Você está na página 1de 14

DOI: 10.5585/ExactaEP.v12n2.

5012 Artigos

Análise de alternativas na cadeia de


suprimentos de aço para a indústria
automotiva utilizando a matriz SWOT
Analysis of alternatives in the steel supply chain for the automotive
industry using a SWOT matrix

Felipe Eugênio Kich Gontijo


Doutor em Engenharia de Produção e Sistemas, Engenheiro
Mecânico – Universidade do Estado de Santa Catarina –
UDESC.
Florianópolis, SC [Brasil]
gontijo@udesc.br

Maggie Marianne Anthonijsz


Mestre em Administração de Empresa – Universidade
do Estado de Santa Catarina – UDESC, Advogada e
Administradora de Empresas.
Florianópolis, SC [Brasil]

Julíbio David Ardigo


Doutor em Engenharia de Produção e Sistemas, Engenheiro
Eletricista, Professor – Universidade do Estado de Santa
Catarina – UDESC.
Florianópolis, SC [Brasil]
Resumo
O aço estampado é uma das commodities que mais afeta o custo de
Carla Simone Simon produção de automóveis. Considerando a potencial quantidade de aço
Mestranda em Administração de Empresas – Universidade do utilizado no fluxo produtivo desse setor, é essencial planejar a configuração
Estado de Santa Catarina – UDESC,
Administradora de Empresas. do gerenciamento da cadeia de suprimentos e conceber uma forma de análise
Florianópolis, SC [Brasil] para a aquisição deste material no intuito de diminuir custos sem afetar a
qualidade e a competitividade. Com o objetivo de desenvolver um modelo
de análise de decisão estratégica é sugerida a aplicação da matriz SWOT e
para a validação é apresentado um estudo comparativo realizado por meio
de uma pesquisa ação no ambiente de uma montadora no Brasil, quando
foram levantados os dados de cinco alternativas reais de negociação com
fornecedores na cadeia de suprimentos do aço estampado ao curto prazo, e
realizada uma análise comparativa.
Palavras-chave: Análise SWOT. Gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Indústria automotiva.

Abstract
Stamped steel is one of the commodities that most affects the cost of auto
production. Considering the potential amount of steel used in this sector’s
flow of production, it is essential to plan supply chain management and
devise a method for analyzing the acquisition of this material in order to
reduce costs without affecting quality and competitiveness. In order to
develop an analytical model of strategic decision-making, application of
the SWOT matrix is suggested, and, for validation purposes, a comparative
study through action research in a Brazilian assembly line, where data is
collected and a comparative analysis performed on five real alternatives of
negotiating in the short term with stamped-steel chain suppliers.
Key words: Automotive industry. Supply Chain Management. SWOT
analysis.

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 183


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

1 Introdução lucro para dominar sua parcela de mercado. Por


isso, os processos de negociação e cotação do mate-
O mercado automotivo caracteriza-se pela rial são atividades permanentes e estratégicas no se-
alta competição entre grandes montadoras e por tor da indústria automobilística. Tanto que Genaro
uma busca constante pela adequação dos custos. et al. (2014) consideraram esse tema relevante e de-
Parte desses custos está relacionada ao gerencia- senvolveram um estudo sobre métodos de cotação e
mento da cadeia de suprimentos, que envolve dife- negociação específicos para esse setor.
rentes tipos de materiais e fornecedores. Por isso, Considerando o cenário descrito, o objetivo
torna-se necessário um constante planejamento neste trabalho é apresentar um modelo de análise
da logística de suprimentos, em especial, no que estratégica e apoio à decisão para uma montadora
tange as escolhas dos fornecedores dos principais no mercado brasileiro, que permita a comparação
materiais que compõe o produto. de alternativas de negociação com fornecedores
A importância da relação entre montadoras de aço, considerando os riscos e as oportunidades
e fornecedores de materiais é um objeto de estudo que envolvem a redução do custo de aquisição.
tratado por muitos autores. Entre esses, Scavarda Para esta investigação, foi necessário pesqui-
e Hamacher (2001) discorreram sobre as grandes sar a oferta real de matéria-prima e do serviço de
mudanças ocorridas nesse setor, motivadas pela corte para identificar as alternativas rentáveis. A
necessidade de adaptação para a competição glo- ferramenta de análise proposta é a matriz Strengths
balizada das grandes montadoras. Guarnieri e Weaknesses Oportunities Threats (SWOT), cuja
Hatakeyama (2010) descreveram as práticas ado- aplicação na área de logística de suprimentos já
tadas nas cadeias de suprimentos desse setor. Já o foi adotada por Córdova et al. (2012), Ribeiro et
estudo de Vanalle e Salles (2011) focou na análise al. (2008) e Rodrigues et al. (2009). Mediante essa
das formas de operações entre empresas compra- matriz, pretende-se realizar uma simulação para
doras e fornecedoras na indústria automobilística. implantação de cada alternativa proposta, buscan-
E Martins et al. (2012) discutiram a interdepen- do uma melhor solução de suprimento.
dência entre montadoras e fornecedoras, que veem
como ponto estratégico para a formalização das
cadeias de suprimentos. 2 Fundamentação teórica
Dentre os inúmeros materiais que alimen-
tam essa cadeia produtiva de automóveis, o aço Uma estratégia competitiva, segundo Porter
estampado é uma das principais commodities. (1986), é a combinação das metas que a empresa
Segundo levantamentos do Instituto Brasileiro de almeja atingir e dos meios pelos quais ela busca
Siderurgia (IBS, 2014), o aço corresponde em mé- para obter resultados. A indústria automobilística
dia a 53% do peso de um automóvel, e a partici- brasileira vem desenvolvendo estratégias para me-
pação no valor de venda chega a 10%; portanto, lhorar seu desempenho e tornar-se competitiva em
uma variação no seu custo impacta diretamente escala mundial.
no preço final do automóvel. Ferrel et al. (2000) relacionam o sucesso de
Nesse mercado concorrido e muitas vezes im- uma empresa a análise dos ambientes internos e
previsível, corrigir o preço de um modelo de auto- externos da montadora objetivando o conheci-
móvel requer um complexo estudo, tendo em vista mento de suas forças e fraquezas e a identificação
que as montadoras atuam com margens baixas de das oportunidades e ameaças no mercado em que

184 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.


GONTIJO, F. E. K. et al. Artigos

atua. Portanto, é necessário conhecer o ambiente tivo de propor melhorias nas condições competi-
em que a organização se encontra e também como tivas da cadeia de suprimentos. Eles afirmam que
a cadeia de suprimentos está formalizada. existe uma forte interdependência entre os dois
lados e que a maior parte dessas relações caracte-
2.1 O gerenciamento da cadeia riza-se como um modelo associativo.
de suprimentos na indústria A respeito dessa interdependência, Martins
automobilística et al. (2012) referem que há uma clara necessidade
A indústria automobilística em todo o mun- de alinhamento das estratégias competitivas dos
do é caracterizada por sistemas de Supply Chain fornecedores com as montadoras, sem a qual não
Management (SCM) complexos. Muitas concep- é possível alcançar os níveis de competitividade
ções de redes logísticas surgiram para solucionar almejados. Dessa forma, as montadoras devem
problemas envolvendo as relações entre montado- adotar maior participação dos fornecedores nos
ras e fornecedores. Corroborando essa afirmativa, processos de decisão que envolvam a cadeia de su-
Ambe e Badenhorst-Weiss (2011) entendem que o
primentos, compartilhando riscos e responsabili-
foco do SCM nesse setor deve ser na otimização
dades. Em comum, os autores citados convergem
do fluxo de materiais que possam criar vantagens
para a questão da compreensão dos riscos e opor-
competitivas, equilibrando custos e níveis de ser-
tunidades que envolvem as decisões de compra de
viços e aumentando a rentabilidade.
materiais, para então tomar a iniciativa de estabe-
No Brasil, autores, como Scavarda e
lecer relações de parceria.
Hamacher (2001), afirmam que depois da década
de 1990 aconteceram grandes mudanças na for-
2.2 Negociação e cotação na
mação ou reestruturação das cadeias de suprimen-
indústria automobilística
tos da indústria automobilística brasileira, moti-
A indústria automobilística representa um
vadas pela necessidade de adaptação a competição
dos exemplos mais claros de SCM. As relações en-
globalizada. Os autores dão ênfase à questão da
tre fornecedores e montadoras são assuntos estra-
divisão dos riscos e responsabilidades com os for-
tégicos, pois um aumento desequilibrado no custo
necedores das montadoras, apontando que naque-
do material ou uma mudança inesperada na forma
le momento, um aumento de qualidade ou uma re-
dução de custo passa a ser uma decisão conjunta. de suprimento pode abalar toda a competitividade
Aprofundando-se no mesmo tema, Guarnieri da cadeia.
e Hatakeyama (2010) realizaram um estudo com Genaro et al. (2014) corroboram essa ideia
23 montadoras e 50 fornecedores, a fim de verifi- de codependência, afirmando que o SCM da in-
car as práticas adotadas e como essas impactam dústria automobilística exige maior formação de
na logística de suprimento. Os autores concluem parcerias e alianças, promovendo transações que
que no Brasil esse setor apresenta iniciativas ino- envolvam oportunidades colaborativas entre for-
vadoras, que se baseiam no conhecimento dos ris- necedores e montadoras. Segundo os autores, as
cos e oportunidades que envolvem montadoras e principais formas de negociação e cotação são:
seus fornecedores.
Já Vanalle e Salles (2011) desenvolveram um • Solicitação de cotação ou Request for Quote
estudo sobre as formas de operações com as mon- (RFQ) – envia-se um formulário contendo as
tadoras, analisando 14 fornecedores, com o obje- principais informações e especificações do

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 185


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

material, aos potenciais fornecedores partici- Já Córdova et al. (2012) propõem o uso da
pantes do processo de cotação. análise SWOT para apoiar a tomada de decisão na
• Solicitação de cotação com abertura de cus- área de estratégias de logística e inovação, em re-
tos – semelhante a anterior, porém com a in- lação a questões que envolvem fornecedores, polí-
clusão da planilha de custos do fornecedor. ticas, objetivos estratégicos, dependências, custos
• Cotação global ou Global Sourcing – é a co- e tempos. Os autores afirmam ainda que a matriz
tação de preços no mercado global sem limi- SWOT pode ser usada para analisar os contra-
tações de fronteiras. tos de fornecimento, negociações e as potenciais
• Comércio eletrônico, ou E@procurement, ou alianças estratégicas.
Business to Business (B2B) – é o processo de
cotação e negociação realizado por meio de
software e sites especializados que utilizam 3 Procedimentos
a internet como tecnologia de comunicação. metodológicos
No setor pesquisado, as duas primeiras for- O desenvolvimento da pesquisa deu-se ao
mas de cotação predominam.
longo da vivência diária em uma montadora du-
rante seis meses. A primeira ação foi realizar um
2.3 Análise SWOT aplicada à
levantamento de documentos sobre o consumo
logística
de aço e as previsões de demandas futuras, bem
A análise SWOT, tradicionalmente represen-
como uma pesquisa bibliográfica para entender o
tada em forma de matriz, é uma ferramenta de
estado de arte dos temas tratados. Depois foi ana-
apoio à decisão, utilizada para auxiliar na aná-
lisado o mapeamento de processos que envolvem
lise dos fatores internos e externos da organiza-
a função de compras e a realização de cotações,
ção (Strenghts, Weaknesses, Opportunities and
já que o modelo de negócio acontece no processo
Threats – pontos fortes, pontos fracos, oportuni-
organizacional da empresa, e também porque por
dades e ameaças) em seu ambiente.
meio dessa função se efetuam os contatos e o le-
Para Tavares (2000) como, as oportunidades
vantamento de informações dos fornecedores.
e as ameaças são fatores externos que a empresa
deve aproveitar ou enfrentar para melhorar seu A amostra de fornecedores definida para a

desempenho. E as forças e fraquezas correspon- pesquisa é de quatro siderúrgicas, todas com ser-
dem a competências internas, que devem ser co- viço de corte; três prestadoras de serviço de corte
nhecidas para a organização posicionar-se frente e doze fornecedores de serviço de estampagem.
às alternativas de decisão. Para ser cadastrado como fornecedor potencial
A utilização da análise SWOT para decisões para a montadora é necessário passar por um ri-
que envolvem questões de logísticas já foi proposta goroso controle que envolve análise de confiabi-
por outros autores. Ribeiro et al. (2008) sugerem lidade e risco de entrega, certificação ISO 9.000,
a utilização da matriz SWOT na área de logística, TS 16.949, ISO 14.001, entre outros requisitos, o
propondo que os custos logísticos e os entraves que que restringe muito esse mercado. Dessa forma, a
caracterizam o chamado “custo Brasil” precisam amostra é representativa, e no momento do estudo
ser analisados nas decisões que envolvem transpor- ela representava a população das empresas cadas-
te, exportações e fornecimento de materiais. tradas na montadora.

186 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.


GONTIJO, F. E. K. et al. Artigos

O procedimento de coleta de dados foi feito do pesquisador nos processos da empresa, com
com os processos de cotação e compra, simulando objetivo de obter uma visão funcional. Também
uma situação real, para que não houvesse mudan- é classificada como levantamento de dados, tendo
ça na postura ou retaliações por parte dos for- em vista que as informações foram apuradas me-
necedores. Num primeiro momento, foi enviado diante contatos com os fornecedores, utilizando-
aos fornecedores um e-mail, pedindo informações se o processo de cotação usual.
sobre: localização, linha principal de produtos,
principais fornecedores e clientes e prestadores de
serviços usuais. 4 Descrição da cadeia
Em seguida, foram levantados os planos de de suprimentos e o
corte das peças estampadas próprias da linha da desenvolvimento de
montadora, elaborando-se planilhas com os se- alternativas
guintes dados: fornecedor, número de referência
da peça, nome da peça, nuance, galvanização, es- Na cadeia de suprimento do aço a montadora
pessura, largura, comprimento, peso, tipo de corte cota os seguintes materiais: a bobina, o blank e a
do blank, modelo de veículo em que é consumido, peça estampada. O termo blank refere-se à chapa
unidades por modelo de automóvel e demanda em de aço já planificada/recortada pronta para a con-
peso. Essa planilha foi enviada para cotação dos formação mecânica. Como o termo é muito comum
fornecedores juntamente com toda a documen- nas indústrias metalúrgicas e automobilísticas, op-
tação dos desenhos técnicos das peças. Com as tou-se pela não tradução. Também se utilizam os
respostas dos fornecedores e o mapeamento das termos POI (Peça de Origem Interna) para as peças
alternativas, examinou-se a melhor cotação e, por estampadas pela montadora a partir das bobinas
conseguinte, utilizando a matriz SWOT, foi feita a ou dos blanks, e POE (Peça de Origem Externa)
análise das alternativas, culminando na indicação para as peças estampadas por fornecedores.
do modelo para a negociação em questão. A Figura 1, a seguir, demonstra o fluxo para
O procedimento descrito caracteriza a pesqui- aquisição do aço, tanto para POE quanto para POI:
sa como sendo exploratória
e descritiva. Exploratória
por envolver levantamento
bibliográfico e documental,
os quais proporcionaram
maior familiaridade com o
problema. E descritiva por
ter em seu objetivo específi-
co a identificação da cadeia
de suprimentos do aço es-
tampado.
Em relação ao proce-
dimento de coleta de dados,
trata-se de uma pesquisa- Figura 1: Negociação atual do aço estampado
ação, pois houve a inserção Fonte: Os autores.

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 187


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

Conforme a Figura 1, a cotação da bobina é ta as respectivas descrições de pontos fortes (forças


feita diretamente às siderúrgicas pelo volume total e oportunidades) e fracos (fraquezas e ameaças).
de peças consumidas, que são as peças internas As quatro células correspondentes a esses
e as estampadas por alguns de seus fornecedores. pontos foram avaliadas quantitativamente quanto
A montadora cota o aço na Arcelor Mittal, à magnitude e à importância, recebendo a seguin-
e o serviço de corte na empresa Beta, que adquire te pontuação:
o aço, aproveitando a negociação entre as partes.
No fornecimento para a montadora (POI) ou para M – magnitude: 3 (alto), 2 (médio), 1 (baixo),
a estamparia Alfa (POE), a empresa Beta emite podendo ser positivo ou negativo.
uma nota fiscal relativa ao blank, composto pelo I – importância: 3 (alta), 2 (média), 1 (baixa).
material e pelo serviço de corte.
Também é feita uma cotação do aço com a Finalizando, os valores obtidos para a mag-
CSN, bem como do serviço de corte, pois a em- nitude (M) e a importância (I) de cada ponto são
presa que faz esse serviço, a Gama, pertence ao multiplicados entre si, e depois somados, criando-
Grupo CSN. A nota fiscal é emitida pela Gama, se um valor de ranqueamento (R) para análise
quando do envio dos blanks para a montadora comparativa das alternativas: R = S (M x I).
(POI) ou a outra estamparia Alfa (POE). A alternativa que apresentar o maior valor R
Uma questão relevante no momento da co- de ranqueamento é apontada como a mais viável.
tação é o controle de estoque de pedidos, pois,
se a quantia cotada não for a mesma adquirida, 4.2 A montadora negocia o preço
pode haver dificuldades para a quantificação dos dos blanks – 1ª Alternativa
ganhos reais. No caso de um eventual incidente Esta forma é semelhante à atual de cotação
do blank ou da peça, tais como falhas nas emba- do aço a ser estampado, com algumas ressalvas
lagens, nas quantidades, na qualidade, na identifi- quanto ao volume negociado e ao escopo da cota-
cação, etc., o estoque de segurança pode garantir ção (matéria-prima e serviço), o que pode ser ob-
a continuidade da linha de produção. servado na Figura 2:

4.1 Desenvolvi­
mento do
modelo de
avaliação das
alternativas de
suprimento
Foram levantadas cin-
co alternativas possíveis ao
curto prazo na negociação
do aço, considerando seus
pontos positivos e negati-
vos. Esses pontos servem
de dados de entrada para a Figura 2: A montadora negocia o preço dos blanks
matriz SWOT, que apresen- Fonte: Os autores.

188 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.


GONTIJO, F. E. K. et al. Artigos

A montadora negocia com a siderúrgica todo Pontos positivos Pontos negativos


o volume de aço a ser estampado e consumido, A redução do
preço do aço e do
incluindo o serviço de corte. Quando os blanks se blank.
destinarem às peças de origem interna (POIs), a A atual forma Em caso de
de cotação nas migração para
montadora efetua a compra destes; mas, quando estamparias não novo fornecedor
é afetada, pois de blank, pode
se destinarem às peças de origem externa (POEs), se continua, existir para as POIs
a estamparia deve adquiri-los. Depois disso, a pois continua se a necessidade
cotando peças. de criação de
montadora realiza a cotação das peças com a es- A responsabilidade novas referências
quanto à para facilitar a
tamparia. Montadora embalagem e mudança de
Os pontos positivos e negativos para a pri- à logística é do fornecedor.
prestador de Reformulação
meira alternativa são mostrados na Figura 3: serviço de corte de contrato
da siderúrgica, para definir
A partir das considerações da Figura 3, a quando do envio responsabilidade
análise SWOT é mostrada na Figura 4: à estamparia; ou do prestador de
da montadora, serviço de corte e,
quando do envio quando POE, da
à siderúrgica ou estamparia.
4.3 A montadora intermedeia a do seu prestador
venda dos blanks – 2ª Alternativa de serviço à
montadora.
Obrigação
A intermediação é uma forma interessante a Aproveitamento do
contratual
na aquisição
ser considerada, pois não afeta a logística atual Empresa de
preço negociado
dos blanks do
pela montadora
– os blanks são adquiridos pelos fornecedores de estampagem prestador de
para a aquisição
serviço de corte
dos blanks.
estampados, quando para POE; ou pela montado- da siderúrgica
para as peças.
ra, quando para POI. Observa-se na Figura 5 esta
As estamparias
alternativa. têm ciência do
preço oferecido
Para essa alternativa, é importante que haja e podem querer
um acordo de compra e recompra firmado entre o Siderúrgica
Maior volume usar igual
negociado. negociação na
prestador de serviço de corte da siderúrgica “B” e venda de peças
que fornecem
a montadora. Pelo contrato, depois de determina- para outras
do o período, a montadora emitirá uma nota de montadoras.

serviço pela intermediação dos blanks ao fornece- Figura 3: Considerações sobre a primeira
alternativa
dor de serviço de corte da siderúrgica “B”.
Fonte: Os autores.
O valor do serviço de intermediação pela ven-
da dos blanks é determinado tendo por parâmetro do centro de serviço de corte da siderúrgica “B”,
o volume consumido pela própria montadora e pe- aproveitando o valor negociado pela montadora.
los seus fornecedores de serviço de estampagem. A partir das considerações da Figura 6, a
Ocorrendo um aumento no valor da matéria-pri- análise SWOT é mostrada na Figura 7:
ma, há uma nova negociação. Todavia, não afeta
o serviço de intermediação, pois este é estipulado 4.4 A montadora compra
contratualmente pelo volume negociado de blanks e revende os blanks – 3ª
e não pelo valor em que são adquiridos. Para tan- Alternativa
to, é necessário que o contrato de fornecimento A montadora negocia com a siderúrgica “B” e
obrigue o fornecedor de peças a adquirir os blanks adquire o material da sua prestadora de serviço de

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 189


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

Forças M I Oportunidades M I Pontos positivos Pontos negativos


Grande volume Redução do Redução do preço
3 3 3 3
negociado. preço do blank. do aço e do blank.
Os fornecedores
Aquisição de
de serviços de
Não afeta blank pelas
estampagem não
atual forma de 1 1 estamparias 3 3
têm conhecimento
cotação. pelo preço da
da negociação.
Montadora. Obrigação
Não há alteração
Obriga as na compra
na forma atual
estamparias em do volume
Montadora de aquisição de
adquirirem blanks 2 2 aproximado
peças, logo não
de determinado na previsão de
há necessidade de
fornecedor. compras.
alterações logísticas
Fraquezas M I Ameaças M I e criação de novas
referências de
Possibilidade blanks ou peças.
das estamparias Sigilo do contrato
Para POI, criação utilizarem o de venda e
de novas -2 1 preço negociado -2 2 recompra.
referências. pela montadora
às outras Obrigação em
Aproveitamento da
montadoras. adquirir o blank
Empresa de negociação dos
de determinada
Necessidade de estampagem blanks no preço
siderúrgica para
novos contratos e negociado.
as peças.
negociações para -3 3
a definição de Maior volume
responsabilidades. negociado.
Inexistência de risco Não há.
Obriga as de a estamparia (Pagamento
estamparias em Siderúrgica
pugnar pela pela comissão
adquirirem blanks -3 3 utilização de tal de corretagem.)
de determinado negociação com
fornecedor. outras montadoras.

Figura 4: Matriz SWOT para a 1ª Alternativa Figura 6: Considerações sobre a 2ª Alternativa


Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.

corte e, quando para POE, o


revende às estamparias para
que este seja industrializado
em peças que serão forneci-
das à montadora.
Na revenda, o mate-
rial é enviado pela siderúr-
gica às estamparias por
conta e ordem da monta-
dora. O fornecedor de ser-
viço de corte da siderúr-
gica “B” emite uma nota
fiscal à montadora e, em
contrapartida, a montado-
Figura 5: A montadora intermedeia a venda dos blanks
ra emite outra nota fiscal
Fonte: Os autores. à estamparia.

190 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.


GONTIJO, F. E. K. et al. Artigos

Forças M I Oportunidades M I
Redução do preço dos blanks através do
Grande volume negociado. 3 3 recebimento de comissão pela corretagem. 3 3

Aquisição de blank pela estamparia pelo preço


Não afeta a atual forma de cotação. 1 1 3 3
dado à montadora.
Não altera a responsabilidade quanto à
embalagem e ao transporte, pelo prestador
de serviço de corte da siderúrgica, quando do
2 2
envio à estamparia; ou da montadora, quando
do envio à siderúrgica, ou do seu prestador de
serviço, quando do envio à montadora.
As estamparias não têm ciência da negociação. 2 2
Fraquezas M I Ameaças M I
Se as estamparias vierem a saber da
Obrigação de adquirir o volume aproximado. -2 2 -2 2
negociação.
Necessidade de novos contratos e negociações
-3 3
para a definição de responsabilidades.
Obriga as estamparias a adquirirem blanks de
-3 3
determinado fornecedor.

Figura 7: Matriz SWOT para a 2ª Alternativa


Fonte: Os autores.

Diante de um novo flu-


xo, esta alternativa exige um
maior controle da logística
quanto ao gerenciamento de
estoques (inventário físico e
o estoque que está em trânsi-
to dos pedidos confirmados)
e do recebimento da merca-
doria junto ao fornecedor.
Os pontos positi-
vos e negativos para a 3ª
Alternativa são mostrados
na Figura 9:
A partir das conside-
rações da Figura 9, a aná-
Figura 8: A montadora compra e revende os blanks
lise SWOT é mostrada na
Fonte: Os autores.
Figura 10:

4.5 A montadora adquire os blanks, e este efetua o envio às estamparias por


blanks e os envia à estamparia – conta e ordem de terceiro, que é a montadora.
4ª Alternativa Assim, as estamparias somente cobram da mon-
A montadora compra diretamente do cen- tadora pelo beneficiamento prestado, pois não
tro de serviço de corte da siderúrgica “B” os adquirem os blanks.

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 191


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

Pontos positivos Pontos negativos Conforme o fluxo ilustrado, a montadora


Aumento de lança à estamparia o pedido. Esta faz o repasse
movimentação
financeira diante da informação à logística do prestador de serviço
do volume de da siderúrgica “B”, que, por sua vez, entrega os
faturamento de blanks
(para POE e POI) e de blanks ao fornecedor de serviço de estampagem
peças.
por conta e ordem da montadora e depois emite a
Necessidade de
um maior controle fatura à montadora.
logístico, como
anteriormente Como as estamparias receberam os blanks dire-
Lucro entre destacado; aumento tamente do centro de serviço de corte da siderúrgica
a compra e de notas, o que exige
Montadora um maior controle “B”, estas devem solucionar assuntos de qualidade
revenda dos
blanks. destas.
do material, conforme pactuado contratualmente.
Controle de solução
de litígio em caso de Os pontos positivos e negativos para a 4ª
devolução dos blanks
por não estarem Alternativa são mostrados na Figura 12:
conforme o volume e a A partir da Figura 12, a análise SWOT é
qualidade negociada
pela montadora. mostrada na Figura 13:
Uma peça terá duas
referências (uma para
o blank e outra a 4.6 A montadora compra por meio
peça em si).
de leilão virtual – 5ª Alternativa
Redução do
trabalho de Obrigação contratual O leilão virtual reverso pode ser considerado
Empresa de
gestão para em adquirir os blanks
estampagem
a compra do da montadora.
como uma forma de fazer negócio muito idêntica à
blank. apresentada no item anterior, tendo em vista que sua
Maior volume única diferenciação é que a transação é ponteciali-
Siderúrgica Não há.
negociado.
zada com a ajuda da tecnologia, pois ocorre com o
Figura 9: Considerações sobre a 3ª Alternativa
auxílio de uma plataforma de compras na internet.
Fonte: Os autores.

Forças M I Oportunidades M I
Grande volume negociado. 3 3 Lucro entre compra e revenda dos blanks. 3 3
Não altera a responsabilidade quanto à
embalagem e ao transporte, pelo prestador
de serviço de corte da siderúrgica, quando do Aquisição de blank pela estamparia pelo preço
2 2 3 3
envio à estamparia; ou da montadora, quando dado a montadora.
do envio à siderúrgica ou do seu prestador de
serviço quando do envio à montadora.
As estamparias não têm ciência da negociação. 2 2
Fraquezas M I Ameaças M I
Criação de novas referências. -2 1 Dessincronização do aproveitamento -2 2
Afeta atual forma de cotação. -1 1
Definição de responsabilidades. -3 3
Obriga a estamparia a adquirir blanks da
-3 3
montadora.
Maior movimentação financeira. -3 1
Maior controle logístico. -2 1

Figura 10: Matriz SWOT para a 3ª Alternativa


Fonte: Os autores.

192 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.


GONTIJO, F. E. K. et al. Artigos

serviço de corte daque-


la. Os blanks destinados
às POIs são entregues
na montadora, enquan-
to que os destinados às
POEs são diretamente
enviados às estamparias,
por conta e ordem de ter-
ceiro.
As estamparias rece-
bem o pedido via EDI e
os retransmitem à logísti-
ca do prestador de servi-
ço de corte da siderúrgica
Figura 11: A montadora adquire o blank e os envia às estamparias “B”. Este último envia os
Fonte: Os autores. blanks por conta e ordem
de terceiro às estamparias,
Ao invés de cotar como no item anterior, e a fatura correspondente à demanda para a mon-
a montadora realiza o leilão virtual reverso tadora. Em contrapartida, após a estampagem
em que estão presentes as siderúrgicas interes- dos blanks, as peças são enviadas à montadora
sadas em fornecer os blanks. Vence a siderúr- junto com a fatura.
gica que apresentar o melhor preço pela ma- Os pontos positivos e negativos para a 5ª
téria-prima e pelo serviço de corte. Todavia, Alternativa são mostrados na Figura 15.
quem irá fornecer e faturar os blanks para as A partir da Figura 15, a análise SWOT é
peças a serem estampadas será o prestador de mostrada na Figura 16.

Pontos positivos Pontos negativos


Aumento de movimentação financeira; uma
peça conterá duas referências (uma para o
blank e outra para a peça em si).
Redução do preço do aço e do blank;
Possibilidade de haver duas contas para um
as estamparias não têm ciência do valor
maior controle de estoque em trânsito e em
negociado pela montadora.
Montadora poder da estamparia.
Possibilidade de redução do custo do serviço
Quanto à qualidade, há a necessidade de
de estampagem, pela redução do trabalho da
elaboração de contrato para definição da
estamparia em gerir a compra do blank.
responsabilidade civil referente ao material – e
este contrato que deve ser do prestador de
serviço.
Redução de capital de giro e da taxa
financeira ao fornecedor de estampados, em
Empresa de
virtude da redução do fluxo de caixa. Não há.
estampagem
Redução do trabalho de gestão da compra de
blanks.
Maior volume negociado.
Siderúrgica As estamparias não têm ciência do valor dos Não há.
blanks negociados com a montadora.

Figura 12: Considerações sobre a 4ª Alternativa


Fonte: Os autores.

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 193


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

Forças M I Oportunidades M I
Grande volume negociado. 3 3 Redução do preço do blank. 3 3
Não altera a responsabilidade quanto à
embalagem e ao transporte, pelo prestador
de serviço de corte da siderúrgica, quando do Possibilidade de redução do preço de
2 2 2 2
envio à estamparia; ou da montadora, quando estampagem.
do envio à siderúrgica ou do seu prestador de
serviço quando do envio à montadora.
Estamparias não têm ciência do valor
2 2
negociado.
Fraquezas M I Ameaças M I
Perdas no processo de estampagem, o que irá
Criação de novas referências. -2 1 -2 1
gerar sucata ao invés da peça.
Afeta a atual forma de cotação. -1 1
Definição de responsabilidades. -3 -3
Obriga a estamparia em prestar, tão
-3 3
unicamente, o serviço de estampagem.
Maior movimentação financeira. -2 -1
Maior controle logístico. -2 1

Figura 13: Matriz SWOT para a 4ª Alternativa


Fonte: Os autores.

4.7 Comparação das alternativas Comparando as alternativas propostas,


propostas a que apresenta um maior ranqueamento (R)
Na Figura 17, é apresentado um resumo das – o que significa uma melhor configuração de
pontuações obtidas na análise SWOT para cada SCM para implantação na montadora –, é a 2ª
alternativa. Alternativa, com a montadora intermediando a
venda dos blanks. O gráfi-
co, a seguir, mostra, para
uma melhor visualização,
a avaliação das alternati-
vas consideradas pela ma-
triz SWOT.
Verifica-se, assim,
que a 2ª Alternativa é a
mais viável, na qual, me-
diante um contrato de
recompra firmado junto
ao fornecedor de serviço
de corte da siderúrgica
“B”, a montadora recebe-
rá determinado valor pela
quantia consumida entre
Figura 14: A montadora compra por meio de leilão virtual reverso
seus fornecedores de es-
Fonte: Os autores. tampados.

194 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.


GONTIJO, F. E. K. et al. Artigos

Pontos positivos Pontos negativos


Redução do preço do aço e do blank;
Aumento de movimentação financeira; uma
possibilidade de acirrada disputa para
peça contém duas referências (uma para o
fornecer blanks à montadora.
blank e outra para a peça em si).
As estamparias não têm ciência do valor
Possibilidade de haver duas contas para um
negociado pela montadora.
maior controle de estoque em trânsito e em
Montadora Redução do processo de negociação (em face
poder da estamparia.
da otimização de tempo), pois todo o processo
Controle de qualidade do material adquirido
envolvido não ultrapassa duas semanas.
pelas empresas de estampagem.
Possibilidade de redução do custo do serviço
Gastos com maior segurança do sistema
de estampagem, pela redução do trabalho da
contra invasão de hackers.
estamparia em gerir a compra do blank.
Redução de capital de giro e da taxa
financeira ao fornecedor de estampados, em
Empresa de
virtude da redução do fluxo de caixa. Não há.
estampagem
Redução do trabalho de gestão da compra
de blanks.
Maior volume negociado.
Siderúrgica: As estamparias não têm ciência do valor dos Não há.
blanks negociados com a montadora.

Figura 15: Considerações sobre a 5ª Alternativa


Fonte: Os autores.

Forças M I Oportunidades M I
Grande volume negociado. 3 3 Redução do preço do blank. 3 3
Não altera a responsabilidade quanto à Possibilidade de acirrada disputa para fornecer
2 2 2 3
embalagem e transporte. à montadora.
Possibilidade de redução do preço de
As estamparias não têm ciência da negociação. 2 2 2 2
estampagem.
Rapidez na negociação. 1 1
Fraquezas M I Ameaças M I
Perdas no processo de estampagem, o que irá
Criação de novas referências. -2 1 -2 1
gerar sucata ao invés da peça.
Segurança do sistema de informática contra
Afeta a atual forma de cotação. -1 1 -2 1
invasão de hackers.
Definição de responsabilidades. -3 3
Obriga a estamparia em prestar, tão
-3 3
unicamente, o serviço de estampagem.
Maior movimentação de notas e financeira. -2 1
Despesas com o leilão virtual. -2 2
Maior controle logístico. -2 1

Figura 16: Matriz SWOT para a 5ª Alternativa

Fonte: Os autores.

Independentemente da escolha da alternati-


Pontos Pontos
Resultado
positivos negativos va, constatou-se que em nenhuma houve perda da
1ª Alternativa 32 - 24 8 qualidade do aço.
2ª Alternativa 36 - 26 10
3ª Alternativa 35 - 32 3
4ª Alternativa 30 -27 3
5ª Alternativa 37 - 31 6 5 Conclusão
Figura 17: Quadro com pontuação resumida para
as cinco alternativas O levantamento das possibilidades de supply
Fonte: Os autores. chain do aço estampado mostrou como é o SCM

Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014. 195


Análise de alternativas na cadeia de suprimentos de aço para a indústria automotiva utilizando a matriz…

CÓRDOVA, F. et al. A proposal of logistic services


innovation strategy for a mining company. Journal
of Technology Management & Innovation, Santiago
(Chile), v. 7, n.1, mar. 2012.
FERREL, O. C. et al. Estratégia de marketing. São
Paulo: Atlas, 2000.
GENARO, E.; HILSDORF, W. C.; SAMPAIO,
M. Métodos de cotação e negociação na cadeia de
suprimentos de autopeças brasileira e os custos de
transação. Revista Gestão & Produção, São Carlos (SP),
v. 21, n. 2, abr./jun. 2014.
Gráfico 1: Comparação do resultado das cinco
alternativas – matriz SWOT GUARNIERE, P.; HATAKEYAMA, K. Formalização
Fonte: Os autores. da logística de suprimentos: caso das montadoras e
fornecedores da indústria automotiva brasileira. Revista
Produção, São Paulo-SP, v. 20, n. 2, 2010.
do aço para a montadora, bem como a sintonia na
IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia. A participação
integração dos membros da cadeia. Com isso, foi do aço nos automóveis: relatório da análise feita
possível identificar as formas de negociação desse pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT-USP).
Disponível em: <http://www.ibs.org.br/index.asp>.
material e também suas formas de aprovisiona- Acesso em: 23 abr. 2014.
mento, estoque de segurança, embalagem, trans- MARTINS, R. S.; SOUZA FILHO, O. V.; PEREIRA, S.
porte e qualidade. C. F. Alinhamento estratégico nas cadeias de suprimento
da indústria automobilística brasileira. REAd. Revista
A partir deste levantamento, foram evi- Eletrônica de Administração, Porto Alegre (RS), v.18, n.
denciadas alternativas da forma de negociação. 3, set./dez. 2012.

Dadas as alternativas identificadas, aplicou-se a PORTER, M. E. Estratégia competitiva. Técnicas para


análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro:
matriz SWOT; resultando, como sendo o melhor Campus, 1986.
modo de negociação do aço estampado, a alter- RIBEIRO, R. M. et al. Utilização do modelo de SWOT
nativa que dispõe sobre a intermediação e que para estratégia de exportação: caso exploratório em uma
empresa do setor siderúrgico. Revista Ciências Exatas,
obteve a melhor pontuação na análise realizada. Taubaté (SP), v. 2, n. 1, 2008.
Diante do exposto, sugere-se que esta pes-
RODRIGUES, I. M. et al. Matriz para avaliação do
quisa é válida não só para o gerenciamento de sistema de Distribuição de produtos do setor de bebidas.
aço estampado no fluxo produtivo do setor au- Revista Ingepro, Santa Maria (RS), v. 1, n. 6, ago. 2009.

tomobilístico, mas igualmente para o de outras SCAVARDA, L. F. R.; HAMACHER, S. Evolução da


cadeia de suprimentos da indústria automobilística
commodities do supply chain. Deste modo, o no Brasil. Revista de Administração Contemporânea,
trabalho se torna importante e válido para ava- Curitiba (PR), v. 5, n. 2 maio/ago. 2001.
liação de um planejamento estratégico a ser ado- TAVARES, M. C. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas,
2000.
tado por qualquer outra montadora ou empresa
VANALLE, R. M.; SALLES, J. A. A. Relação entre
com características semelhantes em sua cadeia montadoras e fornecedores: modelos teóricos e estudos
de suprimentos. de caso na indústria automobilística brasileira. Revista
Gestão da Produção, São Carlos (SP), v. 18, p. 237-250,
2011.

Referências Recebido em 17 jun. 2014 / aprovado em 16 set. 2014

AMBE, I. M.; BADENHORST-WEISS, J. A. South Para referenciar este texto


African automotive industry: trends and challenges in the GONTIJO, F. E. K. et al. Análise de alternativas
supply chain. Journal of Contemporary Management, v. na cadeia de suprimentos de aço para a indústria
8, p. 337-362, 2011. automotiva utilizando a matriz SWOT. Exacta – EP,
São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.

196 Exacta – EP, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 183-196, 2014.

Você também pode gostar