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HISTÓRIA

Um incansável companheiro de jornada


O Husky Siberiano é daquelas raças que, ao longo da História, muito contribuiu
para a sobrevivência de determinados povos, designadamente do povo Chukchi, uma
comunidade indígena que vive na Sibéria. Este povo, responsável pelo desenvolvimento
do Husky, vive numa das regiões mais inóspitas do mundo, onde as temperaturas podem
chegar aos 50ºC negativos.
Para se fazerem transportar, os Chukchi recorriam a matilhas de Huskys para
puxarem trenós durante longas distâncias. A impressionante resistência desta raça
deve-se à sua capacidade para despender pouca energia, controlando o seu
metabolismo para não gastar as respetivas reservas de gordura.
Apesar de ser originária da Sibéria, mais precisamente da região situada entre o
estreito de Bering e o rio Kolyma, o Husky Siberiano espalhou-se por outros territórios
do Norte, sendo utilizado para os mesmos fins pelo povo Inuit, mais conhecido como
Esquimó. Mas é principalmente no seio do povo Chukchi que o Husky alcança, pelo seu
papel fundamental, uma dimensão religiosa, sendo visto como uma espécie de
divindade. Os melhores exemplares desta raça são possuídos pelos mais ricos da
sociedade, que compram estes cães para ganharem estatuto.
O desenvolvimento do Husky ocorreu ao longo do século XIV pelas mãos do povo
Chukchi. Já no século XIX, os mercadores europeus e americanos tiveram contacto com
o Husky, ficando surpreendidos com a sua beleza e com as suas capacidades.
Leonard Seppala foi o principal responsável pela divulgação internacional da raça,
tendo-a introduzido nos Estados Unidos da América e no Canadá no início do século XX,
onde rapidamente ganhou uma enorme popularidade. Para além de servir como meio
de transporte, o Husky foi usado para corridas de trenós, atividade que ainda hoje se
mantém e que é conhecida como mushing. O próprio Leonard Seppala foi um conhecido
musher.
Durante a Segunda Guerra Mundial, esta raça desempenhou importantes funções,
nomeadamente de busca e resgate de soldados e civis feridos.
TEMPERAMENTO
Meigo e independente
Não raras vezes, a beleza do Husky Siberiano, que se parece com um lobo, leva as
pessoas a adquirirem um exemplar desta raça, sem conhecerem o seu temperamento.
Este cão ativo e inteligente não é a melhor escolha para um dono inexperiente, uma vez
que é bastante independente e requer, para que fique bem treinado, muita persistência
e paciência.
Apesar de não ser daqueles cães que gosta de estar sempre ao lado do dono, o
Husky é calmo, meigo e pacífico, tendo um bom relacionamento com crianças, com as
quais gosta de brincar. Não sendo desconfiado em relação a estranhos, mostrando-se
sempre afável, não constitui um bom cão de guarda.
No que toca à relação com outros animais, principalmente se forem pequenos,
pode demonstrar alguma hostilidade e agressividade.
Esta raça necessita de fazer bastante exercício para se manter equilibrada física e
psicologicamente. Dado o seu historial, uma das suas atividades preferidas é puxar
objetos, sendo que o mushing, desporto que consiste em corridas de trenós (embora
possam ser utilizados, em situações de escassez de neve, outros veículos para tração,
como o triciclo, a bicicleta ou a trotinete), é o exercício que mais prazer lhe dá.
Uma das características mais conhecidas desta raça é a sua maior tendência para
uivar do que para ladrar, podendo, por vezes, ser ouvida a 16 Km de distância.
SAÚDE
Sendo uma raça bastante saudável, pode, ainda assim, ser afetada por problemas
de visão, designadamente atrofia progressiva da retina e cataratas, e pela displasia da
anca.
É fundamental, para o seu equilíbrio físico e psicológico, que os Huskys pratiquem
exercício diariamente. Adoram correr ao ar livre e dão-se muito bem com temperaturas
baixas, como é natural numa raça que foi desenvolvida na Sibéria.
A sua dupla pelagem, que os protege dos climas mais inóspitos, implica especiais
cuidados de manutenção, necessitando de ser escovada regularmente, uma vez que
estes cães largam muito pêlo, especialmente nos períodos de mudança de estação.

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