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Coleção Fábulas Bíblicas Volume 1

ARGUMENTOS
RELIGIOSOS

IDIOTAS
Mitologia e Superstição Judaico-cristã

Depois de descobrir a verdade,


é impossível voltar a crer na mesma mentira.

JL
jairoluis@inbox.lv
Sumário
O que é o Cristianismo? ........................................................................... 5
1 - A superstição da ferradura da sorte ............................................... 6
2 - A superstição da oração................................................................ 7
3 - A essência do cristianismo é a superstição ...................................... 9
Introdução .............................................................................................10
1 - Ao crente da Mitologia Abrâmica..........................................................12
2 - A confusão da crença em Deus ............................................................14
3 - As religiões precisam de muitos ignorantes >>> ...................................22
4 - A ilusão religiosa >>> .......................................................................27
5 - O legado da religião >>> ...................................................................42
6 - A grande desculpa dos crentes >>> ....................................................52
1 - “A Interpretação Bíblica”.............................................................. 53
7 - A grande mentira dos crentes. >>>.....................................................56
8 - A farsa da inspiração divina ................................................................63
9 - Por que não sou agnóstico >>> ..........................................................68
10 - Perguntas idiotas de crentes aos ateus >>> .......................................71
1 - Como você pode ser moral sem crer em Deus? .............................. 72
2 - "Como a tua vida pode ter significado?" Perguntam às vezes: "Não te
sentes triste ou desesperado?" Ou também: "Se tu não crês em Deus ou
no céu, por que não te suicidas?" ...................................................... 74
3 - "Por acaso não é preciso mais fé para ser ateu que para ser um
crente?" ......................................................................................... 75
4 - “Por acaso o ateísmo não é só mais uma religião?” ......................... 76
6 - "Por que odeias a Deus?" Ou, "Você não está simplesmente irritado
com Deus?" .................................................................................... 78
7 - "Mas você já leu a Bíblia? - Já ouviu falar do milagre “X”? Já ouviu
minha história sobre minha experiência religiosa pessoal? .................... 79
8 - "E se estiver enganado?" Às vezes perguntam: "Por acaso não é lógico
crer em Deus? Se você crê e está equivocado, nada de terrível acontece,
mas se não crês e te equivocas, poderia ir ao inferno!" ........................ 80
9 - “Por que os ateus estão tão irritados?" .......................................... 81
11 - Por que os Ateus falam tanto em Deus? >>> ......................................84
1 - Todos falam de coisas inexistentes em que acreditam ..................... 85
2 - Os outros deuses também não existem ......................................... 86
3 - Existem áreas de estudo dedicadas a coisas inexistentes ................. 87
4 - Educação e aprendizagem ........................................................... 88
6 - As leis e Deus ............................................................................ 90
3
7 - Sociedade e Deus ....................................................................... 91
8 - Benefícios e aprendizagem cristã .................................................. 92
9 - Cumprimento da Bíblia ................................................................ 93
10 - Diversão .................................................................................. 94
12 - Por que os Ateus parecem crer? >>> .................................................98
13 - Doze conselhos para o cristão debater com ateus >>> ...................... 106
1. Nunca utilize a Bíblia como argumento. ........................................ 106
2. NÃO USE experiências pessoais ou sentimentos como argumentos. . 107
3. Nunca diga que ALGUM versículo "deve ser interpretado" ou "está fora
de contexto". ................................................................................ 107
4. Nunca diga "A lei mosaica está abolida". ....................................... 107
5. Não use FLAVIO JOSEFO como prova da existência de Jesus. .......... 108
6. Não use o banal "argumento moral". ............................................ 109
7. Nunca diga: "Existem milhares de evidências da existência de
Deus". .......................................................................................... 109
8. Não discuta: "Se não há Deus, então, quem nos criou? .................. 110
9. Nunca diga "A evolução é apenas uma teoria" ou "A evolução não está
provada". ..................................................................................... 110
10. Não utilize uma "Aposta de Pascal" como um argumento. ............. 111
11. Não utilize louvores ou desejos de conversão para com o ateu. ...... 111
12. Nunca acusar os ateus de satânicos ou blasfemos. ....................... 112
Extra: Não diga AS frases: "Os caminhos de Deus são misteriosos" OU "A
mente humana não consegue entender a mente divina". .................... 112
14 - FALÁCIAS lógicas na argumentação religiosa. >>> ............................ 113
1 - Amigos CRENTES cristãos… não se provam as negações! ............... 113
2 - Falácias na Argumentação Religiosa ............................................ 117
15 - FALÁCIAS cristãs mais comuns. >>> ............................................... 126
16 - Argumentos fajutos a favor de Deus ................................................ 137
17 - Fé religiosa - virtude ou embuste? ................................................... 164
18 - Idiotices ditas por cristãos inspirados por um deus idiota .................... 169
19 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ................................................ 192
Mais conteúdo recomendado ........................................................... 205
Livros recomendados ..................................................................... 206
Referências e Fontes: ..................................................................... 216

4
O que é o Cristianismo?

É uma superstição bizarra, primitiva e engraçada que atribui


poderes mágicos a um cadáver pregado em uma cruz. Atualmente
tornou-se uma fonte de piadas e diversão para ateus e descrentes
em todos os “quatro cantos do mundo”. As pessoas crentes nesta
superstição são trolladas pelos religiosos com um deus invisível
que é pai do cadáver da cruz, além de ser ele mesmo; que é
onipotente, mas precisa de intermediários (os religiosos, claro);
que é onisciente, mas precisa constantemente ser avisado dos
problemas de sua própria criação através de orações. Mais
engraçado impossível. É uma mistura de superstição, paganismo,
idolatria, fanatismo, mitos, mentiras e muita babaquice para
conseguir ser trollado com essas bobagens.

5
1 - A superstição da ferradura da sorte

Vamos imaginar a seguinte situação. Digamos que você tem


câncer. Você está deitado no hospital depois de uma rodada de
quimioterapia e você se sente terrível. Uma pessoa aparece em
sua sala com um sorriso brilhante no rosto e uma ferradura na
mão. Ele lhe diz: "Esta é uma incrível ferradura da sorte. Se você
tocar esta ferradura, vai curar seu câncer. Mas eu preciso lhe
cobrar R$ 100,00 para tocá-la”.

Você pagaria ao homem os R$ 100,00?

Claro que não. Todos nós sabemos que tocar a ferradura terá
efeito nulo sobre o câncer. A crença na ferradura da sorte é pura
superstição.

É também muito fácil de provar cientificamente que a ferradura


não tem nenhum efeito sobre o câncer (ou qualquer outra coisa).
A forma como iria fazê-lo é simples: nós levaríamos 1.000

6
pacientes com câncer e os dividiríamos de forma aleatória em dois
grupos de 500. Deixaríamos 500 dos pacientes com câncer para
tocarem na ferradura da sorte e os outros 500 como duplo-cego.
Então poderíamos comparar as taxas de remissão de câncer entre
os dois grupos. O que iríamos encontrar seria zero beneficios da
ferradura. Não veríamos nenhuma diferença estatística entre as
taxas de remissão nos dois grupos de 500 pacientes.

2 - A superstição da oração

Agora vamos imaginar outra situação. Você tem câncer, acabou


de sair de uma rodada de quimioterapia e você se sente terrível.
Desta vez, uma pessoa aparece na sua sala com um sorriso
brilhante no rosto e uma bíblia na mão. Ele lhe diz:

 "Há um ser chamado Deus, que é o todo-poderoso,


onisciente e criador todo-amoroso do universo. Eu sou o
seu representante na terra. Se me permite orar a Deus em
seu nome, Deus vai curar seu câncer”.

Você concorda com a oração, o homem reza em cima de você por


10 minutos. Ele invoca todos os poderes de cura de Deus,
7
rogando-lhe, recitando versos das Escrituras e assim por diante.
Depois, quando ele está se preparando para sair, o homem diz,
"Oh, e a propósito, Deus diz que você deve 10% de dízimo de sua
renda para a igreja. Você consideraria fazer uma doação dedutível
hoje"?

 A pergunta é:
 Existe alguma diferença entre os dois homens, será que a
oração tem qualquer efeito maior do que a ferradura?
 A resposta é: Não.
 A crença na oração é tão supersticiosa como a crença na
ferradura da sorte.

O mais fascinante é que podemos provar que a oração não tem


nenhum efeito exatamente da mesma maneira que nós podemos
provar que ferraduras não têm efeito. Tomamos 1.000 pacientes
com câncer. Oramos com 500 deles e deixamos os 500 outros em
paz. Então, olhamos para as taxas de remissão câncer de entre
os dois grupos. O que descobrimos é que as orações têm benefício
zero. Não veríamos nenhuma diferença estatística entre as taxas
de remissão nos dois grupos de 500 pacientes. Em outras
palavras, podemos provar que a crença na oração é pura
superstição. A crença no poder da oração não é diferente da
crença no poder da ferradura da sorte. Estes experimentos foram
realizados muitas vezes, e eles sempre retornam os mesmos
resultados. Simplesmente, a oração não tem absolutamente
nenhum efeito sobre o resultado de qualquer evento. O "poder da
oração" é realmente "o poder da coincidência". Crença na oração
é pura superstição. A oração não tem absolutamente nenhum
efeito em cada experimento científico que realizamos, porque
Deus é imaginário.

8
3 - A essência do cristianismo é a superstição

Basta ler a definição de superstição em qualquer dicionário para


ter a certeza absoluta. Simplesmente não há o que discutir sobre
isso.

O dicionário Michaelis define a palavra "superstição" desta forma:

 su.pers.ti.ção
sf (lat superstitione) 1 Sentimento religioso excessivo ou
errôneo, que muitas vezes arrasta as pessoas ignorantes à
prática de atos indevidos e absurdos. 2 Crença errônea;
falsa ideia a respeito do sobrenatural. 3 Temor absurdo de
coisas imaginárias. 4 Opinião religiosa baseada em
preconceitos ou crendices. 5 Prática supersticiosa. 6
Presságio infundado ou vão que se tira de acidentes ou
circunstâncias meramente fortuitas. 7 Crendice,
preconceito. 8 Todo excesso de cuidado ou de exatidão em
qualquer matéria. 9 Dedicação exagerada ou não
justificada. [ref] (clique nos textos em azul para mais
detalhes).

9
Introdução

É impressionante o comportamento bizarro dos seres humanos


influenciados por este livro doentio e anacrônico chamado Bíblia
Sagrada, cujo anacronismo já começa pelo título, onde a única
10
razão para ser chamado de “sagrado” é porque alguém inventou
e há muita gente ignorante para acreditar nessa asnice. Quando
essas criaturas são confrontadas com as baboseiras de seu amado
livro, (geralmente nunca lidas) parecem esquecer imediatamente
pertencer ao gênero humano, pois adotam comportamentos para
além de irracionais e que envergonhariam muitos animais ditos
“irracionais”. Trocam imediatamente a dignidade da defesa da
verdade pelo orgulho da defesa da mentira descarada. E pobre
daquele que os chamar de mentirosos. Que bruxaria é essa? Por
que essas pessoas precisam jogar sua dignidade no lixo para
defender essa imundície e principalmente defender os parasitas
que vivem de pregar esse lixo, que na maioria das vezes nem
mesmo leram? Lavagem cerebral desde a infância? Doença mental
generalizada? Delírio coletivo? Não importa...

Como bem disse o grande Robert Green Ingersoll em “About the


Holy Bible by (1894)”:

“Alguém tinha que dizer a verdade sobre a Bíblia. Os padres não


ousariam, porque seriam expulsos de seus púlpitos. Professores
nas escolas não ousariam, porque assim perderiam seus salários.
Políticos não ousariam, eles seriam derrotados nas urnas. Editores
não ousariam, perderiam seus leitores. Comerciantes não
ousariam, perderiam seus clientes. Homens da alta sociedade não
ousariam, perderiam prestígio. Nem balconistas ousariam, eles
seriam dispensados. Então, decidi eu mesmo fazer isto”.

JL

11
1 - Ao crente da Mitologia Abrâmica.

Mitologia Abrâmica:
Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Nem todos os crentes do mundo reunidos em oração conseguem


mover um grão de areia com a “fé”, uma montanha ou converter
um ateu PORQUE A FÉ É UMA FRAUDE RIDÍCULA. Jesus mentiu!
Da mesma forma, todas as orações realizadas por todos os

12
crentes que já existiram, jamais conseguiram transformar
qualquer mentira religiosa em verdade. Religião sempre foi e
continua sendo SIMPLESMENTE MENTIRA e ainda não nasceu o
primeiro a derrubar esta verdade. Estranhamente, as orações
jamais atendidas deveriam ser uma prova óbvia das mentiras
religiosas, mas no crente sem cérebro este fracasso funciona
como um gatilho para iniciar um processo de fabricação de
mentiras e desculpas idiotas que se estenderá por toda a sua
miserável vida manipulada, numa tentativa desesperada de negar
o óbvio:

 Religião é basicamente mentira.


 Religiosos são parasitas mentirosos e crentes são palermas
ignorantes iludidos por eles.

13
2 - A confusão da crença em Deus

Teísmo, Deísmo e Panteísmo.

A maioria dos crentes não sabe nem mesmo o tipo de crenças que
defende, pois existe uma série de modalidades de crenças que
costumam confundir o cristão (e o não-cristão) comum. Estes
conceitos se relacionam entre si, mas não significam a mesma
coisa. Muitas vezes a afirmação “Creio em Deus” não simboliza a
mesma forma de credo, pois do ponto de vista cristão não
possuem o mesmo significado ou o mesmo valor. Crer em Deus
para um panteísta não significa o mesmo que para um teísta, mas
em todos os casos “deus” é sempre um tapa-furo para o
desconhecido. Analisemos as definições e diferenças dos três
termos mais comuns.
14
Teísmo

O teísmo (do grego θεóς theos deus) designa toda concepção


filosófica que admite a existência de um Deus absoluto pessoal e
transcendente. (Deus providente, criador e conservador do
mundo).

 Teísmo Cristão
 Teísmo agnóstico
 Teísmo Aberto

Segundo Voltaire o Teísta reconhece um Deus criador,


infinitamente poderoso e considera suas criaturas como máquinas
admiráveis. Deus se dignou a estabelecer uma relação entre ele
e os homens, cuja relação os torna livre, capazes do bem e do
mal, e deu-lhes o “bom sentido”, que é o instinto do homem que
se baseia na lei natural. O teísmo não é religião, não é um sistema
de costumes, não têm rituais e não tem padres ou instituição. O
teísmo é apenas um nome para classificar a visão de que existem
ou não deuses. Algumas religiões são teístas, outras deístas,
panteístas, etc.

Podemos dividir o teísmo em:

 Monoteísmo: crença em um só Deus.


 Politeísmo: crença em vários deuses.
 Henoteísmo: crença em vários deuses, mas com um
superior a todos.

Em poucas palavras, amigo cristão, se você crê que só existe um


Deus e é este Deus quem criou tudo e provê tudo que existe;
transcendente e infinito… se você crê nisto é um Teísta. Todos os
seguidores da doutrina cristã são Teístas. Se você se considera
cristão, sem dúvida é Teísta.

15
Deísmo

Doutrina que reconhece um Deus como autor da natureza, porém


sem admitir revelação nem culto externo. Ou seja, Deus existe e
criou o universo físico, mas não interfere nele. Para o Deísta Deus
se revela indiretamente através das leis da natureza descritas
pelas ciências naturais. Os deístas tipicamente também tendem a
rechaçar os eventos sobrenaturais (milagres, profecias, etc.) e a
afirmar que Deus não interfere na vida dos humanos e nas leis do
universo. Por isso, eles costumam usar a analogia de Deus como
um relojoeiro. O que para as religiões organizadas são revelações
divinas e livros sagrados, a maioria dos deístas entende como
interpretações inventadas por outros seres humanos. Os deístas
creem que o maior dom divino à humanidade não é a religião, mas
a habilidade de raciocinar.

A base da doutrina Deísta é:

1- Crer em um Criador e Arquiteto inteligente do Universo.


2- Crer que este Criador-arquiteto está "fora" do Universo e
que não é uma parte de dito Universo.
3- Crer que após a criação do universo, Deus permanece à
margem dele permitindo-lhe desenvolver-se naturalmente
e sob as leis que ele mesmo criou e sem necessidade de
uma posterior intervenção.
4- Crer que Deus não produz milagres que desafiem as leis
físicas ou que intervenha de forma sobrenatural nos
assuntos humanos.
5- Crer que Deus não se revela ao ser humano através de
sacerdotes ou iluminados individuais, mas através da
natureza.
6- Crer que Deus não impõe morais rígidas preordenadas ou
códigos de conduta divinamente inspirados, mas que
espera que os seres humanos desenvolvam seus próprios
16
códigos de conduta para viver em harmonia entre si com
base na razão que ele lhes deu.
7- Muitos deístas creem em "outra vida" porque lhes parece
razoável, ainda que não haja provas científicas de que
exista.

Os deístas, em geral, rechaçam a religião organizada e os deuses


pessoais "revelados" argumentando que Deus é o criador do
mundo, mas que não intervém de forma alguma nos assuntos do
mundo, ainda que esta posição não seja estritamente parte da
filosofia deísta. Para eles, Deus se revela indiretamente através
das leis da natureza descritas pelas ciências naturais. O deísta não
necessariamente negará que alguém possa receber uma
revelação direta de Deus, mas essa revelação será válida só para
essa pessoa. Se alguém afirma que Deu se lhe há revelado, será
uma revelação de segunda mão e não haveria obrigação de lhe
seguir. Isto implica a possibilidade de que se esteja aberto às
diferentes religiões como manifestações diversas de uma mesma
realidade divina à que tende nossa natureza biológica, ainda que
não creia em nenhuma como "verdadeira" ou "totalmente
verdadeira".

Deístas famosos:

- Thomas Paine
- Voltaire
- Rousseau
- Montesquieu
- Sócrates
- Platão
- Aristóteles
- Benjamin Frankiln
- George Washington

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Resumindo Amigo leitor: Sie você crê que Deus existe e que criou
o mundo, mas que atualmente não tem influência nem interação
direta com o mundo e com a humanidade, você é Deísta. Os
Deístas costumam crer na evolução Biológica e na origem do
universo através do Big Bang.

Panteísmo

(Composta do termo grego παν (pan), que significa todo, y θεός


(theos), que significa Deus; assim se forma uma palavra que
afirma: tudo é Deus) O panteísmo é uma doutrina filosófica
segundo a qual o Universo, a natureza e Deus são equivalentes.
A lei natural, a existência e o universo se representam por meio
do conceito teológico de "Deus". O panteísmo é a crença de que o
mundo e Deus são o mesmo, é mais uma crença filosófica que
religiosa. Cada criatura é um aspecto ou uma manifestação de
Deus, que é concebido como um ator divino que desempenha por
sua vez os inumeráveis papéis de humanos, animais, plantas,
estrelas e forças da natureza. Sua doutrina central é a de que o
universo é divino e a natureza é uma parte sagrada do divino. O
panteísmo é incompatível com a crença em um Deus pessoal,
disso alguns dizem que é uma expressão do ateísmo. O panteísmo
tende a negar a existência da realidade transcendente e de que
tudo que existe é imanente. Sustenta geralmente que o princípio
do mundo não é uma pessoa, mas que implica algo de natureza
impessoal. Há inumeráveis variantes de panteísmo.

Entre o panteísmo clássico e o naturalista existem muitas versões


diferentes do panteísmo, desde o pampsiquismo, que atribui
consciência à natureza como um todo, até o panteísmo acósmico,
que vê o universo como mera aparência, irreal em última
instância; e numa vasta gama que vai da corrente racional
neoplatônica, ou emanacionística, à corrente mística e intuitiva. O
panteísmo oriental acentua o caráter vivencialmente religioso:
18
toda a natureza está animada pelo alento divino, e por isso é como
se fosse o corpo da divindade, que como tal deve ser respeitada
e venerada. As doutrinas hinduísta e budista combinam os
diversos tipos de panteísmo em seus livros sagrados: no
Upanishad, no Bhagavad Gita e nos Vedas. Este último apresenta
a imagem da divindade como um mar, em que os seres são as
ondas que participam da totalidade.

Sistemas clássicos - A forma assumida pelo panteísmo clássico vê


no mundo simples emanação, revelação ou realização de Deus,
sem realidade própria independente, nem substância
permanente, que não sejam a própria substância e demais
atributos de Deus. Para os estoicos, o universo é o próprio Deus,
como qualidade de toda substância existente ou a existir, imortal
e não gerado, criador da ordem universal, que em si consuma
toda a realidade e a gera continuamente. Deus "impregna todo o
universo e toma vários nomes conforme as matérias diferentes
em que penetra". No século III da era cristã, o panteísmo assume
sua forma mais elaborada no neoplatonismo de Plotino. O mundo
emana necessariamente de Deus, tal como a luz emana
necessariamente de sua fonte. O ser gerado existe junto com o
gerador, dele não se separa e é meramente sua parte ou aspecto.

No século IX, no início da escolástica cristã, João Escoto Erígena


defendeu a ideia de que Deus seria super-substância, da qual
emana o universo, como substância simples, como manifestação
sua como teofania. Na Renascença, Giordano Bruno retomou as
ideias neoplatônicas e considerou Deus como natureza, como
causa e princípio do universo. Sistemas modernos -
Modernamente, foi Spinoza que concebeu a forma mais completa
e elaborada do panteísmo. Deus e a natureza são a mesma coisa,
mas enquanto Deus é naturante, a natureza é naturata (gerada).
O universo não só é a emanação e a manifestação de Deus, mas
é sua própria realização, na ordem de todas as coisas. Hegel
19
denominou o panteísmo de Spinoza de "acosmismo" (negação da
existência de um universo fora de Deus). Segundo ele, Spinoza
não confunde Deus com a natureza e com o universo finito, nem
considera Deus o universo. Pelo contrário, nega a realidade do
universo, vendo em Deus a única realidade. Na filosofia
contemporânea há exemplos de doutrinas panteístas e místicas,
ainda que em pensadores voltados para outros campos do
conhecimento, como Henri Bergson em Les Deux sources de la
morale et de la religion (1932; As duas fontes da moral e da
religião), embora tal panteísmo tenha sido negado por seus
intérpretes católicos. Outro exemplo é Alfred North Whitehead,
em Process and Reality, an Essay in Cosmology (1929; Processo
e realidade, um ensaio de cosmologia). Os críticos do panteísmo
acusam-no de ser uma espécie de ateísmo, que nega a
pessoalidade de Deus, como anterior, superior e externo ao
próprio universo.

Algumas declarações e pensamentos Panteístas:

Quando nós afirmamos “O UNIVERSO É DIVINO” não falamos de


um ser sobrenatural. Falamos da maneira como nossos sentidos
e nossas emoções nos forçam a responder diante do poder e
mistério profundo que nos rodeia.

 O Panteísmo é uma religião que não sacrifica a razão.


 Não exige fé em coisas impossíveis, tão só na ciência e no
sentido comum.
 Não necessita nenhum guru, apenas seu próprio ser.

O panteísmo possivelmente conta com centenas de milhões entre


seus membros. A maioria dos Taoístas são panteístas, assim como
muitos Budistas Ocidentais, Japoneses e Chineses, pagãos,
animistas, seguidores de muitas religiões indígenas e
Universalistas Unitários. Os principais manuscritos do Hinduísmo

20
são panteístas. O filme "Avatar" se desenvolve em um ambiente
cujos habitantes possuem uma visão totalmente panteísta.

Panteístas Famosos:

Heráclito,
Giordano Bruno (Panteísta Ateu)
Baruch Spinoza
D. H. Lawrence
Stephen Hawking
Robinson Jeffers
Frank Lloyd Wright

Se para você Deus é a natureza, uma paisagem, o universo, a


imensidão do cosmos ou o maravilhoso da ciência ou do corpo
humano… Se Deus significa isto e muito mais para você e NÃO um
Deus criador, bondoso ou justiceiro, onisciente, onipotente e o
resto… Se acredita nisso, és um Panteísta.

21
3 - As religiões precisam de muitos ignorantes
>>>

O que é um analfabeto científico?

Um analfabeto comum é alguém incapaz de interpretar o que diz


um texto impresso e que tampouco sabe escrever. Analogamente,
um analfabeto científico é incapaz de interpretar a realidade à
maneira científica sem recorrer a milagres, revelações, dogma e
ao princípio da autoridade. Por exemplo, para explicar porque
22
existem estrelas, continentes ou pessoas, precisa apelar a
modelos criacionistas: Deus os criou em seis dias tal como
descreve o Gênesis bíblico. Não possui conceitos de evolução
cósmica nem biológica para explicá-lo à maneira científica.

Qual a diferença entre um analfabeto científico do Primeiro Mundo


e um do Terceiro Mundo?

O do Primeiro Mundo tem uma cultura compatível com a ciência.


Em casos de problemas sanitários, energéticos, de comunicação
ou bélicos, espera que seu governo e toda sua sociedade recorram
às suas universidades e centros de saber para tratar de encontrar
soluções. Se há uma crise de emprego, analisará as medidas
governamentais para promover emprego ou leis trabalhistas. Em
troca, o analfabeto científico do Terceiro Mundo irá fazer fila na
frente da Igreja de São Caetano porque a sua maneira de
interpretar a realidade aceita que este santo possa manejar as
variáveis industriais e econômicas para lhe conseguir trabalho.
Um analfabeto científico do Primeiro Mundo, que pode ser um
multimilionário, se teve um filho que morreu de leucemia ou tem
uma esposa que está ficando cega, faz doações em dinheiro para
uma fundação que promova e financie a investigação sobre a
leucemia e a cegueira. Já o analfabeto científico do Terceiro Mundo
irá fazer uma promessa à Virgem de Guadalupe (México) ou ao
Cristo de Chalma (México).

No epílogo de “A ciência como calamidade” afirma que “um povo


não é necessariamente dependente pelo fato de dever dinheiro,
mas quando não interpreta melhor que ninguém sua própria
realidade ou, pior ainda, quando é forçado a auto-interpretar-se
como convém ao dominador”. Poderia ampliar esta afirmação?

23
Se os que melhor interpretam a realidade japonesa não fossem os
japoneses, o Japão seria um país subdesenvolvido. Por exemplo,
os melhores egiptólogos não são egípcios, mas ingleses, franceses
e alemães. No ano passado o México, um país com mais de 100
milhões de habitantes, sofreu uma epidemia de gripe. Apesar de
ter excelentes virólogos, teve que preguntar aos canadenses que
cepa do vírus influenza os estava afetando (N1H1). Analogamente
teve que preguntar aos suíços que medicamento deveria tomar
(Tamiflú). Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra não perguntam
à Argentina nem ao México como devem manejar sua economia.
Ao contrário, ordenam à Argentina e ao México, às vezes através
do FMI ou do Banco Mundial, como devem manejar a sua.

Por que a distribuição desigual da ciência tem nos colocado à beira


da extinção?

Hoje existem poucas coisas que se pode fazer e produzir sem


ciência e sem tecnologia. Os novos automóveis, relógios, aviões,
medicamentos e computadores são desenhados no Primeiro
Mundo. Só quando precisam de mão de obra, mas não resolver
teoremas matemáticos ou inventar circuitos, colocarão fábricas
para que os montem nos países do Terceiro Mundo. Isto faz com
que 90% do lucro da indústria da computação fique nas mãos do
Primeiro Mundo. Os países do Terceiro Mundo são então países
pobres que não podem ter leis sociais para manter a saúde pública
ou a aposentadoria de sua população. Instintivamente, os
habitantes do Terceiro Mundo recorrem à procriação. Um homem
de 28 anos, da Finlândia, que fique incapacitado para trabalhar,
sabe que o Estado o sustentará econômica e institucionalmente
pelo resto de seus dias. Enquanto uma pessoa do Terceiro Mundo
na mesma situação sabe que irá pedir esmolas, salvo se tiver uns
dez filhos: dois policiais, três empregadas domésticas, dois
pedreiros, um vendedor de bilhetes de loteria, um estacionador
24
de carros, etc. A população do Terceiro Mundo cresceu tanto que
corta bosques e florestas, seca e envenena rios e lagos, extingue
espécies e se lança a tentar a sorte de maneira ilegal no Primero
Mundo, onde é tratada como cachorro, caçada como criminosos,
não tem assistência médica, tem que suportar todo tipo de
humilhações, etc. Cidades como Amsterdã já são cidades com
maioria islâmica. Mediante uma reforma religiosa que quase
extinguiu o politeísmo católico de seus territórios há cinco ou seis
séculos, os países se transformaram no futuro Primeiro Mundo no
norte europeu. Mas agora com as massas de analfabetos
científicos ilegais, o obscurantismo católico reingressa no mundo
anglo-saxão, germânico, etc.

Por que crê que a religião continua sendo um modelo tão potente,
com tantos adeptos, para interpretar a realidade?

As religiões e a ciência não são mais que produtos evolutivos do


conhecimento e maneiras de interpretar a realidade. Já disse que
a maneira de interpretar a realidade baseada em modelos
religiosos recorre a divindades. Ao contrário dos que forjaram um
modelo mais moderno, eficaz e menos imoral de interpretar a
realidade, que é a maneira científica, possuem uma eficácia
muitíssimo maior para levar a cabo todas e cada uma das tarefas
que necessita cumprir uma sociedade moderna. Os povos do
Terceiro Mundo possuem duas dificuldades para ter acesso ao
modelo científico. A primeira é que não desenvolveram sua ciência
e nem uma cultura compatível com a ciência, o que poderíamos
chamar de “analfabetismo científico primário”. A segunda
poderíamos chamar de “analfabetismo científico induzido”, ou
seja, há entidades que se esforçam para que o Terceiro Mundo
não tenha acesso a modelos científicos e não religiosos. Citarei
dois tipos de analfabetismo científico induzido:

25
Para que continuem permitindo seus modelos arcaicos e suas
perversidades, as religiões institucionalizadas dependem da
existência de um número enorme de ignorantes. Portanto, estão
permanentemente tratando de infiltrar o seu aparato educativo
para propalar sua ignorância e preconceitos.

Também os países do Primeiro Mundo buscam promover o


analfabetismo científico do Terceiro Mundo, porque sua
supremacia depende de que eles e só eles tenham ciência e ela
lhes permita desfrutar do poder que esta outorga.

Marcelino Cereijido
Cientista e divulgador argentino
Fonte da entrevista:
La Capital.com (Domingo, 20 de fevereiro de 2011).

26
4 - A ilusão religiosa >>>

Antes de qualquer coisa é necessário que o amigo leitor crente


entenda de forma simples que religião não passa de ilusão. Ao
perceber isso tudo ficará mais claro.

1 - Entendendo a ilusão religiosa

Entenda porque você precisa inventar e usar desculpas idiotas


para encobrir a absoluta falta de apoio racional às sandices de
suas crenças insanas e dementes. Vamos imaginar que eu lhe
conte a seguinte história:
27
1. Há um homem que mora no Polo Norte.
2. Ele mora lá com sua esposa e um monte de elfos.
3. Durante o ano, ele e os elfos fabricam brinquedos.
4. Então, na véspera de Natal, ele enche um saco com todos
os brinquedos.
5. Ele coloca esse saco em seu trenó.
6. Este trenó está atrelado a oito ou nove renas voadoras.
7. Então ele voa de casa em casa, pousando nos telhados de
cada uma.
8. Ele desce junto com seu saco pela chaminé.
9. Ele deixa brinquedos para as crianças que moram
nessas casas.
10. Ele sobe de volta pela chaminé, volta para seu trenó e voa
para a próxima casa.
11. Ele faz isso no mundo todo em uma única noite.
12. Então ele volta para o Polo Norte e o ciclo se repete no
próximo ano.

Esta, claro, é a história de Papai Noel.

Mas vamos dizer que eu sou um adulto e seu amigo, e eu revelo


para você que eu acredito que esta história é verdade. Eu acredito
nisso com todo o meu coração. E eu tento convencê-lo a acreditar
nessa história assim como eu.

O que você iria pensar de mim? Você pensaria que eu estou


enganado, e com razão.

Por que você acharia que eu estou enganado? Porque você sabe
que Papai Noel não existe. A história toda é apenas um conto de
fadas. Não importa o quanto eu fale sobre o Papai Noel, você não
vai acreditar que ele é real. Renas voadoras, por exemplo, são
devaneios. O dicionário define engano como “Falsa crença ou

28
ilusão, apesar de evidências em contrário”. Esta definição se
encaixa perfeitamente.

Já que você é meu amigo, você pode tentar me ajudar a perceber


que a minha crença no Papai Noel é uma ilusão. A maneira como
você tentaria me convencer disso seria fazendo algumas
perguntas. Você pode me dizer:

1. “Mas como o trenó pode carregar brinquedos suficientes


para o mundo inteiro?” Eu diria que o trenó é mágico e tem
a habilidade inerente de fazer isso.
2. “Como Papai Noel entra nas casas ou nos apartamentos que
não possuem chaminé?” Eu diria que Papai Noel pode fazer
chaminés aparecerem, como no filme “Meu Papai é Noel”.
3. “Como Papai Noel desce uma chaminé se ela estiver
acesa?” A roupa do Papai Noel é resistente a chamas e
autolimpante também.
4. “Por que os alarmes de segurança nunca detectam o Papai
Noel?” Papai Noel é invisível aos sistemas de segurança.
5. “Como Papai Noel viaja rápido o suficiente para visitar todas
as crianças em uma noite?” Papai Noel controla o tempo.
6. “Como Papai Noel sabe se uma criança foi boa ou má o ano
todo?” Papai Noel é onisciente.
7. “Por que Papai Noel dá presentes melhores às crianças
ricas, mesmos quando estas foram más e nunca dá nenhum
para as crianças pobres?” Não há como entender os
mistérios do Papai Noel porque somos meros mortais, mas
Papai Noel tem suas razões. Talvez, por exemplo, crianças
pobres não conseguiriam usar brinquedos eletrônicos
caros. Como elas poderiam arcar com as pilhas? Então
Papai Noel as poupa desse peso.

29
Estas são perguntas lógicas que você me fez. Eu respondi a todas
elas para você. Eu me pergunto então por que você não pode ver
o que eu vejo, e você se pergunta como eu posso ser tão maluco.
Por que você não se satisfez com minhas respostas? Por que ainda
acha que eu estou enganado? É porque minhas respostas não
fizeram mais do que confirmar seus cálculos. Minhas respostas
foram ridículas. Para responder às suas perguntas, eu inventei
completamente do nada, um trenó mágico, uma roupa
incombustível autolimpante, chaminés mágicas, controle do
tempo e invisibilidade mágica. Você não acredita em mim, pois
sabe que eu estou inventando todas essas coisas. As evidências
em contrário são volumosas.

Agora me deixe mostrar outro exemplo…

2 - Segundo exemplo

Imagine que eu te conto a seguinte história:

1. Uma noite, eu estava no meu quarto.


2. De repente, meu quarto fica extremamente brilhante.
3. A próxima coisa que eu percebo é que há um anjo no
meu quarto.
4. Ele me conta uma história magnífica.
5. Ele diz que há uma pilha de placas douradas enterradas ao
lado de uma colina em Nova Iorque.
6. Nessas placas estão os livros de uma raça perdida de um
povo judeu que habitava a América do Norte.
7. Essas placas estão escritas na língua nativa desse povo.
8. Um dia, esse anjo me levou até essas placas e me deixa
levá-las para casa.

30
9. Mesmo as placas estando numa língua estrangeira, o anjo
me ajuda a decifrá-las e a traduzi-las.
10. Então essas placas são levadas para o céu, sendo nunca
mais vistas.
11. Eu tenho o livro com a tradução das placas. Ele conta
histórias impressionantes — uma civilização inteira de
judeus vivendo nos Estados Unidos há 2.000 anos.
12. E Jesus ressuscitado visita essas pessoas!
13. Eu também mostrei essas placas douradas para certo
número de pessoas reais que são minhas testemunhas
oculares, e eu tenho assinaturas delas confirmando que, de
fato, viram e tocaram essas placas antes de serem levadas
para o céu.

Agora, o que você me diria sobre esta história? Mesmo que eu


tenha o livro, em português, que me conta a história dessa
civilização judaica perdida e mesmo que eu tenha atestados
assinados por testemunhas, o que você diria? Esta história parece
maluca, não?

Você poderia perguntar algumas questões óbvias. Por exemplo,


você poderia perguntar “Onde ficam as ruínas e os artefatos desse
povo judeu na América?” O livro traduzido das placas fala sobre
milhões de judeus fazendo todo o tipo de coisas na América. Eles
tinham cavalos, gados, carruagens, armaduras e grandes cidades.
O que aconteceu com tudo isso? Eu simplesmente responderia que
está tudo lá, mas ainda não encontramos nada. “Nem mesmo uma
cidade? Ou uma roda de carruagem? Nem um elmo?” você
pergunta. Não, não encontramos nenhum sinal de evidência, mas
está tudo em algum lugar. Você faz dúzias de perguntas como
estas e eu respondo a todas elas.

31
A maioria das pessoas acharia que eu estou maluco se lhes
contasse esta história. Eles pensariam que não haveria placa
alguma, nem um anjo, e que eu teria escrito o livro eu mesmo. A
maioria das pessoas iriam ignorar as assinaturas — fazer pessoas
atestarem algo não prova nada. Eu poderia ter pagado às
testemunhas ou poderia tê-las inventado. A maioria das pessoas
rejeitaria minha história sem dúvida. O que é mais interessante é
que há milhões de pessoas que acreditam nesta história de um
anjo, das placas e da civilização judaica vivendo na América do
Norte há 2.000 anos. Esses milhões de pessoas são membros da
Igreja Mórmon, cuja matriz fica na cidade de Salt Lake, Utah. A
pessoa que contou esta incrível estória se chama Joseph Smith e
ele viveu nos Estados Unidos no começo do século XIX. Ele contou
esta história e anotou o que ele “traduziu das placas douradas” no
Livro de Mórmon.

Se você encontrar um mórmon e perguntar sobre esta história,


ele passará horas te contando sobre ela. Eles podem responder
cada uma das questões que você tiver. Ainda assim, quase toda
a população da Terra, que não é mórmon, pode ver com total
clareza que esta história é uma ilusão. Simples assim. Você e eu
sabemos com 100% de certeza que a história dos mórmons não
é nada diferente da história do Papai Noel. E estamos certos em
nossa posição, já que as evidências em contrário são volumosas.

3 - Terceiro exemplo

Imagine agora que eu lhe conte esta história:

1. Um homem estava sentado em uma caverna no seu canto.


2. Uma luz brilhante e intensa aparece.

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3. Uma voz diz apenas uma palavra: “Leia!” O homem sente
como se estivesse morrendo. Isto aconteceu várias vezes.
4. Então o homem pergunta “O que devo ler?”.
5. A voz diz “Leia, em nome do Senhor que criou os humanos
de um coágulo”. Leia que seu Senhor é o Mais Generoso.
Ensinou através do cálamo. Ensinou ao homem o que este
não sabia.
6. O homem correu para casa, para junto de sua esposa.
7. Enquanto corria para casa, ele viu a face gigantesca de um
anjo no céu. O anjo disse que era um mensageiro de Deus.
O anjo também se identificou como sendo Gabriel.
8. Em casa, naquela noite, o anjo apareceu para o homem em
seus sonhos.
9. O anjo apareceu para este homem de novo e de novo.
Algumas vezes em sonhos, outras durante o dia como
sendo “revelações em seu coração”, algumas vezes
precedido por um ribombar de um sino em seus ouvidos
(fazendo com que os versos fluíssem de Gabriel
diretamente para o homem), e algumas vezes Gabriel
simplesmente aparecia em carne e osso. Escribas
escreviam tudo o que o homem dizia.
10. Então, numa noite após 11 anos do primeiro encontro,
Gabriel apareceu para o homem com um cavalo mágico. O
homem subiu no cavalo, e o cavalo o levou para Jerusalém.
Então o cavalo alado levou o homem às sete camadas do
paraíso. O homem foi capaz de ver o paraíso e falar com
pessoas nele. Então Gabriel o trouxe de volta para a Terra.
11. O homem provou que esteve mesmo em Jerusalém pelo
cavalo alado respondendo corretamente perguntas sobre os
prédios e pontos geográficos do local.
12. O homem continuou recebendo revelações de Gabriel por
23 anos, e então elas pararam. Todas as revelações foram
gravadas pelos escribas em um livro que existe até hoje.
33
O que achou desta história? Se você nunca a ouviu antes, achará
que não faz sentido algum, da mesma maneira que sentiu sobre
as histórias das placas de ouro e do Papai Noel. Você se sentiria
da mesma maneira quando lesse o livro que foi supostamente
transcrito por Gabriel, porque grande parte dele é obscura. Os
sonhos, o cavalo, o anjo, a ascensão, e as aparições de um anjo
em carne e osso — você ignoraria isso tudo porque é tudo ilusão.

Mas você precisa tomar cuidado. Esta história é à base da religião


muçulmana, praticada por mais de um bilhão de pessoas no
mundo todo. O homem é Maomé e o livro é o Corão (também
conhecido como Alcorão). Esta é a história sagrada da criação do
Corão e a revelação de Alá para a humanidade. Tirando o fato de
que um bilhão de muçulmanos professam algum nível de crença
nesta história, pessoas fora da fé muçulmana consideram-na uma
ilusão. Ninguém acredita nesta história porque ela é um conto de
fadas. Eles consideram o Corão um livro escrito por um homem e
nada mais. Um cavalo alado que voa para o paraíso? Isso não
existe — existe tanto quanto renas voadoras.

Se você é cristão, por favor, pare um momento agora e olhe


novamente as histórias dos muçulmanos e dos mórmons. Por que
é tão fácil ver essas estórias e perceber que são contos de fadas?
Como você sabe, com certeza absoluta, que mórmons e
muçulmanos estão enganados? Da mesma maneira que sabe que
Papai Noel não existe. Não há evidências de nenhuma dessas
histórias. Elas envolvem coisas mágicas como anjos e cavalos
alados, alucinações e sonhos. Cavalos não podem voar — nós
todos sabemos disso. E mesmo se pudesse, ele voaria para onde?
O vácuo do espaço? Ou o cavalo de alguma forma se
“desmaterializou” e então se “materializou” no céu? Se for isso,
então esses processos foram inventados também. Cada parte
destas histórias são ilusões. Todos nós sabemos disso. Um
34
observador imparcial pode ver como são impossíveis essas
histórias. Da mesma maneira, muçulmanos podem ver que os
mórmons estão enganados, mórmons podem ver que os
muçulmanos estão enganados e cristãos podem ver que ambos
estão enganados.

4 - Exemplo final

Agora me deixe contar uma última história:

1. Deus inseminou uma virgem chamada Maria, para poder


encarnar seu filho no nosso mundo.
2. Maria e seu marido, José, tiveram que viajar para Belém
para se cadastrarem para o censo. Lá, Maria deu a luz o
filho de Deus.
3. Deus pôs uma estrela no céu para guiar pessoas até o bebê.
4. Durante um sonho, Deus diz a José para pegar sua família
e ir para o Egito. Então Deus parou e assistiu enquanto
Herodes matava milhares e milhares de bebês em Israel na
tentativa de matar Jesus.
5. Como um homem, o filho de Deus alegou ser o próprio Deus
encarnado. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”,
ele disse.
6. Este homem fez muitos milagres. Ele curou um monte de
pessoas doentes. Ele transformou água em vinho. Esses
milagres provam que ele é Deus.
7. Mas um dia ele é sentenciado à morte e morto em
uma crucificação.
8. Seu corpo foi colocado em uma tumba.
9. Mas três dias depois, sua tumba estava vazia.
10. E então o homem, vivo mais uma vez, mas ainda com seus
ferimentos (para que quem duvidasse pudesse vê-los e
35
tocá-los), apareceu para muitas pessoas em
muitos lugares.
11. Então ele ascendeu ao paraíso e agora senta a direita de
Deus, seu pai todo-poderoso, para nunca mais ser visto.
12. Hoje você pode ter um relacionamento pessoal com o
Senhor Jesus. Você pode rezar para este homem e ele irá
atender suas preces. Ele irá curar doenças, resgatar de
emergências, ajudar a fazer negócios e decisões familiares
importantes, confortá-lo em épocas de sofrimento e
preocupação, etc.
13. Este homem também lhe dará a vida eterna, e se você for
bom, ele tem um lugar reservado no paraíso para depois
que você morrer.
14. A razão para que saibamos que isso tudo é verdade é
porque, depois que Jesus morreu quatro homens chamados
Marcos, Lucas e João escreveram fatos sobre sua vida. Seus
atestados escritos são a prova da veracidade desta estória.

Esta, claro, é a história de Jesus. Você acredita nesta história? Se


você é um cristão, você provavelmente acredita. Eu poderia lhe
fazer perguntas por horas e você iria me responder a cada uma
delas, da mesma maneira que eu respondi todas as do Papai Noel
que meu amigo perguntou na primeira história. Você não
consegue entender como alguém pode questioná-la, porque é
óbvio demais para você. Aqui está algo que eu gostaria que você
entendesse: os quatro bilhões de pessoas que não são cristãs
olham para esta história cristã da maneira exata que você olhou
para a história do Papai Noel, dos mórmons e dos muçulmanos.
Em outras palavras, há quatro bilhões de pessoas que estão fora
da bolha cristã, e elas podem ver a realidade claramente. O fato
é que a história cristã é apenas uma ilusão.

36
Como que quatro bilhões de não cristãos sabem, com certeza
absoluta, que a história cristã é uma ilusão? Porque a história
cristã é igual às outras histórias anteriores. Não há isso de
inseminação mágica, estrela mágica, sonhos mágicos, milagres
mágicos, ressurreição mágica, ascensão mágica, e assim por
diante. Pessoas fora da fé cristã olham para esta história e
percebem os seguintes fatos:

1. Os milagres supostamente “provam” que Jesus era Deus,


mas, previsivelmente, esses milagres não deixaram
nenhuma evidência tangível para examinarmos e
verificarmos cientificamente hoje. Eles todos envolvem
curas milagrosas e truques mágicos.
2. Jesus ressuscitou, mas, previsivelmente, ele não aparece
para ninguém hoje em dia.
3. Jesus ascendeu ao paraíso e responde às nossas preces,
mas, previsivelmente, quando rezamos para ele nada
acontece. Podemos analisar estatisticamente e perceber
que orações nunca são atendidas.
4. O livro onde Mateus, Marcos, Lucas e João dão seus
testemunhos existe, mas, previsivelmente, está repleto de
problemas e contradições.
5. E assim vai.

Em outras palavras, a história cristã é um conto de fadas, assim


como os outros três exemplos que examinamos.

Agora, olhe o que está acontecendo dentro da sua mente neste


exato momento. Eu estou usando evidências verificáveis e sólidas
para lhe mostrar que a história cristã é falsa. Entretanto, se você
é um cristão praticante, você pode provavelmente sentir a sua
“mente religiosa” se sobrepondo à sua mente racional e seu bom
senso. Por quê? Por que você é capaz de usar seu bom senso para

37
rejeitar as histórias do Papai Noel, dos mórmons e dos
muçulmanos, mas não a história cristã, que é
igualmente absurda? Tente, só por um momento, olhar para o
cristianismo com o mesmo nível de ceticismo que você usou nas
três histórias acima. Use seu bom senso para perguntar algumas
questões simples para si mesmo:

1. “Há alguma evidência física de que Jesus existiu?” Não. Ele


se foi sem deixar nenhum traço. Seu corpo “ascendeu ao
paraíso”. Ele não escreveu nada. Nenhum de seus milagres
deixaram qualquer evidência permanente. Não há
literalmente nada.
2. “Há alguma razão para acreditar que Jesus fez mesmo
aqueles milagres, ou que ele ressuscitou, ou que ele
ascendeu ao paraíso?” Não há razão nenhuma para se
acreditar nisso mais do que temos para acreditar que
Joseph Smith encontrou as placas douradas em Nova
Iorque, ou que Maomé montou um cavalo alado indo ao
paraíso. Provavelmente menos ainda, se levarmos em
conta que a história de Jesus se passou há 2.000 anos e a
de Joseph Smith se passou somente há 200.

Ninguém além de crianças pequenas acredita em Papai Noel.


Ninguém além dos mórmons acredita em Joseph Smith. Ninguém
além dos muçulmanos acredita em Maomé e Gabriel. Ninguém
além dos cristãos acredita em Jesus e sua divindade. Portanto, a
questão que eu deixo aqui para você é muito simples: Por que
humanos podem detectar contos de fadas com completa certeza
quando elas vêm de outras fés, mas não podem detectá-los
quando vêm da própria fé? Por que eles acreditam que seus
próprios contos de fadas estão certos enquanto tratam os outros
como absurdos? Por exemplo:

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1. Cristãos sabem que quando os egípcios construíram
pirâmides gigantes e mumificaram os corpos dos faraós,
que aquilo foi uma completa perda de tempo — senão
cristãos construiriam pirâmides.
2. Cristãos sabem que quando os astecas arrancavam fora o
coração de uma virgem e comiam-no, não acontecia nada
— senão cristãos matariam virgens.
3. Cristãos sabem que quando os muçulmanos se viram para
Meca para rezar, que aquilo não faz sentido — senão
cristãos se virariam para Meca quando rezassem.
4. Cristãos sabem que quando os judeus evitam misturar
carne com leite e derivados, eles estão perdendo seu tempo
— senão o X-Burger não seria uma obsessão americana.

Ainda assim, quando cristãos olham para sua própria religião, eles
estão, por algum motivo, cegos. Por quê? E não, isto não tem
nada a ver com o fato da história cristã ser verdadeira. Sua mente
racional sabe disso com certeza, assim como quatro bilhões de
pessoas. Este livro, se você permitir, pode lhe mostrar por que;

5 - Uma experiência simples

Se você for um cristão que acredita no poder da oração, aqui


temos uma experiência simples que irá lhe mostrar algo
interessante sobre sua fé; Tire uma moeda do seu bolso. Agora
reze sinceramente para Rá: “Querido Rá, todo-poderoso deus do
Sol, eu vou jogar esta moeda 50 vezes, e estou pedindo para que
a faça cair “coroa” todas as 50 vezes. Em nome de Rá e
peço amém.”. Agora jogue a moeda. As chances são de que não
passe da quinta ou sexta jogada para que a moeda caia em “cara”.
O que isso significa? A maioria das pessoas iria concluir que Rá
não existe. Rezamos para Rá, e Rá não fez nada. Provamos que
39
Rá não existe (pelo menos no sentido de não atender orações)
usando análise estatística. Se jogarmos a moeda milhares de
vezes, rezando para Rá em cada uma delas, descobriremos que a
moeda cai em “cara” ou “coroa” com a mesma frequência de que
se nenhuma oração fosse feita. Mesmo que encontrássemos
milhares de seguidores fervorosos de Rá e pedíssemos para que
eles rezassem por nós, as moedas iriam cair aleatoriamente da
mesma maneira. Portanto, como pessoas racionais, concluímos
que Rá não existe e que quem acredita nele está enganado.

 Quero que tente fazer o mesmo experimento, mas desta


vez rezando para Jesus Cristo. Reze sinceramente para
ele como:

“Querido Jesus, eu sei que você existe e eu quero que você atenda
a minha oração como prometido na Bíblia. Eu vou jogar esta
simples moeda 50 vezes, e eu peço para que ela caia como “coroa”
todas essas 50 vezes. Em nome de Jesus eu rogo amém.”. Agora
comece a jogar a moeda. Novamente, não passará da quinta ou
sexta jogada para que ela caia “cara”. Se jogarmos a moeda
milhares de vezes, rezando para Jesus em cada uma delas,
veremos que as moedas caem aleatoriamente da mesma maneira
do que se jogássemos ao acaso. Não há duas leis de
probabilidades — uma para cristãos que rezam e outra para não
cristãos. Há somente uma lei de probabilidade porque as orações
não fazem efeito algum. Jesus não tem poder sobre nosso planeta,
não importa o quanto rezamos. Podemos provar isso usando
análises estatísticas. Se você acredita em Deus, veja o que está
acontecendo na sua mente agora. Os dados foram absolutamente
idênticos em ambos os experimentos. Com Rá, você analisou os
dados racionalmente e concluiu que Rá não existe. Mas com
Jesus… alguma coisa mais irá acontecer. Em sua mente, você já

40
está vindo com vários raciocínios para explicar por que Jesus não
atendeu suas preces:

1. Não é sua vontade.


2. Ele não tem tempo.
3. Eu não rezei direito.
4. Eu não mereço.
5. Eu não tenho fé suficiente.
6. Não posso testar o Senhor desta maneira.
7. Não faz parte do plano de Jesus para mim.
8. E assim vai indo…

Um dos raciocínios que você pode desenvolver é particularmente


interessante. Você pode dizer para si mesmo: “Bem, é claro que
Jesus não atendeu minha oração quando joguei a moeda, porque
é trivial demais.” Da onde veio esse raciocínio? Se você ler o que
Jesus diz na Bíblia sobre orações, verá que Jesus não diz nada
como “não ore por mim sobre jogos de ‘cara ou coroa’”. Jesus diz
claramente que vai atender suas preces, e não põe nenhuma
restrição sobre o que você pode pedir. Você inventou esse
raciocínio do nada. Você é um “expert” em criar raciocínios para
explicar Jesus. E o motivo é porque Jesus não atende suas
orações. A razão pela qual Jesus não atende suas orações é
porque Jesus e Deus não existem. A ilusão religiosa obriga o
crente a mentir descaradamente e a inventar desculpas idiotas
para justificar suas crenças em sandices ridículas, que rejeitaria
imediatamente se resolvesse se comportar da maneira racional
como o faz para todos os outros setores de sua vida real e prática.
Ao adoecer, por exemplo, procura o médico em vez de ficar em
casa orando ou ir à igreja buscar a cura. Fé é algo muito da boca
para fora, porque no fundo todo crente percebe
inconscientemente que não passa de pura ilusão.

41
5 - O legado da religião >>>

O que a religião tem nos dado?

O fanatismo

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Todas as grandes religiões monoteístas possuem a semente
endógena do fanatismo. A religião moderada é a mãe do
fanatismo religioso. A ideia trágica da celebração da religião está
em combinação com a ideia de possuir o direito de forçar a todos
os demais; tem sido a principal causa para a guerra, a morte e o
sofrimento humano durante séculos em nossa história e
desgraçadamente ainda o é hoje.

Os suicidas

Massacre de Jonestown - Documentário legendado.

Alguém já ouviu falar de terroristas suicidas ateus? Ou dos ferozes


partidários das leis de Kepler ou dos ensinamentos de Confúcio,
dos ferozes seguidores da filosofia de Aristóteles ou da Teoria da
Evolução de Darwin; ou viu estes voarem pelos ares em áreas
populosas para promover suas ideias? É necessária a religião para
convencer pessoas a se explodirem e a transeuntes inocentes em

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pedaços e ao mesmo tempo crer que este ato é uma coisa boa
para defender suas ideias.

O martírio

A ideia de tirar sua única vida na Terra por causa de promessas


de uma duvidosa vida espiritual futura. Por estranho que pareça,
nunca são os líderes religiosos os que ansiosamente aproveitam
essa oportunidade de felicidade instantânea. Não, os dirigentes
sempre parecem desejar que outros experimentem essa alegria
do martírio.

A guerra e o genocídio

A guerra e o genocídio têm suas raízes nas diferenças religiosas.


A história nos oferece exemplos incontáveis e as diferenças
religiosas tristemente seguem sendo uma parte básica na
definição de muitos dos conflitos atuais.

A intolerância absoluta

A intolerância absoluta é particularmente forte nas religiões


monoteístas onde todos insistem na exclusividade religiosa.
Segundo eles só há um Deus e, portanto todas as demais religiões
não são somente falsas, mas também devem ser destruídas.
“Porque quem não é contra nós, é por nós.” (Marcos 9,40). A
intolerância religiosa tem sido a razão dominante para a guerra,
o sofrimento e a morte durante milênios.

A Morte em nome de deuses fictícios

A ideia de que se você acredita em contos de fadas obtém uma


licença para punir, perseguir e queimar outras pessoas em nome
de uma divindade fictícia. Esta é a ideia fundamental para as
religiões abrâmicas e tem sido executada com alegria e paixão

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pelos religiosos através da história. Infelizmente, a ideia ainda
está muito viva na mente dos crentes de hoje.

Caça às bruxas

Foi a uma religião que ocorreu a idéia da existência de "bruxas",


uma ilusão de que certas pessoas (principalmente mulheres)
podem fazer magia e feitiçaria. Como todos sabemos somente os
líderes religiosos estão autorizados a fazer essas coisas.

As cruzadas

Campanhas de guerras iniciadas e travadas principalmente por


motivos religiosos (ou seja, fictícios).

O Crime de ter uma crença diferente

A ideia de que se alguém tem um sistema de crenças diferentes,


ou o seu próprio critério de crença, este é um crime punível com
a morte. Acima de tudo, ter um amigo imaginário diferente no céu
é motivo suficiente para matá-los. Um toque divertido é que
cristãos e muçulmanos chamam-se de infiéis e dividem o mesmo
deus, que por sua vez é roubado dos judeus e que também são
infiéis aos seus olhos. Bem, se você é suficientemente religioso,
esses detalhes não são importantes, obviamente.

A inquisição

Formar uma grande organização, apenas para criminalizar,


perseguir, torturar e queimar a outros seres humanos por causa
das diferenças de opinião sobre como interpretar alguns textos
confusos e ambíguos da Idade do Bronze do Oriente Médio, é algo
que somente pessoas religiosas podem fazer.

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Embrutecimento da população

Manter a população na ignorância e fomentar o pensamento


supersticioso. O principal papel da religião na sociedade ao longo
dos séculos tem sido o de produzir uma população analfabeta
quando se trata de um pensamento crítico e, portanto,
receptáculo para qualquer tipo disparate científico e charlatanismo
médico. Uma população em que ideias cômico-supersticiosas e
infantis são levadas a sério prospera, graças à adoção e
doutrinação religiosa nas escolas públicas, mídia e na vida pública.

Enfraquecimento do desenvolvimento mental

A educação religiosa enfraquece o desenvolvimento mental de


crianças e adultos, resultando em um baixo desempenho
intelectual, o que facilita para tirar seu dinheiro e contribuir com
qualquer charlatão ou autoproclamado profeta e qualquer filosofia
maluca.

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O conceito de heresia e de hereges

A ideia de ter outro ponto de vista sobre o que realmente pensa


seu amigo invisível de mentirinha é um crime que merece a pena
de morte.

O conceito de pecado

A ideia de dizer que você deve sempre se sentir culpado por ter
nascido, por ser humano. Você nasceu em pecado, e como um
pecador, e Deus está zangado com você, mas você pode ser mais
feliz se sofrer e ter uma vida miserável, ou melhor, fazendo com
que outras pessoas sofram em seu nome.

Combater o desenvolvimento da sociedade

Em todas as sociedades onde a religião conseguiu o poder político


utilizou todos os meios possíveis para lutar contra a produção
científica, social ou política de desenvolvimento que há melhorado
47
nossa compreensão da natureza ou tratar de dar às pessoas uma
vida melhor e mais longa. A imutabilidade dos dogmas das
religiões não pode ser questionada ou anulada. Qualquer
conhecimento ou descobrimento que seja suspeito de interferir
com os ensinos religiosos têm sido reprimidos e perseguidos. As
religiões se baseiam na fé cega e qualquer questionamento e
dúvidas são obras de Satanás e devem ser afastados.

A destruição do conhecimento

A destruição de enormes quantidades de escritos e conhecimentos


importantes dos filósofos “pagãos” da antiguidade. A Igreja
substituiu na antiguidade os avanços na matemática, filosofia,
medicina e ciências naturais, etc., com estudos confusos e
“conhecimentos” de tribos ignorantes da Idade do Bronze
sentados em suas tendas adivinhando como funciona o mundo ao
seu redor e como chegaram a existir. Muitas das nossas escolas e
universidades de hoje se desenvolveram de mosteiros "Escolares"
e sua maior parte baseada principalmente em estudos sobre as
Escrituras. Na realidade as escolas já existiam nos tempos
antigos, muito antes de o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. O
sistema de transferência de conhecimentos de um professor a um
aluno é tão antigo quanto à própria humanidade. Depois que a
igreja chegou ao poder no século IV, o conteúdo e o valor desse
conhecimento se transformou na maior parte em lixo até o
Renascimento, quando a religião perde o seu monopólio sobre o
conhecimento.

A ideia de que bíblia contém a “verdade”.

A religião nos deu o pensamento de que um livro com confusos e


labirínticos escritos religiosos de escritores anônimos, compilado
e editado por desconhecidos editores religiosos através dos
séculos - contém a verdade suprema. Apesar do fato de que

48
qualquer afirmação feita por este livro, que possa ser
experimentada e testada, provou ser totalmente errada.

Confusão semântica

No jargão religioso contos de fadas religiosos são fatos históricos,


os mitos são verdadeiros, o preto é branco, a morte é a vida e o
ódio é o amor.

Nossos corpos e nossa sexualidade são sujos

Trouxe a ideia de que nossos corpos e nossa sexualidade natural


são algo ruim e sujo, algo demoníaco que deve ser combatido.
Você evidentemente, só se torna um homem saudável e bom
quando morre. Esta ideia estranha e ilógica da morte é comum
nos cultos e nas religiões abrâmicas.

Deus ama quem sofre

Pensar que a penitência, a dor, o sofrimento, a humilhação, a


submissão, a autodestruição e o asceticismo fazem com que seu
“Amoroso” Deus te ame mais. Punir a si mesmo para agradar ao
seu amigo invisível no céu, é geralmente classificado como um
distúrbio psiquiátrico grave, a não ser, claro, se feito em um
contexto religioso. Neste caso considera-se até mesmo uma coisa
divina.

As mulheres são inferiores

Pensar que as mulheres são inferiores aos homens, e de valor


muito menor. É um conceito curioso, especialmente porque os
seres humanos como uma espécie não existiria sem os dois sexos.
A ideia é a prova evidente de que as religiões abrâmicas são os
frutos de fantasias masculinas infantis e megalomaníacas,
fermentados durante gerações pelo baixo desempenho intelectual

49
do homem ingênuo (crentes). O porquê de muitas mulheres ainda
quererem fazer parte destas religiões patriarcais bizarras e
misóginas, é incompreensível.

Deus quer saber da sua privacidade

A noção de que o que os adultos fazem em suas habitações


privadas é de suma importância para Deus Porque isso é
importante para o ser mais alto não é totalmente claro. Se dois
seres humanos desejam encontrar prazer corporal juntos em seus
aposentos privados, parece que o Senhor Todo Poderoso, e muitos
de seus representantes na terra, ficam muito chateados e perdem
a cabeça. Que relevância e consequências tão graves pode ter um
comportamento altamente privado entre indivíduos adultos para
o Todo-Poderoso e seus representantes na terra não é algo
totalmente claro. As pessoas não nascidas são muito mais
importantes que as nascidas. É por isso que os fanáticos religiosos
se opõem ao aborto e podem matar os médicos e as mães em
nome de uma massa de células, que obviamente é uma
consequência direta do pecado original ou da proibição do Papa
ao uso de camisinhas.

A oração

A ideia absurda da oração, onde Deus deveria mudar as leis do


universo só para ti.

Clero

Aceitação de que algumas pessoas escolhidas, segundo eles


mesmos, são melhores para transmitir os pensamentos íntimos,
à vontade e opiniões de um fictício ser supremo, e ainda levar a
sério essas pessoas como adultos.

Hordas de doentes mentais


50
Uma grande quantidade de devotos religiosos que esperam a
morte e a chegada do fim do mundo.

A crença em fábulas deve ser normal

O fato de que pessoas adultas podem expressar ideias infantis e


completamente estranhas sobre espíritos e feitiços, e ainda serem
levados a sério e considerados como cidadãos responsáveis e pais.

A Destruição da inteligência infantil

Pensar que as crianças se beneficiam por ter suas mentes


contaminadas com ideias dementes que são desde muito tempo
refutado pela ciência.

Humor negro

No lado positivo, a religião tem sido uma fonte inesgotável de


ideias loucas, histórias bobas, engraçadas, cerimônias, feitiços e
hordas de ridícula superioridade moral; os crentes arrastando-se
pomposamente como cães assustados abusados pelo seu
proprietário imaginário no céu. Por essas bobagens nós
poderíamos estar rolando no chão de rir, não fossem por todos
aqueles milhões de vidas perdidas pelas cruzadas religiosas,
inquisições, guerras, tortura, etc., ao longo dos últimos dois
milênios, dando este rir um gosto ruim na boca.

51
6 - A grande desculpa dos crentes >>>

Imagem G1

Como é fácil notar que religião é ilusão e tudo em não passa de


trollagem de idiotas, é necessário fabricar continuamente
desculpas para manter a idiotice dos idiotas. Felizmente todas elas
viraram piadas e restaram apenas duas, que são as mais usadas
quando o crente palerma ou o parasita religioso é encurralado em

52
suas sandices. São elas a “interpretação bíblica” e os “caminhos
misteriosos de Deus”.

A Bíblia é a pedra de tropeço do cristianismo. Quando todas as


pessoas perceberem o que ela realmente é, um livro imprestável,
uma coletânea de jornal velho primitivo, sem autoria conhecida
para nenhuma de suas partes e cheio de costumes primitivos de
povos primitivos, o cristianismo estará extinto. Por isso o
desespero em convencer os ignorantes de que nele há alguma
coisa de origem misteriosa ou divina e que só os crentes e
religiosos conseguem perceber, mas nenhum jamais conseguiu ou
consegue mostrar.

1 - “A Interpretação Bíblica”

Conversamos com algum crente, citamos alguns dos numerosos


versículos bíblicos incoerentes ou aberrantes que abundam na
Bíblia e esperamos desenvolver uma conversa argumentativa de
qualidade, mas na maioria das vezes nos deparamos com a
clássica resposta crente-cristã: “você deve interpretar o versículo”
ou então "A Bíblia precisa de interpretação" ou "Você está usando
fora do contexto". Esta é a resposta típica que fecha todas as vias
racionais possíveis, porque não importa a opinião do
argumentador, a resposta será, invariavelmente, que deve ser
interpretado de outra forma.

 Vejamos certos detalhes:

Quando o crente cristão diz que se deve interpretar a Bíblia, a que


especificamente ele está se referindo? Por exemplo, a Bíblia tem
várias direções narrativas, uma delas são os eventos específicos,
os quais são situações pontuais em que o escritor bíblico narra um

53
evento ou uma história particular, como "a crucificação de Jesus"
ou "O Dilúvio Universal"... Por que certos cristãos dizem que a
crucificação é um fato literal e o dilúvio não? O que torna um fato
literal e outro não? Você, caro leitor cristão certamente já passou
por isso, certo? Claro que você nunca disse que a crucificação deve
ser "interpretada", ou que não deve ser tomada literalmente, mas
certamente você já disse que os cadáveres ambulantes que
saíram das tumbas quando Jesus morreu ou o Dilúvio Universal
são algumas dessas coisas "simbólicas ou interpretativas."

 Exemplos não faltam.

Conheço muitos crentes que opinam que a criação do universo em


seis dias é uma dessas coisas que se deve “Interpretar” e que não
deve ser tomada como literal. Por quê? Em nenhum momento o
escritor insinua que o fato está sob interpretação pessoal. Claro,
dizem que a criação não é literal porque é SIMPLESMENTE
IRRACIONAL. Simples assim!

Você já percebeu que os crentes cristãos dizem que se deve


"interpretar" somente os eventos mais implausíveis e que vão
contra a ciência e a razão? Os cristãos só tomam como fatos
literais os eventos cientificamente prováveis e possíveis, o resto é
considerado simbólico ou mal interpretado. Eu sei que muitos
cristãos acreditam que a criação do universo em seis dias é uma
das coisas que temos de "interpretar" e não ser tomada como
literal. Por quê? Em nenhum momento o escritor sugere que o
evento está sob a interpretação pessoal. Claro, dizem que a
criação não é literal porque é simplesmente irracional. É simples
assim. Quanto mais absurdo e ilógico seja o versículo, mais
“interpretação bíblica” necessitará. Com os mandamentos e leis
bíblicas não é diferente. O Antigo Testamento está cheio de leis e
estatutos verdadeiramente absurdos. O exemplo clássico é o livro
do "Levítico". Pouquíssimos cristãos têm em conta as leis do
54
Levítico (só quando lhes convém como as Testemunhas de Jeová
na questão do sangue), na verdade Levítico produz uma espécie
de "alergia" para muitos cristãos. Agora, se você se dignou a ler
algo do levítico, verá que em muitas ocasiões o próprio Deus diz
que esses estatutos são "perpétuos e eternos", isto é, eles não
devem ser abolidos ou descartados. Como você explica isso amigo
cristão? Como você se atreve a dizer que essas leis estão abolidas
ou necessitam de interpretação quando o próprio Deus disse que
eles eram eternos e perpétuos? Vamos cair na mesma coisa: só
são interpretáveis os mandamentos que vão contra a moral, a
virtude, ou simplesmente são bárbaros e arcaicos. Por que os
crentes não dizem que a frase "Amar ao próximo como a ti
mesmo" precisa ser interpretada e que não é literal? Acho que
eles só gostam de "interpretar" os versos que os incomoda e
contradizem sua crença particular. As ordens diretas de Deus não
deveriam ser “interpretadas”. A enorme quantidade de religiões
ou divisões cristãs se deve precisamente a isso: cada uma dessas
religiões dá à Bíblia uma interpretação diferente. Mas como
sabemos qual é a interpretação verdadeira? Qual é a interpretação
que Deus aprovaria? Imaginam o crente ao chegar ao Juízo Final
e Deus ou quem quer que vá avaliá-los dizer: "sinto muito
interpretastes mal este versículo". Seria uma situação muito
interessante. Eu nunca conseguia entender, mesmo quando era
um cristão devoto, por que se Deus é perfeito e soberanamente
inteligente, permitiu que seu livro sagrado fosse escrito com
tantas ambiguidades e simbolismos? Por acaso Deus não sabia
que esses problemas poderiam acontecer? Por que não fez a Bíblia
mais direta e sem tanta enrolação? ... Ok ok, eu sei o que você
está pensando... "os caminhos de Deus são misteriosos".
Portanto, amigo cristão, a partir de agora quando você ler suas
frases da Bíblia como "Deus é amor" ou "Ama o teu próximo",
pergunte a si mesmo: estou interpretando isso direito?

55
7 - A grande mentira dos crentes. >>>

1 - “Os Caminhos de Deus são Misteriosos”

Amigos crentes cristãos, eu entendo como é difícil ficar sem


argumentos sólidos para rebater uma proposta. A mim já
aconteceu muitas vezes, admito que seja versado em centenas de
campos do conhecimento humano, mas é incontável a quantidade
de coisas que desconheço. Por isso quando me encontro com
argumentos dos quais não tenho a mínima noção, não me custa
dizer “Não sei.” Ninguém deve ter vergonha de dizer “não sei”.
Por exemplo: quando me perguntam: “Que acontece após a
morte?” ... Devo admitir que não sei! Claro que eu poderia ter a
minha opinião particular a respeito, porém devo deixar claro que
são apenas especulações de minha parte. Uma das vantagens de
56
dizer “não sei” é que ao aceitar e admitir a carência de um
conhecimento específico, instintivamente se trata de investigar
para encontrar uma resposta que preencha esse vazio,
acarretando como consequência o aumento do conhecimento e do
nível cultural pessoal. Deve deixar claro que em minhas
numerosas conversas com crentes cristãos, muito poucas vezes
eu escuto esse esquivo “não sei”, quase sempre preferem expor
um argumento especulativo ou uma opinião pessoal como
verdade absoluta. Por exemplo, com a mesma pergunta: “Que
acontece após a morte?” O crente via responder quase que
imediatamente e com a maior tranquilidade “Ao morrer, segundo
a bíblia a alma... blá blá blá”, ocorre praticamente o mesmo com
qualquer outro assunto sobre o qual uma pessoa comum
expressaria seu desconhecimento. Para o crente todas as
perguntas possuem resposta em Deus e na Bíblia. Para os crentes
o importante em uma conversa com um ateu é nunca admitir que
desconheça algo, muito menos ficar calado. Isso seria sinal de
desconhecimento, falta de fé, blasfêmia e outras tantas coisas
imorais que com certeza Deus castigaria com uma passagem
direta para o inferno. Portanto quando o crente cristão se encontra
em uma situação onde não tem argumentos sólidos para
responder a um ateu ou simplesmente é muito arriscado
especular, solta a frase que resolve todas as perguntas e deixa a
fé intacta:

“OS CAMINHOS DE DEUS SÃO MISTERIOSOS.”

Claro que esta é a frase clássica, mas há muitas outras que se


repetem de forma constante quando a razão abandona o
desafortunado crente cristão:

 “Nossa mente é muita limitada para conhecer Deus.”


 “Quem somos nós para julgar Deus.”

57
 “Deus sabe com faz as coisas, nós não podemos ter acesso
a esse conhecimento”
 “É impossível conhecer a Deus.”

Certamente o colega ateu que lê essas palavras sabe a que me


refiro especificamente. Estas frases são a porta de fuga quando
os crentes cristãos se vêm acuados pelos argumentos de um ateu.
Muitos ateus ao escutarem essas palavras por parte dos crentes
as interpretam como sinal de vitória ou de ignorância e sabemos
que a conversa terminou e que o cristão recorreu à sua última
tábua de salvação. Amigo crente, quantas vezes utilizou uma
dessas desculpas esfarrapadas?

 Porém isto é verdade?


 “Os caminhos de Deus são misteriosos e é impossível
conhecer a mente de deus?”
 Em absoluto!

De fato esta é uma grande falácia que é repetida uma vez após
outra e que os crentes utilizam para se sentirem menos culpados
por duvidar e desconhecer certos temas. Deus não é e nem
deveria ser um mistério insondável para a mente humana. Por
quê? Porque Deus deixou muito claro sua natureza e suas
características em um livro que você amigo crente ALEGA
conhecer muito bem, a Bíblia. A Bíblia é (supostamente) inspirada
por Deus, portanto assume-se que a mente e o pensamento de
deus estão plasmados ali.

 QUER CONHECER A DEUS?


 FÁCIL, LEIA A BÍBLIA.

A Bíblia nos mostra claramente as características e qualidades de


Deus. Graças à Bíblia sabemos que Deus é onipotente, onisciente,
onipresente, sábio, justo, amoroso e, sobretudo perfeito. A Bíblia
é muito clara ao mostrar-nos como Deus é até nos mínimos
58
detalhes. Com a leitura de suas páginas podemos nos inteirar do
caráter e da personalidade de Deus, como Ele reage diante de
certas situações, como pensa, como atua etc. Isto se de fato, a
Bíblia é um reflexo do que é Deus.

 Amigo crente, como você pensa em obedecer e agradar ao


seu deus, se declara que é impossível conhecê-lo?
 Que bela contradição não é mesmo?

Por isso jamais acreditarei quando um crente me diz: “deves


confiar em Deus cegamente, ele sabe o que faz.” Em termos
práticos nenhum crente tem essa fé cega que tanto alegam. Não
é fé cega, já que se pode conhecer muito bem a Deus através da
Bíblia para que essa cegueira se transforme numa visão límpida e
clara de Deus. PARA ISSO TEM A BÍBLIA. Nenhum crente se
entrega completamente e de olhos fechados à vontade de Deus,
já que conhecem muito bem a esse Deus para saber como serão
julgados e coo atuaria em certas situações. Essa famosa “fé cega”
só seria certa e verdadeira se o crente desconhecesse tudo sobre
Deus, se não tivesse a mínima ideia do que e de como é esse
Deus, só assim poderia falar de algum tipo de cegueira ou
confiança plena. Portanto, e já aceitando que Deus se deu a
conhecer muito bem através desse "livrito" chamado Bíblia,
vejamos de novo essa já não tão efetiva desculpa que usam os
crentes quando se vem entre a espada e a parede:

 “Os caminhos de Deus são misteriosos.”


 Falso.

Não são misteriosos. Os caminhos de Deus se pode conhecer de


forma muito clara ao ler a Bíblia. Porque não tem sentido que o
crente cumprisse tudo o que Deus lhe disse em seu livro e ao
morrer e estar em frente a Ele ouvir: SINTO MUITO, VOCÊ VAI
PARA O INFERNO... MEUS CAMINHOS SÃO MISTERIOSOS. Neste

59
caso a Bíblia não teria nenhum valor e seria preferível jamais lê-
la e aceitar a verdade de que Deus é um mistério insondável.

 “Nossa mente é muito limitada para conhecer Deus.”


 Falso.

Podemos conhecer a Deus claramente pelo que Ele diz sobre si


mesmo na Bíblia. Sabemos de sobra que Deus é um ser dual, que
às vezes se comporta como um sanguinário e inclemente
assassino e em outras como uma pomba inocente. Não é que “não
podemos conhecer Deus”, mas que a mente de Deus, tal como
60
nos conta a Bíblia, é muito desvairada. E dizer que não podemos
“conhecê-lo” é tratar de buscar desculpas para justificar sua
distorcida personalidade.

“Quem somos nós para julgar a Deus? Quem somos?”

Bem, segundo ele somos seus filhos. E sim, o podemos julgar já


que ele nos deixou na Bíblia regras morais para o comportamento
correto. O ato de aceitar que Deus pode transgredir as leis e
recomendações que ele mesmo nos deu, seria cair num estado de
caos e anarquia total. Não podemos aceitar um comportamento
inferior de Deus comparado com o nosso. Se Deus disse “não
matar” ele mesmo deveria dar o exemplo.

Segundo Deus seria: “Faça o que digo não o que faço”.

Deus nos deixou um conjunto de leis a cumprir e SIM, podemos


julgá-lo segundo suas próprias leis. O curioso disso é que um
comportamento como o que exibe deus, onde ele está imune às
leis que ele mesmo impõe seria inaceitável para nós, por exemplo,
no caso de nossos governantes e presidentes, mas o aceitaríamos
de um ser que se auto define como perfeito.

 “Deus sabe por que faz as coisas e nós não podemos


ter esse conhecimento.”
 Falso.

É uma repetição do anterior. Como já dissemos, nós os humildes


seres humanos podem conhecer perfeitamente como e porque
Deus faz as coisas através da sua palavra plasmada na Bíblia.

 “É impossível conhecer a Deus.”


 Falso.

Claro que podemos conhecer a Deus! É como se eu e você


dialogássemos:
61
Crente – É impossível conhecer a Deus.
Ateu – mas Deus é todo poderoso?
Crente – Sim.
Ateu – Eu posso vê-lo?
Crente – Não, deus é invisível.
Ateu – Ele é bom?
Crente – Sim, muito bom, O melhor.
Ateu – Pois então, parece que conheces muito bem a esse deus,
porque fica repetindo que “É impossível conhecer a Deus?”

Isso é como se eu dissesse a você:

Pessoa 1 – Deves adorar a Amon-Rá.


Pessoa 2 – Amon-Rá? Quem é esse?
Pessoa 1 – O único deus verdadeiro.
Pessoa 2 – Mas eu não o conheço, preciso conhecer mais sobre
ele para saber a quem adoro. Jamais adoraria algo sem saber o
que é.

Entendeu o ponto agora amigo crente? Absolutamente ninguém


adoraria ou obedeceria alguém sem ter algum conhecimento
sobre ele. Isso de “fé cega” é uma falácia que os crentes repetem
como se fosse uma virtude, que em termos práticos ninguém
sensato obedeceria. Agora que já sabe amigo crente cristão, NÃO
utilize mais essas frases já que estaria mentindo e se
contradizendo. Quando em uma conversa você chegue a um ponto
onde sua capacidade e seu conhecimento não possam elaborar
uma resposta coerente e sensata, é preferível dizer: “não sei” ou
“preciso investigar e estudar mais” e engolir o orgulho de querer
saber tudo simplesmente porque Deus e sua Bíblia são “perfeitos
e iluminados”.

62
8 - A farsa da inspiração divina

1 - Durante milhares de anos Deus não conseguiu inspirar


nenhum cristão e contar a verdade sobre o movimento da
Terra, do Sol e dos planetas? Muito suspeito esse deus.

“A doutrina de que a Terra não é o centro do universo, nem


imóvel, mas move-se inclusive com uma rotação diária, é
absurda, tanto filosoficamente como teologicamente falsa, e no
mínimo um erro de fé.”

Decisão da Igreja Católica contra Galileu Galilei, 1616.

63
“Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto
afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem”.

Cardeal Bellarmino, 1615, durante o julgamento de Galileu.

“... Também chegou ao conhecimento desta congregação que a


doutrina de Pitágoras - que é falsa e totalmente contrária à
Sagrada Escritura – sobre o movimento da terra e da imobilidade
do sol, que também é ensinado por Nicolaus Copernicus em “De
Revolutionibus orbium coelestium”, e por Diego de Zuniga em
“Sobre Jó”, está agora se espalhando no exterior e sendo aceita
por muitos... Portanto, para que sta opinião não possa insinuar-
se em maior profundidade em detrimento da verdade católica, a
Sagrada Congregação decretou que a obra já referida de Nicolaus
Copernicus “De Revolutionibus Orbium”, e a de Diego Zuniga,
”Sopbre Jó”, sejam suspensas até que sejam corrigidas”.

Decreto de condenação da obra de Copérnico, 05 de março de


1616.

2 - Parece que Deus inspirou a Santo Agostinho de que a


Terra tinha dois lados, o de cima e o de baixo... Ele também
parece ter faltado às aulas de medicina de Deus.

“É impossível que haja habitantes do outro lado da Terra, já que


nada é dito a esse respeito nas Escrituras sobre os descendentes
de Adão”.

Santo Agostinho

64
“Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos
demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há
pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa”.

Santo Agostinho

3 - O absoluto fracasso da inspiração divina sempre obrigou


a igreja a combater o conhecimento, a liberdade de crença
e pensamento, até que foi superada pelos fatos e não teve
mais opção senão aceitar.

“É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder


incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou
culto, como se esta fosse um direito natural do homem”.

Encíclica do Papa Leão XIII.

“Tolerar igualmente todas as religiões… é o mesmo que ateísmo”.

Papa Leão XIII, “Immortale Dei”.

“Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações


religiosas ou tratar como iguais às demais religiões.”

Papa Leão XIII, “A constituição cristã dos Estados”, 1885.

“Já se propôs que todas as religiões deveriam ser livres e seu culto
publicamente exercido. Nós católicos rejeitamos esta ideia como
contrária ao cânon da lei católica romana”.

Papa Pio VII, 1808.

65
“O estado (constituição dos EUA) não tem o direito de deixar que
cada um seja livre para professar e abraçar qualquer religião que
deseje”.

Papa Pio IX

“Mussolini: uma dádiva da Providência”.

Papa Pio XI

4 – Acredite na palavra da Igreja.

“Devemos estar sempre dispostos a acreditar em que o que nos


parece branco é na verdade preto se a hierarquia da Igreja assim
o decidir”.

Inácio de Loiola, fundador da Sociedade de Jesus (Jesuítas),


“Exercitia spiritualia”, 1541.

5 - O cristão/católico deve ser pobre, gostar e se conformar


com isso. Riqueza só para a Igreja.

“O sofrimento dos pobres é agradável a Deus e purifica o mundo”.

Madre Teresa de Calcutá

“Acho muito bonito que os pobres aceitem sua sorte, que a


compartilhem com a paixão de Cristo. O mundo se beneficia muito
do sofrimento dos pobres”.

66
Madre Teresa de Calcutá

6 - Proibir a circulação da verdade sempre foi o objetivo da


igreja e continua tentando em nossos dias.

“A liberdade de imprensa é um dos maiores males que ameaçam


a sociedade moderna”.

Cardeal Pedro Segura, New York Herald Tribune.

“Seria bom para a religião se muitos livros que parecem úteis


fossem destruídos. Quando não havia tantos livros nem tantas
discussões e disputas, a religião crescia mais rapidamente do que
tem feito desde então”.

Girolamo Savonarola, 1452-1498, frei dominicano.

7 - Quem ainda acredita nesta patuscada?

“Os papas, como Jesus, são concebidos por suas mães por
influência do Espírito Santo. Todos os papas são uma espécie de
homens-deus, com o propósito de serem os mais habilitados a
mediar entre Deus e a humanidade. Todos os poderes no Céu e
na Terra lhes são dados”.

Papa Estevão V, século 9.

67
9 - Por que não sou agnóstico >>>

Muitos “não-crentes” dizem ser agnósticos e não ateus. Não


acreditam que Deus exista, mas não estão seguros e então são
renitentes em declararem-se ateus. Uma atitude comum é dizer:
“Talvez haja algo aí fora. Afinal de contas, não conhecemos tudo”.

Qual a segurança necessária sobre a inexistência de deus, que


devemos ter para nos autodenominarmos ateus? Obviamente,
não podemos estar 100% seguros de nada. Mas podemos estar
99,99999% seguros de um montão de coisas e isso é
normalmente suficiente para tomar as decisões diárias de nossa
vida.

68
Nós não podemos ter certeza de que não vamos cair e quebrar o
pescoço ao sair da cama de manhã, mas não ficamos na cama
para sempre por causa disso. Nós viajamos em carros e aviões,
onde as chances de sobrevivência não são 100%, mas perto o
suficiente para fazê-lo. Nesses casos, fazemos uma análise de
risco-benefício e decidimos que o benefício justifica o risco.

Algumas coisas são, para todo propósito prático, seguras. Se


saltarmos de uma janela do décimo andar, podemos estar
bastante seguros de que sofreremos um feio golpe, não pela
queda, como se diz, mas pela chegada. Agora bem, um avião com
um colchão amarrado na asa poderia passar bem na hora para
nos salvar. De novo, como se diz, “tudo é possível”. Mas este é
um exemplo do tipo de coisa possível com que aprendemos a não
contar.

Então qual é o limite entre o agnóstico e o ateu? Se traçarmos a


linha em 100% de certeza, então não restaria nenhum lugar para
os ateus. Neste caso, não haveria ateus nem em uma trincheira.
Entretanto, algumas pessoas se autodenominam ateus, incluindo
muitos que já passaram bom tempo em trincheiras. A palavra
deve significar algo para eles. Eu sugiro que os ateus são pessoas
que avaliaram as possibilidades, fizeram a análise de risco-
benefício e descobriram que a existência de Deus é tão improvável
que preferem viver suas vidas sem todo o lastro que qualquer
crença obriga você a carregar.

O lastro da crença é pesado. Não só se espera que does tempo e


dinheiro a tua igreja, mas, o mais importante, se espera que
mudes tua cabeça. E, como já disse Dan Quayle, “perder a cabeça
é algo terrível”.

69
Quando você é um membro fiel de alguma religião, não é livre
para usar teu próprio julgamento sobre o que é melhor para ti,
para tua família e à sociedade. Pelo contrário, se espera que
transfira esse julgamento para outros que afirmam ter autoridade
sobrenatural. E além de não oferecerem nenhuma evidência para
apoiar o que dizem, exceto sua própria palavra, eles pedem que
você evite usar o seu próprio intelecto no processo.

Ao longo dos séculos, existiram muitas tentativas de provar o


embasamento racional das crenças sobrenaturais. Todas
falharam. Entretanto os pregadores ainda conseguem atrair
clientes com seus argumentos simplórios com ares de lógicos,
como: “Como poderia isso, o universo, a vida, a consciência,
terem surgido do nada?” Eles garantem a seus ouvintes que Deus
fez tudo.

 Mas considere o absurdo do argumento:


 algo não pode vir do nada, então deve vir de Deus... que
vem do nada.

As igrejas têm convencido a maioria da raça humana a acreditar


no inacreditável, dar crédito ao implausível, racionalizar o
irracional. Um ateu é alguém que não pode acreditar em algo que
não tem nenhuma base racional, que nada mais é do que uma
fantasia e um delírio arrastado desde a infância ignorante e
supersticiosa da raça humana.

Victor J. Stenger
Tradução de JL.

70
10 - Perguntas idiotas de crentes aos ateus >>>

Algumas perguntas que poderiam ofender os ateus, mas que


apenas revelam a ignorância e a idiotice de quem as faz.

Todos os grupos marginalizados pela sociedade possuem alguma


pergunta ou perguntas que costumam ouvir rotineiramente e que
71
os pode fazer sair correndo; perguntas que contêm insultos,
fanatismo ou desrespeito em seu conteúdo. Às vezes as perguntas
são feitas com sinceridade, com a ignorância sincera das supostas
ofensas que há por trás delas. Mas às vezes a pergunta é feita de
forma passivo-agressiva ... "Só estou perguntando".

Mas algumas não é conveniente perguntar. Não são perguntas que


animam a investigação e o discurso verdadeiro; são perguntas
que fecham as mentes em vez de abrir. Mesmo que com essa
intenção. E a maioria das pessoas que se preocupam com a
intolerância, a marginalização e justiça social (ou que
simplesmente se preocupam com a boa educação e os bons
costumes), nunca fazem este tipo de perguntas.

Aqui há nove perguntas que o crente não deve fazer aos ateus
para não pagar mico.

1 - Como você pode ser moral sem crer em Deus?

Os ateus são morais pelas mesmas razões que os crentes: Porque


possuem compaixão e sentido de justiça. Os seres humanos são
animais sociais e como os outros animais sociais, desenvolvem
alguns valores morais fundamentais em seu cérebro: A
preocupação pela justiça, a lealdade e com o prejuízo dos outros.
Se você é um crente das mitologias religiosas e você não acredita
que estas são as mesmas razões pelas quais os crentes são
morais; pergunte-se o seguinte:

 Se você pudesse provar hoje com 100% de certeza


que não existem deuses e que não há outra vida
depois desta, de repente começaria a roubar,
assassinar e colocar fogo em casas?

72
 E se não: por que não o faria?

Seja o que for que o impeça de fazer essas coisas, é o mesmo que
impede os ateus de fazê-las. E faça-se esta outra pergunta:

 Se você aceita algumas partes de seu livro “sagrado”


e rejeita outras, com base no que está fazendo isso?

Qualquer que seja a parte de ti que te diz que a lapidação


(apedrejamento) de adúlteros é absurda, mas que ajudar os
pobres é bom; Que plantar duas colheitas de diferentes cultivos
no mesmo campo NÃO é um problema, mas dar falso testemunho
é incorreto; que a escravidão é imoral, mas que é uma boa ideia
amar teu próximo como a ti mesmo... isso é o mesmo que diz aos
ateus o que é certo e errado. As pessoas são boas porque
possuem uma compreensão inata dos pilares fundamentais da
moral: o entendimento de que o importante para outras pessoas,
nos importa muito também a nós mesmos; e que não há nenhuma
razão objetiva para agir como se alguns de nós fossem mais
importantes que outros. E essa percepção é correta da mesma
forma para crentes e ateus. Se não fosse, você estaria matando
seus parentes e vizinhos de outras crenças, que é uma ordem do
seu deus, ou seja: você tem mais moral que seu próprio deus.

Por que não deve fazer esta pergunta?

Porque é uma pergunta incrivelmente insultante. Ser moral,


preocupar-se pelos demais e ter compaixão por eles, é uma parte
fundamental do ser humano. A pergunta expressa o desconcerto
que sentem alguns crentes ao considerarem que poderíamos nos
preocupar pelos demais sem crer em um criador imaginário e que
essa preocupação é um assunto completamente humano.

73
E pior ... Esta pergunta também é um grande insulto para os
crentes religiosos. Está basicamente dizendo que a única
razão pela qual os crentes são morais é o medo do castigo
e o desejo de recompensa. É como dizer que os crentes não
agem por compaixão, ou sentido de justiça. É como dizer que a
moralidade cristã é infantil e os outros são os piores.

2 - "Como a tua vida pode ter significado?" Perguntam às


vezes: "Não te sentes triste ou desesperado?" Ou também:
"Se tu não crês em Deus ou no céu, por que não te suicidas?"

Os ateus encontram significado e alegria nas mesmas coisas onde


todo ele mundo encontra. Nas coisas importantes: na família, na
amizade, no trabalho, na natureza, na arte, na aprendizagem, no
amor e também nas pequenas coisas. A A única diferença é que,
primeiro, os crentes acrescentam: "Meu Deus, me faz feliz e me
dá um bom presente depois da morte" e, em suas listas, muitas
vezes colocar isso nos primeiros lugares: E em segundo lugar, os
crentes acham que o "sentido da vida" é dado por seu deus ou
deuses, enquanto os ateus criam seus próprios significados e
estão dispostos e serem realmente felizes em aceitar essa
responsabilidade.

Realmente, para muitos ateus, o fato da vida ser finita aumenta


ainda mais o seu significado. Quando eliminamos o "agradar a um
Deus que temos boas razões para pensar que não existe" da nossa
lista de "coisas com sentido", damos muito mais atenção para o
resto. Quando aceitamos que a vida realmente chegará ao fim,
estamos muito mais motivados para fazer com que cada momento
dela seja importante.

74
Por que não deve fazer esta pergunta?

Experimentar o significado e o valor da vida está profundamente


arraigado no ser humano. Quando trata os ateus como se
estivessem mortos interiormente, simplesmente porque não
acreditam em um criador imaginário sobrenatural, os está
tratando como se não fossem plenamente humanos. Por favor,
não o faça.

3 - "Por acaso não é preciso mais fé para ser ateu que para
ser um crente?"

Não. Esta pergunta assume que o ateísmo tem “100% de certeza


de que Deus não existe, sem vontade de questioná-lo e sem lugar
para dúvidas". Para a maioria dos ateus, "ateísmo" significa
simplesmente "estar razoavelmente seguro de que não existem
deuses", ou, "chegamos a uma conclusão provisória, com base
nas provas que temos visto e nos argumentos que temos
considerado, que não existem Deuses". Não podemos estar 100%
seguros de que não existem deuses. Assim como não podemos
estar 100% seguros de que não existem unicórnios tampouco.
Mas estamos o suficientemente seguros. Não crer em unicórnios
não exige nenhuma "fé", assim como não crer em Deus.

Por que não deve fazer esta pergunta?

A suposição por trás desta pergunta é a de que os ateus não


tiveram a preocupação de pensar sobre o próprio ateísmo. E essa
suposição é uma ignorância e um insulto. A maioria dos ateus
75
examinou a questão da existência ou inexistência de Deus com
muito cuidado. A grande maioria foi crente e doutrinado em
alguma corrente religiosa, e abandonar essa religião imposta
trouxe consigo uma enorme quantidade de buscas de respostas.
Inclusive aqueles educados como não-crentes, foram criados em
uma sociedade que está cheia de religião. É necessário uma boa
quantidade de perguntas e pensamentos para rejeitar a ideia em
que quase todo mundo que te rodeia acredita.

E quando o crente faz esta pergunta revela também a estreiteza


de sua própria mente. Está demostrando que não se pode
conceber a possibilidade de que alguém possa chegar à uma
conclusão sobre a religião baseada na evidência, na razão e nas
ideias que parecem mais propensas a serem verdade, em lugar
da "fé", que é a aceitação de simples suposições como verdades
absolutas e inquestionáveis só porque algum parasita religioso o
convenceu disso.

4 - “Por acaso o ateísmo não é só mais uma religião?”

Não. A menos que esteja definindo a "religião" como: "Qualquer


conclusão a que chegam as pessoas sobre o mundo", ou como
"uma comunidade organizada em torno de uma ideia
compartilhada"... então não.

Se sua definição de "religião" inclui o Ateísmo, então também tem


que incluir: a Anistia Internacional, o heliocentrismo, a aceitação
da teoria da evolução, o fã clube de Justin Bieber, o Partido
Democrata dos EUA, etc. Por uma definição útil da palavra
"religião", o Ateísmo não é uma religião.

76
Por que não deve fazer esta pergunta?

Praticamente pelo mesmo motivo que a anterior (#3). Chamando


o ateísmo de religião, assume que é um axioma aceito por fé, não
uma conclusão baseada no pensamento e na evidência. E isto
mostra que o crente não está disposto ou não é capaz de
considerar a possibilidade de que alguém não só pode ter uma
opinião diferente sobre sua religião, mas que chegou a essa
conclusão de uma maneira diferente.

5 - "Qual é o sentido dos grupos ateístas? Como se pode ter


uma comunidade e um movimento sobre algo que não
acreditas?"

Os ateus têm seus grupos, comunidades e movimentos pelas


mesmas razões que todos o fazem. Os seres humanos são animais
sociais. É bom passar o tempo com outras pessoas que
compartem nossos interesses e valores. Nos agrada trabalhar com
outras pessoas nos objetivos que temos em comum. E mais,
quando os ateus expõem publicamente seu ateísmo, muitos
perdem os amigos e famílias ou possuem relações tensas e
dolorosas com eles. Os ateus criam comunidades para que
possam ser honestos sobre o que pensam e também para não
estarem sós.

Por que não deve fazer esta pergunta?

77
Se trata de um enigma total tipo: "malditos se fazem, malditos se
não fazem". Os ateus se encontram o tempo todo sobre o ataque
de que “tratam de convencer as pessoas de que a religião é cruel,
ou inútil, ou ambos, assim também sobre o apoio social que ocorre
nas instituições religiosas”. Então, quando os ateus não criam
comunidades para substituir as que as pessoas perdem quando
saem da religião; nos dizem o ridículo que é isto. (Ou então dizem:
"Vê? O ateísmo é uma religião".

6 - "Por que odeias a Deus?" Ou, "Você não está


simplesmente irritado com Deus?"

Os ateus não estão irritados com Deus porque não acreditam na


existência de Deus. Não estão irritados com Deus mais do que
estão com o Papai Noel.

Por que não deve fazer esta pergunta?

Esta pergunta não só nega a nossa natureza humana, como nega


nossa própria existência. Se supõe que os ateus não existem na
verdade, que a falta de crença não é sincera, é um tipo de trauma
emocional ou uma rebeldia de adolescente imaturo, que nem
sequer é realmente uma não-crença.

Esta pergunta revela a estreiteza verdadeiramente obtusa do


crente. Demonstra que nem sequer é capaz de considerar a
possibilidade de que possa estar equivocado: que sequer é capaz
de conceber que alguém possa ver o mundo de maneira diferente
da sua. Esta pergunta, além de enfurecer os ateus, faz com que
vejam o crente como um completo idiota.

78
7 - "Mas você já leu a Bíblia? - Já ouviu falar do milagre “X”?
Já ouviu minha história sobre minha experiência religiosa
pessoal?

Provavelmente. Pois essas histórias são praticamente cópias umas


das outras e existem aos milhões pela internet. Os ateus estão
geralmente melhor informados sobre a religião que a maioria dos
crentes religiosos. Estamos melhor informados sobre os princípios
da maioria das religiões específicas que os crentes dessas
religiões. Para muitos ateus, sentar-se e ler a Bíblia (ou o texto
“sagrado” da religião que criaram) é exatamente o que lhes
colocou no caminho do ateísmo; ou o que colocou o último prego
no caixão da religião.

Por que não deve fazer esta pergunta?

Como às vezes perguntam por aí: "Já ouviu falar de Jesus?” ...
Não, na verdade eu nasci embaixo de uma maldita pedra.

É que na verdade você não tem noção de como a religião é uma


força dominante na sociedade. Na maior parte do mundo, a
religião é impossível de ignorar. Se impregna na vida social, na
vida econômica, na vida cultural, na vida política como merda na
sola do sapato. Estamos rodeados por ela. A ideia de que os ateus
de alguma maneira poderiam ter chegado à idade adulta sem ser
conscientes da Bíblia, de histórias sobre supostos milagres ou de
histórias sobre as experiências religiosas pessoais ... é risível. Ou
... Seria risível se não fosse tão irritante.

79
8 - "E se estiver enganado?" Às vezes perguntam: "Por acaso
não é lógico crer em Deus? Se você crê e está equivocado,
nada de terrível acontece, mas se não crês e te equivocas,
poderia ir ao inferno!"

E se você estiver enganado com Alá? Ou Vishnu? Ou Zeus? E se


estiver enganado com o Deus iracundo que odeia os gays, ou o
Deus de amor que odeia os homofóbicos? E se você estiver
enganado sobre se Deus quer comemorar o dia de repouso no
sábado ou no domingo? E se estiver enganado e Deus realmente
se preocupa sobre tua forma de comer toucinho? Como disse
Homer Simpson, "O que acontece se escolhemos a religião errada
e a cada semana estamos irritando Deus mais e mais?"

Por que não deve fazer esta pergunta?

Há muitas coisas erradas com essa pergunta, ela tem até nome,
chama-se “a aposta de Pascal”, mas vamos nos limitar a duas que
não apenas são logicamente absurdas, mas que insultam a
inteligência e a integridade tanto de ateus e de crentes:

É realmente tão ignorante sobre existência de outras religiões


diferentes da sua? É sério que nunca te ocorreu que quando
"aposta" na existência de seu Deus, há milhares e milhares de
outros deuses, sobre cuja existência está apostando contra?

Como podem pensar que os ateus têm tão pouca integridade?


Será que acreditam que vamos crer falsamente em Deus ... não
só por nossas famílias e comunidades a fim de não ser condenado
ao isolamento, mas em nossas próprias mentes? É sério que crês
que vamos deliberadamente contra nós mesmos, fingindo crer em
80
algo que na realidade não cremos que seja certo? Jura que
acreditas que vamos escolher que algo sobre o mundo é ou não
verdade baseados unicamente no que seria mais conveniente? ...
E mesmo assim, você realmente acha que Deus poderia aceitar
esta fraude? Você realmente acha que Deus quer que seus
seguidores tenham uma versão hipócrita de sua crença, egoísta,
tipo "eu cubro todos os meus lados"?

9 - “Por que os ateus estão tão irritados?"

Nem todos os ateus estão irritados com a religião e aqueles que


estão com raiva, não estão em um estado constante de ira. Mas,
sim, muitos ateus estão irritados com a religião, e estamos com
raiva porque vemos o terrível dano que a religião está fazendo.
Estamos com raiva pelos danos que está fazendo aos ateus ... e
estamos preocupados pelos danos causados a outros crentes. Não
só achamos que a religião é um erro, mas também achamos que
faz muito mais mal do que bem. E isso nos irrita.

Por que não deve fazer esta pergunta?

Esta pergunta pressupõe que os ateus estão irritados porque há


algo mal neles. Imaginam que os ateus estão irritados porque
estão amargurados, são egoístas, queixosos, infelizes, porque
falta alegria e sentido em suas vidas, porque possuem um
alfineteiro em forma de Deus nos corações. As pessoas que
perguntam isto parece que nunca consideraram a possibilidade de
que os ateus estão irritados porque possuem razões legítimas
para estarem irritados.

81
Esta visão equivocada da legitimidade da ira dos ateus faz duas
coisas. Trata os ateus como defeituosos e incompletos e desarma
o poder dessa ira. (Ou ao menos tenta). A ira é uma força
motivadora muito poderosa e tem sido uma força impulsora
importante para cada movimento de mudança social na história.
E quando tentam descartar ou trivializar a ira dos ateus, estão
essencialmente, tentando tomar esse poder.

As pessoas que fazem esta pergunta não parecem dar-se conta


de até que ponto o ateu dirige sua ira, não apenas contra o dano
causado aos ateus, mas ao dano feito aos crentes. Uma grande
quantidade da ira dos ateus sobre a religião tem por objetivo a
opressão, a brutalidade e a miséria criada pela religião, não na
vida dos ateus, mas na vida dos próprios crentes. A ira dos ateus
sobre a religião vem da compaixão, de um sentido de justiça, de
uma viva consciência do dano terrível que ocorre no mundo e de
uma motivação que impulsiona a fazer algo a respeito. Os ateus
não estão irritados porque há algo de mal neles, mas porque há
algo de justo com eles. E é justo reconhecer como uma das
maiores fortalezas dos ateus, uma de suas mais poderosas forças
motivadoras e um dos sinais mais claros de sua decência, e não
como um sinal de que são defeituosos.

A lista de perguntas idiotas que o crente não deve fazer aos ateus
não termina aqui.

Poderíamos seguir...

 "Como podem não crer em nada?"


 "O ateísmo não elimina o mistério da vida?"
 "Apesar de você não crer, não deveria criar seus filhos
com a religião?"
 "Podes provar que Deus não existe?"

82
 "Ocorreu algo terrível com você que o afastou da
religião?"
 "Está fazendo isso só por rebeldia?"
 "Por acaso faz isso só porque não quer obedecer as regras
de Deus?"
 "Se és ateu, por que comemora o Natal e gasta dinheiro
com “Deus seja louvado” escrito nele, etc.?"
 "Já tentou crer sinceramente?"
 "Não podes ver que Deus está em todas as partes e ao
teu redor?"
 "Adoras a Satanás?"
 "O ateísmo não é terrivelmente arrogante?"
 "Por que não podes conceber algo maior que tu?"
 "Por que te importa o que os demais creem?"

Se você - crente - entende porque todas as nove perguntas


respondidas são ofensivas e desumanizantes, espero (na
realidade não tenho muita esperança) que entenda porque as
demais também são.

83
11 - Por que os Ateus falam tanto em Deus? >>>

Uma das acusações que os crentes mais fazem aos ateus e


descrentes quando são encurralados em discussões, é perguntar
por que dedicamos tanto tempo e esforços em falar, discutir e
escrever sobre Deus, se não acreditamos nele.

Em qualquer discussão virtual onde ficam sem argumentos, usam


como saída pedante muitas variações deste mesmo tema, tais
como:

 Se você fala tanto de Deus, isso significa que ele existe.


 Não entendo como alguém cria um Blog/site sobre algo em
que não acredita.
 Por que fala tanto de Deus e Jesus se afirma que não
existem?

84
 Esses Ateus sim que são idiotas... Não creem em Deus e
passam falando dele.
 Se não acredita na Bíblia, por que a lê tanto?

Mas... Isso é verdade? Não temos nós sensatez ao falar de algo


em que não acreditamos? Ou será que não se deve falar sobre o
que não se acredita?

Vamos dar uma olhada em 10 razões que justificam não só falar


de Deus, Jesus, Bíblia e Religiões, mas que apoiam os constantes
debates e ataques que fazemos contra essas crenças absurdas e
ao mesmo tempo muito engraçadas.

1 - Todos falam de coisas inexistentes em que acreditam

85
O próprio crente que fala estas asneiras, certamente em
numerosas ocasiões já conversou ou discutiu sobre coisas em que
não acredita que existam. Todos nós fazemos isso
constantemente no dia-a-dia e não somos julgados por isso.
Porque seria diferente com os ateus ao falar de Deus?

Por exemplo, quem não conversou ou discutiu sobre filmes, livros,


séries de TV, novelas, contos e histórias, desenhos animados
(comics), games. E em termos gerais quase nenhum dos
personagens e histórias destes é real. Muitos gostam de falar de
fantasmas, zumbis, extraterrestres, etc., mas NÃO EXISTEM! Isso
faz com que seja proibido falar sobre eles? NÃO!

 Por que seria proibido falar dos seres fictícios e inexistentes


chamados deuses?

Se você é contra os que falam e discutem sobre coisas que não


existem (deuses), pode começar a reclamar de todos os
escritores, diretores e autores dessas histórias fictícias, já que na
prática não existem. Inclusive pode começar a censurar a si
mesmo, pois certamente vive falando de coisas que não existem.

Com que moral você reclama dos que perdem tempo com seres
inexistentes quando vai ao cinema ver “Batman”, “The Avengers”
ou “A Paixão de Cristo”? Todos fictícios!

2 - Os outros deuses também não existem

Ao que parece o crente cristão só reclama contra quem fala de


seu deus inexistente. Deveria reclamar também dos milhões de
pessoas que adoram algum deus diferente do seu, que para eles
é falso e também não existe.

86
Existem centenas de milhões de pessoas no mundo e através da
história da humanidade que dedicaram horas de estudo e
discussão a outros deuses como Alá, Odin, Osiris, Ganesha, Thor,
Mitra, etc. Se o seu problema é “falar de seres inexistentes”, pois
que comece sua cruzada para que o resto da humanidade, que
não crê no seu deus (israelita), deixe de escrever livros, abrir
Blogs, fazer conferências e reuniões sobre seus deuses
particulares. Porque (segundo seu ponto de vista) estão tão
errados quanto os Ateus quando argumentam contra o deus em
que você crê.

3 - Existem áreas de estudo dedicadas a coisas inexistentes

O crente cristão precisa saber que existem até disciplinas


acadêmicas e cursos universitários que se dedicam
exclusivamente a estudar, analisar e discutir seres que nem ele
mesmo crê que existam É o típico exemplo da Mitologia, que se
dedica ao estudo de relatos culturais sobre seres e histórias
inexistentes. Tanto é assim que a palavra “mitologia” vem do
termo grego “Mithos” (μῦθος), que significa “Fábula”. Recordemos
que um “Mitômano” é o termo que se utiliza para descrever aos
mentirosos compulsivos.

Podemos concluir que o estudo da “Mitologia” se baseia em seres


inexistentes. Por isso não deveriam publicar livros? Ou ser curso
em universidades? Ou ter documentários na TV? Se você nunca
negaria isto aos que se dedicam à Mitologia, por que o faz com os
ateus?

Também existem outras áreas investigativas que se baseiam em


coisas falsas e inexistentes e não vejo os cristãos reclamando e
pedindo-lhes que deixem de seguir com seus estudos: Ufologia,

87
Astrologia, criptozoologia, parapsicologia e toda uma ampla gama
de “Pseudociências” que pululam por aí. Inclusive em Psicologia e
Psiquiatria se fala em muitas ocasiões de seres inexistentes e
situações inverossímeis.

Portanto, o crente cristão deve dirigir a todas elas o mesmo tipo


de reclamação.

4 - Educação e aprendizagem

Falar, discutir e debater sobre seres ou coisas inexistentes não é


tempo perdido. Sempre há uma aprendizagem implícita e
crescimento pessoal.

88
Eu não creio em Extraterrestres; mas gosto de falar, discutir e
imaginar como seria seu metabolismo, seus meios de transporte,
as consequências de sua possível existência, etc. e me ocorre o
mesmo com o resto dos deuses e figuras fictícias da história da
humanidade. Eu não acredito que Zeus e seus irmãos mitológicos,
mas gosto da Mitologia grega! Isso me torna absurdo ou
incoerente? Conheço muitos “crentes em Deus” que estudam
Mitologia. Por acaso devem deixar de estudar?

Tudo, absolutamente tudo do que falamos ou discutimos deixa um


rastro de conhecimento e informação aproveitável. Muitas vezes
não é de forma prática, mas sempre nos faz crescer como
pessoas. E isso não tem preço.

5 - Quando o inexistente se torna um problema

Esta é a razão mais importante e a que justifica o fato de


passarmos muitas horas na frente do computador publicando e
89
debatendo com crentes: Lamentavelmente a crença em Deus e as
religiões são um grave problema para a humanidade.

É precisamente por isso que nos esforçamos em informar e


desmentir tudo relacionado com esse deus imaginário, pois já se
demonstrou que é perigoso e nos afeta negativamente de forma
direta.

Se os crentes adorassem seus deuses de forma privada e pessoal,


não haveria problema e os deixaríamos em seus delírios. Há
pessoas que creem em chupa-cabras ou em ETs e não nos
preocupamos em refutá-los. Mas quando essas crenças absurdas
deixam de ser pessoais e tratam de impô-las a todos (muitas
vezes à força e até com assassinatos como na inquisição), então
é problema nosso.

O crente cristão não crê em Alá ou no Islã, mas certamente NÃO


permanece indiferente e em silêncio diante dos ataques
extremistas de alguns membros fanáticos dessa crença (também
abrâmica) contra quem não tem a mesma crença deles.
Seguramente os crentes cristãos discutem, falam e polemizam
sobre este problema, mesmo que não creiam em Alá (que significa
Deus). Procure ver do ponto de vista dos ateus e compreenderá
melhor. FALAMOS TANTO DE DEUS, PORQUE COISAS NEGATIVAS
E PREJUDICIAIS A TODOS DEVEM SER DISCUTIDAS, ATACADS E
REJEITADAS, EXISTÃO OU NÃO.

6 - As leis e Deus

Os ateus e todas as pessoas em geral deveriam ter conhecimentos


básicos da Bíblia e de Deus; já que grande parte das leis ditadas

90
pelos governos possui (lamentavelmente) uma base bíblica ou
religiosa.

Educação escolar, proibição de matrimônios do mesmo sexo,


parentelas, castigos e penas judiciais, dias feriados, movimentos
políticos e incluso ataques e guerras contra outras nações têm em
muitas ocasiões um transfundo e base religiosa. (Quem não
recorda com tristeza quando George W. Bush justificou o ataque
ao Iraque porque cumpria os mandamentos de Deus?).

Inclusive podemos observar como muitos departamentos


governamentais de várias nações “cristãs” possuem em sua
entrada algum monumento ou placa com os “10
Mandamentos” recordando-nos que as "Leis e
Deus" estão necessariamente unidos.

Devemos falar de Deus e Religião já que os governos nos obrigam


a isso ao incluir de maneira indiscriminada em nossas leis a seres
invisíveis e recomendações de livros caducos e obsoletos.

7 - Sociedade e Deus

Não são apenas as leis que possuem uma influência direta de


Deus/Bíblia/Religião. Nosso comportamento social está em grande
medida influenciado e baseado na religião.

Imagine 90% da população sendo doutrinada desde criança com


a existência de um deus que dita leis, normas e comportamentos.
Evidentemente que muito dessa obscura aprendizagem se reflete
na maneira de agir das pessoas dia-a-dia. Desde o ódio contra a
homossexualidade até maneira de vestir, comer e falar possui
influência religiosa. Logo, exigir que os Ateus não falem de Deus
e religião é francamente absurdo.
91
As pessoas se comportam pensando que têm um amigo invisível
ao seu lado. Tantas pessoas pensando dessa forma insana deve
ser motivo de preocupação e franca discussão.

8 - Benefícios e aprendizagem cristã

O crente cristão que critica os ateus por falarem de seus deuses


imaginários deveria perceber que isso lhes é muito conveniente.
Por quê? Porque, segundo eles próprios, sua fé é fortalecida.
Muitos crentes cristãos se apressam em alardear que são gratos
aos ateus por tornarem pública a sua descrença e a rejeição ao
seu deus e à sua religião, pois vêm isso como uma “prova de fé”
(claro que sabemos que é pura falta de argumentos) e seus
conhecimentos saem ganhando.
92
Sejamos francos, lamentavelmente a maioria dos cristãos possui
ideias bastante desordenadas e confusas sobre sua própria
religião e seu deus, o que é alarmante para os próprios cristãos,
mas graças aos milhares de sites produzidos por ateus, seus
conhecimentos têm aumentado bastante na área religiosa e
bíblica. Estão aprendendo com os ateus. Por isso em vez de
reclamar porque passamos falando de Deus, deveriam ser gratos
por contribuirmos para aumentar sua fé (seja o que isso for) e os
conhecimentos da sua própria religião neolítica. Mas não precisa
agradecer, fazemos isso com muito prazer.

9 - Cumprimento da Bíblia

93
O crente cristão também deve recordar que o próprio apóstolo
Pedro lhe ordenou que devia debater e justificar sua fé diante de
quem lhe exija, ou seja, diante dos ateus.

1Pedro 3:15 (Bíblia NVI)


Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a
qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,

1Pedro 3:15 (Bíblia Almeida Atualizada)


Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo
aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós;

Portanto, não só deve debater, justificar e analisar as perguntas


e questionamentos que lhe fazem os ateus, mas deve ser manso
e jamais agressivo, como parece esquecer a maioria dos cristãos
que entra em páginas e blogs ateístas.

Por isso o crente deve dar graças aos ateus que criam páginas
polêmicas e de ataque ao cristianismo, pois elas são para deixar
claro que não cremos e não temos a mínima intenção de crer nas
mesmas asneiras em que crê e por quais razões acreditamos que
sua crença é perigosa.

Graças aos ateus você pode cumprir a palavra do seu deus,


portanto, responda sempre com mansidão e temor.

De nada!

10 - Diversão

94
Caro crente cristão, não nos diga que falar de deuses mitológicos
invisíveis que nos manipulam e nos ordenam coisas absurdamente
incoerentes não é divertido!

Não nos tire a diversão!

Se isso de deuses, livros velhos e religiões mitológicas não


causassem tanto dano, morte e destruição, seria um motivo de
risos e diversão absoluta.

Peça tudo, menos que não falemos da Bíblia! Com essas histórias
de burras falantes, peixes que levam pessoas na barriga, gente
que se transforma em sal, cobras falantes, porcos voadores,
planetas paralisados, trombetas assassinas, prepúcios cortados
por todos os lados, zumbis caminhando pelas ruas... OMG! Se
tudo isto não é motivo para conversas divertidíssimas, não sei o
que seria.

95
É impossível deixar de falar (e de rir muito) com tudo isso!

Como é fácil ver, há muitas razões que justificam os ateus


estarem sempre falando de deuses, mas a principal razão é que
“Todos somos livres para expressar nossas opiniões”, já

96
que os amáveis cristãos não podem mais queimar os hereges em
fogueiras.

Assim como você é livre para dizer que acredita em


deuses/fantasmas/anjos, temos o mesmo direito de negar a
crença nessas asneiras.

Pouco menos de 10% da população do mundo é incrédula. O resto


crê em algum tipo de divindade mágica. Estamos literalmente
rodeados de pessoas que creem em fantasmas e que estes se
relacionam diariamente conosco (apesar desses bilhões de
crentes jamais terem conseguido provar suas afirmações). Pedir-
nos que não falemos nada diante de toda essa sandice coletiva é
algo francamente alienante, discriminatório e ridículo. Os crentes
usam cruzes, espadas, igrejas, catedrais, sermões, missas,
batismos, guerras, ameaças, infernos, etc. para promover e
proteger sua crença. Estamos em uma clara desvantagem
numérica e de recursos.

Nós só temos a nossa opinião e desejo de comunicar.

1. Além disso, você deve lembrar que seu Deus tem uma
característica muito especial: é todo-poderoso.
2. Então se deseja que os ateus se calem, esperaremos que o
próprio Deus nos diga, NÃO VOCÊ.
3. Isso significa que até Deus fazer isso, o crente terá que usar
muito 1 Pedro 3:15.

97
12 - Por que os Ateus parecem crer? >>>

Existe outra pergunta/desculpa usada com bastante frequência


pelos adoradores do invisível, a de que os ateus são contraditórios
e no fundo parecem crer em algo ou esboçar algum tipo de fé.

Dizem coisas como:

1. - “Os Ateus são contraditórios: primeiro dizem que Não


creem em Deus, logo depois dizem que Deus é mau ou que
comete absurdos. Por acaso isto não é admitir que Deus
existe?"

98
2. - “O blasfemo autor do “Blog/site/artigo” afirma não crer
na existência de Jesus e depois diz que Jesus cometeu erros
ou que não é uma boa pessoa”.

Mas é certo isso? Somos por acaso contraditórios ao citar


argumentos contra a existência de Deus e ao mesmo tempo
enumerar seus erros e atrocidades?

Evidentemente que NÃO. Por isso o crente deve compreender o


mecanismo de argumentação que costumamos utilizar para
expressar nossas razões de não-crença e oposição às religiões e
crenças.

O que significa "crer"?

É importante esclarecer significado da palavra "crer" em assuntos


de fé e religião; e desta maneira deixar bem claro o porquê dos
Ateus NÃO crerem em deuses, profetas, anjos e em todo tipo de
fantasias divinas esquisitas.

"Crer" (Existência de algo).

Dicionário Aurélio Dicionário RAE


CRER CREER

v. tr. (Del lat. credĕre).


1. Dar fé a; acreditar.
2. Ter para si; julgar, supor. - tr. Ter por certo algo que o
entendimento não alcança ou que não
v. intr. está comprovado ou demostrado.
1. Ter fé religiosa. - tr. Dar firme apoio às verdades
2. Dar fé a; acreditar. reveladas por Deus.
3. Ter para si; julgar, supor. - tr. Pensar, julgar, suspeitar algo ou
estar persuadido dele.
v. pron. - tr. Ter algo por verossímil ou
99
1. Julgar-se; confiar-se. provável. U. t. c. prnl.
2. Ter fé religiosa. - tr. crer em Deus.

CREER

"creer"

- tr. Dar consentimento, apoio ou


confiança a alguém.
- prnl. Dar crédito a alguém.

Em todos estes casos quando se utiliza a palavra “Crer” se refere


à “Crença ou existência certa de algo”.

Por exemplo:

1. - "NÃO creio em fantasmas", o que significaria: "Não creio


que os fantasmas existam".
2. – “Não creio em Duendes, monstros, ovnis, etc.”, significa
que não se crê na existência real e literal destas coisas.
3. – “Não creio em Deus” = “Não creio que Deus exista”.

Quando nós dizemos “Não creio em Deus”, nos baseamos neste


ponto.

"Crer" (Confiança em algo ou alguém).

Também se utiliza a palavra "crer" quando não confiamos ou não


nos fiamos de algo ou de alguém especificamente. Isto não tem
nada a ver com a existência do objeto ao qual nos referimos.

RAE:

100
"creer"
- tr. Dar consentimento, apoio ou confiança a alguém.
- prnl. Dar crédito a alguém.

Por exemplo:

- “Por que não crês em mim?”


- Não é uma pergunta se crê em nossa existência física; pelo
contrário, a questão é se infere confiança ou segurança em nós.

- “Não creio na acupuntura.”


- Não significa que não cremos que a acupuntura não existe, mas
que não cremos que funcione.

- “Não creio em ti”.


- Significa: “No confio em ti”.

- “Não creio em Deus”.


- Quando os Ateus dizem isto, significa que embora pudesse
exisitr um ser como "Deus", não é um ser que inspira confiança.

Deus como ente inexistente e pouco confiável.

Os ateus possuem vários mecanismos para negar e questionar


coisas como Deus, personagens e histórias bíblicas, fé e religião.

 - Argumentos contra a existência de Deus, Jesus,


personagens Bíblicos e histórias Bíblicas:

Neste caso oferecemos argumentação lógica e racional do porque


estes elementos são seguramente inexistentes e só pertencem ao
mundo da mitologia e da fantasia. Não nos referimos às suas
questionáveis ações ou características absurdas que rodeiam suas

101
atividades; simplesmente se existem ou não. Geralmente são
utilizados argumentos científicos, lógicos e históricos para propor
a descrença.

 - Argumentos contra as ações reprováveis e as


características absurdas que rodeiam a suposta existência
destes elementos:

Neste caso preciso é quando analisamos e negamos o


comportamento e desenvolvimento destes seres baseados no que
a Bíblia nos diz e no que se crê popularmente sobre eles.

Aqui é quando se afirma que:

 “SE DEUS EXISTISSE, NÃO TERIA SENTIDO CRER


(CONFIAR) NO QUE SE DIZ SOBRE ELE”.

Neste caso assumimos o ponto de vista do crente.

O típico exemplo é a Mitologia. Nem nós e nem o crente cristão,


cremos em Zeus e poderíamos argumentar muito contra a
existência do resto dos Deuses Olímpicos. Mas também
poderíamos gastar horas discutido o fato de que se Zeus tivesse
existido, como fez para que Cronos regurgitasse seus irmãos ou
sobre como estes sobreviveram estes dentro do organismo do
ancestral Deus. Ao analisar ou negar este fato específico da vida
de Zeus, não estamos afirmando que "cremos na existência de
Zeus", mas que se existisse, há muitos problemas nas histórias
que contam sobre ele. Vejamos alguns exemplos práticos sobre
estes dois casos:

Deus.

 - Não creio em Deus. (Existência):

102
Não há evidência de sua existência. Toda coisa que exista no
universo deve ser medível e quantificável de alguma maneira. A
ausência dos outros deuses nega o deus judaico-cristão, etc.

 - Não creio em Deus. (Confiança):

Deus é um assassino desalmado. Suas ações contradizem suas


qualidades. Misógino. Cruel. Promove a escravidão e o racismo. É
incompetente em controlar a maldade, etc.... (Tudo isto no
suposto caso de Deus existir).

Personagens e histórias Bíblicas: Noé, Dilúvio e a Arca.

 - Não creio em Noé, no dilúvio ou na Arca (Existência):

Não há evidências históricas. É simples cópia de mitos anteriores.


Não há qualquer evidência geológica de um dilúvio universal. Etc..

 - Não creio em Noé, no dilúvio ou na Arca (Confiança):

Noé e seus filhos tinham mais de 400 anos ao fabricar a arca. É


um completo absurdo meter dois (ou sete) animais de cada
espécie na arca. É impossível alimentá-los. Ao baixar a água, toda
a vegetação estaria morta. A morte de crianças no dilúvio reflete
a crueldade de Deus, etc. (tudo isto no suposto caso de que Noé,
Dilúvio e a Arca tivessem existido).

Jesus.

 - Não creio em Jesus (existência):

Não há evidências históricas confiáveis; e as que existem, estão


manipuladas. Não existem fontes originais dos evangelhos e são

103
visivelmente manipulados e “corrigidos” constantemente através
dos anos e interesses religiosos. As ações sobrenaturais de Jesus
não têm apoio na ciência.

 - Não creio em Jesus (confiança):

Jesus não é um personagem modelo a seguir. Incoerências e


absurdos em seu comportamento. Contradições entre os
evangelhos. Moralidade questionável. Estes são apenas simples e
superficiais exemplos. Se pode fazer o mesmo com quase todos
os personagens e situações bíblicas.

Outros exemplos da vida cotidiana.

Esta dicotomia do termo "crer" também se aplica em casos não


relacionados com a religião; e certamente, qualquer crente já a
utilizou em muitas ocasiões.

O clássico exemplo são os filmes e as histórias literárias. Podemos


questionar situações, personagens e citar absurdos e contradições
em obras de ficção onde sabemos que os personagens NÃO
existem:

Porque Maggie, Bart e Liza Simpson não crescem? Por que Vito
Corleone não morre depois de ser baleado? O que aconteceu com
Libby e por que o "humo negro" pôde morrer? Como demônios
pedem chover flores amarelas no funeral de José Arcadio
Buendía? Por que as calças do Hulk não se rasgam quando ele se
transforma? ... Etc.

Estes banais exemplos nos demonstram que podemos negar,


discutir e citar defeitos em personagens e histórias nas quais NÃO
cremos que existam; E NEM POR ISSO SERMOS INCOERENTES.

104
Agora o crente sabe que quando um ateu lhe diz que não crê em
Deus e depois diz que Deus é um ser mau; se refere ao segundo
caso (e desde o ponto de vista crente), que mesmo que Deus
existisse, existem muitas razões para não crer ou confiar nele.

Isso deixa uma dificílima tarefa ao crente: Primeiro, demonstrar


que Deus existe realmente de forma inequívoca, e uma vez que o
consiga fazê-lo, deve explicar todas as crueldades, contradições,
erros, incoerências, farsas, absurdos, mentiras, crueldades,
injustiças e anacronismos que seu Deus parece possuir.

É um difícil, senão impossível, o trabalho que o crente tem pela


frente. E considerando o fracasso retumbante de todos os crentes
anteriores, o resultado é bastante previsível.

Boa Sorte!

Baseado nos Textos originais de Noé Molina.


Tradução JL.

105
13 - Doze conselhos para o cristão debater com
ateus >>>

1. Nunca utilize a Bíblia como argumento.

Esta é a principal coisa que deve tomar cuidado com os não-


crentes, nunca usar versos bíblicos para apoiar seu argumento. O
ateu não acredita na Bíblia. Claro, você pode fazer uma boa
discussão sobre a própria Bíblia, pois muitos ateus geralmente
dominam o seu conteúdo muito melhor que a maioria dos cristãos.
Mas lembre-se, a Bíblia não é argumento e muito menos prova.

106
2. NÃO USE experiências pessoais ou sentimentos como
argumentos.

Dizer "Deus existe porque eu sinto que em meu coração “não é


um argumento, apenas um teste válido para você”. Também
dizem coisas como "Eu sei por experiência que Deus existe" que
eu responderia: "Os muçulmanos sabem por experiência que Deus
existe", você vê, não é um argumento legítimo. Outras palavras
que eles dizem é "uma família (X) foi curada por Deus e pelo poder
da oração” isto não é prova, porque o ateu argumenta que foi a
medicina e não a oração o curou. Neste caso, a frase cai em um
problema profundo e controverso, porque se você diz isso, você
deve mostrar evidência clara de que era Deus e a oração que
curou essa pessoa e não um fator externo. Lembrem-se crentes,
esses argumentos como "os sentimentos pessoais" só servem
para convencer os outros crentes, mas nunca são suficientes para
um ateu. A maioria dos ateus se baseia em testes e provas.

3. Nunca diga que ALGUM versículo "deve ser interpretado"


ou "está fora de contexto".

Tente não dizer isso, porque o ateu invariavelmente responderá


em seguida, que todos os versículos da Bíblia e as coisas que você
não gosta ou são simplesmente irracionais devem "ser
interpretadas." Esse tipo de argumento convenceria apenas um
cristão que se sente desconfortável com um versículo da Bíblia e
querem desesperadamente uma desculpa para continuar a
acreditar nas atrocidades dela. Isso é “A grande desculpa dos
crentes”.

4. Nunca diga "A lei mosaica está abolida".

107
Esta é uma resposta muito comum quando se fala sobre as leis e
os estatutos do Antigo Testamento. O Antigo Testamento está
cheio de mandamentos e estatutos que inúmeros são os mais
hediondos e cruéis e não contribui para nada para a imagem do
"bom Deus". Se você responder com o seu parceiro Ateu que estes
estatutos e mandamentos são abolidos ou que só eram válidos
para a época, é certo que esperam uma discussão sobre a
imutabilidade de Deus. O ateu dirá que, se Deus é imutável e que
é amor, então os mandamentos são válidos. E eu sei por
experiência que o crente comum demora um pouco para entender
as características de Deus em toda sua magnitude. Lembre-se
também que os 10 (ou mais) Mandamentos de Deus (Êxodo 20)
não podem ser abolidos ou interpretados em um contexto
histórico. E se acrescentarmos que o próprio Deus diz em várias
ocasiões no livro de Levítico, que esses estatutos são
"perpétuos", significa que não expiram e não podem ser
abolidos. Qualquer “nova lei” ou “novo pacto” é
seguramente uma fraude posterior.

5. Não use FLAVIO JOSEFO como prova da existência de


Jesus.

Este é outro erro que frequentemente toma a maioria dos crentes


quando discute a existência histórica de Jesus. Sério amigo
crente, você realmente acha que os ateus não sabem ou que não
tenham estudado Josefo? Josefo é argumento mais do que
refutado (a explicação correta é bastante extensa). Por isso apelo
a Josefo, como base para afirmar a historicidade de Jesus é um
erro grave. Além disso, se Jesus existiu e foi tão grande, famoso
e maravilhoso como dizem, as provas de sua existência devem
ser abundantes e sem fraudes; desnecessário será dizer que não
é assim. Sem falar que Josefo cita mais de uma dúzia de “Jesuses”

108
em suas obras e que – para piorar – as cópias mais recentes da
obra de Josefo são do século X, ou seja, cópias de cópias de cópias
... bem ao estilo de todos os livros bíblicos.

6. Não use o banal "argumento moral".

Nunca levante a seguinte frase: "Se Deus não existisse, tudo seria
ruim", este é o famoso "argumento moral" e não representa
evidência suficientemente decente para apoiar a existência de
Deus. Você tem que perceber que se essa teoria fosse verdadeira,
todos os outros países do mundo onde as pessoas não acreditam
em Deus seriam o mal e a vida nesses países seria uma catástrofe.
De fato, em alguns casos, ocorre o oposto. Por exemplo, em
países islâmicos as pessoas adoram um Deus diferente para o
mesmo argumento: "Eu espero que você não acredite que todos
os muçulmanos do mundo inteiro, que não adoram "Deus", são
pessoas más”.

7. Nunca diga: "Existem milhares de evidências da existência


de Deus".

Nunca diga isso, porque quase imediatamente a resposta do ateu


é: "Então mostrá-las" coisa que você não vai ser fácil, sem cair
numa falácia ou erro. Para ateus as "prova" de Deus devem ser
mensuráveis, quantificáveis e razoável. Pense amigo cristão, se a
prova da existência de Deus era tão clara como você diz, então
não haveria ateu. Estávamos todos os crentes. Em todos meus
anos de palestras e debates com pessoas que eu nunca vi uma
"prova clara e irrefutável “de Deus.

109
8. Não discuta: "Se não há Deus, então, quem nos criou?

Esta frase é um clássico. É a famosa falácia da ignorância.


Aparentemente, quando um crente ignora ou não sabe alguma
coisa, a única resposta que explica isso é Deus. Ou seja, "Como
nós não sabemos donde e como nós viemos, a certeza de que era
Deus." Aqui está a fazer um esclarecimento: Por que deve haver
um "Quem?” nesta eterna questão da nossa origem. Pelo
contrário, ela deve argumentar Como fomos criados? E não em
quem nos criou? Não é necessária a presença de um ser
inteligente por trás de tudo. Felizmente, a ciência nos deu
respostas para muitas destas questões e então, temos que ter
paciência. Fiel Amigo Tente não dar uma conotação divina para
tudo que é desconhecido. Lembre-se que no passado, quando não
sabíamos sobre o raio achávamos que era de Deus, hoje nós
temos uma explicação científica e racional e que não há nada de
sobrenatural nisso. Pense sobre isso quando você está com um
tema que desconhece.

9. Nunca diga "A evolução é apenas uma teoria" ou "A


evolução não está provada".

Felizmente nem todos os cristãos pensam isso, há muitos cristãos


sensatos que voluntariamente aceitam a evolução, que é sem
dúvida um grande avanço, mas, infelizmente, ainda existem
centenas de fiéis (a maioria protestante), que insistem em
acreditar que a evolução ocorreu e que literalmente vem de Adão
e Eva e que o mundo foi criado em seis dias. Lembre-se que em
biologia a "teoria" não é o mesmo que em outras áreas do
conhecimento. Uma teoria em termos biológicos é o máximo de
comprovabilidade que existe. A teoria da evolução é a mais aceita
entre a maioria dos cientistas, hoje, que explica como o homem
110
se tornou o que é hoje. Além disso, tente não confundir a
"Evolução" com as teorias da origem do universo ou a origem da
vida que são questões diferentes, mas relacionadas. Claro, você
pode discutir os erros, lacunas, inconsistências em alguns pontos
da teoria da evolução, mas isso significa apenas que há aspectos
que ainda são estudados e analisados. Lembre-se que se houver
outra solução para a questão “Como chegamos aqui”? A evolução
é a certeza de ser uma resposta científica e não divina. Um
cientista sério não vai dizer que foi Deus e a criação do Gênesis,
a resposta para esse mistério.

10. Não utilize uma "Aposta de Pascal" como um argumento.

Claro que você amigo crente cristão, mesmo que não conheça a
"Aposta de Pascal" tem usado em várias ocasiões. É esta
declaração: "Não acreditar em Deus é tolice, porque se Deus não
existe, não há problema, mas se Deus existe, você vai para o
inferno. Por isso, é mais seguro para acreditar que o risco. “Este
argumento já foi analisado e refutado há muito tempo pelos
ateus”.

11. Não utilize louvores ou desejos de conversão para com


o ateu.

Este tipo de respostas mecânicas aparece frequentemente quando


o crente está sem argumentos sólidos ou se sente acuado. Solta
a resposta "Eu te digo que só Deus amou o mundo que enviou seu
filho... essa é a resposta que você precisa." Amigo crente, nunca,
nunca use louvores ou palavras de arrependimento, para o ateu,
sua reputação será muito menor se você o fizer. E se você não
sabe alguma coisa ou não sabe a resposta, não há nada de errado
em dizer "não sei”.
111
12. Nunca acusar os ateus de satânicos ou blasfemos.

Fazer isso seria contraditório. O ateu não acredita em Satã ou


algum ser diabólico, para nós a figura do Diabo é tão fantasiosa
como o seu deus ou qualquer outro ser imaginário literário,
portanto, chamar de Satânicos não nos afeta em nada. Insultar
ou acusar o ateu de "blasfêmia", não vai favorecê-lo em nada,
para o ateu não é blasfêmia e pecado não acreditar em deus. Isso
é um problema apenas para você que acredita nele.

Extra: Não diga AS frases: "Os caminhos de Deus são


misteriosos" OU "A mente humana não consegue entender
a mente divina".

Esta é a resposta mais comum quando o crente não tem uma


resposta razoável para qualquer contato por parte dos ateus.
Desnecessário dizer que essas frases são interpretadas pelo ateu
como: "Eu não tenho ideia do que você diz" ou "Deus pode fazer
o que ele quer." Essas respostas são geralmente vistas pelos ateus
como um sinal de vitória e o ateu conservador as vê como um
sinal de ignorância. É preferível um argumento desconhecido que
diz "Não sei" ou "eu vou estudar o assunto", desta forma a sua
reputação fica (pelo menos por agora) preservada. Nas próximas
páginas esperamos que você entenda melhor. Veja no Índice: “A
grande mentira dos crentes”.

112
14 - FALÁCIAS lógicas na argumentação religiosa.
>>>

1 - Amigos CRENTES cristãos… não se provam as negações!

Em uma conversa entre cristãos e ateus às vezes costuma surgir


o tema de “provar as negações” em algum diálogo do tipo:

 - Cristão: Deus existe!


 - Ateu: Demonstre, mostre alguma evidência.
 - Cristão: Não… Tu é quem deve dar-me evidências
de que Deus não existe.

113
Para começar a analizar isto vejamos um exemplo paralelo, mas
com uma pequena diferença:

 - Pessoa: Os unicórnios existem.


 - Cristão: Impossível … Demonstre que os unicórnios
existem!
 - Pessoa: Não, demonstra-me tu que os unicórnios
não existem.

Pode substituir a palavra unicórnio por qualquer ser ou coisa cuja


existência seja pouco provável: Alá, Ganesha, duendes, Nessie,
os Smurfs, etc.). Como é fácil notar, não é lógico provar as
negações, já que em essência o que afirma a existência de algo é
quem deve prova-la. Isto é simples sentido comum.

E é neste tema onde os crentes entram em uma série de


contradições verdadeiramente descomunais. Eles acreditam em
algo para o qual não há nenhuma evidência e necessitam
(exigem) argumentos que provem a não-existência disso, para
que possam considerar a alternativa. Existem infinidades de
argumentos lógicos válidos que os farão dar-se conta das
contradições e dos gigantescos furos que existem em suas crenças
e na sua lógica.

Não é possível então, provar que Deus não existe. Mas se vamos
basear toda nossa vida como se existisse, então alguém tem que
demonstrar. E isto corresponde a quem afirma sua existência e
baseia sua vida nessa existência.

Sigamos com o exemplo do Unicórnio. Podemos provar a não-


existência dos unicórnios? Vejamos, poderíamos verificar todos os
lugares da terra, até debaixo das folhas. E incluso verificar no
fundo do mar (para o caso dos unicórnios serem parentes dos
cavalos marinhos) e se nenhum for encontrado, ainda assim não
é prova de que não existem, pois comprovamos que não existem
114
unicórnios na terra, mas pode ser que existam em algum outro
planeta ou nos confins do universo. Como podem ver, as negações
são impossíveis de provar e a pessoa que exija uma prova deste
tipo é ilógica e irracional; sem nenhum sentido comum.

Na prática, todos vivemos supondo que os unicórnios não existem.


Claro, poderiam existir, mas a possibilidade é mínima, então na
prática assumimos que são inexistentes, já que tampouco se
relacionam conosco de nenhuma maneira comprovável.
Sensatamente não passamos a vida toda assumindo que os
unicórnios existem, nem adorando-os, nem rezando para eles,
nem fazendo nada relacionado com eles. Mas com outros seres
em teoria inexistentes (Deus por exemplo) isso é feito de forma
descarada.

 Os ateus supõem que Deus não existe.


 (Não podem provar).
 Os crentes supõem que Deus existe
 (Não podem provar)
 Logo, Deus é uma simples suposição.

Uma afirmação, sem provas não és aceita como verdade. Essa é


a posição padrão. A posição que define o que é o pensamento
crítico. O pensamento crítico significa não crer nas coisas que são
ditas a menos que existam provas que sejam evidentes e com
segurança. E sem o pensamento crítico, a lógica e a ciência se
desmoronam, este é o único tipo de pensamento produtivo com
que a humanidade progrediu. Rejeitar o pensamento crítico é
retroceder e abraçar o pensamento da Idade Média.

Se podem provar as negações?

Se analisarmos isso com mais detalhe, depende da natureza da


declaração negativa que se está fazendo. Vejamos algumas

115
declarações negativas que podem mostrar isso de forma bastante
simples:

 Quatro não é igual a três.


 Os antigos Gregos não viam televisão.
 O tigre de Bengala não é nativo da América do Norte.

Evidentemente, é possível demonstrar uma declaração negativa.


O verdadeiro problema aqui é claramente o carácter positivo da
declaração a refutar. Quando uma pessoa afirma que Deus existe,
não especifica as características de Deus, ou seja: Deus é
pequeno? Grande? Azul? Vermelho? E onde está? Obviamente que
não é possível demonstrar que Deus não existe, se "Deus" é uma
coisa que não tem definição, sem qualidades e sem localização.
Na realidade, se pode provar quase qualquer tipo de negação que
se possa imaginar, com exceção da (Adivinhem!) não existência
de seres místicos. Obviamente que não se pode provar que Deus
não existe porque ninguém sabe o que Deus é.

 Por que o crente crê que algo é real, quando não há nada
que indique isso?
 Por que o crente vive sua vida baseado em uma suposição
sem a mínima evidência?
 Idiotice natural?

Fontes consultadas:
http://www.diosesimaginario.com/index.php/2009/probando-negativos/
http://graveyardofthegods.com/articles/cantprovenegative.html

116
2 - Falácias na Argumentação Religiosa

É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma


falácia não invalida toda a sua argumentação. Ninguém pode
117
dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia,
então todo o seu pensamento deve estar errado". A falácia
invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que
significa que só esse argumento específico será descartado da
argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham
sucesso.

Por exemplo, se alguém diz:

 "O fogo é quente e sei disso por dois motivos: 1. ele é


vermelho; e 2. medi sua temperatura com um
termômetro".
 Neste exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente
por meio da premissa 2. A premissa 1 deve ser descartada
como falaciosa, mas a argumentação não está de todo
destruída.

Há várias armadilhas para evitar na construção de um raciocínio


dedutivo, que são conhecidas como falácias. Na linguagem
cotidiana, chamamos de falácias a vários tipos de crenças
errôneas. Mas na lógica, o termo tem um significado mais preciso.
A falácia é um defeito técnico que faz com que o raciocínio não
seja válido ou confiável. As falácias são comuns nas discussões
entre ateus e cristãos já que os últimos costuma recorrer a elas
muitas vezes, de forma voluntária ou involuntaria.
Note que se pode criticar mais do que apenas a confiabilidade do
raciocínio. Os argumentos são quase sempre apresentados com
um propósito específico em mente. E a intenção do raciocínio
também pode ser alvo de críticas. Os argumentos que contém
falácias são descritos como falaciosos. Às vezes, eles parecem
válidos e convincentes e apenas uma inspeção cuidadosa revela a
falha lógica.

Acentuação
118
A acentuação é uma forma de falácia que se baseia na mudança
do significado obtido ao alterar as partes de uma afirmação, que
são enfatizadas. Devemos estar particularmente atentos a este
tipo de falácia na Internet, onde se pode interpretar mal a ênfase
do que está escrito.

Ad hoc

A falácia Ad hoc consiste em dar uma explicação depois de um


fato que não se aplica a outras situações. Frequentemente esta
explicação Ad hoc estará construída para ser vista como um
raciocínio. Por exemplo, se assumimos que Deus trata todas as
pessoas igualmente, o seguinte é uma explicação Ad hoc:

 "Me curei de câncer."


 "Aleluia ao Senhor, Ele é teu curador."
 "Então Ele curará outros que padecem de câncer?"
 "Bem... os caminhos de Deus são misteriosos."

Afirmação do consequente

Esta falácia é um argumento da forma "A implica B, B é


verdadeiro, logo A é verdadeiro". Exemplo:

 "Se o universo foi criado por um ser sobrenatural, veríamos


ordem e organização em tudo. E vemos ordem, não
aleatoriedade; então é claro que o universo teve um
criador”.

Isto é o contrário da Negação do antecedente.

Anfibologia

A anfibologia ocorre quando as premissas usadas em um


raciocínio são ambíguas devido a uma formulação descuidada ou
gramaticalmente incorreta. Por exemplo:
119
 "Premissa: A crença em Deus preenche uma lacuna muito
necessária."

Evidencia anedótica

Uma das falácias mais simples é a de depender ou confiar em uma


evidência anedótica. Por exemplo:

 "Há evidências abundantes de que Deus existe e de que


está fazendo milagres hoje em dia. Na semana passada li
sobre uma menina que estava morrendo de câncer. Toda a
sua família foi ao templo, orou por ela e ela se curou."

É muito válido usar a experiência pessoal para ilustrar um ponto,


mas essas anedotas não provam realmente nada a ninguém. Um
amigo seu pode dizer que viu Elvis no supermercado, mas aqueles
que não tiveram a mesma experiência exigiriam mais que a
evidência anedótica para convencer-se. A evidência anedótica
pode ser muito poderosa e impressionante especialmente se a
audiência quer acreditar. Esta é parte da explicação das lendas
urbanas. Histórias que são comprovadamente falsas têm circulado
como anedotas por anos.

Argumentum ad antiquitatem

O apelo à antiguidade é a falácia de declarar que algo é correto


ou bom simplesmente porque é antigo ou porque "sempre foi
assim". O oposto ao Argumentum ad novitatem.

 "Por milhares de anos os cristão têm acreditado em Jesus


Cristo. O cristianismo deve ser sincero e verdadeiro para
ter perdurado tanto, mesmo diante da perseguição".

Argumentum ad baculum ou Apelo à força

120
Esta falácia ocorre quando alguém apela à força (o à ameaça dela)
para pressionar e fazer aceitar uma conclusão. Esta falácia é
normalmente usada por políticos e pode ser facilmente resumida
como "o poder faz com que seja correto". A ameaça não tem que
vir necessariamente da pessoa com quem se discute. Por
exemplo:

 "... certamente, há provas suficientes da veracidade da


Bíblia. Aqueles que se recusam a aceitar a verdade
arderão no inferno".
 "... de qualquer modo, conheço teu endereço e número de
telefone. Te falei que tenho licença para portar armas?"

Argumentum ad hominem

Significa literalmente "argumento dirigido ao homem", atacar a


pessoa e não o argumento. Existem duas variedades. A primeira
é a forma abusiva. Se você se recusa a aceitar uma afirmação e
justifica sua rejeição criticando a pessoa que fez tal afirmação,
então você é culpado de um argumentum ad hominem abusivo.
Por exemplo:

 "Você diz que os ateus podem ser pessoas de moral.


Entretanto, acontece que eu sei que você abandonou sua
esposa e filhos."

Isto é uma falácia porque a verdade de uma asserção não depende


das virtudes da pessoa que a afirma. Uma forma menos óbvia de
argumentum ad hominem é a de recusar uma proposição
baseando-se no fato de que também foi afirmada por alguma
outra personalidade facilmente criticável. Por exemplo:

 "E o que sugere que façamos, que fechemos a Igreja?


Hitler e Stalin estariam de acordo com você."

121
Uma segunda forma de argumentum ad hominem é tratar de
persuadir alguém a aceitar uma afirmação que você fez, referindo-
se a circunstâncias particulares dessa pessoa. Por exemplo:

 "... portanto, é perfeitamente aceitável matar animais


para a alimentação. Espero que não o discuta, porque lhe
vejo feliz com seus sapatos de couro."

Isto se conhece como argumentum ad hominem circunstancial. A


falácia também se pode usar como desculpa para recusar uma
conclusão particular. Por exemplo:

 "Claro que você dirá que a ação afirmativa é ruim. Você é


branco."

Esta forma em particular de argumentum ad hominem, na qual se


alega que alguém está racionalizando uma conclusão por motivos
egoístas, se conhece também como "envenenar o poço".

Nem sempre é inválido referir-se às circunstâncias de um


indivíduo que faz uma declaração. Se uma pessoa é um conhecido
mentiroso, este fato reduzirá sua credibilidade, mas não provará
entretanto, que seu testemunho seja falso neste caso. Tampouco
alterará a confiabilidade de qualquer raciocínio lógico que faça.

Argumentum ad ignorantiam

Argumentum ad ignorantiam significa "argumento da ignorância".


Esta falácia ocorre quando se diz que algo deve ser verdadeiro
simplesmente porque não se provou a sua falsidade. Ou, de
maneira equivalente, quando se afirma que algo é falso porque
não se provou sua veracidade.

Note-se que isto não é o mesmo que assumir que algo é falso até
que se demonstre que é verdadeiro. Na lei, por exemplo, se
assume a inocência de alguém até que se demonstre sua culpa.)
122
Aqui há um par de exemplos:

 "É claro que a Bíblia está certa. Ninguém pode provar o


contrário".
 "É claro que não existe telepatia e outros fenômenos
psíquicos. Ninguém mostrou nenhuma evidência de que
eles existem".

Na investigação científica, se sabe que um evento pode produzir


certas evidências de sua ocorrência e que a ausência dessa
evidência se pode usar validamente para inferir que dito evento
não ocorreu. Entretanto, não o prova com certeza.

Por exemplo:

"Uma inundação como a Bíblia descreve necessitaria da presença


de um enorme volume de água na terra e ela não tem nem um
décimo dessa água, mesmo contando a água congelada nos polos.
Portanto, tal inundação não ocorreu".

É claro que é possível que algum processo desconhecido tenha


removido a água. A Ciência, então, exigirá uma teoria provável e
plausível para explicar o seu desaparecimento.

Ainda assim, a história da ciência está cheia de más predições.


Em 1893, a Real Academia de Ciências da Inglaterra foi
persuadida por Sir Robert Ball de que "a comunicação com o
planeta Marte era fisicamente impossível, porque seria necessário
uma bandeira do tamanho da Irlanda, o que tornaria impossível
fazê-la flamejar."

Argumentum ad Lazarum

O apelo à pobreza é a falácia de assumir que os pobres são mais


íntegros e virtuosos que os ricos. Esta falácia é oposta à do
Argumentum ad crumenam. Por exemplo:
123
 "Os monges são mais propensos a possuir uma percepção
do significado da vida, já que renunciaram às distrações da
riqueza."

Argumentum ad logicam

Esta é a "falácia da falácia" de argumentar que a proposição é


falsa porque foi apresentada como a conclusão de um raciocínio
falacioso. Pois raciocínios falaciosos podem chegar a conclusões
verdadeiras.

 "Tomemos a fração 16/64. Agora, cancelando o seis de


cima com o de baixo temos que 16/64 = 1/4."
 "Um momento! Não se pode cancelar os “seis” sem mais
nem menos!"
 "Ah, então o que queres me dizer é que 16/64 não é igual
a 1/4, Verdade?"

Argumentum ad misericordiam

Este é o apelo à misericórdia. Esta falácia se comete quando


alguém apela à misericórdia para que se aceite uma conclusão,
por exemplo:

 "Eu não matei meus pais com um machado. Favor, não me


condenem, eu já estou sofrendo muito sendo um órfão."

Argumentum ad nauseam

Esta é a crença incorreta de que é mais fácil que uma afirmação


seja verdadeira ou aceita como tal, quanto mais vezes seja
ouvida. O argumentum ad nauseam é o que emprega a repetição
constante, dizendo a mesma coisa repetidamente até que dê
náuseas de tanto escutá-la.

Argumentum ad novitatem
124
É o oposto do argumentum ad antiquitatem; é a falácia de afirmar
que algo é melhor ou mais correto simplesmente por que é mais
novo.

 "O Windows Vista é uma escolha melhor como sistema


operacional que o Windows XP, porque ele tem um design
mais moderno."

Argumentum ad numerum

Esta falácia está relacionada com a do argumentum ad populum.


Consiste em afirmar que quanto mais gente apoie ou creia em
uma proposição, mais possibilidades de ser verdadeira possui. Por
exemplo:

 "A grande maioria das pessoas neste país crê que a pena
capital possui um efeito notável de prevenir e impedir
delitos. Sugerir que não é assim diante tanta evidência é
ridículo."
 "Digo apenas que milhares de pessoas acreditam no poder
das pirâmides, então deve haver algo nisso".

Argumentum ad populum

Também conhecido como apelo ao povo. Se comete esta falácia


quando se tenta ganhar a aceitação de uma afirmação apelando
a um grupo grande de gente. Frequentemente este tipo de falácia
se caracteriza por usar uma linguagem emotivo. Por exemplo:

 "Por milhares de anos as pessoas têm acreditado Jesus e


na Bíblia. Essa crença tem tido um grande impacto em suas
vidas. Que evidência mais necessita de que Jesus é o filho
de Deus? Você está tentando me dizer que todas essas
pessoas são tolas e enganadas?".

Fonte: http://www.angelfire.com/az/ateismo/logica.html
125
15 - FALÁCIAS cristãs mais comuns. >>>

Analisaremos agora as frases falaciosas mais comuns na


argumentação cristã. Revisaremos especificamente cada uma
destas falácias que alguns dos crentes oferecem como resposta
aos problemas e incongruências de Deus e sua religião.

Sempre é bom esclarecer que o fato de incorrer em uma falácia


de qualquer tipo e em outras situações da vida, não significa
necessariamente que a premissa seja falsa; por isto trataremos
de especificar o erro em que incorre a afirmação falaciosa.
126
Amigo crente da mitologia judaico-cristã, revise com cuidado
todas estas frases e evite utilizá-las em suas conversações …
estaria incorrendo em uma falsidade conhecida em termos de
lógica básica como Falácia.

1 - Deus existe porque o sinto em meu coração.

 Falácia: Non sequitur


 Existência de Deus não depende de sentimentos pessoais.
São dois pontos muito diferentes.

2 - Deus existe porque o conheço e sei de muitos casos de


enfermos curados pela fé em Deus.

 Falácia: Evidência anedótica.


 As experiências pessoais muitas vezes não são confiáveis.
É como se um conhecido seu dissesse que viu o Elvis no
supermercado. Este tipo de evidência só é efetiva se o
interlocutor está disposto a aceita-la.

3 - Deus existe porque a Bíblia diz que existe.

 Falácia: Circulus in demonstrando


 É o célebre “Argumento circular”, onde a premissa é a
própria conclusão. Neste caso geralmente se completa
assim: “Deus existe porque a Bíblia diz que existe; E a Bíblia
é verdadeira porque foi escrita por Deus”.

127
4 - Deus existe. Quem senão ele criou a bela natureza que nos
rodeia?

 Falácia: Do apelo à natureza.


 Esta falácia comum relaciona de forma errônea uma
afirmação com a natureza circundante.
 Falácia: Reificação ou hipostatização
 Neste caso o conceito é demasiado abstrato e complexo
(Natureza). Converter uma ideia abstrata em uma coisa
concreta.

5 - Deus existe porque as profecias Bíblicas têm se cumprido.

128
 Falácia: Petição de princípio
 Esta falácia ocorre quando as duas afirmações são
controvertidas e muito discutíveis: a existência de Deus e
a veracidade das profecias.
 Falácia: Reificação ou hipostatização
 Neste caso o conceito é demasiado abstrato e complexo
(Profecias). Converter uma ideia abstrata em uma coisa
concreta.

6 - Deus existe, porque senão de onde viemos?

 Falácia: Apelo à ignorância


 Tentar provar algo a partir da ignorância quanto à sua
validade. Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus existe,
logo ele não existe. Ou o contrário. Ex.: Ninguém conseguiu
provar que Deus não existe, logo ele existe.

7 - Deus existe, já que sem ele não saberíamos o que é bem e o


que é mal.

 Falácia: Negação do antecedente.


 Raciocínio que partindo de uma condicional (Deus existe) e
negando o primeiro (sem ele), que é o antecedente, se
conclui a negação, que é a consequência (um mundo
perverso). Ex: Se Deus não existe, não há conhecimento
do bem e do mal.

8 - Deus existe porque preenche uma necessidade humana básica.

 Falácia: Anfibologia

129
 É o apelo à ambiguidade. Esta afirmação é muito ambígua
e imprecisa para ser correta.

9 - Deus existe porque é o Deus mais antigo que se mantém até


nossos dias; e o cristianismo tem dois mil anos e ainda existe.

 Falácia: Argumentum ad antiquitatem


 É a famosa e popular falácia que apela à antiguidade de
algo para considerá-la correta. Equivale a dizer “A
astrologia é verdadeira porque tem milhares de anos de
antiguidade”.

10 - Deus existe porque senão para onde vamos ao morrer?

 Falácia: Ad Ignorantiam
 No apelo à ignorância se infere a verdade ou falsidade de
uma proposição baseando-se na ignorância existente sobre
ela. Como ninguém sabe o que ocorre após a morte, se
assume de maneira errônea que a resposta é Deus.

11 - Deus existe porque os ateus não têm moral e grandes


assassinos como Stalin foram ateus.

 Falácia: Argumentum ad hominem


 O ataque à pessoa é o tipo de falácia que desacredita uma
postura só porque um dos que dizem comparti-la é uma
comprovada má pessoa. É exatamente o mesmo que um
ateu colocar como prova da inexistência de Deus
personagens crentes como Hitler ou Torquemada. Nenhum
cristão aceitaria isto, já que diriam que eles não

130
representam o cristianismo que professam. E Stalin na
verdade reergueu o catolicismo ortodoxo.
 Falácia: Inversão do acidente ou generalização
precipitada.
 Por um caso isolado e pouco frequente, se generaliza o
resto da população com as características indesejadas
(Stalin).
 Falácia: Afirmação do consequente.
 É o equivalente lógico a assumir a verdade necessária de
que o contrário também o é. Exemplo: “Se estou dormindo
tenho os olhos fechados, então se tenho os olhos fechados
devo estar dormindo”, ao mudar a frase não significa que o
segundo seja certo. Neste caso: Stalin era ateu e era
imoral; o contrário (que todo ateu é imoral como Stalin)
não é correto.

12 - Deus existe porque tinha dor de cabeça, orei a Deus e a dor


de cabeça desapareceu.

 Falácia: Non causa pro causa


 A falácia da causa questionável. Neste caso, a causa
(oração) não foi inequivocamente demonstrada como
determinante do evento (desaparecimento da dor de
cabeça).

13 - Deus existe porque todas as pessoas que conheço acreditam


nele.

 Falácia: Generalização precipitada


 Neste caso a amostra foi falsamente considerada como a
típica de uma população da qual foi tomada. Exemplo:

131
Alguém pode dizer “Todo mundo gostou do filme” sem
mencionar que “todo mundo” foi ele e três de seus
companheiros.

14 - Deus existe porque a evolução não é válida e já se


demonstrou que tem muitos erros.

 Falácia: Falso dilema ou bifurcação


 Este argumento falacioso só considera como possíveis duas
alternativas, ignorando outras prováveis soluções do
problema. Neste caso Criacionismo ou Evolucionismo.
 Falácia: Ad Ignorantiam
 O apelo à ignorância. Neste caso, quem faz a afirmação
pode ignorar ou não conhecer totalmente o que significa
uma das conclusões (Evolução).

15 - Deus existe porque me curou (ou alguma outra pessoa) de


uma enfermidade incurável.

 Falácia: Ad hoc
 Esta falácia se aplica a um evento que nem sempre se aplica
em outras situações. Por exemplo. Se fosse demonstrado
inequivocamente que Deus curou você ou outra pessoa
qualquer de câncer ... Isso significa que Deus curará
qualquer outra pessoa? Evidentemente não.

16 - Deus existe porque personagens como Newton, que era um


grande cientista, acreditava em Deus.

 Falácia: Argumentum ad verecuendiam

132
 O apelo à autoridade é uma premissa baseada na
autoridade de um personagem que a apoia. Embora esta
falácia possa ser eventualmente correta, na maioria dos
casos o personagem não tem autoridade suficiente na área
em que se faz a afirmação, mas se destaca notavelmente
em outra. Por exemplo, levar a sério a opinião política de
um atleta consagrado.
 Falácia: Afirmação do consequente.
 É o mesmo caso visto mais acima com Stalin. Porque
Newton era virtuoso e acreditava que Deus existia; não
significa que Deus exista porque alguém como Newton
acreditava nele.

17 - Deus existe porque Jesus dividiu a história em antes e depois


de Cristo.

 Falácia: Cum hoc ergo propter hoc


 Se assume que porque dois eventos ocorrem ao mesmo
tempo, estão relacionados. Neste caso em particular, bem
sabemos que a divisão de AC e DC foi atribuída no século
VI e não foi aceita de maneira geral na Europa até o século
XI.

18 - Deus existe porque há centenas de relíquias da época de


Jesus, além dos lugares onde ele esteve.

 Falácia: Petitio principii


 Esta falácia ocorre quando as afirmações são controvertidas
e muito discutíveis. Neste caso em particular são três
afirmações bastante incertas: a existência de Deus, a

133
existência do Jesus histórico e a veracidade das relíquias
sagradas.

19 - Deus existe, já que eu sei que você sendo ateu maltrata sua
mulher.

 Falácia: Argumentum ad hominem


 O ataque à pessoa em vez do argumento. Esta falácia apela
a falhas ou defeitos pessoais projetando-os de maneira
equívoca às crenças. Devemos lembrar que a verdade não
depende das virtudes ou defeitos de quem a expressa.

20 - Deus existe, porque há muitas pessoas boas que acreditaram


em Deus como Newton, Galileu, Kant, Pasteur e muitos mais.

 Falácia: Generalização precipitada.


 É uma falácia que ocorre quando o tamanho de uma
amostra apresentada é pequeno demais para sustentar
uma generalização: Neste caso: Não é porque estes
personagens tenham sido exemplares que significa que o
resto dos crentes o sejam e por consequência Deus exista.

21 - Deus existe porque vemos ordem neste universo e a ordem


não vem do acaso.

 Falácia: Afirmação do consequente.


 Se aplica quando uma afirmação (A) é correta e se conclui
falaciosamente que a seguinte também és (B). Além disso,
para tornar esta afirmação correta é necessário demonstrar
várias coisas: que o universo foi inequivocamente criado
por Deus, que o conceito de ordem é como o definimos e
134
que a influência do acaso é tão determinante como se
afirma.

22 - Deus existe porque se o negas irás ao inferno.

 Falácia: Argumentum ad baculum


 O apelo à força ocorre quando se recorre à força ou às
ameaças para apoiar um ponto. Equivale a dizer “Os mais
poderosos tem razão”.

23 - Deus existe por que ninguém demonstrou que a Bíblia está


errada.

 Falácia: Argumento da ignorância


 Uma das variantes do Argumentum ad ignorantiam
ocorre quando se afirma a veracidade de algo simplesmente
porque não se demostrou sua falsidade (coisa que com a
Bíblia não é rigorosamente certo, pois sua falsidade já foi
demonstrada em grande parte de seu conteúdo.)

24 - Deus existe porque eu sofri muito em minha vida e Deus me


ajudou a superar os problemas.

 Falácia: Argumentum ad misericordiam


 É a famosa falácia do apelo à misericórdia. Nos incita a
aceitar uma premissa baseando-se na simpatia por alguém
que sofreu muito.

135
25 - Deus existe porque milhões de pessoas acreditam nele, não
podem estar todas equivocadas.

 Falácia: Apelo ao povo


 Argumentum ad populum é uma premissa falaciosa
baseada na aceitação de argumento só porque é aceita por
um grande número de pessoas.

26 - Deus existe porque sem ele o mundo se encheria de violência,


maldade e caos.

 Falácia: Ladeira escorregadia.


 Esta falácia afirma falsamente que se um evento ocorre (a
não existência de Deus) outros eventos lastimáveis e
perigoso ocorrerão irremediavelmente. Não há provas de
que estes eventos terríveis sejam causados pelo primeiro
evento.

27 - Deus existe porque tu não podes demonstrar que não existe.

 Falácia: Inversão do ônus da prova.


 É uma das mais utilizadas pelos cristão. Neste caso cabe ao
cristão demostrar inequivocamente que Deus existe, já que
é ele quem faz a afirmação.

136
16 - Argumentos fajutos a favor de Deus

O Ateísmo - a ausência de
crença em deuses - se baseia
na falta de evidências de que os
deuses pregados pelos crentes
existam, falta de motivos para
crer em deuses e nas
dificuldades e contradições
geradas pelo conceito de deus.
No entanto, o ateísmo
permanece uma hipótese,
sujeita a mudanças se
argumentos teístas
convincentes surgirem. A
seguir, apresentamos alguns
dos argumentos que ateus
examinaram e algumas das
razões pelas quais os
rejeitaram.

1 - Deus das Lacunas (Deus sendo o “almoço grátis”)

A maioria das “provas” de que deuses existem se baseia, pelo


menos em parte, no argumento do Deus das lacunas. Este
argumento diz que se nós não temos a resposta para alguma
coisa, então “Foi Deus”. “Deus” se torna a explicação padrão,
mesmo sem evidências.
137
 Mas será que dizer que “Foi Deus” é realmente
uma resposta?
 NÃO. ISSO NÃO É RESPOSTA.

William Dembski, defensor do “Design Inteligente”, publicou um


livro chamado “Não existe almoço grátis”. Entretanto, Deus é o
“almoço grátis” derradeiro. Consideremos isto:

1. Não sabemos do que deuses são compostos.


2. Não sabemos quais são os atributos dos deuses.
3. Não sabemos quantos deuses existem.
4. Não sabemos onde estão os deuses.
5. Não sabemos de onde vêm os deuses ou, visto de outra
forma, como é possível que eles sempre tenham existido.
6. Não sabemos de que modo os deuses criam ou modificam
as coisas.
7. Não sabemos o que é o “sobrenatural” e nem de que forma
ele consegue interagir com o mundo natural.

Em outras palavras, não sabemos absolutamente nada sobre


deuses — e, no entanto, um monte de gente atribui um monte de
coisas a um ou mais deuses. Portanto, dizer que “foi Deus” é
responder a uma pergunta com outra pergunta. Não traz
nenhuma informação e apenas complica ainda mais a
pergunta original. O argumento do Deus das lacunas afirma que
não apenas nós não temos uma resposta não sobrenatural hoje,
mas que nós nunca descobriremos uma resposta não sobrenatural
no futuro porque uma resposta não sobrenatural não é possível.
Assim, para contestar um argumento “Deus das lacunas”, temos
apenas que mostrar que é possível imaginar uma resposta
não sobrenatural. Por exemplo: abrimos uma porta e vemos um
gato dormindo num canto. Fechamos a porta, abrimos de novo 5
minutos depois e notamos que o gato agora está dormindo no

138
outro canto. Uma pessoa diz “Deus moveu o gato sem acordá-lo”
(mas não prova). Outra diz “É bem possível que o gato tenha
acordado, andado até o outro canto e dormido de novo”. Deste
modo, embora ninguém tenha visto o que realmente aconteceu,
o argumento “Deus das lacunas” foi descartado pela possibilidade
de se explicar o fenômeno sem apelar para causas sobrenaturais.

2 - Ter fé numa coisa não a torna realidade

O fato é que ninguém nem ao menos sabe se é possível existirem


deuses. Só porque conseguimos imaginar alguma coisa, não
significa que ela seja possível. Por exemplo, podemos nos
imaginar atravessando paredes sólidas, mas isto não quer dizer
que vamos conseguir. Assim, só porque conseguimos imaginar um
deus, não significa que ele tenha que existir. Como não há provas
quanto à existência de nenhum deus, um crente típico tem que
presumir a existência de pelo menos nove coisas até chegar ao
deus em que ele acredita. São nove passos separados porque um
passo não implica no passo seguinte.

1. O primeiro passo é acreditar na existência de um


mundo sobrenatural.
2. O segundo passo, que existam seres de algum tipo
nesse mundo.
3. O terceiro, que estes seres sejam conscientes.
4. O quarto, que pelo menos um destes seres seja eterno.
5. O quinto, que este ser seja capaz de criar alguma coisa
do nada.
6. O sexto, que este ser seja capaz de interferir no universo
depois de criá-lo (ex. milagres).
7. O sétimo, oitavo e nono, que este ser seja onisciente,
onipotente e infinitamente amoroso.

139
Se, ainda por cima, as pessoas quiserem acreditar no deus de uma
religião específica, então passos adicionais são necessários. Desta
forma, quando falamos em deuses, não temos absolutamente
nenhuma ideia do que estamos falando e ainda temos que assumir
a existência de 9 coisas diferentes para chegarmos ao deus em
que a maioria das pessoas acredita.

3 - Argumento dos livros sagrados

1. Só porque algo está escrito, não significa que é verdade.


2. Isto é válido para a Bíblia, para o Corão e para qualquer
outro livro dito sagrado.
3. Tentar provar a existência do deus de um livro sagrado
usando o próprio livro sagrado como “evidência” é
argumentação circular.

Quem acredita no livro sagrado de uma religião, em geral rejeita


os livros sagrados das outras religiões.

4 - Argumento dos lugares históricos

Este argumento afirma que, se personagens e lugares históricos


são mencionados em lendas antigas, então tudo o mais nessas
lendas, incluindo descrições de acontecimentos sobrenaturais,
tem que ser verdade. Se este argumento for válido, então tudo o
que está na Ilíada, incluindo as intervenções dos antigos deuses
gregos, deve ser verdade.

5 - Revelações dos profetas

Todas as religiões afirmam terem sido reveladas, em geral por


meio de pessoas denominadas “profetas”. Mas como saber se uma
“revelação” é realmente uma “mensagem de Deus” e não

140
uma alucinação ou uma simples mentira? Uma revelação é uma
experiência pessoal. Mesmo se uma revelação realmente vier de
um deus, não há como provar. As pessoas de uma religião em
geral não acreditam nas revelações das outras religiões. Essas
revelações muitas vezes se contradizem, portanto, com base em
que poderemos determinar qual das revelações é a verdadeira?

6 - Testemunho pessoal, “abrir o coração”

Isto acontece quando é você mesmo que recebe a revelação ou


sente que um deus realmente existe. Você pode até ser sincero e
pode ser até que um deus realmente exista, mas sentimentos não
provam nada, nem para você e nem para os outros. Não adianta
pedir aos ateus que “abram seus corações e aceitem Jesus” (ou
qualquer outro deus). Se nós abandonássemos nosso ceticismo,
talvez até sentíssemos alguma inspiração, mas isto seria apenas
uma experiência emocional e não teríamos como saber se um
deus estaria realmente falando conosco ou se estaríamos
apenas sofrendo alucinações.

7 - A maioria das pessoas acredita em Deus

É verdade que ao longo da história, a maioria das pessoas


acreditou em pelo menos um deus. Entretanto, popularidade não
transforma nada em verdade. Afinal, a maioria das pessoas
acreditava que a Terra era o centro do universo. O número de
ateus no mundo está aumentando, atualmente. Talvez um dia a
maioria das pessoas seja ateia. Por exemplo, a maioria dos
cientistas nos EUA já é ateia. Entretanto, assim como no caso da
religião, a popularidade crescente do ateísmo não prova que ele
é verdade. É bem possível que já haja mais ateus do que crentes
na Inglaterra, na França e em outros países. Será que isto quer
dizer que Deus existe em toda parte exceto nestes países?
141
8 - A evolução não iria favorecer uma falsa crença

Será que a evolução favoreceria uma espécie incapaz de perceber


a realidade? Ou uma espécie sujeita a alucinações? Se não, então
deve haver um deus, segundo este argumento. Entretanto, a
evolução não favorece o que é verdade. A evolução favorece o que
é útil. Ninguém discorda de que a religião e a crença em deuses
foram úteis em alguns casos. “Deus”, assim como Papai Noel,
pode ser usado para fazer as pessoas se comportarem em troca
de uma recompensa. “Deus” também pode ser usado para
justificar atos condenáveis que beneficiam seu grupo, como os
homens-bomba islâmicos e as Cruzadas. “Deus” pode diminuir seu
medo da morte. Entretanto, na era das armas nucleares, o perigo
da crença em deuses supera em muito seus benefícios.

9 - A parte de nosso cérebro ligada a Deus

Alguns religiosos argumentam que deve haver um deus, caso


contrário, para que teríamos uma parte de nosso cérebro que
“reconhece” um deus? Que outra utilidade esta função
cerebral teria? Entretanto, a imaginação é importante para nossa
sobrevivência. Podemos imaginar muitas coisas que não são
verdade. É um subproduto de nossa capacidade de imaginar
coisas que podem ser verdade. Na verdade, os cientistas estão
estudando, de um ponto de vista biológico, por que alguns têm
crenças religiosas e outros não. Eles já identificaram substâncias
em nosso cérebro que podem nos fazer ter experiências religiosas.
A dopamina, por exemplo, tende a nos fazer “ver” coisas que
não existem. Um novo campo científico, a neuroteologia, estuda
a religião e o cérebro e já identificou que a parte do cérebro
conhecida como lobo temporal pode gerar experiências religiosas.
Outra parte do cérebro, que controla o sentimento de
individualidade, pode ser conscientemente desligada durante a
142
meditação, dando a essa pessoa (que perde a noção do limite
onde ela termina e onde começa o mundo externo a ela) um
sentimento de “fusão” ou “unidade” com o universo.

10 - Antigos “milagres” e histórias de ressurreições

Muitas religiões têm histórias de milagres. Assim como os que


acreditam numa religião são céticos quanto aos milagres das
outras, os ateus são céticos quanto a todas as histórias
de milagres. Eventos extraordinários podem ser exagerados com
o tempo e se tornarem lendas milagrosas. Bons mágicos fazem
coisas que parecem milagres. As coisas podem ser mal avaliadas
e mal interpretadas. Muitas coisas que pareciam milagres no
mundo antigo, hoje são facilmente explicadas. Quanto às
ressurreições, os ateus não acham que histórias de gente que
ressuscitou dos mortos sejam convincentes. Há muitas lendas
assim na literatura antiga e, mais uma vez, a maioria dos
religiosos rejeita as histórias de ressurreição das outras religiões.
Muitas religiões afirmam que seus deuses realizaram milagres
óbvios e espetaculares há milhares de anos.

1. Por que os milagres não mais acontecem?


2. Os deuses ficaram tímidos?
3. Ou foi o progresso da ciência?

11 - “Milagres” modernos de cura e ressurreição

“Milagres” de cura nos dias atuais são um bom exemplo do “Deus


das lacunas”. Alguém se cura de uma forma que a ciência não
consegue explicar? Claro, “foi Deus”. Deus nunca precisa provar
nada. As pessoas sempre assumem de que o mérito seja dele. O
problema deste argumento é que ele parte do princípio de que
sabemos tudo sobre o corpo humano e temos condição de

143
descartar uma explicação científica. Entretanto, o fato é que nosso
conhecimento médico é limitado. Por que nunca vemos um
verdadeiro milagre, como braços amputados se
regenerando instantaneamente? Foram feitos diversos estudos
sobre o efeito das orações no caso de pacientes que não sabiam
se alguém estava orando por eles ou não, e não se constatou
nenhuma influência das orações sobre a cura.

E fica a pergunta:

 Afinal, por que temos que implorar a um deus onipotente e


infinitamente amoroso para que nos cure de doenças e dos
efeitos de acidentes naturais que ele mesmo causou?
 É o Problema do Mal: se Deus é todo-poderoso e
infinitamente amoroso, por que existe o mal, para início
de conversa?

No mundo de hoje, as histórias de ressurreição sempre parecem


acontecer em países atrasados, em condições não controladas por
cientistas. Por outro lado, por que nunca houve ressurreições de
pessoas que morreram em hospitais modernos, conectadas a
máquinas que indicaram quando as mortes ocorreram?

12 - “Céu” (Medo da Morte)

Nem ateus nem religiosos gostam do fato de que vamos todos


morrer. Entretanto, este medo não prova que há uma vida após a
morte — prova apenas que nós gostaríamos que houvesse. Só que
desejos não se tornam automaticamente realidade. Não há
evidências de que um deus exista, nem de que ele tenha criado
algum lugar para irmos depois da morte. Não há nenhuma
explicação sobre o que é esse lugar, onde ele está ou como foi
que um deus o criou do nada. Não há evidências sobre almas,

144
nada sobre a composição de uma alma e nenhuma explicação
sobre como uma alma não-material surgiu em um corpo material
ou, alternativamente, sobre quando e como um deus faz surgir
uma alma num corpo. Se um óvulo humano fertilizado tem uma
alma, o que acontece quando ele se divide para formar gêmeos?

 Cada um fica com meia alma?


 Ou havia duas almas no óvulo fertilizado original?
 E quando acontece o contrário, ou seja, quando dois óvulos
fertilizados se fundem em um único ser humano (uma
“quimera”)?
 Essa pessoa terá duas almas?
 Ou havia duas meias almas que se fundiram?

Se um bebê de uma semana morre, que tipo de pensamentos ele


terá na outra vida? Os pensamentos de um bebê de uma semana?

 Ou os de um adulto?
 Se este for o caso, como será possível?
 De onde virão estes pensamentos adultos e quais serão?

Não há motivos para se acreditar que nossa consciência sobrevive


à morte de nosso cérebro. A mente não é algo separado do corpo.

Por exemplo:

 Conhecemos as substâncias químicas responsáveis pelo


sentimento do amor.
 As drogas podem alterar nosso humor e assim mudar
nossos pensamentos.
 Danos físicos ao nosso cérebro podem mudar nossa
personalidade e nossos pensamentos.

145
 Adquirir uma nova habilidade, que envolve pensar, pode
mudar fisicamente a estrutura do nosso cérebro.

Algumas pessoas ficam com a doença de Alzheimer no fim de suas


vidas. O dano a seus cérebros é irreversível e pode ser detectado
por tomógrafos. Essas pessoas perdem a capacidade de pensar,
mas continuam vivas. Será que seu pensamento retorna logo após
a sua morte, na forma de uma “alma”? Se as pessoas tivessem
que escolher entre um deus e uma vida após a morte, a maioria
escolheria a segunda vida e esqueceria Deus. Elas só escolhem
acreditar em Deus porque é o único jeito que elas conhecem de
realizar seus desejos de uma vida após a morte.

13 - Medo do Inferno

Para os ateus, a ideia de inferno parece uma enganação — uma


tentativa de levar as pessoas a acreditarem pelo medo naquilo
que elas não conseguem acreditar pela razão e pelas evidências.
O único jeito de encarar isto “logicamente” é encontrar a religião
que lhe pune mais duramente pela descrença e então acreditar
nela. Ótimo, você terá se livrado do pior castigo que existe — mas
só se esta for a “verdadeira” religião. Por outro lado, se ela (e sua
punição) não forem verdadeiras — se a religião que ficou em
segundo ou terceiro lugar quanto a dureza da punição for a
verdadeira religião — então você não se salvou de nada.

 Então, qual inferno, de qual religião, é o verdadeiro?

Sem evidências, jamais saberemos. Mesmo entre cristãos há pelo


menos 3 infernos diferentes. Na versão tradicional, sua “alma”
queimará eternamente. Uma segunda versão diz que um deus de
amor não seria tão cruel, portanto sua “alma” apenas deixará
de existir. Uma terceira versão diz que o céu não é um lugar físico,

146
mas apenas a condição de estar para sempre separado de Deus.
Acontece que os ateus já estão separados de Deus e vivem sem
problemas, portanto esta ameaça não faz sentido para eles.

 Além disso, como é possível ficar separado de um deus que,


supostamente, está em toda a parte – é onipresente?

14 - Aposta de Pascal

Em resumo, a aposta de Pascal diz que temos tudo a ganhar (uma


eternidade no céu) e nada a perder se acreditarmos em um deus.
Por outro lado, a descrença pode levar-nos a perder o céu e ir
para o inferno. Já vimos que o céu é apenas uma coisa que
desejamos que exista e que o inferno é uma enganação, portanto
vamos examinar a questão da fé. A aposta de Pascal assume que
uma pessoa possa se forçar a acreditar em alguma coisa. Isto não
funciona, pelo menos não para um ateu. Portanto ateus teriam
que fingir que têm fé. Só que, de acordo com a maioria das
definições de Deus, ele perceberia nossa mentira interesseira.
Será que ele nos recompensaria mesmo assim? A aposta de Pascal
também diz que você “não perde nada” por acreditar. Um ateu
discordaria. Ao acreditar em Deus sob essas condições, você
estaria reconhecendo que está disposto a acreditar em algumas
coisas pela fé. Em outras palavras, você estaria aceitando
abandonar as evidências como seu padrão para julgar a realidade.
Vista desta forma, a fé já não parece tão interessante, não é?

15 - Culpando a vítima

Muitas religiões castigam as pessoas por não acreditar.


Entretanto, crença exige fé e pessoas como os ateus são
incapazes de ter fé. Suas mentes requerem evidências.

147
 Assim, devemos punir os ateus por não acreditarem que
“Deus” não é uma coisa evidente?

16 - O fim do mundo

Assim como no caso do Inferno, esta ideia parece aos ateus servir
apenas para induzir as pessoas a acreditarem por medo naquilo
em que elas não conseguem acreditar pela razão e
pelas evidências. Ao longo dos séculos, houveram muitas
profecias sobre o fim do mundo. Se sua fé se baseia nisto,
pergunte a você mesmo: por quanto tempo você está disposto a
esperar — quanto tempo será necessário para você se convencer
de que o mundo não vai acabar?

17 - Dificuldades da religião

Já se argumentou que as religiões exigem tantos sacrifícios que


as pessoas jamais as seguiriam se um deus não existisse.
Entretanto, pelo contrário, é a crença em um deus que motiva as
pessoas. Um deus não precisa existir para que isto aconteça. As
dificuldades podem até servir como ritual de admissão numa seita,
como um meio de se tornar um dos “escolhidos”. Afinal de contas,
se soubéssemos que todos seriam salvos, por que nos daríamos
ao trabalho de seguir uma religião? Além disto, a recompensa que
a maioria das religiões promete em troca da obediência — um céu
— compensa em muito a maioria das dificuldades impostas
por elas.

18 - Argumento do martírio:

Dizem os crentes que ninguém morreria por uma mentira. Eles


ignoram o fato de que as pessoas podem ser enganadas (ainda
que com a melhor das intenções) quanto à veracidade de

148
uma religião. A maioria dos grupos que incentivam o martírio
promete uma grande recompensa no “céu”, portanto os
seguidores não acham que perder a vida seja um sacrifício
tão grande.

1. Será que o fato de que os terroristas que jogaram os aviões


no WTC estavam dispostos a morrer por sua fé faz do
islamismo a verdadeira religião?
2. E o que pensar de cultos como o Heaven’s Gate, cujos
seguidores cometeram suicídio em 1997 acreditando que
suas “almas” iriam para uma nave espacial que
acompanhava um cometa e onde Jesus os esperava?

19 - Argumento do vexame

Alguns crentes argumentam que seu livro sagrado contém


passagens que são embaraçosas para sua fé, que essas passagens
e as descrições de eventos sobrenaturais devem ser verdadeiras,
caso contrário não teriam sido incluídas no livro. Um exemplo
clássico na Bíblia é o relato da covardia dos discípulos depois que
Jesus foi preso. Entretanto, neste caso e em outros, momentos
embaraçosos podem ser incluídos numa história de ficção para
criar um clima dramático e tornar o triunfo final do herói
muito maior. Apenas faz parte da trama da fábula.

20 - Falsas dicotomias

Isto acontece quando se cria uma falsa escolha entre “isto ou


aquilo” embora, na verdade, haja outras possibilidades. Os
cristãos conhecem bem esta: “Ou Jesus estava louco ou ele era
Deus. Como Jesus disse coisas sábias, então ele não estava louco,
portanto ele deve ser Deus, conforme ele disse que era”. (Só que

149
não há uma letra que possa ser atribuída a Jesus, logo ele nunca
disse nada)

Acontece que estas não são as únicas duas opções.

1. Há uma terceira: “sim, ele disse coisas sábias, mas, ainda


assim, estava iludido quando disse que era Deus”.
2. E há uma quarta: “Jesus talvez não tenha dito nada do que
lhe é atribuído na Bíblia. Talvez tenham sido os escritores
da Bíblia que disseram que ele disse aquelas coisas sábias.
E talvez ele nunca tenha afirmado ser um deus e foram os
escritores que o transformaram em deus”.
3. Uma quinta possibilidade, bem mais plausível, é que Jesus
seja inteiramente um personagem de ficção e que tudo
tenha sido inventado pelos autores.

21 - Sentido da vida

Este argumento diz que, sem a crença em um deus, a vida não


teria sentido. Mesmo que isso fosse verdade, apenas provaria que
nós queremos que um deus exista para dar sentido s nossas vidas
e não porque realmente queremos um deus.

 Mas o fato de que ateus encontram sentido para suas vidas


sem acreditar em deuses mostra que essa crença não
é necessária.

22 - Deus, assim como o amor, é inalcançável

O amor não é inalcançável. Nós definimos “amor” tanto como um


tipo de sentimento e como algo que é demonstrado através
de ações. O amor, ao contrário de Deus, é uma coisa física.
Conhecemos as reações químicas no cérebro que provocam o

150
sentimento de amor. Além disto, o amor depende da estrutura
cerebral. Uma pessoa lobotomizada ou com certos tipos de danos
cerebrais torna-se incapaz de sentir amor. Além disto, se o amor
não fosse físico, não ficaria confinado aos nossos cérebros físicos.
Nós poderíamos ser capazes de detectar alguma entidade ou força
chamada “amor” flutuando no ar.

23 - Moral e ética

É a ideia segundo a qual não temos motivos para a moralidade se


não houver um deus. Entretanto, já havia códigos morais bem
antes da Bíblia: o Código de Hamurabi, por exemplo.

Em Eutífron, um dos diálogos de Platão, Sócrates pergunta a um


homem chamado Eutifro se alguma coisa é boa apenas porque
Deus diz que é ou se Deus diz que uma coisa é boa porque ela
tem bondade intrínseca.

1. Se algo é bom porque Deus diz que é, então Deus pode


mudar de ideia sobre o que é bom. A moral “divina” não
seria uma coisa absoluta.
2. Se Deus diz que uma coisa é boa por causa da bondade
intrínseca desta coisa, então nós poderíamos encontrar
essa bondade intrínseca nós mesmos, sem precisar da
crença em Deus.

Os cristãos nem mesmo conseguem entrar em acordo entre si


quando se fala em masturbação, sexo antes do casamento,
homossexualidade, divórcio, anticoncepcionais, aborto, pesquisa
com células tronco, eutanásia e pena de morte. Os cristãos
rejeitam algumas das leis morais da Bíblia, como matar crianças
desobedientes ou pessoas que trabalham no sábado.

151
1. Portanto, os cristãos interpretam a Bíblia segundo seus
próprios conceitos de moralidade, rejeitando os
mandamentos que não consideram éticos e ignorando a
moral de Deus.
2. A verdade é que a maioria das pessoas ignora as coisas que
não são éticas em seus livros sagrados e se concentram nos
bons conselhos.
3. Em outras palavras, os teístas definem sua própria ética da
mesma forma que os ateus fazem.

Até mesmo os animais respeitam uns aos outros e têm um senso


de justiça. Já encontramos a parte de nosso cérebro responsável
pelos sentimentos de simpatia e empatia — os “neurônios
espelhos” — que formam a base de grande parte de nossa ética.
A moralidade é algo que se desenvolveu por sermos criaturas
sociais. Baseia-se nas vantagens egoístas que obtemos ao
cooperarmos com outros e em suas consequências. Ajudar ao
próximo é um ato egoísta que nos traz recompensas
evolucionárias. Nós também julgamos as ações pelas suas
consequências, através de tentativa e erro. A melhor fórmula que
desenvolvemos é a de permitir o máximo de liberdade a alguém,
contanto que não fira outra pessoa ou afete a sua liberdade. Esta
concepção moral é a que cria o máximo de felicidade e
prosperidade para uma sociedade, e a que beneficia o maior
número de pessoas (o maior bem para o maior número). Esta
visão inclui a proteção dos direitos das minorias, já que de certa
forma somos todos pertencentes a alguma delas. Já que não há
evidência de que algum deus exista, não temos como atribuir a
moralidade a um deus.

 Portanto, muito mais que servir como guia moral, a religião


pode ser usada para justificar qualquer atitude. Basta
alegar que “Deus me disse para fazer isto”. A melhor
152
maneira de refutar este argumento é descartar totalmente
o conceito de deus.

Mesmo que deuses não existam, há quem ache que a crença neles
ajuda muitas pessoas a se comportarem, como se ele fosse um
policial invisível. Como disse o presidente George W. Bush, “Deus
está o tempo todo pesquisando nosso coração e nossa mente. Ele
é assim como Papai Noel. Ele sabe se você foi bom ou se foi mal”
(08 de Abril de 2007, Páscoa, Fort Hood, Texas).

 Queremos realmente basear nossa ética nisso?

Um sistema decente de ética não precisa do sobrenatural para se


justificar. Entretanto, a crença no sobrenatural já foi usada – e
ainda é - para justificar muitas coisas sem ética, como a
Inquisição, a perseguição s Bruxas de Salém, o preconceito contra
os gays, o ataque ao WTC, etc.

Estudo recente revela que crianças têm sentido de justiça antes


dos dois anos. (Em inglês)

24 - Argumento da bondade e da beleza

Alguns religiosos alegam que sem um deus não haveria nem


bondade nem beleza no mundo. Entretanto, bondade e beleza são
definidas em termos humanos. Se o ambiente da Terra fosse tão
inóspito que a vida não pudesse se desenvolver, nós não
estaríamos aqui para discutir o assunto. Portanto, há coisas no
ambiente que são favoráveis à existência da vida e nós somos
naturalmente atraídos para elas. Nossa sobrevivência
depende delas. No caso da arte, nós somos naturalmente atraídos
por imagens, formas e cores que nos lembram essas coisas.

153
Entretanto, há várias formas de arte, como o cubismo e o
surrealismo, que algumas pessoas apreciam e outras detestam.

25 - Altruísmo

Às vezes, as pessoas dizem que, sem um deus, não haveria


altruísmo e que a evolução só favorece o comportamento egoísta.
Entretanto, podemos dizer que não existe altruísmo e que as
pessoas sempre fazem o que elas querem. Se só houver escolhas
ruins, elas escolhem aquela que elas detestam menos. Nossas
escolhas se baseiam naquilo que nos dá (aos nossos genes) a
melhor chance de sobreviver, o que inclui melhorar nossa
reputação na sociedade. “Altruísmo” para com membros da
família beneficia gente que compartilha nossos genes. “Altruísmo”
para com amigos beneficia gente que um dia poderá retribuir
o favor. Até mesmo o “altruísmo” para com estranhos tem a ver
com a evolução. É um comportamento que surgiu primeiro em
tribos pequenas, onde todos se conheciam e uma boa reputação
aumentava as chances de sobrevivência do indivíduo. Agora já
está entranhado em nosso cérebro como um modo geral
de conduta.

Cientistas alemães encontram o “gene do altruísmo”. (em


espanhol)
O ser humano é altruísta e cooperativo por natureza. (Em
espanhol)

26 - Livre arbítrio

Dizem que não teríamos livre arbítrio sem Deus, que viveríamos
num universo determinístico de causa e efeito e que seríamos
meros robôs. Na verdade, temos muito menos livre arbítrio do que
a maioria das pessoas pensam. Nosso condicionamento (nosso
154
desejo biológico de sobreviver e prosperar, combinado com
nossas experiências) torna certas “escolhas” muito mais prováveis
do que outras. De que modo poderíamos explicar nossa
capacidade, em muitos casos, de prever o comportamento
das pessoas? Experiências já mostraram que nosso cérebro
“decide” agir antes que nós tenhamos consciência disto! Alguns
até dizem que nosso único livre arbítrio é a capacidade de vetar
conscientemente as ações que nosso cérebro sugere. A maioria
dos ateus não tem nenhum problema em admitir que o livre
arbítrio possa ser uma ilusão.

 Este assunto também leva a um paradoxo: se o deus que


nos criou conhece o futuro, como nós podemos ter
livre arbítrio?

No fim das contas, se nós gostamos da nossa vida, o que importa


se temos ou não livre arbítrio? Será que não é apenas nosso ego
— nossa saudável autoestima que contribui para a sobrevivência
— que foi condicionado a acreditar em que um livre arbítrio
verdadeiro é melhor que um livre arbítrio imaginário?

A liberdade é uma ficção cerebral. (Em espanhol)

27 - Um ser perfeito tem necessariamente que existir

Este argumento, conhecido como o argumento ontológico, foi


criado há uns 1.000 anos por Anselmo de Cantuária.

Ele nos pede que imaginemos o mais grandioso ou mais perfeito


ser possível. Esta é a concepção de Deus para a maioria das
pessoas. Em seguida, ele nos diz que é mais grandioso ou mais
perfeito para algo existir do que não existir. Portanto, este ser
(Deus) necessariamente tem que existir. Mas este argumento não

155
leva em conta se é possível que um ser perfeito exista. Ele
também parte do princípio de que aquilo que imaginamos passa a
existir. Nem tudo o que conseguimos imaginar é possível. Vamos
aplicar esta lógica a um assunto diferente. Imagine um perfeito
arranha-céu. Ele permaneceria intacto se terroristas jogassem
aviões contra ele. Entretanto, nenhum arranha-céu pode resistir
a um ataque desses sem, pelo menos, algum dano. Mas isto
contraria nossa premissa de que o arranha-céu tem que ser
perfeito, portanto é necessário que exista um arranha-
céu indestrutível.

28 - Por que é mais provável que Algo exista do que Nada?

Este argumento assume que, sem um deus, não esperaríamos que


alguma coisa existisse. Entretanto, não temos a mínima ideia da
probabilidade estatística de Algo existir versus Nada. Em física,
sistemas simétricos tendem a ser instáveis. Eles tendem a
degenerar em sistemas assimétricos. Ora, o Nada — a ausência
de tudo — é perfeitamente simétrico, portanto altamente instável.
Portanto Algo é mais estável que Nada, portanto deve ser mais
provável que Algo exista do que Nada.

Podemos também perguntar, dentro da mesma lógica:

1. “Por que é mais provável que exista um deus do que ele


não exista?”.
2. Ou ainda “Quem criou esse deus?”

29 - Argumento da Primeira Causa

Este argumento afirma que vivemos num universo de causa e


efeito. Segundo esta lógica, é impossível que esta sequência de
causas continue infinitamente para trás. Em algum ponto, a coisa

156
tem que parar. Nesse ponto, é preciso haver uma Primeira Causa
que não resulte, ela própria, de nenhuma outra causa. Esta
Primeira Causa Não Causada, segundo dizem, é Deus. O universo
em que vivemos agora “começou” há uns 13,7 bilhões de anos.
Não sabemos se o universo já existia antes de alguma outra forma
nem se havia energia/matéria/gravidade/etc. (um
mundo natural).

1. Não sabemos se o mundo natural teve um começo ou se


sempre existiu de algum jeito.
2. Se tiver um começo, não sabemos se um deus é a única
origem possível.
3. Não sabemos se um deus pode ser uma causa incausada.
4. O que causou Deus?

Partículas virtuais aparecem e desaparecem subitamente o tempo


todo. A física quântica mostra que pode haver eventos
não causados.

30 - As “leis” do universo

De onde vieram as “leis” do universo?

1. Uma “lei” da física não passa de uma coisa que acontece de


forma regular.
2. É a descrição de um fenômeno existente.
3. Não é algo decretado por um tribunal celeste.

De acordo com o físico, astrônomo e professor Victor Stenger: “É


crença geral que as “Leis da Física” são exteriores Física. Elas são
concebidas como sendo impostas ao universo de fora para dentro
ou fazendo parte de sua estrutura lógica. As descobertas recentes
da física contestam isto. As “leis” básicas da física são construções

157
matemáticas que tentam descrever a realidade de forma objetiva.
As leis da física são exatamente como seria de se esperar se
viessem do nada.

31 - As coisas são exatamente do jeito que deveriam ser

Alguns crentes argumentam que é preciso que os valores das seis


constantes físicas do universo (que controlam coisas como a força
da gravidade) estejam dentro de uma faixa limitada para que a
vida seja possível. Portanto, como isto não pode ter acontecido
“por acidente”, deve ser obra de um deus. Mais uma vez, este é
um argumento do tipo “Deus das lacunas”. Além disto, ele
pressupõe que conhecemos tudo a respeito de astrofísica — um
campo em que novas descobertas são feitas quase todos os dias.
Talvez venhamos a descobrir que nosso universo não seja tão
“ajustado”, afinal de contas. Outra possibilidade é que existam
múltiplos universos — separadamente ou como “bolhas” dentro
de um universo maior. Cada um desses universos poderia ter suas
próprias leis da física. Se houver um número suficientemente
grande de universos, aumentam as chances de que pelo menos
um deles venha a produzir vida. Sabemos que é possível que pelo
menos um universo exista — nós vivemos nele. Se existe um, por
que não vários? Por outro lado, não temos evidências quanto a
existência de nenhum deus. Pois então vamos dar uma olhada na
definição mais comum de um deus: eterno, onisciente, onipotente
e infinitamente amoroso. Poderia Deus ser de algum outro modo
que não fosse exatamente este que ele é? Embora haja alguma
margem de tolerância nas condições que permitem existir vida no
universo,

1. Tradicionalmente as condições para a existência de Deus


não variam.

158
2. Portanto, nosso universo com um deus tradicional é
logicamente mais implausível que nosso universo sem um
deus.
3. Ele tem que atender a requisitos muito mais restritos.
4. Claro que ainda podemos perguntar: quem ou o que
definiu Deus?

Se o universo foi criado especificamente com o objetivo de abrigar


a raça humana, então o enorme tamanho do universo (a maior
parte dele hostil vida) e os bilhões de anos que se passaram até
que os humanos surgissem mostram que ele é ridículo e é um
enorme desperdício — não é o que se poderia esperar de um deus.

32 - A Terra é exatamente do jeito que deveria ser

Alguns crentes argumentam que a Terra está justamente no ponto


do sistema solar (nem muito quente nem muito frio etc.) que
permite que a vida exista. Além disto, ela tem exatamente os
elementos necessários (carbono, oxigênio etc.). Essas pessoas
afirmam que isto não poderia ter acontecido “por acidente”,
portanto deve haver um deus que cuidou desses detalhes. Este é
mais um argumento “Deus das lacunas”. Mas há uma refutação
ainda melhor. Se a Terra fosse o único planeta no universo, então
seria notável que suas condições fossem “exatamente as
necessárias”. Entretanto, a maioria dos religiosos admite que há
milhares, se não milhões, de outros planetas no universo. O nosso
sistema solar tem oito. Portanto, aumentam muito as chances de
que pelo menos um deles tenha as condições para produzir algum
tipo de vida. Podemos imaginar criaturas púrpuras com 4 olhos e
respirando dióxido de carbono em outro planeta, muito religiosas,
que também cometam o erro de achar que o planeta deles foi
especialmente criado para que eles existissem e que há um deus
criador sua semelhança.
159
1. Por que os demais planetas, com o Marte, não possuem
vida?
2. Deus acertou nas condições da Terra por puro acaso?

33 - Criacionismo / Design inteligente

É a ideia, segundo a qual, se não podemos explicar alguma coisa


sobre a vida, então “foi Deus” (Deus das lacunas).

Entretanto, se o Gênesis ou qualquer mito religioso de criação


similar for verdade, então praticamente todos os campos da
ciência estarão errados. Não apenas a biologia como também a
química, física, arqueologia, astronomia e ainda suas
subdisciplinas como embriologia e genética. Na verdade,
poderíamos jogar fora todo o método científico. Os criacionistas
as vezes fazem uma distinção entre “micro” e “macro” evolução
— ou seja, eles aceitam que há mudanças dentro de uma espécie,
mas não aceitam que uma espécie se transforme em outra. Mas
quais são os mecanismos da microevolução? Eles são: mutação,
seleção natural e herança. E quais são os mecanismos da
macroevolução? Exatamente os mesmos: mutação, seleção
natural e herança. A única diferença é o tempo necessário.

 Será que alguns genes dizem a si mesmos: “Hmmm, é


melhor eu não mudar muito, senão alguns religiosos vão
ficar aborrecidos”?

A evolução é a melhor explicação e a única explicação para a qual


há evidências: para a idade dos fósseis, para a progressão dos
fósseis, para as semelhanças genéticas, para as semelhanças
estruturais e para os fósseis transicionais. Sim, há fósseis
transicionais. Por exemplo, nós temos uma boa sequência de
fósseis para espécies que vão desde os mamíferos terrestres até

160
a baleia, incluindo o basilosaurus, uma baleia primitiva que
conservou pequenas pernas traseiras que não tinham função.
Ainda hoje, as baleias mantêm os ossos do quadril.

Alguns criacionistas afirmam que essas pernas traseiras atrofiadas


talvez fossem úteis para o acasalamento, portanto o basilosaurus
seria uma espécie criada totalmente em separado e não uma
transição. Mas, se essas pernas traseiras eram tão úteis, por
que desapareceram? Na verdade, as cobras também têm ossos
do quadril e às vezes nascem cobras com pernas vestigiais,
provando que elas evoluíram de ancestrais répteis que tinham
pernas traseiras. Na China, foram encontrados muitos fósseis
meio répteis/meio pássaros, provando a transição. Recentemente
se descobriu o fóssil do tiktaalik, que ajudou a preencher uma
lacuna entre os peixes e os anfíbios. Foi encontrado no Canadá,
exatamente no local e na camada geológica prevista
pela evolução. Por outro lado, se um deus perfeito tivesse criado
a vida, nós esperaríamos dele um serviço melhor. Não
esperaríamos que 99% de todas as espécies que já existiram se
extinguissem. Como disse o biólogo evolucionista Kenneth R.
Miller, que é cristão: “se Deus propositalmente projetou 30
espécies de cavalos que mais tarde desapareceram, então Deus
é, antes de mais nada, um incompetente. Ele não consegue fazer
direito da primeira vez.” (“Educators debate ‘intelligent design’”,
por Richard N. Ostling, Star Tribune — 23/março/2002, p.B9).
Francis Collins, diretor do Projeto Genoma Humano, evangélico,
disse: “O Design Inteligente apresenta o Todo Poderoso como um
criador trapalhão, que tem que intervir de tempos em tempos para
consertar os problemas de seu plano inicial para criar a
complexidade da vida” (“A linguagem de Deus”, pág. 193-194).

Não deveríamos esperar defeitos de nascença se a vida foi criada


por um deus perfeito. Não deveríamos esperar um “design burro”
161
tal como uma próstata que incha e estrangula o canal urinário, já
que teria sido tão simples passar o canal por fora da próstata.

 Deus é um designer incompetente ou relaxado?

Se Deus criou toda a vida ao longo de uma semana, então, mesmo


com um suposto dilúvio universal, deveríamos encontrar os
fósseis totalmente misturados nas camadas geológicas.

 Não é o que acontece.

Também temos a contradição de que Deus é a favor da vida, mas


permite o aborto espontâneo. De um terço à metade dos óvulos
fecundados sofre aborto espontâneo, muitas vezes antes mesmo
de a mulher perceber que está grávida.

 Se um deus projetou o sistema reprodutivo humano, isto


faz dele o maior dos abortistas.

Podemos então concluir que a evolução científica nos fornece


respostas, enquanto que o criacionismo religioso e o “design
inteligente” só geram mais perguntas.

34 - O universo ou a vida viola a segunda lei da


termodinâmica (entropia)

A segunda lei da termodinâmica (entropia) afirma que, num


sistema fechado, as coisas tendem a uma desordem cada vez
maior. Alguns crentes argumentam que, já que o universo e a vida
são tão organizados, um deus tem que existir para poder violar
esta lei. Entretanto, o universo não viola a segunda lei da
termodinâmica. O universo teve início com o máximo grau de
desordem possível para seu tamanho. A partir daí, com sua
expansão, mais desordem se tornou possível e, de fato, é o que
162
está ocorrendo. Apesar do fato de que a desordem como um todo
está aumentando no sistema chamado universo, é possível um
aumento de ordem em subsistemas, tais como galáxias, sistemas
solares e é possível a vida — desde que, na totalidade do universo,
a desordem esteja aumentando. Se um deus criou o universo,
deveríamos esperar um início ordenado, não caótico. O fato de
que o universo começou com o máximo de desordem significa que
não foi um deus que o criou, já que uma criação proposital teria
pelo menos alguma ordem. Também se verifica que a energia
gravitacional negativa do universo cancela exatamente a energia
positiva representada pela massa, de forma que o total da energia
no universo é zero, que é o que seria de se esperar de um universo
que veio do Nada por meios naturais. Entretanto, se um deus
estivesse envolvido, seria de se esperar que ele tivesse adicionado
energia ao universo. Não há evidência disto. É interessante como
os teístas se agarram segunda lei da termodinâmica em seus
esforços para provar a existência de seu deus, mas ignoram
totalmente a primeira lei — que diz que a matéria/energia não
pode ser nem criada nem destruída — o que refutaria totalmente
a existência do deus deles como um ser que pode criar algo
do nada.

Conclusão

Pessoas religiosas têm o difícil, senão impossível, encargo de


provar que algum deus existe, sem falar que a religião deles, entre
todas, é a verdadeira. Se alguma das religiões tivesse evidências
objetivas, será que as pessoas não correriam todas para aderir a
ela, à “verdadeira” religião? Em vez disto, o que vemos é que as
pessoas tendem a acreditar, em graus diferentes, na religião que
lhes foi transmitida. Ou então são ateias.

Fernando Silva
163
17 - Fé religiosa - virtude ou embuste?

Frequentemente tomado como um vago sinônimo de confiança,


esperança ou optimismo, o termo fé reveste-se dum significado
singular quando é usado no contexto religioso. Os crentes
referem-se orgulhosamente à sua fé no sagrado como algo de
muito valioso e em termos que sugerem reverência e entrega. A
fé é, para eles, essencial à sua condição de humanos. Mais do que

164
uma convicção, é algo misterioso que, dizem, os coloca em
contato íntimo com a divindade. Ter fé é uma virtude. Não a ter,
quase que equivale a um vazio existencial. Aparentemente, a fé é
mais do que uma mera crença. Contudo, se há alguma diferença
entre ambas, esta resulta fundamentalmente da natureza do
objeto da fé, bem como da resposta que suscita da parte do
crente. A fé exibe a força da convicção do conhecimento, mas não
é conhecimento. Segundo o filosofo britânico A.C. Grayling, o
conhecimento é verificado pelos fatos e depende da existência de
uma relação adequada entre a mente e o mundo; ao contrário, a
fé existe apenas na mente, não se baseando em nada do que
existe no mundo.

Assim, sendo subjetiva e autossustentável, a fé permite que


acreditemos em qualquer coisa, mesmo no maior dos absurdos:
que a relva é azul, que sou Napoleão reencarnado, ou que estarei,
depois da morte, na presença de um judeu crucificado há dois
milênios. A imaginação é o limite para aquilo em que nos
permitimos acreditar pela fé. O termo fé provém do latim fides
(lealdade) e corresponde, na acepção religiosa, à fidelidade a
crenças que não se questionam. Segundo uma definição comum,
a fé é “a adesão aos dogmas de uma doutrina religiosa”. Por
outras palavras, consiste na aceitação de proposições dadas como
verdadeiras, unicamente com base em argumentos de autoridade.
Contrariamente a todas as outras crenças que temos sobre o
mundo, as questões de fé são tenazmente consideradas
irrefutáveis e não passíveis de revisão. Isso implica, portanto, a
suspensão de todo pensamento crítico, constituindo, pois uma
perspectiva declaradamente contrária ao debate saudável e à
busca do conhecimento. Em lugar disso a fé celebra a paixão pela
obediência e pela submissão.

165
Dada à imensa falibilidade humana, justificar cuidadosamente as
nossas crenças estando dispostos a revê-las e a abandoná-las é
parte integrante do que é ser racional. Nesse sentido, é evidente
que a fé não é racional. Ao legitimar a crença mesmo mediante
informação contrária, a fé é, na verdade, a negação da razão. Nas
palavras do especialista bíblico Bart Ehrman, quando alguém de
fé crê que um deus onipotente e sumamente bom ouve as suas
orações e as atende, e esse mesmo alguém vive num mundo onde
uma criança morre de subnutrição a cada cinco segundos sem que
esse deus interceda em seu favor, então é evidente que a razão
desse crente foi subjugada à sua fé. Com frequência, as crenças
mantidas pela fé são justificadas por uma convicção que se diz ser
íntima, endógena e transcendente. Porém, na realidade, a adesão
a essas crenças acontece por razões bem mais prosaicas: na
prática, resume-se à adoção das crenças religiosas dominantes. A
razão de peso que determina que certos crentes tenham fé no
deus da Bíblia e não num deus com a forma de um elefante azul
ou no Juju da montanha, prende-se normalmente com o fato
desses crentes terem nascido num ponto particular do globo – no
fundo, um mero acidente geográfico na sua existência.

Curiosamente, essas pessoas são capazes de aceitar sem


pestanejar crenças mirabolantes como o milagre da
transubstanciação e a existência de entidades espirituais a que
chamam anjos e demônios, mas não creem com a mesma
convicção no banquete celestial que os muçulmanos esperam no
paraíso e muito menos acreditam numa realidade que inclua
unicórnios e dragões sem que antes lhes apresentemos razões
científicas para tal. Com que justificação acredita numas coisas
mais do que noutras, quando todas se afiguram igualmente
improváveis? Arbitrariedade e perversão de toda a coerência
lógica são claramente traços essenciais da fé. Não,
definitivamente a fé não é uma virtude nem um estado de graça,
166
como muitos pensam. É apenas a escolha fácil da crença
confortável e apaziguadora dos medos. Sem o mínimo de indícios
verificáveis não há razão para acreditar para além da própria
vontade de acreditar. Como observou sabiamente o pensador Pat
Condell, a fé não exige qualquer esforço e, portanto, só pode ser
a mais superficial das experiências cognitivas.

Fazemos parte duma cultura que elevou a fé religiosa ao lugar


mais alto da hierarquia das virtudes humanas. Alguém que crê
que uma peregrinação a Fátima pode resolver os seus problemas
de saúde tem automaticamente maior consideração do que aquele
que acredita nos poderes ocultos da bruxaria ou nos efeitos
proporcionados pelos “hologramas quânticos” das pulseiras Power
Balance. O que é, exatamente, que torna uma crença mais
respeitável do que as outras? E porque não tentar resolver os
problemas dirigindo orações ao Monstro do Esparguete Voador, a
deidade principal do Pastafarianismo? Como nos diz o filósofo Sam
Harris, “a única razão pela qual uma das opções constitui um
passaporte direto para uma instituição psiquiátrica e as outras
não, é porque algumas convicções são partilhadas por um grande
número de pessoas há demasiado tempo”.

Claro que todos têm todo o direito de abraçar as imposturas que


bem entendermos, contanto que não ponhamos a vida de
ninguém em perigo (o que, tratando-se de fé religiosa, nem
sempre é garantido). Se a religião permanecesse uma questão
dentro de si mesma, uma neurose do foro privado de cada um,
pouco haveria a objetar quanto a ela. O problema é que a
aceitação cega com que se acolhem artigos de fé inconsequentes
é a mesma que se concede às doutrinas da Igreja relativas a
assuntos muito concretos da sociedade e do mundo. Tacitamente
e sem muito questionar, os crentes reconhecem no clero
autoridade competente para deliberar sobre assuntos da moral e
167
da ética, aprovando, por conseguinte as doutrinas retrógradas e
preconceituosas que deles emanam sobre matérias tão
importantes como, por exemplo, a sexualidade, o aborto e a
eutanásia. Eles próprios vão incutindo naqueles que lhes estão
mais próximos, posições dogmáticas sobre estes e outros
assuntos, desencorajando assim as mentes a uma reflexão franca
e puramente racional sobre estas e outras questões tão
importantes.

Rui Janeiro

168
18 - Idiotices ditas por cristãos inspirados por um
deus idiota

É nas toneladas de bobagens ditas pelos líderes cristãos famosos


nos últimos dois milênios, que podemos ter a certeza da mentira
da inspiração divina e da grande merda que é o cristianismo. Não
se aproveita uma única frase ou palavra para nada.

“Encontramos muitos livros… e já que eles continham apenas


superstições e falsidades do Diabo nós queimamos todos eles”.

169
Bispo Católico Diego de Landa, após queimar livros de valor
incalculável contendo a história e a ciência Maia, Julho de
1562.

“Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto


afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem”.

Cardeal Bellarmino, 1615, durante o julgamento de Galileu.

“Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador Todo-


Poderoso. Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do
Senhor”.
Adolf Hitler, Discurso, Reichstag, 1936.

“A Razão deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o


maior inimigo da Fé”.

Martinho Lutero

“Quem quer que se diga cristão deve arrancar os olhos de sua


razão”.
Martinho Lutero

“A fé deve sufocar toda a razão, o senso comum e o


entendimento”.
Martinho Lutero

170
“As pessoas deram ouvidos a um astrólogo novato (Copérnico)
que lutou para provar que a terra é que gira, não os céus ou o
firmamento, o sol e a lua… Este louco quer contrariar toda a
ciência da astronomia. Mas as Sagradas Escrituras nos dizem
(Josué 10:13) que Josué ordenou que o sol parasse e não a
terra”.
Martinho Lutero em um de seus “Table Talks”, 1539.

“Suas sinagogas… deveriam ser queimadas” “Suas casas


deveriam ser demolidas e eles deveriam ser amontoados sob
um único teto ou num estábulo, como ciganos, para que eles
entendam que não passam de prisioneiros miseráveis” “Seus
Talmudes e livros de orações deveriam lhes ser tomados” “Seus
rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte”
“Os judeus devem pagar por terem recusado Cristo e seu
evangelho; não merecem a liberdade e sim a servidão”.
Martinho Lutero

“Do mesmo modo, devemos nos submeter à autoridade do


príncipe. Se ele abusa ou faz mal uso dela, não devemos odiá-
lo, buscar vingança ou punição. A obediência é devida em nome
de Deus, pois a autoridade é o representante de Deus. Por mais
que eles tributem e exijam, devemos obedecer e suportar com
paciência”.
Martinho Lutero, sermão “Tributo a César”.

“As palavras e atos de Deus são bem claros: as mulheres foram


feitas para serem esposas ou prostitutas”.

Martinho Lutero, “Works 12.94″.


171
“O pecado não pode nos separar de Cristo, mesmo que
cometamos adultério cem vezes por dia e outros tantos
assassinatos”.

Martinho Lutero, carta a Melanchton, 01/agosto/1521.

“Deus não salva pecadores fictícios. Seja um pecador e peque


vigorosamente… Nem por um instante pense que esta vida é a
morada da justiça. O pecado deve ser cometido”.

Martinho Lutero

“Quanto aos plebeus, é preciso ser duro com eles e cuidar para
que façam seu trabalho; que, sob ameaça da espada e da lei,
eles cumpram com seus deveres religiosos, assim como você
acorrenta os animais selvagens”.

Martinho Lutero

“Os loucos, aleijados, cegos e mudos são homens em quem os


demônios fizeram sua morada. Os médicos que curam estas
enfermidades como se tivessem causas naturais são idiotas
ignorantes”.

Martinho Lutero

172
“Não há maior defeito numa mulher que o desejar ser
inteligente”.

Martinho Lutero

“Se os camponeses se rebelam abertamente, eles estão agindo


contra a lei de Deus. Todos os que puderem devem espancá-
los, derrubá-los e matá-los… pois não há nada mais venenoso
ou prejudicial ou demoníaco que um rebelde. É exatamente
como matar um cachorro louco”.

Martinho Lutero

“É impossível para o cristão e para a verdadeira igreja subsistir


sem derramar sangue, pois seu adversário, o Diabo, é assassino
e mentiroso. A igreja cresce e progride através do sangue: ela
está banhada em sangue”.

Martinho Lutero, Table Talk no. 1571, 1569.

“Vejam como são débeis e pouco saudáveis as mulheres


estéreis. As que foram abençoadas com muitos filhos são mais
saudáveis, limpas e alegres. Mas se eventualmente se esgotam
e morrem, não importa. Que morram dando à luz, pois para isto
existem”.

Martinho Lutero, “Works”.

173
“Não percam tempo com os hereges; podem ser condenados
sem serem ouvidos. E, enquanto queimam na estaca, os fiéis
devem destruir a raiz da erva daninha e lavar suas mãos no
sangue dos bispos e do papa, que é o demônio disfarçado”.

Martinho Lutero

“Quem se atreveria a colocar a autoridade de Copérnico acima


da do Espírito Santo?”

João Calvino

“Podemos estar certos de que Deus não teria jamais permitido


que crianças fossem mortas se elas já não estivessem
condenadas e predestinadas à morte eterna”.

João Calvino, racionalizando o assassinato de crianças no


Antigo Testamento.

“É melhor ser escravo no Brasil e salvar sua alma que viver livre
na África e perdê-la”.

Sermão do Padre Antônio Vieira aos escravos.

“Não há nada na Bíblia proibindo a escravidão, apenas a


organizando. Podemos concluir que ela não é imoral”.

Rev. Alexander Campbell

174
“Aquele que recebe a graça celestial da fé livra-se da
inquietação da curiosidade”.

Concílio de Trento

“Não sabes que és uma Eva? O castigo de Deus sobre teu sexo
está vivo nesta era. A culpa também necessariamente
permanece viva. Tu és a porta do demônio; és aquela que
quebrou o selo da árvore proibida, a primeira desertora da lei
divina. És aquela que convenceu aquele a quem o diabo não
conseguiu atacar. Facilmente destruíste o homem, imagem de
Deus. Por causa de tua deserção, o Filho de Deus teve que
morrer”.

Tertuliano, pai da Igreja, que viveu no norte da África no


século III, em “De Culta Feminarum”, 1.1.

“Ah, que cena magnífica! Como eu vou rir e ser feliz e exultar
quando eu vir esses filósofos tão sábios, que ensinam que os
deuses são indiferentes e que os homens não têm alma,
assando e torrando diante de seus discípulos no inferno”.

Tertuliano, “De Spectaculis”.

“Existe outro tipo de tentação, mais perigosa ainda. Essa é a


doença da curiosidade (…) É ela que nos leva a tentar descobrir
os segredos da natureza, aqueles segredos que estão além da
nossa compreensão, que não nos podem trazer nada e que os
homens não devem desejar aprender (…) Nessa imensa selva,
175
cheia de armadilhas e perigos, em que tenho me afastado, e me
mantido longe desses espinhos. No meio de todas essas coisas
que flutuam incessantemente à minha volta no dia a dia, nada
jamais me surpreende, e eu nunca sou tomado por um desejo
genuíno de estudá-las (…) Eu não sonho mais com as estrelas”.

Santo Agostinho, Bispo de Hipona e Pai da Igreja.

“O bom cristão deve permanecer alerta contra os matemáticos


e todos aqueles que fazem profecias vazias. Existe o perigo de
que os matemáticos tenham feito uma aliança com o demônio
para obscurecer o espírito e confinar o homem às amarras do
Inferno”.

Santo Agostinho de Hipona.

“É impossível que haja habitantes do outro lado da Terra, já que


nada é dito a esse respeito nas Escrituras sobre os descendentes
de Adão”.

Santo Agostinho

Afirmavam os hereges donatistas que o homem é livre para


acreditar ou não e que Jesus jamais empregou a violência.
Contra eles afirmou Santo Agostinho: “Não faz parte da tarefa
de um pastor, quando as ovelhas se afastam do rebanho [...]
trazê-las de volta ao rebanho de seu dono quando este as tiver
encontrado, pelo medo ou até mesmo pela dor do açoite, se elas
derem sinais de resistência?”. Ou ainda: “Claro que é melhor (e
isso ninguém nega) que os homens deveriam ser levados a
176
adorar Deus através do ensinamento do que por medo de
punição ou da dor. Mas isto não implica, porque o primeiro
método produz os melhores homens, em que os que não se
submetem a ele devam ser negligenciados. Pois muitos viram
vantagem (como nós já provamos e provamos diariamente pela
experiência) em ser primeiro compelidos pelo medo ou pela dor
de modo que mais tarde possam ser influenciados pelo
ensinamento e transformem em atos o que aprenderam por
palavras”.
Santo Agostinho, 417, “Tratado sobre a correção dos
Donatistas”.

“Ora, uma serva ou uma escrava nunca tem muitos senhores,


mas um senhor tem muitas escravas. Assim, nunca ouvimos
dizer que mulheres santas tivessem servido a vários maridos e
sim que muitas serviram a um só marido… Isso não é
contraditório à natureza do casamento”.

Santo Agostinho

“Mulheres não deveriam ser educadas ou ensinadas de nenhum


modo. Deveriam, na verdade, ser segregadas já que são causa
de horrendas e involuntárias ereções em santos homens”.

Santo Agostinho

“É Eva, a tentadora, que devemos ver em toda mulher… Não


consigo ver que utilidade a mulher tem para o homem, tirando
a função de ter filhos”.

177
Santo Agostinho

“Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos


demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há
pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa”.

Santo Agostinho

“A causa primordial da escravidão é o pecado… Esta servidão,


expiação do pecado, encontra seu lugar pela lei que manda
preservar a ordem natural e proíbe perturbá-la… Por isso, o
Apóstolo recomenda que os escravos se submetam a seus
senhores”.

Santo Agostinho, Cidade de Deus.

“Para que os santos possam desfrutar de sua beatitude e da


graça de Deus mais abundantemente, lhes é permitido ver o
sofrimento dos condenados no inferno”.

São Tomás de Aquino, 1225-1274, Compêndio de Teologia.

“Pois é muito mais grave corromper a fé, da qual vem a vida da


alma, que falsificar dinheiro, pelo qual a vida temporal é
sustentada. Logo, se falsificadores e outros malfeitores são
imediata e justamente executados pelos príncipes temporais,
com muito mais justiça podem ser hereges, assim que
denunciados, não apenas excomungados mas também mortos”.

178
São Tomás de Aquino, Compêndio de Teologia.

“A mulher está em sujeição por causa das leis da natureza, mas


é uma escrava somente pelas leis da circunstância… A mulher
está submetida ao homem pela fraqueza de seu espírito e de
seu corpo… é um ser incompleto, um tipo de homem imperfeito
[...] A mulher é defeituosa e bastarda, pois o princípio ativo da
semente masculina tende à produção de homens gerados à sua
perfeita semelhança. A geração de uma mulher resulta de
defeitos no princípio ativo”.

São Tomás de Aquino, Compêndio de Teologia.

“Por seu pecado, os hereges merecem não apenas ser


separados da Igreja, pela excomunhão, mas também do
mundo, pela morte”.

São Tomás de Aquino

“É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder


incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou
culto, como se esta fosse um direito natural do homem”.

Encíclica do Papa Leão XIII.

“Tolerar igualmente todas as religiões… é o mesmo que


ateísmo”.

Papa Leão XIII, “Immortale Dei”.


179
“Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações
religiosas ou tratar como iguais às demais religiões”

Papa Leão XIII, “A constituição cristã dos Estados”, 1885.

“Desprezar uma autoridade legitimamente constituída, não


importando quem a exerça, é rebelar-se contra a vontade de
Deus”.

Papa Leão XIII

O papa Leão XII, em 1829, proibiu o uso da vacina contra a


varíola: “Quem quer que recorra à vacina deixa de ser um filho
de Deus. Não se pode mexer no equilíbrio do corpo humano”.

Devemos estar sempre dispostos a acreditar em que o que nos


parece branco é na verdade preto se a hierarquia da Igreja
assim o decidir”.

Inácio de Loiola, fundador da Sociedade de Jesus (Jesuítas),


“Exercitia spiritualia”, 1541.

“Abraçar uma mulher é como abraçar um saco de esterco”.

São Odo de Cluny, monge beneditino, 1030-1097.

180
“O homem, mas não a mulher, é feito à imagem de Deus. Daí
resulta claramente que as mulheres devem estar submetidas a
seus maridos e devem ser como escravas”.

Graciano, especialista em direito canônico (séc. 12).

Santo Antonino, arcebispo de Florença no final do séc. XV, diz


que as “imundas regras” são simplesmente o espelho de uma
“alma imunda”.

Santo Antonino, arcebispo de Florença.

“Quando uma mulher pensa sozinha, ela pensa maldades”.

“A mulher é uma mentirosa por natureza… Ela é uma inimiga


insidiosa e secreta”.

“Elas são mais fracas de espírito e corpo… As mulheres são,


intelectualmente, como crianças… As mulheres têm memória
mais fraca e é um vício natural nelas não serem disciplinadas,
mas obedecerem a seus próprios impulsos sem noção do que é
apropriado”.

“Se uma mulher se atreve a curar sem ter estudado, ela é


uma bruxa e deve morrer”. (Quando um homem curava, era
pelo poder de Deus ou dos santos; quando uma mulher
curava, era obra do diabo).

“Ninguém causa maior dano à fé católica do que as parteiras”.


(Porque conheciam métodos de parto sem dor, o que
181
contrariava o mandamento de Deus de que as mulheres
deveriam dar à luz com dor; se não doesse, o diabo estava
agindo).

“E convém observar que houve uma falha na formação da


primeira mulher, por ter sido ela criada a partir de uma costela
recurva, ou seja, uma costela do peito, cuja curvatura é, por
assim dizer, contrária à retidão do homem. E como, em
virtude dessa falha, a mulher é animal imperfeito, sempre
decepciona e mente”.

Malleus Maleficarum, encomendado pelo Papa Inocêncio VIII,


publicado em 1486 e usado durante 250 anos, inclusive pelos
protestantes.

“Usem contra os hereges a espada espiritual da excomunhão


e, se isto não for suficiente, usem a espada material”.

Papa Inocêncio III, 1161-1216.

“Se é bom não tocar uma mulher, então é ruim tocar uma
mulher sempre e em todos os casos”.

São Jerônimo, teólogo romano, Epístola 48.14.

“Para preservar a castidade, é indispensável manter o


estômago vazio e roncando e os pulmões febris”.

São Jerônimo

182
“A virgindade santa é melhor que a castidade conjugal. Uma
mãe terá um lugar inferior ao da filha no Reino dos Céus
porque ela foi casada e a filha é virgem. Mas se tua mãe foi
sempre humilde e não orgulhosa, haverá algum tipo de lugar
para ela, mas não para ti”.

São Jerônimo

“A mulher é uma ferramenta de Satã e um caminho para o


inferno”.

São Jerônimo

“No templo de Salomão, andamos com sangue até o joelho e


mesmo até os estribos dos cavalos, pelo justo e maravilhoso
julgamento de Deus”.

Clérigo Raimundus de Agiles, comemorando o massacre dos


habitantes de Jerusalém pela Primeira Cruzada em 1099.

“As Escrituras, no Velho e no Novo Testamento, me garantem


que eu posso manter escravos em cativeiro”.

Rev. Thomas Witherspoon, presbiteriano, do Alabama.

“A mulher que realmente está tomada pelo Espírito Santo


desejará ser totalmente submissa a seu marido… Esta é uma

183
mulher verdadeiramente liberada. Submissão é o desígnio de
Deus para as mulheres”.

Beverly LaHaye, “The Spirit-controlled woman”

“Vacinas são uma violação direta da aliança perpétua que


Deus fez com Noé depois do Dilúvio [...] Vacinas nunca
salvaram vidas humanas. Não evitam a varíola”.

“The Golden Age”, publicado pelas Testemunhas de Jeová.

“O sangue de uma pessoa é na realidade a própria pessoa.


[...] Os venenos devidos aos hábitos pessoais, ao que come e
ao que bebe… os venenos que produzem os impulsos de
cometer suicídio, assassinar ou roubar, estão no sangue. A
insanidade moral, as perversões sexuais, a repressão, os
complexos de inferioridade e os delitos: estes com frequência
se produzem depois de transfusões de sangue”.

“Torre de Vigia”, publicação das Testemunhas de Jeová.

“O pecado é a verdadeira causa de todos os terremotos”.

John Wesley, 1703-1791, fundador da Igreja Metodista.

“Ou dá ou desce”.

Bispo Edir Macedo

184
“Quem não paga dízimo, está roubando de Deus”.

Bispo Edir Macedo

“Quando crente tá gastando dinheiro com remédios e médicos,


ele está fora da brecha e sob o jugo de satanás. O dinheiro
que tal crente gasta em remédios é o que deveria ser dado na
igreja e investir na obra de Deus”.

R.R. Soares

“Crente doente é o mesmo que crente endemoniado”.

R.R. Soares

“Fé e medicina, andam em direção opostas”.


R.R. Soares

“As mulheres têm bebês e os homens provêm a sua


subsistência. Se isto não lhe agrada, discuta com Deus”.

Phyllis Schlafly, executiva bem sucedida, candidata a um cargo


público.

“O sofrimento dos pobres é agradável a Deus e purifica o


mundo”.

185
Madre Teresa de Calcutá

“Ela é apenas uma retribuição justa para a conduta sexual


imprópria”.

Madre Teresa, sobre a AIDS.

“Acho muito bonito que os pobres aceitem sua sorte, que a


compartilhem com a paixão de Cristo. O mundo se beneficia
muito do sofrimento dos pobres”.

Madre Teresa de Calcutá

“A superpopulação não é um problema, é a vontade de Deus”.

Madre Teresa de Calcutá

“A AIDS é a justa ira de Deus contra os homossexuais. Opor-


se a ela é como se um israelita pulasse no Mar Vermelho para
salvar os soldados do faraó que estavam se afogando [...] A
AIDS não é apenas a punição de Deus aos homossexuais; ela
é a punição de Deus contra a sociedade que os tolera”.

Reverendo Jerry Falwell

“Céu e Terra, centro e circunferência, foram criados juntos, no


mesmo instante, e as nuvens cheias de água [...] Isto

186
aconteceu e o homem foi criado pela Trindade no dia 23 de
outubro de 4004 AC, às nove da manhã”.

John Lightfoot, vice-chanceler da Universidade de Cambridge,


1859.

“Os cananeus eram muito maus. Adoravam ídolos em lugar do


verdadeiro Deus, sacrificavam suas crianças, praticavam o
homossexualismo, bestialismo e adultério. Deus mandou que
os israelitas os matassem todos, homens, mulheres e crianças.
Isto parece terrível e cruel. Mas vamos imaginar que houvesse
2.000, 10.000 deles. Se deixados vivos, eles se reproduziriam
e em 50 ou 100 anos seriam 100.000, 1 milhão e todos eles
teriam que ir para o inferno. Mas Deus, em seu amor, levou-os
enquanto eram poucos para não ter que levar muitos depois”.

Pat Robertson, no programa de TV “The 700 Club”, em


06/maio/1985.

“Sei que às mulheres dói ouvir isto, mas, quando se casam,


estão aceitando a liderança de um homem, seu marido. Cristo
é a cabeça do lar e o homem é a cabeça da mulher. Assim são
as coisas, ponto final”.

Pat Robertson, 11/09/1992.

“O feminismo não busca direitos iguais para as mulheres. É


um movimento político socialista e anti-familiar, que encoraja
as mulheres a deixar seus maridos, matar suas crianças,

187
praticar bruxaria, destruir o capitalismo e se tornarem
lésbicas”.

Pat Robertson

“O direito a ter escravos está claramente estabelecido nas


Escrituras Sagradas, tanto por preceito como pelo exemplo”.

Rev. R. Furman, D.D., Batista

“A única maneira com a qual podemos determinar a verdadeira


idade da terra é com Deus nos dizendo qual é. E já que Ele nos
disse, muito claramente, nas Escrituras Sagradas que ela tem
alguns milhares de anos de idade, e não mais, isso deve
colocar um ponto final em todas as perguntas básicas sobre a
cronologia terrestre”.

Henry Morris, Presidente do Instituto de Pesquisa da Criação,


1974.

“A pergunta tem que ser feita: é crime tomar o nome de Deus


em vão? Quando alguém ofende seus pais, merece
inquestionavelmente a pena de morte (Ex. 21:17). O filho ou
filha está sob a autoridade legal da família. Ofender a Deus
(blasfemar) é um crime comparável e, portanto também
merece a pena capital (Lev. 24:16)”

Gary North, “The Sinai Strategy: Econonomics and the Ten


Commandments”, 1986

188
“Se a vida fosse encontrada em outro planeta, ela também
teria sido contaminada pelo pecado original e necessitaria ser
salva”.

Piero Coda, professor de teologia em Roma, em declaração ao


Vaticano, segundo a “Ecumenical News International”.

“A liberdade de imprensa é um dos maiores males que


ameaçam a sociedade moderna”.

Cardeal Pedro Segura, New York Herald Tribune.

“Seria bom para a religião se muitos livros que parecem úteis


fossem destruídos. Quando não havia tantos livros nem tantas
discussões e disputas, a religião crescia mais rapidamente do
que tem feito desde então”.

Girolamo Savonarola, 1452-1498, frei dominicano.

“Extermínio total dos infiéis – ou conversão definitiva”.

São Bernardo de Clairvaux

“O cristão se glorifica na morte de um pagão, porque por ela


Cristo mesmo é glorificado”.

São Bernardo de Clairvaux

189
“Já se propôs que todas as religiões deveriam ser livres e seu
culto publicamente exercido. Nós católicos rejeitamos esta
ideia como contrária ao cânon da lei católica romana”.

Papa Pio VII, 1808.

“O estado (constituição dos EUA) não tem o direito de deixar


que cada um seja livre para professar e abraçar qualquer
religião que deseje”.

Papa Pio IX

“Mussolini: uma dádiva da Providência”.

Papa Pio XI

“Os papas, como Jesus, são concebidos por suas mães por
influência do Espírito Santo. Todos os papas são uma espécie
de homens-deus, com o propósito de serem os mais
habilitados a mediar entre Deus e a humanidade. Todos os
poderes no Céu e na Terra lhes são dados”.

Papa Estevão V, século 9.

“Pela autoridade da presente carta, Nós ordenamos que todo e


cada judeu de ambos os sexos em Nosso domínio temporal e
em todas as cidades, terras, lugares e baronatos sujeitos a
eles deve deixar sua terra no espaço de três meses a partir da
publicação da presente carta. Devem ser despojados de suas
190
propriedades e processados de acordo com a lei. Eles devem
tornar-se servos da Igreja Romana e sujeitar-se à servidão
perpétua. E a dita Igreja deve ter sobre eles os mesmos
direitos que outros domínios têm sobre seus escravos e
servos”.

Papa Pio V, 1567, bula Romanus Pontifex, VII, 741.

“Nós [...] concedemos livre e ampla licença ao rei Afonso para


invadir, perseguir, capturar, derrotar e submeter todos os
sarracenos e quaisquer pagãos e outros inimigos de Cristo
onde quer que estejam e seus reinos [...] e propriedades e
reduzi-los à escravidão perpétua e tomar para si e seus
sucessores seus reinos [...] e propriedades”.

Bula Romanus Pontifex, Papa Nicolau V, 08 de janeiro de


1455.

Basicamente, se você pegar qualquer coisa dita por qualquer


religioso de qualquer época, não vai ser muito diferente de
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570 páginas 317 páginas 198 páginas


Originally published as a
Mentiras Fundamentais da Com grande rigor histórico pamphlet in 1853, and
Igreja Católica é uma e acadêmico Fernando expanded to book length in
análise profunda da Bíblia, Vallejo desmascara uma fé 1858, The Two Babylons
que permite conhecer o dogmática que durante seeks to demonstrate a
que se deixou escrito, em 1700 anos tem derramado connection between the
que circunstâncias, quem o o sangue de homens e ancient Babylonian
escreveu, quando e, acima animais invocando a mystery religions and
de tudo, como tem sido enteléquia de Deus ou a practices of the Roman
pervertido ao longo dos estranha mistura de mitos Catholic Church. Often
séculos. Este livro de Pepe orientais que chamamos de controversial, yet always
Rodriguez serve para que Cristo, cuja existência real engaging, The Two
crentes e não crentes ninguém conseguiu Babylons comes from an
encontrem as respostas demonstrar. Uma obra que era when disciplines such
que sempre buscaram e desmistifica e quebra os as archeology and
posaam ter a última pilares de uma instituição anthropology were in their
palavra. É uma das tão arraigada em nosso infancy, and represents an
melhores coleções de mundo atual. early attempt to synthesize
dados sobre a formação many of the findings of
mitológica do cristianismo Entrevista com o autor these areas and Biblical
no Ocidente. Um a um, AQUI. truth.
magistralmente, o autor
revela aspectos mais
questionáveis da fé
judaico-cristã.

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600 páginas 600 páginas 312 páginas

“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner "Su visión de la historia de


sobre a política dos Papas no século XX, uma obra la Iglesia no sólo no es
surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de reverencial, sino que, por
comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de usar una expresión
João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a familiar, ‘no deja títere con
força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda cabeza’. Su sarcasmo y su
julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, mordaz ironía serían
exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns gratuitos si no fuese porque
exercícios de memória a este respeito são essenciais para van de la mano del dato
a compreensão do surgimento de algumas elocuente y del argumento
monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras racional. La chispa de su
tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no estilo se nutre, por lo
País Basco”. demás, de la mejor
Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. tradición volteriana."
“Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma Fernando Savater. El País,
ampla e sólida informação sobre esse período da história 20 de mayo de 1990
da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de
condescendência com regimes totalitários conservadores
até uma postura de necessária acomodação aos sistemas
democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda
Guerra Mundial”.

Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995.

Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar


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207
136 páginas 480 páginas 304 páginas
De una manera didáctica, “Se bem que o cristianismo "En temas candentes como
el profesor Karl Deschner esteja hoje à beira da los del control demográfico,
nos ofrece una visión crítica bancarrota espiritual, el uso de anticonceptivos,
de la doctrina de la Iglesia segue impregnando ainda la ordenación sacerdotal de
católica y de sus trasfondos decisivamente nossa moral las mujeres y el celibato de
históricos. Desde la misma sexual, e as limitações los sacerdotes, la iglesia
existencia de Jesús, hasta formais de nossa vida sigue anclada en el pasado
la polémica transmisión de erótica continuam sendo y bloqueada en su rigidez
los Evangelios, la basicamente as mesmas dogmática. ¿Por qué esa
instauración y significación que nos séculos XV ou V, na obstinación que atenta
de los sacramentos o la época de Lutero ou de contra la dignidad y la
supuesta infalibilidad del Santo Agostinho. E isso nos libertad de millones de
Papa. afeta a todos no mundo personas? El Anticatecismo
Todos estos asuntos son ocidental, inclusive aos não ayuda eficazmente a hallar
estudiados, puestos en cristãos ou aos anticristãos. respuesta a esa pregunta.
duda y expuestas las Pois o que alguns pastores Confluyen en esta obra dos
conclusiones en una obra nômadas de cabras personalidades de vocación
de rigor que, traducida a pensaram há dois mil e ilustradora y del máximo
numerosos idiomas, ha quinhentos anos, continua relieve en lo que, desde
venido a cuestionar los determinando os códigos Voltaire, casi constituye un
orígenes, métodos y oficiais desde a Europa até Género literario propio: la
razones de una de las a América; subsiste uma crítica de la iglesia y de
instituciones más conexão tangível entre as todo dogmatismo
poderosas del mundo: la ideas sobre a sexualidade obsesivamente
Iglesia católica. dos profetas <salvífico>.
veterotestamentarios ou de
Paulo e os processos penais
por conduta desonesta em
Roma, Paris ou Nova York.”
Karlheinz Deschner.

208
1 – (365 pg) Los 2 - (294 pg) La época 3 - (297 pg) De la
orígenes, desde el patrística y la querella de Oriente hasta
paleocristianismo hasta consolidación del el final del periodo
el final de la era primado de Roma justiniano
constantiniana

4 - (263 pg) La Iglesia 5 - (250 pg) La Iglesia 6 - (263 pg) Alta Edad
antigua: Falsificaciones y antigua: Lucha contra los Media: El siglo de los
engaños paganos y ocupaciones merovingios
del poder

209
7 - (201 pg) Alta Edad 8 - (282 pg) Siglo IX: 9 - (282 pg) Siglo X:
Media: El auge de la Desde Luis el Piadoso Desde las invasiones
dinastía carolingia hasta las primeras luchas normandas hasta la
contra los sarracenos muerte de Otón III
Sua obra mais ambiciosa, a “História
Criminal do Cristianismo”, projetada em
princípio a dez volumes, dos quais se
publicaram nove até o presente e não se
descarta que se amplie o projeto. Trata-
se da mais rigorosa e implacável
exposição jamais escrita contra as formas
empregadas pelos cristãos, ao largo dos
séculos, para a conquista e conservação
do poder.
Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado
de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação,
mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de
silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando
as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha
(Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).

210
414 páginas 639 páginas
LA BIBLIA DESENTERRADA EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA
HISTORIA DE PIO XII
Israel Finkelstein es un arqueólogo y
académico israelita, director del ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento
instituto de arqueología de la del pueblo judío? ¿Tuvo alguna
Universidad de Tel Aviv y co- responsabilidad en el ascenso del
responsable de las excavaciones en nazismo? ¿Cómo explicar que firmara
Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 un Concordato con Hitler?
años de historia) al norte de Israel. Se Preguntas como éstas comenzaron a
le debe igualmente importantes formularse al finalizar la Segunda
contribuciones a los recientes datos Guerra Mundial, tiñendo con la
arqueológicos sobre los primeros sospecha al Sumo Pontífice. A fin de
israelitas en tierra de Palestina responder a estos interrogantes, y con
(excavaciones de 1990) utilizando un el deseo de limpiar la imagen de
método que utiliza la estadística ( Eugenio Pacelli, el historiador católico
exploración de toda la superficie a gran John Cornwell decidió investigar a
escala de la cual se extraen todas las fondo su figura.
signos de vida, luego se data y se
cartografía por fecha) que permitió el
descubrimiento de la sedentarización de El profesor Cornwell plantea unas
los primeros israelitas sobre las altas acusaciones acerca del papel de la
tierras de Cisjordania. Iglesia en los acontecimientos más
terribles del siglo, incluso de la historia
humana, extremadamente difíciles de
Es un libro que es necesario conocer. refutar.

211
513 páginas 326 páginas 480 páginas

En esta obra se describe Santos e pecadores: Jesús de Nazaret, su


a algunos de los hombres história dos papas é um posible descendencia y el
que ocuparon el cargo de
livro que em nenhum papel de sus discípulos
papa. Entre los papas
hubo un gran número de momento soa están de plena
hombres casados, pretensioso. O subtítulo é actualidad. Llega así la
algunos de los cuales explicado pelo autor no publicación de El puzzle
renunciaron a sus prefácio, que afirma não de Jesús, que aporta un
esposas e hijos a cambio ter tido a intenção de punto de vista diferente y
del cargo papal. Muchos soar absoluto. Não é a polémico sobre su figura.
eran hijos de sacerdotes,
história dos papas, mas Earl Doherty, el autor, es
obispos y papas. Algunos
eran bastardos, uno era sim, uma de suas un estudioso que se ha
viudo, otro un ex esclavo, histórias. Vale dizer que o dedicado durante
varios eran asesinos, livro originou-se de uma décadas a investigar los
otros incrédulos, algunos série para a televisão, testimonios acerca de la
eran ermitaños, algunos mas em nenhum vida de Jesús,
herejes, sadistas y momento soa incompleto profundizando hasta las
sodomitas; muchos se
ou deixa lacunas. últimas consecuencias...
convirtieron en papas
comprando el papado que a mucha gente le
(simonía), y continuaron gustaría no tener que
durante sus días leer. Kevin Quinter es un
vendiendo objetos escritor de ficción
sagrados para forrarse histórica al que proponen
con el dinero, al menos
escribir un bestseller
uno era adorador de
Satanás, algunos fueron sobre la vida de Jesús de
padres de hijos Nazaret.
ilegítimos, algunos eran
fornicarios y adúlteros en
gran escala...

212
576 páginas 380 páginas 38 páginas

First published in 1976, La Biblia con fuentes An Atheist Classic! This


Paul Johnson's reveladas (2003) es un masterpiece, by the
exceptional study of libro del erudito bíblico brilliant atheist Marshall
Christianity has been Richard Elliott Friedman Gauvin is full of direct
loved and widely hailed que se ocupa del proceso 'counter-dictions',
for its intensive research, por el cual los cinco libros historical evidence and
writing, and magnitude. de la Torá (Pentateuco) testimony that, not only
In a highly readable llegaron a ser escritos. casts doubt, but shatters
companion to books on Friedman sigue las cuatro the myth that there was,
faith and history, the fuentes del modelo de la indeed, a 'Jesus Christ',
scholar and author hipótesis documentaria as Christians assert.
Johnson has illuminated pero se diferencia
the Christian world and significativamente del
its fascinating history in a modelo S de Julius
way that no other has. Wellhausen en varios
aspectos.

213
391 páginas

PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA Robert Ambelain, aunque defensor de


la historicidad de un Jesús de carne y
En este libro, los abusos sexuales a hueso, amplia en estas líneas la
menores, cometidos por el clero o por descripción que hace en anteriores
cualquier otro, son tratados como entregas de esta trilogía ( Jesús o El
"delitos", no como "pecados", ya que en Secreto Mortal de los Templarios y Los
todos los ordenamientos jurídicos Secretos del Gólgota) de un Jesús para
democráticos del mundo se tipifican nada acorde con la descripción oficial
como un delito penal las conductas de la iglesia sino a uno rebelde: un
sexuales con menores a las que nos zelote con aspiraciones a monarca que
vamos a referir. Y comete también un fue mitificado e inventado, tal y como
delito todo aquel que, de forma se conoce actualmente, por Paulo,
consciente y activa, encubre u ordena quién, según Ambelain, desconocía las
encubrir esos comportamientos leyes judaicas y dicha religión, y quien
deplorables. además usó todos los arquetipos de las
Usar como objeto sexual a un menor, ya religiones que sí conocía y en las que
sea mediante la violencia, el engaño, la alguna vez creyó (las griegas, romanas
astucia o la seducción, supone, ante y persas) arropándose en los
todo y por encima de cualquier otra conocimientos sobre judaísmo de
opinión, un delito. Y si bien es cierto personas como Filón para crear a ese
que, además, el hecho puede verse personaje. Este extrajo de cada religión
como un "pecado" -según el término aquello que atraería a las masas para
católico-, jamás puede ser lícito, ni así poder centralizar su nueva religión
honesto, ni admisible abordarlo sólo en sí mismo como cabeza visible de una
como un "pecado" al tiempo que se jerarquía eclesiástica totalmente nueva
ignora conscientemente su naturaleza que no hacía frente directo al imperio
básica de delito, tal como hace la Iglesia pero si a quienes oprimían al pueblo
católica, tanto desde el ordenamiento valiéndose de la posición que les había
jurídico interno que le es propio, como concedido dicho imperio (el consejo
desde la praxis cotidiana de sus judío).
prelados.

214
A Bíblia Desenterrada – Documentário (Espanhol)
OS PATRIARCAS – 1 OS REIS – 2

O ÊXODO – 3 O LIVRO - 4

A Bíblia Desenterrada – Documentário (Inglês)


The Patriarchs – 1 The Exodus – 2

The Kings – 3 The book – 4

215
Referências e Fontes:

Este sinal (>>>) é o Link direto para fonte online ou em outro idioma.

http://ateismoparacristianos.blogspot.com/
http://www.ateoyagnostico.com/
Bíblia Sagrada
About the Holy Bible by Robert Green Ingersoll (1894)
http://www.joaodefreitas.com.br/religiao.htm
http://pt.wikipedia.org
www.ceticismo.net

216
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