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HISTÓRIA

Um símbolo dos Açores


O início da colonização dos Açores data de 1439, tendo sido, desde logo,
exploradas as excelentes condições destas ilhas para a pecuária de gado bovino. Cerca
de 100 anos mais tarde, em pleno século XVI, os cães já assumiam uma função
importante nos Açores, conduzindo e defendendo o gado. Estes cães, essencialmente
mastins e alões, são os precursores das raças insulares portuguesas: Cão de Fila de São
Miguel; Barbado da Terceira; e o (infelizmente) já extinto Cão de Fila da Terceira. No
entanto, estas três raças iriam sofrer um processo evolutivo distinto.
O Cão de Fila de São Miguel foi essencialmente criado para menear, conduzir e
proteger as vacas, razão pela qual foi batizado pelos locais de “cão das vacas”. Para o
seu apuramento foi introduzido sangue de Mastim Inglês (Mastiff), Bulldog Inglês e
Dogue de Bordéus. Há quem defenda que o Bloodhound (Cão de Santo Humberto) e o
Presa Canário também participaram no desenvolvimento da raça, contudo não existem
provas que possam garantir esta ligação.
As primeiras referências ao Cão de Fila de São Miguel datam do século XIX. No
entanto, foi apenas em 1982 que o seu registo e o consequente censo dos seus efetivos
se iniciou, graças ao trabalho de António José Amaral, dono do primeiro exemplar da
raça registado oficialmente – uma cadela chamada Corisca –, e de Maria de Fátima
Machado Mendes Cabral, médica veterinária.
Ao longo dos tempos, a par do seu papel primordial de condutor de gado bovino,
o Cão de Fila de São Miguel foi também usado para a caça ao javali e como cão de
guarda. Recentemente, tem vindo a integrar as equipas cinotécnicas da Guarda Nacional
Republicana e da Polícia de Segurança Pública.
TEMPERAMENTO
Um companheiro leal e temperamental
Como é hábito nos cães pastores, o Cão de Fila de São Miguel é extremamente
ligado ao dono e desconfiado relativamente a estranhos, constituindo um excelente cão
de guarda de propriedades e de defesa pessoal.
Inteligente e com facilidade em aprender, o Cão de Fila de São Miguel tem um
temperamento forte, um carácter independente e um instinto de guarda muito
apurado, que pode ser confundido com agressividade. O facto de ser um cão possante
e naturalmente desconfiado obriga a que seja treinado e socializado desde cedo, para
que se desenvolva de forma equilibrada e para que possa conviver pacificamente com
pessoas e outros cães.
Esta não é a melhor raça para um dono inexperiente e/ou com pouca
disponibilidade, pois exige que lhe seja dirigida muita atenção para que a sua energia
possa ser canalizada de forma adequada. Mesmo que seja apenas utilizada como cão de
companhia, esta raça necessita de uma tarefa a desempenhar para que se sinta
devidamente estimulada, razão pela qual um treino especialmente intenso é
fundamental para o seu bem-estar físico e psíquico.
Apesar de ser um cão com um temperamento forte e desconfiado em relação a
estranhos, mostra-se de uma lealdade a toda a prova para com os seus donos, cuja
companhia aprecia acima de tudo o resto.
SAÚDE
Por ser uma raça rústica, o Cão de Fila de São Miguel tem poucos problemas de
saúde, não existindo nenhuma doença genética que o afeta. Possivelmente, a torção do
estômago (ou torção gástrica) é o problema que mais o pode atingir.
Os cuidados com a pelagem são mínimos, uma vez que o seu pêlo curto e duro
apenas precisa de uma escovagem ocasional. Os banhos devem ser esporádicos, por
forma a manter a camada de oleosidade natural.

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