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BELEM/PA
2013
MÁRCIA REGINA BATISTA DE SOUZA
SARAH JORDANA PANTOJA DA COSTA
BELÉM/PA
2013
Márcia Regina Batista de Souza
Sarah Jordana Pantoja da Costa
____________________________________- Orientadora.
IMENTOS
Primeiramente a Deus que nos deu coragem e força para ultrapassar todas as
Aos nossos pais, que contribuíram para nossa formação e que pudéssemos
Aos nossos esposos, Newton Viana e Breno Feio, e filhos, Yasmin Viana e Yan
trabalhos sempre tiveram apoiaram para que seguíssemos em frente. Muito obrigada
Michelly Oliveira, Rosana Ribeiro, Tálita do Vale e Thaís Azevedo. (Sarah Costa)
especial Nazaré Veríssimo, que em suas ações me inspiravam a cada dia, por ser uma
período.
RESUMO
A esterilização é o método de anticoncepção mais utilizado no Brasil. Este fato pode ser
explicado através da falta de informação adequada aos demais métodos contraceptivos e
o difícil acesso nas unidades básicas de saúde ao Programa de Planejamento Familiar,
fazendo que muitas mulheres optem pelo método definitivo realizado na Fundação
Santa Casa de Misericórdia do Pará. Deste modo à elaboração de um perfil
socioeconômico e cultural das usuárias do Programa de Planejamento Familiar,
pretendeu conhecer a situação nas variáveis socioeconômicas e culturais do momento da
decisão. O estudo foi de modo exploratório com abordagem qualitativa e quantitativa,
realizado com 80 usuárias submetidas à laqueadura tubária nos anos de 2008 a 2012.
Constatou-se com esse perfil que as mulheres investigadas eram em sua maioria da
capital e as demais oriundas das meso regiões do Estado, encontravam-se em idade
reprodutiva, viviam em união estável, possuíam até dois filhos, o nível de escolaridade
era de ensino mediano e tinham como principal ocupação os cuidados domésticos e da
família. Deste modo, é possível afirmar que a usuária que realizou a cirurgia
esterilizatória, neste período teve como principal motivação os problemas de saúde,
especificamente a gravidez de alto risco e por medo de complicações com futuras
gestações, optavam pela laqueadura tubária. É muito importante que a mulher seja
acompanhada pela equipe multidisciplinar, para que essa decisão seja tomada de
maneira consciente e seguida de informação, pois é uma cirurgia de difícil reversão e
que podem oferecer efeitos colaterais, insatisfações e arrependimentos futuros.
Palavras-chave: Planejamento Familiar, esterilização, usuárias, perfil.
ABSTRACT
The sterilization is the method most commonly used for contraception in Brazil. This
factor can be explained by the lack of adequate information to other contraceptive
methods and difficult to access basic health units in the Family Planning Program,
making many women opt for the definitive method conducted at Santa Casa de
Misericordia Para Thus the development of a socioeconomic profile of the users of the
Family Planning Program, intended to meet the situation in the socioeconomic and
cultural at the time of the decision. The s tudy was exploratory qualitative approach,
performed with 80 users tubal ligation in the years 2008-2012. It was found that the
profile of the women surveyed had reproductive age, had stable, had up to two children,
education level of high school and primary occupation were home care and family. Thus
it can be seen that the woman who held Planned Parenthood this period had the main
motivation for the decision by health problems, specifically high-risk pregnancy and
fear of complications with future pregnancies, did not intend to put their lives at risk. It
is very important that the woman be accompanied by the multidisciplinary team, so that
decisions can be taken consciously and then information because surgery is difficult to
reverse and can offer side effects and dissatisfactions and future regrets.
LISTA DE SIGLAS..................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS................................................................................................XIX
LISTA DE GRÁFICO.................................................................................................X
INTRODUÇÃO..............................................................................................................10
CAPÍTULO I.................................................................................................................14
CAPÍTULO II....................................................................................................................18
CAPÍTULO III...........................................................................................................39
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................57
LISTA DE SIGLAS
MS – Ministério da Saúde
Neste trabalho será abordado apenas um método oferecido para as mulheres que
buscam o serviço: laqueadura tubária. Este procedimento da laqueadura ou ligadura de
tubas uterinas (trompas de falópio) consiste no método de esterilização feminina
caracterizado pelo corte e/ou ligamento cirúrgico das tubas uterinas, que fazem o
caminho dos ovários até o útero. Assim, as tubas uterinas impedem a passagem do
óvulo e os espermatozoides não o encontram, não havendo fecundação, ou seja,
impossibilitando a gravidez da mulher. A Portaria 144 do Ministério da Saúde,
posteriormente a Portaria n° 048 que inclui a laqueadura tubária e vasectomia no grupo
de procedimentos cirúrgicos do Sistema Único de Saúde, permite que a esterilização
ocorra após prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade do casal e a
realização da cirurgia.
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
Os argumentos mais comuns, neste caso, giram em torno das mudanças nos
padrões de comportamento, desde o aumento de novos tipos de uniões entre
os sexos, declínio da fecundidade, aumento das mães solteiras e de
separações e divórcios, novos padrões de sociabilidade e relações de gênero,
até a participação de mulheres, crianças e adolescentes no mercado de
trabalho formal e informal.
Estevão (2005, p.29), ainda discorre que é neste período que surgem as ideias
“desenvolvimentistas”, isto é as que visam tirar os países da América Latina do atraso,
trazê-los para a modernidade capitalista, fazer um esforço conjunto povo-governo para
promover o progresso.
Sob o argumento de que a pobreza é um entrave e uma ameaça tanto para essas
populações (pobres) como para áreas mais prósperas; de que “na atual luta ideológica os
povos famintos tem mais receptividade para a propaganda comunista internacional do
que as nações prósperas”; de que “o esforço de ajudar os povos a alcançarem um nível
de vida mais sadio e mais economicamente produtivo eliminaria os focos de comunismo
em potencial”; de que “a melhoria das condições sociais e econômicas em qualquer
parte do mundo livre redundaria em benefício dos EUA” este país se proclama líder do
mundo pela boca do seu Presidente: “creio que devemos oferecer aos países amigos da
paz, afirmava Truman em seu discurso de posse, os benefícios do nosso cabedal de
conhecimentos técnicos e ajuda-los a realizar suas aspirações por uma vid. melhor”.
(AMMANN, 2003, p.30)
A partir da década de 1960 o discurso antinatalista ganha vigor e as taxas de
natalidade apresentam quedas significativas. Rodrigues (1990); Berquó (1993); Alves
(2004) mostram os motivos que levaram a queda da taxa de natalidade de forma
multifacetada. Em síntese, pode-se atribui-la à evolução dos quadros econômico e social
despertada pelo acelerado processo de concentração industrial e urbana;
consequentemente aumento do custo de vida, aliados à ascensão dos níveis
educacionais, à inserção da mulher no mercado de trabalho e à facilidade de acesso a
métodos contraceptivos, todos esses fatores decisivos na transição demográfica.
(MACAUBAS, 2011, p.77)
Tratando da problemática do controle da natalidade no Brasil, é importante
salientar os aspectos sócio-econômico-culturais da fecundidade. A fecundidade parece a
variável privilegiada para uma política demográfica. Em vista de baixar a fecundidade,
muitos autores procuram avaliar as relações existentes entre o nível da fecundidade de
um lado e o nível sócio-econômico-cultural de outro. (NASCIMENTO, p.98)
Pressões americanas forçaram a entrada de entidades internacionais no Brasil,
que tinham como principal objetivo controlar o crescimento populacional dos países
pobres. Assim, os anticoncepcionais entram no mercado e as mulheres, uma vez
conseguindo dissociar sexualidade de procriação, aderem principalmente à contracepção
hormonal, mas, sem assistência adequada, comprometem a sua saúde e tornam-se cada
vez mais dependentes do sistema médico. (ALVES, p.01)
Para a autora, o objetivo destas ações, longe de ter um caráter qualitativo, era
apenas a obtenção de um resultado quantitativo, privilegiando metas que,
provavelmente, eram necessárias para atingir resultados numéricos pré- estabelecidos
pelas agências financiadoras.
Nesse período, como afirma Serruya (1993), a pílula era ao mesmo tempo a
salvadora e a vilã das mulheres, surge então à ligação de trompas. Definitiva, realizada
com precisão cirúrgica unicamente por médicos, a laqueadura tubária era o método
ideal. Tinha como desvantagem inicial era o seu custo, que rapidamente diminuiu graças
às ações das entidades controlistas.
Foi criada em 1967 uma Comissão Parlamentar para investigar denúncias da
existência de “esterilizações maciças” de mulheres brasileiras, porém não chegaram a
nenhuma conclusão. (ALVES, p.01) Na ausência de políticas públicas de saúde,
farmácias e instituições privadas se encarregaram de oferecer métodos contraceptivos
para a população.
Berquó (1999) ressalta que surgiram discussões sobre a possibilidade de o
sistema das Nações Unidas tornarem-se um referencial essencial para ações nacionais e
supranacionais. Assim, os estudos sobre população deveriam ser estendidos além dos
tópicos tradicionais da demografia, da medicina e da biologia. Esta posição, a nosso ver,
foi o sinal decisivo para a ideia da criação, no âmbito das Nações Unidas, do United
Nations Fund for Population Assistance (UNFPA), o que se concretizou em 1969. Vale
salientar que em quatro anos os recursos do Fundo mais que quadruplicaram.
As pesquisas sobre direitos reprodutivos surgem no cenário acadêmico embalado
pela crítica feminista dos anos 70, fundada na constatação das diferenças, visíveis na
perspectiva comparativa, levando em conta as determinações culturais dos sexos,
matéria central da noção de gênero. O movimento feminista vislumbrou as relações de
poder concebidas no convívio “entre homens e mulheres, na família, na cama, além da
esfera pública em geral”(SANTOS apud ARRUDA,2000,p.113).
Como afirma Costa (2004), o movimento feminista clamava pela autonomia das
mulheres no que diz respeito à saúde reprodutiva, porém sem identificação com as
argumentações de controle da população. Esta percepção de desigualdades pelos
decorrentes das relações de gênero só foi possível pela análise do pensamento feminista,
o qual transpareceu a existência das relações de dominação, que não se limitavam à
atuação do Estado:
As modificações essenciais ocorreram no plano das práticas, que, por sua vez,
repercutiram no plano dos valores e paulatinamente foram mudando as representações
de família na sociedade brasileira. A esse respeito ela assinala três grandes
transformações. Primeiro, ocorreu à separação da sexualidade e da reprodução: o
número de filhos começa a ser previsto ou planejado. Segundo, a reprodução dissociou-
se do casamento: não há mais filhos ilegítimos. E, finalmente, a sexualidade dissociou-
se do casamento: reconheceu-se o direito às uniões consensuais. Estas transformações
marcaram de tal forma a sociedade brasileira, que a lei brasileira teve que adaptar e
assimilar uma série de mudanças. (FUKUI apud NASCIMENTO, p.12).
O texto constitucional de 1988 reconheceu o Planejamento Familiar como um
direito de todo cidadão, cabendo ao Estado oferecer informações e todos os meios
necessários para o exercício desse direito, o qual não deve ser vinculado a políticas de
controle demográfico, sendo proibida a manipulação de qualquer medida coercitiva para
determinar o Planejamento Familiar ou o número de filhos. Com isso, ficando
claramente explicita a liberdade de decisão do casal e a responsabilidade do Estado em
prover recursos educacionais e científicos para o exercício deste direito. No entanto, o
estabelecido na Constituição não se concretizou de imediato, sendo necessários ainda
outros debates, bem como normatizado seus procedimentos.
Na década de 1990, as feministas brasileiras começam a participar mais
ativamente dos fóruns políticos internacionais, a partir do ciclo de Conferências
Mundiais das Nações Unidas, que se iniciou em 1992 com a Conferência do Rio de
Janeiro sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (ECO-92). Uma rede feminista das
ONGs de mulheres foi organizada para introduzir a questão de gênero nas discussões
preparatórias da ECO-92. Um número crescente de organizações de mulheres trabalhou
na preparação da Conferência de Viena sobre Direitos Humanos. Em 1994, os
preparativos da Conferência do Cairo sobre Desenvolvimento e População articularam
um grande número de mulheres por meio da Rede Nacional Feminista de Saúde e
Direitos Reprodutivos. Mas, a participação em cada um destes processos preparatórios
ficou muito restrita a setores especialistas do movimento. (idem, ibdem)
A CIPID (1994), beneficiando-se da Conferência de Direitos Humanos de Viena
(1993), reafirmou a aplicação dos direitos humanos a todos os aspectos das questões
populacionais. Embora não explicitasse metas demográficas, como a conferência
predecessora, o neomalthusianismo esteve presente em seus preâmbulos, ressurgindo ao
longo do Plano de Ação. Assim, após chamar a atenção para o tamanho da população
mundial e seu incremento absoluto, enfatizou que esta situação continuaria até 2015 e
que no curso dos seis anos restantes da década as nações fariam opções, mediante sua
ação ou inércia, quanto a seus futuros demográficos. (idem, 1999)
Soares (1994), afirma que no ano de 1994, o início dos preparativos para a IV
Conferência Mundial das Mulheres, realizada em 1995, proporcionou excelente
oportunidade para o fortalecimento dos movimentos feminista e de mulheres. Inúmeros
grupos feministas e centenas de grupos de mulheres construíram uma diversa e
complexa rede de cooperação para a preparação da Conferência, de proporções
realmente nacionais. Estavam incluídas as organizações de mulheres negras,
movimentos de mulheres urbanos e rurais, grupos das periferias das cidades,
trabalhadoras das centrais sindicais, organizações de lésbicas, sindicatos de empregadas
domésticas, feministas acadêmicas, associações de prostitutas, entre outras.
A mesma autora afirma que se impulsionou um grande debate público sobre a
desigualdade das mulheres. Com o objetivo de fortalecer e unificar o movimento de
mulheres independente das diferenças ideológicas e políticas foi organizado uma
coordenação: a Articulação de Mulheres Brasileiras para Beijing-95. Esse processo
gerou uma agenda genuína do movimento de mulheres no Brasil, centrada nas
necessidades das mulheres de todas as classes e grupos étnico-raciais. Os anos 90
demonstram que o feminismo multiplicou os espaços e lugares em que atua e,
consequentemente, onde circula o discurso feminista. O movimento das mulheres
levanta a bandeira da autonomia, da pluralidade constituindo em sua pauta as
reivindicações das mulheres pobres, trabalhadoras, negras, lésbicas, sindicalistas,
ativistas católicas progressistas e de outros setores do movimento de mulheres
incorporando elementos centrais do ideário e do imaginário feministas, reelaborados de
acordo com suas posições, preferências ideológicas e identidades particulares. Assim,
muitos feminismos são construídos. As mulheres dos movimentos pertencem a grupos e
classes sociais muito diversos, a raças e etnias diferentes, com sexualidades e trajetórias
políticas distintas. (ALVAREZ, 1988 apud SOARES, 1994, p. 14) usa o termo mosaico
de diversidade. Quando descreve os movimentos presentes no processo da IV
Conferência Mundial da Mulher, em 1995.
Os anos 90, conforme coloca-nos Soares (1994), também se caracterizaram pela
introdução de novas temáticas: as ações afirmativas, as cotas mínimas de mulheres nas
direções dos sindicatos, partidos políticos e, mais recentemente, nas listas de
candidaturas aos cargos legislativos, como medidas para superar a quase ausência das
mulheres nesses ambientes. Recentemente, a luta pelo direito das mulheres ao aborto
tem sido alvo de muitos debates e reportagens na grande imprensa. Esse é um velho
tema das feministas, mas no Brasil só após a democratização tem envolvido em maior
número as mulheres. (SOARES, 1994, p.15)
Segundo Pereira* no Estado do Pará a luta dos movimentos feministas do campo
e da cidade, pela saúde da mulher ganhou força com a Conferência de Beijim, sendo
realizado diversos eventos com o intuito de mobilizar as mulheres e os seguimentos
governamentais para o cumprimento das metas de Beijjim.Assim:
CAPÍTULO III
3- A política Pública sobre Planejamento Familiar.
3.1- O Programa de Planejamento Familiar: Balizas Legais.
“... deve ser assegurado às mulheres o poder de decisão sobre suas vidas e
corpos, assim como as condições de influenciar os acontecimentos em sua
comunidade e país, e de romper com o legado histórico, com os ciclos e
espaços de dependência, exploração e subordinação que constrangem suas
vidas no plano pessoal, econômico, político e social” (BRASIL/SPM.
2004.p.33).
Com relação a Tabela 2, Esses dados revelam que 56% das usuárias, possuem
até dois filhos e apenas 1% tem entre 9 a 10 filhos. Considera-se que a maioria das
mulheres que optaram pela laqueadura tubária foi mais frequente em mulheres com o
menor número de filhos, pode-se acreditar que estas mulheres teriam vivenciado a
experiência de uma gravidez não planejada e pra que não ocorresse este fato, decidiram
eliminar as possibilidades de novas gestações.
Escolaridade Usuárias %
Fundamental completo 34 42,5
Médio completo 41 51,3
Superior completo 1 1,3
Não informado 4 5,0
Total 80 100,0
Fonte: FSCMPA – Serviço de Planejamento Familiar
1% 5%
Sobre o rendimento mensal familiar, a Tabela 4, demostra que 58% das usuárias
declararam que a renda familiar chega até 1,5 salários mínimos, outras 26% tinham
renda de 1,5 a 2,5 salários mínimos, 14% com salários de até 2,5 a 3,5 salários mínimos
e apenas 2% apresentou renda familiar de até 4,5 salários mínimos.
Pode- se concluir que a determinante não é a situação de pobreza e miséria, pois
todas possuem renda familiar, sendo que a maioria das usuárias vive em média com um
salário e meio. Sendo assim, pode se dizer hipoteticamente que as causas que levaram
essas mulheres a esterilização cirúrgica, seja a questão da liberdade, sexualidade dentro
outros fatores, como por exemplo, emancipação profissional e financeira, porque se
observa em nossa sociedade muitas dificuldades em encontrar creches e escolas
qualificadas da rede pública, logo há necessidade de manter os filhos em instituições
privadas onde os custos materiais são bastante levados.
Ocupação Usuárias %
Do Lar 39 49
Desempregada 8 10
Autônoma 14 18
Empregada 14 17
Não informado 5 6
Total 80 100
Fonte: FSCMPA – Serviço de Planejamento Familiar
Município de Usuária %
origem s
Belém 62 77
Bragança 5 6
Parauapebas 1 1
Barcarena 1 1
Abaetetuba 1 1
Ananindeua 1 1
Igarapé Mirim 1 1
Ourém 1 1
Cachoeira do Arari 1 1
Monte alegre 1 1
Castanhal 1 1
Turiaçu (Ma) 1 1
Não informado 3 5
Total 80 100
Fonte: FSCMPA – Serviço de Planejamento Familiar
Foi possível observar que neste período (2008 a 2012), houve uma maior demanda
de mulheres naturais de Belém, que buscaram a intervenção cirúrgica. Isso se deve em
grande parte na concentração do serviço na capital paraense, pois somente a Fundação
Santa Casa de Misericórdia do Pará, é hospital credenciado para a realização do
procedimento pelo SUS no estado, o que dificulta também o acesso da população do
interior, principalmente as oriundas dos municípios mais distantes. E imprescindível a
constatação de que as usuárias oriundas das meso regiões do Estado, não
conheciam/sabiam sobre o TFD, que é o repasse pela prefeitura do seu município das
passagens e ajuda de custo (diárias), quando o tratamento não é inviabilizado no
município de origem. Esse fato pode dificultar a vinda dessas usuárias até a capital para
fazer a cirurgia esterilizatória. Em abordagens com as mesmas a Assistente Social
identificou estas situações e encaminhou-as para suas respectivas secretarias de saúde
para obter o beneficio e assim subsidiar a sua inserção no Programa de Planejamento
Familiar. E também, pode-se sugerir que as usuárias do planejamento familiar do
interior do estado não busquem tanto o serviço de planejamento familiar como a usuária
da Capital, até mesmo por questão de cultura.
Na análise de Serruya (1996, p.16) a mulher na cidade recebe mais pressões do
modelo familiar pequeno, enfrenta maiores dificuldades em relação à moradia e à
educação, está mais engajada no trabalho não doméstico. Além disso, em geral, as
entidades controlistas atuam mais nas áreas urbanas que nas rurais. Esse fato pode
contribuir para a dada analise da maioria das mulheres esterilizadas serem da capital do
Estado e não do interior.
De acordo com a Tabela 7, que caracteriza o tipo de moradia das usuárias, 54%
dessas mulheres possuíam casa própria, 10% residiam em casa alugada, 31% viviam em
casa cedida, 4% moravam em casa agregadas com parentes e 1% não informaram seu
tipo de moradia. Estabelecendo uma análise das mulheres pesquisadas, em maior
percentual viviam em casas próprias, com um grupo familiar de até 4 pessoas, notou-se
que com o reduzido espaço há uma dificuldade de promover um conforto para os filhos
que já possuíam, além disso ficava difícil a manutenção de grupo familiar extenso.
Fazer analise
39%
Usuárias
35 31
30 26
25 19
20
15
10 4
5
0
Problemas de Satisfação com Situação Não informado
saúde a prole financeira
O alto índice de problemas de saúde entre as mulheres, que era apresentado nos
questionários variavam quanto as situações de intercorrências para gestação da mulher,
o ciclo estabelecido por gestações repetidas sem o devido intervalo interpartal, cesárias
sucessivas chegando ao número de três, além de questões médicas propriamente ditas.
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