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Ouviram uma voz no mar Cordel autoral para o curso de Literatura-primeiros

passos
Não era canto da sereia
Atividade complementar- vamos escrever um cordel
Pois ela já estava na areia
Aluna: Andressa Cardoso Monteles
Era o soluço de amar
A voz estava a reclamar
O sol brilhante sorriu
O mar inquieto se abriu
Entre ondas e olhares apareceu
Cadê a deusa que esta terra descobriu?

Usava roupas de marinheiro


Andou por muitos mundos
Mergulhou em continentes profundos
Mas por ela desmanchou-se inteiro
Ela vai lembrar de um amor forasteiro
Por muitas vidas passei
Mas dela nunca esquecerei
A energia arretada e a mente calma
Aqui está a poesia da alma
Voltar para ilha sempre desejei

Agora é diferente sinto-me completo


Não sou mais um espírito vagando no infinito
Obrigado maresia por ouvir meu grito
Não cabe mais em mim ser discreto
A ilha do amor me inspira a ser liberto
Na terra das palmeiras o meu amor existe
Lá não tem tempo para ser triste
Venha vamos ser poesia antes que o ribeirão
Em um ato de saudade encontre o Pantaleão
Eu sou o amor que resiste
Ou/vi/ram/ uma/ voz/ no/ mar Ouviram uma voz no mar -A
Não/ era/ can/ to/ da/ se/reia Não era canto da sereia -B
Pois/ ela/ já/ esta/va/ na/ areia Pois ela já estava na areia -B
Era/ o/ so/luço/ de/ a/mar Era o soluço de amar -A
A/ voz/ esta/va/ a/ re/clamar A voz estava a reclamar -A
O/ sol/ bri/lhan/te/ so/rriu O sol brilhante sorriu -C
O/ mar/ in/quieto/ se/ a/briu O mar inquieto se abriu - C
Entre/ ondas /e/ olhar/es/ apare/ceu Entre ondas e olhares apareceu –D
Pro/cu/rando /o/ que/ per/deu Procurando o que perdeu - D
-Cadê /adeusa/ que/ esta/ terra/ des/cobriu? Cadê a deusa que esta terra descobriu? -C

/U/sava/ rou/pas /de/ mari/nheiro


Usava roupas de marinheiro - A
/An/dou/ por/ mui/tos /mun/dos
Andou por muitos mundos - B
/Mergu/lhou/ em/ conti/nentes pro/fundos
Mergulhou em continentes profundos -B
/Mas/ por/ ela/ desman/chou-se /in/teiro
Mas por ela desmanchou-se inteiro -A
/-Elavai/ lem/brar/ deum/ amor/ foras/teiro?
Ela vai lembrar de um amor forasteiro -A
/-Por/ mui/tas vi/das pa/ssei
Por muitas vidas passei - C
/-Mas/ dela/ nun/ca es/que/cerei
Mas dela nunca esquecerei -C
/Aenergia/arre/tada /ea/ men/te/ calma/
A energia arretada e a mente calma -D
/Aqui/ está/ a/poe/sia/ da/ alma
Aqui está a poesia da alma - D
/Vol/tarpara/ ailha/sem/pre dese/jei
Voltar para ilha sempre desejei - C

/Agora/ édife/rente/ sinto/-me/ com/pleto Agora é diferente sinto-me completo -A


/Nãosou/ maisum/ espí/rito/va/gando /noinfinito Não sou mais um espírito vagando no infinito - B
/Obrigado/ mare/sia/porou/vir /omeu/ grito Obrigado maresia por ouvir meu grito- B
/Não/cabemais/em/ mim/ ser/ dis/creto Não cabe mais em mim ser discreto -A
/Ailha/ doamor/ me/ inspira/ aser/ li/berto A ilha do amor me inspira a ser liberto -A
/Naterra/das/palm/eiras/ omeu/ amor/ existe Na terra das palmeiras o meu amor existe -C
/Lá/não/tem/tem/po/paraser/ triste/ Lá não tem tempo para ser triste -C
Venha vamos ser poesia antes que o ribeirão - D
/Ve/nha/ vamos/ serpoesia/ antes/que/ oribeirão
Em um ato de saudade encontre o Pantaleão -D
/Em/um /atode/ saudade/ encontre/o/Pantaleão/
Eu sou o amor que resiste. -C
-/Eu/ sou/ o/ amor/ que/ res/iste.

Nota da Autora:

Ouviram uma voz no mar


Não era canto da sereia
Pois ela já estava na areia
(Sereias representam aqui todos os seres humanos que estão no mundo para se
encantarem com a arte das palavras através da escrita/leitura)
Era o soluço de amar
A voz estava a reclamar
(Não era uma canção bonita, era um grito que estava preso precisando de
inspiração para ser livre.)
O sol brilhante sorriu
O mar inquieto se abriu
Entre ondas e olhares apareceu
Cadê a deusa que esta terra descobriu?
(A redescoberta da fonte de inspiração para encontrar sua poesia, a deusa em
questão é o amor da maresia/ poesia e todos os encantos da ilha maravilhosa)

Usava roupas de marinheiro


(Metáfora para simbolizar o efeito de que veio do mar para aMAR)

Andou por muitos mundos


Mergulhou em continentes profundos
Mas por ela desmanchou-se inteiro
Ela vai lembrar de um amor forasteiro
(Nenhum lugar tem o sentimento que essa cidade transmite para o “eu lírico”. No
enredo o personagem percorreu por muitos lugares esperando um dia voltar para
sua terra amada, e aí voltar, como ela lembraria dele? Mas ele sabia que era esse o
destino final, estava no cheiro, no ar, na terra, no consciente, no inteligível.
Por muitas vidas passei
Mas dela nunca esquecerei
A energia arretada e a mente calma
Aqui está a poesia da alma
Voltar para ilha sempre desejei
(A mistura que é ser maranhense e nordestino vai além de qualquer escrita,
precisa viver para se saber a sensação de orgulho das suas raízes)

Agora é diferente sinto-me completo


Não sou mais um espírito vagando no infinito
Obrigado maresia por ouvir meu grito
Não cabe mais em mim ser discreto
A ilha do amor me inspira a ser liberto
Na terra das palmeiras o meu amor existe
Lá não tem tempo para ser triste
Venha vamos ser poesia antes que o ribeirão
Em um ato de saudade encontre o Pantaleão
(Ribeirão e Pantaleão faz referência a lenda da cobra encantada)

Escrever este cordel sobre um pouquinho da história do meu Maranhão, em especial da


capital ilha do amor (São Luís), foi uma sensação única, gratidão por prestar essa
singela homenagem. Foi uma oportunidade de expressar o quanto essa cidade inspira a
minha poesia, e o quanto o mar me conecta com a arte da escrita.
Somos todos poesia e maresia, precisamos encontrar nossa âncora e fixar raízes no que
nos faz bem.

Autora: Andressa Cardoso Monteles


Email: andressacard09@gmail.com

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