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HISTÓRIA

O primeiro spaniel
Esta é a mais antiga de todas as raças da família dos spaniels, sendo a ascendente
de todas elas, com a exceção, segundo alguns estudiosos, do Clumber Spaniel. Como o
próprio nome indica, os spaniels foram criados em Espanha, mas foi em Inglaterra que
o seu desenvolvimento e apuramento ocorreu, pelo que, apesar de ser uma questão
polémica, se atribui ao país de sua majestade a origem da raça a que hoje chamamos
English Springer Spaniel.
Durante a Idade Média, os spaniels eram bastante utilizados na caça de altanaria,
atividade muito apreciada pela nobreza europeia e que contava com o apoio de aves de
rapina adestradas, normalmente falcões, e, muitas vezes, de um cão. Mas a principal
função do spaniel na caça era, graças ao seu faro apuradíssimo, localizar a presa e,
tratando-se de uma ave, “levantar” a caça, ação que em inglês se designa pelo verbo “to
spring” e que está na base do nome do Springer Spaniel. Posteriormente, este cão
cobrava a ave abatida, ou seja, apanhava-a e trazia-a ao dono.
Até 1900, o spaniel era conhecido em Inglaterra como Norfolk Spaniel, mas, a
partir desta data, passou a ser designado por English Springer Spaniel. A
responsabilidade pelo apuramento desta raça, ocorrido durante o século XIX, deve-se a
Sir Thomas Boughey, principal Xerife do condado de Staffordshire. Foi ele que também
desenvolveu outros tipos de spaniels, classificados de acordo com o seu tamanho e com
a sua perícia em caçar na terra ou na água. Aos mais pequenos chamou-se Cocker
Spaniels, aos de tamanho médio Field Spaniels e aos maiores Springer Spaniels, famosos
por caçarem de forma a espantar e a levantar a caça.
A introdução das armas de fogo na caça veio tirar popularidade aos Springers,
gradualmente substituídos por raças com outras características, como os Pointers e os
Setters. Como animais de companhia foram também preteridos a favor dos Cockers,
uma vez que estes últimos são mais pequenos e adequam-se melhor à vida num
apartamento.
TEMPERAMENTO
Um companheiro com uma energia inesgotável
Como acontece com a grande maioria dos cães de caça, o English Springer Spaniel
é um cão meigo, que gosta de agradar e extremamente chegado à sua família, tendo
uma grande dificuldade em ficar longe desta. Deve-se evitar ao máximo o
desenvolvimento de um hiperapego, uma vez que esta raça pode facilmente sofrer de
ansiedade por separação. A sua boa disposição e paciência com as crianças, com quem
se mostra bastante afetuosa, é uma das suas virtudes. Ainda assim, como acontece com
qualquer cão, a interação com os mais novos deve ser sempre supervisionada.
Alegre e com um faro apurado, adora fazer exercício físico e, se não tiver
oportunidade de o fazer, poderá desenvolver distúrbios comportamentais. De facto, por
ter sido criada para caçar durante longos períodos de tempo, esta raça requer uma
atividade física constante.
Como o English Springer Spaniel é inteligente e geralmente obediente, existe uma
grande margem de progressão relativamente ao treino. Ainda assim, o dono deve ser
claro e preciso nas instruções que lhe dá, apoiando-se na metodologia do reforço
positivo.
Apesar de ser uma raça que tem uma boa relação com outros cães, isso não
significa que não precise de ser sociabilizada desde tenra idade com animais e, também,
com pessoas, uma vez que essa sociabilização precoce irá contribuir para que se torne
mais confiante. Tem uma tendência para ladrar a desconhecidos, mas, assim que estes
se mostram amistosos, rapidamente o English Springer Spaniel demonstra toda sua
gentileza.
SAÚDE
São cinco os principais problemas que podem afetar o Springer Spaniel: a displasia
coxofemoral; as infeções crónicas de ouvido, a que podemos chamar de otites,
motivadas pela sujidade que se acumula nas suas longas orelhas, obrigando à sua
limpeza regular; problemas do foro ocular; obesidade, a qual pode ser combatida
através de uma alimentação equilibrada e de muito exercício físico; e, finalmente, o mais
grave de todos, o Síndrome do Ódio. Este distúrbio comportamental caracteriza-se por
uma alteração repentina do temperamento, onde o cão deixa de reconhecer os seus
próprios donos, podendo atacar qualquer pessoa ou animal. Alguns cientistas associam
este distúrbio à epilepsia, no entanto não existem dados que o comprovem.
Apesar disto, um bom criador dará todas as garantias de que os seus exemplares
não sofrem deste síndrome.
Os cuidados com a pelagem são muito importantes, exigindo-se muita atenção
para que esta se mantenha limpa e saudável, especialmente nas zonas das orelhas e das
patas, onde poderá haver acumulações de pêlo. A tosquia deve ser realizada, regra geral,
todos os meses.

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