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HISTÓRIA

Um companheiro multifacetado
A origem do nome desta raça deriva da palavra alemã schnauze, que significa
focinho. Este nome faz alusão ao formato longo e sólido do focinho do Schnauzer.
A criação do Schnauzer Padrão, a mais antiga das três variedades – as quais
correspondem a três raças autónomas –, ocorreu no sul da Alemanha durante o século
XV, onde era utilizado para a condução de gado. Mas dadas as suas capacidades, o leque
de funções que desempenhou na vida rural aumentou, trabalhando como caçador de
ratos, cão de guarda e, principalmente, como ajudante dos viajantes, acompanhando as
carruagens e os cavalos, com quem tinha uma grande ligação. Correndo ao lado e, não
raras vezes, à frente destes, o Schnauzer inspecionava o caminho e, em caso de perigo,
ladrava energicamente para os avisar a tempo de pararem.
A ascendência do Schnauzer Padrão é difícil de decifrar. Há quem diga que
descende do Cão Pastor da Idade Média e de um terrier. Para outros, o Schnauzer é o
resultado do cruzamento entre o Schafpudel e o Pinscher Alemão. Existem também
aqueles que defendem que os antepassados desta raça eram cães spitz e de guarda.
Entre estas e outras teses, o mais certo é permanecermos na dúvida relativamente a
esta questão.
Até um determinado momento, o Schnauzer foi conhecido como Pinscher de Pêlo
Duro ou, simplesmente, Schnauzer-Pinscher. A sua beleza estética levou-o a ser
frequentemente representado na pintura, nomeadamente pelas mãos de Albrecht
Dürer e de Rembrandt.
Já no século XVIII, os pastores da Baviera sentiram a necessidade de ter um cão
mais possante para conduzir o gado. Foi então que, cruzando o Schnauzer Padrão com
outras raças, provavelmente com o Dogue Alemão e o Bouvier (Boiadeiro) da Flandres,
se criou o Schnauzer Gigante. Apesar de se ter revelado um exímio condutor de gado e
um excelente cão de guarda, o número de exemplares de Schnauzers Gigantes viria a
diminuir consideravelmente, devido às suas necessidades em termos de alimentação,
dificilmente satisfeitas nos períodos de maior carência.
Felizmente, esta raça viria novamente a ganhar protagonismo, trabalhando como
cão-polícia no seu país e como militar e auxiliar da Cruz Vermelha durante a I Guerra
Mundial. Nesta altura, era conhecida como Russian Bear Schnauzer.
Embora a II Guerra Mundial tenha afetado profundamente o Schnauzer Gigante,
a sua popularidade tem vindo a ser reconquistada, sendo muito apreciado como animal
de companhia.
A última variedade a aparecer foi o Schnauzer Miniatura. Talhado para caçar ratos,
este Schnauzer foi criado no final do século XIX, na região de Frankfurt, através do
cruzamento do Schnauzer Padrão com o Affenpinscher e com o Pinscher Miniatura. Há
quem diga que o Caniche também participou nesta criação, embora não existam provas
concretas nesse sentido.
TEMPERAMENTO
A força do carácter
Afetuosos e extremamente leais para com os seus donos, qualquer uma das
variedades de Schnauzers é muito inteligente e fácil de treinar. O facto de serem muito
corajosos e desconfiados em relação a estranhos torna-os, principalmente os de
tamanho Padrão e Gigante, excelentes cães de guarda. No entanto, esta faceta também
exige que sejam sociabilizados desde pequenos para que não se tornem agressivos com
outros cães.
A importância desta socialização é ainda maior para o Schnauzer Gigante, uma vez
que, a par do espírito de Terrier que partilha com as outras variedades, tem bastante
mais força.
Contrariando o que acontece com muitas raças de porte pequeno, o Schnauzer
Miniatura não tem tendência para ladrar excessivamente, embora o faça mais
frequentemente que as variedades maiores. O seu tamanho faz dele um cão de
companhia muito procurado, mostrando-se tão meigo com a sua família, muito
especialmente com as crianças, como desconfiado com estranhos.
Nenhum Schnauzer, principalmente o Miniatura, gosta de andar à chuva.
SAÚDE
Os problemas que mais afetam qualquer uma das variedades de Schnauzers são o
hipotireoidismo, a pancreatite, as infeções urinárias e a atrofia progressiva da retina.
No que se refere particularmente ao Schnauzer Gigante, à imagem do que
acontece com outras raças de grande porte, tem uma certa suscetibilidade para a
displasia da anca e para a torção do estômago.
Todos os Schnauzers, dada a sua inteligência e energia, precisam de ser
estimulados física e psicologicamente. O exercício físico, acompanhado de jogos,
assegurará o seu equilíbrio e felicidade. Os Schnauzers Miniatura e Padrão adaptam-se
na perfeição à vida num apartamento, e mesmo o Gigante também pode adaptar-se,
embora requeira, naturalmente, mais espaço.
No que se refere aos cuidados com a pelagem, esta precisa de ser tosquiada duas
vezes por ano e escovada duas vezes por semana. Os Schnauzers têm a vantagem de
largar pouco pêlo, sendo uma das raças indicadas para pessoas com alergias.

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