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Agrupamento de Escolas 150678

do Concelho de Vimioso
Direcção Regional de Educação do Norte
Equipe de Apoio às Escolas – Nordeste Terra Fria e Arribas
Escola EB 2,3 de Vimioso
345374

Agrupamento de Escolas do Concelho de Vimioso


2011/2012

TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA


LÍNGUA PORTUGUESA – 8º __________________ 2º TESTE
Nome: __________________________________ nº ____ Turma ____

Grupo I

Leia este excerto, retirado do livro “O gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, de Jorge Amado,
com muita atenção.

Continuação da Estação da Primavera


O Gato Malhado aspirou a plenos pulmões a Primavera recém-chegada. Sentia-se leve, gostaria de
dizer palavras sem compromisso, de andar à toa, até mesmo de conversa com alguém. Procurou mais
uma vez com os olhos pardos, mas não viu ninguém. Todos haviam fugido. Não, todos não. No ramo de
uma árvore a Andorinha Sinhá fitava o Gato Malhado e sorria-lhe. Somente ela não havia fugido. (...)
Em torno era Primavera, o sonho de um poeta. O Gato Malhado teve vontade de dizer algo
semelhante à Andorinha Sinhá. Sentou-se no chão, alisou os bigodes, apenas perguntou:
- Tu não fugiste com os outros?
- Eu? Fugir? Não tenho medo de ti, os outros são todos uns covardes... Tu não me podes alcançar,
não tens asas para voar, és um gatarrão ainda mais tolo do que feio. E olha lá que és feio...
- Feio, eu?
O Gato Malhado riu, riso espantoso de quem se havia desacostumado de rir, e desta vez até as
árvores mais corajosas, como o Pau-Brasil - um gigante - estremeceram. «Ela o insultou e ele a vai
matar», pensou o velho Cão Dinamarquês. (...)
A própria Andorinha Sinhá sentiu que exagerara e, por via das dúvidas, voou para um galho
mais alto onde ficou bicando as penas num gesto de extrema faceirice. O Gato Malhado continuava a rir,
apesar de se sentir um tanto ofendido. Não porque a Andorinha o houvesse tachado de mau e sim por
tê-lo chamado de feio, e ele se achava lindo, uma beleza de gato. Elegante também.
- Tu me achas feio? De verdade?
- Feiíssimo... - reafirmou lá de longe a Andorinha.
- Não acredito. Só uma criatura cega poderia me achar feio.
- Feio e convencido!
A conversa não continuou porque os pais da Andorinha Sinhá, o amor pela filha superando o medo,
chegaram voando, e a levaram consigo, pregando-lhe um sermão daqueles. (...)

A Estação do Verão
Curto foi o tempo do Verão para o Gato e a Andorinha. Encheram-no com passeios vagabundos,
com longas conversas à sombra das árvores, com sorrisos, com palavras murmuradas, com olhares
tímidos, porém expressivos, com alguns arrufos também...
Não sei se arrufos será a palavra precisa. Explicarei: por vezes a Andorinha encontrava o Gato
abatido, de bigodes murchos e olhos ainda mais pardos. A causa não variava: a Andorinha saíra com o
Rouxinol, com ele conversara ou tivera aula de canto (...).
Um dia - dia em que a aula de canto se prolongara além do tempo costumeiro -, quando os bigodes do
Gato estavam tão murchos que tocavam o solo, ela lhe pediu explicação daquela tristeza. O Gato Malhado
respondeu:
- Se eu não fosse um gato, te pediria para casares comigo...

JORGE AMADO, O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: Uma História de Amor

1
Assinala com X, como verdadeira (V) ou falsa (F), cada uma das afirmações, de acordo com
a obra O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado.
AFIRMAÇÕES V F

1. No Gato Malhado... conta-se o amor impossível entre um gato e uma ave,


inimigos por natureza.
2. O espaço físico da história é um jardim zoológico.

3. O primeiro encontro entre o Gato e a Andorinha aconteceu na estação do Verão.

4. Durante a Primavera, o Gato e a Andorinha passearam-se pelo parque.

5. Na estação do Verão, o Gato pediu a Andorinha subitamente em casamento.

6. Os protagonistas deste conto são três.

7. A Vaca Mocha tinha uma grande estima pelo Gato Malhado.

8. A Vaca Mocha falava espanhol e português.

9. O Gato Malhado e a Andorinha passeiam juntos enquanto as outras


personagens condenam o amor impossível.
10. A narração identifica-se porque os verbos estão no pretérito imperfeito.

Responda ao que lhe é pedido nas questões que se seguem, de acordo com as orientações que
lhe são dadas.

1. Explica o sentido da frase «Em torno era Primavera, o sonho de um poeta.» (linha 6).
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2- Explica por que razão o Verão foi curto para o Gato e a Andorinha
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2.1 Para que tempo nos remete?
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4-Classifica o narrador quanto à presença e à focalização, justificando a tua resposta.


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5- Já na Estacão de Inverno, no final do conto, podemos ler: “Não sei que jeito ela deu no voar que
conseguiu derrubar sobre ele uma pétala de rosa, das rosas vermelhas do seu buquê de noiva.”
5.1. Que mensagem pretendeu transmitir a Andorinha ao Gato com este gesto?
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5.2. Qual a simbologia da rosa vermelha?

2
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6- Qual a figura de estilo presente na seguinte frase:


“os bigodes do Gato estavam tão murchos que tocavam o solo”
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7- Qual o modo de apresentação da narrativa presente no primeiro parágrafo? Justifica indicando as


suas características.
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Texto B

Leia texto que se segue, retirado da revista PROTESTE

CHOCOLATE PRETO - INQUÉRITO À ÉTICA DAS MARCAS O LADO MENOS DOCE DO


CHOCOLATE

OS FABRICANTES UTILIZAM, E BEM, A MANTEIGA DE CACAU, MAS NEM TUDO É DOCE: OS


PRODUTORES RECORREM À MÃO-DE-OBRA INFANTIL E A MÊTODOS DE CULTURA
INTENSIVA.

Quem fala em chocolate fala também de cacau, semente que representa 30 a 50% das
exportações de países africanos como o Gana, a Costa do Marfim ou os Camarões. Da sua
produção dependem também quase 20 milhões de pessoas, sobretudo da África ocidental. Mais de
90% do seu cultivo faz-se em pequenas plantações, com menos de 5 hectares, das quais os
produtores locais dependem para sobreviver.
Os baixos preços pagos aos produtores e a contínua redução do preço de mercado desta
matéria-prima têm contribuído para a degradação das condições de trabalho e para o agravamento
das consequências ambientais do seu cultivo.
Crianças, biodiversidade e pesticidas
Segundo a organização Internacional do Trabalho (OIT), nas plantações, a exploração do
trabalho infantil, mão de obra barata, tem sido uma das consequências da instabilidade dos
preços do cacau. Existem mesmo relatos da prática de escravidão infantil nos principais países
produtores.
A cultura do cacaueiro faz-se tradicionalmente em pequenas plantações, à sombra das
florestas tropicais. É, por isso, uma exploração que preserva o habitat de espécies animais em
risco de extinção, favorecendo a biodiversidade, e que requer poucos pesticidas. Contudo, nas
últimas décadas, tem-se assistido ao aumento da área cultivada e ao desenvolvimento de métodos
de produção intensiva que recorrem ao uso sistemático de pesticidas, estratégias que conduzem ao
desflorestamento e ao empobrecimento da biodiversidade.
Instigada pela opinião pública, a indústria do cacau criou uma fundação, um protocolo e um
programa de certificação, cujo principal objetivo era erradicar o trabalho infantil dos países
produtores. Infelizmente, a iniciativa não passou de uma operação de cosmética: em vez de
adotar medidas concretas para pôr fim ao problema, a indústria do cacau tem empurrado a sua
resolução para terceiros, como as autoridades nacionais e a OIT.

O nosso estudo
Com este inquérito, procurámos saber se os produtores de cacau, fabricantes e distribuidores
de chocolate respeitam o ambiente, os direitos dos trabalhadores e se usam processos
transparentes. Para tal, contactámos as marcas de chocolate preto vendido em Portugal.
Numa primeira fase, pedimos informações sobre a sua política social e ambiental (em que
consiste e como se aplica à cadeia de produção) e os meios de controlo de que dispõem para se
certificarem de que esta é realmente aplicada. Quanto aos aspectos sociais, as empresas devem
respeitar as oito principais convenções da OIT, como a proibição do trabalho infantil e a exigência
de um salário que satisfaça as necessidades básicas dos trabalhadores, entre outras. No plano

3
ambiental, devem privilegiar as plantações tradicionais, para preservar a biodiversidade e evitar a
desflorestação e a utilização de pesticidas.
Paralelamente, analisámos as publicações oficiais das empresas, para sabermos se a
informação que transmitem aos consumidores, trabalhadores e acionistas é transparente e
completa.
As respostas foram confrontadas com o ponto de vista de observadores de organizações
humanitárias e ambientais não governamentais por nós contactados, independentes das
empresas em questão. O panorama é tão negro que até estes mostram receio de comentar a
atitude das empresas, argumentando que tal poderia pôr em risco as poucas iniciativas em curso.

«O Lado menos Doce do Chocolate», in PROTESTE, n.° 262, Outubro 2005 (adaptado)

Para responderes às questões de 1. a 5., assinale com um X o quadrado


Responda, agora, aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que lhe são
dadas.
1-Para os países africanos referidos no texto, o as autoridades nacionais e a OIT se
cacau representa, relativamente a toda a recusaram a colaborar na iniciativa.
produção vendida ao estrangeiro.
os produtores de cacau passaram também
a fabricar produtos cosméticos.
Mais de 90%
Menos de 55% a indústria do cacau quis fazer crer que
tinha resolvido os problemas.
Quase 100%
4. As respostas das empresas ao inquérito
Cerca de 10% sobre as suas políticas sociais e ambientais
foram comparadas com
2- Da leitura do 5º parágrafo concluiu-se que
a criação de uma «fundação, um protocolo e os pareceres das entidades respectivas.
um programa de certificação» pela indústria as publicações oficiais dessas empresas.
do cacau ficou a dever-se
as oito principais convenções da OIT.
a denúncias públicas feitas pela OIT os meios de controlo da sua aplicação.
aos governos dos países produtores. 5. Qual das seguintes práticas é avaliada
a protestos públicos dos cidadãos positivamente no texto?
a reivindicações dos trabalhadores Consumo moderado de chocolate.
Salários pagos aos trabalhadores.
3- Quando os autores do texto afirmam que «a
iniciativa não passou de uma operação de Aumento da produção intensiva.
cosmética», querem dizer que Métodos tradicionais de cultura.

era impossível os países africanos


erradicarem o trabalho infantil

6. Qual é a «matéria-prima» (2º parágrafo) referida no texto?


______________________________________________________________________

7. Com base no texto, recomenda, justificando, uma medida que possa diminuir um dos
danos causados pela ação da indústria do cacau
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

GRUPO II

4
Responda às questões que se seguem sobre o funcionamento da língua, de acordo com as
orientações que lhe são dadas.

1 – Conjugue os verbos, de acordo com o que é pedido.

a) 1.ª pes. do sing. do pretérito mais-que-perfeito do indicativo do v. dizer _____________

b) 3.ª pes. do sing. do pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo do v. estudar


_____________________________________________________

c) 2.ª pes. do sing. do pretérito perfeito do indicativo do v. saltar _______________

d) 1.ª pes. do sing. do presente do conjuntivo do v. trabalhar __________________

e) 3.ª pes. do sing. do futuro do indicativo do v. Olhar _____________________________

f) 1.ª pes. do plural. do condicional do v. falar __________________________________

g) 2.ª pes. do pl. do pretérito imperfeito do indicativo do v. fazer _______________

2- Complete as frases com as formas verbais do modo conjuntivo adequadas nos tempos
verbais solicitados.

a) Gostava que ______________________ muito em Itália.(2ª p. sing. verbo passear, pretérito mais-
que-perfeito composto)

b) Talvez ____________________tarde de mais.(3ª p. sing. verbo vir, presente)

c) Pode ser que ele ____________________________o livro novo. (3ª p. sing. verbo trazer, pretérito
perfeito composto)

d) Espero que __________________bem. (3ª p. pl., verbo fazer, presente)

3-Indique a função sintática de cada um dos elementos sublinhados nas seguintes frases:

a) Os brinquedos do meu irmão são melhores._____________________________


b) O Zacarias ficou na escola. ________________________________________
c) Este carro será o campeão. _________________________________________
d) O meu amigo deu-lhe um conselho útil. _______________________________
e) O meu amigo deu-lhe um conselho útil._______________________________
f) O meu amigo deu-lhe um conselho útil.________________________________
g) O meu amigo deu-lhe um conselho útil.________________________________

4- Classifique morfologicamente cada uma das palavras destacadas na passagem seguinte:

As respostas foram confrontadas com o ponto de vista de observadores de organizações


humanitárias e ambientais não governamentais por nós contactados, independentes das
empresas em questão. O panorama é tão negro que até estes mostram receio de comentar a
atitude das empresas, argumentando que tal poderia pôr em risco as poucas iniciativas em curso.
As __________________________________________________________________

5
com _________________________________________________________________
não _____________________________________________________________________
é _______________________________________________________________________
tão __________________________________________________________________
até __________________________________________________________________
estes ________________________________________________________________
mostram ________________________________________________________________

GRUPO III

Produção escrita

A história do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá começa com a seguinte trova popular:
"O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e a sua noivinha
Dom Gato e dona Andorinha."
(Trova e filosofia de Estevão da Escuna, poeta popular)

Na Dedicatória, o autor designa a história como uma "fábula". Ora a fábula é um texto narrativo
cujas personagens são geralmente animais e em que existe a intenção de moralizar.

Elabora um comentário com cerca de sessenta palavras sobre a(s) mensagem(ns) que, em tua
opinião, o autor pretende transmitir ao mundo dos homens através de O Gato Malhado e a
Andorinha Sinhá: uma História de Amor.

Antes de começar a escrever, tome atenção às instruções que se seguem:


• Escreva um mínimo de 60 e um máximo de 100 palavras.
• Procure organizar as ideias de forma coerente e exprimi-las correctamente.
• Se fizer rascunho, não se esqueça de copiar o texto para a folha da prova, pois só será classificado o
que estiver escrito nessa folha.
• Reveja o texto com cuidado e corrija-o, se necessário.

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma
única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2010/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados há que atender ao seguinte:


— a um texto com uma extensão inferior a sessenta palavras é atribuída a cotação de O (zero) pontos;
— nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até
cinco pontos) do texto produzido.

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A professora: Anabela Fernandes

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