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Cadastro e hierarquização dos activos

Necessário ao conhecimento de tudo que é passível de manutenção dentro da empresa e que


possa consumir recursos e/ou oferecer risco a operação.
A sua estrutura de cadastro deve ter basicamente 4 itens:
1. Arvore estrutural – representação hierárquica dos activos, evidenciando a interligação e
interdependência entre eles;
2. Matriz de criticidade – mostra de forma lógica os equipamentos mais críticos para a
operação (criticidade A), os de importância média (criticidade B) e os de menor
importância (criticidade C);
3. Codificação – identificação dos equipamentos através de nomenclatura logica e
funcional, ao qual estará ligado todo o histórico, localização e identificação funcional;
4. Ficha técnica – armazena toda informação técnica do equipamento.

Se deve dar sempre prioridade aos equipamentos de criticidade A em qualquer processo de


gestão de manutenção.
Arvore estrutural
Possui em média cerca de 8 níveis, os quais representam as hierarquias desde a mais
abrangente (Planta) até a menor possível (componente).
1. Planta – activos de mesma empresa, mas de plantas diferentes;
2. Área – maior divisão dentro da planta (aglomerado de sistemas e subsistemas);
3. Subárea – maior divisão dentro de uma área (aglomerado de linhas);
4. Linha ou sistema – processo de manufactura ou produção (aglomerado de máquinas,
que possuem função especifica para produzir ou agregar valor ao produto final);
5. Máquina – conjunto de equipamentos que desempenham uma função especifica dentro
de uma linha;
6. Conjunto – combinação de dois ou mais equipamentos que quando combinados
desempenha função especifica dentro de uma máquina;
7. Equipamento – componentes interligados que desempenham funções em máquinas;
8. Componente ou peça – menor nível destro da estrutura hierárquica. Onde se manifesta
a falha e os modos de falha (sintomas).

Matriz de criticidade de equipamentos


Os activos geram retorno financeiro para as empresas, tendo importâncias diferenciadas dentro
do processo produtivo, sendo assim divididos em níveis de criticidade:
A. Equipamentos mais importantes;
B. Equipamentos de importância intermediaria;
C. Equipamentos de menor importância.
Activo critico – potencial para impactar significativamente na realização dos objectivos da
organização. Este impacto esta associado ao risco (incerteza sobre os objectivos).
O risco é avaliado em função de seus eventos em duas dimensões:
 Consequência do evento;
 Probabilidade do evento.
No entanto a matriz de criticidade é elaborada a partir da avaliação do risco em cinco cenário:

 Segurança e meio ambiente [S]


Segurança
Not
Critério
a
0 Caso o equipamento falhe, provoca risco de morte/ou causa danos graves ao meio ambiente
1 Caso o equipamento falhe, causa lesões corporais não permanentes
2 Caso o equipamento falhe, causa riscos controláveis a segurança e meio ambiente
3 Caso o equipamento falhe, não causa riscos à segurança e meio ambiente

 Produção [P]
Produção
Not
Critério
a
Caso o equipamento falhe, irá interromper o processo de produção, provocar lucro cessante e
0
custos induzidos (multas)
1 Caso o equipamento falhe, irá interromper o processo de produção de forma irrecuperável
2 Se o equipamento falhar, irá interromper o processo de produção de forma recuperável
3 Se o equipamento falhar, não irá interromper o processo de produção

 Qualidade [Q]
Qualidade
Not
Critério
a
0 Caso o equipamento falhe, impactará de forma irrecuperável a experiência do cliente
1 Caso o equipamento falhe, comprometerá a qualidade do produto de forma irrecuperável
2 Se o equipamento falhar, comprometerá a qualidade do produto de forma recuperável
3 Se o equipamento falhar, não irá comprometer a qualidade do produto

 Custo de Manutenção [C]


Custo de manutenção
Not
Critério
a
0 Caso o equipamento falhe, o custo de manutenção se eleva em mais que 30% no ano
Caso o equipamento falhe, e custo de manutenção correctiva for maior que 20% do custo total
1
de manutenção
Se o equipamento falhar, e custo de manutenção correctiva for entre 10% e 15% do custo total
2
de manutenção
Se o equipamento falhar, e custo de manutenção correctiva for menor que 10% do custo total
3
de manutenção

 Redundância [R]

Redundância
Not
Critério
a
Não há a possibilidade técnica e económica de se ter e/ou instalar um equipamento
0
redundante
1 Não possui redundância
2 Possui redundância, mas não esta instalado em paralelo
3 Possui redundância instalado em paralelo

A criticidade do equipamento é encontrada multiplicando a nota de cada item:


S × P ×Q ×C × R=Criticidade
Assim a criticidade é subdividida segundos os limites abaixo:

Nota Criticidade Criticidade/total de activos


0 a 55 A – Alta criticidade Máximo de 20%
56 a 161 B – Média criticidade Entre 30 e 40%
162 a 243 C – Baixa criticidade Entre 40 e 50%
“Onde tudo é critico, nada é critico”
A pode ser reduzida elaborando um plano de acção para atacar o ponto que esta ocasionando
a elevação da criticidade do equipamento.
Codificação
Atribuição de nomenclatura logica para cada equipamento com identificação fica através de
etiqueta, garantindo assim:

 Segurança: evita acidentes por falha de comunicação (divergência de nomenclatura);


 Rastreabilidade: identificação de todos serviços de manutenção realizados no
equipamento associado a um histórico (custos, parada de produção, relatórios);
 Identificação funcional: função especifica no sistema;
 Localização geográfica do equipamento: situação exacta do ponto de instalação do
equipamento;
O código deve seguir a estrutura logica e hierárquica da planta, seguindo as respectivas
normas vigentes se possível, mas sempre mantendo o padrão interno ou externo.

As etiquetas devem ser instaladas seguindo um padrão, salvo em situações de difícil acesso.
De preferência estas devem ser de cor vibrantes e instalados em locais visíveis para melhor
localização, e o seu material de fabricação deve ser resistente ao ambiente.

Ficha técnica do equipamento


Carrega as principais informações sobre o equipamento, orientado a execução do FEMEA, dos
planos de manutenção e dissolução de dúvidas sobre o equipamento. Esta deve ser concisa
(no máximo 2 páginas), e de fácil acesso a qualquer interessado.
De forma básica a ficha técnica deve conter:

 Descrição do equipamento;
 Código;
 Localização;
 Foto do equipamento;
 Desenho técnico;
 Principais peças de reposição;
 Informações contidas na chapa característica;
 Fluxograma de instalação.
Dado o volume de trabalho, recomenda-se começar com os equipamentos de criticidade A,
passando para os de B e finalmente os de C.

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