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TRANSTEATRO

Teatro que trabalha em modo de translinguagens.

Translinguagens: modos de fazer uma imagem, conteúdo, ideia, memória, retrato ou qualquer
outro objeto migrar de um sentido para outro.

Por exemplo, explicando um quadro a um cego, uma música em gestos a um surdo, falando
verbalmente sobre um texto a alguém que não sabe ler.

TRANSTEATRO é uma peça que ocorre em tempo real (live streaming) com interferências
sonoras e visuais em tempo diferido (pré gravado e montado ao vivo).

Seu elemento organizador é o SOM, particularmente o som DA PALAVRA.

Parte de seu desenrolar é com tela escura ou olhos fechados. Imagens estáticas são misturadas
a selfies e filmagens de celulares, parte com imagens captadas por câmeras e iluminação.

A priorização do SOM dá um ganho na atenção e no detalhe, mas também na possibilidade de


ajustar-se aos hábitos pessoais ou do isolamento.

As frases serão legendadas e sempre haverá, em algum canto da tela, um tradutor para Libras,
ora envolvido na cena, ora tradutor neutro.

Além disso, será oferecido para captação, versões diversas do mesmo espetáculo: com
descrição verbal, para cegos; com palavras escritas, Libras ou gestos, para surdos. Quando se
diz “para cegos” ou “para surdos”, isso quer dizer que são com recursos que tornam a
comunicação efetiva, mas não que um não surdo não possa apreciar a forma silenciosa, ou
alguém que enxerga a peça na obscuridade.

Oferece descrições de objetos, de coisas que acontecem na cena, de detalhes de imagens ou


contextos visuais.

PLATAFORMA E PRODUÇÃO

A apresentação será feita a partir de um núcleo de atores reunidos presencialmente, cada um


com um login e um dispositivo de transmissão e captação de imagens e sons.

A peça será uma montagem virtual para transmissão em salas virtuais, tentando levar para o
virtual não a adaptação do conteúdo, mas a adaptação da linguagem do teatro, ou seja, da
ação presente. Assim como ver um familiar pela rede não é apenas transmissão de imagem,
mas uma adaptação da presença sob a forma digital, também a peça terá essa migração, não
como conteúdo, mas como modo de produção.

PALCO VIRTUAL

O palco virtual é a plataforma STREAMYARD, uma sala de atuação e produção de transmissão


virtual que oferece recursos avançados de controle de câmeras, P.O.V., presença de cast em
espera, operação de luz, zoom e principalmente opções avançadas de compartilhamento de
som e imagem.
O PALCO tem, portanto, o seu lado de material à disposição (entradas e saídas de cena;
objetos e aredeços; projeções; imagens; sons) e tem um palco de APRESENTAÇÃO que é o que
é transmitido em tempo real. O que está no bastidor e à disposição é compartilhado por
membros da sala, mas o que é visto é o que está no palco de apresentação.

Os atores entram e saem através da plataforma de streaming, transmitida em tempo real. O


público pode interagir através do CHAT do Youtube, Facebook ou Instagram e os recados são
respondidos também em tempo real pelos participantes, que também estará conectados com
as redes.

Uma das câmeras sempre manterá um tradutor para Libras. Sempre haverá um botão pedindo
para “ouvir a cena”, disponível para o ouvinte, individualmente.

Normalmente o teatro opera em um modo fixo, um site específico, onde por mais que se dê
voltas e revoltas nas histórias das montagens, podemos resumir:

1. palco, cenários, apetrechos;


2. públicos pontos de vista ou lugares de assistir;
3. maquinário responsável pelo funcionamento
4. Salas de background, como cenotécnicas, sonoplastias, direções à distância etc.

A linguagem teatral se desenvolve dentro desse esquema, com variações.

O que se pode observar é que essa linguagem teatral será a mesma, vista por um cego, por um
surdo, por um cadeirante.

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