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HISTÓRIA

O velho companheiro dos pastores alentejanos


Oriunda do Alentejo, mais precisamente da Serra de Aires em Monforte e não,
como muitos pensam, das Serras de Aire e Candeeiros, situadas na região da
Estremadura, esta raça foi desenvolvida para conduzir e pastorear nas planícies do
Alentejo e Ribatejo. Trabalha com todo o tipo de gado, desde o ovino até ao bovino,
passando pelo caprino, pelo suíno e pelo equino.
Os ascendentes deste pastor não são fáceis de identificar, mas o Pastor dos
Pirenéus será, muito provavelmente, um deles. Durante os séculos XIX e XX, o Cão da
Serra de Aires foi muito importante para os pastores alentejanos, ajudando-os na guarda
e condução dos rebanhos. Estes cães tinham a capacidade de se adaptarem às enormes
variações térmicas, suportando tão bem o frio como o calor, e tinham uma grande
resistência, percorrendo longas distâncias.
No início do século XX, o Conde de Castro Guimarães comprou um casal de
Pastores-de-Brie (também conhecidos como Briards), uma raça francesa que naquela
altura era bastante popular. Este casal veio a ter uma importante influência no
aperfeiçoamento do Cão da Serra de Aires, tornando-o mais elegante. Alguns estudiosos
sugerem que o Pastor Catalão também poderá ter contribuído para o desenvolvimento
da raça, contudo, apesar das semelhanças entre ambas, não existem provas concretas
nesse sentido.
Já nos anos setenta do século passado, o Cão da Serra de Aires esteve perto da
extinção, à semelhança do que aconteceu com outras raças portuguesas. Foi a
dedicação de um conjunto de criadores que permitiu aumentar o respetivo número de
exemplares, levando a que a raça recuperasse parte da sua popularidade.
TEMPERAMENTO
Um trabalhador natol
Para além de ser um excelente cão de trabalho, distinguindo-se pela forma como
conduz, como encontra os animais tresmalhados e como sinaliza a proximidade de
predadores, o Cão da Serra de Aires é também um excelente cão de companhia,
mostrando-se muito afetuoso e brincalhão com a sua família. Tem, normalmente, uma
boa relação com outros animais, embora a socialização desde jovem seja sempre
fundamental para qualquer raça.
Muitos dos que conhecem bem o Serra de Aires consideram-no um cão de um só
dono, a quem gosta de agradar. A sua inteligência e personalidade forte, características
típicas dos cães pastor, fazem com que o treino seja bastante interessante e desafiante,
uma vez que aprendem com facilidade ao mesmo tempo que procuram impor a sua
própria conduta, demonstrando alguma teimosia. O seu apurado instinto de pastor leva-
o a pastorear tudo o que encontra, inclusivamente os próprios membros da família.
O facto de ser um cão com bastante energia e com necessidade de assumir tarefas
exige que lhe seja proporcionado bastante exercício físico e estímulo psicológico. Neste
sentido, esta não é, de todo, a raça ideal para viver num apartamento.
Uma vez que é vigilante e desconfiando em relação a estranhos, o Serra de Aires
constitui um bom cão de alerta.
SAÚDE
Como acontece com os cães rústicos, esta raça é bastante saudável. Os seus
problemas de saúde mais comuns são as doenças dermatológicas.
Uma característica que diferencia o Cão da Serra de Aires das outras raças de cães
pastor é o facto de não possuir camada de sub-pêlo. Como esta camada muda duas
vezes por ano, levando a um aumento exponencial da queda de pêlo nestas alturas, o
facto de o Serra de Aires não a possuir torna-o numa excelente escolha para pessoas
que tenham alergias ao pêlo.
Contudo, os cuidados com a pelagem não deixam de ser bastante importantes.
Uma escovagem semanal pode ser suficiente para evitar que o pêlo fique eriçado e que
crie riças. É também importante aparar os pêlos das patas, mas a restante pelagem não
deve ser tosquiada. Quanto ao banho, não deve ser dado excessivas vezes para que se
possa manter a camada oleosa que protege a pele.

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