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«Os Direitos da

Criança», de
Matilde Rosa
Araújo,
Este nascer e crescer e viver Amor,
assim
Alimentação,
Chama-se dignidade.
Casa,
A Criança, E em dignidade vamos
Cuidados médicos,
Toda a criança. Querer que a criança
O amor sereno de mãe e pai.
Seja de que raça for, Nasça,
Ela vai poder
Seja negra, branca, vermelha, Cresça,
amarela, Rir,
Viva…
Seja rapariga ou rapaz. Brincar,
…E a criança nasce
Fale que língua falar, Crescer,
E deve ter um nome
Acredite no que acreditar, Aprender a ser feliz…
Que seja o sinal dessa dignidade.
Pense o que pensar, …Mas há crianças que nascem
Ao Sol chamamos Sol imperfeitas
Tenha nascido seja onde for,
E à vida chamamos Vida. E tudo devemos fazer para que
Ela tem direito… isto não aconteça.
Uma criança terá o seu nome
… A ser para o homem a também. Vamos dar a essas crianças um
amor maior ainda.
Razão primeira da sua luta. E ela nasce numa terra
determinada E a criança nasceu
O homem vai proteger a criança
Que a deve proteger. E vai desabrochar como
Com leis, ternura, cuidados
Chamemos-lhe Pátria a essa Uma flor,
Que a tornem livre, feliz,
terra,
Uma árvore,
Pois só é livre, feliz
Chamemos-lhe antes Mundo…
Um pássaro,
Quem pode deixar crescer
…E nesse Mundo ela vai crescer.
E
Um corpo são,
Já sua mãe teve o direito
Uma flor,
Quem pode deixar descobrir
A toda a assistência que assegura
um nascer perfeito. Uma árvore
Livremente
E, depois, a criança nascida, Um pássaro
O coração
Precisam de amor – a seiva da
E o pensamento. Depois da hora radial do parto,
terra, a luz do Sol.
A criança deverá receber
De quanto amor a criança não
precisará?
De quanta segurança? A criança, mais do que nunca, Quem amar verdadeiramente a
criança
Os pais e todo o Mundo que Está sempre em primeiro lugar…
rodeia a criança Não poderá deixar de ser
Será o sol que não se apaga fraterno:
Vão participar na aventura
Com o nosso medo, Uma criança não conhece
De uma vida que nasceu. fronteiras,
Com a nossa indiferença:
Maravilhosa aventura! Nem raças,
A criança apaga, por si só,
Mas se a criança não tem Nem classes sociais:
família? Medo e indiferença das nossas
frontes… Ela é o sinal mais vivo do amor,
Ela tê-la-á, sempre: numa
sociedade justa A criança é um mundo Embora, por vezes, nos possa
Precioso parecer cruel.
Todos serão sua família.
Raro. Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Nunca mais haverá uma criança
só, Que ninguém a roube, Ela é sempre a mão da própria
vida
Infância nunca será solidão. A negoceie,
Que se nos estende,
E a criança vai aprender a A explore
crescer. Nos segura
Sob qualquer pretexto.
Todos temos de a ajudar! E nos diz:
Que ninguém se aproveite
Todos! Sê digno de viver!
Do trabalho da criança
Os pais, a escola, todos nós! Olha em frente!
Para seu próprio proveito.
E vamos ajudá-la a descobrir-se a
si própria São livres e frágeis as suas mãos,

E os outros. Hoje:

Descobrir o seu mundo, Se as não magoarmos

A sua força, Elas poderão continuar

O seu amor, Livres

Ela vai aprender a viver E ser a força do Mundo

Com ela própria Mesmo que frágeis continuem…

E com os outros: A criança deve ser respeitada

Ela vai aprender a fraternidade, Em suma,

Na dignidade do seu nascer, In As Crianças, Todas as


A fazer fraternidade.
Crianças,
Isto chama-se educar: Do seu crescer,

Saber isto é aprender a ensinar. Do seu viver. Livros Horizonte, Lisboa, 1979.

Em situação de perigo

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