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HISTÓRIA INTEGRADA FRENTE 1

Módulo 1 – Das diásporas b) introduzidos novos ideais baseados na economia de


mercado, na condenação da guerra e na defesa da paz, mais
Gregas a Esparta condizentes com a igualdade social vigente.
c) preservados os antigos ideais de autarquia da pólis, da
1. Acerca dos espartíatas, explique
propriedade privada da terra, da glorificação da guerra e da
a) sua posição no conjunto na sociedade espartana.
valorização do ócio como um valor positivo.
Resolução
d) recuperadas antigas práticas do Período Homérico —
Na sociedade de Esparta, os espartíatas constituíam o estamento
abandonadas no Período Arcaico — como a escravidão e o
dominante, formado por uma aristocracia detentora dos direitos
imperialismo econômico.
políticos e dedicada à atividade militar.
e) adaptados, aos ideais aristocráticos e de autarquia dos
Períodos Homérico e Arcaico, os novos ideais de economia
b) a existência da xenofobia e a prática do laconismo.
de mercado do Período Clássico.
Resolução
Resolução
A xenofobia (aversão aos estrangeiros, entre eles os habitantes das
A democracia grega procurou adaptar os valores tradicionais da pólis às
demais pólis) visava reforçar o conservadorismo de Esparta, evitando
influências externas. O laconismo (hábito de falar o menos possível) mudanças socioeconômicas geradas pela expansão das atividades
reforçava a disciplina entre os espartíatas e evitava contestações à comerciais.
estrutura vigente. Resposta: C

2. (MACKENZIE – MODELO ENEM) – “A partir do século VIII,


os gregos viveram um segundo processo de dispersão,
espalhando-se pelo Mediterrâneo e fundando no litoral da Itália,
da Gália e da Espanha inúmeras colônias — cidades que 4. (UFG) – “A guerra não era nem podia ser anomia [ausência
mantinham uma série de laços, principalmente culturais, com de regras]. Ao contrário, ela se desenrolava dentro de normas
os lugares de origem dos colonizadores.” aceitas por todos os gregos, porque essas regras se originavam
O texto diz respeito à fundação de colônias na Grécia Antiga. O de um conjunto de práticas, valores e crenças comuns. Mas um
fator determinante para essas migrações foi novo e prolongado conflito, que não ficou confinado às fronteiras
a) o crescimento populacional e a escassez de terras cultiváveis do Mundo Grego, dividiu a Grécia em dois campos antagônicos,
no território grego. engajando-a numa luta cujo risco, escala e forma não eram mais
b) o expansionismo político, defendido pelo regime democrático
os mesmos. Foi todo um sistema de regras antigas que se
das cidades gregas.
rompeu.”
c) a invasão dos persas e a consequente destruição das cidades
(VERNANT, Jean-Pierre. Mito e sociedade na Grécia Antiga.
da Grécia Continental.
d) a derrota grega na Guerra de Troia, responsável pelo declínio Rio de Janeiro: José Olympio, 1992. p.38-39. Adaptado.)

econômico da Grécia.
e) o desenvolvimento da navegação e a busca de recursos No trecho transcrito, o autor avalia as transformações que a
minerais. guerra contra os persas provocou no ordenamento das cidades-
Resolução Estado gregas. Diante do exposto, explique
A Segunda Diáspora Grega (a primeira orientou-se para o Mediterrâneo a) o ordenamento político das cidades-Estado antes da guerra
Oriental e o Mar Negro) foi provocada por fatores socioeconômicos e
contra os persas.
Resolução
políticos, tais como o crescimento populacional da Grécia, a escassez de
As cidades-Estado gregas constituíam unidades políticas indepen-
terras cultiváveis e os conflitos políticos dentro das próprias cidades-
dentes, podendo aliar-se ou combater umas contra as outras conforme
Estado.
as circunstâncias do momento.
Resposta: A

b) a mudança ocorrida no ordenamento político das cidades-


Estado em decorrência da guerra contra os persas.
Módulo 2 – Atenas e o Resolução
Período Clássico Após as Guerras Pérsicas, as cidades-Estado gregas agruparam-se em
dois campos opostos. Atenas, por ser a maior interessada na guerra
3. (FUVEST) – Com o advento da democracia nas pólis durante contra os persas, organizou a Confederação de Delos, que lhe
o Período Clássico, foram proporcionou hegemonia sobre a maior parte das cidades. Esparta, por
a) abandonados os ideais de autarquia e de glorificação da sua vez, passou a liderar a Liga do Poloponeso, inimiga do imperialismo
guerra, assim como a visão aristocrática da sociedade e da ateniense.
política vigente nos períodos anteriores.
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Módulo 3 – Justiniano e Carlos Magno providencial, devem contribuir, pelo seu labor, para o sustento
dos especialistas da prece e do combate.”
5. (UFV) – O Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, (E. Perroy – A sociedade feudal)

reuniu diferentes populações da Europa Balcânica e do Oriente


Próximo. Acerca desse Estado que floresceu na Idade Média, A partir do texto, analise as afirmações a seguir.
assinale a alternativa incorreta. I – As três ordens mencionadas correspondem, grosso
a) A religião fundamentava a autoridade imperial e absorvia boa modo, ao clero (oratores), à nobreza (bellatores) e aos servos
parte dos recursos do Estado. (laboratores).
b) O movimento iconoclasta, apesar de duramente perseguido, II – A definição da função social das ordens obedecia a uma
enraizou-se na cultura bizantina. razão religiosa, pois seu propósito era assegurar a ordem do
c) A estrutura eclesiástica era extensa e muito influente, mundo de acordo com os desígnios de Deus.
estimulando a religiosidade popular. III – As categorias sociais, embora claramente delimitadas,
d) A fusão entre poder temporal e espiritual permitia que o podiam apresentar mobilidade de acordo com seu grau de
imperador indicasse leigos para postos eclesiásticos.
enriquecimento.
e) A autocracia imperial impediu que o patriarca de
Assinale a alternativa correta.
Constantinopla constituísse um poder autônomo.
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
Resolução
b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
O movimento iconoclasta, contrário à existência de imagens nas igrejas,
c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
trancorreu nos séculos VIII e IX e gerou sérios conflitos, tendo inclusive d) Todas as afirmações são verdadeiras.
recebido o apoio de alguns imperadores. Por influência do e) Todas as afirmações são falsas.
iconoclastismo, a arte sacra bizantina deixou de utilizar imagens Resolução
esculpidas, restringindo-se à produção de mosaicos e pinturas, muitas A afirmação III é falsa porque a sociedade feudal, caracterizada pelas
das quais realizadas sobre madeira (os chamados ícones). três ordens mencionadas, era rigidamente hierarquizada e estamental.
Resposta: B Além disso, a economia feudal, quase desmonetizada, não era propícia
à acumulação de riqueza.
Resposta: A

6. (UFPR) – Observe as afirmações a seguir, referentes ao


reinado de Carlos Magno (768-814), assinalando V (verdadeira)
ou F (falsa).
1. Foi um período de expansão territorial, conseguida por meio 8. (PUC-SP) – “A Idade Média não é o período dourado que
de guerras de conquista. certos românticos quiseram imaginar; mas também não é,
2. Caracterizou-se pela centralização política e pela organização apesar das fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma
da legislação. época obscurantista e triste – imagem que os humanistas e os
3. As terras conquistadas foram doadas sob a forma do iluministas quiseram propagar.”
beneficium, criando laços de dependência entre o rei e seus (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos.
cavaleiros. Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18.)
4. A autoridade temporal do imperador sobrepunha-se ao poder
espiritual do papa. A imagem da Idade Média que temos hoje deriva, em parte, de
5. Ocorreu no período um florescimento cultural — o representações
“Renascimento Carolíngio”. a) negativas do período, que destacam a intolerância e o
Resolução dogmatismo da Igreja Católica, os repetidos períodos de
A afirmação 4 é falsa porque o título de imperador foi concedido a Carlos fome e a opressão a que os camponeses eram submetidos.
Magno pelo papa, o que implicava a submissão do monarca à autoridade b) positivas do período, que destacam o papel relevante das
espiritual do Sumo Pontífice. mulheres na vida social, os avanços do conhecimento
científico e o desenvolvimento das artes visuais.
Resposta: V – V – V – F – V
c) negativas do período, que destacam a atuação do Tribunal da
Inquisição, a ausência de mobilizações sociais e a teoria do
direito divino, que justificava o absolutismo.
Módulo 4 – O Feudalismo e a d) positivas do período, que destacam o resgate de valores
Igreja na Idade Média religiosos oriundos da Antiguidade Clássica, a arquitetura
românica e gótica e as festas populares.
7. (MACKENZIE) – “Os homens deste tempo dividem-se em e) negativas do período, que destacam a ausência de liberdade
três ordens, entendidas como categorias nitidamente política, a persistência do politeísmo e as práticas de bruxaria
delimitadas, estáveis, estabelecidas pelo próprio Deus desde a em toda a Europa Ocidental.
Criação para assegurar a ordem do mundo. E cada qual Resolução
corresponde a um estado particular, a uma missão especial. Na A questão menciona alguns aspectos negativos recorrentes na Época
primeira classe, situam-se os que rezam, cuja missão é cantar Medieval. Aliás, os aspectos positivos encontrados nesse período
a glória de Deus e obter a salvação de todos; seguem-se os que geralmente pertencem à Baixa Idade Média, como a arte gótica, as
combatem, encarregados de defender os fracos e impor a paz grandes invenções, as universidades e os prenúncios da Renascença.
divina; enfim, figuram os trabalhadores, que, segundo o plano Resposta: A

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Módulo 5 – As Cruzadas e o envolviam dificuldades técnicas (navegação no Mar Oceano) e


Renascimento Comercial e Urbano econômicas (alto custo dos investimentos), exigindo
mobilização de recursos em escala nacional. A Expansão
9. (FUVEST) – As Cruzadas representaram, para a sociedade Marítima, comercial e colonialista, postulando um certo grau de
feudal, centralização do poder para tornar-se realizável, viria a constituir
a) uma aventura militar que levou a Cristandade a perder um fator essencial do poder do Estado metropolitano.”
importantes territórios e a conhecer a Peste Negra. (Fernando Novais, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial.
b) uma saída para os excedentes populacionais e o atendimento In: Carlos Guilherme Motta (org.) Brasil em perspectiva. Adaptado.)
à necessidade espiritual das peregrinações a Jerusalém.
c) um movimento empreendido pela nobreza que, ao fortalecer A partir do texto, explique por que a centralização política foi
o feudalismo, atrasou a centralização monárquica em dois condição para a Expansão Marítima e Comercial dos séculos XV
séculos. e XVI.
d) um reforço importante no prestígio da ordem dominicana, Resolução
que as idealizou, organizou e financiou. Porque caberia ao Estado, representado pelo rei, coordenar os esforços
e) uma abertura para o exterior, responsável pela entrada na
econômicos (inclusive com utilização de investimentos particulares),
Europa de elementos da cultura clássica, como o gótico e a
técnicos e militares para a realização das viagens ultramarinas e seu
escolástica.
desdobramento lógico: a conquista de colônias para fins de exploração
Resolução
mercantil.
A realização das Cruzadas só foi possível porque a Europa Ocidental, a
partir do século XI, conheceu um crescimento demográfico que produziu
excedentes populacionais e gerou setores sociais marginalizados em
12. (UNESP) – “Havia, portanto, um estreitamento do mercado
relação ao feudalismo; daí a conveniência de aliviar as pressões,
europeu, uma espécie de camisa de força que tolhia o ritmo da
transferindo parte desses grupos para o Oriente Próximo. Ademais, o
expansão econômica. De que forma se poderia solucionar a
domínio dos turcos seldjúcidas sobre a Palestina, em substituição aos
crise?”
árabes, dificultara as visitas de cristãos a Jerusalém, devido às vexações
impostas por eles aos peregrinos. Este, aliás, foi o motivo invocado pelo
Assinale a alternativa que responde corretamente à pergunta
papa Urbano II para conclamar a Cristandade à Cruzada no Concílio de
formulada no texto.
Clermont (1095).
a) Com a ampliação do mercado europeu, a ser conseguida por
Resposta: B
meio da Expansão Marítima.
b) Por meio da expulsão dos árabes, tanto da Península Ibérica
10. (PUC) – O crescimento urbano na Europa Ocidental, a partir como de Constantinopla.
do século XII, atraiu novos moradores para as cidades, as quais c) Pela retomada de Jerusalém, que fora conquistada pelos
a) haviam desaparecido nos séculos anteriores, dadas as muçulmanos no final da Idade Média.
características rurais do feudalismo, e agora retomavam sua d) Criando um entendimento entre os Estados europeus no
condição de centros de produção econômica. sentido de estabelecer um mercado comum.
b) se tornaram centros comerciais importantes, em termos e) Promovendo a globalização da economia capitalista,
locais ou internacionais, estimulando a circulação monetária alicerçada no livre-cambismo.
e promovendo a ascensão econômica da burguesia. Resolução
c) cresceram descontroladamente, devido às multidões de A fórmula encontrada para superar os entraves ao crescimento
estrangeiros que nelas circulavam, e passaram a ser
econômico da Europa nos séculos XV e XVI foi a Expansão Marítima,
denominadas “metrópoles” ou “megalópoles”.
que criou mercados ultramarinos para os Estados europeus e suas
d) se transformaram em centros de poder da nobreza,
respectivas burguesias.
fortalecendo a autoridade dos governantes que viviam em
castelos afastados dos núcleos urbanos. Resposta: A
e) ampliaram o espaço urbano, para acomodar a nova
população, e organizaram as primeiras expedições marítimas
de conquista e colonização.
Módulo 7 – Expansão Marítima:
Resolução
A alternativa apresenta aspectos que definem o Renascimento
Ciclo Oriental
Comercial e Urbano, ocorrido na Europa Ocidental durante a Baixa Idade
Média.
13. (UNICAMP) – “A base da tese de que o Brasil teria sido
Resposta: B
descoberto por Duarte Pacheco Pereira em 1498 gira em torno
de seu manuscrito intitulado Esmeraldo de Situ Orbis, produzido
entre 1505 e 1508. Trata-se de um relato de suas viagens não
Módulo 6 – Contexto e Fatores só ao Brasil, mas também à costa da África, principal fonte de
riqueza de Portugal no século XV. O rei Dom Manoel I
da Expansão Marítima considerou tão valiosas as informações náuticas, geográficas e
econômicas contidas no documento que jamais permitiu que
11. (UNESP) – “A abertura de novas rotas, a fim de superar os
este fosse tornado público.”
entraves derivados do monopólio das importações orientais
(IstoÉ, 26 de novembro de 1997. pp. 65 – 66. Adaptado.)
pelos muçulmanos e italianos, e a escassez do metal nobre

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a) Em que o relato de Duarte Pacheco altera a versão oficial do Resolução


descobrimento do Brasil? A motivação inicial das navegações portuguesas foi efetivamente a
Resolução busca do comércio com a África, fornecedora de ouro, marfim e
principalmente escravos. Somente após a queda de Constantinopla,
Esse relato altera a versão oficial de que o Brasil foi descoberto por
responsável por uma forte alta no preço das especiarias, os portugueses
Pedro Álvares Cabral, em 1500.
– a essa altura já presentes no Golfo da Guiné – passaram a se interessar
Obs.: O examinador considerou a matéria publicada na IstoÉ como uma realmente pela busca de um caminho marítimo para as Índias.
contribuição historiográfica nova e digna de fé. Ora, o texto de Duarte Resposta: C
Pacheco já é bastante conhecido e em nada compromete a atribuição da
paternidade do Descobrimento a Cabral, uma vez que foi escrito depois
de 1500. Módulo 8 – Ciclo Ocidental e Consequências
da Expansão Marítima
b) Por que, no contexto da Expansão Ultramarina, Portugal
procurou manter este relato em segredo? 15. (UNICAMP) – “Os motivos que levaram Colombo a
Resolução empreender sua viagem evidenciam a complexidade do
Porque a divulgação dessas informações poderia atrair o interesse de personagem. A principal força que o moveu nada tinha de
outros governos. Daí a “política de sigilo” (segredo) adotada por D. moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo
Manuel em relação ao Descobrimento do Brasil. tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a
religião cristã em todas as partes do mundo. Graças a suas
viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova
cruzada.”
14. (MACKENZIE) – “As grandes mudanças que se verificam na (Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, In: Eugenio Garin. O Homem
arte náutica durante a segunda metade do século XV levam a Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233. Adaptado.)
crer na possibilidade de se chegar, contornando o continente
africano, às terras do Oriente. Não se pode afirmar, contudo, a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de
que a ambição de atingir por via marítima esses países de fábula Colombo?
presidisse as navegações do período henriquino, animada por Resolução
objetivos estritamente mercantis. Com a expedição de Antão Segundo o texto, Colombo pretendia obter recursos para uma finalidade
Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o Reino. Da religiosa: organizar uma nova Cruzada, isto é, uma expedição militar que
mesma viagem procede o primeiro ouro em pó, ainda que retomasse a ofensiva contra os muçulmanos, expandindo a fé cristã.
escasso, resgatado naquelas partes. O marfim, cujo comércio
se achava até então em mãos de mercadores árabes, começam b) O que foram as Cruzadas na Idade Média?
a transportá-lo os barcos lusitanos, por volta de 1447.” Resolução
(Sérgio Buarque de Holanda, Etapas dos descobrimentos portugueses.) Expedições militares organizadas pelos cristãos da Europa Ocidental
contra os islamitas do Oriente Próximo, tendo como pretexto a
Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo do trecho reconquista da Terra Santa (Palestina) para a Cristandade.
acima.
a) A descoberta do continente americano por espanhóis e
portugueses revela o anseio dos navegadores ibéricos para
alcançar as riquezas do Oriente por meio de uma rota pelo 16. (PUC-MG) – O expansionismo marítimo europeu dos
Ocidente. séculos XV-XVI gerou uma autêntica “Revolução Comercial”.
b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de Assinale a alternativa que não se relaciona com esse processo.
descobrimento para o Oriente através do Atlântico, visto que a) Incorporação de áreas dos continentes americano e africano
lhes bastavam as riquezas da África, constituídas por ouro, às rotas de comércio tradicionais.
b) Ascensão das potências mercantis atlânticas, como Portugal
marfim e escravos.
e Espanha.
c) Embora a descoberta de uma rota para o Oriente fosse algo
c) Afluxo de metais preciosos da América para o Oriente,
cada vez mais próximo de se realizar, foi a exploração
resultante do escambo entre as duas regiões.
comercial da costa africana que impulsionou as viagens d) Deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo
portuguesas do período. para o Oceano Atlântico.
d) As navegações portuguesas eram motivadas acima de tudo e) Perda, pelos italianos, do monopólio sobre o comércio de
pelo exotismo do Oriente; secundariamente, porém, havia o produtos orientais.
interesse pelo comércio de escravos, ouro e marfim na costa Resolução
africana. O ouro e prata americanos foram canalizados para a Europa, onde
e) Durante o período henriquino, os aperfeiçoamentos técnicos provocaram a “Revolução dos Preços”, dentro da Revolução Comercial
na arte náutica permitiram que os portugueses alcançassem dos séculos XVI-XVII.
o Oriente contornando o continente africano. Resposta: C

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Módulo 9 – Civilizações Pré-Colombianas Módulo 10 – Bases do Colonialismo


Mercantilista
17. (UFSM) – “Os guerreiros constituíam um dos grupos mais
importantes na sociedade asteca. A princípio, eram escolhidos 19. (UNICAMP) – No período histórico que se estende entre os
entre os indivíduos mais corajosos. Com o tempo, a função de séculos XVI e XVIII, com o fim do feudalismo e a consolidação
guerreiro começou a passar de pai para filho, e apenas algumas dos Estados nacionais, a doutrina econômica dominante foi o
famílias privilegiadas mantiveram o direito de ter guerreiros mercantilismo, que possuía como uma de suas características o
entre seus membros.” metalismo.
(KARNAL, Leandro. A Conquista do México. a) Em que consistia o metalismo?
Resolução
São Paulo: FTD, 1996. p. 13.) O metalismo partia do pressuposto de que a riqueza de uma nação era
O texto faz referência à sociedade asteca no século XV. determinada pela quantidade de metais preciosos que ela conseguisse
Podemos considerar essa formação social como acumular. A partir desse conceito, adotavam-se práticas para garantir o
a) censitária e oligárquica, dominada por uma elite que presidia
ingresso de ouro e prata no país e evitar sua saída.
democraticamente as assembleias populares.
b) Cite e explique duas outras características da doutrina
b) igualitária e militarista, não reconhecendo outra autoridade
mercantilista.
senão a dos sacerdotes, que também eram guerreiros.
Resolução
c) estamental, dirigida por um Estado que dispunha de uma
complexa estrutura administrativa, judiciária e militar. — Intervencionismo: interferência do Estado na vida econômica, através
d) hierarquizada e guerreira, visto que o imperador era de taxações, isenções, privilégios, monopólios e regulamentações.
simultaneamente comandante-em-chefe e supremo — Balança comercial favorável: predomínio das exportações sobre as
sacerdote. importações, com o objetivo de promover a acumulação primitiva de
e) guerreira e sacerdotal, pois todo guerreiro era um sacerdote capitais.
e todo sacerdote era um guerreiro. — Protecionismo: proteção à produção nacional por meio de uma
Resolução pesada taxação alfandegária, com vistas a inibir as importações.
A sociedade asteca caracterizou-se por ser teocrática, militarista e — Monopólio sobre o comércio colonial (“exclusivo”).
estratificada, tendo no topo um imperador divinizado e absoluto, apoiado
simultaneamente pelos estamentos guerreiro e sacerdotal.
Resposta: D
20. O mercantilismo, como política econômica praticada pelos
Estados europeus ao longo da Idade Moderna, possuía
18. (FATEC) – Na América Pré-Colombiana, desenvolveram-se princípios básicos comuns; mas sua aplicação apresentou certas
grandes civilizações, como a dos incas. Sobre esta última, variações, conforme o país que o praticasse. Assinale a
podemos afirmar que alternativa que não retrata corretamente essas peculiaridades.
a) os incas eram governados por um rei cuja função principal a) O mercantilismo português recorreu à pirataria como
era comandar o exército; daí receber o título de “Senhor dos atividade suplementar na realização da acumulação primitiva
Guerreiros”. de capitais.
b) qualquer indivíduo, por mais humilde que fosse, poderia se b) O mercantilismo inglês priorizou seu papel de intermediário
integrar nos estamentos superiores, desde que tivesse entre produtores e consumidores, lucrando com essa
provado sua bravura em combate. intermediação.
c) sua capital, Tenochtitlán, foi construída em uma ilha no lago
c) O mercantilismo espanhol, conhecido como “bulionismo”,
Texcoco, comunicando-se com as margens por meio de
concentrou-se no extrativismo de metais preciosos.
pontes chamadas chinampas.
d) O mercantilismo holandês procurou combinar a intermediação
d) o predomínio social cabia a uma elite militar e sacerdotal, que
comercial com a produção de mercadorias comercializáveis.
também se incumbia da administração e da cobrança de
impostos no Império. e) O mercantilismo francês enfatizou a produção de artigos de
e) a produção agrícola de subsistência compreendia a divisão luxo, geralmente realizada por manufaturas controladas pela
das terras cultiváveis em propriedades do Deus-Sol, do Inca Coroa.
e das comunidades camponesas. Resolução
Resolução A pirataria e a guerra de corso foram largamente praticadas pela
Entre os incas, a divisão das terras ocorria de acordo com o especificado Inglaterra, França e Holanda — países que, por disporem de impérios
na alternativa e, sendo que as terras do Deus-Sol eram administradas coloniais relativamente reduzidos, usaram aquele recurso para ampliar
pelo estamento sacerdotal. Não obstante, a maior parte das áreas sua acumulação de capitais. Portugal e Espanha pouco recorreram a
cultivadas era atribuída aos ayllús (comunidades clânicas camponesas). essas práticas, das quais foram geralmente vítimas.
Resposta: E Resposta: A

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Módulo 11 – Colonização Espanhola do gentio) dominava o universo ideológico, configurando o


na América projeto, e a segunda (dominação política e exploração
econômica) definia as necessidades de riqueza e poder”.
21. (FUVEST) – Comparando as colônias da América (Fernando Novais, História da Vida Privada no Brasil, I.)

Portuguesa com as da América Espanhola, pode-se afirmar que


a) as atribuições dos sesmeiros no Brasil Colônia eram idênticas Com base no texto, explique
às dos encomenderos. a) os motivos religiosos da Coroa Portuguesa.
Resolução
b) a mão de obra escrava africana foi a base das atividades
Expansão da fé cristã a partir da catequese, que proporcionaria a
mineradoras em todas as colônias.
salvação da alma dos gentios (pagãos).
c) a colonização portuguesa, diferentemente da espanhola, não
seguiu as regras do mercantilismo.
b) a exploração econômica da colônia.
d) as manufaturas têxteis foram proibidas por ambas as Coroas
Resolução
desde o início do processo colonizador.
A exploração econômica da colônia, subordinada à dominação política
e) as atividades agrárias e mineradoras constituíram a base das metropolitana, obedecia às práticas mercantilistas e visava ao enriqueci-
exportações nas colônias das duas Américas. mento da metrópole, por meio da acumulação primitiva de capitais.
Resolução
Ao se caracterizarem como colônias de exploração, tanto as possessões
portuguesas como as espanholas desenvolveram uma economia 24. (UFC) – Nos primórdios do Sistema Colonial, a concessão de
complementar em relação a suas metrópoles, exportando produtos agrí- terras efetuada pela metrópole portuguesa visava tanto à
colas tropicais e metais preciosos amoedáveis. ocupação e povoamento da colônia como à organização da
Resposta: E produção de açúcar com fins comerciais. Assinale a alternativa
correta sobre as medidas que a Coroa Portuguesa adotou para
atingir esses objetivos.
22. (FATEC) – Na América Colonial Espanhola, o trabalho a) O território brasileiro foi dividido em capitanias hereditárias,
compulsório cedidas a donatários que, por sua vez, distribuíram sesmarias
a) baseou-se no predomínio da escravidão negra, a exemplo do àqueles que as demandassem.
que ocorreu no Brasil. b) As terras brasileiras foram vendidas a senhores de engenho
b) caracterizou-se pela permanência do sistema escravista, já já experientes, os quais garantiriam uma produção crescente
praticado por incas e astecas. de açúcar para ser comercializado na Europa.
c) apoiou-se em formas diversas de exploração do trabalho c) O território brasileiro foi dividido em governações vitalícias,
indígena e na escravidão negra. cujos dirigentes distribuíram as terras entre os colonos
d) restringiu-se a formas particulares de coerção, como no caso portugueses, subsidiando suas despesas de instalação.
da encomienda. d) Os colonos foram armados fortemente para defender a terra,
e) foi reorganizado pelos colonizadores, mas permaneceu sob ao mesmo tempo em que as terras eram divididas
autoridade dos chefes indígenas. equitativamente entre portugueses e índios.
Resolução e) As terras litorâneas permaneceram em poder da Coroa, a
Na América Colonial Espanhola, a precoce proibição da escravização de qual favoreceu a instalação de engenhos no interior, para que
índios (já no século XVI) levou os colonizadores a utilizar a mão de obra produzissem açúcar durante todo o ano.
indígena por meio de formas de trabalho compulsório, mas não escravo. Resolução
Uma delas, preexistente à conquista europeia, foi a mita, relacionada O sistema de capitanias hereditárias, criado em 1534, tinha a finalidade
com a mineração e a construção de obras públicas; a outra foi a de transferir os custos da colonização para a iniciativa privada. Para
encomienda, utilizada na agricultura. Nas áreas onde a mão de obra estimular a colonização, os portugueses que aqui se fixassem
indígena foi exterminada (Antilhas), os colonizadores recorreram à receberiam sesmarias — grandes porções de terra que permaneceriam

escravidão negra. em poder do sesmeiro e de seus descendentes, desde que eles as


cultivassem.
Resposta: C
Resposta: A

Módulo 12 – Primórdios da
Colonização Portuguesa

23. (FUVEST) – “Há duas vertentes básicas que estruturam a


colonização portuguesa nos trópicos: o impulso salvífico (móveis
religiosos) e os mecanismos de produção mercantil (exploração
do Novo Mundo); sendo que a primeira dimensão (a catequese

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Módulo 1 – Das diásporas c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e


Gregas a Esparta desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de
hegemonia romana.
1. (FUVEST) – Vivemos numa forma de governo que não se baseia d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e
nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia.
a alguns, ao invés de imitar outros. [...] Nela, enquanto no tocante às
e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e
leis todos são iguais para a solução de suas divergências privadas,
quando se trata de escolher (se é preciso distinguir em algum setor),
pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus.
não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos
postos mais honrosos; inversamente, a pobreza não é razão para que 3. (UNESP) – A Ilíada, de Homero, data do século VIII a.C. e
alguém, sendo capaz de prestar serviços à cidade, seja impedido de
narra o último ano da Guerra de Troia, que teria oposto gregos
fazê lo pela obscuridade de sua condição. Conduzimo nos liberalmente
em nossa vida pública, e não observamos com uma curiosidade
e troianos alguns séculos antes. Não se sabe, no entanto, se
suspicaz [desconfiada] a vida privada de nossos concidadãos, pois não esta guerra de fato ocorreu ou mesmo se Homero existiu.
nos ressentimos com nosso vizinho se ele age como lhe apraz, nem o Diante disso, o procedimento usual dos estudiosos tem sido:
olhamos com ares de reprovação que, embora inócuos, lhe causariam a) desconsiderar os relatos atribuídos a Homero, pois não
desgosto. Ao mesmo tempo que evitamos ofender os outros em nosso
temos certeza de sua procedência, nem se eles nos contam
convívio privado, em nossa vida pública nos afastamos da ilegalidade
principalmente por causa de um temor reverente, pois somos
a verdade sobre o passado grego.
submissos às autoridades e às leis, especialmente àquelas promulgadas b) identificar na obra, apesar das dúvidas, características da
para socorrer os oprimidos e às que, embora não escritas, trazem aos sociedade grega antiga, como a valorização das guerras e a
agressores uma desonra visível a todos. crença na interferência dos deuses na vida dos homens.
c) desconfiar de Homero, pois ele era grego e assumiu a defesa
Oração fúnebre de Péricles, 430 a.C., in Tucídides.
História da Guerra do Peloponeso. de seu povo, abrindo mão da completa neutralidade que todo
Brasília: Editora UnB, 2001, p. 109. Adaptado. relato histórico deve ter.
d) acreditar que a Guerra de Troia realmente aconteceu, pois
a) Com base nas informações contidas no texto, identifique o sistema
político nele descrito e indique suas principais características. Homero não poderia ter imaginado tantos detalhes e
b) Identifique a cidade que foi a principal adversária de Atenas na personagens tão complexos como os que aparecem no
Guerra do Peloponeso e diferencie os sistemas políticos vigentes poema.
em cada uma delas.
e) descartar o uso da obra como fonte histórica, pois, mesmo
2. (UNESP) – que a guerra tenha ocorrido, a Ilíada é um relato literário e
não foi escrita com rigor e precisão científica.

4. (UNICAMP) – À Ilíada, epopeia guerreira, sucede a Odisseia,


pacífica coletânea de lendas e aventuras marítimas. Esse
contraste corresponde a uma mudança, quando os povos da
região renunciam às lutas em territórios muito estreitos e se
voltam para os países longínquos. Os poemas homéricos são
contemporâneos da grande expansão marítima dos fenícios e a
Odisseia está cheia de violências e rapinas de todo tipo
praticadas pelos fenícios, apresentados como mercadores
descarados e bandidos sem escrúpulos; mas devemos levar em
conta, nessas narrativas, as rivalidades comerciais.
(Templo da Concórdia, Agrigento, Itália.)

O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século (Adaptado de J. Gabriel-Leroux, As primeiras civilizações do Mediterrâneo.
V a.C., e é um marco da São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 67-68.)
a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela
inspiração religiosa politeísta. a) Segundo o texto, quais seriam as razões históricas da
b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no diferença entre a Ilíada e a Odisseia?
processo de helenização empreendido por Alexandre, o b) Como a organização política de fenícios e gregos os
Grande. diferenciava da civilização egípcia?
–7
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5. (FUVEST) – O aparecimento da pólis constitui, na história do 7. (UNESP) – Aedo e adivinho têm em comum um mesmo
pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço
no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus
alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as
etapas múltiplas e formas variadas. Entretanto, desde seu realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular
advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais:
marca um começo, uma verdadeira invenção; por elo, a vida o que aconteceu outrora, o que ainda não é.
social e as relações entre os homens tomam uma forma nova,
cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos. (Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos,
1990. Adaptado.)

Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego.


Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado. O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre
outros aspectos,
De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela
transformações provocadas pelo surgimento da pólis foi transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória.
a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos
de comunicação era baseada na escrita e no uso de de seca ou de infertilidade da terra.
imagens. c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão
b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam dos cultos aos deuses da tradição clássica.
o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos. d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da
c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que península balcânica.
reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o
monarca. isolamento e a autonomia em que viviam.
d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa
organização social dificultava a construção de identidades
culturais. 8. (FUVEST) – Não esqueçamos que o processo de formação
e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que de um povo e de uma civilização gregos não se desenrolou
ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus segundo um plano premeditado, nem de maneira realmente
membros. consciente. Tentativa, erro e imitação foram os principais meios,
de tal modo que uma certa margem de diversidade social e
cultural, amiúde muito marcada, caracterizou os inícios da
6. (FUVEST) – Não é possível pôr em dúvida por mais tempo, Grécia. De fato, nem o ritmo nem a própria direção da mudança
ao passar em revista o estado atual dos conhecimentos, ter deixaram de se alterar ao longo da história grega.
havido realmente uma guerra de Troia histórica, em que uma
coligação de Aqueus ou Micênios, sob um rei cuja suserania era Moses I. Finley. O mundo de Ulisses. 3ª ed.
Lisboa: Presença, 1998, p.16.
conhecida pelos restantes, combateu o povo de Troia e os seus
aliados. A magnitude e duração da luta podem ter sido
exageradas pela tradição popular em tempos recentes, e os a) Indique um elemento “imitado” de outros povos e
números dos participantes avaliados muito por cima nos sociedades que teria estado presente nos “inícios da
poemas épicos. Muitos incidentes, tanto de importância Grécia”.
primária como secundária, foram sem dúvida inventados e b) Ofereça pelo menos dois exemplos do que o autor chama de
introduzidos na narrativa durante a sua viagem através dos “diversidade social e cultural”, que “caracterizou os inícios da
séculos. Mas as provas são suficientes para demonstrar não só Grécia”.
que a tradição da expedição contra Troia deve basear-se em
fatos históricos, mas ainda que boa parte dos heróis individuais
9. (FUVEST) – Em certos aspectos, os gregos do Antiguidade
mencionados nos poemas foi tirada de personagens reais.
foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos
Carl W. Blegen. Troia e os troianos. Lisboa, Verbo, 1971. Adaptado. grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se
instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos
A partir do texto acima, na sua organização política. Na tempo de Heródoto, e muito
a) identifique ao menos um poema épico inspirado na guerra antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em
de Troia e explique seu título; todo a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar
b) explique uma diferença e uma semelhança entre poesia Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e no Sicília
épica e história para os gregos da Antiguidade. oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico

8–
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da França. No interior desta elipse de uns 2500 km de 2. A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e
comprimento, encontravam-se centenas e centenas de a mais aprazível coisa do mundo, e esses
comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e atributos não devem estar separados como na
que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a
nenhuma outra altura, na mundo antigo, houve uma nação, um mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que
território nacional único regido por uma lei soberana, que se amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais
tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia). excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a
identificamos como felicidade.
M. I. Finley. O mundo de Ulisses, Lisboa. Editorial Presença, 1972. Adaptado. ARISTOTELES. A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes


Com base no texto, pode-se apontar corretamente atributos, Aristoteles a identifica como
a) a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu a) busca por bens materiais e títulos de nobreza.
rapidamente ante as investidas militares de povos mais b) plenitude espiritual e ascese pessoal.
unidos e mais bem preparados para a guerra, como os c) finalidade das ações e condutas humanas.
egípcios e macedônios. d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
b) a necessidade de profunda centralização polítilca, como a e) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo


pudesse expandir seu território e difundir sua produção 3. (PUC) – “Por natureza, na maior parte dos casos, há o que
cultural. comanda e o que é comandado. O homem livre comanda o
c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de escravo (...). Estabelecemos que o escravo é útil para as
pensadores políticos, capazes de formular estratégias necessidades da vida.”
adequadas de estruturação e unificação do poder político. Aristóteles. Política (IV a.C.). Apud: Marcelo Rede.
d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 33.

ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia


O texto, escrito no século IV a.C., indica que, no mundo grego
sob outras formas de organização social e política.
antigo, a
e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo
a) democracia envolvia todos os moradores das cidades e do
e do nacionalismo, como forma de consolidar política e campo, sem fazer distinções de raça ou condição social.
economicamente o Estado nacional. b) escravidão era considerada natural e sua instituição permitiu
a participação dos cidadãos na vida política.
c) democracia e a escravidão eram consideradas incompatíveis,
Módulo 2 – Atenas e pois apenas com liberdade geral e irrestrita é que se pode
Período Clássico construir uma democracia.
d) escravidão permitia que todos os cidadãos pudessem
1. (PUC-SP) – “Desapareceu para as cidades helênicas qualquer dedicar-se apenas ao ócio, sem atuar na vida coletiva da
cidade.
possibilidade de criar um Estado imperial unificado, a despeito
e) democracia predominou, uma vez que todos eram
de sua recuperação econômica relativamente rápida, após os
considerados iguais e livres por natureza.
efeitos da longa Guerra do Peloponeso. A própria paridade e
multiplicidade de centros urbanos na Grécia neutralizava-os
coletivamente para a expansão externa.”
4. (UNESP) – Indique duas características da democracia
(Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto:
antiga, a partir da experiência ateniense, que não se encontram
Afrontamento, 1980. p. 47. Adaptado.)
na democracia contemporânea, e duas características da
democracia contemporânea que não estavam presentes na
O texto refere-se aos resultados da Guerra do Peloponeso, que
democracia antiga.
a) determinou a hegemonia de Esparta sobre as demais
cidades-Estado gregas.
b) exauriu as cidades-Estado gregas, dificultando sua defesa 5. O que implica o sistema da pólis é uma
perante ameaças externas. extraordinária preeminência da palavra sobre
c) pôs fim à militarização de Esparta e expandiu o modelo todos os outros instrumentos do poder. A palavra
democrático ateniense. constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e
d) rompeu o equilíbrio militar e econômico entre as diversas ci- a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do
dades-Estado. jogo político.
e) significou a derrocada da monarquia grega, consolidando o VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego.
regime republicano. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

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Na configuração política da democracia grega, em especial a alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre
ateniense, a ágora tinha por função podia abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia,
prol da cidade. não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado necessidade de liderança não era acompanhado por uma
expostas por seus magistrados. renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para (Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.)
deliberar sobre as questões da comunidade.
d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no
os rumos a serem tomados em caso de guerra. século V a.C., o texto afirma que
e) congregar a comunidade para eleger representantes com a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora
direito a pronunciar-se em assembleias. ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia.
b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos
na Assembleia demonstrava o caráter indireto da
6. (UNESP) – De cidade em cidade, de civilização em democracia.
civilização, a ciência viaja com as caravanas de mercadores, os c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o
exércitos invasores e os viajantes solitários. A matemática dos que revelava a participação direta dos cidadãos na condução
gregos, entre eles Pitágoras, chegou até nós por meio de política da cidade.
Alexandria, cidade egípcia às margens do Nilo. Ali um grego d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos,
chamado Euclides, que chegou à cidade no ano 300 a.C., submetendo-se a partir de então ao seu poder e às suas
escreveu um dos livros mais copiados e traduzidos de toda a decisões.
História: Elementos de Geometria. e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na
A história dessa cidade e da “viagem” do conhecimento grego Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses
se confunde com a trajetória dos macedônios. políticos.

(Flavio Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da História)


9. (PUC) – Algumas cidades-Estado gregas expandiram seus
A respeito dos macedônios, pode-se afirmar que foram domínios e criaram colônias na região do Mar Mediterrâneo, por
a) um povo guerreiro, que acabou dominado pelos exércitos volta dos séculos VIII e VI a.C. Essas colônias
romanos de César e Marco Antônio, após décadas de a) comercializavam apenas com suas metrópoles e utilizavam
resistência. mão-de-obra livre, originária do norte do continente africano.
b) grandes matemáticos, que souberam aplicar seus b) eliminaram o controle romano da região mediterrânea e
conhecimentos na construção de algumas das maravilhas da estabeleceram hegemonia grega na região.
Antiguidade. c) ampliaram a área de terras cultiváveis e eram independen-
c) conquistadores da Grécia, que expandiram seu império para tes, apesar dos vínculos com as cidades que as criaram.
o Oriente e promoveram o que passou a ser conhe-cido d) demonstraram a importância da tradição militar espartana e
como Helenismo. difundiram o ideal democrático ateniense.
d) precursores da cultura grega; atribui-se aos seus filósofos e e) reproduziram a ordem social das cidades que as criaram e
pensadores a criação do pensamento mítico. iniciaram o comércio grego com o ocidente e o oriente.
e) grandes mercadores, responsáveis por disseminar junto aos
gregos os avanços técnicos da arquitetura egípcia.
10. (UNICAMP) – Nada é mais presente na vida cotidiana da
coletividade do que a oratória, que partilha com o teatro a
7. (FUVEST) – No ano passado, aconteceu em Pequim mais característica de ser a manifestação cultural mais popular e mais
uma Olimpíada. No mundo, peças teatrais estão sendo praticada na Atenas clássica. A civilização da Atenas clássica é
continuamente encenadas. Como se sabe, Olimpíadas e teatro uma civilização do debate. As reações dos atenienses na
(ocidental) foram uma criação da Grécia antiga. Assembléia eram influenciadas por sua experiência como
Discorra sobre público do teatro e vice-versa. Trata-se de uma civilização
a) o significado dos jogos olímpicos para os antigos gregos; substancialmente oral. O grego era educado para escutar. O
b) as características do teatro na Grécia antiga. caminho de Sócrates a Aristóteles ilustra perfeitamente o
percurso da cultura grega da oralidade à civilização da escrita,
que corresponde, no plano político e social, à passagem da
8. (UNESP) – Quando sua influência [de Péricles] estava no cidade-estado ao ecumenismo helenístico.
auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas
(Adaptado de Agostinho Masaracchia, “La prosa greca del V e del IV secolo
políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas pro-
a.C.”. In: Giovanni D’Anna (org.). Storia della letteratura greca. Roma: Tascabile
postas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões
Economici Newton, 1995, p. 52-54.)

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a) Estabeleça relações entre o modelo político vigente na 3. (FUVEST) – Entre os fatores citados abaixo, assinale aquele
Atenas clássica e a importância assumida pelo teatro e pela que não concorreu para a influência da civilização bizantina
oratória nesse período. sobre a Europa Ocidental:
b) Aponte características do período helenístico que o a) Fuga dos sábios bizantinos para o Ocidente, após a queda
diferenciam da Atenas clássica. de Constantinopla.
b) Expansão da Reforma Protestante, que marcou a quebra da
unidade da Igreja Católica.
Módulo 3 – Império Bizantino e Carolíngio c) Divulgação e estudo da legislação de Justiniano, conhecida
como Corpus Juris Civilis.
1. (UNICAMP) – No Natal de 800, o papa Leão III coroou Carlos
d) Contatos culturais ligados ao movimento das Cruzadas.
Magno como Imperador dos Romanos. O Imperador recebeu o
e) Relações comerciais das repúblicas marítimas italianas com
antigo título de Augusto.
a) Caracterize a autoridade de Carlos Magno como Imperador os portos bizantinos.
naquele momento.
b) Apresente dois aspectos do renascimento carolíngio.
4. (PUC) – Em relação ao Império Bizantino, é certo afirmar que
a) o governo era ao mesmo tempo teocrático e liberal.
2. (UNESP) – Observe a figura.
b) o Estado não tinha influência na vida econômica.
c) o comércio era sobretudo marítimo.
d) o Império Bizantino nunca conheceu crises sociais.
e) o imperialismo bizantino restringiu-se à Ásia Menor.

5. (UFPR adaptada – MODELO ENEM) – Os humanistas do


século XVI dividiam a História em dois períodos: a Antiguidade
e o próprio tempo em que viviam, aliás, marcado por uma
retomada dos valores da Grécia e da Roma antigas. No final do
século seguinte, foi proposta que a história ocidental passasse
a ser dividida em três épocas: Idade Antiga, Idade Média e Idade
Moderna. Essa nova divisão, porém, continuou valorizando a
Antiguidade Clássica e os Tempos Modernos, considerando-se
a Idade Média como um período marcado pela ignorância e
barbárie.

Sobre esse longo período da história do mundo ocidental,


assinale a alternativa correta.
a) A Baixa Idade Média, período que se seguiu à queda do
Império Romano do Oriente, foi marcada por um intenso
obscurantismo, responsável pelo desaparecimento da cultura
intelectual.
b) Durante o reinado de Alexandre Magno, o reino dos francos
viveu um notável movimento cultural, e foram criadas escolas
e realizadas diversas traduções de importantes obras da Anti-
Madona e Filho, Berlinghiero, século XII guidade.
.
(www.literaria.net/RP/L2/RPL2.htm) c) As Cruzadas tiveram como consequência uma drástica
redução da área de influência da religião católica, a qual, ao
O ícone, pintura sobre madeira, foi uma das manifestações fim do século XV, acabou ficando restrita a regiões da Europa
características da Civilização Bizantina, que abrangeu amplas Ocidental.
regiões do continente europeu e asiático. A arte bizantina d) O Império Bizantino pode ser entendido como uma síntese
resultou
entre os mundos grego (Oriente) e o romano (Ocidente). A
a) do fim da autocracia do Império Romano do Oriente.
sua queda, em 1453, é utilizada para marcar o início de um
b) da interdição do culto de imagens pelo cristianismo primitivo.
novo período histórico: a Época Moderna.
c) do “Cisma do Oriente”, que rompeu com a unidade do
cristianismo. e) Ao fim da Baixa Idade Média, as atividades dos mercadores
d) da fusão das concepções cristãs com a cultura decorativa e dos banqueiros favoreceram o estabelecimento de regimes
oriental. políticos descentralizados, cujas bases eram unidades econô-
e) do desenvolvimento comercial das cidades italianas. micas autônomas.

– 11
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6. (UPE) – As lutas decorrentes das Cruzadas mostraram c) Apresentava excessiva descentralização política, o que
não somente o fanatismo religioso, mas também afirmaram enfraquecia os imperadores (basileus).
a importância de interesses econômicos. As Cruzadas, d) Reprimiu violentamente a heresia dos cátaros que
economicamente, ameaçava a sua unidade religiosa.
a) fortaleceram o poder de Constantinopla, enfraquecendo o e) A força da cultura romana fez que o latim fosse a língua
comércio europeu durante a Idade Média. de emprego geral.
b) mantiveram as mesmas rotas comerciais do Império
Romano, gerando prejuízos para os comerciantes.
c) acabaram com o comércio nas grandes cidades europeias, Módulo 4 – O Feudalismo e a
fortalecendo o feudalismo. Igreja na Idade Média
d) diminuíram bastante o prestígio comercial de Constantinopla,
fortalecendo o comércio no Mediterrâneo. 1. (UNESP) – “Servir” ou, como também se dizia, “auxiliar”, –
e) consolidaram o poder da burguesia francesa, interessada em “proteger”: era nestes termos tão simples que os textos mais
derrotar os comerciantes italianos. antigos resumiam as obrigações recíprocas do fiel armado e do
seu chefe.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)
7. Justiniano (527-565), no Império Romano do Oriente,
enfrentou diferentes dificuldades internas, inclusive nas
O mais importante dos deveres que, na sociedade feudal, o
relações entre a Igreja e o Estado, devido a heresias como a dos
vassalo tinha em relação ao seu senhor era:
monofisitas. Estes, entre outros princípios,
a) o respeito à hierarquia e à unicidade de homenagens, que
a) pretendiam a destruição de todas as imagens.
determinava que cada vassalo só podia ter um senhor.
b) negavam a natureza humana de Cristo.
b) o auxílio na guerra, participando pessoalmente, montado e
c) defendiam o conhecimento de Deus por meio do misticismo.
armado, nas ações militares desenvolvidas pelo senhor.
d) admitiam o dualismo de inspiração zoroastrista.
c) a proteção policial das aldeias e cidades existentes nos
e) acreditavam na reencarnação das almas em animais.
arredores do castelo de seu senhor.
d) a participação nos torneios e festejos locais, sem que o
8. Sobre o Império Bizantino, considere as afirmações abaixo, vassalo jamais levantasse suas armas contra seu senhor.
assinalando V (“verdadeira”) ou F (“falsa”). e) a servidão, trabalhando no cultivo das terras do senhor e
1. Constantinopla, a “Nova Roma” de Constantino, foi pagando os tributos e encargos que lhe eram devidos.
fundada para servir como capital do Império.
2. Sua localização geográfica era péssima, descampada por
todos os lados, facilitando as invasões. 2. Quando ninguém duvida da existência de um
3. O grande imperador de Bizâncio foi Justiniano, protegido outro mundo, a morte é uma passagem que
de seu tio, o imperador Justino. deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O
4. No Corpus Juris Civilis, Justiniano organizou uma homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer
compilação das leis romanas desde a República até o completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém
Império. e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do
5. Com o objetivo de reconstruir o antigo Império Romano,
sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante,
Justiniano empreendeu campanhas militares conhecidas
um trampolim para as trevas e o desconhecido.
pelo nome genérico de “Reconquista de Justiniano”.

DUBY, G. Ano 2000 na pista do nossos medos.

São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).


9. (PUC-PR) – O Império Bizantino ou Romano do Oriente
existiu durante a Idade Média, sendo-lhe cronologicamente
coincidente. Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado
Sobre o tema, assinale a alternativa correta. com a morte, o autor considera que houve um processo de
a) Seu período de maior esplendor e expansão ocorreu sob o a) mercantilização das crenças religiosas.
governo de Justiniano, que mandou fazer a codificação das b) transformação das representações sociais.
leis romanas. c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
b) Sua posição geográfica correspondia às terras da parte d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
ocidental do Império Romano. e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.

12 –
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3. (UNICAMP) – No início do século XIV, o inquisidor Bernardo 5. A casa de Deus, que acreditam una, está,
Guy escreveu um Manual do Inquisidor, no qual descrevia como portanto, dividida em três: uns oram, outros
se ingressava na seita herética que ficou conhecida pelo nome combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três
de pseudoapóstolos: “Perante algum altar, na presença de partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços
membros da seita, o candidato se despe de suas roupas, como prestados por uma são a condição das obras das outras duas;
sinal de renúncia a tudo que possui, para seguir com perfeição cada uma por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim
a pobreza evangélica. Também se exige que ele prometa não a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz.
obedecer a nenhum mortal, mas só a Deus, como se fosse um
apóstolo sujeito apenas a Cristo e a ninguém mais.” ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F.
Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981.
(Adaptado de Nachman Falbel,
Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 66.)
A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida
durante a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um
a) Por quais razões essa heresia era uma ameaça para a Igreja
processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente,
do período?
b) Caracterize a relação entre o poder religioso e o poder em:
temporal na baixa Idade Média. a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas.
b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica.
c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas.
4. d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária.
e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica.
Calendário medieval, século XV.

6. (UNIFESP)

Disponível em: www.ac-grenoble.fr. Acesso em: 10 mai. 2012.

Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em


que expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas
(Catedral de Saint Denis, França, 1144.
imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada
saint-denis. monuments- nationaux.fr/)
uma delas representa um mês, de janeiro a dezembro.

Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção “Essa oposição entre o alto e o baixo expressa na construção
de tempo dos castelos fortificados e das catedrais é muito importante na
a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno. Idade Média. Corresponde, evidentemente, à oposição entre o
b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade céu e a terra, entre ‘lá em cima’ e ‘aqui em baixo’. É daí que
por parte do trabalhador. vem a importância dada a elementos como a muralha e a torre.
c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o As igrejas medievais possuem, geralmente, torres extraordi-
trabalho. nárias. As casas dos habitantes ricos das aldeias também
d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as tinham torres (...).”
estações do ano. (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada

e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade. aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007.)

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A partir da imagem e do texto, indique O texto caracteriza o modo de produção feudal, destacando que
a) um estilo arquitetônico medieval que corresponda à a) havia classes distintas e opostas no feudalismo, embora a
descrição. luta social fosse atenuada pelas amplas oportunidades de
b) a relação entre poder político e religioso na Idade Média.
lucro que os senhores ofereciam aos camponeses.
b) as relações de suserania e vassalagem e o caráter rural do
7. (FUVEST) – No século XII, padres e guerreiros esperavam feudalismo eliminaram as cidades e provocaram o declínio
da dama que, depois de ter sido filha dócil, esposa clemente, do comércio e das atividades de serviço.
mãe fecunda, ela fornecesse em sua velhice, pelo fervor de sua c) a possibilidade de melhoria da condição econômica dos
piedade e pelo rigor de suas renúncias, algum bafio de santidade camponeses era bastante restrita, devido ao conjunto de
à casa que a acolhera. Ela, por certo, era dominada. Entretanto, obrigações que estes deviam prestar aos senhores.
era dotada de um singular poder por esses homens que a d) as longas jornadas de trabalho nas lavouras e a ampla gama
temiam, que se tranquilizavam clamando bem alto sua de impostos impediam os camponeses de ascenderem
superioridade nativa, que a julgavam contudo capaz de curar os socialmente e provocavam a ruína dos senhores de terras.
corpos, de salvar as almas, e que se entregavam nas mãos das e) havia oportunidades de transformação social no feudalismo,
mulheres para que seus despojos carnais depois de seu último embora os camponeses raramente as aproveitassem, pois
suspiro fossem convenientemente preparados e sua memória
preferiam se dedicar prioritariamente ao trabalho.
fielmente conservada pelos séculos dos séculos.

Georges Duby, Damas do século XII. Adaptado.


10. Todo homem de bom juizo, depois que tiver
A partir do texto,
realizado sua viagem, reconhecerá que é um
a) identifique dois papéis sociais exercidos pelas mulheres da
milagre manifesto ter podido escapar de todos
Idade Média.
b) associe as relações entre homens e mulheres à estrutura os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais
social na Idade Média. que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí
ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer
pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas
8. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da viagens.
mentalidade medieval nascido talvez de um J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600.
profundo sentimento de insegurança, estava In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300·1800.
difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio
São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
urbano, pois que uma das características da cidade era de ser
limitada por portas e por uma muralha.
Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da
época moderna, expressa um sentimento de
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV” in: ARIES, P: DUBY, G.
istória da vida privada da Europa Feudal à Renascença. a) gosto pela aventura.
São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado). b) fascínio pelo fantástico.
c) temor do desconhecido.
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes d) interesse pela natureza.
mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a e) purgação dos pecados.
função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está
diretamente relacionado com
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos. Módulo 5 – As Cruzadas e o
c) a expansão dos parques industriais e fabris. Renascimento Comercial e Urbano
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.
1. (UNESP) – Mais ou menos a partir do século XI, os
cristãos organizaram expedições em comum contra os
muçulmanos, na Palestina, para reconquistar os “lugares
9. (PUC) – “O modo de produção feudal, tal como apareceu na
santos” onde Cristo tinha morrido e ressuscitado. São as cruza-
Europa ocidental, deixava em geral aos camponeses apenas o
das [...]. Os homens e as mulheres da Idade Média tiveram
espaço mínimo para aumentarem o produto de que dispunham
então o sentimento de pertencer a um mesmo grupo de
dentro das duras limitações do sistema senhorial.”
instituições, de crenças e de hábitos: a cristandade.
Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo.
Porto: Afrontamento, 1980, p. 208. Adaptado
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)

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Segundo o texto, as cruzadas 3. (PUC) – Alguns historiadores consideram que as Cruzadas


a) contribuíram para a construção da unidade interna medievais tinham finalidade exclusivamente mercantil. A
docristianismo, o que reforçou o poder da Igreja Católica historiografia mais recente reconhece, no entanto, outras
Romana e do Papa. motivações das expedições cristãs em direção à Terra Santa,
b) resultaram na conquista definitiva da Palestina pelos cristãos por exemplo,
e na decorrente derrota e submissão dos muçulmanos. a) a intenção de frear as imigrações judaicas e muçulmanas
para a Europa e impedir, assim, o surgimento de novas
c) determinaram o aumento do poder dos reis e dos
heresias.
imperadores, uma vez que a derrota dos cristãos debilitou o
b) o esforço de engajar a população pobre dos países islâmicos
poder político do Papa. na luta contra os inimigos europeus para expulsá-los de
d) estabeleceram o caráter monoteísta do cristianismo Meca.
medieval, o que ajudou a reduzir a influência judaica e c) a busca do controle estratégico do Mar Mediterrâneo,
muçulmana na Palestina. facilitando o acesso ao Oceano Atlântico e a colonização do
e) definiram a separação oficial entre Igreja e Estado, litoral da África.
d) o anseio europeu de aproximação com o mundo árabe,
estipulando funções e papéis diferentes para os líderes
visando à realização de trocas e diálogos culturais.
políticos e religiosos.
e) a tentativa de unificar a fé cristã, reafirmando a liderança
papal e ampliando a difusão da doutrina católica.

2. (FUVEST) – Assim como o camponês, o mercador está a


princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo 4. No início foram as cidades. O intelectual da Idade
meteorológico, ao ciclo dos estações, à imprevisibilidade das Média – no Ocidente – nasceu com elas. Foi com
intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito o desenvolvimento urbano ligado às funções
tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de comercial e industrial – digamos modestamente artesanal – que
submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve ele apareceu, como um desses homens de ofício que se
como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho.
quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna Um homem cujo ofício é escrever ou ensinar, e de preferência as
duas coisas a um só tempo, um homem que, profissionalmente,
objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por
tem uma atividade de professor e erudito, em resumo, um
terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que,
intelectual – esse homem só aparecerá com as cidades.
no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda
quando o circuito se complica, sobem ou descem – tudo isso LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2010
se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também
importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo O surgimento da categoria mencionada no período em destaque
momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração no texto evidencia o(a)
essencial é aquela de um trajeto. a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.
b) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de trabalho.
c) importância organizacional das corporações de ofício.
Jacques le Goff. Para uma outra Idade Média.
d) progressiva expansão da educação escolar.
Petrópolis, Vozes, 2013. Adaptado.
e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.

O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos


mercadores medievais ao
5. (UNICAMP) – “Uma categoria inferior de servidores que
a) respeito estrito aos princípios do livre-comércio, que
coexiste nas grandes casas com os domésticos livres são os
determinavam a obediência às regras internacionais de
escravos. Um recenseamento enumera em Gênova, em 1458,
circulação de mercadorias.
mais de 2 mil. As mulheres estão em uma proporção esmaga-
b) crescimento das relações mercantis, que passaram a dora (97,5%) e 40% não têm ainda 23 anos. São totalmente
envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas. desamparadas; todos na casa a repreendem, todos batem nela
c) aumento da navegação oceânica, que permitiu o (patrão, mãe, filhos crescidos) e os testemunhos de processos
estabelecimento de relações comerciais regulares com a em que elas comparecem mostram-nas vivendo, frequente-
América. mente no temor de pancadas. Em Gênova e Veneza, a escrava-
d) avanço das superstições na Europa ocidental, que se criada é essencial no prestígio das nobres e ricas matronas.”
difundiram a partir de contatos com povos do leste desse
(Adaptado de Charles De la Ronciére.
continente e da Ásia. “A vida privada dos notáveis toscanos no limiar da Renascença”,
e) aparecimento dos relógios, que foram inventados para em Georges Duby (org.). História da vida privada – da Europa feudal à
calcular a duração das viagens ultramarinas. Renascença, vol 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 235-236.)

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Sobre o trabalho nas cidades italianas do período em questão, 8. (UNESP) – Observe a foto da Catedral de Notre Dame de
podemos afirmar corretamente que: Paris, construída entre 1163 e 1250.
a) O declínio da escravidão está ligado ao novo conceito
antropocêntrico do ser humano e a uma nova dignidade da
condição feminina no final da Idade Média.
b) O trabalho servil era predominantemente feminino e con-
corria com o trabalho escravo. A escravidão diminuiu com
essa concorrência, desdobrando-se no trabalho livre.
c) Conviviam inúmeras formas de trabalho livre, semilivre e
escravo no universo europeu e a sobreposição não era, em
si, contraditória.
d) O uso do castigo corporal igualava as escravas a outros
trabalhadores e foi o motivo das rebeliões camponesas do
período (jacqueries) e agitações urbanas.

6. (UNIFESP) – Por trás do ressurgimento da indústria e do


comércio, que se verificou entre os séculos XI e XIII, achava-se
um fato de importância econômica mais fundamental: a imensa
ampliação das terras aráveis por toda a Europa e a aplicação à
terra de métodos mais adequados de cultivo, inclusive a
aplicação sistemática de esterco urbano às plantações vizinhas. (Adhemar Marques. Pelos caminhos da História: Ensino Médio.)
(Lewis Mumford. A cidade na história. São Paulo: Martins Fontes, 1982.)

Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das


O texto trata da expansão agrícola na Europa ocidental e central catedrais, pode-se afirmar:
entre os séculos XI e XIII. Dentre as razões desse aumento de a) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua
produtividade, podemos citar construção para glorificar o poder real.
a) o crescimento populacional, com decorrente aumento do b) sua construção está associada ao reflorescimento e à
mercado consumidor de alimentos. prosperidade do mundo urbano.
b) a oportunidade de fornecer alimentos para os participantes c) financiadas com os recursos do clero romano, ampliaram a
das cruzadas e para as áreas por eles conquistadas. influência do Papa no Oriente.
c) o fim das guerras e o estabelecimento de novos padrões de d) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente,
relacionamento entre servos e senhores de terras. glorificando a Igreja Romana.
d) a formação de associações de profissionais, com decorrente e) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava
aperfeiçoamento da mão de obra rural. o contato com o povo da cidade.
e) o aprimoramento das técnicas de cultivo e uma relação mais
intensa entre cidade e campo.
9. (UNESP) – [Na época feudal] o mundo terrestre era visto
como palco da luta entre as forças do Bem e as do Mal, hordas
7. (UNESP) – As feiras foram muito difundidas pela Europa a de anjos e demônios. Disso decorria um dos traços mentais da
partir do século XI. Entre os motivos que provocaram tal fenô- época: a belicosidade.
meno, podemos citar (Hilário Franco Junior. O feudalismo, 1986. Adaptado.)
a) a unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade dos
banqueiros e a aquisição de mercadorias.
A belicosidade (disposição para a guerra) mencionada
b) o aumento da produção agrícola, provocado pelos
expressava-se, por exemplo,
desmatamentos, que ampliavam a quantidade de terras
a) no ingresso de homens de todas as camadas sociais na
cultiváveis.
cavalaria e na sua participação em torneios.
c) a eliminação das práticas feudais, que prendiam os
camponeses à terra e reduziam a monetarização da b) no pacto que reunia senhores e servos e determinava as
economia. chamadas relações vassálicas.
d) o crescimento urbano, provocado pelas doenças e epidemias c) na ampla rejeição às Cruzadas e às tentativas cristãs de
que grassavam nas áreas rurais e provocavam êxodo em reconquista de Jerusalém.
direção às cidades. d) no empenho demonstrado nas lutas contra muçulmanos,
e) a regionalização das economias, que limitou signifi- vikings e diferentes formas de heresias.
cativamente a obtenção de mercadorias provenientes de e) na submissão de senhores e vassalos, reis e súditos, ao
terras distantes. Islamismo.

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10. (FUVEST) – A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos
a.C.) e a cidade medieval (européia, entre os séculos XII e XIV), provocados pelas navegações e pelos riscos que elas
quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns comportavam.
quanto contrastantes. e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças
Indique aspectos que são entre os oceanos, que os levou a confundir a América com
a) comuns às cidades antiga e medieval. as Índias.
b) específicos de cada uma delas.

3. (UNESP) – (...) A abertura de novas rotas, a fim de superar os


Módulo 6 – Contexto e Fatores entraves derivados do monopólio das importações orientais pelos
da Expansão Marítima venezianos e muçulmanos, e a escassez do metal nobre
implicavam dificuldades técnicas (navegações do Mar Oceano) e
1. (FUVEST) – Durante muito tempo, sustentou-se equivo- econômicas (alto custo dos investimentos) (...), o que exigia larga
cadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade
mobilização de recursos (...) em escala nacional (...) A expansão
Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de
marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de
alimentos apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso garantiria
centralização do poder para tornar-se realizável, constituiu-se (...)
a conservação das carnes.
em fator essencial do poder do Estado metropolitano.
A utilização de especiarias no período medieval.
(Fernando Novais, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial.
a) permite identificar a existência de circuitos mercantis entre
a Europa, a Ásia e o continente africano. In: Carlos Guilherme Motta (org.) Brasil em perspectiva)

b) demonstra o rigor religioso, caracterizado pela condenação A partir do texto, responda:


da gastronomia e do requinte à mesa. Por que a centralização política foi condição para a expansão
c) revela a matriz judaica da gastronomia medieval europeia. marítima e comercial nos séculos XV e XVI?
d) oferece a comprovação da crise econômica vivida na Europa
a partir do ano mil.
e) explicita o importante papel dos camponeses dedicados a 4. (FUVEST) – Deve-se notar que a ênfase dada à faceta
sua produção e comercialização. cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo
algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes
– como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante,
2. (UNESP) –
em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das
Ó mar salgado, quanto do teu sal
repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro
Quantos filhos em vão rezaram! mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano,
Quantas noivas ficaram por casar D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços
Para que fosses nosso, ó mar! prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina,
Valeu a pena? Tudo vale a pena “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do
Se a alma não é pequena. Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava
Quem quer passar além do Bojador agora nas plagas africanas…
Tem que passar além da dor. Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Revista de História (USP), 161, 2.º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa. Mar Português
Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão
Obra poética, 1960. Adaptado.)
portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento
a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos
Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa apartir
do século XV, o poema menciona anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes
a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
principal potência europeia por quatro séculos. b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum,
b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no à época, a concepção de que a expansão da cristandade
estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares servia à expansão econômica e vice-versa.
dos navegadores. c) por meio do qual os desejos por expansão territorial
c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos
que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam
portugueses. incompatíveis.

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d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no 3. (UNICAMP) – Segundo o historiador indiano K. M. Panikkar,
qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como a viagem pioneira dos portugueses à Índia inaugurou aquilo que
complemento apenas ocasional. ele denominou como a época de Vasco da Gama da história
e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio asiática. Esse período pode ser definido como uma era de poder
intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades marítimo, de autoridade baseada no controle dos mares, poder
políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a
detido apenas pelas nações europeias.
expansão da fé cristã.
(Adaptado de C. R. Boxer,

O Império Marítimo Português, 1415-1835. Lisboa: Edições 70, 1972, p 55.)

Módulo 7 – Expansão Marítima:


Ciclo Oriental a) Quais fatores levaram à expansão marítima europeia dos
séculos XV e XVI?
1. A língua de que usam, por toda a costa, carece
b) Qual a diferença entre o domínio dos portugueses no Oriente
de três letras; convém a saber, não se acha nela
F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque e na América?
assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem
desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso,
nem medida. 4. (UNESP)
GÂNDAVO, P M. A primeira história do Brasil: Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).
Que o mar unisse, já não separasse.
A observação do cronista português Pero de Magalhães de Sagrou-te, foste desvendando a spuma,
Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua E a orla branca foi de ilha em continente,
mencionada, demonstra a Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras. E viu-se a terra inteira, de repente.
b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da
Surgir, redonda, do azul profundo.
colonização.
c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade
indígena. Quem te sagrou criou-te português.
d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos Do mar e nós em ti nos deu sinal.
portugueses. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado Senhor, falta cumprir-se Portugal!
da língua nativa. (Fernando Pessoa “O Infante”, Mensagem. Obra poética, 1960.)

2. (FUVEST) – Observe as rotas no mapa e responda:


Identifique quatro caractarísticas que, segundo o texto,
marcaram a expansão marítima portuguesa dos séculos XV e
XVI. Exempifique com os versos do próprio poema.

5. (UNESP) – Entre os motivos do pioneirismo português nas


navegações oceânicas dos séculos XV e XVI, podem-se citar
a) a influência árabe na Península Ibérica e a parceria com os
comerciantes genoveses e venezianos.
b) a centralização monárquica e o desenvolvimento de
conhecimentos cartográficos e astronômicos.
c) a superação do mito do abismo do mar e o apoio financeiro
e tecnológico britânico.
d) o avanço das ideias iluministas e a defesa do livre-comércio
a) O que representou, para os interesses de Portugal, a rota
entre as nações.
marítima Lisboa-Cabo da Boa Esperança-Calicute?
b) O que significou a expedição de Pedro Álvares Cabral para o e) o fim do interesse europeu pelas especiarias e a busca de
Império Português? formas de conservação dos alimentos.

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6. (UNICAMP) – Referindo-se à expansão marítima dos séculos 2. (PUC-SP) – “A descoberta da América talvez tenha sido o
XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em feito mais espantoso da história dos homens: abria as portas de
1922, no poema “Padrão”: um novo tempo, diferente de todos os outros. Entretanto, o
“E ao imenso e possível oceano achado não foi, de imediato, apreendido na sua novidade.”
Ensinam estas Quinas, que aqui vês, Laura de Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz.
Que o mar com fim será grego ou romano: São Paulo: Companhia das Letras, 1986, p. 21. Adaptado.
O mar sem fim é português.”
O texto
(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. a) afirma que “A descoberta da América talvez tenha sido o
Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.) feito mais espantoso da história dos homens” porque, antes
disso, ninguém jamais ousara viajar de um continente a
Nestes versos identificamos uma comparação entre dois outro.
processos históricos. É válido afirmar que o poema compara b) caracteriza a conquista da América como “espantosa”
a) o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de porque ela ocorreu casualmente, uma vez que os europeus
colonização da Antiguidade Clássica: a navegação oceânica não pretendiam buscar novas terras, nem acreditavam na sua
tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para existência.
c) afirma que a chegada dos europeus à América “abria as
suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos
portas de um novo tempo” porque permitiu a
presos à terra.
internacionalização do comércio e a invenção de formas
b) o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade obrigatórias de trabalho.
Moderna aos processos de colonização da Antiguidade d) caracteriza a conquista da América como produto de um
Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao tempo “diferente de todos os outros” porque, pela primeira
mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos vez, os europeus recorreram à violência para dominar novas
oceanos Atlântico e Índico. terras.
e) afirma que “o achado não foi, de imediato, apreendido na sua
c) a localização geográfica das possessões coloniais dos
novidade”, entre outros motivos, porque alguns viajantes
impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas e
europeus acreditavam que haviam chegado ao Oriente.
depois o Império Romano se limitaram a expandir seus
domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias
na costa do norte da África.
3. (PUC) – “Descoberto o Novo Mundo e instaurado o processo
d) a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o
de colonização, começou a se desenrolar o embate entre o Bem
domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim e o Mal.”
com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente, Laura de Mello e Souza. Inferno Atlântico.
Portugal figurou como a maior potência marítima até a São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 22-23.
independência de suas colônias.
Na percepção de muitos colonizadores portugueses do Brasil,
uma das armas mais importantes utilizadas nesse “embate
Módulo 8 – Ciclo Ocidental e Consequências entre o Bem e o Mal” era a
da Expansão Marítima a) retomada de padrões religiosos da Antiguidade.
b) defesa do princípio do livre arbítrio.
1. (UNICAMP) – Os motivos que levaram Colombo a c) aceitação da diversidade de crenças.
empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da d) catequização das populações nativas.
e) busca da racionalidade e do espírito científico.
personagem. A principal força que o moveu nada tinha de
moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo
tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a 4. (UNESP) – A propósito da expansão marítimo-comercial
religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar que
viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova a) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da
cruzada. colonização das novas terras.
(Adaptado de Tzvetan Todorov, b) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia
“Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. mercantil dos países ibéricos.
O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.) c) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento
das novas terras.
d) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos
a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de
povos americanos.
Colombo? e) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias
b) O que foram as cruzadas na Idade Média? no mar Mediterrâneo.

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Instrução: Leia o texto para responder às questão de número 5. Assinale a alternativa correta
a) O tema dos descobimentos relaciona-se ao estudo da
Os africanos não escravizavam africanos, nem se inferioridade da natureza americana, que justificava a
exploração colonial e o trabalho compulsório.
reconheciam então como africanos. Eles se viam como
b) Humboldt retoma o marco histórico dos descobrimentos e
membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino
das viagens marítimas e reconhece suas contribuições para
e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos a expansão do conhecimento científico.
costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe c) Os conhecimentos anteriores às proposições de Galileu
(...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não foram preservados nos mapas, métodos astronômicos e
estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, conhecimentos geográficos do mundo resultantes dos
por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser descobrimentos.
escravizada. (...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um d) Os desobrimentos tiveram grande repercussão no mundo
contemporâneo por estabelecer os parâmetros religiosos e
processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a
sociais com os quais se explica o processo da independência
produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar,
nas Américas.
algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no
qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e
a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. 7. (UNESP) – Inserido em um empreendimento mercantil,
(Alberto da Costa e Silva.A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.) financiado com o objetivo de exploração econômica para o
fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês
5. (UNESP) – Ao caracterizar a “integração econômica do [Cristóvão Colombo] encontra uma realidade na América que
Atlântico”, o texto não permite a identificação das imaginadas riquezas orientais,
a) destaca os diferentes papéis representados por africanos, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do
europeus e americanos na constituição de um novo espaço experimentado, em que o discurso é pressionado pela
de produção e circulação de mercadorias. necessidade de obter informações e um projeto colonizador.
b) reconhece que europeus, africanos e americanos se (Wilton Carlos Lima da Silva.
As terras inventadas, 2003. Adaptado.)
beneficiaram igualmente das relações comerciais
estabelecidas através do Oceano Atlântico.
Segundo o texto, o relato de Colombo
c) afirma que a globalização econômica se iniciou com a
a) revela a convicção do navegador de que as novas terras
colonização da América e não contou, na sua origem, com o
oferecem riquezas imediatas e poder planetário aos reis da
predomínio claro de qualquer das partes envolvidas. Espanha.
d) sustenta que a escravidão africana nas colônias europeias da b) expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento
América não exerceu papel fundamental na integração do da especificidade americana com as expectativas europeias
continente americano com a economia que se desenvolveu ante a viagem.
no Oceano Atlântico. c) confirma o caráter casual da descoberta da América e o
desconsolo do navegador diante das pressões comerciais da
e) ressalta o fato de a América ter se tornado a principal
metrópole.
fornecedora de matérias-primas para a Europa e de que
d) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos
alguns desses produtos eram usados na troca por escravos navegadores europeus em relação aos nativos americanos.
africanos. e) mostra a decepção do navegador com o que encontrou na
América, pois não havia riquezas que justificassem a longa
viagem.
6. (UNICAMP) – Alexandre von Humboldt (1769-1859) foi um
cientista que analisou o processo das descobertas marítimas do 8. (UNESP) – Que significa o advento do século XVI? [...] Se essa
século XVI, classificando-o como um avanço científico ímpar. A passagem de século tem hoje um sentido para nós, um sentido
descoberta do Novo Mundo foi marcante porque os trabalhos que talvez não tinha nos séculos anteriores, é porque vemos que

realizados para conhecer sua geografia tiveram incontestável aí é que surgem as primícias da globalização. E essa globalização

influência no aperfeiçoamento dos mapas e nos métodos é mais que um processo de expansão de origem ibérica, mesmo

astronômicos para determinar a posição dos lugares. Humboldt se o papel da península foi dominante. [...] Em 1500, ainda

constatou a importância das viagens imputando-lhes valor estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do
século XVI, a globalização corresponde ao fato de setores do
científico e histórico.
(Adaptado de H. B. Domingues. mundo que se ignoravam ou não se frequentavam diretamente
“Viagens científicas: descobrimento e colonização no Brasil no século XIX”
serem postos em contato uns com os outros.
em Alda Heizer e Antônio A. Passos Vieira, Ciência, Civilização e Império nos
trópicos. Rio de Janeiro: Acess Editora 2001, p. 59) (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520, 1999.)

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O texto Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais


a) defende a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas
e XVI tenha provocado a globalização, pois tal expansão e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani,
eliminou as fronteiras nacionais. destacava-se
a) a organização em aldeias politicamente independentes,
b) rejeita a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e
dirigidas por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos
XVI tenha provocado a globalização, pois muitos povos do
da tribo.
mundo se desconheciam. b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter
c) identifica a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o semissedentário de sua organização social.
atual contexto de globalização, destacando, em ambos, a c) a conquista de terras mediante operações militares, o que
completa internacionalização da economia. permitiu seu domínio sobre vasto território.
d) compara a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da
atual contexto de globalização, demonstrando o papel central, agricultura para investir na criação de animais.
em ambos, dos países ibéricos. e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras
sociedades indígenas.
e) relaciona a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o
atual contexto de globalização, ressalvando, porém, que são
processos históricos distintos.
3. (UNESP) – Observe o mapa.

Módulo 9 – Civilizações Pré-Colombianas

1. O Império Inca, que corresponde principalmente


aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a
englobar enorme contingente populacional.
Cuzco, a cidade sagrada, era o centro administrativo, com uma
sociedade fortemente estratificada e composta por
imperadores, nobres, sacerdotes, funcionários do governo,
artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava
com vários deuses, e a base da economia era a agricultura.
principalmente o cultivo da batata e do milho.

A principal característica da sociedade inca era a


a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de
todos os bens.
d) existência de mobilidade social, o que levou à composição
da elite pelo mérito. (Luis Guillermo Lumbreras, Historia de América Andina, 1999, Adaptado.)

e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência


de uma aristocracia hereditária. A região que aparece no mapa corresponde ao território que os
Incas dominaram por alguns séculos antes da chegada dos
2. Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram- espanhóis ao continente americano. Esse povo ficou conhecido
se desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até por saber aproveitar todos os recursos naturais, inclusive de
o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal áreas distantes ou de condições climáticas não muito favoráveis
conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa à agricultura. A forma como esse povo conseguiu lidar com a
litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, natureza, extraindo dela os recursos naturais necessários ao seu
aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da abastecimento está relacionada com
Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua a) o uso de avançados instrumentos de ferro na agricultura e
presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, de animais de tração para auxiliar nas atividades de plantio e
ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e colheita.
subtropical. b) o conhecimento dos mais variados pisos ecológicos, onde
PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. podiam caçar, pescar e coletar pequenos frutos silvestres,
Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005. visto que desconheciam a agricultura.

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c) a sabedoria xamânica sobre astronomia, técnicas hidráulicas 2. (FUVEST) – “Da armada dependem as colônias, das colônias
e fertilização química de solos, que lhes permitia alcançar depende o comércio, do comércio, a capacidade de um Estado
grande produção agrícola. manter exércitos numerosos, aumentar a sua população e tornar
d) o domínio de irrigação, conhecimento dos solos e da possíveis as mais gloriosas e úteis empresas.”
hibridização de sementes e técnica de construção de degraus
para plantio nas encostas da Cordilheira dos Andes. Essa afirmação do duque de Choiseul (1719-1785) expressa
e) a perfeita relação do homem com a natureza, que permitia a bem a natureza e o caráter do
produção abundante de alimentos sem grande participação a) liberalismo. b) feudalismo. c) mercantilismo.
de mão de obra humana. d) escravismo. e) corporativismo.

4. (UNESP) – Entre as civilizações pré-colombianas dos maias 3. (UNIFESP) – O fim último, causa final e desígnio dos homens
e dos astecas, havia semelhanças culturais significativas. No (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os
momento em que foram conquistadas, outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual
a) os maias tiveram suas crenças religiosas e seus documentos os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria
escritos preservados e acatados pelos espanhóis, enquanto conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo
que a civilização asteca foi destruída. de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência
b) os astecas e os maias haviam pacificado as relações entre necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos
os diversos povos que habitavam as atuais regiões do homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em
México e da Guatemala. respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de
c) tiveram suas populações dizimadas pelos espanhóis, que se seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza.
apossaram militarmente das cidades de Palenque, Tikal e (Thomas Hobbes (1588-1679). Leviatã.

Copan. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.)

d) os astecas dominavam um território que se estendia do


oceano Atlântico ao Pacífico, mas os maias já não contavam O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e
com as magníficas cidades, desaparecidas sob as florestas. religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades (...). O
e) eram caçadores nômades, desconheciam a agricultura e príncipe não deve se desviar do bem, mas deve estar sempre
utilizavam a roda e os metais para fins militares. pronto a fazer o mal, se necessário.
(Nicolau Maquiavel (1469-1527). O Príncipe.
Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1986.)
Módulo 10 – Bases do Colonialismo
Mercantilista Os dois fragmentos ilustram visões diferentes do Estado
moderno. É possível afirmar que
1. (UNICAMP) – Os estudos históricos por muito tempo a) ambos defendem o absolutismo, mas Hobbes vê o Estado
explicaram as relações entre Portugal e Brasil por meio da noção como uma forma de proteger os homens de sua própria
de pacto colonial ou exclusivo comercial. Sobre esse conceito, periculosidade, e Maquiavel se preocupa em orientar o
é correto afirmar que: governante sobre a forma adequada de usar seu poder.
a) Trata-se de uma caracterlstica central do sistema colonial b) Hobbes defende o absolutismo, por tomá-lo como a melhor
moderno e um elemento constitutivo das práticas forma de assegurar a paz, e Maquiavel o recusa, por não
mercantilistas do Antigo Regime, que considera fundamental aceitar que um governante deva se comportar apenas para
a dinâmica interna da economia colonial. realizar o bem da sociedade.
b) Definia-se por um sistema baseado em dois polos: um c) ambos rejeitam o absolutismo, por considerarem que ele
centro de decisão, a metrópole, e outro subordinado, a impede o bem público e a democracia, valores que jamais
colônia. Esta submetia-se à primeira através de uma série podem ser sacrificados e que fundamentam a vida em
de mecanismos político-institucionais. sociedade.
c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclamaram e foram d) Maquiavel defende o absolutismo, por acreditar que os fins
insubordinados diante do pacto colonial, ao exigirem sua positivos das ações dos governantes justificam seus meios
presença e atuação nas Cortes dos reis ou ao pedirem a violentos, e Hobbes o recusa, por acreditar que o Estado
presença do Marquês de Pombal na colônia. impede os homens de viverem de maneira harmoniosa.
d) A noção de pacto colonial é um projeto embrionário de e) ambos defendem o absolutismo, mas Maquiavel acredita
Estado que acomodava as tensões surgidas entre os que o poder deve se concentrar nas mãos de uma só pessoa,
interesses metropolitanos e coloniais, ao privilegiar as e Hobbes insiste na necessidade da sociedade participar
experiências do “viver em colônia”. diretamente das decisões do soberano.

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4. O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a) orientais do continente europeu.


a reputação de cruel, se seu propósito é manter b) nativas da Oceania.
o povo unido e leal. De fato, com uns poucos c) africanas do Magreb.
exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, d) indígenas da América Central.
por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao e) asiáticas da Indonésia.
assassínio e ao roubo.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.

3. (UNESP) – (...) como puder, direi algumas coisas das que vi,
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a
que, ainda que mal ditas, bem sei que serão de tanta admiração
Monarquia e a função do governante.
que não se poderão crer, porque os que cá com nossos próprios
A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se
olhos as vemos não as podemos com o entendimento
na
compreender.
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
(Hernán Cortés.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
Cartas de Relación de la Conquista de Mexico, escritas de 1519 a 1526.)
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe. O processo de conquista do México por Cortés estendeu-se de
1519 a 1521. A passagem acima manifesta a reação de Hernán
Cortés diante das maravilhas de Tenochtitlán, capital da
Módulo 11 – Colonização Espanhola Confederação Mexica. A reação dos europeus face ao novo
mundo teve, no entanto, muitos aspectos, compondo
na América
admiração com estranhamento e repúdio. Tal fato decorre
1. O canto triste dos conquistados: os últimos a) do desinteresse dos conquistadores pelas riquezas dos
dias de Tenochtitlán Astecas.
b) do desconhecimento pelos europeus das línguas dos índios.
c) do encontro de padrões culturais diferentes.
Nos caminhos jazem dardos quebrados;
os cabelos estão espalhados. d) das semelhanças culturais existentes entre os povos do
Destelhadas estão as casas, mundo.
Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse e) do espírito guerreiro e aventureiro das nações europeias.
tingido,
Nos escudos esteve nosso resguardo,
mas os escudos não detêm a desolação... 4. (UNICAMP) – Durante a conquista espanhola no México,
PINSKY, J. et al. História da América através de textos. iniciada em 1519 por Cortés, a superioridade tecnológica dos
São Paulo. Contexto, 2007 (fragmento). europeus era amplamente compensada pela superioridade
numérica dos indígenas e muitos truques foram inventados para
O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à)
atrapalhar o deslocamento dos cavalos: os indígenas
a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo.
acostumaram-se a cavar fossas profundas nas quais espetavam
b) tentativa frustada de resistência a um poder considerado
superior. paus em que as montarias eram empaladas. Mais tarde, em
c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol. 1521, canoas “encouraçadas” resistiriam às armas de fogo. A
d) dissolução da memória sobre os feitos de seus tática indígena evoluiu e adaptou-se às práticas do adversário: os
antepassados. mexicas, contrariamente ao costume, armaram ataques
e) profetização das consequências da colonização da América. noturnos ou em terreno coberto. Por outro lado, se as epidemias
de varíola já estavam dizimando as tropas de México-
Tenochtitlan, também não poupavam os índios de Tlaxcala ou
2. (FUVEST) – Quando a expansão comercial europeia ganhou
de Texcoco, que apoiavam os espanhóis.
os oceanos, a partir do século XV, rapidamente o mundo
(Adaptado de Carmen Bernand e Serge Gruzinski,
conheceu um fenômeno até então inédito: populações que
História do Novo Mundo. São Paulo: Edusp, 1997, p. 351.)
jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras
passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das
dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque a) Identifique uma estratégia utilizada por espanhóis e outra
entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a pelos indígenas durante as disputas pelo domínio do México.
“mundialização” de doenças e, consequentemente, altas taxas b) Explique por que houve acentuada queda demográfica entre
de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam as populações indígenas nas primeiras décadas após a
anticorpos para enfrentar tais doenças. Isso ocorreu, primeiro,
conquista espanhola.
entre as populações

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5. (UNESP) – No concernente à mão de obra, a economia 8. (PUC) – Entre as semelhanças da colonização portuguesa e
colonial hispano-americana baseou-se em variadas formas de espanhola nas Américas, podemos citar
trabalho compulsório [...]. a) o caráter exportador da economia e a valorização das práticas
(Ronaldo Vainfas. liberais de livre comércio.
Economia e sociedade na América Espanhola, 1984.) b) a rápida interiorização da ocupação, com a fundação de vilas
e cidades, e o uso intenso das comunicações por via fluvial.
Cite e caracterize duas formas de trabalho compulsório c) o prevalecimento do extrativismo e da monocultura, e o
presentes na América Hispânica colonial. emprego de regimes de trabalho compulsório.
d) a descentralização administrativa e a ausência de
6. Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos mecanismos de controle político pela metrópole.
testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua e) o amplo aparato militar, que protegia contra invasões
(Panamá) maiores indícios de ouro nos dois estrangeiras, e a persistência da unidade territorial.
primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as
terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem
lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade.
Módulo 12 – Primórdios da
(Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO J.;
FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos depois.
Colonização Portuguesa
São Paulo: Atual – 1991 – Adaptado.)
1. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã
O documento permite identificar um interesse econômico e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista
espanhol na colonização da América a partir do século XV. A do mar, muito grande, porque, a estender olhos,
implicação desse interesse na ocupação do espaço americano não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia
está indicada na muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro,
a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico. nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos.
b) promoção das guerras justas para conquistar o território. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor
c) imposição da catequese para explorar o trabalho africano. fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta
d) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico. gente.
e) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas. Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A; BERUTTI, F.; FARIA, R.
História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

7. (FUVEST) – Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto
capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o
viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências
seguinte objetivo:
como membro da expedição espanhola liderada por Hernán
a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.
Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de
b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade
1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista
portuguesa.
emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez
com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial
depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas econômico existente.
maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a
apresentava diante dos olhos era real”. superioridade europeia.
(Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.) a ausência de trabalho.

O texto mostra um aspecto importante da conquista da


América pelos espanhóis, a saber, 2. TEXTO I
a) a superioridade cultural dos nativos americanos em relação Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez
aos europeus. deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou
convivência entre conquistadores e conquistados. quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas,
c) a surpresa dos conquistadores diante de manifestações que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que
culturais dos nativos americanos. lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem
d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
contatos culturais e comerciais com os europeus.
e) a rápida desaparição das culturas nativas da América CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha.
Espanhola. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

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TEXTO II 4. (FUVEST) – Não há trabalho, nem gênero de vida no mundo


mais parecido à cruz e à paixão de Cristo, que o vosso em um
destes engenhos [...]. A paixão de Cristo parte foi de noite
sem dormir, parte foi de dia se descansar, e tais são as
vossas noites e os vossos das. Cristo despido, e vós
despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo
maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões,
os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se
compões a vossa imitação, que, se for acompanhada de
paciência, também terá merecimento e martírio [...]. De
todos os mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo, os
que pertencem por condição aos pretos, e como por herança,
são os mais dolorosos.

P. Antonio Vieira. Sermão décimo quarto. In: I. Inácio & T. Lucca (orgs.).
Documentos do Brasil colonial. São Paulo: Ática, 1993, p. 73-75.

A partir da leitura do texto acima, escrito pelo padre jesuíta


Antônio Vieira em 1633, pode-se afirmar, corretamente, que,
nas terras portuguesas da América,
a) a Igreja Católica defendia os escravos dos excessos
cometidos pelos seus senhores e os incitava a se revoltar.
b) as formas de escravidão nos engenhos eram mais brandas
do que em outros setores econômicos, pois ali vigorava uma
ética religiosa inspirada na Bíblia.
c) a Igreja Católica apoiava, com a maioria de seus membros, a
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. escravidão dos africanos, tratando, portanto, de justificá-la
Óleo sobre tela, 199 x 169 cm com base na Bíblia.
Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. d) clérigos, como P. Vieira, se mostravam indecisos quanto às
atitudes que deveriam tomar em relação à escravidão negra,
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero pois a própria igreja se mantinha neutra na questão.
Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos e) havia formas de discriminação religiosa que se sobrepunham
portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que às formas de discriminação religiosa que se sobrepunham às
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das formas de discriminação racial, sendo estas, assim, pouco
primeiras manifestações artísticas dos portugueses em significativas.
terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética
literária. 5. (PUC) – “O Brasil é uma criação recente. Antes da chegada
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, dos europeus (...) essas terras imensas que formam nosso país
cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica tiveram sua própria história, construída ao longo de muitos
brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. séculos, de muitos milhares de anos. Uma história que a
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar Arqueologia começou a desvendar apenas nos últimos anos.”
do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca,
Norberto Luiz Guarinello.
em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
Os primeiros habitantes do Brasil. A arqueologia pré-histórica no Brasil.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes –
São Paulo: Atual, 2009 (15.ª edição), p. 6
verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social e
O texto anterior afirma que
artística.
a) o Brasil existe há milênios, embora só tenham surgido
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos
civilizações evoluídas em seu território após a chegada dos
étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos
europeus.
histórico, retratando a colonização.
b) a história do que hoje chamamos Brasil começou muito antes
da chegada dos europeus e conta com a contribuição de
muitos povos que aqui viveram.
3. (UNICAMP) – Desde o início da colonização, os portugueses
c) as terras que pertencem atualmente ao Brasil são
chamaram de tapuias os grupos indígenas que julgavam
excessivamente grandes, o que torna impossível estudar sua
bárbaros, por seus hábitos culturais distintos dos que habitavam história ao longo dos tempos.
o litoral e por seu poder de resistência aos portugueses. d) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a pesquisar o
a) Contextualize historicamente os significados de Guerra Justa passado colonial brasileiro e seu vínculo com a Europa.
para os portugueses a partir do fim da Idade Média. e) os povos indígenas que ocupavam o Brasil antes da chegada
b) Indique duas práticas dos indígenas que os portugueses dos europeus, foram dizimados pelos conquistadores
consideravam bárbaras. portugueses.
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(UNESP) – Leia o texto para responder às questões 6 e 7. 8. UNESP) – O artista holandês Albert Eckhout (c.1610-c.1666)
esteve no Brasil entre 1637 e 1644, na comitiva de Maurício de
Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do Nassau. A tela foi pintada nesse período e pode ser considerada
ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam exemplar da forma como muitos viajantes europeus
a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”. representaram os índios que aqui viviam.
Nesse contexto, um dos autores renascentistas que
escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry,
morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década
de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São
Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na
França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos
franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns
casos, devoraram seus compatriotas protestantes:
“E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou
francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes
do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos
assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir
à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão
monstruosas”.
(Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.
Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)

6. (UNESP) – A partir do texto e de seus conhecimentos, é


correto afirmar que
a) as experiências de canibalismo relatadas tinham significados (Albert Eckhout. Índia Tarairiu (tapuia), 1641.)
opostos, pois representavam, entre os tupinambás, a
rejeição ao catolicismo e, entre os franceses, a adesão à Identifique e analise dois elementos da imagem que expressem
Igreja de Roma. esse “olhar europeu” sobre o Brasil.
b) o calvinista francês acusava os colonizadores portugueses
de aceitar o canibalismo dos tupinambás, pois a prática fazia
parte da tradição religiosa católica. 9. (UNICAMP) – “Quando os portugueses começaram a
c) o calvinista francês defendia a tolerância ao canibalismo, pois povoar a terra, havia muitos destes índios pela costa junto das
o considerava uma forma adequada de derrotar e submeter Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os
os inimigos religiosos. portugueses, os governadores e capitães os destruíram pouco
d) as experiências de canibalismo relatadas tinham origem a pouco, e mataram muito deles. Outros fugiram para o sertão,
diversa, pois representavam, entre os tupinambás, um ritual e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das
religioso e, no caso dos franceses, vingança. Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios em aldeias que
e) as experiências de canibalismo relatadas mostram que a são de paz e amigos dos portugueses.”
antropofagia era prática religiosa comum na América e na
(Pero de Magalhães Gandavo. Tratado da Terra do Brasil, em
Europa e, em virtude disso, os colonizadores erravam ao http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html.
condenar os tupinambás. Acessado em: 20/08/2012.)
Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito por volta de
1570, naquela época,
7. (UNESP) – O conceito de “guerra justa” foi empregado, a) as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese jesuítica
durante a colonização portuguesa do Brasil, para permitia o sincretismo religioso como forma de solucionar os
a) justificar a captura, o aprisionamento e a escravização de conflitos entre indígenas e portugueses.
indígenas. b) a violência contra os indígenas foi exercida com o intuito de
b) justificar a instalação de missões jesuíticas em áreas de desocupar o litoral e facilitar a circulação do ouro entre as minas
colonização francesa. e os portos.
c) impedir a prisão e o exílio de lideranças e comunidades c) fuga dos indígenas para o interior era uma reação às
nativas hostis à colonização. perseguições feitas pelos portugueses e ocasionou o
d) impedir o acesso de protestantes e judeus às áreas de esvaziamento da costa.
produção de açúcar. d) houve resistência dos indígenas à presença portuguesa de
e) impedir que os nativos fossem utilizados como mão de obra forma semelhante às descritas por Pero Vaz de Caminha, em
na lavoura. 1500.

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10.(PUC) – Leia as duas estrofes abaixo: aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o
desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o
“Pindorama, Pindorama colar, isto nós não queríamos entender, porque não havíamos
É o Brasil antes de Cabral de dar-lhe!”
Pindorama, Pindorama (Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo:
É tão longe de Portugal Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)
Fica além, muito além
Do encontro do mar com o céu Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o
Fica além, muito além contato entre as culturas indígena e europeia foi
Dos domínios de Dom Manuel. a) favorecido pelo interesse que ambas as partes demons-
Vera Cruz, Vera Cruz travam em realizar transações comerciais: os indígenas se
Quem achou foi Portugal integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as
Vera Cruz, Vera Cruz feitorias, voltadas ao comércio do pau-brasil, e se
Atrás do Monte Pascoal miscigenando com os colonizadores.
Bem ali Cabral viu b) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova
Dia vinte e dois de abril terra, principalmente por meio da extração de riquezas,
Não só viu, descobriu interesse que se colocava acima da compreensão da cultura
Toda terra do Brasil.” dos indígenas, que seria quase dizimada junto com essa
“Pindorama”, de Sandra Peres e Luiz Tatit, população.
in Palavra Cantada, Canções Curiosas, 1998. c) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram
aos descobridores na exploração da nova terra, viabilizando
Entre as várias referências da letra da canção à chegada dos um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos
portugueses à América, pode-se mencionar nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.
a) a preocupação com os perigos da viagem, a distância d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem
excessiva e a datação exata do momento da descoberta. matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado
b) o caráter documental do texto, que reproduz o tom, a consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca
intenção informativa e a estrutura dos relatos de viajantes. por colônias e à integração cultural das populações nativas.
c) a dúvida quanto à expressão mais adequada para designar a
chegada dos portugueses, daí a variação de verbos.
d) o pequeno conhecimento das novas terras pelos conquis- 13. (FUVEST) – Eu por vezes tenho dito o V. A. aquilo que me
tadores, indicando sua crença de terem chegado às índias. parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por
e) a diferença entre os termos que nomeavam as terras, conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos
sugerindo uma diferença entre a visão do índio e a do pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao
português. estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava
em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que
esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas
11. (UNESP) – Em 1534, a Coroa portuguesa estabeleceu o navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir.
regime de capitanias hereditárias no Brasil Colônia. Entre as Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954.

funções dos donatários, podemos citar


O trecho foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta
a) a nomeação de funcionários e a representação diplomática. Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em
b) a erradicação de epidemias e o estímulo ao crescimento Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra
demográfico.
c) a interação com os povos nativos e a repressão ao trabalho a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que
escravo. Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a
d) a organização de entradas e bandeiras e o extermínio dos adoção do sistema de capitanias hereditárias.
indígenas. b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as
e) a fundação de vilas e cidades e a cobrança de impostos. Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as
pretensões expansionistas da Espanha na América.
c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de
12. (UNICAMP) – Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de
jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande
Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os
influência sobre as populações nativas.
portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava
d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual,
com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou
na época da carta, visava à dominação de territórios
o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em
franceses tanto na Europa quanto na América.
direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos
e) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem
que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosário,
brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria
para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por francesa.

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HISTÓRIA GERAL FRENTE 2

Módulo 1 – República Romana b) tornou mais eficazes as práticas políticas existentes,


reestruturando a República.
1. A civilização romana foi pautada pelo expansionismo — um c) libertou os cidadãos romanos do jugo dos ditadores,
instituindo a Democracia na República.
dos pilares de sua economia, baseada na exploração sistemática
d) atribuiu aos generais parte da autoridade do Senado, prenun-
dos povos conquistados. Avalie as afirmações a seguir,
ciando a crise da República.
relacionadas com as práticas de expansão e submissão e) manteve o Senado acima das autoridades militares, conso-
adotadas pelos romanos. lidando a República.
I – Cidadãos romanos eram acentados nas regiões Resolução
conquistadas, com o objetivo de aliviar tensões sociais em
A expansão romana durante a República exigiu a formação de um
Roma e criar focos de romanização entre os vencidos.
exército profissional permanente, organizado em legiões comandadas
II – Com o passar do tempo, alguns setores das populações
por generais. Estes instrumentalizaram sua autoridade militar para
dominadas recebiam a cidadania romana, o que criava cisões
entre os vencidos, dentro da estratégia de “dividir para adquirir força política — primeiro na administração das regiões
governar”. conquistadas, voltando-se depois contra o poder do próprio Senado e
III – Os romanos permitiam que os povos conquistados preser- desencadeando a crise do regime republicano.
vassem sua língua, religião e costumes, desde que se Resposta: D
submetessem à autoridade político-aministrativa e tributária
de Roma.
Assinale a alternativa correta. Módulo 2 – Império Romano
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
3. (UFPR) – “O cristianismo tornou-se religião oficial do Império
c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
d) Todas as afirmações são verdadeiras. Romano pelo Edito de Tessalônica, proclamado por Teodósio no
e) Todas as afirmações são falsas. ano de 380. Até alcançar esse ponto, a caminhada dos
Resolução seguidores de Cristo foi dura e difícil, como provam as
A afirmação III é falsa porque os romanos assimilaram os povos perseguições movidas por alguns imperadores, eternizadas em
conquistados, integrando-os jurídica e culturalmente. A culminação relatos fantásticos e emotivos de escritores e historiadores
desse processo ocorreu em 212 d. C., quando um edito do imperador cristãos.”
Caracala estendeu a cidadania romana a todos os homens livres do
Império. Entre as causas das perseguições sofridas pelos cristãos no
Resposta: A Império Romano, podemos apontar
a) o caráter subversivo que se atribuía ao cristianismo, tanto por
sua rejeição ao culto do imperador como por sua aceitação
2. (UNESP) – “A escolha dos inimigos de Roma era entre as camadas desfavorecidas da população.
normalmente decidida pela autoridade legislativa. As decisões b) a admissão de elementos cristãos tanto nas fileiras do
mais importantes acerca da paz e da guerra eram seriamente exército imperial como em cargos administrativos
debatidas no Senado e ratificadas pelo povo. Mas quando as importantes, provocando cisões políticas e ideológicas.
c) aspectos de natureza moral, como as acusações, feitas pelos
armas das legiões se distanciaram de Roma, os generais
pagãos, de que os cristãos, em suas cerimônias, praticavam
assumiram a responsabilidade de voltá-las contra qualquer povo
a antropofagia e o assassinato ritual de crianças.
e da maneira que julgassem mais vantajosa para o benefício d) o conluio entre romanos cristãos e bárbaros germânicos para
público (...) Na administração das conquistas — especialmente desestabilizar o Império, os primeiros atuando no plano
depois que deixaram de ser controlados por representantes do interno e os segundos por meio de invasões.
Senado — esses comandantes exerciam um despotismo sem e) a política do “pão e circo” praticada pelas autoridades, as
freios, tornando-se quase monarcas, unindo a autoridade militar quais sacrificavam cristãos no Coliseu em sangrentos
à civil; administravam tanto a justiça quanto as finanças e espetáculos para agradar à plebe ávida de violência.
assumiam ao mesmo tempo os poderes executivo e legislativo Resolução
do Estado.” Diversos imperadores — ao todo foram dez — perseguiram
(Edward Gibbon, Declínio e queda do Império Romano. Adaptado.) violentamente os cristãos. A maioria o fez porque o cristianismo, sendo
monoteísta, negava o caráter divino atribuído ao imperador. Ademais,
Segundo o autor, a expansão territorial ocorrida sob a República aos olhos das autoridades, a nova religião, ao valorizar a mulher e
Romana confortar os humildes e oprimidos, subvertia a sociedade romana
a) ampliou a abrangência da autoridade senatorial, fortalecendo tradicional.
a República. Resposta: A

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4. Entre as causas do colapso do Império Romano do Ocidente, b) desenvolveram uma metodologia de investigação científica
pode-se citar de carater laico, com base na lógica aristotélica.
a) a anarquia militar, que desestabilizou a autoridade imperial e c) transmitiram aos europeus ocidentais técnicas de cultivo
abriu caminho para as massas populares assumirem o poder; surgidas no mundo helenístico.
a onda democrática resultante desse processo inviabilizou o d) combinaram o pragmatismo dos romanos com o espírito
Estado Romano, provocando seu desaparecimento. especulativo dos gregos, criando uma nova filosofia.
b) a promulgação do Edito de Milão, que pôs fim às e) reentroduziram no Ocidente importantes obras clássicas,
perseguições contra os cristãos; o arraigado pacifismo da cujo conhecimento haviam adquirido com os bizantinos.
religião triunfante minou a eficiência do exército romano, Resolução
tornando o Império vulnerável às invasões bárbaras que As conquistas realizadas após a morte de Maomé puseram os árabes
viriam a destruí-lo. em contato com as civilizações bizantina, hindu e chinesa. Essa
c) o surgimento de dois Estados distintos, um no Oriente e circunstância permitiu-lhes adquirir diversos conhecimentos que depois
outro no Ocidente; ambos lutaram encarniçadamente um transmitiriam ao Ocidente – entre eles, importantes obras gregas que os
contra o outro, enfraquecendo-se reciprocamente e vindo a bizantinos haviam conservado e foram então traduzidas para o árabe.
desaparecer no século V, diante dos ataques de hunos e Resposta: E
mongóis.
d) a expansão dos árabes, que destruiu a talassocracia de Roma
sobre o Mediterrâneo Ocidental, deslocando o eixo
econômico europeu para Constantinopla e arruinando o
Módulo 4 – Monarquias Nacionais e
Império do Ocidente, que não resistiria às invasões Crises dos Séculos XIV e XV
germânicas.
e) a crise do século III, quando o fim da expansão romana 7. (UEL) – “O rei fora um aliado forte das cidades na luta contra
reduziu drasticamente o afluxo de escravos, provocando a os senhores, pois tudo que reduzisse a força dos barões
queda das atividades econômicas e o enfraquecimento geral fortaleceria o poder real. Em reconhecimento por essa ajuda, os
do Império, tornando-o vulnerável às invasões bárbaras.
cidadãos estavam prontos a auxiliar o soberano com
Resolução
empréstimos. Isso era importante, visto que tais recursos
Com o fim das guerras de conquista, ocorreu uma redução gradativa —
permitiriam ao rei dispensar a ajuda militar de seus vassalos,
mas constante — da disponibilidade de escravos no Império Romano.
Em consequência, a economia sofreu um processo de ruralização, contratando um exército próprio e melhor que as tropas feudais.
debilitando de tal maneira o Império que sua porção ocidental não Com efeito, um exército pago para lutar, bem treinado,
resistiria as invasões dos povos germânicos. disciplinado e pronto a combater constituiria uma grande
Resposta: E vantagem.”
(HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem.
Rio de Janeiro: Zahar, 1977. p. 80-81. Adaptado.)
Módulo 3 – A Arábia e o Islamismo
Com base no texto e em conhecimentos sobre o tema, é
5. “Cerca de vinte dias antes da guerra, os clérigos xiitas
correto afirmar que
emitiram uma fatwa para que a população não cooperasse nem
I – a organização de exércitos sob o comando do rei contribuiu
com Saddam nem com os invasores. Se as tropas estrangeiras
para o processo de formação dos Estados nacionais.
não se retirarem tão logo desmantelem o regime, haverá um
II – a decadência da burguesia possibilitou o fortalecimento do
novo decreto pedindo aos xiitas que as expulsem, o que na
poder real e a constituição dos Estados nacionais europeus.
prática significará a proclamação da Jihad contra os soldados
III – a teoria política do período sacralizou a figura do monarca,
norte-americanos.”
já que afirmava serem os reis escolhidos por Deus para
(Agência Reuters, março de 2003.)
exercer o governo.
O texto, referente à invasão do Iraque por tropas norte-ameri- IV – com os Estados nacionais constituídos, a Igreja continuou
canas e britânicas em 2003, envolve aspectos ligados à religião a ocupar um espaço importante dentro dos reinos, baseada
islâmica. Acerca desse tema, explique o que é a Jihad. na autoridade suprema do papa.
Resolução
Guerra Santa para defender ou expandir a fé islâmica. Assinale a alternativa correta.
Obs.: Uma segunda interpretação da Jihad é a luta íntima que o muçul- a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
mano deve travar diuturnamente para se manter fiel aos ensinamentos b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
de Maomé. c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
6. Apesar de a mídia, atualmente, muitas vezes enfatizar o e) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
radicalismo de grupos fundamentalistas islâmicos, numerosos Resolução
historiadores assinalam que os valores culturais da Antiguidade A afirmativa II é falsa porque a burguesia iniciou sua ascensão
Clássica chegaram ao conhecimento do mundo ocidental
justamente nesse período. A afirmativa IV é falsa porque a autoridade do
moderno porque os árabes, de religião muçulmana,
papa estava em declínio.
a) reproduziram as principais obras escultóricas e arquitetônicas
da civilização greco-romana. Resposta: B

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8. (PUC-PR) – “A Peste Negra, que grassou em meados do 10. (UFU) – “Podemos dizer, sem exagero, que no
século XIV, matou mais de 1/5 da população europeia. Causada Renascimento a humanidade começou a se libertar das
pela bactéria Yersinia pestis, a doença dizimou principalmente as condições impostas pela Natureza. Esta passou a ser algo que
áreas urbanas mais pobres e infestadas de ratos.” o homem podia usar e explorar. ‘Saber é poder’, dizia o filósofo
inglês Francis Bacon, sublinhando a aplicação prática do
Assinale a alternativa relacionada corretamente com o período conhecimento. E isto era uma coisa nova.”
em questão.
a) O período foi também marcado pelo fortalecimento do poder (GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo:
papal, reforçando a unidade da Igreja. Companhia das Letras, 1997. Adaptado.)
b) O império criado vários séculos antes por Carlos Magno foi
finalmente desmembrado pelo Tratado de Verdun. Sobre o movimento renascentista, assinale a alternativa
c) A Peste Negra, se de um lado provocou recessão no incorreta.
comércio, de outro fortaleceu a nobreza feudal. a) O Renascimento significou uma importante mudança na
d) A escolástica de Santo Tomás de Aquino foi suplantada pela forma de expressão cultural e na relação do homem com a
teoria da predestinação, formulada por Santo Agostinho. Natureza.
e) Pertence a esse período a série de conflitos conhecida como b) O movimento renascentista estudou o homem e a Natureza,
Guerra dos Cem Anos, travada entre França e Inglaterra. fundamentando-se na razão e no espírito crítico.
Resolução c) A Renascença resgatou o princípio da autoridade presente
A Guerra dos Cem Anos – um dos fatores causadores da chamada na ciência teológica e a concepção teocêntrica de mundo.
“crise do século XIV” – pode ser vista como uma “série de conflitos” d) O antropocentrismo valorizava o homem, difundindo a
por que sua duração, entre 1337 e 1453, não foi contínua. Ademais, o
confiança nas potencialidades humanas e contrapondo-se ao
teocentrismo.
conflito principal, travado entre os reis da França e da Inglaterra,
e) Os avanços científicos verificados na Renascença
misturou-se com outros de caráter local, como revoltas camponesas
deveram-se à busca de uma explicação racional para a
nos dois países e disputas internas, sobretudo na França. Natureza.
Resposta: E
Resolução
O Renascimento Cultural do início da Idade Moderna retomou os valores
da cultura clássica. Valorizou o homem, o individualismo e a razão crítica,
Módulo 5 – Renascimento: Conceito, em detrimento das concepções teológicas e dogmáticas predominantes
Origem e Características na Idade Média.
Resposta: C
9. (UNESP)

Módulo 6 – Renascimento: Principais


Representantes e Conclusão
11. (UFPR) – “Mas não é uma conduta extraordinária a correr
todo o povo a acusar o Senado em altos brados, precipitando-se
pelas ruas, fechando as lojas e abandonando seus afazeres?
Responderei que cada Estado deve ter costumes próprios, por
meio dos quais os populares possam manifestar suas
aspirações. O desejo que sentem os povos de ser livres
raramente prejudica a liberdade, porque nasce da opressão ou
do temor de ser oprimido. Atentemos, portanto, para o fato de
que tudo o que a República Romana produziu de melhor provém
de uma boa causa. Se os tribunos da plebe devem sua origem
à desordem, esta desordem merece elogios, pois o povo
assegurou participação no governo e os tribunos foram
guardiães das liberdades romanas.”

(MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a Primeira Década de Tito


(National Gallery, Londres.)
Lívio. 3 ed., Brasília: Editora da UNB, 1994, p. 31-32. Adaptado.)

A ilustração reproduz a tela O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck


Com base no texto e em conhecimentos sobre a sociedade
(1434). Nela encontramos alguns traços marcantes da pintura
renascentista, é correto afirmar que o pensamento de
renascentista. Entre eles, podemos identificar
Maquiavel
a) a temática burguesa e o liberalismo.
a) procurou aplicar ao Mundo Moderno as formas clássicas do
b) a temática religiosa e os valores greco-romanos. pensamento político, especialmente as vigentes na
c) a temática clássica e a busca do transcendente. República Romana, na tentativa de assegurar os mecanismos
d) a temática pagã e o cientificismo. de representação popular nas novas repúblicas que vinham
e) a temática profana e a perspectiva. se formando na Península Itálica e no Norte da Europa.
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b) introduziu a noção de desordem político-social no 12. (UFRS) – A partir da impressão com tipos metálicos,
pensamento filosófico renascentista para explicar os concebida pelo alemão Gutenberg, começam a multiplicar-se os
processos evolutivos dos Estados e das formas de governos textos e obras literárias. A esse respeito, considere as seguintes
possíveis, citando o modelo republicano romano como ideal afirmações:
e adaptável às condições vigentes na Europa do século XV. I – A imprensa permitiu a difusão da Bíblia em línguas
c) recuperou os princípios políticos romanos e, afirmando que vernáculas, reduzindo o papel desempenhado pelo clero.
os fins justificam os meios, ofereceu aos movimentos sociais II – Na obra Don Quijote de la Mancha, Miguel de Cervantes
da Era Moderna uma justificativa para se rebelarem contra a compôs uma sátira aos ideais da cavalaria medieval.
tirania e a opressão, em nome de uma boa causa que III – Luís de Camões, em sua obra Os Lusíadas, inspirada na
legitimaria um governo autoritário de caráter popular. viagem de Vasco da Gama, narrou os feitos marítimos
d) inspirou-se no passado clássico, especialmente no romano, portugueses.
idealizando-o para afirmar que os conflitos entre os
poderosos e as camadas populares contribuem para a Assinale a alternativa correta.
ampliação das liberdades republicanas e que a maneira como a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
se manifestam depende dos costumes políticos dos povos. b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
e) pretendeu estabelecer os princípios democráticos da c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
Repúplica Romana como conceitos básicos da política d) Todas as afirmações são verdadeiras.
moderna, afirmando que, para satisfazer suas aspirações, é e) Todas as afirmações são falsas.
legítimo que o povo se rebele e promova desordens com a Resolução
finalidade de mudar o regime de governo e a organização da
As afirmações, por serem verdadeiras, justificam-se por si mesmas.
produção econômica.
Resposta: D
Resolução
Nicolau Maquiavel (1469-1527) celebrizou-se por sua obra O Príncipe
(1513) na qual justifica o absolutismo que caracterizou a maioria dos
Estados modernos. Entretanto, em seus Discursos sobre a Primeira
Década de Tito Lívio (1517), Maquiavel adota uma posição oposta,
justificando a liberdade de manifestação popular como benéfica à
evolução política dos povos.
Resposta: D

Módulo 1 – Da Monarquia à República Romana O texto, do século I a.C., retrata o cenário romano de
a) implantação da Monarquia, quando a aristocracia perseguia
1. Durante a realeza, e nos primeiros anos seus opositores e os forçava ao ostracismo, para sufocar
republicanos, as leis eram transmitidas revoltas oligárquicas e populares.
oralmente de uma geração para outra. A b) transição da República ao Império, período de reformulações
ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios provocadas pela expansão mediterrânica e pelo aumento da
manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., insatisfação da plebe.
porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez
c) consolidação da República, marcado pela participação política
pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles
de pequenos proprietários rurais e pela implementação de
viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.
amplo programa de reforma agrária.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000. d) passagem da Monarquia à República, período de
A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita consolidação oligárquica, que provocou a ampliação do poder
no texto, esteve relacionada à e da influência política dos militares.
a) adoção do sufrágio universal masculino. e) decadência do Império, então sujeito a invasões estrangeiras
b) extensão da cidadania aos homens livres. e à fragmentação política gerada pelas rebeliões populares e
c) afirmação de instituições democráticas. pela ação dos bárbaros.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.
3. (PUC) – “O fato indiscutível é que, em Roma, no decorrer do
2. (FUVEST) – César não saíra de sua província para fazer mal século II a.C. se assiste ao fenômeno do despovoamento do
algum, mas para se defender dos agravos dos inimigos, para campo e à consequente imigração para as cidades de um grande
restabelecer em seus poderes os tribunos da plebe que tinham número de cidadãos que foram engrossar a miserável clientela
sido, naquela ocasião, expulsos da Cidade, para devolver a
da plebe urbana.”
liberdade a si e ao povo romano oprimido pela facção minoritária.

Caio Júlio César. A Guerra Civil. (Antonio da Silveira Mendonça. “Introdução”, In Caio Júlio César.
São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 67. A guerra civil. São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 18. Adaptado.)

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O grupo social mencionado no texto d) pressupunha que os escravos eram humanos e, por isso, era
a) participou das sublevações e revoltas que puseram fim à proibida toda forma de castigo físico.
monarquia e proclamaram a república. e) variou ao longo do tempo, mas era determinada por três
b) opôs-se à consolidação do poder de Júlio César e participou critérios: nascimento, guerra e direito civil.
do golpe que o depôs e o assassinou.
c) associou-se aos políticos conservadores do Senado na
rejeição da monarquia e defesa da república. 7. (UNICAMP) – Por que as pessoas se casavam na Roma
d) engajou-se maciçamente nas tropas de Júlio César que Antiga? Para esposar um dote, um dos meios honrosos de
participaram da expansão romana da Gália. enriquecer, e para ter, em justas bodas, rebentos que, sendo
e) defendeu a reforma agrária e o direito de veto a medidas que legítimos, perpetuassem o corpo cívico, o núcleo dos cidadãos.
afetassem os interesses populares.
Os políticos não falavam exatamente em natalismo, futura mão
de obra, mas em sustento do núcleo de cidadãos que fazia a
cidade perdurar exercendo a “função de cidadão” ou devendo
4. (PUC) – As Guerras Púnicas, entre romanos e cartagineses, exercê-la.
duraram de 264 a 146 a.C. Entre seus resultados finais, (Adaptado de P. Ariès e G. Duby, História da Vida Privada.
podemos considerar que elas São Paulo: Companhia das Letras, 1990. v. 1, p. 47.)
a) contiveram a expansão romana em direção ao mar
Mediterrâneo, pois as ilhas ao sul da península itálica a) Por que o casamento tinha uma conotação política entre os
passaram ao controle cartaginês. cidadãos, na Roma Antiga?
b) fortaleceram a presença romana na região do mar b) Indique dois grupos excluídos da cidadania durante a
Mediterrâneo, com o estabelecimento de províncias nas República romana (509-27 a.C.).
terras conquistadas.
c) eliminaram os gastos militares do Império Romano, pois Leia o texto para responder às questões de números 8 e 9.
impediram o surgimento de revoltas e tensões sociais.
d) permitiram a expansão comercial de Roma por toda a Roma provou ser capaz de ampliar o seu próprio sistema
península itálica e em direção ao ocidente, com a decorrente político para incluir as cidades italianas durante sua expansão
conquista da Gália. penisular. Desde o começo ela havia – diferentemente de
e) reduziram consideravelmente o número de escravos no Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e
Império Romano, pois a maioria deles foi alistada nas tropas não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a
e morreu em combate. carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em
tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta,
embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse
5. (UNESP) – A escravatura [na Roma antiga] foi praticada sempre muito maior.
desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.)
desenvolvimento em grande escala foi consequência das
guerras de conquista […].
8. (UNESP) – O texto caracteriza uma das principais estratégias
(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)
romanas de domínio sobre outros povos e outras cidades:
Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que a) o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos
a) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois militares.
era determinada pela procedência e pela raça. b) a escravização e a exploração dos recursos naturais.
b) aumentou significativamente durante a expansão romana c) a libertação de todos os escravos e a democratização política.
pelo Mar Mediterrâneo. d) o recrutamento e a composição de alianças bélicas.
c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de e) a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais.
territórios na Europa Central.
d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida
pelos imperadores cristãos. 9. (UNESP) – A comparação que o texto estabelece entre
e) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois Roma e Esparta é pertinente, uma vez que foi comum às duas
os escravos romanos nunca podiam se tornar livres. cidades
a) valorizar a formação e a disciplina da soldadesca e constituir
amplo aparato militar.
6. (FUVEST) – A escravidão na Roma antiga b) instalar e manter importantes áreas coloniais no Norte da
a) permaneceu praticamente inalterada ao longo dos séculos, África e no Oriente Próximo.
mas foi abolida com a introdução do cristianismo. c) estabelecer amplo domínio militar e comercial sobre o Mar
b) previa a possibilidade de alforria do escravo apenas no caso Mediterrâneo e o Leste europeu.
da morte de seu proprietário. d) erradicar a influência política e militar de Atenas e combater
c) era restrita ao meio rural e associada ao trabalho braçal, não os exércitos cartagineses e persas.
ocorrendo em áreas urbanas, nem atingindo funções e) viver sob regimes democráticos, após terem atravessado
intelectuais ou administrativas. períodos de oligarquia e de tirania.
32 –
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Módulo 2 – Império Romano d) os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação,
moradia, educação e saúde.
1. (UNESP) – Os gastos militares intensificaram-se a partir dos e) as despesas militares, a realização de obras públicas e a
séculos III e IV d.C., devido manutenção de estradas.
a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro
da África.
b) às perseguições contra os cristãos, que, bem sucedidas, 5. (FUVEST) – Cesarismo/cesarista são termos utilizados para
permitiram o pleno retorno ao politeísmo. caracterizar governantes atuais que, à maneira de Júlio César
c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de (de onde o nome), na antiga Roma, exercem um poder
bárbaros em várias partes da fronteira. a) teocrático. b) democrático. c) aristocrático.
d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a d) burocrático. e) autocrático.
buscar o controle armado e comercial do mar Mediterrâneo.
e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da
África e na Península Ibérica. 6. (UNICAMP) – Após a tomada e o saque de Roma pelos
visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as
causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara:
2. (UNICAMP) – O termo “bárbaro” teve diferentes signifi- foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de
cados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito, Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe
podemos afirmar que: seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela
a) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos
qualificar povos que não falavam grego e depois disso deixou decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem
de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo. de todos os seus pecados.
b) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações (Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória.
para qualificar os povos que não compartilhavam dos valores Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)
destas mesmas civilizações.
c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de
como inadequados para a conquista, como os vândalos, por Roma.
exemplo. b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que
d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a
viviam da caça e da coleta, como os persas, em oposição aos religião cristã?
povos urbanos civilizados.
7. (UNICAMP)

3. (UNESP) – Um autor do século VI assim descreveu o rei


Átila, que, comandando os hunos, chegou às portas de Roma:
Homem vindo ao mundo em um entrechoque de raças, terror de
todos os países, não sei como ele semeava tanto pavor, a não
ser pela ligação que se fazia de sua pessoa com um sentimento
de terror. Tinha um porte altivo e um olhar singularmente móvel,
se bem que cada um de seus movimentos traduzisse o orgulho
de seu poder. (...) sua pequena-estatura, seu peito largo, sua
cabeça grande, seus olhos minúsculos, sua barba rala, sua
cabeleira eriçada, seu nariz muito curto, sua tez escura, eram
sinais de suas origens.
(Jordanes. Getica XXXV (c. 551), citado por Jaime Pinsky (org.).
O modo de produção feudal, 1982.)

Ao representar Átila, que imagem dos bárbaros o autor


transmite?

4. (FUVEST) – Os impérios do mundo antigo tinham ampla


abrangência territorial e estruturas politicamente complexas, o
que implicava custos crescentes de administração. No caso do
Império Romano da Antiguidade, são exemplos desses custos: A imagem acima retrata parte do mosaico romano de Nennig,
a) as expropriações de terras dos patrícios e a geração de um dos mais bem conservados que se encontram até o
empregos para os plebeus. momento no norte da Europa. A composição conta com mais de
b) os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e 160 m2 e apresenta como tema cenas próprias de um anfiteatro
da previdência social. romano.
c) as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar (https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_stabs_secutor_(co
revoltas provinciais e rebeliões populares. lor).jpg. Acessado em 12/08/2016.)

– 33
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A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o 8. (PUC) – A resposta mais adequada à pergunta final do texto
período em questão, pode-se afirmar corretamente que a é:
a) sim, porque a integração entre Ocidente e Oriente era
imagem representa
intensa desde a unificação do Egito, quando se estabe-
a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre
leceram rotas regulares de comércio para as Índias.
membros da elite romana do século III d. C, que foi criticada b) não, porque só com a conquista e o domínio romanos do Mar
pelos cristãos. Mediterrâneo é que se iniciaram a navegação e o comércio
b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, entre o Norte da África e as terras da atual Europa.
prática de cunho religioso que envolvia os prisioneiros de c) sim, porque as cidades italianas de Gênova e Veneza
guerra. controlavam grande parte do comércio no Mar Mediterrâneo
e facilitavam o deslocamento de pessoas e mercadorias na
c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da
região.
elite romana que usava cidadãos romanos na arena, para
d) não, porque apenas a extensão e o funcionamento do
lutarem entre si e, assim, divertir o povo. Império Romano tornaram possíveis a maior mobilidade e
d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras integração entre as comunidades a ele submetidas.
funções naquela sociedade, como a diversão, a tentativa de e) sim, porque a hegemonia árabe no Norte da África, no
controle social e a valorização da guerra. Oriente próximo e na Península Ibérica contribuiu
decisivamente para a aproximação dos povos que viviam em
torno do Mediterrâneo.
Leia o texto para responder as questões 8 e 9:
9. (PUC) – A trajetória do apóstolo Paulo, descrita no texto, revela
que
“O apóstolo Paulo era cidadão de Tarso, uma pequena cidade,
a) o intercâmbio cultural na Antiguidade era regular e
muito antiga, que era a capital provincial da Cilícia. Mas Paulo era sistemático desde a globalização da filosofia grega e da
também judeu, membro de uma etnia que se reproduzia por hegemonia dos valores helenísticos no Oriente extremo.
laços familiares e pela aderência a uma religião, cujo templo se b) os povos da Antiguidade mantinham-se firmemente
encontrava distante, em Jerusalém. Era um judeu da diáspora. fechados em suas comunidades, sem que houvesse
qualquer tipo de integração ou transformação cultural.
Numa viagem para Damasco, Paulo se tornou cristão e, entre os
c) a força política do cristianismo na Grécia e em Roma garantia
cristãos, apóstolo. Nessa condição, assumiu a identidade de a segurança e a ampla possibilidade de circulação de seus
apóstolo dos não judeus e viajou, por terra e por mar, por boa adeptos, empenhados na difusão dessa fé religiosa.
parte do Mediterrâneo oriental. Foi a Chipre, à Panfilia, passou d) a tolerância religiosa existente na Grécia e na Roma antigas
pela Capadócia, pelo centro da Anatólia, e morou em Éfeso, permitia contínuas romarias de todos os seus habitantes por
todos os territórios de seus impérios.
onde foi confrontado pelos artesãos locais, escapando apenas
e) o Império Romano era bastante heterogêneo no seu interior
pelo medo geral de uma intervenção do poder romano. Muitas e parte de seus habitantes podia valer-se de suas várias
vezes estabeleceu-se com o apoio das comunidades judaicas identidades e vínculos pessoais e religiosos.
locais. Morou na cidade de Felipe, visitou a Macedônia e a Acaia
e, segundo os Atos, passou por Corinto, capital provincial, onde
Módulo 3 – A Arábia e o Islamismo
exerceu outra de suas identidades — a de artesão. Chegou a
Atenas e discutiu com os filósofos da cidade. Passou também
por Mileto, Rodes, Tiro, Cesareia, Jerusalém e outras cidades. 1. (UNESP) – Examine a iluminura extraída do manuscrito Al-
Ao ser perseguido em Jerusalém, refugiou-se em Cesareia, Maqamat, de Abu Muhammed al-Kasim al-Hariri, 1237.
onde foi preso. Fez, então, uso de sua identidade de cidadão
romano, que também possuía, e de seu conhecimento da língua
grega, para não ser espancado e executado. Para ser julgado,
atravessou todo o Mediterrâneo, com uma escala em Malta,
após um naufrágio, tendo vivido em Roma com amigos e fiéis.
Suas cartas mostram um amplo círculo de relações e de
influências em Roma e no Mediterrâneo oriental. O ponto
central é: teria sido a carreira de Paulo possível ou verossímil
500 anos antes?”
Norberto Luiz Guarinello. História antiga.
São Paulo: Contexto, 2013, p. 157-158. Adaptado. (http://gallica.bnf.fr)

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A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos 4. (UNESP) – As caravanas do Sudão ou do Niger trazem
desenvolvidos no mundo árabe-islâmico durante a Idade Média regularmente a Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da
e revela Barca ou ao Cairo, milhares de escravos negros arrancados aos
a) a inexistência de instrumental médico nas sociedades países da África tropical (...) os mercadores mouros organizam
islâmicas, que impediam qualquer tipo de corte nos corpos. terríveis razias, que despovoaram regiões inteiras do interior.
b) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal Este tráfico muçulmano dos negros de África, prosseguindo
culto funerário desenvolvido nas sociedades islâmicas. durante séculos e em certos casos até os mais recentes,
c) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas desempenhou sem dúvida um papel primordial no
às pessoas que cuidavam de doentes e mulheres grávidas. despovoamento antigo da África.
(Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.)
d) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o
que permitiu avanços, como a descrição da varíola e o
emprego de anestesia em cirurgias. O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos na
e) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu Idade Média, quando
feminino, o que provocou sucessivas punições civis e a) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo como
religiosas a artistas. condição para a expansão da religião de Alá, que garantia aos
guerreiros uma vida celestial de pura espiritualidade.
b) atuaram no tráfico de escravos negros, dominaram a África
do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram a
2. (UNICAMP) – A palavra árabe iman provém de uma raiz que Península Ibérica.
significa ‘ter certeza’ e designa fé, no sentido da certeza. A fé, c) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do comércio de
por conseguinte, não contradiz o conhecimento nem a escravos, que visava abastecer com mão-de-obra negra as
compreensão. Pelo contrário, o desejo de saber é uma regiões da Península Ibérica.
obrigação religiosa, e os tempos pré-islâmicos (século VI) na d) os reinos árabes floresceram no sul do continente africano,
nas regiões de florestas tropicais, berço do monoteísmo
Arábia são chamados pelos islâmicos de jahiliya, ignorância.
islâmico.
(Adaptado de Burkhard Scherer (org.), As Grandes religiões: temas centrais
e) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o domínio
comparados. Petrópolis: Vozes. 2005, p. 77.)
sobre o reino Franco, até o final da Idade Média ocidental.

a) Cite uma característica política e uma característica religiosa


da península arábica pré-islâmica.
5. (UNICAMP) – A longa presença de povos árabes no norte da
b) Como conviveram fé e conhecimento científico no mundo
África, mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação
islâmico na Alta Idade Média?
cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que
facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Por outro
lado, deve-se considerar a superioridade bélica de alguns povos
3. (UNESP) – Num momento em que o Império Romano do
africanos, como os sudaneses, que efetivaram a conversão e a
Ocidente havia desmoronado e os Impérios Bizantino e Persa se
conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo
esfacelavam, os árabes expandiram consideravelmente seus
uma expansão do Islã que não se apoia na presença árabe.
domínios. Em menos de 100 anos o Islã era a religião de toda a
costa sul e leste do Mediterrâneo, além de ter se espalhado (Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes, História da África: uma
introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)
para a Pérsia, até o vale do Indo, e para a Península Ibérica.
(Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, História para o Ensino Médio) Sobre a presença islâmica na África é correto afirmar que:
No contexto de tantas conquistas, a civilização árabe a) O princípio religioso do esforço de conversão, a jihad, foi
marcado pela violência no norte da África e pela aceitação do
a) sintetizou criativamente as tradições culturais árabe,
islamismo em todo o continente africano.
bizantina, persa, indiana e grega.
b) Os processos de interação cultural entre árabes e africanos,
b) rejeitou as contribuições culturais originadas de povos que
como os propiciados pelas relações comerciais, são
professassem outras crenças. anteriores ao surgimento do islamismo.
c) submeteu pelas armas os povos conquistados e impôs o c) A expansão do islamismo na África ocorreu pela ação dos
deslocamento forçado das populações escravizadas. árabes, suprimindo as crenças religiosas tradicionais do
d) perseguiu implacavelmente os judeus, levando à sua continente.
dispersão pelos territórios da Europa do leste. d) O islamismo é a principal religião dos povos africanos e sua
e) desprezou os ofícios ligados às artes, às ciências e à filosofia expansão ocorreu durante a corrida imperialista do século
relegados aos povos conquistados. XIX.

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Módulo 4 – Monarquias Nacionais e cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente
Crises dos Séculos XIV e XV para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura
escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite,
1. (UNESP) – Era uma doença exótica, contra a qual os e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim
organismos dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu
rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E
também um dos efeitos do progresso, do crescimento. morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”
(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000. Na pista de nossos medos, 1998.) Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle.
In: William M. Bowsky The Black Death: a turning point in historty?
New York: HRW, 1971 (com adaptações).
O texto refere-se à peste que atingiu a Europa no século XIV.
Indique dois fatores, além da falta de defesa dos organismos O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste
dos europeus, que ajudaram na propagação da doença, e Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV,
explique a associação, feita pelo texto, da peste com o sugere que
progresso. a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
b) a Igreja buscou conter o medo, disseminando o saber
médico.
2. (UNESP) – Quando sucumbe o monarca, a majestade real c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão
não morre só, mas, como um vórtice, arrasta consigo tudo forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
quanto o rodeia (...) Basta que o rei suspire para que todo o reino d) houve substancial queda demográfica na Europa no período
gema. anterior à Peste.
(Hamlet, 1603.)
e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de
os cadáveres não serem enterrados.

Essas palavras, pronunciadas por Rosencrantz, personagem de um


drama teatral de William Shakespeare, aludem
a) ao absolutismo monárquico, regime político predominante
Módulo 5 – Renascimento: Conceito,
nos países europeus da Idade Moderna. Origem e Características
b) à monarquia parlamentarista, na qual os poderes políticos
derivam do consentimento popular. 1. (UNESP) – Podemos afirmar que as obras A divina comédia,
c) ao poder mais simbólico do que verdadeiro do rei, expresso escrita por Dante Alighieri no início do século XIV, e Dom
pela máxima “o rei reina, mas não governa”. Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século
d) à oposição dos Estados europeus à ascensão da burguesia e XVII,
a) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a
à emergência das revoluções democráticas.
hegemonia da Igreja Católica e da aristocracia,
e) à decapitação do monarca inglês pelo Parlamento durante as
respectivamente.
Revoluções Puritana e Gloriosa.
b) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e
sistematizadas na escrita de seus autores.
3. (UNESP) – Com o crescimento comercial, na Baixa Idade c) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma
Média, a Europa atravessou períodos de pânico coletivo, provo- moderna dos idiomas italiano e espanhol.
cados por manifestações endêmicas ou epidêmicas da peste d) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as
bubônica e de outras doenças, como tifo, varíola, gripe pulmonar críticas renascentistas à conduta e ao poder da Igreja
e disenteria. A disseminação de várias dessas doenças era Católica.
facilitada, entre outros motivos, pela e) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente
a) condição precária de higiene, enfrentada principalmente na Itália e na Espanha do final da Idade Média.
pelos habitantes das cidades.
b) crença de que as epidemias não podiam ser combatidas, pois
2. (FUVEST) – Observe a imagem e leia o texto a seguir.
advinham da vontade divina.
c) dificuldade de contato e comunicação entre as populações
do continente europeu.
d) proibição religiosa das pesquisas médicas e científicas
durante toda a Idade Média.
e) omissão dos poderes políticos, uma vez que as doenças só
atingiam as camadas pobres.

4. A Peste Negra dizimou boa parte da população


européia, com efeitos sobre o crescimento das Michelangelo. A criação de Adão,
detalhe do teto da Capela Sistina, Vaticano (c. 1511). www.rastel.com.

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Michelangelo começou cedo na arte de dissecar cadáveres. são tidas como boas; mas a condição humana é tal, que não
Tinha apenas 13 anos quando participou das primeiras sessões. consente a posse completa de todas elas, nem ao menos a sua
A ligação do artista com a medicina foi reflexo da efervescência prática consistente; é necessário que o príncipe seja tão prudente
cultural e científica do Renascimento. A prática da dissecação, que saiba evitar os defeitos que lhe arrebatariam o governo e
que se encontrava dormente havia 1.400 anos, foi retomada e praticar as qualidades próprias para lhe assegurar a posse deste,
exerceu influência decisiva sobre a arte que então se produzia. se lhe é possível; mas, não podendo, com menor preocupação,
Clayton Levy, “Pesquisadores dissecam lição de anatomia de Michelangelo”,
pode-se deixar que as coisas sigam seu curso natural.
Jornal da Unicamp, n.o 256, junho de 2004,
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2004/ju256pag1.html. (Maquiavel. O Príncipe, 1983. Adaptado)
Acessado em 11/06/2010.
Identifique, exemplificando com passagens do texto, a
a) Explique a relação, mencionada no texto, entre artes concepção de Maquiavel acerca da maneira como o governante
plásticas e dissecação de cadáveres, no contexto do
deve se comportar. Indique dois elementos, presentes ou não
Renascimento.
no texto, que permitam associar o pensamento de Maquiavel à
b) Identifique, na imagem acima, duas características da arte
renascentista. visão de mundo dos humanistas.

5. (UNIFESP) – O Renascimento Cultural se iniciou na Itália, no


3. (PUC) – “A Idade Média não é o período dourado que certos
século XIV, e se expandiu para outras partes da Europa nos
românticos quiseram imaginar, mas também não é, apesar das
séculos seguintes. Uma de suas características é a
fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época
a) adoção de temas religiosos, com o objetivo de auxiliar o
obscurantista e triste, imagem que os humanistas e os trabalho de catequese.
iluministas quiseram propagar.” b) pesquisa técnica e tecnológica, na busca de novas formas
Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos. de representação.
Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18 c) recusa dos valores da nobreza e a defesa da cultura popular
urbana e rural.
A ambígua imagem da Idade Média que hoje temos deriva, em
d) manutenção de padrões culturais medievais, na busca da
parte, de representações imitação da natureza.
a) negativas do período, que destacam a opressão a que os e) rejeição da tradição clássica e de seu princípio an-
camponeses eram submetidos, a intolerância da Igreja e as tropocêntrico.
repetidas temporadas de fome.
b) positivas do período, que destacam o papel relevante que as
mulheres tinham na vida social, o avanço tecnológico e o 6. (UNESP) – Os centros artísticos, na verdade, poderiam ser
desenvolvimento nas artes visuais. definidos como lugares caracterizados pela presença de um
c) negativas do período, que destacam a atuação do Tribunal da
número razoável de artistas e de grupos significativos de
Inquisição, a ausência de mobilizações sociais e o direito
consumidores, que por motivações variadas — glorificação
divino que justificava o absolutismo.
familiar ou individual, desejo de hegemonia ou ânsia de salvação
d) positivas do período, que destacam o resgate de valores
eterna — estão dispostos a investir em obras de arte uma parte
religiosos oriundos da Antiguidade Clássica, a arquitetura
românica e gótica e as festas populares. das suas riquezas. Este último ponto implica, evidentemente,
e) negativas do período, que destacam a ausência de liberdades que o centro seja um lugar ao qual afluem quantidades
políticas, a persistência do politeísmo e de práticas de consideráveis de recursos eventualmente destinados à pro-
bruxaria em toda a Europa Ocidental. dução artística. Além disso, poderá ser dotado de instituições
de tutela, formação e promoção de artistas, bem como de distri-
buição das obras. Por fim, terá um público muito mais vasto que
4. (UNESP) – É necessário a um príncipe, pra se manter, que o dos consumidores propriamente ditos: um público não
aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se homogêneo, certamente (...).
disso segundo a necessidade. Deixando de parte, pois, as coisas (Carlo Ginzburg. A micro-história e outros ensaios, 1991.)
ignoradas relativamente aos príncipes e falando a respeito das
que são reais, digo que todos os homens, máxime os príncipes, Os “centros artísticos” descritos no texto podem ser identifi-
por estarem mais no alto, se fazem notar através das qualidades cados
que lhes acarretam reprovação ou louvor. Isto é, alguns são tidos a) nos mosteiros medievais, onde se valorizava especialmente
como liberais, outros como miseráveis, alguns são tidos como a arte sacra.
b) nas cidades modernas, onde floresceu o Renascimento
pródigos, outros como rapaces; alguns são cruéis e outros
cultural.
piedosos; perjuros ou leais; efeminados e pusilânimes ou
c) nos centros urbanos romanos, onde predominava a escultura
truculentos e animosos; humanitários ou soberbos, lascivos ou gótica.
castos; estúpidos ou astutos; enérgicos ou indecisos; graves ou d) nas cidades-estados gregas, onde o estilo dórico era
levianos; religiosos ou incrédulos, e assim por diante. E eu sei hegemônico.
que cada qual reconhecerá que seria muito de louvar que um e) nos castelos senhoriais, onde prevalecia a arquitetura
príncipe possuísse, entre todas as qualidades referidas, as que românica.

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7. (UNICAMP) – De uma forma inteiramente inédita, os O texto descreve os motivos que levaram à condenação do
humanistas, entre os séculos XV e XVI, criaram uma nova forma filósofo Galileu Galilei por uma instituição religiosa. Responda
de entender a realidade. Magia e ciência, poesia e filosofia qual foi a instituição que o condenou e explique os motivos
misturavam-se e auxiliavam-se, numa sociedade atravessada dessa condenação.
por inquietações religiosas e por exigências práticas de todo
gênero.
2. (FUVEST) – Desde a Antiguidade até a época helênica, e
(Adaptado de Eugenio Garin, Ciência e vida civil no Renascimento italiano.
durante a Idade Média (em algumas culturas, até hoje) se
São Paulo: Ed. Unesp, 1994, p. 11.)
conferiu aos terremotos, como a todos os fenômenos cuja
causa se desconhecia, uma explicação mística. Os filósofos da
Sobre o tema, é correto afirmar que: antiga Grécia foram os primeiros a aventar causas naturais dos
a) O pensamento humanista implicava a total recusa da terremotos; no entanto, durante o período medieval, explicações
existência de Deus nas artes e na ciência, o que libertava o desse tipo foram formalmente proibidas por serem
homem para conhecer a natureza e a sociedade. consideradas heréticas, e a única causa aceita na Europa era a
b) A mistura de conhecimentos das mais diferentes origens - da cólera divina. Somente em princípios do século XVII é que
como a magia e a ciência - levou a uma instabilidade se voltou a especular acerca das causas naturais de tais
imprevisível, que lançou a Europa numa onda de fenômenos.
Alejandro Nava, Terremotos. 4ª ed. México: FCE,
obscurantismo que apenas o Iluminismo pôde reverter.
2003, p.24-25. Traduzido e adaptado.
c) As transformações artísticas e políticas do Renascimento
incluíram a inspiração nos ideais da Antiguidade Clássica na
O texto menciona mudanças, da Antiguidade até o início do
pintura, na arquitetura e na escultura.
século XVII, na explicação dos fenômenos naturais. Hoje em dia,
d) As inquietações religiosas vividas principalmente ao longo do também é preciso considerar que as consequências dos
século XVI culminaram nas Reformas Calvinista, Luterana, terremotos não dependem só de sua magnitude, mas também
Anglicana e finalmente no movimento da Contrarreforma, do grau de desenvolvimento social do local onde ocorrem, como
que defendeu a fé protestante contra seus inimigos. foi possível notar nos terremotos de 2010 no Haiti.
a) Identifique e explique as mudanças que, no contexto
intelectual do século XVII, contribuíram para que os
8. (UNESP) – [...] tudo que os renascentistas pretendiam era terremotos e outros fenômenos naturais deixassem de ser
assumir a condição humana até seus limites, até as últimas con- vistos apenas como fenômenos místicos.
b) No caso do Haiti, a pobreza do país ampliou o efeito
sequências. Nem Deus e nem o demônio; todo o desafio
devastador do fenômeno natural. Explique, historicamente,
consistia em ser absolutamente, radicalmente humano, apenas
essa pobreza e seu impacto no agravamento das
humano.
consequências dos terremotos.
(Nicolau Sevcenko. O Renascimento, 1985.)

Explique a caracterização que o texto faz do Renascimento e dê


3. (UNESP) – A arte renascentista é uma arte de pesquisa, de
exemplo de uma obra artística em que tal intenção se manifeste. invenções, inovações e aperfeiçoamentos técnicos. Ela
acompanha paralelamente as conquistas da física, da
matemática, da geometria, da anatomia, da engenharia e da
Módulo 6 – Difusão e Crise filosofia.
(Nicolau Sevcenko. O renascimento. São Paulo: Atual, 1985.)
do Renascimento

1. (UNESP) – Em 19 de fevereiro de 1616, o Santo Ofício


passou aos seus teólogos as duas proposições que resumiam
o núcleo da questão para que fossem examinadas. As duas
proposições eram as seguintes: a) ‘Que o Sol é o centro do
mundo, sendo consequentemente imóvel de movimento local’.
b) ‘Que a Terra não está no centro do mundo nem é imóvel, mas
move-se por si mesma’. Cinco dias depois, todos os teólogos de
acordo, sentenciaram que a primeira proposição era tola e
absurda em filosofia e formalmente herética, enquanto
contrastava com as sentenças da Sagrada Escritura em seu
significado literal e segundo a exposição comum dos Santos
Padres e dos doutores em teologia.
(Reale e Antiseri. História da Filosofia, 2000. Adaptado.) (Filippo Brunelleschi, Igreja de San Lorenzo (interior), Florença, c. 1421.)

38 –
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a) Identifique no texto dois aspectos da relação entre cristãos e


muçulmanos na Europa medieval.
b) Relacione as características do Renascimento cultural
europeu à redescoberta dos valores da Antiguidade clássica.

6. (UNESP) – Analise o texto político, que apresenta uma visão


muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano
Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética
e da política são práticas distintas.
“A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-
1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para quem mentir era
(Michelangelo Buonarroti, Biblioteca Laurenziana (sala),
dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao
Florença, construída entre 1523 e 1525.) reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram
colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam
A partir do texto e das imagens, caracterize a concepção artística como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados
do Renascimento e sua relação com o Humanismo difundido no
Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os ditadores eram
século XV.
a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao
petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as
4. (FUVEST) – Se utilizássemos, numa conversa com homens organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre
medievais, a expressão “Idade Média”, eles não teriam ideia do a frase do mais extraordinário diplomata americano do século
que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As
todos os períodos históricos, se viam vivendo na época sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais
contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”.
representa uma rotulação posterior, uma satisfação da (Veja, 02.03.2011. Adaptado.)
necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso
do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser
elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo feita, pois o filósofo
expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados a) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo,
entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. sendo simpático à repressão militar sobre populações civis.
(Hilário Franco Júnior, A Idade Média. Nascimento do Ocidente. 3ª ed. São b) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se
Paulo: Brasiliense, s.d. [1986]. p.17. Adaptado.) avesso a qualquer tipo de manifestação de autoritarismo por
parte dos governantes.
A partir desse trecho, responda: c) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as
a) Em que termos a expressão “Idade Média” pode carregar
ideias de Marx e Engels.
consigo um valor depreciativo?
d) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade
b) Como o período comumente abarcado pela expressão “Idade
cristã como base da vida política.
Média” poderia ser analisado de outra maneira, isto é, sem
e) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente
um julgamento de valor?
pragmáticos.

5. (UNICAMP) – A partir do século IX, aumentou a circulação da


ciência e da filosofia vindas de Bagdá, o centro da cultura
islâmica, em direção ao reino muçulmano instalado no Sul da
Espanha. No século XII, apesar das divisões políticas e das
guerras entre cristãos e mouros que marcavam a península
ibérica, essa corrente de conhecimento virou um rio caudaloso,
criando uma base que, mais tarde, constituiria as fundações do
Renascimento no mundo cristão. Foi dessa maneira que o
Ocidente adquiriu o conhecimento dos antigos. No quadro
pintado pelo italiano Rafael, A escola de Atenas (1509), o pintor
daria a Averróis, sábio muçulmano da Andaluzia, um lugar de
honra, logo atrás do grego Aristóteles, cuja obra Averróis havia
comentado e divulgado.
(Adaptado de David Levering Lewis, God’s Crucible: Islam and the Making of
Europe, 570-1215. New York: W. W. Norton, 2008, p. 368-69, 376-77.)

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Módulo 10
Vide resoluções comentadas no site:
www.curso-objetivo.br 1) B 2) C 3) A 4) E

FRENTE 1 Módulo 11
1) B 2) D 3) C 6) E 7) C
Módulo 1 8) C

2) D 3) B 5) E 7) A 9) D

Módulo 12
Módulo 2 1) A 2) C 4) C 5) B 6) D
7) A 9) C 10) E 11) E 12) B
1) B 2) C 3) B 5) C 6) C
13) A
8) C 9) C

Módulo 3 FRENTE 2
2) D 3) B 4) C 5) D 6) D
7) B 8) VFVVV 9) A Módulo 1
1) B 2) B 3) E 4) B 5) B
6) E 8) D 9) A
Módulo 4
1) B 2) B 4) D 5) A 8) A
9) C 10) C Módulo 2
1) C 2) B 4) E 5) E 7) D
8) D 9) E
Módulo 5
1) A 2) B 3) E 4) B 5) C
6) E 7) B 8) B 9) D Módulo 3
1) D 3) A 4) B 5) B

Módulo 6
Módulo 4
1) A 2) D 4) B
2) A 3) A 4) A

Módulo 7 Módulo 5
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Módulo 8 Módulo 6
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7) B 8) E

Módulo 9
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40 –

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