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A Batalha de Covadonga
Sérgio Araújo
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A Batalha de Covadonga
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A Batalha de Covadonga
Introdução
Talvez seja desconhecido por muitos a importância desta batalha para a
consolidação do cristianismo na Península Ibérica, e a com sequente fundação da Espanha,
Portugal, dando posteriormente a origem da epopeia das descobertas e em especial a
fundação da Terra de Vera Cruz, cuja origem vem da imagem acima e depois Brasil.
Tivemos uma conversa longa com o Dr. Javier do Museu de Covadonga, que nos
explicou alguns fatos e derrubam muitos mitos que se criaram, em especial em livros por
pessoas que nunca estiveram lá, inclusive nos canais do Youtube, conforme foi através de
um deles que me incentivou a tal viagem.
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Localização Geográfica
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Do primeiro rei das Astúrias não temos nenhuma fonte confiável que nos conte sobre
suas origens e que ele foi contemporâneo de seus primeiros anos, além disso, Pelayo, ao
contrário de Artur, não teve ninguém para cante seus feitos.
Figura 05 – D. Pelágio
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Apesar de todas as dificuldades, podemos tentar lançar alguma luz com os materiais
disponíveis, pois temos fontes árabes e cristãs, que apesar de seu viés ideológico podem
servir ao nosso propósito, desde que lidas com as devidas precauções, pois ninguém
escapa, que no caso da crônica de Afonso III, esses textos buscam a legitimidade da própria
monarquia, conectando-se com a antiga realeza visigoda, por meio de Pelayo, abordagem
muito pouco provável, como veremos.
Para iniciar a abordagem da busca pelas origens de Pelayo, devemos começar por
esclarecer o panorama sociopolítico dominante na região em que protagonizou os
acontecimentos que aqui nos interessam. Há uma opinião geral entre os especialistas desse
período segundo a qual, após a queda do Império Romano, houve o surgimento de poderes
locais, que fortaleceriam seu domínio sobre pequenas regiões ou vales. Assim,
assistiríamos no território asturiano um ressurgimento da sociedade tribal ou gentílica,
presente nesta região antes da chegada de Roma e que após a conquista não poderia ter
sido completamente eliminada.
Então seria esse tipo de sociedade tribal que Pelayo teria conduzido na batalha de
Covadonga, uma sociedade capaz de organizar seu território e estabelecer alianças com
outras lideranças locais para enfrentar ameaças maiores. A este respeito, é interessante
recordar uma notícia que pode ser tomada como precedente para o que aconteceu na
célebre batalha que deu fama a Pelayo, e é que, segundo as crônicas visigodas, no ano 680
o rei Wamba navegar para Astúrias para sufocar uma revolta. Esta notícia coincide com os
achados das últimas escavações arqueológicas realizadas nos arredores do pico La Boya e
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Homón de Faro, ambos na estrada Carisa, ponto de entrada nas Astúrias a partir do
planalto.
Neste ambiente existe uma série de construções defensivas utilizadas neste início da
Idade Média, mas numa época anterior aos acontecimentos de Covadonga. A localização
destes muros, juntamente com as notícias da campanha Wamba, dá-nos uma ideia da
existência de um poder local, zeloso da sua própria liberdade e capaz de mobilizar um
grande número de homens e recursos materiais para organizar a sua defesa, numa área
que ultrapassa os 1500 metros de altitude.
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Autores islâmicos como Ibn Jaldún também rejeitam uma origem gótica para o
protagonista de Covadonga.
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Figura 12 – La Piloña
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O fato de Pelayo ter sido escolhido como chefe de operações apresenta-nos uma
sociedade em que os diferentes chefes locais cederam a sua autoridade a alguém de
prestígio comprovado, e a existência de ligações entre os grupos do centro e do leste, como
evidenciado pela posterior transferência do curta para Pravia. Em todo o caso, o que mais
chama a atenção é o facto de ter sido eleito princeps da forma como o foi, «Pelayo é
escolhido como princeps; mas não no sentido romano ou visigótico do termo, mas como a
pessoa encarregada de dirigir as operações militares.”
Figura 15 – Munuza
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Se não em uma direção leste para a região de Liébana, certamente porque oferecia
maiores vantagens, em termos de segurança, para chegar ao planalto e não ter que
atravessar uma Astúrias que parecia estar a viver uma insurreição geral.
Por outro lado, e de acordo com as informações fornecidas pelas crônicas visigodas,
esta área está despovoada desde as campanhas de Leovigildo (Rei dos Visigodos do Reino
de Toledo no período de 569 d.C. a 586 d.C.) fez com o que poucos inconvenientes poderiam
ser causados a uma coluna em retirada.
Figura 17 – Leogivildo
Por sua vez, as crônicas asturianas confirmam essa suposição ao afirmar que parte
do trabalho de Afonso I foi repovoar os territórios de Primorias e Liébana. O fato é que essa
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coluna não emergiu intacta desses vales, pois foram soterrados por uma daquelas
frequentes avalanches ou argayos, que é o nome dado aos deslocamentos de terra na
terminologia local.
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Entretanto não consegue seu objetivo porque são apanhados por os asturianos em
Olalíes e lá encontraram a morte.
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Figura 28 – Três Cruzes com o Santuário de Covadonga ao fundo (Foto: Sérgio Araújo))
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Figura 29 - Local exato aonde foram encontrados os despojos de D. Pelágio (Foto: Sérgio Araújo)
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Bibliografia
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