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HISTÓRIA

O guardião da Aquitânia
Uma das raças francesas mais antigas, o Dogue de Bordéus, também conhecido
como Mastim Francês, tem uma origem controversa.
Provavelmente, descende dos imponentes cães que acompanharam Alexandre da
Macedónia durante a expansão do Helenismo, conhecidos como Molossos. Estes cães
participavam diretamente na guerra e guardavam os acampamentos, demonstrando
uma coragem sem limites. O Império Romano aproveitou as suas características para as
mesmas funções, utilizando-os ainda para lutas de arena. Uma vez que se espalharam
por vários lugares, sofreram uma evolução diferente em cada região, fruto de distintos
cruzamentos.
Muitos historiadores defendem que o Dogue de Bordéus descende do Alano - uma
raça muito antiga e entretanto extinta, que era um dos tipos de Molossos existentes.
Os Alanos, um povo originário do nordeste do Cáucaso, território que hoje faz parte do
Irão, e que se expandiu para a Europa, criaram esta raça para a caça grossa,
designadamente para a caça ao javali, e para a guarda. As suas características muito
apreciadas levaram-no a ser utilizado para o desenvolvimento de várias raças que hoje
conhecemos, nomeadamente, para além do Dogue de Bordéus, o Dogue Alemão, o Cane
Corso ou o Old English Bulldog.
O facto de, durante séculos, os ingleses terem tido uma influência muito forte em
Bordéus, poderá ter levado a que o Mastiff (Mastim Inglês) tenha participado na criação
do Dogue de Bordéus. É também possível que alguns cães oriundos de Espanha tenham
participado nesta criação.
Nas suas funções originais, o Dogue de Bordéus era usado na caça ao javali e ao
urso no sul de França. Com um temperamento diferente do que hoje conhecemos, foi
também usado para os odiosos espetáculos de luta entre cães e entre cães e outros
animais.
A palavra “dogue”, que batizou tanto o Dogue de Bordéus como o alemão,
aparecem no final do século XIV. Até ao século XIX, o Dogue de Bordéus era apenas
conhecido na região da Aquitânia, situada no sudoeste de França e cuja principal cidade
é Bordéus. A primeira exposição canina francesa, ocorrida em 1863, em Paris, foi
fundamental para a divulgação desta raça.
Tal como aconteceu com outras raças, as duas Grandes Guerras Mundiais levaram
o Dogue de Bordéus quase à extinção. Mas, após a Segunda Grande Guerra,
especialmente a partir dos anos sessenta, o número de exemplares viria a aumentar
significativamente, o que não seria possível sem o esforço de muitos criadores
franceses.
TEMPERAMENTO
Desconfiado para os outros, carinhoso para os seus
À imagem do que acontece com os mastins em geral, o Dogue de Bordéus é um
excelente cão de guarda, estando sempre alerta e preparado para defender os seus
donos e a sua casa. O seu porte grande e musculado é, muitas vezes, suficiente para
afastar qualquer intruso.
Uma vez que mantém os seus instintos de cão de guarda, podendo não tolerar a
presença de desconhecidos ou de outros cães, é muito importante apostar numa
socialização ativa desde tenra idade, por forma a que se torne num cão equilibrado e
confiante.
Apesar da sua aparência de “poucos amigos”, esta raça é muito afetuosa e
carinhosa com a sua família, inclusivamente com as crianças. Este temperamento gentil,
longe do temperamento feroz dos seus antepassados, leva a que o Dogue de Bordéus
seja muito popular em França, embora atualmente seja perfeitamente possível
encontrarmos exemplares desta raça em qualquer parte do mundo.
SAÚDE
Existem alguns problemas que podem afetar esta raça, a começar, desde logo,
pelo parto, levando a que se tenha de recorrer à cesariana devido ao facto de as crias
terem uma cabeça muito grande.
Também podem ocorrer problemas ósseos que resultam de um rápido
crescimento. Mas o principal problema é a displasia coxofemoral, dado o tamanho que
o Dogue de Bordéus atinge na sua maturidade.
As doenças cardíacas e as dermatites são outros problemas que podem afetar a
raça. O facto de ser um braquicéfalo exige também atenção relativamente ao calor
excessivo, que pode levar ao superaquecimento.
É muito importante para a saúde física e psicológica de um Dogue de Bordéus a
prática de exercício físico. Contudo, apesar do seu tamanho, é um cão que se pode
adequar à vida num apartamento.

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