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HISTÓRIA

O Ferrari canino
O Galgo Inglês, universalmente conhecido como Greyhound, tem uma origem
muito antiga e bastante incerta. Muitos estudiosos consideram que os antepassados
desta raça viviam no Antigo Egipto, uma vez que foram descobertas pinturas e
hieróglifos de cães do tipo galgo em paredes e túmulos que remontam a 4000 AC.
Contudo, segundo estudos de ADN que foram recentemente realizados, o
Greyhound é um parente próximo dos cães pastor, levando também alguns estudiosos
a considerar que esta raça descende do Vertragus, um cão trazido pelos Celtas do
Oriente que caçava através da sua magnifica visão que, por ser estereoscópica, lhe
permitia localizar qualquer animal em movimento.
Embora os galgos vindos do norte de África e do Médio Oriente se tenham
espalhado por toda a Europa, foi em território britânico que sofreram um
desenvolvimento mais profundo. Aqui, estes cães, conhecidos como sighthounds ou
gazehounds, estão na base de diferentes raças, nomeadamente o Greyhound, que se
destaca dos demais pela sua capacidade inigualável de perseguir uma lebre. O seu nome
deriva da palavra do saxão antigo “grei”, que significa belo ou delicado, e da palavra
inglesa hound, que significa o ato de perseguir a presa.
De todas as raças existentes no mundo, o Greyhound é a mais veloz, podendo
alcançar 73 Km/h. Esta característica levou-o a ser usado para as corridas de cães, que
se tornaram numa competição entre diferentes exemplares da raça. Infelizmente,
muitos destes cães são utilizados apenas para a corrida, sendo o seu bem-estar
desprezado. Antigamente, quando estes cães já não conseguiam competir, eram
mortos. Porém, esta bárbara prática foi, entretanto, proibida.
Para além de ser a raça de eleição das corridas de cães, o Greyhound também se
destacou nas exposições caninas, tendo sido uma das primeiras raças a competir numa
exposição.
Felizmente, o Greyhound é cada vez mais tido como animal de companhia.
TEMPERAMENTO
Um atleta tranquilo
Calmo e afetuoso, o Greyhound consegue adaptar-se à vida num apartamento,
levando-o a ser cada vez mais apreciado como cão de companhia. Contudo, o exercício
físico é muito importante para o seu equilíbrio, devendo-se proporcionar momentos
onde possa correr livremente. Para tirar a trela a um Galgo inglês ter-se-á que o fazer
no campo ou na praia, uma vez que fazê-lo na cidade acarreta enormes riscos, pois, caso
surja um gato ou outro animal pequeno a correr, os seus instintos falarão mais alto e
correrá desenfreadamente no seu alcance, sujeitando-se a ser atropelado ou a sofrer
outro tipo de acidente.
Gosta muito de estar perto da sua família, embora não se manifeste feliz pela
presença de convidados, com quem se mostrará reservado, acabando, muitas vezes, por
se afastar. O facto de, quando se sente ameaçado ou incomodado, se afastar, torna o
Greyhound num mau cão de guarda. Mas isso não significa que esta característica seja
negativa, antes pelo contrário. Ao ter uma baixa tendência para ladrar, não incomodará
os seus vizinhos, o que é uma importante mais-valia para quem vive num contexto
urbano.
A sua teimosia aliada a uma certa independência de carácter, o que por vezes se
confunde com preguiça, não o torna num cão fácil de treinar. Como acontece com
qualquer raça, a melhor forma de treinar um Galgo Inglês é através do reforço positivo,
devendo-se evitar o recurso a punições.
SAÚDE
Em termos gerais, o Greyhound é uma raça saudável, no entanto, está sujeita,
como todas as outras, a doenças. Uma das doenças mais graves que podem surgir é a
Neuropatia do Greyhound (GN), que se caracteriza pelo enfraquecimento muscular e
pelas dificuldades motoras, e que tem um cariz hereditário. Para quem quer adquirir um
cão desta raça, é fundamental aferir junto do criador que os reprodutores não têm esta
doença.
Podem também surgir outros problemas, nomeadamente a torção do estômago,
típica em animais de grande porte, as anomalias relacionadas com a tiroide e a
hemofilia, que se caracteriza por distúrbios no mecanismo de coagulação que são
hereditários.
A baixa percentagem de gordura corporal torna estes cães mais sensíveis a
determinados medicamentos.
Finalmente, no que diz respeito aos cuidados com a pelagem, bastará uma
escovagem ocasional. Por não possuírem camada de subpêlo, são menos suscetíveis de
causarem alergias aos humanos.

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