 3 e
O x 95
y = 0 .
x = -2 a) f (x) = 2 -
1 d) R \ 5- 1, 66 ; - 3, - 2 e 1 ; positiva em
x+1 g- 3, - 2f ∂ g- 1, 1f ∂ g6, + ∞f e negativa
3 em g- ∞, - 3f ∂ g- 2, - 1f ∂ g1, 6f ; x = - 1 ,
b) g (x) = - 1 - x = 6 , y=x+9 .
88 x-2
1 2 e) R \ 516 ; - 3; positiva em g- ∞, - 3f ∂ g1, + ∞f
x=1 e y=- c) h (x) = -
2 x+2 e negativa em g- 3, 1f ; x = 1 e y = 1 .

Respostas dos exercícios propostos 213


0
104 Temos, portanto, duas sucessões, (un) e k) Indeterminação
0
(vn) , convergentes para 1 e tais que as cor- l) - ∞
respondentes sucessões das imagens por h
a) Zero: - ; positiva em d- ∞, - c ∂ g- 1, 1f
7 7 têm limites diferentes. Logo, não existe li-
2 2 122
mite de h(x) quando x tende para 1.
e negativa em d- , - 1c ∂ g1, + ∞f .
7 a) - ∞ b) + ∞ c) 0
2
114
b) Zero: 0 ; positiva em 123
g- ∞, - 2f ∂ g0, 2f ∂ g2, 5f ∂ g5, + ∞f , ou a) Df = R \ 526 , Dg = g- ∞, 3g e a) + ∞ b) - ∞
seja, g- ∞, - 2f ∂ g0, + ∞f \ 52, 56 e negativa Dh = f2, + ∞f \ 536 ; 0
em g- 2, 0f . c) Indeterminação d) + ∞
as aderências respetivas são R , g- ∞, 3g e 0 ∞
e) + ∞ f) Indeterminação
105 f2, + ∞f . ∞
1 g) 0
a) y = 2x b) y = x - 3 b) f (un) =
un - 2 124
c) y = 3x - 1 e y = - 3x + 1 1 1 1
c) lim f (un) = lim = = - ; não. 1
1 0-2 2 a) b) Não existe.
106 -2 3
n
490 d) Seja (un) uma qualquer sucessão de termos c) Não existe. d) + ∞ e)  - ∞
a) p (x) = b) 10
15 + x diferentes de 2 tal que un " 0 .
125
1 1 1
107 lim f (un) = lim = = - , portanto, a) + ∞ b) - ∞
un - 2 0 - 2 2
120 1 c) - 2 d) - ∞
a)
x lim f (x) = -
x"0 2
e) Indeterminação - ∞ + (+ ∞)
b) O número de horas que duas torneiras de Seja (vn) uma qualquer sucessão de termos
caudais constantes, de x litros por hora e menores ou iguais a 3 tal que vn " 3 . 126
de 6 litros por hora, demoram, em simultâ-
neo, a encher o referido depósito. lim g (vn) = lim #3 - vn = !3 - 3 = 0 , por- a) -∞ b) +∞ c) -∞
tanto, lim g (x) = 0 .
x"3
108 127

a) Df = R \ 5- 36 , D'f = R \ 5- 26 , x = - 3 e
115
k<0
y = -2 a) k = - 1 b) k = 2
1 - 6x 128
b) f - 1 (x) = ; x = - 2 e y = - 3 ; observo 116
2x + 4 Racionais polinomiais: b) e e) ; racionais não
uma possível relação com as assíntotas ao (A) polinomiais a) e f) .
gráfico da função f .
117 129
109
Não existe, porque as sucessões (un) e (vn) a) R \ {- 3} b) R c) R \ {1}
a) c , d tendem ambas para + ∞ e as sucessões 1 f(un)2
5 13
b) f- 1, 2g ∂ f3, + ∞f
e 1 f(vn)2 têm limites diferentes.
2 3 d) R e) R \ {0, 2}

c) e 0, f
2
d) R 130
3 118
e) E ∂ {2} Apresentamos dois exemplos para cada caso:
a) V b) F c) V
x 3
a) ;
110 119 x + 2 (x + 2)2

Não existe: para que pudesse existir, era neces- a) + ∞ b) - ∞ c) 2 2x + 3 1


b) ;
sário (não suficiente) que lim f (un) = lim f (vn) . d) - ∞ e) 3 f) 0 x2 - x - 2 3
(x + 1) (x - 2)
1 5x
111 120 c) ;
x2 - 3 6 - 2x2
1
É 3, pois lim un = - e lim f (x) = 3 . (B) 2p x
2 x " -1 d) ;
2x + "2
2
121 x +1
2 2
112
a) - ∞ b) - ∞ 131
(C)
c) 0 d) - ∞ a) 2(x + 2)(x - 2)
113
e) - ∞ b) 2(x - 1)(x + 3,5) = (x - 1)(2x + 7)
a) lim un = 1 ; lim h (un) = 2 f) Indeterminação ∞ * 0 c) h(4 - h)
1 g) + ∞ h) 0 d) (x + 1)(x - 2)
b) Se vn = 1 + , tem-se lim vn = 1 e
n ∞
e) (2 - x)(x2 + 2x + 4)
lim h (vn) = lim a- b = 0 .
1 i) Indeterminação

n j) - ∞ f) 2x(x + 1)2

214 Respostas dos exercícios propostos


132 140 151
1 1
; D = R \ 5- 1, 0, 16
x+1 lim f(x) = + = + ∞ ; portanto, lim ff(x) - (x - 3)g = lim =0
a) x " 1+ 0 x+2
x x " +∞ x " +∞

Ak å R , lim f(x) 0 f(1) .


; D = 5(a, b) å R2 : a 0 b6
a-b 152
b) x " 1+
2
2x - 3 141
; D = R \ e- , f
3 3 a) x = 0 , y = x - 3 e y = - x + 3
c)
2x + 3 2 2 (A) b) x = 2 , y = 2x + 1
133
142 153
f (x) - f (1)
=x-2 Por exemplo,
x-1 a) 0 b) - ∞ c) - ∞
g(x) se x ≤ - 2 › x > - 1
h(x) = e
134 2 - x + 1 se - 2 < x ≤ - 1 154
143
, R \ 50, 26
2+x lim ff(x) - (x - 2)g = lim g(x) = 0
a) x " +∞ x " +∞
2x f(3)
b) 1, para x 0 y 155
c) x - 3 , R \ 50, - 36
144
(C)
O domínio da função é R \ {0} . A função é o
d) , R \ 5- 1, 1, 06
1
x quociente de funções contínuas em R e, por- 156
tanto, também contínuas em R \ {0} . No nume-
, R \ 5- 2, 26
x
e) rador temos a soma da composta da função a) Riscar «não pode».
2
seno com uma função afim (definida por 2x)
, R \ 5- 2, 0, 26
x b) Riscar «não pode».
f) com uma função quadrática (definida por
x+2 x2 + 1). No numerador temos a diferença entre c) Riscar «pode».
g) 2x - 2 , R \ {0, 2} a raiz quadrada de uma função quadrática
sempre positiva (definida por x2 + 1) e uma 157
135 função constante.
(B)
a1) + ∞ a2) 2 145
a3) - ∞ a4) 3 158
m e p
"2 (B)
a5) +∞ a6) - 146
4
a 7) - ∞ (B) 159

b) Por exemplo: 147 (A)


b1) h(x) = x 3
b2) h(x) = x 3
(B) 160
x
b3) h(x) =
3 148 a) A reta de equação y = 2x + 2a + 1 .
a) x = 3 1
136 b1) a = -
2
1 b) x = 2 e y = 4 3
a) 2 b) 0 c) b2) a = 1 ou a = -
2 c) x = 1 , x = - 1 e y = - 2 2
1 3 !11 d) x = - 2 e y = 1
d) - e) - f) - 161
3 4 2 e) x = 1 , y = 0 e y = - 1
1
g) - 2"2 h) 0 i) 3 y=0 , y=
b
e x=a .
149
1 Não pode haver outras assíntotas verticais por-
j) 8 k) - l) - ∞
2 a) x = 2 e y = 0 1
1 que a função é contínua em R \ {a} .
m) 4 n) - 3 o) b) y = 2x g
2
c) x = 0 e y = 2x - 2 162
"2 "2
137
d) y = x e y=- x y
(C) 2 2
e) x = 5 , y = - x - 5 e y = x + 5
138
f) x = - 2 , x = 2 , y = 2x + 4 e y = - 2x + 4
a) ]- 1, 1[ b) + ∞ g) x = 1 e y = 2x + 1 -1 O 1 x

139 150
y=x x = -1 x = 1 y = -x
a) - 4 b) - 72 (C)

Respostas dos exercícios propostos 215


163 173 c1) lim h(x) = 2
x " -∞

O gráfico tem duas assíntotas verticais de a) U - "5, "5 V c2) lim - h(x) = + ∞
x"1
equações x = a e x = c , sendo a e c os zeros
b) 5- 1, 06 2
da função h . d) h(x) = 2 -
x-1
c) g- ∞, 1f ∂ d , + ∞c
A reta de equação y = 0 é assíntota em - ∞ e 8
1 5 179
a reta de equação y = é assíntota em +∞ .
b d) g- ∞, - 3f ∂ g- 1, 2f
a) x = - 2 e y = - 1
164 e) ]0, 6[
b) lim f(x) = - 1
x " +∞
f) d- ∞, c ∂ f1, + ∞f
As retas de equações y = - x e y = x são assín- 1
lim f(x) = - ∞
totas ao gráfico de f em + ∞ e em - ∞ , respe- 2 x " -2-
tivamente, e têm declive - 1 e 1. g) f- 11, 0f c) C.S. = g- ∞, - 2f ∂ f0, + ∞f
f(x)
Portanto, lim g(x) = lim = 1 , o que d) A(2, 0) ; B(0, 1)
x " -∞ x " -∞ x 174
permite rejeitar a opção (B) e, 1
e) y = - x + 1
a) a- , 0b e a0, b
f(x) 1 1
2
lim g(x) = lim = - 1 , o que permite 3 2
x " +∞ x " +∞ x f) 8
rejeitar a opção (C) . -5
b) h(x) = 3 +
x+2
A opção (D) é rejeitada porque 0 ∫ Dg . 180
c) x = - 2 e y = 3 V
165 a) h =
d) 3 x2
a) R \ {0, 2} ; - 2; positiva em ]- 2, 0[ e negati- 20 20 40x + 20
e) b) - =
va em g- ∞, - 2f ∂ g0, 2f ∂ g2, + ∞f . x2 (x + 1)
2
x4 + 2x3 + x2
y
b) R \ {0, 3} ; - 2, positiva em g- 2, 0f ∂ g3, + ∞f 181
3
e negativa em g- ∞, - 2f ∂ g0, 3f .
h a) k = 5
166
-2 O x b) 10 dias.
1
a) g(x) = - 2 +
x-3 182
b) x = 3 e y = - 2 É crescente em g- ∞, - 2f e é crescente em
a) Como P pertence ao gráfico de f , as suas
g- 2, + ∞f .
coordenadas são ax, b . Assim, o períme-
167 1
C.S. = g- ∞, -2f ∂ c- , + ∞c
1 x
2 2 1
a) h(x) = b) h(x) = 1 + 3 tro do retângulo é dado por: 2 * x + 2 * ,
x+1 x-5 x
2
175 ou seja, 2x + , x > 0 .
x
168
a) (2, - 1) e (6, 3) b)
3
f(x) = 2 - b) (0, - 2) e (1, - 1) y
x
10
h
169 176
5
3 a) x = - 3 e y = 2
f(x) = 3 +
x-2 O x
; Dg = R \ 526
3x - 1 -4 -2 2 4
b) g- 1(x) = -1
-5
170 2-x
x = 2 e y = -3
-10
a) a = 2 , b = - 1 , c = 1 e d = - 1
177
b) a = - 1 , b = - 1 , c = 1 e d = - 2
As assíntotas ao gráfico de g- 1 são as retas de c) x = 0 e y = 2x
171 equações x = - 1 e y = 2 e o gráfico passa no
ponto de coordenadas (2, 0) . 183
a) x = - 2 e y = 5
-6
1 g- 1(x) = 2 + a) f0, + ∞f
b) x = - e y = - 3 x+1
2 b) 92%
5 2 178 276 - 3p
c) x = e y = - c) x(p) = , Dx = f92, 100f e
3 3 p - 100
a)
172 D'x = f0, +∞f
x -∞ 1 2 +∞
Por exemplo: d) Representa o número de litros de água adi-
h + n.d. - 0 +
2x + 4 x2 + x cionados ao sumo, em função da percenta-
a) f(x) = b) g(x) =
x+2 x+1 b) a = 0 e b = - 4 gem de água na bebida.

216 Respostas dos exercícios propostos


2. Derivadas de funções 190 h(2x + h) 2x + h
= lim = lim =
4h
h"0 h"0 4
reais de variável real (A) 2x x
= =
e aplicações 191
4 2
b) y = - x - 1 c) P(6, 9) ; b = - 9
184 f '(2) = 4
f(a + h) - f(a) 202
192 2
h a= ; b = -1
3
f '(0) = 0 , f '(- 2) = -8 e f '(1) = 4
185
203
193
Por exemplo:
1 3, pois, dado que a função é diferenciável, con-
a) a) - 2 b) clui-se que é contínua.
2
y c) - 2 d) 1
204
194
a) (f + g)'(x) = x2 + 2x - 3
1 1
a) y = x + b) y = -2x - 2 b) (3f - g)'(x) = 6x - x2 + 3
2 2
f '
1
195 c) a b (x) = x
2
O
a) m = f '(1) = 2 b) y = 2x + 1
1 x
c) 205
b)
y r y = -2x + 1
y
206
f
Seja f(x) = mx + b e seja r a reta que é o grá-
1 fico de f em referencial o.n. do plano; tem-se
1
O1 x f '(x) = m * (x)' + 0 = m * 1 = m .
O 1 x Então, a reta tangente ao gráfico de f em qual-
quer ponto do gráfico é uma reta com declive
c)
196 m . Dado que a reta r tem declive m , as retas
y tangentes ao gráfico de f em qualquer ponto
a) y = 0 b) y = - 4x - 6
coincidem com a reta r .
c) y = - 8x - 16 e y = 8x
207
1 197
a) - 2 b) - 2
O 1 x a=2 1
c) d) - 1
198 2
(-1 + h)2 - (-1 + h) + k - 2 - k e) 6x + 2 f) - x
186 f '(-1) = lim =
h"0 h g) 0,3x 2
h) 3x2 - 6x
a) t.m.v.f, 1, 3 = 2 ; t.m.v.g, 1, 3 = 4 ; 3
1 - 2h + h + 1 - h + k - 2 - k
2
i) - j) 0
1 = lim = 2
t.m.v.j, 1, 3 = - h"0 h 3 2
3 k) 2px l) x - x
h - 3h
2
h(h - 3) p
b) t.m.v.f, -3, 5 = 2 ; t.m.v.g, -3, 5 = 2 ; = lim = lim = -1 + 6x2
h"0 h h"0 h m)
1 p+2
t.m.v.j, -3, 5 = = lim (h - 3) = -3
15 h"0
c) t.m.v.f, 1, 1 + h = 2 ; t.m.v.g, 1, 1 + h = 2 + h ; 208
199
t.m.v.j, 1, 1 + h = -
1 3 1 "2
1+h (C) a) + b) 6x +
4"x 2 2"x
187 200
209
y = 2x + 1 a) 4 s b) 19,6 m/s 3
a) 18x - 12 b) x +
c) 39,2 m/s = 114,12 km/h x2
188
5
2 c) - 4x + 5 d) - x -
201 2x2
3 f (x + h) - f (x) e) 6x2 - 2x - 4
a) f '(x) = lim =
189 h"0 h
2
(x + h) x2 210
Se os limites existirem em R , representam: -
4 4 2xh + h2 7 1 1 1
= lim = lim = a) y = x + b) y = x +
a) f '(3) b) f '(2) c) g'(0) d) r'(1) h"0 h h"0 4h 4 2 4 8

Respostas dos exercícios propostos 217


211 220 227
1 1
a) - 15x + 3x4 2
b) - 4x +3
a) b) 0,6x -0,4
Escrevia a expressão na forma a(x - h)2 + k .
2 5"x4
5

Agora, como sei que na abcissa do vértice a


212 2x função atinge um extremo e dado que a função
c)
3"(x2 + 1)
3 2
é diferenciável, a derivada nesse ponto é zero.
f '(2) * g(2) + f(2) * g'(2) = 17
Portanto, a abcissa do vértice é a solução da
221
equação f '(x) = 0 .
213
a) a- , 3b
3
f ' b) 14º
1 '
a b (a) = af * b (a) = 2 228
g g
222 3
1 ' -
+ f(a) * a b (a) =
1
= f '(a) * 4 2
g(a) g f(x) = 3x2 e g(x) =
f '(a) g'(a) 1 + x2
(f + g)(x) = f 1g(x)2 =
229
= - f(a) · =
g(a) f g(a) g 2
a- 2, - b ; y = - x - 1
1 1
f '(a) · g(a) - f(a) · g'(a) 2

= fa b = 3a b =
4 4 48 2 4
=
f g(a) g 2 1 + x2 1 + x2 1 + 2x2 + x4
230
'
(f + g)'(x) = a b =
214 48
2x 6 1 + 2x2 + x 4
A função g , função derivada de f , é positiva em
a) - b) ]- 1, 2[ ; portanto, f é crescente em [- 1, 2] .
(x + 3)
2 2
(x + 3)
2
- 48 (4x + 4x3) - 48 * 4x(1 + x2) - 192 x
= = =
f (1 + x2)2 g 2
2
x2 + 4x - 1 (1 + 2x2 + x4) (1 + x2)
3

c) 231
(x + 2)
2 Ou
8x a) f '(x) = 2x - x2 ; f é crescente em [0, 2] e é
-2x2 - 4x + 1 f '(x) = 6x e g'(x) = -
d) (1 + x2)2 decrescente em ]- ∞, 0] e em [2, + ∞[ .
(f + g)'(x) = g'(x) * f '1g(x)2 =
2
(2x2 + 2x + 3)
7
5 5 f(0) = 1 é mínimo relativo e f(2) = é
e) - - 8x 4 192x 3
2 2 =- *6* =- máximo relativo.
(x - 2) (2x + 1) (1 + x2)
2
1 + x2 (1 + x2)
3

b) f '(x) = 3x2 + 2x - 5 ; f é crescente em


215
d - ∞, - d e em [1, + ∞[ e é decrescente em
223 5
f ' f '(2) * g(2) - f(2) * g'(2)
a b (2) =
13
f ' f g(2) g * g'(2) = f '(1) * a- b = * a- b = -
=- e 1 3 1 3 3
g f g(2) g 2 c- , 1d .
16 2 4 2 8 5
g ' g '(2) * f(2) - g(2) * f '(2) 52 3
a b (2) =
224
=
f f(2) g 2 f a- b =
f 25 5 256
y = - 2x - 1 é máximo relativo e f(1) = 0 é
3 27
216 mínimo relativo.
225
a) 7x6 b) x5 + x4 + x3 1 x2 - 1
a) y = 24x + 16"2
c) f '(x) = 1 - = ; f é crescente em
2x10 + 12x5 x2 x2
"3 "3 ]- ∞, -1] e em [1, + ∞[ e é decrescente em
c) 2
(2x5 + 2) b) y = x - e y=x+ [- 1, 0[ e em ]0, 1] ; f(1) = 2 é mínimo re-
9 9
217 1 lativo e f(- 1) = -2 é máximo relativo.
c) a =
12 d) f '(x) = 2x2 + 4 ; f é crescente em R ; não
Por exemplo:
tem extremos relativos.
a) g(x) = 2x + 1 e f(x) = x7 226
b) g(x) = x4 + 1 e f(x) = "x a) 232
2x
c) g(x) = e f(x) = x3 -∞ -1 3 +∞ a) f é decrescente em ]- ∞, 0] e é crescente em
x+1
Variação e
Máx. Mín. [0, + ∞[ . f(0) é mínimo absoluto.
218 extremos £ ¢ £
relativo relativo
de h b) f é decrescente em ]- ∞, 3] e é crescente em
Aplicando a regra relativa à derivada da fun- Sinal e [3, + ∞[ . f(3) é mínimo absoluto.
+ 0 - 0 +
ção composta, sendo g(x) = xn , tem-se zeros de h'
c) f é crescente em R ; não tem extremos rela-
g'(x) = nxn - 1 e tivos.
n b)
f (f(x)) g ' = (g + f)'(x) = f '(x) * g' f f(x) g = h' y
= f '(x) * n f f(x) g n - 1 233
1
]- ∞, - 2] ∂ [- 1, 1]
219
3
O 1 x
2x
a) 14(2x + 1)6 b) 234
24x2 "x4 + 1
c) 2 4
(x + 1)
4 e
3 3

218 Respostas dos exercícios propostos


235 250 b) 46 m s- 1

a) V = 32 cm3 ; Áreas: 72 cm2 e 64 cm2 a) 5 b) 1 264


b) É o cubo de aresta "32 cm ;
3

251 a) (C) b) (B)


a área é 60,5 cm2.
4 265
236
252 a) 128,125 kg ; 181,125 kg
a) Por exemplo, 5 cm por 5 cm por 4 cm; b) 5,25 kg/cêntimo
área = 105 cm2 a) y = x - 4 b) y = -2x + 2
c) 5,4 kg/cêntimo ; 5,5 kg/cêntimo
b) 5,85 cm 253
266
237 f '(- 2) = -1 ; f(- 2) = 5
Verdade; tem-se g'(x) = 3x2 + 2 e
+ 4"3ph ; h = 2,48 cm e r = 1,24 cm
24
254 Ax å R, g'(x) > 0 .
h
- "3 267
238

h'a b = h'(3) = -3
a) 15,2 € e 23,2 €
255 1
3
b) 0,4x + 3,2 e C'(x) = 0,4x + 3 ; a diferença (A)
entre o acréscimo do custo pela produção de 268
mais uma peça e o custo marginal é 0,2 €, 256
(0, 0) e a- , b
que tem pouco significado se o valor de x 8 128
for elevado. O custo marginal é, aproxima- a) 6 s 3 27
damente, o custo de produzir mais uma uni- b) vmédia = 1 m s-1 e vfinal = 11 m s-1
269
dade quando já se produziram x unidades.
257 3 13
a=- ; b= ; c=1
239 2 2
f '(x) = 2x - 1 e Df ' = R
(B) 270
258
240 a) f(x + h) - f(x) = (A)
1 = 3(x + h) - (x + h)2 - (3x - x2) =
t.m.v.f, -4, -2 = 8 ; t.m.v.g, -4, -2 = - 271
15 = 3x + 3h - x2 - 2xh - h2 - 3x + x2 =
a , b
= 3h - 2xh - h2 1 1
241 f(x + h) - f(x) 4 6
b) f '(x) = lim =
1 1 h"0 h
a) b) y = x + 2 272
2 2 3h - 2xh - h 2
h(3 - 2x - h)
= lim = lim =
c) Por exemplo, [-1, 2] . h"0 h h"0 h (f * g)'(3) = f '(3) * g(3) + f(3) * g'(3) =
4a + 2h - 1 = lim (3 - 2x - h) = 3 - 2x 2 3 1
d) h"0
2 = - *3+1* = -
c) y = - x + 4 d) y = x + 1 3 2 2
242 243 259 273
(D) (D) A função g porque g(2) 0 3 . a) 7x6

244 260 b) 7(3x2 - 2)(x3 - 2x + 1)6


2
8x3 - 12(4x - 1)
[4, 9] (D) c)
3
261 d) (1 - x)2 (-8x - 1)
245
3"6x
a) - 4 b) 10 + 5h a) g é contínua no ponto 1 porque é derivável. e)
2
b) g não é contínua no ponto 1 e, portanto,
c) - 3 + h d)
3
não é derivável. 2"5x + 5
1-h f)
c) g pode ou não ser derivável, pois continuida- 2"px
246 de não garante nem impede derivabilidade. 274
(A) 262 (B)
247 É a função g . 275
y = - 2x + 5 263 h'(1) = 36 ; j'(1) = - 96

248 249 a) d(2) = 18 ; d'(2) = 14 276


Ao fim de 2 s a bola tinha percorrido 18 m
(B) (C) e tinha atingido a velocidade de 14 m s- 1. 135

Respostas dos exercícios propostos 219


277 288 302 (C) 303 (C) 304 (C) 305 (A)

a) Crescente em d -∞, - d e em c , +∞ c
2 2
Å3 Å3
(f - g)' = k' = 0 ‹ (f - g)' = f ' - g' ± f ' - g' = 0 ,
306 (D) 307 (D)
ou seja, f ' = g' .
e decrescente em c - d ; não exis-
2 2
,
278 Å3 Å3 308

tem extremos absolutos; f a- b=


2 4 2 a1) 2 a2) 2 a3) - ∞ a4) + ∞
Å3 3 Å3
(C)
b 1) - ∞ b2) + ∞ b3) 8 b4) "2
é máximo relativo e f a b = -
279 2 4 2
é
Å3 3 Å3 1
3 b5) + ∞ b6) b7) + ∞ b8) - ∞
a= mínimo relativo. 2
2
b) Decrescente em ]-∞, 0] e em c , +∞ c e
4 b9) - ∞ b10) + ∞ b11) 0 b12) 0
3
crescente em c0, d ; não existem extremos
280 4
309
3
3x - 9 absolutos; g(0) = 0 é mínimo relativo e
f(x) = Por exemplo:
x-2
ga b=
4 32
é máximo relativo. 5 2x + 1
3 27 a) f(x) = ou f(x) = 2
x-3 x +4
c) Crescente em g -∞, -"2 g e em f "2, +∞ f e
281
2x - 3 4x3 - 4x + 1
(g + f )'(1) = f '(1) * g' f f(1) g decrescente em f -"2, 0 f e em g 0, "2 g ; b) f(x) =
5-x
ou f(x) =
3 - 2x3
1 1 não existem extremos absolutos;
x3 + 1 x2 + 1
h Q - "2 R = -2"2 é máximo relativo e
Tem-se f(1) = = e c) f(x) = ou f(x) =
g(1) 2 x 2x
1 ' g'(x) h Q "2 R = 2"2 é mínimo relativo.
f '(x) = a b =- 310
g(x) f g(x) g 2
Então, (g + f )'(1) = f '(1) * g'1f(1)2 =
289 a) a = 6
g'(1) [-2, 0] ∂ [2, +∞[ b) a = 3 ou a = - 2
* g'a b
1
=-
f g(1) g 2 2
290 311
Atendendo a que a reta tangente ao gráfico de g
no ponto de abcissa 1 é paralela ao eixo Ox , a) 0,87 m Dado que a reta de equação y = 2x - 1 é as-
tem-se g'(1) = 0 . Por outro lado, como g é b) Entre as 10 h e as 12 h. síntota ao gráfico de f em + ∞ , sabe-se que
diferenciável, sabe-se que g'a b å R .
1 c) 11 310 litros. f(x)
lim =2 .
2 x " +∞ x
291 3f(x) - 1
* g'a b = 0 .
0 1 lim g(x) = lim =
Portanto, (g + f )'(1) = x " +∞ x " +∞ x
4 2 3,3 cm
f(x) 1
282 = 3 lim - lim =3*2-0=6
292 x " +∞ x x " +∞ x
1 Portanto, a reta de equação y = 6 é assíntota
f(x) = x2 - 2x a) 45 p (cm3)
4 horizontal ao gráfico de g .
160
b) Diâmetro 8 cm e volume p (cm3)
283 3
312
293
a = -2 e b = 7 3 Dado que a reta de equação y = 2x + 3 é assín-
a) h = 2
x tota ao gráfico de f em + ∞ , sabe-se que
284 lim f(x) = +∞ .
A(x) = 2x2 + 4xh = x " +∞
(1, 1) 3 12 2x3 + 12 h(x) xf(x)
= 2x2 + 4x * 2 = 2x2 + = lim = lim = lim f(x) = +∞
x x x x " +∞ x x " +∞ x x " +∞
285 b) x ) 1,44 Portanto, não existem assíntotas não verticais
ao gráfico de h .
t=8 294

3,5 cm de largura, 7 cm de comprimento e 313


286
2,625 cm de altura.
a) Df + g = R ; Dg = R \ 526
a) f é crescente em [0, 3] e é decrescente em f
]- ∞, 0] e em [3, + ∞[ . f
b) f - g tem três zeros; não tem zeros.
g
b) f é crescente em ]- ∞, 2] e é decrescente em
[2, + ∞[ .
+Exercícios Propostos c) C.S. = R \ {- 1, 2}

c) f é crescente em R . 295 (D) 296 (D) 297 (C) 298 (D) 314
9+x
287 299 (D) 300 a) (C) b) (B) 301 (B) a) , x≥0
30 + x
(C) b) D' = [0,3; 1[

220 Respostas dos exercícios propostos


x2 + 4x - 1
y c) f '(x) = 2
; d)
(x + 2)
1 y
0,8 f '(x) = 0 § x = - 2 + "5 › x = - 2 - "5 ; f

0,6 f é crescente em ]- ∞, -2 - "5] e em


0,4 [-2 + "5, + ∞[ e é decrescente em
[-2 - "5, -2 [ e em ]-2, -2 + "5] ;
0,3 1
0,2
O 1 x
não existem extremos absolutos;
f Q -2 - "5 R = -2"5 - 4 é máximo relativo
O 10 20 30 40 50 60 70 x

c) 54 gramas. e f Q -2 + "5 R = 2"5 - 4 é mínimo relativo. e) O gráfico de g + f obtém-se aplicando ao


21 48x2 gráfico de f a translação definida pelo ve-
d) d) f '(x) = ; f '(x) = 0 § x = 0 ; f é
(30 + x)2 4 tor de coordenadas (0, 2) , ou seja, deslo-
(x + 2) cando o gráfico de f duas unidades para
315 crescente em ]- ∞, - 2[ e em ]- 2, + ∞[ ; não cima; o gráfico de f + g obtém-se aplicando
existem extremos. ao gráfico de f a translação definida pelo
3x2 + 4x + 2
, D f ' = Df = R \ e - f
2
a) f '(x) = vetor de coordenads (- 2, 0) , ou seja, deslo-
(3x + 2)
2 3 324
cando o gráfico de f duas unidades para a
, Df ' = Df = R \ 506
4x + 2 144 esquerda.
b) f '(x) = - a) 4x + , x>0
x3 x
2x + 3
f) (f + g)(x) = ; Df + g = R \ {-1}
"x + 1 b) x = 6 (a outra dimensão do retângulo é 12)
x+1
c) f '(x) = - , Df ' = Df = g -1, +∞f
2(x + 1)
2
325 4x + 8
g) (f - r)(x) =
2x + 3
316 A soma é mínima quando os números são
a h1) f '(2) = -1 h2) y = -x + 5 h3) 2
0 se x < 1 iguais, ou seja, quando são ambos .
2
f '(x) = | 2 ; Df ' = R \ 516 i) A afirmação II é falsa: h não é derivável
- se x > 1 1
3 326 em .
2
317 É o retângulo cujos lados medem "50 , ou
seja, o retângulo de área mínima com diagonal 331 a
Dado que a função g é diferenciável em a , b+ =3
10 é um quadrado. g(0) = 3 0 - 20
então é contínua em a e, portanto, a) e §μ §
g(15) = 0 a
lim g(x) = g(a) . 327 b+ =0
x"a 15 - 20
a) Atexto = largura * altura -20b + a = -60
§e
318
18 §
18 = largura * (x - 4) § largura = -5b + a = 0
a- , b
1 3 x-4
-20b + 5b = -60
Afolha = x * a2 + b = 2x + §e
2 8 18 18x
= §
x-4 x-4 a = 5b
319
2x2 - 8x + 18x 2x2 + 10x -15b = -60 b=4 b=4
y=x-2 e y=x+
202 =
x-4
=
x-4 §e §e §e
27 ——— a=5*4 a = 20
b) 5 cm de largura por 10 cm de altura.
1
320 b1) t.m.v.f, 12, 15 = - = - 0,5 ;
2
h'(x) = -"3 é uma equação impossível.
328
1
t.m.v.g, 12, 15 = - ) - 0,06
a) Seja h a altura do cilindro. 17
321 1 entre as 12 h e as 15 h, contadas a partir do
1 = pr2 * h § h = 2 instante em que os dois reservatórios come-
pr
a = -1 e b = -1 1 2 çaram a ser esvaziados, a altura da água
A(r) = pr2 + 2prh = pr2 + 2pr * = pr2 +
p r2 r desceu à taxa média de 50 cm por hora
322
num reservatório e à taxa média de 6 cm
b) O raio da base e a altura medem ambos
a = -3 1 por hora (aproximadamente) no outro re-
dm, ou seja, aproximadamente, 6,8 cm. servatório.
"p
3

323
b2) A função g corresponde ao reservatório 1,
a) f '(x) = 3x2 - 6x - 24 ; 329 pois das duas funções é esta que apresenta
f '(x) = 0 § x = -2 › x = 4 ; f é crescente uma menor taxa média de variação da altu-
O ponto D deve estar a 2,25 km de B .
em ]- ∞, - 2] e em [4, + ∞[ e é decrescente ra da água (em valor absoluto) na última
em [- 2, 4] ; não existem extremos absolu- 330 parte do esvaziamento.
tos; f(- 2) = 29 é máximo relativo e 500
a) C.S. = ]- ∞, 1[ ∂ c , + ∞ c
3 c) f(x) - g(x) = 5 +
f(4) = - 79 é mínimo relativo. 2 (x - 20)(x + 5)
1 b) x = 1 ; y = 2 d) x = 7,5 ; é ao fim de 7 h 30 min, ou seja, é a
b) f '(x) = ; f ' não tem zeros;
c) Interseção com Ox : a , 0b
(x - 1)
2 1 meio da operação de despejo que a diferen-
f é crescente em ]- ∞, 1[ e em ]1, + ∞[ ; não 2 ça de alturas da água nos dois reservatórios
existem extremos. Interseção com Oy : (0, 1) toma o maior valor.

Respostas dos exercícios propostos 221


1.º processo (apresentado pelo IAVE)

5
332
Tem-se, sucessivamente:
A(x) = (5 - x)"x - 1 ; x ) 2,33
x2

Tema
Estatística
333 h(x) g(x)
lim = lim =
x " +∞ x x " +∞ x
a) ]- ∞, 1] ∂ ]2, 3] x 1
= lim = =1 e
b) y = x - 4 e y = x x " +∞ g(x) g(x) 1. Reta de mínimos quadrados,
lim
c) 2 x " +∞ x amostras bivariadas
x2
d) x = 1 lim f h(x) - x g = lim c - xd = e coeficiente de correlação
x " +∞ x " +∞ g(x)
e) (C)
x2 - xg(x) x f x - g(x) g 1
f) (A) = lim = lim =
x " +∞ g(x) x " +∞ g(x) a) Relação estatística.
= lim c 1x - g(x)2 *
g) (D) x
d= b) Relação funcional.
x " +∞ g(x)
334 c) Relação estatística.
= lim c- 1g(x) - x2 *
x
a) 3 + h ; f '(2) = 3 d= d) Relação estatística.
x " +∞ g(x)
x e) Relação funcional.
b) y = - x - 5
= - lim f g(x) - x g * lim = -2 * 1 = -2
c) f '(a) = g'(b) § 2a - b = 3 x " +∞ x " +∞ g(x) 2
d) x ) 0,28 Portanto, a reta de equação y = x - 2 é assín-
a) Variável explicativa: número de anos de
2
tota ao gráfico de h .
f(x + 2) (x + 2) - (x + 2) escolaridade.
e) = = 2.º processo Variável resposta: número médio de livros
g(x) + 2,5 2
0,5x + 2x - 0,5 + 2,5 Vamos provar que lim f h(x) - (x - 2) g = 0 lidos por ano.
(x + 2)f(x + 2) - 1g (x + 2)(x + 1) x " +∞
= = = x2
lim f h(x) - (x - 2) g = lim c
b) Variável explicativa: distância de casa à
0,5x2 + 2x + 2 (x + 2)(0,5x + 1) - (x - 2)d =
x " +∞ x " +∞ g(x) escola.
x+1 2x + 2 Variável resposta: tempo do percurso casa-
= = x2 - xg(x)
x2
= lim c - x + 2d = lim c
0,5x + 1 x + 2 -escola.
+ 2d =
x " +∞ g(x) x " +∞ g(x)
x1x - g(x)2
f) (D) c) Variável explicativa: latitude.
= lim c
Variável resposta: temperatura máxima.
g) (D) + 2d =
x " +∞ g(x)
h) (A) x 3
= lim * lim f x - g(x) g + 2 =
i) (D) x " +∞ g(x) x " +∞
x : classificações a Matemática
1
335 =- * lim f g(x) - x g + 2 = y : classificações a Física e Química
g(x) x " +∞
lim
a) x å ]1, + ∞[ ; (x - 1)(y - 2) = 2 e, portanto, x " +∞ x y
2 1 15
y=2+ . A = x * y ; logo = - *2+2=0
x-1 1
2x2
A = x * a2 + b=
2
x-1 x-1 338 10

b) 12 metros (x = 2 e y = 4). a = - 3,6 e b = - 4,4 ; D' = [- 1; 1,5]


c) Não; a melhor opção seria com x = 1 + "2 5
e y = 2 + "2 .
339

d1) k = - 2 ; o limite é 4. A área é sempre igual a 2k .


O x
d2) k = - 5 340
5 10 15

336 A área mínima é atingida quando o diâmetro do 4


k
d a círculo e o lado do quadrado medem .
a) Coordenadas do centro de simetria: a- , b 4+p y
c c
a b 15
Equação da reta AB : y = x + . 341
d d
b) k = - 2 a) a ) 5,13
10
337 b1) A função é constante no intervalo ]0, 2p[ ,
pois a soma das áreas laterais dos cones é
Dado que a reta de equação y = x + 2 é assín- igual à área do círculo; sendo a função 5
tota ao gráfico de g , tem-se: constante nesse intervalo, a derivada é nula.
g(x) b2) O volume total atinge um mínimo relativo
lim = 1 e lim f g(x) - x g = 2
x " +∞ x x " +∞ para a = p . Nesse caso, 2p - a = p e, por- O 5 10 15 x
Vamos resolver este item por dois processos. tanto, os dois cones são iguais.

222 Respostas dos exercícios propostos


5 e) y = - 1,2x + 13,2 14
f)
y a) (7,5; 0,5)
y
b1) b = 0,5 - 7,5 a
t b2) 45a2 - 36a + 13
b3) 0,4
P2
c) y = 0,4x - 2,5
P1
P3 15
1
x a) r = - 0,997
1 O 1
x b) Como r é um valor próximo de - 1, é ra-
O 1
zoável admitir a existência de uma associa-
ção linear forte entre as variáveis x e y .
e1 = 0 ; e2 = 1 ; e3 = - 2 9
c) y = - 0,3x + 7,8
0,868 d) 3
6
10 16
a) C(5, 6)
a) Relação estatística. a) r = 0,95
b) C(5, 6) pertence a r , pois 6 = 5 + 1 .
b) Relação funcional. b) Como r é um valor próximo de 1, é ra-
c) e1 = 0 ; e2 = 1 ; e3 = 0 ; e4 = - 1 c) Relação funcional. zoável admitir a existência de uma associa-
d) 0 + 1 + 0 + (- 1) = 0 d) Relação estatística. ção linear forte entre as variáveis «idade»
e «altura».
e) Relação funcional.
7 c) y = 0,82x + 60,41
11 d) 89,9
a) C(6, 5) pertence a t , pois
5 = 0,6 * 6 + 1,4 . a) Variável explicativa: número de médicos
17
por mil habitantes.
b) 2,8 Variável resposta: esperança de vida à nas- Nuvem A " r = 1
c) A reta t . cença. Nuvem B " r = 0,94
b) Variável explicativa: tempo decorrido desde Nuvem C " r = - 0,30
8 o início do dia.
Nuvem D " r = - 0,61
Variável resposta: temperatura do ar.
a)
y c) Variável explicativa: distância ao alvo. 18
Variável resposta: percentagem de tiros cer-
teiros. 43,75

d) Variável explicativa: número de horas de 19


estudo.
Variável resposta: classificação obtida no 4
teste.
20
1 12 a) 5b2 - 32b + 57,6
O 1 x
a) 1 b) 2 c) - 2 d) 0 b) 3,2
c) A reta passa no centro de gravidade da nu-
b) C(6, 6) 13
vem N , pois 11 = 2,6 * 3 + 3,2 .
c1) 6 - 6a a) (20, 8)
c2) e1 = 3a + 4 ; e2 = a ; e3 = - a ; e4 = - 3a - 4 b) A reta r passa no centro de gravidade da
nuvem A , pois 8 = 0,3 * 20 + 2 .
c3) 20a + 48a + 32
2
A soma dos desvios verticais é igual a zero.
d) - 1,2 c) 7

Respostas dos exercícios propostos 223


Resolução dos testes 5 5
Grupo II Dado que lim f (x) = k , com k å R , a úni-

4 1. a) Seja (un) uma qualquer sucessão que ca opção que não se rejeita é «- 2».
tende para 2 por valores do domínio de
Tema

Funções Reais de 2. (A)


f . Se a sucessão tiver alguns termos (ne-
Variável Real cessariamente em número finito) meno- Para que exista limite, é necessário que
res do que 0 , substituímos esses termos lim g (x) seja igual a g(1) .
x"1
por valores maiores do que zero (e dife- x-3 -2
lim g (x) = lim + =
rentes de 2), obtendo uma sucessão que x " 1+ x"1 x2 + k 1+k
Teste 1 Págs. 26 e 27 tem limite igual ao da sucessão (un) . -2
= 2 § - 2 = 2 + 2k § k = - 2
1 1 1+k
lim f (un) = lim = =
Grupo I (un - 2)2 (lim un - 2)2
3. (C)
1
1. (C) = + = +∞ f (x) c c
0 lim = ; =1 § c=3
lim (- 3n + 1) = - ∞ Seja (vn) uma qualquer sucessão de ter- x"0 g (x) 3 3
1 - 3n - 3 mos no domínio de f que tende para f (x)
lim = = -3 , a+b+c a+b+c
n 1 - ∞ (se tiver termos que não sejam me- lim = ; =2 §
x"1 g (x) 4 4
lim a- 3 + b = -3 +
2 2 nores do que 0, procedemos de forma
= -3 + 0 = -3 e § a+b+c=8
n+1 +∞ análoga à descrita acima)

lim f (vn) = lim a1 + b = 1 +


1 - 6n - 6 1 1 lim ff (x) * g (x)g = (a - b + c) * 4 ;
lim = = -3 = x " -1
2n 2 vn lim vn
(a - b + c) * 4 = 0 § a - b + c = 0
2. (B) 1
=1+ =1+0=1 c=3 c=3
-∞
Todos os elementos de um conjunto são b1) lim f (x) = 0 b2) lim f (x) = 1 |a + b + c = 8 § |a = 1
aderentes a esse conjunto e, atendendo à de- x " +∞
1
x " -∞
a-b+c=0 b=4
finição de limite de uma sucessão, o limite b3) lim + f (x) = b4) lim - f (x) = - ∞
x"0 4 x"0
4. (C)
de uma sucessão também é ponto aderente b5) lim f (x) = + ∞
ao conjunto dos seus termos. x"2
1 f (x) f (2)
c) Por exemplo, un = - . lim = = - ∞ , pois f (2) > 0
n x " 2+ g (x) 0-
3. (D) d) Por exemplo, vn = n .
n+1 5. (D)
0 x2 - 5x 0 = 5x - x2 § x2 - 5x ≤ 0 §
A sucessão de termo geral un = tem 2
lim - g (x) = 2 * (- 1) = 2 e
n 2. a)
todos os termos maiores do que 1 , portan- x " -1
n+1 n+1+n lim g (x) = 1 - (- 1) = 2 § x å f0, 5g
to, f (un) = un + 1 = +1= = x " -1+
n n
2n + 1 b) O limite existe se e só se k = 2 .
=
n Grupo II
3. a) Os termos de ordem ímpar não perten-
4. (C) cem ao domínio de f . 1. a) a å R \ 506 e b å R
A afirmação I é falsa: por exemplo, se b) lim vn = + ∞ e lim f (vn) = 1 b) Não é possível.
1 p
f (x) = , lim f(x) existe e 2 ∫ Df . c) wn = - + np ; lim wn = - 1 2 1
(x - 2)2 x " 2 4 c) a = 0 e = - 4 , ou seja, a = 0 e b = - .
Portanto, não existe lim tg x . b 2
A afirmação II é verdadeira atendendo à de- x " +∞
an + 1 cos 1(n + 1)p2 cos (np + p)
1
finição de limite segundo Heine. 2. a) b) 0 c) + ∞
4. An å N, = = = 2 3
A afirmação III é falsa. an cos (np) cos (np) d) + ∞ e) 1 f)
10
x + 1 se x < 2 - cos (np)
Por exemplo, se f (x) = e = = -1 3. a) Df = R \ 5- 1, 16
5 se x ≥ 2 cos (np)
1
e un = 2 - , tem-se lim un = 2 e A soma é 0, pois os termos são alternada- x+1 x2 + 3
n =- =
mente iguais a - 1 e a 1 e o número de ter- x-1 (x + 1)(x - 1)
lim f (un) = 3 ; no entanto, não existe
lim f(x) pois lim + f(x) = 5 . mos é par. (x + 1)(x + 1) - (x2 + 3)
x"2 x"2 2" = =
5. O vetor AB é normal ao plano mediador (x + 1)(x - 1)
5. (C)
do segmento de reta [AB] e esse plano passa x2 + 2x + 1 - x2 - 3
A circunferência tem raio 5 e a projeção no ponto médio de [AB] . = =
2" (x + 1)(x - 1)
de C sobre AB é O . AB (- 2, - 4, - 6) e MfABg(- 2, 2, 0)
2" 2"
AB · AC = AO * AB = 5 * 10 = 50 - 2(x + 2) - 4(y - 2) - 6(z - 0) , 2x - 2 2(x - 1)
= = =
ou seja, x + 2y + 3z = 2 . (x + 1)(x - 1) (x + 1)(x - 1)
2
=
(x + 1)
Teste 2 Págs. 48 e 49 Dg = R \ {-1} ; f é a restrição de g a
R \ {-1, 1}
Grupo I
2 4
b) lim + = - = ∞-∞
1. (A) x"1 0+ 0+
lim un = lim a3 - b = 3 -
2 2 2
lim = lim = =1
n x " 1+ x+1 2

224 Resolução dos testes 5 + 5


lim x + "x2 + 1 =
-∞ + ∞ 2. (D) Grupo II
4. a)
Q x + "x + 1 R Q x - "x + 1 R 1. a) Df = R \ 5- 1, 16
x " -∞
2 2
A soma de funções contínuas é contínua,
= lim = portanto, vamos apenas estudar a continui-
x " -∞
x - "x + 1 2
dade no ponto 1.
A função f é contínua e, portanto, só as
retas de equações x = - 1 e x = 1 pode-
x - (x + 1)
2 2
= lim = Na opção (D) tem-se: rão ser assíntotas verticais ao gráfico da
x " -∞
x - "x2 + 1 função:
-1 -1 lim (g + f) (x) = lim - x + f (1) = 1 + 2 = 3 10
= lim = = x " 1- x"1 lim lim f (x) = - = - ∞
x - "x2 + 1
x " -∞ -∞ - ∞ x " -1+ 0
lim + (g + f) (x) = lim (4x) + lim f (x) =
-1 x"1 (x - 1)(2x - 3)
= =0 lim f (x) = lim =
-∞ =4-3=3 x"1 x " 1 (x - 1)(x + 1)

x3 + x + 2 ∞ x3 (g + f) (1) = g (1) + f (1) = 1 + 2 = 3 2x - 3 1
b) lim = lim 2 = = lim =-
x " +∞ x +x
2 x " +∞ x x"1 x+1 2
3. (D)
= lim x = + ∞ Só a reta de equação x = -1 é assíntota
x " +∞ 0
A opção (A) rejeita-se, pois, por exemplo, se vertical ao gráfico de f .
x3 + x + 2 0
2x2
c) lim = a = 2 , a função f definida por
x " -1 x +x2 lim f(x) = lim =2
x " ¿∞ x " ¿ ∞ x2
(x + 1)(x2 - x + 2) x + 1 se x ≤ 2
= lim = f(x) = | 1 é descontínua em 2 A reta de equação y = 2 é assíntota ao
x " -1 x(x + 1) se x > 2 gráfico de f em - ∞ e em + ∞ .
x
x2 - x + 2 4
= lim = = -4 e a reta de equação x = 2 não é assíntota ao b) Dg = [0, 1]
x " -1 x -1
3x2 - 2 gráfico de f . A função g é contínua e não há pontos
d) lim a
∞- ∞
- 3xb =
x " -∞ x-2 A opção (B) rejeita-se, pois, por exemplo, aderentes ao domínio que não lhe per-
3x2 - 2 - 3x2 + 6x sendo a = 2 e sendo f a função definida por tençam; portanto, não existem assínto-
= lim = tas verticais. Não faz sentido falar em
x " -∞ x-2 x + 1 se x < 2
6x - 2 6x assíntotas não verticais, pois o domínio
= lim = lim =6 f(x) = | 1 tem-se que 2 ∫ Df
x " -∞ x - 2 x " -∞ x se x > 2 de g é um intervalo limitado.
x
x-2 1 1
e) lim lim = e a reta de equação x = 2 não é assíntota ao c1) É - , pois lim f (x) = - .
x - "2x 2 2
x"2 x"1
gráfico de f .
(x - 2)Q x + "2x R
c2) Porque lim + f (x) = - ∞ e, para que a
x " -1
= lim = A opção (C) rejeita-se, pois, por exemplo, se função seja contínua em -1 é necessário
x"2 Q
x - "2x R Q x + "2x R a = 2 , a reta de equação x = 2 é assíntota ao que lim + f(x) = f(-1) .
(x - 2)Q x + "2x R
gráfico da função f definida por x " -1

= lim = x + 1 se x < 2 2. Como f é contínua, só as retas de equações


x"2 x2 - 2x x = - 2 e x = 1 poderão ser assíntotas verti-
f(x) = | 1 e a função f não
* lim Q x + "2x R =
x-2 se x > 2 cais. Dado que lim f (x) = - ∞ , conclui-se
= lim x-2 x " -2
x " 2 x(x - 2) x " 2 que a reta de equação x = - 2 é assíntota ao
1 1 é descontínua em 2, pois 2 ∫ Df .
= lim * 4 = * 4 = 2 gráfico de f .
x"2 x 2 A afirmação (D) é necessariamente verdadei-
Dado que lim f(x) = lim f(x) e como f é
0 x - 3x 0 0 0 x 00 x - 3 0 ra pois, sendo R o domínio da função e sen-
2 0
x"1 x"3
f) lim - = lim - = do, pelo menos, um dos limites laterais no contínua em 3, conclui-se que lim f (x) = f (3)
x"3 2x - 6 x " 3 2(x - 3) x"1
0x0 ponto a igual a - ∞ ou a + ∞ , a função é e, portanto, a reta de equação x = 1 não é
= lim - * descontínua em a . assíntota ao gráfico.
x"3 2
- (x - 3) 3 3 4. (C) De lim f (x) = 1 , conclui-se que a reta de
* lim - = * (- 1) = - x " -∞
x"3 x-3 2 2 equação y = 1 é assíntota ao gráfico em - ∞
2
Dado que existe assíntota, o seu declive é
(x - 1) x-1 f (x) e de lim ff (x) - 2xg = 1 , conclui-se que a
5. lim g (x) = lim = lim =0 igual a lim . x " +∞
x"1 x " 1 x(x - 1) x"1 x x " +∞ x reta de equação y = 2x + 1 é assíntota ao
Dado que f é uma função limitada e que 1-0 1 gráfico de f em + ∞ . Dado que não pode
Ora o declive da recta r é = .
lim g (x) = 0 , pode concluir-se que 0 - (- 2) 2 haver mais do que duas assíntotas não verti-
x"1
lim (f g)(x) = 0 .
5. (C) cais, as assíntotas ao gráfico de f são as retas
x"1
Observa a representação gráfica da função de equações: x = - 2 , y = 1 e y = 2x + 1 .
tangente no intervalo [0, p] . 2"x + 1
Teste 3 Págs. 70 e 71 3. lim f (x) = lim =
x " +∞ x " +∞
"x
y 1
Grupo I = lim a2 + b=2
1. (D)
x " +∞
"x
A reta de equação y = 2 é assíntota ao grá-
As opções (A) e (B) são rejeitadas, pois as
fico de f em + ∞ .
sucessões convergem para 2 e O ␲ ␲ x
ᎏ kx k
lim g (x) = g (2) . 2 lim f (x) = lim =
x"2 x " -∞ x " -∞ 2x - 1 2
1
A opção (C) é rejeitada, pois 4 + " 4 + e k
n y = tg x
A reta de equação y = é assíntota ao grá-
lim + g (x) = 0 . 2
x"4 fico de f em - ∞ .

Resolução dos testes 5 + 5 225


Para que as assíntotas coincidam, tem de A afirmação da opção (B) é rejeitada, pois é
y f
k uma afirmação verdadeira. Os zeros da fun- —
ser = 2 , ou seja, k = 4 . g
2 ção f - g são as soluções da equação 1
0 (f - g) (x) = 0 , que é equivalente a
4. a) lim f (x) = = 0 f (x) = g (x) , e tem como soluções as abcissas O —
1 1 x
x"1 2
2
b) Se g fosse contínua no ponto 1, seria dos pontos em que os gráficos de f e g se
lim g (x) = g (1) e, portanto, intersetam (dois pontos).
x"1
lim (f * g) (x) = 0 * g (1) = 0 . A afirmação da opção (C) também se rejeita
x"1 por ser verdadeira: 2. a) O ângulo formado pelas duas assíntotas
4x (f + g)(x) = 0 § f(g(x)) = 0 e, portanto, é o complementar da inclinação da assín-
se x 0 1 g(x) tem de ser zero de f . Ora o único zero
c) Por exemplo, g (x) = | x - 1 , tota oblíqua. Essa reta passa nos pontos
k se x = 1 de f é um número negativo, e a função g de coordenadas (4, 0) e (0, - 2) e, por-
onde k é um número real qualquer. não toma valores negativos. 1
tanto, tem declive .
2
5. Dado que a bissetriz dos quadrantes ímpa- Verifiquemos que a afirmação da opção (D) 1
é falsa. Tem-se (g + f)(x) = 0 § g(f(x)) = 0 . A inclinação da reta é dada por arctg
res é assíntota ao gráfico de g e dado que 2
essa reta tem declive igual a 1, sabe-se que e, portanto, a amplitude pedida é
Seja a o zero de g . Dado que o contrado- p 1
g (x) mínio de f é R , a função f toma o valor a - arctg ; a este valor corresponde,
lim =1 . 2 2
x " +∞ x e, portanto, a afirmação de que a função em graus, arredondado às unidades,
g (x)
lim h (x) = lim = g + f não tem zeros é falsa (opção correta, o valor 63°.
x " +∞ x " +∞ x2
face ao pedido).
g (x) 1 Também podemos obter a amplitude pedi-
= lim a * b= da determinando a amplitude do ângulo
x " +∞ x x 5. (D)
g (x) Dado que a sucessão (un) é convergente e a dos vetores de coordenadas (0, 1) e (2, 1) .
1 1
função g é contínua, a sucessão 1g (un)2 é
= lim * lim =1* =1*0=0 b) As assíntotas ao gráfico de f são as retas
x " +∞ x x " +∞ x +∞
convergente para o número g (lim un) . 1
Portanto, a reta de equação y = 0 , ou seja, de equações x = - 1 e y = x - 2 .
o eixo Ox , é assíntota ao gráfico de h . Portanto, a afirmação I é falsa. 2
1 c
A afirmação II é verdadeira como se pode mos- Portanto, f (x) = x - 2 + . Para de-
2 x+1
trar apresentando um exemplo: terminarmos o valor de c , vamos recor-
Teste 4 Págs. 90 e 91 se g (x) = 2
1
e un = n , a função g é rer, por exemplo, ao facto de o gráfico
x +1 passar na origem do referencial.
Grupo I continua em R , (un) é divergente, pois 1 c
un " + ∞ , e 1g (un)2 é convergente, pois
0= *0-2+ §c=2
2 0+1
1. (D)
1 1
As assíntotas ao gráfico de f são as retas de g (un) = 2 tende para 0. Portanto, a = , b = - 2 , c = 2 e d = 1 .
n +1 2
equações x = 2 e y = 1 . O gráfico da fun- 1 2
f (x) = x - 2 + =
ção g obtém-se aplicando ao gráfico de f Grupo II 2 x+1
a reflexão de eixo Oy . A reta de equação f f (x) 2x2 + x - 1 1 - x x(x + 1) - 2 * 2(x + 1) + 2 * 2
y = 1 é transformada nela própria e a reta 1. a) (x) = = * = = =
g g (x) x2 + x 2x - 1 2(x + 1)
de equação x = 2 é transformada na reta
(x + 1) * (2x - 1) * (1 - x) 1 - x x + x - 4x - 4 + 4 x - 3x
2 2
de equação x = - 2 . = = = =
x(x + 1) (2x - 1) x 2x + 2 2x + 2
2. (B) Cálculos auxiliares: x2 - 3x
1 c) f (x) ≤ x § ≤x §
De acordo com a definição de divisão intei- 2x2 + x - 1 = 0 § x = - 1 › x = ; 2x + 2
ra de polinómios, tem-se a (x) = 2 * b (x) - 3 . 2 x - 3x - x(2x + 2)
2
§ ≤0 §
portanto 2x2 + x - 1 = 2(x + 1)ax - b =
a (x) 1
3 2x + 2
a (x) = 2 * b (x) - 3 § =2- 2
b (x) b (x) = (x + 1)(2x - 1) x - 3x - 2x - 2x
2 2
§ ≤0 §
2x + 2
D f = Df © 5x å Dg : g (x) 0 06 =
3. (A)
O preço do kg da mistura calcula-se dividindo
g - x2 - 5x
§ ≤0 §
= R \ 5- 1, 06 © R \ e 1,
2x + 2
f = R \ e - 1, 0, 1, f
o custo total pelo número total de kg; o custo 1 1
total, em euros, é dado pelo custo dos 100 kg 2 2 § x å f- 5, - 1f ∂ f0, + ∞f
de café cujo preço é 35€/kg adicionado ao cus- b) Dh = R \ 506 ; o zero de h é 1 Cálculos auxiliares:
to de x kg de café cujo preço é 30 €/kg, ou - x2 - 5x = 0 § x(- x - 5) = 0 §
x -∞ 0 1 +∞
seja: 35 * 100 + 30 * x . O número total de § x = 0 › x = -5
kg é x + 100 . Portanto, uma equação que 1-x + + + 0 - 2x + 2 = 0 § x = - 1
3500 + 30x x - 0 + + +
permite determinar x é = 32 . x -∞ -5 -1 0 +∞
x + 100
h - n.d. + 0 -
4. (D) -x2 - 5x - 0 + + + 0 -
c) x = 0 e y = - 1 ; atendendo à alínea a), 2x + 2 - - - 0 + + +
A afirmação da opção (A) é rejeitada, pois é f
uma afirmação verdadeira: o único zero de sabemos que (x) = h(x) , para - x2 - 5x
g + 0 - n.d. + 0 -
f 2x + 2
x å R \ e -1, 0, 1, f .
f não pertence ao domínio de , porque 1
g
também é zero de g . 2 O conjunto pedido é f- 5, - 1f ∂ f0, + ∞f .

226 Resolução dos testes 5 + 5


2"
3. AB (4, 8) ; portanto, mAB = 2 ; b) 1 h 12 min = 1,2 h Um vetor diretor da reta é o vetor de coor-
6t 1
-1 = 2 * 1 + b § b = -3 . 1,2 = § 1,2t + 7,2 = 6t § denadas (2, 1) e, portanto, f '(0) = .
t+6 2
Então, f (x) = 2x - 3 . 4. (A)
2"
7,2 3
BC (- 3, - 3) ; portanto, mBC = 1 ; § t= § t=
4,8 2 Atendendo a que f(1) = 3 , tem-se:
7=1*5+b § b=2 . f(x) - 3 f(x) - f(1)
O valor de t é 1,5 h. lim = lim = f '(1)
Então, g (x) = x + 2 . x"1 x-1 x"1 x-1
6t 6t
f c) lim lim = lim =6 Ora, dado que a reta r é tangente ao gráfico
2x - 3 t " +∞ t + 6 t " +∞ t 1
Tem-se (x) = ; as assíntotas ao grá- de f no ponto de abcissa 1 e tem declive - ,
g x+2 Se a segunda torneira demorar «muitas,
1 2
f muitas horas» a encher o tanque, o nú- conclui-se que f '(1) = - .
fico de são as retas de equações x = - 2 2
g mero de horas que as duas torneiras de-
e y = 2 e o gráfico interseta os eixos coor- 5. (C)
moram a encher o tanque em simultâneo
denados nos pontos de coordenadas a , 0b
3 De acordo com as opções apresentadas, a
é praticamente igual ao número de horas
2 que a primeira torneira demora a encher reta r é uma assíntota não vertical. Portan-
e a0, - b .
3
2 o tanque. f(x)
to, o seu declive é dado por lim .
x " -∞ x
5. O ponto P pertence ao gráfico de f se e só f(x) + 7x
y lim =2§
f se 2 + cos a å Df e f (2 + cos a) = tg a

g
x " -∞ 2x
f(x) 7
o 2 + cos a å Df § 2 + cos a 0 2 § § lim + =2§
p 3p x " -∞ 2x 2
2 § cos a 0 0 ; portanto, a 0 e a 0 . f(x)
2 2 3
1 § lim =- §
o -1 + 2
= tg a § x " -∞ 2x 2
-2 O 3 x (2 + cos a - 2) f(x)

3 2
1 § lim = -3
–—
2 § -1 + = tg a § x " -∞ x
cos2 a A opção (C) é a única que apresenta a equa-
§ tg2 a = tg a § tg2 a - tg a = 0 § ção de uma reta com declive - 3.
§ tg a(tg a - 1) = 0 §
2x - 3 2x - 3 - x - 2 § tg a = 0 › tg a = 1
b) ≥1 § ≥0 § Grupo II
x+2 x+2
No intervalo [0, 2p[ , as soluções desta con- 1. a) Por exemplo, [- 1, 2] ou [0, 1] .
x-5 p 5p
§ ≥0 § dição são 0 , , p e . b) Por exemplo, [- 1, 1] ou [- 2, 1] .
x+2 4 4
§ x å g- ∞, - 2f ∂ f5, + ∞f f(3) - f(1) -2 - 4
c) = = -3
3-1 2
x -∞ -2 5 +∞ Teste 5 Págs. 122 e 123 d) A reta tem declive - 3 e passa, por exem-
x-5 - - - 0 + plo, no ponto de coordenadas (1, 4) ;
Grupo I
x+2 - 0 + + + 4 = -3 * 1 + b § b = 7
1. (D)
x-5 y = - 3x + 7
+ n.d. - 0 + A opção (A) deve ser rejeitada, pois o facto de
x+2
a t.m.v. ser nula só garante que g(1) = g(5) . e)
y A opção (B) deve ser rejeitada, pois o facto y
f

g de a t.m.v. ser negativa só garante que
f(5) < f(1) .
2 A opção (C) deve ser rejeitada, pois dado f
que a t.m.v. é nula, a função pode ser cons- 1
1
x tante. O x
-2 O 5 1
A opção (D) é necessariamente verdadeira,
pois se f fosse crescente em [1, 5] , a taxa
média de variação nesse intervalo seria po- f'(0) é o declive da reta desenhada e, portanto,
sitiva. f'(0) deve ser igual a 1.
4. a) O valor pedido é dado pelo quociente en- 2. (C) g(x) - g(-1)
tre a capacidade do tanque (v) e a soma 2. g'(- 1) = lim =
A distância percorrida nos dois primeiros x " -1 x+1
do número de litros que cada torneira 2x3 + x - 1 - (-2 - 1 - 1)
segundos é dada por h(2) - h(0) ;
debita por hora (caudal) que vamos de- = lim =
h(2) - h(0) = 180 - 0 = 180 x " -1 x+1
signar, respetivamente, por c1 e c2 . 0

v v Portanto, a velocidade média do projétil nos 2x3 + x + 3 0


Tem-se c1 = e c2 = , portanto o tem- 180 = lim =
6 t dois primeiros segundos é = 90 (m s-1) . x " -1 x+1
po que demora a encher o tanque com 2 (x + 1)(2x - 2x + 3)
2

v 3. (B) = lim =
as duas torneiras é dado por e x " -1 x+1
v v
+ f '(0) é o declive da reta tangente ao gráfico = lim (2x2 - 2x + 3) = 7
v 1 1 6t 6 t
= = = no ponto de abcissa 0; as opções (A) e (C) x " -1
v v 1 1 t+6 t+6 são imediatamente rejeitadas, pois a reta 3. a) A bissetriz do 4.º quadrante tem declive
+
6 t 6+ t 6t tangente tem declive positivo. - 1 e, portanto, mAB = - 1 .

Resolução dos testes 5 + 5 227


Seja a a abcissa de A ; b) lim f f(x) * 1g(x) - 12g = Podemos, portanto, rejeitar as opções (C) e
x " -1
f(-2) - f(a) (D).
= lim c * Q "x + 2 - 1 R d =
mAB = - 1 § = -1 § 1 ¿∞ * 0
-2 - a Dado que a reta tem de passar no ponto de
coordenadas 11, f(1)2 = (1, 2) , a opção cor-
x " -1 x+1
4 + k - (a + k)
2

"x + 2 - 1 0
0
§ = -1 §
-2 - a = lim = reta é a (B).
4-a 2 x " -1 x+1
§ = -1 § g(x) - g(-1) 4. (A)
-2 - a = lim = g'(- 1) (pois g(- 1) =
x+1 1
= "-1 + 2 = 1)
(2 + a)(2 - a) x " -1
Tem-se f '(x) = - e g'(x) = - 1 , pois o
§ = -1 §
x2
Q "x + 2 - 1 R Q "x + 2 + 1 R
-(2 + a)
gráfico de g é uma reta de declive igual a - 1.
§2-a=1§a=1 = lim =
x " -1
(x + 1)Q "x + 2 + 1 R (f - g)'(x) = f '(x) - g'(x) =
b) Vamos obter f '(4) . 1 1
Q "x + 2 R
2
f(4 + h) - f(4) - 12 = - 2 - (-1) = - 2 + 1
f '(4) = lim = = lim = x x
h"0
2
h x " -1
(x + 1)Q "x + 2 + 1 R As assíntotas ao gráfico da função definida
(4 + h) + k - (4 + k)
2 1
= lim = x+2-1 por - 2 + 1 são as retas de equações x = 0
h = lim = x
(x + 1)Q "x + 2 + 1 R
h"0
x " -1
16 + 8h + h + k - 16 - k
2 e y=1.
= lim = x+1
h"0 h = lim = 5. (A)
= lim
8h + h2
= lim
h(8 + h)
=
x " -1
(x + 1)Q "x + 2 + 1 R Tem-se h' = g' , pois h' = g'(x) + 0 .
h"0 h h"0 h 1 1 1
= lim = =
"x + 2 + 1 "-1 + 2 + 1 2
= lim (8 + h) = 8 x " -1 Grupo II
h"0
+∞
Então, a equação da reta tangente é do 2
3x x2
f(x) -∞ 1. f '(x) = - 2 = - 2 ; de acordo com o
tipo y = 8x + b e, como passa no ponto 5. a) lim = 0 , porque o grau de f(x) é 18 6
x " +∞g(x)
de coordenadas (- 5, 0) , tem-se gráfico, tem-se f '(2) = b ‹ f '(a) = 0 .
menor do que o grau de g(x) (f(x) é um
0 = 8 * (-5) + b § b = 40 . 4 4
polinómio de grau 1 e g(x) é um poli- f '(2) = b § - 2 = b § b = -
Assim, y = 8x + 40 e o ponto de abcissa 4 nómio de grau 2). 6 3
tem ordenada y = 32 + 40 = 72 . 0 a2
f(x)
0 1 f '(a) = 0 § - 2 = 0 § a = 12 ; dado
2

que a > 0 , conclui-se que a = "12 .


Determinemos agora k atendendo a b) lim + = - = - ∞ , porque a é zero 6
x"a g(x) 0
que o ponto de coordenadas (4, 72)
simples de f(x) e é zero duplo de g(x)
pertence ao gráfico de f :
e, à direita de a , f é positiva e g é 2. f(4) = 4"4 = 8 e f(9) = 4"9 = 12
72 = 42 + k § k = 56 Então, o declive da reta que passa nos pon-
negativa.
f(x + h) - f(x) tos de abcissas 4 e 9 é:
4. a) f '(x) = lim = c) lim f f(x) - g(x) g
- ∞ - (- ∞)
= + ∞ , porque o li-
h"0 h x " -∞ f(9) - f(4) 12 - 8 4
1 1 mite pedido é igual ao limite do monó- = =
- 9-4 9-4 5
x+h+1 x+1 mio de maior grau de f(x) - g(x) que é Dado que retas paralelas têm declives iguais
= lim =
h"0 h da forma kx2 , com k > 0 . e que o declive da reta tangente ao gráfico de
x+1-x-h-1 uma função num ponto é igual à derivada da
(x + h + 1)(x + 1) função na abcissa desse ponto, a equação
= lim = Teste 6 Págs. 138 e 139 4
h"0 h f '(x) = permite responder ao problema.
-h 5
= § 2"x = 5 §
= lim = 4 4 4
h " 0 (x + h + 1)(x + 1)h
Grupo I f '(x) = §
-1 1. (C)
5 2"x 5
§ "x = § x =
= lim = 5 25
h " 0 (x + h + 1)(x + 1)
A afirmação I é falsa; a função módulo é 2 4
-1 1 um contraexemplo: é contínua em 0 e não é
= =-
fa b = 4
25 25 5
(x + 0 + 1)(x + 1) 2
= 4 * = 10
Å4
(x + 1) diferenciável em 0.
4 2
A reta de equação y = - x + k tem decli- A afirmação II é verdadeira, conforme foi
As coordenadas são a , 10b .
25
ve - 1. enunciado e demonstrado (página 124).
1 4
f '(x) = - 1 § - 2
= -1 § A afirmação III é verdadeira: é o contrarre- 1 1
(x + 1) cíproco da afirmação II. 3. a) g(x) ≥ j(x) § ≥ §
§ (x + 1) = 1 §
2 (x + 1)2 x + 3
A afirmação IV é falsa: é o contrarrecíproco x + 3 - (x + 1)
2
§ x + 1 = -1 › x + 1 = 1 § § ≥0 §
da afirmação I. 2
§ x = -2 › x = 0 (x + 1) (x + 3)
Se x = - 2 , tem-se f(- 2) =
1 2. (C) x + 3 - (x2 + 2x + 1)
= -1 e § ≥0 §
-2 + 1 g'(x) = f '(x) + x' = f '(x) + 1 ; portanto, 2
(x + 1) (x + 3)
- 1 = -(- 2) + k § k = - 3 .
1 g'(1) = f '(1) + 1 = 2 + 1 = 3 , pois o limite -x2 - x + 2
Se x = 0 , tem-se f(0) = =1 e apresentado no enunciado é f '(1) . § ≥0
0+1 2
(x + 1) (x + 3)
1=0+k§k=1.
3. (B) Cálculos auxiliares:
Portanto, a reta de equação y = - x + k
g'(x) = 2x · f(x) + x2 · f '(x) r zeros do numerador:
1 ¿ "1 + 8
é tangente ao gráfico de f se k = -3 ou
se k = 1 . g'(1) = 2f(1) + f '(1) * 1 = 2 * 2 + 2 * 1 = 6
2
-x2 - x + 2 = 0 § x = §
-2

228 Resolução dos testes 5 + 5


§ x = -2 › x = 1 indicadas as suas coordenadas, arredon- a função é decrescente. Portanto, dado que
r zeros do denominador: dadas às centésimas. 1 é menor do que 3, a imagem de 1 tem de
ser maior do que a imagem de 3. A única
(x + 1)2 = 0 § x = -1 opção em que f(1) apresenta um valor su-
y
x + 3 = 0 § x = -3 perior a f(3) é a opção (D).
x - ∞ -3 -2 -1 1 +∞
4. (B)
-x2 - x + 2 - - - 0 + + + 0 - f(a + h) - f(a)
P 1,94 Por definição, f '(a) é lim ,
(x + 1) 2
+ + + + + 0 + + +
h"0 h
A desde que este limite exista e seja um núme-
x+3 - 0 + + + + + + + ro real, o que é o caso. Portanto, a opção
–1,72 O x
(A) é verdadeira.
Q(x) + n.d. - 0 + n.d. + 0 -
Do facto de f(a) ser extremo, não decorre
C.S. = ]- ∞, - 3[ ∂ [- 2, - 1[ ∂ ]- 1, 1] 4. Tem-se f '(1) = -2 , f(1) = -2 * 1 + 5 = 3 , que f '(a) seja 0, a menos que se saiba que f
j(0 + h) - j(0) g(1) = 13 = 1 , g'(x) = 3x2 e g'(1) = 3 . é diferenciável em a , e essa informação não
b) j'(0) = lim =
h"0 h a) (f * g)'(1) = f '(1) * g(1) + f(1) * g'(1) = existe no enunciado. A opção (B) é a opção
j(h) - j(0) = -2 * 1 + 3 * 3 = 7 a escolher.
= lim =
h f ' f '(1) * g(1) - f(1) * g'(1)
b) a b (1) =
h"0
1 1 = A afirmação apresentada na opção (C) é
- g f g(1) g 2
h+3 3 verdadeira pois, «Se uma função é diferen-
= lim = -2 * 1 - 3 * 3 ciável num ponto, então é contínua nesse
h"0 h = = -11
12 ponto» (teorema da página 124).
3 - (h + 3)
c) h'(x) = f '(x) * 3 * f f(x) g ;
2
= lim =
h " 0 3(h + 3)h A afirmação apresentada na opção (D) é
-h h'(1) = f '(1) * 3 * f f(1) g 2 = - 2 * 3 * 32 = verdadeira pois, existindo derivada no pon-
= lim = = - 54
h " 0 3(h + 3)h to 0, a reta de equação y = f '(a)(x - a) + f(a)
-1 -1 1 d) (g + f)'(1) = f '(1) * g' f f(1) g = é tangente ao gráfico de f no ponto de
= lim = =- abcissa a (página 113). Neste caso, dado
h " 0 3(h + 3) 3*3 9 = - 2 * 3 f f(1) g 2 = - 2 * 3 * 32 = - 54
que f '(a) = 0 , esta equação é equivalente a
f (x + 1)2 g ' Este resultado era previsível, pois
c) g'(x) = - 2 =
y = f(a) .
f (x + 1)2 g (g + f)(x) = f f(x) g 3
(x + 1)' * 2 * (x + 1)1 5. (D)
=- = 5. Comecemos por determinar a abcissa do
(x + 1)
4
ponto do gráfico em que a reta tangente é a Sendo a função diferenciável em ]0, + ∞[ , se
2 * (x + 1) 2 reta t , que tem declive 4. a função atinge um extremo em x = 10 en-
=- =- tão, f '(10) = 0 .
(x + 1)
4
(x + 1)
3 f '(x) = 4 § 6x - 2 = 4 § x = 1 ; então, o
ponto de tangência tem abcissa 1 e, como k
2 2 f '(x) = 1 + , portanto,
2"x
m = g'(- 2) = - =- =2 e pertence à reta t , tem ordenada
(-2 + 1)
3 -1
y=4*1-1=3. k
1 f '(10) = 0 § 1 + =0§
g(- 2) = =1;
2"10
(-2 + 1)2 Conclui-se, portanto, que f(1) = 3 ;

= -1 § k = -2"10 §
recorrendo à equação y = g'(a)(x - a) + g(a) , f(1) = 3 § 3 * 1 - 2 * 1 + c = 3 §
2
k
§
obtém-se: § c=3-1§c=2 2"10
§ k = -"40
y = 2(x + 2) + 1
A equação reduzida da reta tangente ao Teste 7 Págs. 150 e 151
gráfico de g no ponto de abcissa - 2 é
y = 2x + 5 . Grupo II
d) O ponto A tem coordenadas 1-1, f(-1)2
Grupo I
1. a) A função é contínua. Dado que a deri-
1 1 1. (A)
e f(- 1) = j(- 1) = = . f(x) - f(0) vada é maior ou igual a zero no interva-
-1 + 3 2 lim =2§ lo ]- ∞, 2[ , tendo apenas um zero nesse
x"0 x2 - 2x
A reta AP tem declive -2 e passa no intervalo, conclui-se que a função f é
f(x) - f(0)
ponto a-1, b ;
1 § lim =2§ crescente em ]- ∞, 2] e, dado que a deri-
x " 0 x(x - 2)
2 vada é menor do que zero no intervalo
1 3 1 f(x) - f(0)
= -2 * (-1) + b § b = - § lim * lim =2§ ]2, + ∞[ , conclui-se que a função f é
2 2 x"0 x-2 x"0 x
decrescente em [2, + ∞[ ; f(2) é máximo
3 1
Portanto, y = -2x - é a equação redu- § - * f '(0) = 2 § f '(0) = - 4 absoluto; não existem mínimos relati-
2 2
vos. Em síntese, numa tabela:
zida da reta AP . 2. (C)
x -∞ -1 1 +∞
A abcissa do ponto P é a solução da Do facto de a função ser diferenciável e
3 crescente, conclui-se que a função derivada + + -
equação g(x) = -2x - . Sinal e zeros de f ' 0 0
2 é maior ou igual a zero. Ora, na opção (C), Variação e 2"
No referencial da figura estão represen- ¢
222
a função derivada toma valores negativos. Máx.
extremos de f
tadas parte do gráfico da restrição da
função g ao intervalo ]-∞, 1[ e a reta 3. (D) b) Tem-se f '(2) = 0 e f(2) = - 1 ; portanto, a
AP. Está também assinalado o ponto P , Por exemplo, no intervalo ]0, 4[ , a função equação reduzida da reta tangente ao grá-
ponto de interseção dos dois gráficos, e derivada é negativa; então, nesse intervalo, fico de f no ponto de abcissa 2 é y = - 1 .

Resolução dos testes 5 + 5 229


' f f '(x) g ' = 0 § (3x2 - 8x + 4)' = 0 § 2 3
c) f '(x) = c- (x2 - a) + bx + 9d =
1
Va b= *a b - *a b =
2 16 5 16 5 16 1280
6 4 3 3 3 24 3 81
§ 6x - 8 = 0 § x =
1 1
3 1280
= - * (x2 - a)' * 2(x2 - a) + b + 0 = 4 O volume máximo é (unidades de
6 Em x = a função derivada de f ' anula 81
3 16
2 e passa de negativa para positiva; por- volume) e é atingido quando a = .
= - * 2x * (x2 - a) + b = 3
6 4
tanto, em x = , f ' atinge um mínimo, 5. Seja f(x) = ax2 + bx + c , com a, b, c å R e
a 0 0 e sejam P 1p, f(p)2 e Q 1q, f(q)2 dois
2 3
= - x (x2 - a) + b
3 que é único e absoluto.
pontos distintos do gráfico de f .
O menor declive é f 'a b e
Da observação do gráfico de f ' , con- 4
clui-se que f '(-1) = 0 e f '(2) = 0 . 3 f(q) - f(p)
2 mPQ = =
f 'a b = 3 * a b - 8 * + 4 = -
f '(-1) = 0 4 4 4 4 q-p
e § 3 3 3 3
f '(2) = 0 aq2 + bq + c - ap2 - bp - c
3. Ao todo, o número de alugueres possíveis é = =
q-p
2 9300. O número de apartamentos ocupados
- (-1)(1 - a) + b = 0
3 100 - (P - 80) a(q2 - p2) + b(q - p)
§ & § ao preço P é dado por * 9300 , = =
2 100 q-p
- * 2 * (4 - a) + b = 0 ou seja, 93(180 - P) . A receita R corres-
3 a(q + p)(q - p) + b(q - p)
pondente é 93(180 - P)P . = = a(q + p) + b
q-p
2 2 R' = [93(180 - P)P]' = 93(180P - P2)' =
- a+b=0 Determinemos agora a abcissa do ponto do
3 3
§ & § = 93(180 - 2P) gráfico de f em que a reta tangente é para-
16 4
- + a+b=0 R' = 0 § 93(180 - 2P) = 0 § lela a PQ .
3 3
§ 180 - 2P = 0 § P = 90 f '(x) = 2ax + b ;
2 2
b=- + a R' > 0 se e só se P å [80, 90[ e R' < 0 se f '(x) = a(q + p) + b §
3 3
§ & § e só se P å ]90, +∞[ ; portanto, R(90) é
16 4 2 2 § 2ax + b = a(q + p) + b §
- + a- + a=0 máximo.
3 3 3 3 § 2ax = a(q + p) §
A receita máxima é
2 2 93 * (180 - 90) * 90 = 753 300 euros § 2x = q + p §
b=- + a
§% 3 3 § e é obtida se o valor do aluguer for 90 euros q+p
§x=
2a = 6 por dia, por apartamento. 2
4. a) A área da base da pirâmide é a2 e a al-
2 2 4 tura da pirâmide é igual a cota de P .
b=- + *3 b=
a a
O ponto P tem coordenadas a , , zb
§| 3 3 §| 3
a=3 a=3 2 2
e, dado que o ponto P pertence ao pla-
2. a) f '(x) = (x3 - 4x2 + 4x + 2)' = 3x2 - 8x + 4
no de equação 5x + 5y + 8z = 40 , tem-
a a

5
Tema

se: 5 * + 5 * + 8z = 40 Estatística
f '(x) = 0 § 3x2 - 8x + 4 = 0 § 2 2
a a
8 ¿ "64 - 48 8¿4 5 * + 5 * + 8z = 40 §
2 2
§x= §x= §
6 6 5
§ 5a + 8z = 40 § z = 5 - a
2 8
§x= ›x=2
3 O volume da pirâmide é dado por: Teste 8 Págs. 190 e 191
V(a) = a2a5 - ab = a2 -
1 5 5 5 3
x -∞
2 2 +∞ a
3 3 8 3 24
Grupo I
b) V'(a) = a a2 - ab =
+ 0 - 0 +
5 5 3'
Sinal e zeros de f '
3 24 1. (A)
Variação e
£ Máx. ¢ Mín. £ 5 5 10 5 2
f3 - (2 * 1 + 3)g + f8 - (2 * 2 + 3)g +
2
extremos de f = * 2a - * 3a2 = a - a2 2
3 24 3 8 + f10 - (2 * 3 + 3)g = 4 + 1 + 1 = 6
A função é decrescente em c , 2d e é
2
V'(a) = 0 § 2. (C)
3
crescente em d - ∞, d e em [2, + ∞[ ;
2
§ a a - ab = 0 ‹ a å g 0, 8f §
10 5 Seja r o coeficiente de correlação linear.
3 3 8
f a b é máximo relativo e f(2) é mínimo
2
SSx
Tem-se r = a , onde a é o declive da
§ aa = 0 › a = b ‹ a å g 0, 8 f §
3 16
relativo. Å SSy
3
reta de mínimos quadrados.
b) Dado que o declive de uma reta tangente 16 100
§ a=
ao gráfico num ponto é o valor da deri- 3 SSx = a x2i - 100 * x 2 = 10 - 100 * 0,32 = 1
i=1
vada na abcissa desse ponto, o menor 16
A reta de mínimos quadrados passa no pon-
a 0 8
declive é atingido quando a função deri- 3
to de coordenadas (x, y) .
vada atinge o mínimo. Ora, num ponto V' + 0 -
em que a função derivada f ' atinja um Portanto, y = 2,4x - 0,32 =
V £ Máx. ¢
mínimo, a derivada de f ' é zero. = 2,4 * 0,3 - 0,32 = 0,4

230 Resolução dos testes 5 + 5


100
Portanto, m - s = 10 . Como a equipa marcou
SSy = a y2i - 100 * y 2 = 25 - 100 * 0,42 = 9 43 golos, vem: 43 - s = 10 § s = 33 .
i=1 f(a) = 36a - 26,4a + 4,84 + 9a - 13,2a +
2 2
Assim, espera-se que a equipa tenha so-
SSx 1 1 + 4,84 + 0,64 + 3,24 - 10,8a + 9a2 +
r=a = 2,4 * = 2,4 * = 0,8 frido 33 golos.
Å SSy Å9 3 + 3,24 - 21,6a + 36a2 =
3. (A) = 90a2 - 72a + 16,8 3. O problema ficará resolvido com a obten-
ção das coordenadas do ponto C , centro
Os pontos da nuvem estão aproximada- b) Tem-se f '(a) = (90a - 72a + 16,8)' =
2
da base do cone, já que tal permitirá obter
mente alinhados segundo uma reta de decli- = 180a - 72 . AC (raio da base) e VC (altura).
ve negativo, pelo que r é um valor próximo
f '(a) = 0 § 180a - 72 = 0 § C é o ponto de interseção do plano que
de - 1.
72 contém a base do cone com a reta que passa
4. (A) § 180a = 72 § a = § "
180 por V e tem a direção do vetor u .
§ a = 0,4
sen a
3p O plano que contém a base do cone é per-
+ arccos (a)b = - cos (arccos (a)) = "
2 Como f é uma função cujo gráfico é pendicular ao vetor u (1, 2, - 1) .
= -a uma parábola com a concavidade volta-
Portanto, uma equação deste plano é da
da para cima, vem que o zero da deriva-
forma x + 2y - z = k .
5. (D) da é o valor de a para o qual a função
f toma o valor mínimo. Como este plano passa por A(1, 2, 3) , vem
Tem-se u4 = u1 + 3 * 7 e w4 = w1 * 23 . 1 + 2 * 2 - 3 = k , pelo que k = 2 .
Portanto, a equação reduzida da reta de
Como u1 = w1 e u4 = w4 , vem: mínimos quadrados é y = ax + b , com Assim, uma equação do plano que contém a
a = 0,4 e base do cone é x + 2y - z = 2 .
u1 + 3 * 7 = u1 * 2 3

b = 7,2 - 9a = 7,2 - 9 * 0,4 = 3,6 . A reta que passa por V(2, 0, 6) e tem a dire-
Portanto, u1 + 21 = 8u1 § u1 = 3 . "
ção do vetor u (1, 2, - 1) tem equação veto-
Assim, a equação reduzida da reta de
mínimos quadrados é y = 0,4x + 3,6 . rial (x, y, z) = (2, 0, 6) + l(1, 2, - 1), l å R .
Vem: u5 = u1 + 4 * 7 = 3 + 28 = 31 .
2. a) C é o ponto de interseção do plano de equa-
ção x + 2y - z = 2 com a reta definida por
Grupo II Equipas m s d=m-s (x, y, z) = (2, 0, 6) + l(1, 2, - 1), l å R .
A 86 16 70
3 + 6 + 9 + 12 + 15 Tem-se
1. a) Tem-se x = =9 e B 74 13 61
5 (x, y, z) = (2, 0, 6) + l(1, 2, - 1) §
5+5+8+9+9 C 67 29 38 § (x, y, z) = (2 + l, 2l, 6 - l)
y= = 7,2 .
5 D 55 28 27 Vem: x + 2y - z = 2 §
Portanto, o centro de gravidade da nuvem E 50 35 15 § 2 + l + 4l - 6 + l = 2 §
N é o ponto de coordenadas (9; 7,2) . F 34 35 -1 § 6l = 6 § l = 1
Seja y = ax + b , a equação reduzida de G 45 46 -1 Portanto, tem-se C(3, 2, 5) .
uma reta que passa no centro de gravi- H 40 45 -5
Vem:
dade da nuvem N . I 46 45 1 raio da base = AC
AC = "(1 - 3) + (2 - 2) + (3 - 5) =
J 38 42 -4
Tem-se 7,2 = 9a + b , pelo que 2 2 2

b = 7,2 - 9a . K 33 42 -9
L 38 56 - 18
= "4 + 0 + 4 = "8
Assim, a equação reduzida de uma reta
M 27 50 - 23 altura = VC
que passa no centro de gravidade da nu-
VC = "(2 - 3) + (0 - 2) + (6 - 5) =
2 2 2
vem N é da forma y = ax + 7,2 - 9a . N 24 56 - 32

Seja ei o desvio vertical do ponto Pi em


O 26 46 - 20
= "1 + 4 + 1 = "6
P 26 50 - 24
relação à reta de equação área da base * altura
Q 25 60 - 35 Volume do cone = =
y = ax + 7,2 - 9a . 3
R 29 69 - 40
p * Q "8 R * "6 8p"6
2
Vem, então: = =
b) p = 0,6d + 46 3 3
e21 = [5 - (3a + 7,2 - 9a)]2 =
c) Na equação p = 0,6d + 46 , a variável p 4. a) (un) é decrescente se e só se
= (6a - 2,2)2 = 36a2 - 26,4a + 4,84 designa o número de pontos obtidos e a An å N, un + 1 < un .
e22 = [5 - (6a + 7,2 - 9a)]2 = variável d designa a diferença entre o
número de golos marcados e o número Provemos então por indução que
= (3a - 2,2)2 = 9a2 - 13,2a + 4,84
de golos sofridos. An å N, un + 1 < un .
e23 = [8 - (9a + 7,2 - 9a)]2 = Para n = 1 , tem-se:
Como a equipa em causa obteve 52 pon-
= 0,8a2 = 0,64a2
tos, vem: 1+2*4
u2 < u1 § <4 § 3<4 ,
e24 = [9 - (12a + 7,2 - 9a)]2 = 52 = 0,6d + 46 § 0,6d = 6 § d = 10 3
= (1,8 - 3a)2 = 3,24 - 10,8a + 9a2 o que é verdade
Portanto, espera-se que a diferença entre
Hipótese de indução: un + 1 < un
e25 = [9 - (15a + 7,2 - 9a)]2 = o número de golos marcados e o número
= (1,8 - 6a)2 = 3,24 - 21,6a + 36a2 de golos sofridos seja igual a 10, ou seja, Tese de indução: un + 2 < un + 1

Resolução dos testes 5 + 5 231


Demonstração: Vem: Como a reta r passa no ponto de tangência,

cujas coordenadas são aa, b , vem:


un + 1 < un ± 2un + 1 < 2un ± 1 + 2un 1
lim un + 1 = lim § a
± 1 + 2un + 1 < 1 + 2un ± 3
1 + 2un + 1 1 + 2un 1 1 1 1
± < ± 1 + 2 lim un =- 2 a+b § =- +b §
§ lim un + 1 = § a a a a
3 3 3
± un + 2 < un + 1 2
1 + 2a § b=
§ a= § a
b) Para n = 1 , tem-se:
3 Portanto, a equação reduzida da reta r é
u1 > 1 § 4 > 1 , o que é verdade 1 2
§ 3a = 1 + 2a § a = 1 y=- 2 x+ .
Hipótese de indução: un > 1 a a
Portanto, lim un = 1 . 2
Assim, o ponto Q tem ordenada .
Tese de indução: un + 1 > 1 a
5. De acordo com o enunciado, a reta r é tan- Determinemos a abcissa do ponto P .
Demonstração:
gente ao gráfico da função f .
un > 1 ± 2un > 2 ± Tem-se:
± 1 + 2un > 3 ± Seja a pertencente a R+ a abcissa do pon-
1 2 1 2
1 + 2un 3 to de tangência. O declive da reta r é igual 0=- 2 x+ § 2 x= §
a a a a
± > ± a f '(a) .
3 3 § x = 2a
± un + 1 > 1 1 1
Tem-se f '(x) = - , pelo que f '(a) = - 2 . Assim, o ponto P tem abcissa 2a .
c) Como a sucessão é decrescente e mino- x2 a Portanto, a área do triângulo [OPQ] é
rada, podemos concluir que é conver- Assim, a equação reduzida da reta r é da 2
gente. 2a *
1 a
forma y = - 2 x + b . =2 .
Seja a = lim un . a 2

232 Resolução dos testes 5 + 5


PARA O ALUNO
• Manual do Aluno (3 volumes)
• Caderno de Exercícios
• Testes 5+5 (OFERTA)
• Simulador de Testes (OFERTA)
• Apoio Internet www.mat11.te.pt

PARA O PROFESSOR (EXCLUSIVO)


• Manual do Professor (3 volumes)
• Caderno de Apoio ao Professor (ONLINE)
• Resoluções (ONLINE)
• Apoio Internet www.mat11.te.pt
• Pen App 20 Manual CD Online

Recomenda-se a utilização conjunta do Manual e do Caderno


de Exercícios para facilitar a aprendizagem e contribuir para
o sucesso escolar. Estes materiais podem, no entanto, ser
vendidos separadamente.

Este manual é composto por três volumes, que não podem


ser vendidos separadamente.

Para registo na base de dados do Ministério da Educação deve


ser inserido o ISBN da edição do aluno: 978-972-47-5391-1

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