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o Turma Data / /
Itens de seleção:
Frase ativa e frase passiva.
– escolha múltipla.
Grupo II 4 20
Subordinação (oração
Gramática Itens de construção: (2 + 6 + 6 + 6)
subordinada adverbial
– resposta restrita;
temporal, causal, final,
– resposta curta.
condicional).
Textualização: ortografia,
acentuação, pontuação e
Grupo III Item de construção:
sinais auxiliares de escrita; 1 25
Escrita – resposta extensa.
construção frásica
(concordância,
encadeamento lógico);
coesão textual.
Recursos expressivos 30 + 30 +
(comparação). 10 + 10)
Classe de palavras:
advérbio e locuções
adverbiais.
Itens de seleção:
Frase ativa e frase passiva.
– escolha múltipla.
Grupo II 4 100
Subordinação (oração (10 + 30 +
Gramática Itens de construção:
subordinada adverbial 30 + 30)
– resposta restrita;
temporal, causal, final,
– resposta curta.
condicional).
Textualização: ortografia,
acentuação, pontuação e
Grupo III Item de construção:
sinais auxiliares de escrita; 1 100
Escrita – resposta extensa.
construção frásica
(concordância,
encadeamento lógico);
coesão textual.
Teste de avaliação 7
Avaliação E. Educação Professor
Grupo I
Texto A
1. Assinala com ✗, de 1.1 a 1.4, a opção que completa cada frase, de acordo com o texto.
1.1 A total convicção de Tomás de que a sua presença era prejudicial aos outros ocorreu
(A) depois de ter decidido fugir de casa para proteger a mãe.
(B) após o pai ter morrido quando o procurava pelos campos.
(C) enquanto se preparava com o essencial para fugir.
(D) antes de o pai ter caído do cavalo enquanto o procurava.
1.3 À medida que a história avança, Tomás passa muitas dificuldades, mas
(A) encontra um novo amigo, com quem vive algumas aventuras.
(B) encontra um rinoceronte que fugira do jardim zoológico.
(C) salva o pai de uma menina, juntamente com o novo amigo.
(D) consegue superar as dificuldades sozinho e salvar uma menina.
2. Indica três características que comprovem que o texto é uma crítica. Fundamenta a tua resposta
com transcrições do texto.
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Memórias de infância
Lembro-me muito bem de como tudo se passava. Minha mãe tinha de fingir-se zangada. Eu saía
de casa, rente à parede, sentindo que aquilo era pior que ir para a escola.
Mestre Finezas puxava um banquinho para o meio da loja e enrolava-me numa enorme toalha.
Só me ficava a cabeça de fora.
5 Como o tempo corria devagar!
A tesoura tinia e cortava junto das minhas orelhas. Eu não podia mexer-me, não podia bocejar
sequer. «Está quieto, menino», repetia Mestre Finezas segurando-me a cabeça entre as pontas duras
dos dedos: «Assim, quieto!» Os pedacitos de cabelo espalhados pelo pescoço, pela cara, faziam
comichão e não me era permitido coçar. Por entre as madeixas caídas para os olhos via-lhe, no
10 espelho, as pernas esguias, o carão severo de magro, o corpo alto, curvado. Via-lhe os braços
compridos arqueados como duas garras sobre a minha cabeça. Lembrava uma aranha.
E eu – sumido na toalha, tolhido numa posição tão incómoda que todo o corpo me doía – era
para ali uma pobre criatura indefesa nas mãos de Mestre Ilídio Finezas.
Nesse tempo tinha-lhe medo. Medo e admiração. O medo resultava do que acabo de contar.
15 A admiração vinha das récitas1 dos amadores dramáticos da vila.
Era pelo inverno. Jantávamos à pressa e nessas noites minha mãe penteava-me com cuidado.
Calçava uns sapatos rebrilhantes e umas peúgas de seda que me enregelavam os pés. Saíamos. E,
no negrume2 da noite que afogava as ruas da vila, eu conhecia pela voz famílias que caminhavam
na nossa frente e outras que vinham para trás. Depois, ao entrar no teatro, sentia-me perplexo 3 no
20 meio de tanta luz e gente silenciosa. Mas todos pareciam corados de satisfação.
Daí a pouco, entrava num mundo diferente. Que coisas estranhas aconteciam!
Ninguém ali falava como eu ouvia cá fora. E mesmo quando calados tinham outro aspeto;
constantemente a mexerem os braços. Mestre Finezas era o que mais se destacava. E nunca, que
me recorde, o pano desceu, no último ato, com Mestre Finezas ainda vivo. Quase sempre morria
25 quando a cortina principiava a descer e, na plateia, as senhoras soluçavam alto.
Aquelas desgraças aconteciam-lhe porque era justo e tomava, de gosto, o partido dos fracos.
E, para que os fracos vencessem, Mestre Finezas não tinha medo de nada nem de ninguém.
Heroicamente, de peito aberto, e com grandes falas, ia ao encontro da morte.
Eu arrepiava-me todo.
30 Uma noite Mestre Finezas morreu logo no primeiro ato. Foi um desapontamento. Todos
criticaram pelo corredor, no intervalo. «O melhor artista morrer mal entra em cena!... Não está
certo! Agora vamos gramar quatro atos só com canastrões4!», dizia o doutor delegado a meu pai.
Mas a cena tinha sido tão viva e a sua morte tão notada durante o resto do espetáculo que, no
outro dia, me surpreendi ao vê-lo caminhando em direção à loja.
35 Ora havia também um outro motivo para a minha admiração. Era o violino. Mestre Finezas,
quando não tinha fregueses, o que era frequente durante a maior parte do dia, tocava violino. E,
muita vez, aconteceu eu abandonar os companheiros e os jogos e quedar-me 5, suspenso, a ouvi-lo,
de longe.
Era bem bonito. Uma melodia suave saía da loja e enchia a vila de tristeza
Manuel da Fonseca, Aldeia nova, 3.a ed., Alfragide, BIS, 2016, pp. 121-123.
1. récitas: representações teatrais. 2. negrume: escuridão. 3. perplexo: muito admirado. 4. canastrões: maus atores.
5. quedar-me: ficar quieto, parado.
3. Identifica o recurso expressivo que se repete na descrição de Mestre Finezas e explica o seu
valor.
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4. Explica por que razão o narrador admirava a faceta de ator de Mestre Finezas.
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5. Mostra que outro motivo da admiração por Mestre Finezas levava o narrador a ter, por vezes,
um comportamento diferente das outras crianças.
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A B
a. b. c. d. e. f.
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Observações:
Deves escrever entre 160 e 260 palavras.
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão implica uma desvalorização parcial até dois pontos;
– um texto com extensão inferior a 55 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.
FIM