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HISTÓRIA

O velho guardião italiano


Como acontece com as raças antigas, a origem do Cane Corso não é consensual.
No entanto, uma parte muito significativa dos historiadores defende que esta raça é o
descendente direto, a par com o Mastim Napolitano, do canix pugnax (que em latim
significa “cão de combate”), o antigo molosso de guerra romano. Estes molossos eram
muito admirados por todo o Império Romano, participando em guerras, espetáculos de
luta e defendendo gado e propriedades. A famosa expressão latina “cave canem”, que
significa “cuidado com o cão”, estava presente na entrada de muitos espaços públicos e
privados, avisando potenciais ladrões da presença destes temidos cães.
Mais ágil e veloz que o Mastim Napolitano, o Cane Corso foi também desenvolvido
a pensar nas atividades de caça maior, nomeadamente de javalis. Não admira, portanto,
que em comparação com outros mastins, seja mais ativo e resistente.
A fama destes cães levou-os a serem representados nas artes plásticas, havendo
vários testemunhos iconográficos que atestam a sua importância no seio da sociedade.
A etimologia do nome desta raça também não é consensual. A maioria dos
autores defende que deriva do substantivo feminino latino “cohors”, que significa
“quintal”. Assim, a fazer fé nesta versão, Cane Corso significa “cão de quintal” ou “cão
de fazenda”, aludindo para a sua função de proteção de propriedades.
Uma vez que a economia no sul de Itália assentava sobretudo na agricultura e na
pecuária, foi aqui que o Cane Corso perdurou ao longo do tempo, principalmente na
província de Apúlia, nas suas regiões adjacentes e na Sicília. As transformações no
mundo rural ocorridas no século XX, levaram à diminuição do número de exemplares da
raça, levando-a quase à extinção. Foi graças a um grupo de pessoas, liderado por Paolo
Brebere, que se iniciou, na década de setenta, um processo de recuperação do número
de exemplares desta raça.
Já na década de oitenta, a criação do Cane Corso começou a assumir uma dinâmica
organizada, vindo, por isso, a ser reconhecida a nível internacional na década de
noventa.
TEMPERAMENTO
Mais que um guardião, um companheiro
De uma lealdade e obediência a toda a prova, o Cane Corso é um cão de guarda
de excelência e, acima de tudo, um ótimo cão de família. Como acontece com qualquer
cão de guarda, é desconfiado relativamente a estranhos, sejam pessoas ou cães. Por
este motivo, é muito importante promover desde tenra idade uma socialização ativa,
para que seja um cão sociável e equilibrado quando chegar à idade adulta.
A inteligência e a facilidade em aprender tornam o Cane Corso num cão com um
enorme potencial ao nível do treino. No entanto, é importante que as pessoas tenham
experiência e conhecimento no momento em que decidem integrar um exemplar da
raça no seio da sua família, uma vez que o poder físico destes cães pode originar danos
muito graves.
Esta versátil raça pode adaptar-se à vida num apartamento, conquanto lhe seja
proporcionada uma boa dose de atividade física. O facto de ser menos vocal que a
grande maioria dos cães de guarda, constitui um fator positivo para aqueles que vivem
num contexto urbano, onde, não raras vezes, surgem problemas entre os vizinhos por
causa do ladrar excessivo dos cães.
Naturalmente, como acontece com qualquer mastim, o Cane Corso adapta-se bem
a viver no exterior de casa.
SAÚDE
Em termos gerais, o Cane Corso é uma raça saudável. As maiores preocupações,
dado o tamanho da raça, relacionam-se com a displasia coxofemoral e com outros
problemas relacionados com as articulações e com os ossos.
Os cuidados com a pelagem são básicos, bastando uma escovagem regular para
remover o pêlo solto. O Cane Corso tem a vantagem de largar pouco pêlo.

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