Você está na página 1de 17

INTERVENÇÕES

PSICOLÓGICAS NA
ADOLESCÊNCIA
PROFESSORA MS
FABIANA FARIA
GIGUER
Quem eu sou?
Quem enxergamos ao ver um adolescente?
Quem ele enxerga?
• Para o adolescente torna-se urgente um reordenamento do eu.

• Isto exige um processo difícil e também doloroso.

• É um momento em que se (re)vive experiências precoces


ligadas à identificação.
• No estádio do espelho, em Lacan, há a possibilidade de uma imago de
corpo unificada, que embora seja constitutiva da futura estrutura mental do
eu, aliena o sujeito.

• Aqui a descoberta é feita fora do eu, ou seja através do olhar materno e no


espelho. Neste sentido ainda não existe um sujeito, mas alguém assujeitado
ao olhar do outro.
• Como ficaria, então, no psiquismo do adolescente, ainda ligado à imagem
especular sustentada pelo desejo (e olhar) da mãe quando seu corpo real se
modifica e se transforma em um corpo adulto?

• Quando o corpo do adolescente sofre modificações que consequências


advêm em seu psiquismo?
Cenas de espelho “Cisne Negro”

• https://www.youtube.com/watch?v=_UgoRTaE9UY
Corpo adolescente
transformado é visto pelos
Corpo infanti = predomínio outros como um corpo
do imaginário sobre o real “mais adulto”,
correspondente à
imagem real

Como me desfazer dessa imagem


Infantil que me possibilitou a sensação de Adolescente desperta desejo
SER alguém? nos outros e aciona o imaginário deste.

Ainda busca no espelho uma imagem de Aqui surge a possibilidade de uma


perfeição, de criança perfeita, cujos pais nova relação com o próprio corpo
também são majestades
• Surge então um novo universo: o de SER visto.

• Ao se olhar vê sua imagem contaminada pelo corpo infantil se confrontando


com seu corpo real atual.

• Ao ser visto capta no olhar do outro a imagem de um corpo adulto, que é


seu.
Cenas do filme “Cisne Negro”
• https://www.youtube.com/watch?v=laqxV6FgsC4

• https://www.youtube.com/watch?v=WUyvVi7Zo6U
• O processo adolescente é vivencido como um segundo nascimento onde há
uma reedição da problemática edípica.

• Há a ressignificação dos acontecimentos da infância.

• Ocorre uma elaboração do luto pela perda do corpo, papel e identidade


infantil e a integração de um corpo sexuado genitalmente.
• Quando este trabalho de elaboração não ocorre, tais vivências são expelidas
do aparelho mental sob três formas de expressão:

• (1) Pelo corpo, via doenças psicossomáticas, distúrbios alimentares, agressões


ao corpo.

• (2) via conduta, nas atuações, nas vivências grupais e

• (3) na mente, via delírios e alucinações.


• Mariana, é uma adolescente de 14 anos, que no exercício de sua sexualidade
encontra vários meninos nas festas, ficando com eles de modo aleatório, referindo
que precisa encontra-los par “beijar muito”. Mariana utiliza roupas rasgadas e pretas e
traz como principal ídolo o cantor Kurt Cobain. A jovem solicita o atendimento porque
se sente solitária, incompreendida pelos pais, os quais chama de antiquados e
reacionários. Os mesmos, por sua vez, estão estranhando o comportamento de
Mariana que há um ano atrás era uma menina meiga e calma. Aliou-se a um grupo
cujos temas de conversa são política, filosofia e questões sociais: “querem reformular o
mundo”, dizem os pais.
Check list da aprendizagem
• Terapeuta mostra-se receptivo ao comportamento “diferente” de Mariana.
• ( ) sim ( ) não

• Terapeuta busca “validar” através de seu olhar este movimento de independização e


transição de Mariana.
• ( ) sim ( ) não

• Terapeuta busca nomear à paciente seus gestos como um modo natural de elaborar
sua transformação considerando passado, presente e futuro.
• ( ) sim ( ) não
Referências
• CASTRO, M.G.K.; STÜRMER, A.; ALBORNOZ, A.G. (orgs). Crianças e adolescentes em
Psicoterapia: abordagem psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2009

Você também pode gostar