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HISTÓRIA

Um cão de aposento
O Grand Danois, nome que significa “Grande Dinamarquês” e pelo qual é
conhecido na Grã-Bretanha e em muitos países, pode também ter como nome Dogue
Alemão, pois foi na Alemanha que ocorreu a sua criação.
A linhagem desta raça é antiquíssima, descendendo de cães Molossos (grupo de
cães de grande porte e muito volumosos) da antiga Roma. Há quem diga que a sua
linhagem recua até ao Antigo Egipto, baseando-se em vestígios arqueológicos onde
estarão representados, eventualmente, os antepassados destes cães. Muitos cinólogos
partilham da teoria que aponta para que os romanos tenham cruzado o antigo Molosso
Assírio com um tipo de cães a que hoje chamaríamos de Galgos, que seriam,
provavelmente, os antepassados de raças como o Irish Wolfhound, também conhecido
como Galgo (ou Lebréu) Irlandês. Este cruzamento visava criar um cão que juntasse a
força à agilidade, podendo atuar na caça aos javalis, lobos e até ursos.
Os Alanos, povo oriundo da região do Cáucaso e que contribuiu para a queda do
império romano, tiveram um papel importante no desenvolvimento do Grand Danois,
uma vez que criaram o Alaunt, uma raça já extinta que constitui um dos seus principais
ascendentes, bem como de outras raças, tais como o Alano Espanhol e o Cane Corso.
Algumas pessoas chegam mesmo a referir-se ao Grand Danois como “o Alano”.
O Alaunt espalhou-se por muitos lugares na Europa e na Ásia, existindo registos
escritos da autoria de Geoffrey Chaucer, por muitos considerado o pai da literatura
inglesa, que mencionam esta raça. Na Alemanha, obteve grande popularidade,
principalmente a partir do século XVI, dadas as suas especiais aptidões para a caça
grossa. Os germânicos chamavam-lhe “Boar Hounds”, que significa “cão javali”. Para
além da caça, esta raça guardava propriedades e participava em lutas contra touros.
Durante os séculos XVII e XVIII, as classes aristocráticas alemãs incentivaram o
desenvolvimento do Alaunt, selecionando os melhores exemplares para a procriação. O
seu prestígio fez com que fossem chamados “Kammerhunde”, que significa “cães de
aposento”. Eram vestidos com roupas de veludo e usavam colares dourados, dormindo
ao lado dos seus senhores para os protegerem durante a noite de potenciais assassinos.
Já no século XIX, participaram na primeira exposição de cães da História, realizada
em Hamburgo, no ano de 1863, sob dois nomes diferentes: Danish Dogge, cães de cores
branca e preta; e Ulmer Dogge, cães de cor castanha, “tigrada”, preta ou cinza. O grupo
de juízes considerou que não havia diferenças entres estas duas raças supostamente
distintas. Isto mesmo levou a que, em 1880, fossem unificadas sob a designação de
Dogue Alemão (Deutsche Dogge), designação que, atualmente, é reconhecida pela FCI
(Fédération Cynologique Internationale).
Embora não existam provas da intervenção dinamarquesa no desenvolvimento da
raça, muitos países, principalmente de língua inglesa, francesa e espanhola, chamam-na
“Grande Dinamarquês” (Great Dane em inglês, Grand Danois em francês, denominação
muito utilizada em Portugal, e Gran Danés em espanhol).
O responsável pela unificação da Alemanha e uma das figuras mais importantes
do século XIX, Otto von Bismarck, era um verdadeiro apaixonado pelo Dogue Alemão,
ajudando a desenvolver e a criar esta raça durante quase sessenta anos. Fazendo-se
sempre acompanhar por um ou mais dos seus cães, ficou célebre o ataque de um destes,
chamado Tyras, a um diplomata russo, derrubando-o na sequência de uma acesa
discussão com o chanceler alemão.
TEMPERAMENTO
O bom gigante
Extremamente devoto para com a sua família, o Grand Danois mostra-se sempre
afável e tranquilo. Tem uma relação fantástica com crianças, estando sempre pronto
para brincar com elas e aturando as suas traquinices. Dado o seu tamanho e a sua força,
convém supervisionar estas brincadeiras, embora seja justo referir que esta raça,
quando lida com seres mais pequenos, demonstra a inteligência e sensibilidade
suficientes para evitar acidentes.
O facto der ser um cão calmo permiti-lhe, apesar do seu tamanho, adaptar-se bem
à vida num apartamento, desde que lhe sejam proporcionados passeios onde possa
gastar energia. A sua inteligência, aparência e desconfiança relativamente a estranhos
tornam-no num bom cão de guarda. Apesar de não ser muito territorial, não
constituindo por isso um guarda de propriedades ideal, destaca-se pela determinação
com que defende a sua família, o que o torna num guarda pessoal de excelência.
Esta raça sensível pode tornar-se excessivamente desconfiada se for tratada com
dureza, pelo que o treino de obediência deve assentar, como acontece com qualquer
outra raça, no reforço positivo.
SAÚDE
Esta raça tem tendência a desenvolver alguns problemas de saúde. A displasia da
anca e a torção gástrica são as doenças que mais a afetam. Quanto à primeira, para
diminuir o risco de se desenvolver, deve-se evitar um excesso de exercício físico durante
o período de crescimento. Já no que se refere à segunda, deve-se repartir as refeições
ao longo do dia e evitar o exercício físico após cada uma delas.
Alguns exemplares podem também desenvolver problemas de tiroide e de visão.
Os cuidados com a pelagem consubstanciam-se numa escovagem ocasional.
O facto de o Grand Danois não necessitar de praticar muito exercício físico não
significa que não tenha que gastar as suas energias diariamente.

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