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XII SEMANA DE HUMANIDADES

CADERNO DE PROGRAMAÇÃO E
RESUMOS:
IV ENCONTRO DE PESQUISA DA
GRADUAÇÃO EM LETRAS

Realização
CADERNO DE PROGRAMAÇÃO E RESUMOS:

IV ENCONTRO DE PESQUISA DA GRADUAÇÃO EM LETRAS

Expediente

Revisão Geral
Maria das Dores Nogueira Mendes (UFC)

Revisão do texto
José Wesley Vieira Matos (UFC)
Maria Bianca da Silva Marques (UFC)

Projeto gráfico e editorial


Maria das Dores Nogueira Mendes (UFC)
José Wesley Vieira Matos (UFC)
Maria Bianca da Silva Marques (UFC)

MENDES, M. M. et al. (Org.). Caderno de programação e resumos: IV Encontro de


Pesquisa da Graduação em Letras. Universidade Federal do Ceará – Programa de
Pós-Graduação em Linguística (DLV) – Grupo de Pesquisa Discurso,
Cotidiano e Práticas Culturais (Grupo Discuta), 2018. 62p.

© Universidade Federal do Ceará


FORTALEZA (CE), 18 E 19 DE OUTUBRO DE 2018

IV ENCONTRO DE PESQUISA NA GRADUAÇÃO EM LETRAS - EPEGRAL

Realização

Coordenação Geral
Maria das Dores Nogueira Mendes (UFC)

Comissão Organizadora
Ana Joyce Mesquita Félix (BIA/PRAE)
Evilásio do Nascimento Silva (PPGL)
Gabriel Moreira Peixoto (BIA/ PRAE)
Igna Freitas de Oliveira (ESCRIBA/ PROGRAD)
José Wesley Vieira Matos (PID/ PROGRAD)
Loyana Jacinto Rodrigues (Voluntária)
Lucas Rodrigues Memória Ávila (PIBIC)
Maria Bianca da Silva Marques (BIA/PRAE)
Mateus da Silva Páscoa (PIBIC)

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Reitor:
Prof. Dr. Henry de Holanda Campos
Vice-Reitor:
Prof. Dr. Custódio Luís Silva de Almeida
Pró-Reitor de Graduação:
Prof. Dr. Cláudio de Albuquerque Marques

CENTRO DE HUMANIDADES

Diretora do Centro:
Profa. Vládia Maria Cabral Borges
Vice-Diretor:
Prof.ª Danyelle Nilin Gonçalves

DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS

Chefe do Departamento:
Prof.ª Dannytza Serra Gomes
Subchefe:
Prof.ª Maria das Dores Nogueira Mendes
Coordenadora do Curso de Letras
Profa. Elisangela Nogueira Teixeira

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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Todos os resumos deste livro foram elaborados por seus autores, não cabendo qualquer
responsabilidade legal sobre seu conteúdo à comissão organizadora do evento.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO 5

2 PROGRAMAÇÃO 6

3 RESUMOS 12

3.1 LINGUÍSTICA 13

3.2 LITERATURA 33

3.3 LÍNGUAS ESTRANGEIRAS 49

3.4 LINGUAGEM E ENSINO 54

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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1 APRESENTAÇÃO

Dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos desde a primeira edição, o IV


Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras, sob a coordenação da professora Maria das
Dores Nogueira Mendes, vem somar-se, pelo segundo ano consecutivo, à XII Semana de
Humanidades- UFC.
O EPEGRAL, desde sua concepção, tem como principal objetivo proporcionar um
espaço acessível e legítimo de difusão e construção de conhecimentos científicos para alunos
da graduação do Curso de Letras. Com sucesso, o evento cada vez mais ganha adesão entre os
bolsistas da universidade, alunos de outras instituições, alunos do interior e, inclusive, alunos
da pós-graduação.
Mantendo a coerência, buscamos que as apresentações dispostas em eixos temáticos
contemplem as mais diversas áreas de investigação do curso e cedam um tempo e espaço
propício para exposição e discussão de ideias. Além da modalidade de apresentação, torna-se
mais recorrente a participação de alunos que assistem as apresentações buscando conhecer
e/ou atualizar-se sobre os estudos desenvolvidos.
Gostaríamos de destacar, ainda, a participação dos professores-orientadores e dos
professores-mediadores no evento, que dão credibilidade e confiança com suas presenças e
apontamentos. Cada vez mais, o evento consolida o desejo de ser um momento de
aprimoramento das pesquisas e de aprendizado acadêmico que integre todos/as estudantes e
profissionais das Letras.
Dessa forma, com alegria, apresentamos os resumos submetidos e aprovados nos
seguintes eixos temáticos: Linguagem e Ensino, Linguística, Literatura e Línguas
Estrangeiras.

Comissão Organizadora IV EPEGRAL.

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2 PROGRAMAÇÃO

1° dia- 18 de outubro de 2018

LINGUÍSTICA I
(Sala 16 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 13h30min às 15h.
Mediador: Prof. Dr. Nelson Barros da Costa (UFC).

1. PLURILINGUISMO EXTERNO EM CANÇÕES PARA CRIANÇAS: Mateus da Silva


Páscoa.

2. A UTILIZAÇÃO DE METÁBOLES PARA A CONSTRUÇÃO DO EFEITO DE


COMICIDADE NOS TEXTOS DA PÁGINA SITE DOS MENES: Vinícius Façanha
Câmara de Souza e Artur Silva.

3. FEELING GOOD À FRANCESA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE ATUAÇÕES DE


UMA ÚNICA CANÇÃO: João Batista da Silva Júnior.

4. AVALIAÇÃO LINGUÍSTICA DOS PRONOMES “TU”, “VOCÊ” E “O SENHOR”


POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: Maylle Lima Freitas, Cássio Grangeiro Lima,
Joyciane Rodrigues Firmino e Karina Mayra Souza da Silva.

5. ANÁLISE DA RETEXTUALIZAÇÃO E DA RECONTEXTUALIZAÇÃO NA


CANÇÃO ‘’VITÓRIA DA CRUZ’’ (CRIANÇAS DIANTE DO TRONO, 2008): Acsa de
Sales Albuquerque de Sousa.

6. A INTERAÇÃO DOS SEMINÁRIOS LINGUÍSTICOS NAS REDES SOCIAIS:


Janaina Muniz Cavalcanti.

7. JORNALISMO, “FAKE NEWS” E CONSERVADORISMO: UMA ANÁLISE


DISCURSIVA DA REPORTAGEM JORNALÍSTICA
Franklin Arruda de Lima

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LINGUÍSTICA II
(Sala 18 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 13h30min às 15h15min.
Mediador: Prof. Dr. João Batista Costa Gonçalves (UECE).

1. A RETEXTUALIZAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DO GÊNERO "MEME": A


APROPRIAÇÃO ENQUANTO MECANISMO DE GERAÇÃO DE SENTIDO: Saniela
Lima de Oliveira.

2. ANÁLISE DOS PROCESSOS DE INTERTEXTUALIZAÇÃO E HIBRIDISMO EM


ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS PRODUZIDOS EM LÍNGUA ESPANHOLA: Carla
Emanuela Pinto Ramos.

3. FUTURO DO PRESENTE EM TEXTOS JORNALÍSTICOS: Ana Maria Azevedo de


Oliveira , Carla Emanuela Pinto Ramos, Camila Soares Barbosa e Karinne Brito Sousa.

4.LEGENDAÇÃO DO REALITY SHOW RUPAUL'S DRAG RACE: UM ESTUDO


BASEADO EM CORPUS: Sebastião Jairo Lima Braga Junior.

5. A CONSTRUÇÃO DA VERDADE EM UM CONTO DE VIRGINIA WOOLF: Társis


Lima Gomes da Silva.

6. A EXPRESSIVIDADE FÔNICA EM CANÇÕES DE O TEATRO MÁGICO: Caio


Rennery de Oliveira Silva e Loyana Jacinto Rodrigues.

7. NORMA CULTA E VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS: A RELEVÂNCIA DO


DOMÍNIO DAS DUAS VARIANTES DA LÍNGUA: Paulo Henrique Paiva da Silva.

LINGUÍSTICA III
(Sala 18 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 15h30min às 17h.
Mediadora: Profa.Dra. Carolina Lindenberg Lemos (UFC).

1. A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL EM CANÇÕES DO GRUPO


PALAVRA CANTADA: Maria Bianca da Silva Marques.

2. A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL NO POSICIONAMENTO POP


PARA CRIANÇAS EM “LIÇÃO DE BAIÃO”, DE ADRIANA PARTIMPIM: Lucas
Rodrigues Memória Ávila.

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3. A IDENTIDADE NACIONAL EM CANÇÕES DE MASSA PARA CRIANÇAS:
Gabriel Moreira Peixoto.

4. A IDENTIDADE NACIONAL EM CANÇÕES DE MASSA PARA CRIANÇAS:


Gabriel Moreira Peixoto.

5. RELACIONAMENTO AMOROSO EM POSICIONAMENTOS DE CANÇÕES


PARA CRIANÇAS: José Wesley Vieira Matos e Ana Joyce Mesquita Félix.

6. A RELAÇÃO ENTRE LITERATURA E CINEMA OCORRIDA NA


RETEXTUALIZAÇÃO DA CENA DO BAILE DE CARRIE: Lucas Matheus
Vasconcelos Santos.

7. OS VALORES DA CONJUNÇÃO "QUANDO" NA PERSPECTIVA FUNCIONAL:


Giselly Kilvia Oliveira Aguiar , Acsa Albuquerque de Sousa, Amanda Andrade de Menezes e
Letícia Garrido.

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
(Sala 18 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 15h30min às 17h.
Mediadora: Profa. Dra. Andrea Turolo da Silva (UFC).

1 . DIFICULDADE NA TRADUÇÃO LATINA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS


RELATIVAS: Isadora Lima Ramalho.

2. A INFLUÊNCIA DE EXERCÍCIOS DE “LISTENING” PARA O


APERFEIÇOAMENTO DO INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM
ESTUDO COM ALUNOS ACIMA DE 30 ANOS: Maríllia Arruda Couceiro, Davi Silva
Bessa.

3. A TRADUÇÃO DO ROMANCE POLICIAL DE CAMILLERI: O DIÁLOGO DE


MONTALBANO COM HOLMES E LUPIN: Natalia Cristina dos Santos Magno, Michelle
de Fátima Silva Abreu e Bruna Mikaelly Furtado Tavares.

4. LEIA O LIVRO, ASSISTA AO FILME: OS ESTUDOS DA TRADUÇÃO NO


COMBATE À EVASÃO DE ESTUDANTES DE LETRAS: Linda Kardinaly Pereira de
Melo, Jonas dos Santos Monteiro e Antonio Alison de Lima Silva.

5. O IMPACTO DO FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) NAS ESCOLAS


PÚBLICAS DE FORTALEZA: Thaiany Santana Mota.

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2° dia- 19 de outubro de 2019

LITERATURA I
(Sala 16 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 13h30min às 15h20min.
Mediadora: Profa. Dra. Suene Honorato de Jesus (UFC).

1 . REFLEXÕES SOBRE TEORIA DA LITERATURA E LEITURA (COAUTORIA)


ATRAVÉS DO CONTO O OVO E A GALINHA, DE CLARICE LISPECTOR: Renan
de Andrade Mesquita.

2 . SURREALIDADE? UMA ANÁLISE DO CONTO “ENCONTRO NO QUARTO


ESCURO”, JOÃO GILBERTO NOLL: Fernando Alexandre de Oliveira Maia.

3 . PERSONAGENS LGBTQ+ NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL: Cinthia


Evandro Martins Pereira e Sheryda Maria Leitão Linhares.

4 . INDIVÍDUO E A INDIVIDUALIDADE EM ELES ERAM MUITOS CAVALOS, DE


LUIZ RUFFATO: Gabriela dos Santos e Silva.

5 . MORTE, UM CASTIGO UNIVERSAL: A CONSTRUÇÃO DO ELEMENTO


SOBRENATURAL NA PERSONALIZAÇÃO DO PERSONAGEM JOÃO SAMPAIO
DO CONTO “LAMA E FOLHA” DE MOREIRA CAMPOS: Marcus de Moura Sales e
Ricardo Rodrigues Miranda.

6 . MATERNIDADE X LIBERDADE: UMA ANÁLISE DO ESTADO MATERNAL


NOS CONTOS DE DINA SALÚSTIO: Maria Vitória Alves da Silva e Nágyla Feitosa
Araújo

7 . EMILY DICKINSON E A VOZ POÉTICA NO SÉCULO XIX: Alane Melo da Silva.

8 . DE REPENTE, FIM: A MORTE REPRESENTADA NA LITERATURA INFANTIL:


Ramon Falcão Soares e Andressa Maria Silveira de Araújo .

LITERATURA II
(Sala 18 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 13h30min às 15h35min.
Mediador: Prof. Dr. Atílio Bergamini Júnior (UFC).

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1 . CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: A "OFICINA IRRITADA" DO VERSO
DECASSÍLADO: Rilane Maria Teles de Souza.

2 . AS METAMORFOSES DO MAL EM OS VERDES ABUTRES DA COLINA,


ROMANCE DE JOSÉ ALCIDES PINTO: Ana Tamires da Silva Oliveira.

3 . AS IMPLICAÇÕES DO ENEM NA (DES)CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO DA


LITERATURA NA SOCIEDADE: Igna Freitas de Oliveira.

4 . ADIANDO MISÉRIAS: MACHADO DE ASSIS E A ESSÊNCIA FICCIONAL DE


QUINCAS BORBA, O ESPELHO E O ALIENISTA: Luciana Alves da Silva.

5 . A REPRESENTAÇÃO DA TESTEMUNHA EM PRIMO LEVI E NO FILME


SHOAH, DE CLAUDE LANZMANN: Artur Viana do Nascimento Neto.

6 . A PROBLEMÁTICA DA OPRESSÃO NO CONTO ''OS HOMENS QUE


DESCOBRIRAM CADEIRAS PROIBIDAS", DE IGNÁCIO DE LOYOLA
BRANDÃO: José Mailson de Sousa Silva.

7 . A OBSERVAÇÃO DO ENSINO DE LITERATURA SEGUNDA A TAXONOMIA


DE BLOOM: Davi e Silva Bessa.

8 . A CONSTRUÇÃO DO SUSPENSE NO CONTO "VENHA VER O PÔR DO SOL",


DE LYGIA FAGUNDES TELLES: João Vitor Temóteo Viana.

LINGUAGEM E ENSINO I
(Sala 16 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 15h30min às 16h30min.
Mediadora: Profa. Dra. Dannytza Serra Gomes (UFC).

1. A DIDÁTICA NO ENSINO DE LITERATURA: Vanessa Adrian de Sousa Oliveira,


Luma Costa e Nelson Costa.

2. “O QUE ELES ESTÃO FAZENDO AQUI?”: LETRAMENTOS FAMILIARES DE


JOVENS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (DI) EM UMA ESCOLA PÚBLICA
DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA: Reubher César Rodrigues Gomes, Amanda Fernandes
de Santana e Pedro Robsom dos Reis Oliveira.

3 . PROCESSOS DE APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO DOS SURDOS: Jully Araújo


Dionizio, Samara Eufrásio da Silva.

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4 . VLOGS E PRODUÇÃO TEXTUAL: UMA ALTERNATIVA PEDAGÓGICA:
Melissa Maria do Nascimento Sousa, Sergianne Maria de Oliveira Pereira e Bruno Pereira
Martins.

5. PROJETO ESCRIBA: DISCURSOS, VIVÊNCIAS E POTÊNCIAS NO AMBIENTE


ACADÊMICO: Igna Freitas de Oliveira.

LINGUAGEM E ENSINO II
(Sala 16 do Bloco Didático de Letras diurno- CH 1- UFC), das 15h45min às 16h45min.
Mediadora: Profa. Dra. Aurea Suely Zavam (UFC).

1 . A PERCEPÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO EM LETRAS SOBRE O


PERFIL DO ALUNO COM DISLEXIA: Camila Matos Pirote Rodrigues.

2 . REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ALUNO-PROFESSOR


DE LÍNGUA FRANCESA: Maria Juliana Gonçalves dos Santos.

3 . AS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO RAP: Daniara Almeida


de Sousa, Ana Maria de Guadalupe Costa de Matos.

4 . ANÁLISE DO DISCURSO LITERÁRIO NAS ATIVIDADES DE LEITURA EM


LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA DO NONO ANO: José Alberto
Ponciano Filho.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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3 RESUMOS

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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3.1 LINGUÍSTICA

A INTERAÇÃO DOS SEMINÁRIOS LINGUÍSTICOS NAS REDES SOCIAIS


Janaina Muniz Cavalcanti
Orientador: Júlio Araújo

O projeto Seminários Linguísticos (SELIN) consiste em uma das presenças mais antigas e
consolidadas do Departamento de Letras Vernáculas no Curso de Letras da Universidade
Federal do Ceará na modalidade extensão universitária. Agindo em prol da divulgação
científica na área de Linguística, da comunicação entre pesquisadores da UFC com outras
Instituições de Ensino Superior (IES) e da promoção da ciência entre a comunidade não-
acadêmica, em 2018, decidimos expandir nosso campo de atuação ao transformar o SELIN
também em objeto de estudo. Dessa maneira, a referida pesquisa, que está em andamento, tem
como objetivo principal, verificar como se dá os mecanismos de divulgação do projeto de
extensão por usuários dos sites de redes sociais Facebook e Instagram (RECUERO, 2015)
pertencentes (ou não) a comunidade acadêmica e as suas motivações para a propagação dos
anúncios entre seus contatos. Como metodologia, optamos por adotar uma abordagem
descritivo-exploratória com a obtenção de registros etnográficos e a elaboração de
questionários a serem distribuídos entre os usuários do Facebook que compartilharam os
11(onze) anúncios das palestras do Ciclo 2018.1 em seu mural pessoal e os usuários do
Instagram que curtiram os posts de divulgação. O Ciclo 2018.1 teve como tema “A Lupa da
Escrita” e contou com 10(dez) conferências, ministrada no Auditório José Albano do Centro
de Humanidades-UFC, entre os meses de abril de junho de 2018. Após a análise preliminar
dos dados, chegamos a um resultado parcial: os compartilhamentos e curtidas vieram de
usuários já cientes do projeto e que co participam direta ou indiretamente da comunidade
acadêmica e do próprio SELIN. No entanto, como a pesquisa ainda está em andamento,
precisamos analisar mais os dados para compreender as motivações que os seguidores têm
para divulgar o projeto, além de elaborar novas estratégias de comunicação entre SELIN nas
redes sociais.

Palavras-chave: Extensão universitária; Redes sociais; Interação.

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ANÁLISE DOS PROCESSOS DE INTERTEXTUALIZAÇÃO E HIBRIDISMO EM
ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS PRODUZIDOS EM LÍNGUA ESPANHOLA
Carla Emanuela Pinto Ramos
Orientadora: Letícia Joaquina de Castro Rodrigues Souza e Souza

A presente investigação científica pertence à área das teorias do texto e está diretamente
relacionada ao tema da diversidade genérica, considerando aspectos da variação de textos
escritos. Nesta, pretende-se identificar os marcadores genéricos responsáveis pelos processos
de intertextualização e hibridismo genéricos em anúncios publicitários escritos em língua
espanhola, a fim de compreender melhor os resultados das mesclas de gêneros para a
produção dos sentidos dos textos-em-situação. Levanta-se para o desenvolvimento deste
estudo a seguinte indagação: quais são os meios ou os mecanismos, sobretudo linguísticos,
que intervêm no processo de intertextualização e hibridação de anúncios publicitários escritos
em língua espanhola? De modo específico, faz-se necessário: a) analisar que gêneros podem
participar (e como) nos processos de intertextualização e hibridismo; b) caracterizar as
diversas formas de intertextualização e hibridismo tendo como ponto de partida os estudos
genettianos; e c) relacionar os tipos de marcadores genéricos, auto-referenciais ou
inferenciais, com os gêneros participantes dos processos de interação textual e/ou genérica na
composição de anúncios publicitários híbridos. Para a consecução dos nossos objetivos, nossa
pesquisa se sustenta no seguinte arcabouço teórico: concepção de gênero discursivo de
Bakhtin (1953); e intertextualização e hibridismo de gêneros textuais de Genette (2010) e
Miranda (2010). Relativamente aos aspectos metodológicos, vale a pena destacar que a
investigação se desenvolve na dupla vertente da abordagem teórico-empírica e é
eminentemente qualitativa. Os objetos materiais de análise são propagandas produzidas em
espanhol contemporâneo. A escolha dos textos se realiza considerando sua circulação pública
e maciça (na imprensa, na rua, na internet, etc.).

Palavras-chave: Intertextualização; Língua espanhola; Anúncios publicitários.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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AVALIAÇÃO LINGUÍSTICA DOS PRONOMES “TU”, “VOCÊ” E “O SENHOR”
POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Maylle Lima Freitas
Cássio Grangeiro Lima
Joyciane Rodrigues Firmino
Karyna Mayra Sousa da Silva
Orientadora: Hebe Macedo Carvalho

Este estudo contempla a avaliação linguística do uso do pronome pessoal “tu” e dos pronomes
de tratamento “você” e “o senhor”, à luz dos pressupostos teórico-metodológicos da
Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972). Dialogamos com os conceitos da
Sociolinguística Variacionista apresentados em Tarallo (1990) e Faraco (2017) sobre a
mudança de formas de tratamento. Faraco (2017) discorre que há rearranjos na conjugação
verbal, gerando arcaização das formas verbais de segunda pessoa do plural e acréscimo de
novos valores para as formas de terceira pessoa verbal na história do português brasileiro. A
variante não-padrão, por exemplo, “tu vai”, com a desinência verbal de terceira pessoa do
singular, encontra-se implementada no português brasileiro. O objetivo deste trabalho é
investigar como os estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) avaliam o uso desses
pronomes em relações de poder e solidariedade (BROWN;GILMAN, 1960), bem como
analisar como esses falantes associam esses pronomes a diferentes graus de formalidade nas
relações interpessoais, mais especificamente entre alunos, professores e servidores. Foi
proposto aos estudantes um questionário (Google Forms) dividido em três seções que
apresentaram diferentes relações de poder e solidariedade, isto é, em relações simétricas e
assimétricas. Os resultados obtidos, indicam que em ambas relações assimétricas
(aluno-professor e aluno- servidor) 93% avaliaram “O senhor” como a forma mais adequada
de tratamento. A forma “tu” sem concordância, em relações simétricas (aluno-aluno) não
apresenta estigma, 39% dos informantes consideram essa a forma mais adequada de
tratamento nessa relação, o que mostra a implementação dessa forma inovadora prevista por
Faraco (2017). Em contrapartida, 66.7% consideram a forma “tu” com concordância
inadequada. Em linhas gerais, a forma “você” foi avaliada como a forma menos marcada,
apresentando níveis mais amplos de aceitação nas relações simétricas e assimétricas, sendo a
avaliação afetada principalmente pelas variáveis extralinguísticas de formalidade e idade.
Palavras-chave: Sociolinguística variacionista; Pronomes de poder e solidariedade;
Avaliação linguística.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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FUTURO DO PRESENTE EM DADOS JORNALÍSTICOS
Karinne Brito Sousa
Ana Maria Azevedo de Oliveira
Carla Emanuela Pinto Ramos
Camila Soares Barbosa
Orientadora: Márluce Coan

O presente trabalho foi desenvolvido durante disciplina de Vocábulo do curso de Letras


Português/ Espanhol da Universidade Federal do Ceará, sendo seu mote o estudo da função
do futuro do presente e de suas respectivas variáveis: forma sintética - forma prototípica do
verbo - e as formas inovadoras (perifrástica ir + infinitivo e presente valorativo com presença
ou não de advérbio, locução adverbial e adjunto adverbial). Optamos pela linguagem
jornalística por suprir a necessidade de comunicação sobre fatos nos tempos presente, passado
e futuro. O discurso nesses periódicos pode sofrer influência dos indivíduos que produzem o
texto, como marcas de oralidade expressas através das variações do discurso do falante.
Diante disso, fez-se necessário: a) analisar a relação de função-forma no uso do futuro do
presente, em que os verbos se apresentam nas formas do futuro (do presente sintético,
perifrástico e presente com valor de futuro); b) considerar dois fatores linguísticos: a presença
ou a não de advérbio, locução e adjunto adverbial de tempo, em caso de uso do presente com
valor de futuro; a ocorrência ou não da forma perifrástica em caso de uso de verbo irregular;
c) ter em vista dois fatores extralinguísticos: quatro editorias (entretenimento, esportes,
política, economia e dos anos de 2010 e 2017), das quais retiramos as sentenças analisadas.
Tomamos como referencial teórico Vieira (2014) e Cunha e Cintra (2013), para formulação
das categorias de análise. Obtivemos dados que corroboraram com a maioria das nossas
hipóteses (futuro expresso por presente + advérbio/locução adverbial; ocorrência de perífrase
mediante irregularidade verbal; formas sintéticas em editorias mais formais; forma
perifrástica em editorias menos formais) o que possibilita futuras análises nessa linha de
pesquisa.

Palavras-chave: Futuro do presente; forma-função; textos jornalísticos.

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LEGENDAÇÃO DO REALITY SHOW RUPAUL’S DRAG RACE: UM ESTUDO
BASEADO EM CORPUS
Sebastião Jairo Lima Braga Junior
Orientadora: Diana Costa Fortier Silva

O estudo em questão aborda a legendagem do episódio 1 (um) da 8a (oitava) temporada do


Reality Show RuPaul’s Drag Race, com base nos princípios da Linguística de Corpus.
Objetivou- se refletir sobre a representação cultural das gírias LGBTQ nas legendas do reality
show, traçando um paralelismo entre as gírias LGBTQ norte-americanas e as brasileiras. A
pesquisa tem caráter descritivo, procurando descrever o fenômeno de tradução e adaptação. O
foco do estudo são as ocorrências dos termos traduzidos em outros contextos, tendo como
referência a tradução do livro Working it!: RuPaul’s guide to life, liberty, and the pursuit of
style (Arrase!: o guia para a felicidade, a liberdade e a busca por estilo – tradução de Santiado
Nazarian). Em um primeiro momento, a legenda do episódio será transcrita em português e
inglês; em seguida, as gírias LGBTQ serão extraídas em sua primeira fonte (língua inglesa),
seguidas das traduções (em língua portuguesa). As ocorrências serão analisadas e
interpretadas levando em consideração o contexto em que estão inseridas e as escolhas
tradutórias feitas pelo tradutor do livro supracitado. Este estudo se ampara na visão de
tradução de Diniz (1999), e correlaciona contribuições de Venuti (2002) e Hjelmslev (1975), o
que evidencia a interdisciplinaridade nos estudos da tradução. Será também realizada uma
entrevista com o tradutor do livro Working it! O resultado final será um glossário com o
significado dos termos analisados.

Palavras-chave: Estudos da Tradução; Legendação; Gírias LGBTQ.

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OS VALORES DA CONJUNÇÃO "QUANDO" NA PERSPECTIVA FUNCIONAL.
Acsa Albuquerque de Sousa
Amanda Andrade de Menezes
Giselly Kilvia Oliveira Aguiar
Letícia Garrido Leite Aguiar
Orientadora: Maria Claudete Lima

No presente trabalho, disserta-se sobre as orações subordinadas adverbiais iniciadas pela


conjunção “quando”, pois, segundo Decat (2001), devido ao processo de gramaticalização
que tal conector está passando, esse está assumindo valores distintos do de tempo. Desta
forma, esta pesquisa objetiva fazer a análise do contexto em que as orações estão inseridas, a
fim de averiguar quais os possíveis sentidos assumidos por tal conjunção, e não apenas
verificar o seu valor predeterminado. Para a realização da presente pesquisa, que foi realizada
à luz da perspectiva funcionalista, são relevantes a abordagem de subordinação proposta por
Decat (2001), e, ainda, a de gramaticalização exposta por Lichtenberk (1991). Empregamos,
também, o entendimento de Neves (2000) e de Harris (1986) no tocante à interpretação da
conjunção “quando” como detentora de outros valores além do temporal. A nossa pesquisa é
de caráter descritivo e o corpus utilizado é composto por transcrições de dados de fala e
enunciados escritos, que estão disponíveis no banco de dados pertencente ao Grupo Discurso
& Gramática (D&G). A partir da análise realizada, foi possível observar os distintos valores
assumidos pela conjunção “quando” além do temporal, que é o proposto pela Gramática
Normativa. Deste modo, obtivemos a confirmação da hipótese que levantamos sobre a
predominância de verbos de ação em construções do gênero narrativo que apresentam a
conjunção “quando” com valor temporal. Já as hipóteses sobre a predominância de valores
além do temporal em dados orais, e sobre a não coincidência dos tempos verbais em orações
principais e subordinadas do gênero narrativo foram refutadas. Portanto, a conclusão da
pesquisa possibilita novas investigações, que se detenham nas hipóteses negadas.

Palavras-chave: Conjunção; Gramática; Funcionalismo.

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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL EM CANÇÕES DO GRUPO
PALAVRA CANTADA
Maria Bianca da Silva Marques
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

Esta pesquisa busca analisar como a identidade brasileira é abordada nas canções
“Pindorama”, “Erê” e “Eu” do grupo palavra cantada (Canções Curiosas, 1998). A pesquisa
surgiu do projeto INVOCANÇÕES (UFC) ligado ao grupo DISCUTA (UFC), em que
analisamos o papel do investimento vocal como delineador de posicionamentos no discurso
Literomusical brasileiro, partindo dos pressupostos teóricos de Maingueneau
(1996a/b,1997,2000,2001,2004,2005,2006ª,2006b,2008,2010a/b) e das pesquisas de Costa
(2001), Gonzalez (2013) e Mendes (2013). As canções foram escolhidas na tentativa de
ilustrar como nos diferentes planos da canção (vocal e da letra) o posicionamento MPB para
crianças, constrói uma identidade nacional, corroborando as características traçadas por
Gonzalez (2013). A análise prévia nos indica que o grupo Palavra Cantada aborda a temática
em questão de forma múltipla, juntando traços culturais de múltiplos povos que culmina em
uma miscigenação caracterizando, assim, a identidade brasileira. A canção
“Pindorama”apresenta dois perfis éticos representantes do conflito antropológico sobre o
descobrimento do Brasil, o português de Portugal e o nativo brasileiro, o primeiro chama de
“Vera Cruz” e o segundo de “Pindorama”, a presença de personagens históricos no decorrer
da canção como Cabral, rei Dom Manuel, Pero Vaz e os índios também exemplificam isso.
No âmbito da voz é possível identificar uma articulação fonética que caracteriza o sotaque dos
dois enunciadores. Já a canção “Erê” traz elementos da cultura africana, o próprio título já é
um exemplo, e no plano vocal, ela é constituída de elementos da sonoridade afro-brasileira
com a utilização de instrumentos de percussão. Na canção “Eu”, a letra é composta de
aspectos culturais de algumas regiões do Brasil. No âmbito da voz, a forma de cantar quase
falando nos remete ao repente característico do nordeste brasileiro. Ao analisar esse
posicionamento e seus investimentos nas canções selecionadas é perceptível a presença de
diversidades étnicas que formam a identidade nacional.

Palavras-chave: MPB para crianças; Identidade nacional; Discurso literomusical.

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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL NO POSICIONAMENTO POP
PARA CRIANÇAS EM “LIÇÃO DE BAIÃO”, DE ADRIANA PARTIMPIM
Lucas Rodrigues Memória Ávila
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

O presente trabalho elege como corpus a canção “Lição de Baião” (2004), do álbum “Adriana
Partimpim”, cujo título se trata de um heterônimo de Adriana Calcanhotto, quando concebe
álbuns direcionados ao público infantil. O referencial teórico é proveniente do projeto
INVOCANÇÕES, associado ao grupo de pesquisa DISCUTA (UFC), em que analisamos, a
partir de Maingueneau (1996a/b, 1997, 2000, 2001, 2004, 2005, 2006ª, 2006b, 2008,
2010a/b), Costa (2012), Mendes (2013) e Gonzalez (2013), a relação entre os investimentos
vocal e verbal na construção dos posicionamentos em canções para crianças. A canção
referida foi escolhida com o objetivo de mapear como a identidade nacional é vista no
posicionamento Pop para Crianças. Isto posto, procuramos evidenciar a relação do
plurilinguismo, da cenografia e do ethos com a construção de uma identidade nacional, que,
no posicionamento Pop para Crianças, parece apresentar-se como globalizada, em que a
referida canção é executada em língua francesa, colocando no mesmo eixo a tradição (o
Baião) e a modernidade. A canção mobiliza como cenografia uma lição, pressuposta já no
título, em que o professor prepara os alunos para aprender o ritmo brasileiro (Baião), além de
conter uma cenografia encaixada de diálogo, no qual se fala sobre o professor que está prestes
a chegar. O Ethos sugerido na canção é o de um “cidadão do mundo”, pela invocação ao
Plurilinguismo Externo, mas que também se liga indiretamente a um país pelo uso de um
regionalismo, o Baião. Quanto a formação camerística, percebemos a presença dos seguintes
instrumentos: violão, baixo, picapes, percussão, além de um triângulo ao final da canção.
Concluímos que, ao investir em um Plurilinguismo Externo, Adriana Partimpim combina
ritmos regionais com o Pop, característica que ela transpõe do Pop para Adultos.

Palavras-chave:Adriana Partimpim; Identidade Nacional; Pop para Crianças.

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A IDENTIDADE NACIONAL EM CANÇÕES DE MASSA PARA CRIANÇAS
Gabriel Moreira Peixoto
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

Este trabalho visa discutir a questão da identidade nacional construída no posicionamento


música de massa para crianças, por meio da articulação entre o plano da letra e o plano da voz
de canções das representantes Xuxa Meneghel (Xou da Xuxa 3,1988 ; Xou da Xuxa 5,1990),
Angélica (Angélica, 1989) e Mara Maravilha (Show Maravilha, 1992). A pesquisa faz parte
do projeto INVOCANÇÕES que discute o papel da voz cantada em canções para crianças, o
qual, por sua vez, está ligado ao grupo de pesquisa DISCUTA (UFC). Utilizamos, nesta
pesquisa, aportes teóricos como Maingueneau (1996a/b, 1997, 2000, 2001, 2004, 2005,
2006a, 2006b, 2008, 2010a/b); Costa (2001), Mendes (2013) e Gonzalez (2013). Nota-se, em
análise inicial, que as representantes, de uma forma geral, não se preocupam com as tensões
históricas, nem com uma fidelidade à realidade, o que é mostrado pelas mesmas, são
características estereotipadas de identidades nacionais.Tais estereótipos são confirmados por
meio de elementos verbais e vocais em canções como “Brincar de índio” (Xuxa, 1988), “ I
Love You Xuxu” (Xuxa, 1990), “Tic Tac” (Angélica, 1989)“Curumim Iê Iê” e “Zimbabwe”
(Mara Maravilha, 1992), que mostram como o posicionamento busca inserir as pessoas em
uma atmosfera lúdica e utópica, em que tudo é perfeito, não há dificuldades e todos podem
divertir-se mediante os convites realizados pelas cantoras por meio de expressões como
“Vamos lá” que tem o objetivo de aproximar a criança daquela realidade. Confirma-se então a
hipótese levantada por Gonzalez de que a música de massa tem como objetivo principal a
venda de produtos, portanto, sem apresentar grandes preocupações com a elaboração artística.
Por fim, percebemos que Canção de Massa, preocupa-se em utilizar de características ditas
“nacionais” com intenções mercadológicas, o que explica o seu recair em estereótipos.

Palavras - chave: Canções de Massa; Identidade Nacional; Investimento vocal.

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ANÁLISE DA RETEXTUALIZAÇÃO E DA RECONTEXTUALIZAÇÃO NA
CANÇÃO ‘’VITÓRIA DA CRUZ’’ (CRIANÇAS DIANTE DO TRONO, 2008)
Acsa de Sales Albuquerque de Sousa
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

Este trabalho surgiu a partir de discussões no projeto INVOCANÇÕES (UFC), que investiga
o papel da voz em canções para criança, e justifica a sua relevância por aplicar os processos
de recontextualização e de contextualização a canções do posicionamento gospel direcionadas
ao público infantil, o que ainda não foi alvo de pesquisa. Deste modo, o intuito da presente
pesquisa é, por meio de uma análise qualitativa e comparativa, observar de que forma os
elementos recontextualizadores se apresentam na canção “Vitória da Cruz” (Crianças Diante
do Trono, 2008) e se, de fato, ocorre o processo de retextualização. Para isso, baseamo-nos
em Mendes (2007) e lançamos mão dos conceitos de ethos e de cenografia, propostos por
Maingueneau (2001). A partir da análise comparativa entre a canção original, gravada em
2000 pelo grupo Diante do Trono, e a retextualizada, foi possível observar que os aspectos
recontextualizadores são voltados à produção e à circulação da canção na nova formação
discursiva, como o arranjo, os encartes do cd e a performance no clipe disponível na internet,
em que elementos da cultura infantil são apresentados. No tocante à retextualização, a
cenografia da canção não sofre alteração, de modo que é composta, em ambas as canções por
um diálogo e possui como cena encaixada a narração. Ademais, a cenografia, nas duas
versões da canção, apresenta referência à prática discursiva do “louvor”, em que o ethos
expressa a sua adoração a Deus por meio da música. Destarte, concluímos que a canção sofre,
apenas, o processo de recontextualização, mas não de retextualização, uma vez que a
cenografia e o sentido da canção original não são alterados.

Palavras - chave: Retextualização; Recontextualização; Canção.

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FEELING GOOD À FRANCESA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE ATUAÇÕES DE
UMA ÚNICA CANÇÃO
João Batista da Silva Junior
Orientadora: Tércia Montenegro Lemos

Fruir uma obra de arte é apreender uma figura, parafraseando o jargão do escritor boliviano
José María Vargas Vila apud O’shea (1962), é ainda conhecer um ego. Porém, seria possível
que dois ou mais artistas, individualmente, utilizassem uma mesma composição para
manifestarem comunicados e personas dessemelhantes? Este trabalho pretende comparar as
interpretações de Feeling Good, canção de autoria dos músicos ingleses Anthony Newley e
Leslie Bricusse para o musical The Roar of the Greasepaint – The Smell of the Crowd,
executada pelo inglês Cy Grant para a montagem original e a versão entoada por Nina
Simone, cantora estadunidense de grande prestígio internacional e importante ativista do
Movimento dos Direitos Civis contra o racismo, este por ela experienciado. Além disso, visa
depreender se há relações hierárquicas existentes entre os elementos constituintes dos
discursos, como ethos, cenografia e paratopia, enunciados por cada artista e a forma sobre a
qual colaboram entre si para sucesso dos objetivos enunciativos presentes em cada
apresentação. Através da Análise do Discurso de linha francesa e sobre o aporte teórico de
Pêcheux (1975) e Maingueneau (2001), contrasta-se o desenvolvimento de ethé distintos a
partir de cenários e caracteres paratópicos também diferentes que utilizaram mesmo arranjo
musical. Pode-se observar que tais elementos discursivos influem consideravelmente sobre os
demais ao tecerem formações discursivas divergentes; contudo, não demonstram hierarquia
entre si, antes interagem em consonância para êxito do intuito comunicativo de cada
intérprete. Assim, estabelece-se mais de uma leitura possível para o mesmo texto, ora
evidenciando o sujeito sublimado na montagem original de onde advém a canção, ora
reforçando a propriedade paratópica da artista Eunice Kathleen Waymon, conhecida pela
alcunha de Nina Simone.

Palavras-chave: Análise do Discurso; Formação discursiva; Música.

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PLURILINGUISMO EXTERNO EM CANÇÕES PARA CRIANÇAS
Mateus da Silva Páscoa
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

A presente pesquisa pretende, com base na Análise do Discurso, analisar o conceito de


plurilinguismo externo proposto por Maingueneau (1995) nas canções “Oi, hello!” e “Dez”
que fazem parte do álbum Pequeno Cidadão II (2012). Este trabalho integra o projeto
INVOCANÇÕES, que se liga ao grupo Discuta (UFC). Analisamos os planos da letra e da
voz das canções a fim de identificar o investimento em palavras estrangeiras. Das primeiras
análises, percebemos que o uso de palavras em línguas diferentes do Português estabelecem
união de ideias que permitem uma maior dinamicidade (no plano da letra, em trechos
específicos) visto que, por pertencer ao posicionamento pop direcionado para o público
infantil, o quesito da dinamicidade verbal (uso de palavras estrangeiras dentro de
determinadas partes da letra da canção que contrastam com o texto em português) é altamente
recorrente no corpus analisado.. Quando nos deslocamos para o plano vocal, os efeitos que as
vozes dos intérpretes de cada canção assumem (oriundos dos mecanismos articuladores que
fazem com que a entonação do canto seja emitida de formas específicas dentro da
interpretação da letra) encaixam-se aos investimentos estrangeiros contidos nela. Além disso,
consideramos brevemente os conceitos musicais de ritmo e harmonia (como a harmonia
dispõe-se dentro de um espaço de tempo obedecendo a um andamento e como as notas
musicais são dispostas durante o espaço da composição, respectivamente) expressos em Med
(1996) para abordar o estilo pop e para reforçar os apontamentos de Costa (2001) sobre a
formação do esquema básico da instrumentação desse estilo, além da articulação entre os
planos vocal e verbal.

Palavras-chave: Plurilinguismo Externo; Pop; Canções para crianças.

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RELACIONAMENTO AMOROSO EM POSICIONAMENTOS DE CANÇÕES PARA
CRIANÇAS
José Wesley Vieira Matos
Ana Joyce Mesquita Félix
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

Esta pesquisa procura comparar a construção do relacionamento amoroso nos


posicionamentos MPB, Canção de massa, Gospel e Pop-rock para crianças, respectivamente
nas canções “Rato” (Palavra Cantada, 1998), “Lobo mau” (Mara Maravilha, 1991), “Cristão
de verdade” (Crianças diante do trono, 2005) e “O sol e a Lua” (Pequeno cidadão, 2009). Para
isso, tomamos por base referenciais teóricos discutidos no projeto INVOCANÇÕES, ligado
ao grupo Discuta (UFC), tais como Maingueneau (1996a/b, 1997, 2000, 2001, 2004, 2005,
2006a, 2006b, 2008, 2010a/b); Costa (2001), Mendes (2013) e Gonzalez (2013). Objetivamos
mostrar, no plano da letra e no plano da voz, qual o tratamento dado a tal aspecto nos distintos
posicionamentos para crianças. A análise das canções selecionadas nos indica que os
posicionamentos investem em apresentações diferentes do relacionamento amoroso, tendo em
vista as relações interdiscursivas, o público visado e os sistemas de restrições de cada
posicionamento. De forma geral, temos um panorama no qual os posicionamentos MPB para
crianças e Pop-rock para crianças investem, cada um a seu modo, em desconstruções do amor
idealizado, o posicionamento Canção de massa para crianças atrela os sentimentos amorosos
às atitudes corporais, enquanto que o Gospel para crianças mantém uma relação receosa ao
abordar a temática prezando por relacioná-la a uma conduta religiosa regrada. As discussões
em torno da temática erotismo no universo infantil reavivam debates de cunho moralistas e
culturais. Analisar os diferentes investimentos que cada posicionamento realiza nas canções
selecionadas faz-nos perceber a relevância do interdiscurso para compreensão dos efeitos de
sentido almejados; somente uma análise do discurso que considere as disputas de construção e
manutenção identitárias no campo literomusical explicita a imbricação do dito “discurso
infantil” e sua produção por adultos, bem como as concepções de criança geradas mediante
um tema complexo.

Palavras-chave: Canções infantis; Posicionamentos; Relacionamento amoroso.

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A CONSTRUÇÃO DA VERDADE EM UM CONTO DE VIRGINIA WOOLF
Társis Lima Gomes da Silva
Orientadora: Carolina Lindenberg Lemos

O presente estudo faz parte de uma pesquisa mais larga, na qual se pretende analisar um
pequeno conjunto de contos, visando levantar elementos para a caracterização do estilo
autoral de Virginia Woolf (DISCINI, 2005). Pensamos que a constância do estilo é
determinada pela repetição de temas presente no corpus e as alterações que ocorrem entre os
textos são pautadas na tendência experimental da escrita da autora. Utilizaremos o método da
semiótica discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 2008; BARROS, 2001; BERTRAND, 2003;
FIORIN, 2008; FONTANILLE, 2012), que propõe a investigação dos textos através de um
percurso gerativo do sentido de três níveis: o fundamental, o narrativo e o discursivo. O
método organiza a geração do sentido do nível mais profundo e abstrato ao nível mais
superficial e concreto. A primeira parte da pesquisa, na qual consiste esse estudo, tem como
objetivo a investigação das problemáticas discursivas que compõem o conto “The Lady in the
Looking-Glass: A Reflection”. Visto que “o discurso é esse lugar frágil em que se inscrevem e
se leem a verdade e a falsidade, a mentira e o segredo”, (GREIMAS, 2012, p. 115),
pretendemos investigar como as estratégias manipulativas no texto tecem a imagem da
protagonista (a dama no espelho), uma vez que o conto gira em torno da construção dessa
figura. Percebemos que a percepção fragmentada e hipersensível, transmitida pelo observador
no conto, auxilia na inscrição das categorias semióticas do ser e do parecer em dois espaços
distintos dentro do texto, moldando assim uma verdade sobre o sujeito em questão.

Palavras-chave: Discurso; Verdade; Virginia Woolf.

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A EXPRESSIVIDADE FÔNICA EM CANÇÕES DE O TEATRO MÁGICO
Caio Rennery de Oliveira Silva
Loyana Jacinto Rodrigues

Os sons são potencialmente expressivos de acordo com o manejo de suas qualidades. Diante
disso, cria-se também a possibilidade e a necessidade de análises sobre suas articulações e
influências dentro da língua e, consequentemente, dos discursos. Discutimos, neste trabalho, a
construção da expressividade dos sons nas canções Pena e Quando A Fé Ruge, lançadas
respectivamente nos álbuns Segundo Ato (2008) e Grão do Corpo (2014), do grupo de MPB
O Teatro Mágico. A partir da análise, observamos como a recorrência de fonemas vocálicos,
segundo Monteiro (1991), pode intensificar sensações visuais, auditivas e perceptuais, como
discutiremos neste trabalho. Ainda leva-se em consideração se a vogal é aberta ou fechada,
pois nestes dois casos, a expressividade pode ser diferenciada. Os fonemas consonantais,
ainda segundo o autor, intensificam relações auditivas, cinéticas, tácteis etc. As figuras de
linguagem e fônicas também podem construir valores expressivos, de modo a influenciar na
construção e/ou reforço dos sentidos dos textos. Baseamos nossa pesquisa principalmente em
Monteiro (1991) e Martins (2008) com suas contribuições para o campo da Fonoestilística,
analisando de maneira minuciosa as canções presentes nos álbuns e delimitando nossa
pesquisa às duas supracitadas. Observamos, ao fim do nosso estudo, que as canções oferecem
impressões acústicas evocadas pela organização de fonemas e figuras de linguagem em suas
letras, o que confirma o potencial expressivo que buscamos previamente investigar e a
importância dos trabalhos sobre os recursos Fonoestilísticos como comportamentos
linguísticos, já que esta é uma área promissora e que abre possibilidades para diversas
pesquisas pertinentes na área da Linguística e para além desta.

Palavras-chave: Fonoestilística; Potencial Expressivo; O Teatro Mágico.

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A RELAÇÃO ENTRE LITERATURA E CINEMA OCORRIDA NA
RETEXTUALIZAÇÃO DA CENA DO BAILE DE CARRIE
Lucas Matheus Vasconcelos Santos
Rubens Pereira Cruz

São vários os fatores e aspectos que constroem a estreita relação entre Literatura e Cinema.
Neste trabalho, discutimos a possibilidade da Retextualização como um desses fatores e para
isso analisamos e descrevemos este processo ocorrido na história de Carrie, a estranha, sendo
que a pesquisa está voltada à adaptação do livro de Stephen King para o filme lançado em
2013, dirigido por Kimberly Peirce. Sabemos que a Retextualização acontece durante toda a
história, entretanto, decidimos reduzir a pesquisa e falamos apenas de um dos Pontos de
Virada ocorrido na trama. O conceito de Ponto de Virada foi proposto por Syd Field, grande
teórico nos estudos da roteirização. Salientamos que não nos aprofundamos neste teórico e
utilizamos apenas suas formulações sobre o conceito citado anteriormente. Esta pesquisa foi
baseada, principalmente, em Marcuschi (2001) e Sant’Anna (1985) com suas contribuições
para os estudos sobre Retextualização e foi percebido, ao fim da pesquisa, que tal processo
constrói de fato uma ponte entre Literatura e Cinema e que não existe uma hierarquia entre
estes dois ramos artísticos. Cada um tem sua maneira de contar uma mesma história e o
processo de Retextualização tem o poder de aproximar dois textos, mesmo que estes sejam
constituídos por códigos diferentes.

Palavras-chave: Retextualização; Ponto de virada; Literatura e cinema.

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COLAGEM: O PROCESSO DE RETEXTUALIZAÇÃO EM OBRAS DE BARRY
KITE
Thais Cândido Vieira
Ana Letícia Sena Gonçalves
Orientadora:Tércia Montenegro Lemos

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de retextualização de duas colagem
realizadas pelo artista norte-americano Barry Kite, que se utiliza de obras de artistas
renomados, como Vincent van Gogh, Leonardo Da Vinci e Edgar Degas, para a composição
da obra final. Nosso trabalho busca investigar a composição do texto visual e as mudanças
realizadas por meio do processo de retextualização enquanto movimento de transformação e
modificação entre textos. Assim, valemo-nos dos estudos realizados por Marcuschi (2010) e
Sant’anna (2003) para embasamento teórico acerca dessa temática. Por meio do estudo de
técnicas que compõem esse processo, como apropriação, paródia, paráfrase e estilização,
constatou-se, pois, desvios e deslocamentos nos resultados analisados que subentendem a
construção de uma obra parodística, muito embora se utilize de outros elementos, como a
paráfrase e a estilização. O corpus da pesquisa revela, portanto, uma crítica aos preceitos da
arte clássica, confrontando-os com elementos que compõem a contemporaneidade e
estruturando a construção de novos significados. Por meio da análise, tornou-se perceptível,
pois, a relação existente entre os movimentos textuais paráfrase, estilização, apropriação e
paródia, que possibilitaram a releitura de obras clássicas e a construção de novos significados
por meio de uma apropriação com desvios parodísticos nas colagens. Assim, a técnica da
colagem, ancorada em movimentos textuais, permite a constituição de novas significações
que, em muitos casos, tem a finalidade de realização de uma crítica em âmbitos diversos.
Desse modo, a colagem é um artifício bastante utilizado atualmente por inúmeros artistas. Em
nossa pesquisa, selecionamos colagens realizadas por Barry Kite e observamos que sua arte,
de cunho parodístico, mescla elementos contemporâneos e clássicos trazendo a perspectiva do
humor e da crítica sobre arte.

Palavras - chave: Retextualização; Texto visual; Colagem.

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A RETEXTUALIZAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DO GÊNERO "MEME": A
APROPRIAÇÃO ENQUANTO MECANISMO DE GERAÇÃO DE SENTIDO
Saniela Lima de Oliveira
Orientadora: Ana Cátia Silva de Lemos Colares

O debate acerca da organização retórica dos gêneros da esfera digital tem ganhado, cada vez
mais, espaço no ambiente acadêmico, sobretudo atualmente com os avanços das pesquisas
sobre o assunto na área da Linguística Textual. Diante disso, nosso trabalho objetiva
investigar processos de retextualização no gênero meme, pois acreditamos que esses
processos, aplicados nesse gênero, colaboram com a composição retórica e propósitos
comunicativos do gênero, amplamente divulgado nas redes sociais. Compreendemos o
processo de retextualização como uma operação que interfere tanto na forma linguística
quanto no sentido, o que nos levou a acreditar que esse processo pode alterar a composição
retórica dos memes investigados. A fim de embasar nosso posicionamento nos apoiamos em
Marcuschi (2010) para o tratamento do fenômeno da retextualização; no tocante à
composicionalidade retórica dos gêneros, seguimos o modelo de Swales (1990) e também
consideramos os apontamentos de Heimais e Biasi-Rodrigues (2005); já no que concerne ao
tratamento dos gêneros da esfera digital, objeto de nossa análise, seguimos as considerações
de Araújo (2016) e Lisboa (2015), esta tratando mais especificamente do gênero analisado
nesta pesquisa. Nossa análise avaliou 10 exemplares do gênero meme retirados da página do
Facebook denominada “escreve aí”. Os dados encontrados nos levaram a defender que a
composição retórica do gênero desenvolvido na comunidade pesquisada pode depender
essencialmente do desenvolvimento de um processo de retextualização.

Palavras - chave: Retextualização; Gêneros; Memes.

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30
A UTILIZAÇÃO DE METÁBOLES PARA A CONSTRUÇÃO DO EFEITO DE
COMICIDADE NOS TEXTOS DA PÁGINA, SITE DOS MENES
Vinícius Façanha Câmara
Artur Silva Barbosa

Este trabalho pretende analisar como a utilização de metáboles contribui para a construção do
efeito de comicidade em textos verbo-visuais da página do Facebook, Site dos menes. Os
memes publicados nessa página sempre são construídos relacionando uma parte imagética,
podendo ou não conter informações verbais, e uma parte verbal exterior à imagem. É notável
que comumente esses textos utilizam construções metabólicas para se chegar ao efeito cômico
desejado. Tendo em vestida que este não é um fenômeno que se restringe apenas aos memes
dessa página, mas que é comum a diversos outros, pretendemos, com este trabalho, contribuir
para os estudos na área, para isso faremos uma análise qualitativa de um corpus composto por
memes que contenham metáboles. Para embasar nossa análise estilística, utilizaremos como
guia a descrição das metáboles feitas por Monteiro (2009) que as divide em quatro tipos;
metaplasmos, metataxes, metassememas e metalogismos. Para caracterizar o cômico atingido
pelos memes, a teoria da comicidade que adotaremos será a de Bergson (2007), a qual se
baseia numa rigidez mecânica, fixidez, no lugar de uma maleabilidade atenta, que é o que
caracteriza a vida e os seus aspectos, assim a comicidade denunciaria essa mecanicidade. Essa
proposta é bastante útil ao nosso trabalho, assim relacionaremos as metáboles, utilizadas no
título ou legendas dos menes, com essa mecanicidade. Com isso, as metáboles do plano da
expressão (metaplasmos e metataxes) serão associadas com a comicidade gerada por um
“desvio” intencional da linguagem, como erros de escrita com o fim de causar um trocadilho,
e as do plano do conteúdo (metassememas e metalogismos) com a comicidade ocasionada por
uma relação que a linguagem exprime, associando conhecimentos já “engessados” de
determinada sociedade.

Palavras - chave: Meme; Metáboles; Comicidade.

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JORNALISMO, “FAKE NEWS” E CONSERVADORISMO: UMA ANÁLISE
DISCURSIVA DA REPORTAGEM JORNALÍSTICA
Franklin Arruda de Lima
Orientadora: Cláudia Rejanne Pinheiro Grangeiro

Sob a ótica da Análise do Discurso francesa a partir de pensadores como Michel Foucault
(2013), Michel Pêcheux (2015), Eni P. Orlandi (2010), dentre outros autores, o presente
trabalho vem fazer uma análise do corpus da notícia centrada na “Fake News” sobre sua
constituição discursiva em contrapartida as construções discursivas do jornalismo e da
religiosidade como de seus representantes. Como corpus discursivo utilizaremos uma
reportagem publicada, no dia 02 de março de 2018 às 11h06, na página do jornal virtual
CARTA CAPITAL, na nova coluna do dito jornal “Diálogos da fé” uma reportagem nos
chama a atenção: Mentir é pecado: os cristãos e a propagação da Fake News. Pensando a
interdiscursividade, os silenciamentos, os deslizes de sentido dentro do corpus utilizaremos
conceitos da AD francesa e iremos analisar esse(a) acontecimento/estrutura (Pêcheux, 1983),
com contribuições também de autores como J. Davallon (2010). Pois dentro dessa rede dos
implícitos e não implícitos está contido e acontecendo um jogo de forças entre a mídia,
grupos sociais sejam religiosos ou não e o contexto político econômico atual, visto que o
sujeito se constitui nessa teia afetado pelo simbólico (Orlandi 2010). Ou seja, a “Fake News”,
inserida no contexto contemporâneo da chamada “Pós-verdade” tem efeito na memória do
social e do individual, partindo de lugares de falas por sujeitos atravessados de
saberes/poderes e é propagada por grupos sociais, pois são acontecimentos jornalísticos,
políticos - aparentemente transparentes (Pêcheux, 1983) -, que arrematam acontecimentos e
conteúdos sociais, que remonta e amarra novos nós dentro dessa rede discursiva.

Palavras - chave: Análise do Discurso Francesa; Fake news; Memória.

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3.2 LITERATURA

A CONSTRUÇÃO DO SUSPENSE NO CONTO “VENHA VER O PÔR DO SOL”, DE


LYGIA FAGUNDES TELLES
João Vitor Temóteo Viana
Lorena Macena Andrade
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

Ao se deparar com o cenário marcado pela escassez de trabalhos que investiguem o suspense
– situação que se agrava em relação aos escritos literários –, o presente trabalho tem por
objetivo analisar como se dá a construção do suspense, tendo como objeto de estudo o conto
“Venha ver o pôr do sol”, de Lygia Fagundes Telles, publicado inicialmente na coletânea de
contos Antes do baile verde (1986), elencando os principais recursos utilizados pela autora no
seu processo narrativo. No que diz respeito à metodologia, esta é uma pesquisa descritiva, de
caráter bibliográfico e com abordagem qualitativa, cujo método analítico-descritivo tem como
base a proposta elaborada por Antonio Candido. Dentre os principais aspectos analisados,
encontravam-se: a ambientação do cenário narrativo; e as falas e atitudes das personagens.
Além do teórico já mencionado, foram utilizados os conceitos relacionados à teoria do conto,
especialmente os discutidos pela Nádia Battella Gotlib (2006); a formação do suspense,
detalhado por Raquel Silva (2011); e as propostas de cenografia, de topografia e de etos,
abordadas por Maingueneau (1997). Dessa forma, pode-se observar que a construção do
suspense no referido texto aconteceu principalmente devido à extensão do conto, bem como a
forma detalhada como Telles apresenta cada um dos elementos composicionais do ambiente.
Além disso, a fala das personagens, associadas às suas ações, corroboram para o
fortalecimento e manutenção da tensão até o final da leitura. Desta forma, pode-se concluir
que só ao adentrarmos as camadas narrativas é que poderemos realizar uma análise e
compreensão mais concreta de tais processos.

Palavras - chave: Crítica literária; Suspense; Conto.

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A OBSERVAÇÃO DO ENSINO DE LITERATURA SEGUNDO A TAXONOMIA DE
BLOOM
Davi e Silva Bessa
Orientador: Márcio Fonseca Pereira

Segundo Antonio Candido (1988), o direto à literatura, tal como à arte, ao lazer, crença e à
opinião são bens incompressíveis. Entretanto, na educação pública brasileira, o conhecimento
sobre Literatura tem se limitado ao conhecimento histórico das escolas literárias. O presente
estudo trata da observação qualitativa com contornos etnográficos, sob a ótica da taxonomia
de Bloom, de aulas de Literatura na EEEP Mário Alencar, que tem buscado fazer o caminho
oposto. Tais observações foram feitas durante o Estágio em Ensino de Literatura Portuguesa I
da Universidade Federal do Ceará, sob a orientação do Prof. Dr. Márcio Fonseca Pereira no
segundo semestre de 2018. Para fazer as balizas desta observação, foram selecionadas a
classificação segundo à taxonomia de Bloom, de acordo com Ferraz e Belhot (2010) há dois
grandes benefícios em utilizar a taxonomia no contexto educacional, que são “oferecer a base
para o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e utilização de estratégias diferenciadas
para facilitar, avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisição
de conhecimento; e Estimular os educadores a auxiliarem seus discentes, de forma estruturada
e consciente, a adquirirem competências específicas a partir da percepção da necessidade de
dominar habilidades mais simples (fatos) para, posteriormente, dominar as mais complexas
(conceitos)”. O tema de Ensino de Literatura é bastante importante, estudo esse que se iniciou
na Antiguidade grega e se estende até os dias atuais. Assim, objetiva-se documentar a
observação, por meio de uma ficha, e traçar um pensamento crítico a respeito das atividades
observadas durante o estágio, segundo a taxonomia de Bloom. Espera-se que o estudo sobre o
ensino de Literatura seja ampliado.

Palavras - chave: Literatura; Taxonomia; Observação.

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A PROBLEMÁTICA DA OPRESSÃO NO CONTO “OS HOMENS QUE
DESCOBRIRAM CADEIRAS PROIBIDAS”, DE IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
José Mailson de Sousa e Silva
Orientador: Atílio Bergamini Júnior

Fazer análise de obras literárias é sempre um desafio, especialmente quando o autor se propõe
a mascarar dentro do seu texto (por pressões exteriores ou outras) discussões mais profundas.
Foi pensando nisso que selecionei o conto “Os homens que descobriram cadeiras proibidas”,
de Ignácio de Loyola Brandão, publicado em 1970. O objetivo desta análise foi perceber
dentro do conto questões relacionadas ao período histórico em que este foi escrito – Ditadura
Civil-Militar - bem como os indícios do prejuízo de referido sistema para a sociedade.
Metodologicamente falando, foi utilizado os critérios propostos por Antonio Candido para a
análise literária afim de adentrar as camadas mais profundas da obra e, a partir delas, extrair o
que se propunha. Dentre os principais resultados, pode-se observar o quão importante é a
utilização desse tipo de narrativa para a problematização dessas questões, especialmente
quando os mesmos são produzidos dentro do próprio sistema. Desde interpretações mais
superficiais, oriundas de uma leitura mais rápida, até o que se percebe a partir de releituras e
análises mais aprofundadas, uma coisa não podemos deixar de mencionar: os agentes que
controlam esses sistemas precisam ser conhecidos e questionados. Essa reflexão, a partir da
leitura do conceito de “aviso de incêndio” pensado por Walter Benjamin, na década de 1940
nos mostra que a literatura pode servir como baliza para as questões sociais atuais e que não
podemos ignorá-la. Assim sendo, pode-se chegar a ideia de que com tanta opressão só vem a
prejudicar tanto as relações interpessoais quanto individuais dos sujeitos.

Palavras - chave: Ditadura; Ficção Científica; Conto.

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A REPRESENTAÇÃO DA TESTEMUNHA EM PRIMO LEVI E NO FILME SHOAH,
DE CLAUDE LANZMANN
Artur Viana do Nascimento Neto

Os primeiros anos pós Segunda Guerra Mundial configuraram um período de longo silêncio
acerca das truculências de um dos maiores genocídios da história da humanidade. O silêncio
que envolvia o tema fortalecia ainda mais o estigma do trauma de se ter vivido uma
experiência terrível e inigualável. Atualmente, diante de abundantes produções artísticas e
científicas sobre o extermínio dos milhares de vítimas do nazismo, questionamo-nos, ainda, se
pode existir alguma palavra que compreenda o horror de tal catástrofe. Neste viés, o presente
trabalho pretende refletir sobre a questão do relato de experiências traumáticas, acentuando,
sobretudo, a dificuldade (ou impossibilidade) que há, por parte dos seus experimentadores, de
se falar sobre elas, e, a partir disso, esboçar a imagem da testemunha, com base na análise dos
corpora. Nosso estudo se desenvolve levando em conta o testemunho de sobreviventes da
Segunda Guerra Mundial, a partir de duas fontes: os livros memoriais de Primo Levi (É isto
um homem? (1947), Os afogados e os sobreviventes (1986), A trégua (1963)) e o
documentário Shoah (1985), de Claude Lanzmann. Com uma análise em paralelo dessas duas
produções artísticas, chegamos que a dificuldade/impossibilidade de se falar do inenarrável já
se configura como relato, testemunho e voz da própria experiência. A arte é apresentada aqui
como caminho indispensável (para não dizer único) que, somente pelo qual, é possível “falar
sobre”. Para fundamentar nossa pesquisa, trabalhamos com as contribuições de Agamben
(2008), no que diz respeito à figura da testemunha; de Adorno (2009), a partir dos seus
questionamentos sobre a representatividade do horror nas artes, e, por fim, as contribuições de
Koch (1989) e Faingold (2009) acerca do documentário Shoah.

Palavras - chave: Testemunha; Primo Levi; Shoah.

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ADIANDO MISÉRIAS: MACHADO DE ASSIS E A ESSÊNCIA FICCIONAL DE
QUINCAS BORBA,O ESPELHO E O ALIENISTA
Luciana Alves da Silva
Orientador: Marcelo Almeida Peloggio

A pesquisa desenvolvida no projeto PIBIC aqui apresentado consistia em uma análise


comparativa das obras Quincas Borba, O Alienista e O Espelho, a fim de identificar os
elementos narrativos utilizados por Machado de Assis para retardar o desfecho trágico dos
protagonistas. De fato, a fortuna crítica machadiana confirma o procedimento do escritor
carioca em construir suas narrativas de modo gradual, tendo o narrador um papel fundamental
nessa elaboração. "Essa arte das gradações quase imperceptíveis, do lento preparar de
situações que vão se armar mais tarde, é a grande arte de Machado como romancista."
(Pereira, 1988). As digressões desse narrador sarcástico, implacável e indiferente, além de
suas manipulações com o enredo, contribuem para a delimitação da realidade desses
personagens no tocante ao fechamento das referidas obras, assim como seu característico
pessimismo e atitude irônica como posturas literárias que interferem diretamente na
composição dos protagonistas e em suas relações com os demais personagens. Apontaremos
também a importância do papel social como fator de prestígio na sociedade e os mecanismos
empregados por Machado de Assis para o despojamento dos elementos que conferem status
aos protagonistas das referidas obras. Por fim, os personagens das três obras aqui
consideradas mostram-se destituídos daqueles componentes que antes lhe atribuíam alguma
notoriedade, sendo reduzidos à banalidade de suas essências. Assim, Rubião, Simão
Bacamarte e Jacobina são como "corpos dóceis" facilmente moldados pelo olhar alheio,
submissos a elementos externos de valor relativo, que regulam suas ações, sem os quais não
passam de figuras débeis e medíocres. Esses melancólicos desfechos foram preparados
progressivamente pelo narrador ao longo dessas tramas.

Palavras-chave: Literatura; Machado de Assis; Narrador.

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AS IMPLICAÇÕES DO ENEM NA (DES)CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO DA
LITERATURA NA SOCIEDADE
Igna Freitas de Oliveira
Ana Vitória Feitosa Horácio
Maria Vitória Alves da Silva

Não há, hoje, como pensar no ensino e no espaço da Literatura na sociedade brasileira sem
levar em consideração a pluralidade sociocultural existente nos espaços públicos,
principalmente nas escolas. Nesse contexto, este trabalho tem como principal objetivo refletir
sobre dados alarmantes acerca do ensino de Literatura, especificamente para o Ensino Médio,
fornecidos pelo estudo de Gabriela Luft (2016), que explicita os impactos do Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM) analisando as questões de Literatura no Exame. A autora aponta
que estamos traçando um caminho para o apagamento das aulas de Literatura nas grades
curriculares da Educação Básica, hipótese reforçada a partir de vivências nas disciplinas de
Estágio Supervisionado do curso de Letras na Universidade Federal do Ceará. Para contribuir
com o embasamento desta proposta de pesquisa, trazemos autoras como Bordini (2016),
Colomer (2007) e Zilberman (2008), que discutem concepções de leitura, leitura literária e o
papel da Literatura na escola, além dos documentos oficiais dos órgãos concernentes à
educação no Brasil, como a Matriz de Referência do ENEM (2012) e as Orientações
Curriculares para o Ensino Médio (2006), norteadores importantes para a teoria e para as
práticas executadas no país, mas que apresentam incoerências quando comparados. Desta
maneira, esta pesquisa constitui-se como bibliográfica e exploratória, pois parte da leitura de
textos teóricos e documentos públicos para a explicitação de um problema e para a elaboração
de hipóteses. Assim, concluímos que o ENEM, ainda que instrumento válido de
democratização do acesso ao Ensino Superior, deve ser analisado e questionado, uma vez que
apresenta práticas que colocam a Literatura apenas em segundo plano, sem autonomia, a
partir de questões que utilizam o texto literário como pretexto para a resolução de enunciados
objetivos. Espera-se ainda que este trabalho possa colaborar com as discussões acerca das
reformulações curriculares, tanto a níveis universitários quanto escolares.

Palavras-chave: Ensino de literatura; Exame Nacional do Ensino Médio; Leitura literária.

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AS METAMORFOSES DO MAL EM OS VERDES ABUTRES DA COLINA,
ROMANCE DE JOSÉ ALCIDES PINTO
Ana Tamires da Silva Oliveira
Orientadora: Ana Márcia Alves Siqueira

Os Verdes Abutres da Colina (1974) é um dos livros mais significativos da obra do escritor
cearense José Alcides Pinto. Trata-se de um romance que coaduna diversas temáticas:
maldição, morte, pecado, demoníaco e etc; assuntos desenvolvidos ao longo de toda a
produção literária do autor. Mas o negativismo expresso nas temáticas não aparece de forma
isolada, os seus opostos também se fazem presentes na obra, formando pares: morte/vida,
maldição/bênção, pecado/graça, bem/mal. É interessante notar que os elementos negativos
dos textos se tornam expressivos, de tal maneira, que ganham destaque dentro do romance.
Essas temáticas, muitas vezes trabalhadas de forma independente umas das outras, podem ser
estudadas conjuntamente, como partes constituintes de um complexo maior. Nesse trabalho,
compreendemos que tal complexo de temáticas negativas, presentes no texto, constitui o
“Mal”, princípio de origem sobrenatural que se alastra de forma múltipla e nociva em todo o
espaço narrativo. O princípio maligno é retratado sob diversas formas e aspectos trazendo ao
texto alcidiano as características das narrativas fantásticas, instalando assim, na pequena
aldeia de Alto dos Angicos (espaço onde se passa o romance) uma atmosfera insólita,
desencadeadora de acontecimentos prodigiosos. Partindo disso, este trabalho tem por objetivo
apresentar uma análise das representações do mal na narrativa estudada e explicar como a sua
presença múltipla, se torna o eixo que dá movimento ao romance, ligando todos os fatos
narrados. A pesquisa desenvolvida neste trabalho tem como suporte, para tanto, os estudos de
Bataille (2000), Furtado (1980), Le Goff (1980), Muchembled (2001), Ricoeur (2013), Roas
(2014), Todorov (2012), dentre outros. A análise de Os Verdes Abutres da Colina, nos leva a
constatar que o dualismo bem/mal é o elemento desencadeador das tramas narradas, onde os
personagens são reféns do princípio maligno que se torna múltiplo para potencializar as
desgraças das personagens.

Palavras - chave: Mal; Os verdes Abutres da Colina; José Alcides Pinto.

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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: A “OFICINA IRRITADA" DO VERSO
DECASSÍLABO
Rilane Maria Teles de Souza

Analisa o poema “Oficina irritada”, de Carlos Drummond de Andrade, publicado na obra


Claro Enigma, em 1951. O livro é considerado pela crítica como sendo o mais rigoroso do
poeta (Cf. CAMILO, 1999) e “Oficina irritada” é um poema que caracteriza bem esse rigor.
Trata-se de um soneto composto em versos decassílabos, no qual o autor buscou acentos
pouco comuns para os seus versos. Alguns críticos caracterizam “Oficina irritada” como
sendo um poema de versos de ritmo desnorteado (CAMILO, 1999) ou ainda de versificação
irregular (ACHAR, 2000) pelo fato do poeta utilizar um verso decassílabo de acentuação
pouco comum na composição do soneto. Esse julgamento parte de um princípio que
desconsidera toda a tradição do verso decassílabo na língua portuguesa, que foi usado com
diferentes acentos, para valorizar apenas os acentos na 6ª e 10ª (heroico) e 4ª, 8ª e 10ª (sáfico).
Considerar como correto apenas os acentos mencionados é desconsiderar toda a trajetória
desse verso que melhor se adaptou à língua portuguesa e partir de um princípio prescritivo,
próprio dos tratados de versificação do século XIX, que identificavam os versos corretos e os
“errados”, como fez Antônio Feliciano de Castilho em seu Tratado de metrificação portuguesa
, em 1851. Dessa forma, tem-se por objetivo analisar de que forma a versificação usada por
Carlos Drummond de Andrade em “Oficina irritada” provoca efeitos de sentido no poema,
com quais tradições o poeta dialogou e de que maneira o modernismo brasileiro contribuiu
para o resgate dos antigos paradigmas de composição do verso decassílabo.

Palavras-chave: Poesia brasileira; Carlos Drummond de Andrade; Versificação.

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DE REPENTE, FIM: A MORTE REPRESENTADA NA LITERATURA INFANTIL
Ramon Falcão Soares
Andressa Maria Silveira de Araújo
Orientadora: Fernanda Maria Abreu Coutinho

A morte ronda os mitos humanos desde períodos em que o conceito de infância ainda não era
concebido da maneira como o conhecemos na atualidade, de forma separada da vida adulta e
rodeada de proteção contra a verdade inegável de fatos da vida real. Por sua vez, há a crença
de que textos literários para crianças, em sua maioria, preferem temas dóceis e seguros, que
não suscitem questionamentos ou incertezas. Entretanto, a literatura infantil, geralmente
percebida como um campo homogêneo, revela mais do que o senso comum é capaz de
perceber. Temas recorrentes no imaginário de adultos também ganham espaço nos livros
infantis, envoltos por particularidades e características próprias para esse público. Dessa
forma, o presente trabalho objetiva analisar como a morte é representada nos textos literários
direcionados às crianças, desmistificando, assim, a expectativa de inocência cega impressa
sobre esses textos e sobre a própria noção de infância. O suporte teórico adotado baseia-se nas
contribuições de Peter Hunt, em seu Crítica, teoria e literatura infantil (2010), por este fazer
um apanhado geral dos estudos literários que se voltam à literatura infantil, além de refletir
criticamente sobre as particularidades teóricas desse tipo de produção literária. No que tange
ao entendimento da infância e do tema da morte nessa modalidade textual, os estudos de
Philippe Ariès, Fernanda Coutinho e Thaís de Carvalho também integram a metodologia.
Assim, este trabalho visa se posicionar para entender a morte como uma consequência do
mero viver e defender a ideia de que aproximar as crianças de temas equivocadamente
considerados tabus, como a finitude, se dá tal e qual numa relação de extrema honestidade ao
prepará-las para a vida fora do imaginário dos livros.

Palavras - chave: Literatura infantil; Tabus; Morte.

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EMILY DICKINSON E A VOZ POÉTICA FEMININA NO SÉCULO XIX
Alane Melo da Silva
Orientador: Walter Carlos Costa

Emily Dickinson (1830-1886) foi uma das maiores poetas do século XIX e uma das vozes
poéticas de língua inglesa mais representativas de todos os tempos. Na escrita poética, as
mulheres poetas no século XIX não recebiam muito destaque, escritoras precisavam adotar
pseudônimos masculinos para ter uma maior aceitação com o público e a crítica especializada,
como aconteceu, por exemplo, com Mary Ann Evans, escritora que usou o pseudônimo
masculino de George Eliot para conseguir publicar suas obras. Emily Dickinson, foi também
uma autora pioneira, principalmente quando falamos sobre escrita poética, pois não havia
uma tradição de poetas mulheres, sendo a mais conhecida contemporânea de Dickinson a
poeta romântica Inglesa Elizabeth Browning. Nesse contexto histórico, ser escritora era um
ato subversivo, a criatividade feminina era vista com estranheza, principalmente quando
estava relacionada a poesia como é o caso de Dickinson, já que a escrita poética era
considerada pela crítica literária como um tipo de escrita artística ainda mais elevada do que a
escrita em prosa, dessa forma segundo a crítica dominada por pensamento masculino, não
seria considerada uma produção relevante se fosse escrita por uma mulher. Além disso, por
sua escrita ser diferente das produções vigentes no século XIX no que diz respeito à métrica,
ao ritmo e à rima, e por abordar temas como a morte, a vida, a criação e a eternidade,
considerados impróprios para os padrões de escrita feminina da época, não foi considerada de
qualidade pelos críticos do período. É objetivo desta pesquisa investigar como a mulher poeta
era vista pelos padrões literários do século XIX. É objetivo desta pesquisa investigar como a
mulher poeta era vista pelos padrões literários do século XIX. Como base teórica
recorreremos a Staiger (1997), Elliot (1989), Bloom (2004), Higginson e Todd (1891),
Pignatari (2005), Moisés(2012), Johnson & Ward (1958) e Britto (2008) que abordam
importantes aspectos da linguagem poética de Emily Dickinson, e Colasanti (1996) que
discorre sobre o papel da mulher na Literatura.

Palavras - chave: Emily Dickinson; Poesia; Escrita Feminina.

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MATERNIDADE X LIBERDADE: UMA ANÁLISE DO ESTADO MATERNAL NOS
CONTOS DE DINA SALÚSTIO.
Maria Vitória Alves da Silva
Nágyla Feitosa Araújo

O presente trabalho aborda a maternidade e sua influência na vida das mulheres, por meio de
seu retrato literário. A investigação consiste na análise dos contos “Liberdade adiada” e
“Forçadamente mãe, forçosamente mulher”, da escritora cabo-verdiana Dina Salústio. Os dois
contos têm como personagens centrais de sua narrativa mulheres experienciando a
maternidade, com algumas particularidades entre si. O objetivo é observar analiticamente a
relação dessas mulheres com o papel social imposto pela maternidade e as marcas que o ser
mãe implicam nessas figuras femininas e na sua relação consigo mesmas e com o mundo para
além do eixo familiar. Para tal, se busca a partir de uma análise textual, estabelecer uma
correspondência entre os dois textos, explorando os pontos de paridade e disparidade que o
estado maternal exerce sobre o padrão de mulher figurativizado em cada conto, atentando
para as diferenças dos contextos sociais em que essas mulheres estão inseridas. E, a partir daí,
chegar a um ponto de interseção das implicações que essa condição exerce sobre elas. A
análise propõe-se tematicamente a uma abordagem com base no estudo de gênero tendo como
apoio teórico alguns artigos de Simone Caputo Gomes, o livro “Eros oprimido”, de Della
Cunha e o livro “Mulheres, democracia e desafios pós-coloniais”, de Eurídice Furtado
Monteiro. Dessa forma, foi possível chegar à leitura de um espaço ficcional em que as
mulheres, inseridas em um contexto social patriarcal, têm sua imagem construída em torno de
um modelo de mulher centrado no lar e na maternidade, na qual esta passa por um processo
de desromantização, sendo vista então como um estado cerceador da liberdade feminina.

Palavras - chave: Conto; Dina Salústio; Literatura cabo-verdiana.

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MORTE, UM CASTIGO UNIVERSAL: A CONSTRUÇÃO DO ELEMENTO
SOBRENATURAL NA PENALIZAÇÃO DO PERSONAGEM JOÃO SAMPAIO DO
CONTO “LAMA E FOLHAS” DE MOREIRA CAMPOS.
Marcus de Moura Sales
Ricardo Rodrigues Miranda
Orientador: Cid Ottoni Bylaardt

A morte é uma “protagonista” recorrente na literatura universal, histórias maravilhosas


começaram ou terminaram com esse elemento que vem sempre para surpreender ou confirmar
o destino trágico ou libertador de algum personagem nas mais variadas tramas, sempre que
bem colocada em cena, o destino certo, pode ser revelador, trágico, inesperado, servir de
vingança e até mesmo elemento cômico nas histórias. um dos grandes mestres da literatura
cearense o nosso Moreira Campos (1914-1994), soube como poucos, manipular esse elemento
e utilizá-lo sempre de forma magistral em seus contos. o presente trabalho pretende apresentar
como e quais elementos moreira campos utiliza para a construção da morte como componente
representativo da fragilidade humana que vai servir como instrumento de punição das ações
do personagem João Sampaio. Trabalhamos com a figura do pobre diabo nos contos de
moreira campos presente no trabalho de Carlos Gildemar Pontes (2011) e com a análise de
José Lemos Monteiro (1980) sobre a obra do autor cearense. com base na análise do conto
“Lama e Folhas”, primeiro conto do aclamado livro Dizem que os cães vêem coisas (Editora
UFC, 2002), através de trechos do conto procuramos mostrar como se dá a construção do
pobre diabo na figura do personagem Jose Sampaio, como também procuramos ressaltar seus
elementos degratativos que vão configurando-o através do desenrolar da história, mostrando
como o autor se utiliza desses meios durante a narrativa para desembocar no elemento
punitivo final, materializado na figura da morte do filho mais novo no local que representaria
a completude da felicidade de Jose Sampaio.

Palavras-chave: Morte; Castigo; Conto; Moreira Campos.

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O INDIVÍDUO E A INDIVIDUALIDADE EM ELES ERAM MUITOS CAVALOS, DE
LUIZ RUFFATO
Gabriela dos Santos e Silva

Indivíduo, em sua definição no Dicionário Houaiss da língua portuguesa, é entendido como


antônimo de coletividade (2009, p. 1075). Eles eram muitos cavalos, com sua estrutura
singular, traz 70 cenas de uma jornada paulistana – em que se mesclam fatos mais diversos
(encontro de amigos, briga de casal, pregação em local público, etc.) a recortes de horóscopo,
previsão do tempo e classificados de jornal – e, com elas, os personagens que as constituem.
A partir dessa composição singular, questiona-se se o indivíduo e sua individualidade são
fortemente representados em Eles eram muitos cavalos ou se eles são diluídos na formação da
atmosfera paulistana retratada no romance. A presente análise tem como objetivo, portanto,
refletir a respeito do indivíduo das cenas de São Paulo e de sua individualidade no romance
de Luiz Ruffato, Através da análise minuciosa do texto e do uso de outros estudos acadêmicos
sobre o livro em exame, almeja-se, então, discutir o tema em questão. Trabalhos anteriores,
como os de Dayrell (2010), Santos (2016) e Silva e Librelon (2012) foram utilizados como
suporte bibliográfico para a elaboração desta pesquisa. Ao fim do estudo, pôde-se constatar
que em Eles eram muitos cavalos, apesar da presença de fortes traços de subjetividade em boa
parte do romance, além de uma narrativa bastante voltada para o sensível, os sujeitos parecem
ter sua individualidade diluída na constituição da “aura” da cidade de São Paulo através de
inúmeros artifícios que os colocam como constituintes da massa paulistana, avistados apenas
em rápidas cenas, sempre cortadas pela dinamicidade da metrópole.

Palavras- chave: Indivíduo; Coletividade; Literatura Contemporânea.

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PERSONAGENS LGBTQ+ NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL
Sheryda Maria Leitão Linhares
Orientador: Júlio Araújo

A leitura de obras infanto-juvenis possui a capacidade de transportar jovens leitores para


realidades além das suas, assim, o mesmo consegue sensibilizar-se acerca da narrativa e seus
personagens, desse modo, o presente projeto de pesquisa tem o propósito de analisar a
construção de personagens LGBTQ+ nas narrativas infanto-juvenis, assim como o
desenvolvimento da alteridade e empatia nos jovens leitores e as consequências desse
processo na atenuação de atitudes discriminatórias quanto a estes indivíduos. Como base
teórica para este, utilizaremos o livro “Era Uma Vez Um Casal Diferente" (2009), da autora
Lúcia Facco, para elucidar questionamentos a respeito da representatividade LGBTQ+ na
sociedade e em instituições educacionais. Além do livro “Personagens da Literatura Infanto-
Juvenil” (1990) de Sônia Khéde para compreender a construção dos personagens nas
narrativas infanto-juvenis. Ademais, utilizaremos artigos acadêmicos que analisam a
importância da representatividade e de seu impacto na redução de comportamentos
intolerantes como o “Literatura infanto-juvenil de temática homoafetiva: perspectiva de
ensino inclusivo” (2017) de Fernanda Coutinho e Benedito Sousa. A construção dos dados
dar- se-á por meio da leitura de pesquisas realizadas previamente dos artigos acadêmicos
apresentados durante o projeto, do romance infanto-juvenil Will e Will (2010), dos autores
John Green e David Levithan, voltando-se para o público adolescente e jovem adulto e da
obra de Georgina Martins, Tal Pai, Tal Filho? (2010), para crianças. Além da aplicação de um
questionário que interrogará jovens a propósito de seu contato com personagens LGBTQ+ na
literatura voltada para este público e se este vínculo entre leitor e obra ficcional pôde suscitar
naquele a alteridade e empatia. Dessa forma, o projeto tentará mostrar que a Literatura pode
ser um meio que conscientiza crianças e jovens a respeito das diferenças dos indivíduos e
como essa arte trata os personagens LGBTQ+ em uma narrativa.

Palavras - chave: Literatura infantojuvenil; Representatividade; Personagens LGBTQ+.

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REFLEXÕES SOBRE A TEORIA DA LITERATURA E A LEITURA (COAUTORIA)
ATRAVÉS DO CONTO O OVO E A GALINHA, DE CLARICE LISPECTOR.
Renan de Andrade Mesquita

Tema deveras tratado na arte, o próprio fazer poético e a relação com a arte é constantemente
trabalhado na literatura. Fugindo da perspectiva existencialista que a recepção tem se
debruçado ao conto, este ensaio pretende mostrar uma nova leitura a partir da construção
simbólica presente em O Ovo e a Galinha, de Clarice Lispector. Utilizando como referenciais
teóricos obras de Umberto Eco, como Obra Aberta, Interpretação e Superinterpretação sob a
perspectiva do formalismo russo em tratar a linguagem literária em contraponto da linguagem
usual, assim obtendo mais de uma recepção, o trabalho tende a tecer novas reflexões através
do conto. Além de retomar princípios básicos do conceito de literariedade apresentados em A
Linguagem Literária, de Domício Proença Filho, o trabalho pretende refletir sobre três ramos
do sistema literário: o autor, a obra e o leitor. Dessa forma, o percurso de reflexões feitas pelas
áreas do conhecimento humano para tratar do local do autor na obra de arte, voltado
principalmente para reflexões propostas por Roland Barthes em A Morte do Autor e por
Michel Foucault em O que é um Autor? serão tratadas com ligação ao conto de Clarice
Lispector. Assim como os estudos sobre tradição de T.S Eliot, além das contribuições de Hans
Robert Jauss em A História da Literatura como Provocação à Teoria Literária acerca da
história da literatura e o ideal do leitor. Assim, renovando a leitura do conto, a apresentação
teria como uma revalidação do conceito de plurissignificação do texto literário, além de trazer
novas reflexões acerca da arte de Clarice Lispector utilizando o ovo como metáfora da arte, a
galinha como o autor e a observadora como leitora.

Palavras-chave: Literatura; Teoria; Lispector.

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SURREALIDADE? UMA ANÁLISE DO CONTO "ENCONTRO NO QUARTO
ESCURO", DE JOÃO GILBERTO NOLL
Fernando Alexandre de Oliveira Maia
Orientador: Cid Ottonni Bylaardt

João Gilberto Noll é um autor brasileiro, cuja obra está inserida no que se convencionou
chamar de ficção brasileira contemporânea. Sua estreia como escritor se deu em 1980 com O
Cego e a dançarina, livro de contos do qual faz parte "Encontro no quarto escuro", objeto
deste trabalho. Dentro da problemática que o termo "contemporâneo" suscita, propomos
inicialmente algumas questões sobre o significado desse termo na literatura, particularmente
no contexto da ficção brasileira. Prosseguimos, com o objetivo de identificar influências do
Surrealismo francês no conto em análise. Reconhecemos que Noll cria uma surrealidade
narrativa, ao retomar e renovar a linguagem da vanguarda surrealista, que teve Breton como
um de seus principais representantes. Aspectos relacionados ao onírico e ao ilógico, à figura
feminina e ao desejo aparecem como obsessões no estilo de Noll. Ao romper com a dimensão
do real, ele também caminha pelo rizoma delleuze-guattariano, pois seu texto é um tecido
costurado com linhas múltiplas, transformadoras, não numeráveis e desordenadas. Tão
insólita e vertiginosa, a narrativa, mesmo curta, é composta de cenas que parecem ocorrer
simultaneamente em espaços diferentes, por exemplo. Pretendemos escrever um ensaio crítico
inserido nesse debate, mostrando nosso posicionamento e lançado reflexões plausíveis sobre
os pontos acima elencados. Nossas interpretações e avaliações encontram suporte em teóricos
como Schøllhammer (2009), Delleuze e Guatarri (1995), e no Manifesto do Surrealismo de
André Breton (1924). Abandonando o método exclusivamente racional e a intenção de achar
respostas claras na escrita desterritorializada de Noll, apelamos mais ao sensível que à razão
para tentar construir sentido(s) nesse conto, cientes da possibilidade de permanecermos
desconfortáveis nesse processo.

Palavras - chave: Surrealismo; Rizoma; Conto.

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3.3 LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

A INFLUÊNCIA DE EXERCÍCIOS DE “LISTENING” PARA O


APERFEIÇOAMENTO DO INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM
ESTUDO COM ALUNOS ACIMA DE 30 ANOS
Marillia Arruda Couceiro
Davi e Silva Bessa

Indubitavelmente, o inglês alcançou um alto grau de internacionalização, Seidlhofer (2011, p.


7) afirma que “pela primeira vez na história, uma língua natural alcança dimensões realmente
globais, trafegando por entre continentes, domínios e estratos sociais”. Por isso, no Brasil e
em outros países, houve uma grande procura de cursos de inglês para se aprender essa língua.
Entretanto, por conta que no aprendizado de uma segunda língua crianças obterem tanto
gramatica quanto lexicalmente resultados mais próximos de um nativo em relação aos
adultos, criou-se a ideia de que adultos não aprendem de maneira tão rápida e fácil uma
segunda língua quanto às crianças, efeito esse chamado “younger is better phenomenon” por
DeKeyser e Larson-Hall (2005). O presente estudo buscou apontar influência de exercícios de
“listening” como ferramenta do aprendizado do inglês para alunos acima de 30 anos.
Objetivamos, assim, apontar caminhos que demonstram que alunos mesmo depois da
chamada idade crítica (Lenneberg, 1967) podem obter maiores êxitos no aprendizagem da
língua estrangeira a partir dos estudos recorrente de exercícios de “listening”. Para tal, foi-se
avaliado, por uma pesquisa qualitativa com contornos etnográficos, o desenvolvimento de
alunos acima de 30 anos em aulas de inglês em uma escola de línguas que usa uma
metodologia com viés construtivista, durante os meses de maio a julho de 2018. Percebeu-se
que alunos que mantinham uma frequência com o áudio oferecido pelo curso desenvolvem
melhor suas capacidades de leitura, fala e escrita, praticando-as com excelência. Concluímos
que, apesar da capacidade de se aprender uma língua com facilidade vai se perdendo ao longo
dos anos, essa dificuldade pode ser superada.

Palavras-chave: Inglês; Listening; 30 anos.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


49
A TRADUÇÃO DO ROMANCE POLICIAL DE CAMILLERI: O DIÁLOGO DE
MONTALBANO COM HOLMES E LUPIN
Natalia Cristina dos Santos Magno
Michelle de Fátima Silva Abreu
Bruna Mikaelly Furtado Tavares
Orientador: Rafael Ferreira da Silva

O romance policial ocupa até hoje um grande espaço no cenário literário mundial e, ao longo
do tempo, vem sofrendo alterações, muitas vezes motivadas pelo contexto social de
determinadas épocas. O gênero começou a ser difundido em 1841 com a publicação, pela
revista Graham’s Magazine, do conto Assassinatos da Rua Morgue, do norte-americano Edgar
Allan Poe. Baseados na escrita de Poe, surgem novos cenários para o romance policial e,
mesmo apresentando enredos diferentes, a estrutura da narrativa é permeada por elementos
peculiares que são desenvolvidos por meio de uma investigação realizada normalmente por
um detetive que procura esclarecer um ou mais crimes após a análise e organização de uma
série de fatores que culminam com a revelação de um criminoso. Este processo representa um
desafio intelectual tanto para o detetive quanto para o leitor. Utilizando como corpus a obra
La Paura di Montalbano e sua tradução O Medo de Montalbano do autor siciliano Andrea
Camilleri, mais especificamente o conto O Quarto Segredo, este trabalho tem como objetivo
analisar o processo de tradução de textos gialli [policiais em italiano], com fundamentação
teórica em Venuti (1998) e Hall (2014), que buscam analisar o processo de domesticação e
estrangeirização e como o texto alvo pode influenciar ou não na construção de representações
de cultura estrangeira. Pretendemos com esta pesquisa realizar um diálogo com diferentes
características do gênero policial, como o enigma e o noir, retratados nas obras de Maurice
Leblanc (As Primeiras Aventuras de Arsène Lupin - O Ladrão de Casaca), e de Arthur Conan
Doyle (o conto O Enigma de Reigate, do livro Memórias de Sherlock Holmes).

Palavras-chave: Estudos da tradução; Romance policial; Andrea Camilleri.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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DIFICULDADE NA TRADUÇÃO LATINA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS
RELATIVAS
Isadora Lima Ramalho
Orientador: Roberto Arruda de Oliveira

Uma das principais dificuldades dos alunos que cursam as disciplinas de Latim I e II é a
identificação, separação e, sobretudo, tradução dos períodos compostos latinos. Dessa forma,
nessas disciplinas, os períodos compostos mais recorrentes são formados por orações
subordinadas adjetivas. Haviam dois objetivos, o primeiro seria obter uma tradução mais
fluida dos textos, e o segundo seria, mais a longo prazo, uma reflexão mais profunda a
respeito da sintaxe da língua portuguesa. Assim, o processo foi dividido em três etapas.Por
exemplo, na disciplina de latim I, os alunos têm contato com as orações adjetivas, que
apresentam o pronome relativo. Na oração Pater audit filiam quae plorat (O pai escuta a filha
que chora) há duas orações, a oração principal e a oração subordinada. O primeiro passo é a
identificação das duas orações através dos dois verbos, que no caso são audit (ouve) e plorat
(chora), após isso, assim como havia sido explorado na cadeira Língua Portuguesa: frase, os
discentes foram instruídos a fazer a grade regencial dos verbos. No verbo audit “alguém”
ouve “alguma coisa”, logo, haveria a necessidade de um sujeito e objeto direto, que seriam
pater e filiam. O segundo passo é a separação, Pater audit filiam seria a oração principal e
quae plorat seria a oração subordinada. O terceiro e último passo é a tradução das orações
separadamente, para que depois elas sejam unificadas novamente, dessa forma Pater audit
filiam seria traduzido por “O pai ouve a filha” e quae plorat por “que chora” (a filha que
chora). Vale a pena salientar que o gênero, número e função sintática determinam a forma ou
as terminações dos nomes e pronomes. Para concluir, os resultados obtidos foram
satisfatórios, pois só alunos passaram a traduzir com mais fluidez e o trabalho influenciou nas
outras disciplinas relacionadas a língua portuguesa, e os estudantes desenvolveram uma maior
reflexão gramatical.

Palavras-chave: Orações relativas; Sintaxe; Língua latina

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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LEIA O LIVRO, ASSISTA AO FILME: OS ESTUDOS DA TRADUÇÃO NO
COMBATE À EVASÃO DE ESTUDANTES DE LETRAS

Linda Kardinaly Pereira de Melo


Jonas dos Santos Monteiro
Antonio Alison de Lima Silva
Orientador: Rafael Ferreira da Silva

O Projeto Cinema Italiano - do Livro à Tela é uma iniciativa do professor Rafael Ferreira da
Silva, (Departamento de Letras Estrangeiras) da UFC e do Programa de Pós-graduação em
Estudos da Tradução (POET). O projeto possibilita o contato dos estudantes do curso de
Letras com textos teóricos sobre Estudos da tradução, além de textos literários italianos e de
adaptações fílmicas. Além de ampliar os conhecimentos dos alunos sobre os Estudos da
Tradução, o projeto também contribui para a redução da evasão dos graduandos em
Letras/Língua Estrangeira da UFC. Outrossim, o projeto conta com 2 bolsistas BIA(PRAE), e
de uma bolsista PAIP(PROGRAD). As atividades desenvolvem-se de forma teórica e prática:
na parte teórica, são realizadas buscas sobre o Estado da Arte da pesquisa em Tradução
Intersemiótica que contemple Literatura italiana e na parte prática são realizadas atividades na
modalidade online com aproximadamente 20 graduandos, que, por meio da plataforma
EdModo, em 3 módulos de 3 semanas, fazem leituras teóricas, assistem aos filmes propostos
e participam dos debates no fórum da plataforma, o que possibilita o compartilhamento de
conhecimentos entre os participantes do projeto. Essas atividades são válidas porque
despertam a curiosidade dos graduandos dos semestres iniciais do curso de Letras sobre a área
de Estudos da Tradução. As atividades do projeto durante o ano de 2018 demonstram que o
projeto é enriquecedor tanto para os bolsistas como para os participantes, que se motivam e
adquirem conhecimentos além da sala de aula, o que de fato contribui para a redução da
evasão do curso de Letras.

Palavras-chave: Tradução Intersemiótica; Evasão no curso de Letras; Literatura e Cinema


Italiano;

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O IMPACTO DO FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) NAS ESCOLAS
PÚBLICAS DE FORTALEZA
Thaiany Santana Mota
Orientador: Ticiana Telles Melo

A língua francesa é uma das línguas estrangeiras mais estudadas no mundo, porém, existe
uma elitização da mesma fazendo com que haja uma atmosfera proferindo que se trata de uma
língua superior às outras e/ou de mais difícil acesso à aprendizagem, isso se dá pelo fato dessa
língua ter forte associação com a burguesia, já que de fato o alcance a ela não se dá tão
facilmente como nas demais línguas estrangeiras (CUQ e GRUCA, 2005, p.17-21). Sendo
assim, não é comum encontrarmos o ensino dessa língua em escolas públicas, diferentemente
do inglês e do espanhol, ainda assim, existem escolas que oferecem a língua francesa como
matéria regular em sua grade, possibilitando o estudo das três línguas estrangeiras e
facilitando seu acesso. Contudo, esse projeto tem como objetivo apresentar e incentivar o
estudo do francês nas zonas periféricas de Fortaleza, levando o conhecimento não só
linguístico e cultural mas como informação para uma melhor educação, fazendo com que esse
aprendizado torne-se possível e que não haja diferenciação social em torno de uma língua.
Serão colhidos dados de três escolas públicas que já aderiram a esse ensino, a escola EEFM
Professor Caminha de Meneses localizada no bairro Bom Jardim, como também a escola
EEEP Juarez Távora e EEM Governador Adauto Bezerras, localizadas no Bairro de Fátima.
Assim, os estudantes que já passaram pelo ensino da língua francesa dentro da escola, em
entrevista à responsável pela pesquisa darão depoimentos sobre seu aprendizado e suas
opiniões sobre a língua francesa, antes, durante e depois do seu primeiro contato, podendo-se
analisar uma perspectiva mais prática do distanciamento/aproximação de uma nova língua
estrangeira pouco encontrada em escolas públicas de ensino médio no nosso Estado, a fim de
coletar dados que comprovariam e ideia pré-estabelecida de um idioma inalcançável no seio
de uma periferia.

Palavras-chave: Escolas; Língua estrangeira; Francês

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3.4 LINGUAGEM E ENSINO

A DIDÁTICA NO ENSINO DE LITERATURA


Vanessa Adrian de Sousa Oliveira
Luma Costa
Nelson Costa
Orientador: Maria das Dores Nogueira Mendes

A experiência com o texto literário pode favorecer um pensamento crítico que perpassa o
ensino em sala de aula. Entretanto, essas práticas literárias podem não obter, em grande parte,
sucesso no que se refere ao desenvolvimento de jovens leitores analíticos. Faz-se necessário,
então, adotar uma metodologia que desperte o interesse dos estudantes e os motive na
construção desse tipo de pensamento. Colocando-se como um mediador entre o aluno e o
texto literário, o professor torna-se, dessa forma, integrante essencial de um processo produtor
de sentidos e de conhecimento. No presente artigo, pretendemos comparar, no que diz
respeito à didática no ensino de literatura, a visão dos professores e dos alunos de uma escola
pública de Fortaleza. Como guia teórico, utilizamos como referências o livro de Zilberman
(1988),o de Rocco (1992) e o produzido pelos alunos de Pós-Graduação em Letras da
Universidade Federal do Ceará (2016) que teorizam direta ou indiretamente o ensino da
literatura na escola - o ponto de partida deste artigo. Os dados sobre os quais nos debruçamos
foi colhido em um questionário aplicado com dezessete alunos e três professores do ensino
médio, doravante EM, de uma escola pública da Regional VI, na cidade de Fortaleza
(CE).Selecionamos, dessa maneira, as respostas dos alunos e dos professores que pudessem
contribuir para a nossa pesquisa, retirando assim respostas monossilábicas e/ou repetidas.
Após a análise do corpus, constatamos que a literatura foi enfatizada tanto para professores
quanto para alunos dessa escola como fonte de conhecimento à formação de um pensamento
crítico.

Palavras-chave: Ensino de literatura; Ensino médio; Escola pública.

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A PERCEPÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO EM LETRAS SOBRE O PERFIL
DO ALUNO COM DISLEXIA
Camila Matos Pirote Rodrigues
Orientador: Vanessa Cláudia Vasconcelos Pinto

A Dislexia é descrita como um Transtorno Específico de Aprendizagem com


comprometimento na leitura. Podendo também ser observado na escrita e matemática
(ALVES, 2016). A descoberta da Dislexia comumente é realizada na escola, durante o
processo de alfabetização. Porém, há casos em que os indivíduos perpassam o período de
aprendizagem da leitura e escrita e ainda apontam dificuldades nesse processo (TABAQUIM
et. al., 2016). O professor pode perceber as dificuldades do aluno, porém pode não ter obtido
subsídios suficientes durante sua formação acadêmica para identificar um possível Distúrbio
de Aprendizagem (GONÇALVES; CRENITTE, 2014) e por vezes o distúrbio pode ser
associado a desinteresse ou falta de atenção observado no discente (MASSI et. al., 2012). O
objetivo do presente trabalho é verificar o conhecimento dos professores Licenciados em
Letras sobre o perfil do estudante com Dislexia. Trata-se de um estudo quantitativo, realizado
com 6 professores de Fortaleza da rede particular e municipal de ensino. Foi aplicado um
questionário sobre sua formação Acadêmica e principais aspectos que podem ser observados
em crianças com Dislexia, a fim de verificar o conhecimento dos docentes acerca do tema. Os
dados obtidos, relataram que todos os docentes possuem algum conhecimento sobre a
Dislexia, porém somente um realizou uma formação sobre o tema. Dentre os participantes, 4
afirmaram a sua abordagem durante a graduação e todos apontaram já ter lecionado para pelo
menos um aluno disléxico. Concluímos que embora todos os professores possuírem contato
com alunos disléxicos ainda há falta de conhecimento sobre aspectos relevantes do distúrbio,
como a dificuldade na leitura, compreensão textual, inversão de sílabas dentre outros. Além
da falta de formação complementar acerca do tema.

Palavras-chave: Dislexia; Formação de Professores; Distúrbio de Aprendizagem;

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ANÁLISE DO DISCURSO LITERÁRIO NAS ATIVIDADES DE LEITURA EM
LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA DO NONO ANO
José Alberto Ponciano Filho
Orientador: João Batista Costa Gonçalves

Este trabalho se ancora nos princípios gerais da Análise do Discurso (AD) e, de maneira mais
específica, nas propostas metodológicas para o ensino de literatura de Martins (2006) e de
Voese (2002) para analisar os exercícios propostos no livro didático de língua portuguesa de
Marcos Renato Blaque Lima, buscando identificar se tais atividades ajudam na formação de
leitores mais críticos e reflexivos, tornando os alunos capacitados para o domínio do discurso
literário. Para atingir esses propósitos, essa pesquisa foi baseada nas categorias da
intertextualidade, da interdisciplinaridade, da intersemiose e da transversalidade (MARTINS,
2006), assim como nas noções de marcas linguísticas, marcas enunciativas e marcas da
formação discursiva e da ideologia (VOESE, 2002). O corpus deste trabalho é constituído,
mais especificamente, por 5 exercícios retirados da seção de Literatura do módulo 1 do livro
didático de língua portuguesa produzido por Lima (2018) e destinado aos alunos do nono ano
do ensino fundamental II. A partir de nosso estudo, pudemos concluir que os exercícios
propostos no livro didático, em linhas gerais, não levam em conta todas as categorias de
Martins (2006) e de Voese (2002), embora algumas delas se façam presentes em determinadas
atividades. Além disso, também foi possível concluir que os exercícios analisados não
estimulam a criticidade e a reflexividade dos estudantes, já que não exigem deles uma leitura
mais criteriosa e aprofundada dos textos literários em estudo, além de não contribuírem, de
maneira expressiva, para o domínio do discurso literário por parte dos alunos.

Palavras Chave: Discurso literário; Texto literário; Livro didático de língua portuguesa;
Ensino de literatura.

Caderno de programação e resumos: IV Encontro de Pesquisa da Graduação em Letras


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PROJETO ESCRIBA: DISCURSOS, VIVÊNCIAS E POTÊNCIAS NO AMBIENTE
ACADÊMICO
Igna Freitas de Oliveira
Orientadora: Maria das Dores Nogueira Mendes

O projeto “Leitura e Produção de Textos Acadêmicos para graduandos em Letras: Escriba”


está em seu 4º ano de atividades. Tem como principais objetivos promover o contato com os
gêneros acadêmicos nos semestres iniciais do curso de Letras e ambientar os estudantes em
relação à demanda que deles será exigida, que é a leitura e a produção de textos científicos.
Assim, o Escriba visa acompanhar o percurso inicial desses alunos, além de também
contribuir para a redução da evasão na graduação. O projeto ocorre semanalmente, com
encontros expositivos e dialogados, contando diretamente com a interação dos participantes,
fator que enriquece a condução dos temas. Nesse contexto, trabalhamos com uma perspectiva
discursiva dos textos, compreendendo que os processos de leitura e de escritura não estão
isentos de subjetividade e tampouco são homogêneos. Esse posicionamento prioriza um
entendimento contextualizado das estruturas e dos propósitos comunicativos dos gêneros
trabalhados no projeto, ao contrário do enfoque somente na formatação ou no “estilo” do
texto. Com isso, em relação ao semestre 2018.1, reunimos o feedback dos participantes via
formulário online, produzido no site Google Formulários, dividido em 3 critérios: a estrutura
do projeto, a avaliação da monitora e a experiência antes e depois do Escriba, totalizando 28
respostas. O formulário conteve perguntas objetivas e subjetivas, mas, como resultados
principais, verificamos que 82,1% dos participantes marcaram “Excelente” tanto para o
material usado quanto para a escolha dos gêneros discutidos, além de 24 das 28 respostas
serem positivas acerca da segurança quanto à produção dos gêneros após a experiência no
projeto. Por fim, na pergunta “Você recomendaria o Escriba para outras pessoas?”, 100% dos
alunos assinalaram “Sim”. Dessa forma, concluímos que o projeto tem sido uma iniciativa
positiva e eficaz para o curso de Letras, devendo, inclusive, ser expandido para outros cursos,
campi e áreas do conhecimento.

Palavras-chave: Gêneros acadêmicos; Leitura e produção de textos; Discurso científico.

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REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ALUNO-PROFESSOR
DE LÍNGUA FRANCESA
Maria Juliana Gonçalves dos Santos
Orientador: Maria José Costa dos Santos

Percebemos que existe uma enorme distância entre os perfis de professores exigidos e os
perfis de professores formados. Essa situação evidencia a necessidade de maiores
investimentos na formação profissional para a docência. É preciso que essa formação
responda, de fato, às demandas da atuação profissional do professor, corporificadas nos
desafios da educação brasileira. Para Celani (2008), o professor de línguas estrangeiras é um
profissional em formação contínua; precisa estar sempre se atualizando, não só para
acompanhar as constantes mudanças, mas também para ser capaz de provocar mudanças.
Objetivamos apresentar o processo de formação do aluno-professor da licenciatura em Letras
com habilitação em Língua Portuguesa e Língua Francesa e suas Respectivas Literaturas, da
Universidade Federal do Ceará (UFC), em relação à aquisição de conhecimentos referentes à
sua prática docente e às suas percepções como professores de língua estrangeira, na condição
de aluno-professor. Utilizamos a expressão “aluno-professor” compreendendo que, por
tratar-se de um curso de formação de professores, o graduando ocupa dois papéis em seu
processo de aprendizagem, uma vez que, é a partir desse processo que desenvolverá
competências necessárias ao ensino. Realizamos uma pesquisa exploratória, para tanto,
utilizamos como ferramenta de coleta da dados, o questionário eletrônico, composto por 18
perguntas (objetivas e subjetivas), em busca da compreensão dos aspectos que contribuem
para uma formação insatisfatória do (a) futuro (a) professor (a) de língua francesa e em
consequência propor alternativas que minimizem essa condição. Após a análise das respostas,
concluímos que os alunos finalizam a graduação com: (i) percepção de não estarem aptos a
desempenhar com êxito a sua prática docente; e, (ii) os que apresentam domínio, não
atribuem sua evolução à universidade. Consideramos relevante esse estudo para repensarmos
mudanças em nossas práticas pedagógicas discentes, nos cursos de língua, em geral.

Palavras-chave: Formação inicial; Aluno-professor; Língua francesa

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AS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO RAP
Daniara Almeida de Sousa
Ana Maria de Guadalupe Costa de Matos

O presente projeto de pesquisa visa ampliar o senso crítico a partir de leituras que se
aproximem da realidade do aluno da escola pública. Objetivamos trabalhar com o gênero
musical rap, especificamente com canções dos artistas Criolo e Froid. O plano metodológico
consiste no uso didático das músicas, respeitando as interpretações e vivências dos estudantes,
porém os expondo a novas reflexões acerca dos objetivos comunicativos do material que será
estudado. De forma objetiva, planejamos levar raps para a sala de aula e desenvolvê-los como
instrumentos para a leitura, interpretação e criticidade. Utilizamos como embasamento teórico
nesta pesquisa: Fleuri (1994); Lajolo (1997); Marcondes, Menezes, Toshimitsu (2010) e Silva
(1991). Fundamentadas nessas obras, pretendemos desenvolver um projeto que instigue
primeiramente a percepção pelo aluno acerca de que os textos que ele acessa cotidianamente
(músicas) também são instrumentos de letramento formal e social. Baseadas em observações
prévias do cotidiano de estudantes da escola pública, que refletem não somente a carência
leitora, mas também a interpretativa, buscamos auxiliar o aluno no aprimoramento de suas
capacidades críticas enquanto cidadão ativo dentro da sua comunidade, para então, se tornar
um agente nas mudanças sociais. Por se tratar de uma pesquisa ainda em andamento, não
apresentamos resultados, mas hipóteses, entre as quais a de que a interação com textos de
circulação social tornaria mais fluída a aprendizagem pelo aluno, dessa forma, haveria o
aproveitamento de diversos tipos de conhecimento e não só os conhecimentos específicos
desenvolvidos na escola, pois a realidade do estudante nem sempre dialoga com os textos
prioritariamente abordados nos materiais didáticos.

Palavras Chave: Criticidade; Leitura; Rap.

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“O QUE ELES ESTÃO FAZENDO AQUI?”: LETRAMENTOS FAMILIARES DE
JOVENS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (DI) EM UMA ESCOLA PÚBLICA
DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA.
Reubher César Rodrigues Gomes
Amanda Fernandes De Santana
Pedro Robsom Dos Reis Oliveira
Orientador: Beatriz Furtado Alencar Lima

Este resumo versa sobre o letramento familiar de jovens com deficiência intelectual (DI),
fundamentando-se na Teoria Social do Letramento, em sua perspectiva acerca dos usos da
leitura e da escrita como práticas sociais. Com efeito, escolhemos os estudos desenvolvidos
por Heath (1983), Street (1984), Goulart (2012) e Rolim-Moura (2017), pois coadunam-se à
proposta de letramento que compreendemos neste estudo. Esses autores mostram que as
atividades de leitura e escrita e as práticas sociais estão imbricadas. O processo de ler e
escrever é aqui entendido como histórico e espacialmente situado; assim, ideologias, crenças,
atitudes e valores de ordem cultural, econômicas e de espaço influenciam nessas relações.
Elegemos nesta pesquisa que ainda está em andamento, como objetivo principal, compreender
como os letramentos familiares de jovens com deficiência intelectual (DI), matriculados no
Ensino Médio em uma escola pública no município de Fortaleza influenciam na permanência
desses alunos no espaço escolar. A coleta e geração de dados se deu por meio de entrevistas
com três mães de estudantes com DI e observações registradas em diários de campo. Os
dados, ainda que parciais, mostram que esses estudantes além de não terem apreendido o
código alfabético ao longo das séries escolares, experienciam um processo de integração,
contrapondo-se à legislação vigente a respeito da inclusão escolar. Nota-se que essas mães se
fazem presentes no espaço da escola, unindo-se a seus filhos em variados momentos da rotina
da instituição. Como consequência, os eventos de letramento orquestrados por essas mulheres
materializam-se em gêneros orais, por vezes informais e espontâneos (ROLIM-MOURA,
2017), e pela tentativa de ensinar a seus filhos as modalidades de leitura e a escrita, ainda que
de maneira muito elementar. Reconhecemos haver uma relação de complementaridade os
letramentos e as relações promovidas por essas famílias e a escola.

Palavras-chave: Letramentos familiares; Jovens com deficiência intelectual; Inclusão;

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PROCESSOS DE APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO DOS SURDOS
Jully Araújo Dionizio
Samara Eufrásio Da Silva
Orientador: Ligiane de Castro Lopes

Este trabalho foi desenvolvido na disciplina Teorias da Aprendizagem e Educação de Surdos


do curso de Letras Libras na qual estudamos a teoria de Jean Piaget e como esta pode auxiliar
os professores a compreenderem os estágios de desenvolvimento da inteligência. As
atividades foram realizadas a partir do estudo da teoria de Jean Piaget e de seu método
clínico. A maioria dos professores de surdos não conhece a importância dessa teoria para o
processo de ensino e aprendizagem. Nosso objetivo foi realizar as experiências de Jean Piaget
com crianças do estágio sensório motor (0 - 2 a) e estágio Pré-operatório (2-7 a). As
experiências foram realizadas com crianças codas, filhos de pais surdos. As atividades foram
orientadas em Língua de Sinais e as respostas das crianças filmadas e depois analisadas. No
estágio Sensório motor, realizamos a atividade em que um brinquedo é escondido à vista da
criança, para ver se ela tem a noção de permanência do objeto. Percebemos que a criança
procurou o objeto movida pela curiosidade, e, em alguns momentos, pensava que o objeto não
existia. Já no estágio pré- operatório, realizamos o teste da conservação de massas. A criança
respondeu que a quantidade de massa se alterava, quando a forma do objeto era diferente,
demonstrando a ausência de esquemas conceituais, e dificuldade de atuar de forma lógica
sobre a realidade. A realização desse estudo foi importante, pois como futuros professores
precisamos conhecer os estágios de desenvolvimento de Piaget, bem como os estímulos
adequados para desenvolver as potencialidades dos alunos.

Palavras-chave: Educação de surdos; Língua de Sinais; Aprendizagem

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VLOGS E PRODUÇÃO TEXTUAL: UMA ALTERNATIVA PEDAGÓGICA
Melissa Maria do Nascimento Sousa
Sergianne Maria de Oliveira Pereira
Bruno Pereira Martins
Orientador: Júlio Araújo

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo geral analisar o Vlog como recurso
pedagógico para a produção textual dissertativo-argumentativa, desenvolvendo na
comunidade pré-universitária o posicionamento crítico ao deparar-se com situações que lhes
exige um domínio da argumentação e defesa de ponto de vista. Tal objetivo se fundamenta
teoricamente nos trabalhos, principalmente, de Bakhtin (1979) acerca da natureza dos gêneros
discursivos, de Swales (1990;2004) sobre os conceitos de comunidade discursiva e propósito
comunicativo, Marcuschi (2004) que trata do blog como um gênero. Além disso, buscamos
apoio também em ZAVAM (2009) que desenvolveu um estudo com editorial jornalístico com
base na noção bakhtiniana de transmutação de gêneros, justificando, assim, nossa visão de
que o Vlog funcione como uma derivação do Blog. Por fim, abordamos o tratado de
ARISTÓTELES (Retórica II: 1377b - 1403a) sobre a argumentação eficaz. A proposta
metodológica adotada possui caráter quanti e qualitativo na medida em que buscaremos
depreender, por meio de gráficos, as mudanças no refinamento argumentativo através das
produções textuais feitas pelos estudantes após o contato com os Vlogs, como também
mensurar o nível de satisfação dos alunos com este método. Esperamos que os resultados
apontem para uma melhoria significativa no enriquecimento da argumentação utilizada para a
defesa do ponto de vista, propiciando uma experiência crítica aos alunos, que se estenda para
além dos exames onde é exigida a produção textual dissertativo-argumentativa. Dessa forma,
esperamos que a aplicação dessa experiência crítica surta efeitos em situações reais.

Palavras-chave: Vlog; Gênero textual; Produção textual dissertativo-argumentativa.

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62
XII SEMANA DE HUMANIDADES

Realização

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