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HISTÓRIA

Os Anjos dos Alpes


Aquando da sua passagem pela Suíça, o exército romano deixou neste território
alguns mastins - cães de guarda de rebanhos e propriedades muito robustos,
descendentes do Mastim Tibetano. Estes mastins tiveram um desenvolvimento
particular no território helvético, destando-se pelo seu pêlo curto e agressividade, e
ficaram conhecidos como mastins alpinos, que são precisamente os antepassados do
São Bernardo.
Foram os monges do mosteiro de St. Bernard Menthon, localizado num dos pontos
mais altos dos Alpes Suíços e local de passagem habitual dos viajantes que cruzavam
esta cordilheira, que, desde há quase mil anos atrás, se dedicaram ao desenvolvimento
destes cães. Mas o seu verdadeiro apuramento começa em 1660, quando os monges
começaram a criá-los para missões de resgate. As suas incríveis capacidades para prever
tempestades e avalanches aliadas à perseverança e resistência com que enfrentavam
temperaturas extremamente baixas, tornaram-nos verdadeiros especialistas em auxiliar
pessoas soterradas, levando a que ficassem conhecidos como os “Anjos dos Alpes”.
Segundo um conjunto de historiadores, as missões de resgate eram integradas por
quatro cães. Ao encontrarem uma pessoa soterrada, dois destes deitavam-se ao seu
lado para aquecê-la, um procurava reanimá-la, lambendo-lhe a cara, enquanto o outro
voltava para o mosteiro para avisar os monges. Estima-se que mais de duas mil pessoas
tenham sobrevivido graças a estes cães. Ao contrário do que aparece em fotografias e
filmes, nenhum deles usava um pequeno barril ao pescoço.
Entre os São Bernardos que participaram nestas missões, Barry, que viveu entre
1800 e 1814, foi aquele que ficou mais conhecido. Terá resgatado entre 40 e 100
pessoas. O resgate mais famoso ocorreu quando, durante uma das suas patrulhas,
encontrou uma criança escondida numa gruta para tentar escapar ao frio. Barry
enroscou-se sobre a criança para aquecê-la, carregando-a depois até ao mosteiro. O seu
prestígio alcançou uma dimensão tal que, quando morreu, foi embalsamado e colocado
no Museu de História Natural de Berna, na Suíça.
As proezas desta raça granjearam-lhe prestígio internacional, tendo ficado
conhecida pelo seu nome atual em 1865. No entanto, como sucedeu com inúmeras
outras raças, as duas Guerras Mundiais afetaram-na profundamente, quase se
extinguindo. Foi graças aos cruzamentos com cães de raça Terra Nova, que deram
origem à variação de pêlo comprido, que se conseguiu salvar o São Bernardo. O Grand
Danois poderá também ter sido utilizado para esta missão de revitalização.
Hoje, de entre as raças de grande porte, esta é uma das mais populares.
TEMPERAMENTO
Um gigante afetuoso
Apesar do seu porte, o São Bernardo é um cão bastante afetuoso, tranquilo e
ligado à sua família, principalmente às crianças, ao ponto de ter sido considerado uma
espécie de ama durante a época vitoriana, uma vez que demonstra uma grande
tolerância relativamente às traquinices dos mais novos.
Embora seja um cão calmo e de movimentos lentos, tem um forte sentido de
proteção relativamente à sua família. Sendo teimoso e atingindo rapidamente um
grande tamanho, é importante que seja treinado e socializado desde pequeno para que
aprenda a respeitar os limites impostos, não puxando a trela, nem saltando para cima
de outras pessoas, bem como a lidar pacificamente com outros cães.
Apesar de não ser um cão adequado para a vida num apartamento, o São Bernardo
não tolera ficar sem a companhia da sua família por muito tempo.
SAÚDE
Como acontece com as raças de tamanho grande, o São Bernardo tem alguma
tendência para a displasia da anca, sendo aconselhável que não pratique demasiado
exercício físico durante o período de crescimento. Paralelamente, a profundidade do
seu peito aumenta a probabilidade de torção do estômago, que pode revelar-se fatal.
Repartir as refeições ao longo do dia e evitar o exercício físico após cada uma destas
pode evitar que este problema aconteça.
As doenças cardíacas e de pele podem também afetar a raça.
Relativamente à alimentação, é importante dosear bem a comida, uma vez que o
São Bernardo tem tendência para a obesidade. O facto de não ser um cão muito ativo,
não implica que não deva fazer exercício físico. É fundamental proporcionar-lhe umas
boas caminhadas para que se mantenha saudável e equilibrado.
No que respeita aos cuidados com a pelagem, tanto a variedade de pêlo curto
como a de pêlo longo largam bastante pêlo, principalmente nas fases de mudança de
estação. Apesar de a variedade de pêlo curto necessitar de menos cuidados, ambas
precisam de ser escovadas semanalmente. É esta pelagem densa do São Bernardo que
o protege das temperaturas mais extremas.
Mesmo no Verão, não se deve tosquiar os exemplares desta raça, bastando
garantir que têm uma sombra e água fresca à disposição para que se sintam
confortáveis.
A configuração do focinho do São Bernardo faz com que se babe bastante.

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