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Resumo do vídeo “Você está desempenhando um desses três papéis no amor?

” do School of
Life em https://www.youtube.com/watch?v=IRKq8MvRyOk.

Um dos conceitos mais frequentes e de grande força psicológica é a existência da “criança


interior”. Pode soar estranho termos dentro de nós uma criança, apesar de todos os esforços
amargos que fizemos para nos tornarmos adultos. Mas o fato é que carregamos em nós uma
versão de tudo que já fomos, semelhante ao lenho de uma árvore. Portanto, temos em nós um
adolescente confuso, uma criança irritada, uma criança invejosa e irada e etc.

De todas estas fases (crianças) que o adulto carrega, alguma delas pode não estar satisfeita.
Podem estar lidando com profundo sofrimento, vergonha, sensação de injustiça, solidão... De
maneira a não saberem lidar com esse sentimento ou com a situação que o gerou.

É neste sentido que um trabalho de anamnese se torna tão importante. Mas saber qual é o
problema não o resolve. O recalcamento deste problema o torna mais difícil de ser identificado
e trabalhado. Porém, por mais escondido e abafado que esteja o choro de uma criança, isso
não significa que ele não exista e não significa que o adulto não vá sentir o mal-estar dessa
criança, mal-estar que pode se manifestar e atrapalhar a vida de um adulto das maneiras mais
diversas.

Mas como é possível resolver um assunto que ficou na história de uma criança, se a situação e
a realidade geradora daquele mal-estar não existe mais? Uma criança indefesa, inocente e que
não dispõe dos mecanismos para se defender dos perigos que a cercam (reais ou psicológicos)
só pode ser defendida e orientada por seus pais. Na ausência das condições originais quando
nasceu o mal-estar, uma ferramenta valiosa é a vivência novamente desta relação de pai e
mãe com a criança (reparenting), a ser realizada por nós mesmo.

Assim como faríamos com uma criança com quem temos contato, devemos ouvi-la, entender
sua insatisfação da melhor forma, explicar a ela a situação de uma maneira que ela entenda,
acariciá-la, aninhá-la, nutri-la com amor... E mesmo para situações inimagináveis e
repugnantes em que a criança tenha sido vítima, estar ao lado dessa criança garantindo que
ela será amada pelo que ela é, que nunca estará sozinha e que será protegida daqui em diante
pelo adulto que está com ela. Em resumo, devemos tratar nossa criança com carinho,
segurança, empatia e generosidade. Esta criança pode ter 3, 4, 6, 10 ou 16 anos. “É preciso
ajudar esta criança de uma maneira como ela não foi ajudada na época.” Dependendo do
problema, a única coisa que podemos fazer é chorar junto com esta criança, mostrando a ela
nossa compaixão, nossa companhia e que vamos conversar com ela sobre este assunto
quantas vezes seja necessário, até que o assunto perca todo veneno que contém.

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