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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO RN


CAMPUS NATAL CENTRAL
DIRETORIA ACADÊMICA DE INDÚSTRIA

Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologiado Rio Grande do


Norte- IFRN
Prof. José de Anchieta Lima
Prof. Jorge Magner Lourenço
Prof. Francisco Canindé
Prof. Roberto Silva
Av. Sen. Salgado Filho, 1559 - Tirol - Natal-RN
Diretoria Acadêmica de Indústria - DIACIN
CEP.: 59.000-000 Caixa Postal: 601
Tel.: 84-4005-2635 / 4005-2660
1. SEGURANÇA

1.1. NA OFICINA
Os seguintes itens básicos devem ser atendidos:

- Usar de equipamentos de segurança - EPI (compatível com o


equipamento) quando estiver utilizando as máquinas ferramentas;

- Utilizar bata, calça e sapato fechado sempre que entrar na oficina.

- Limpeza: Manter limpas as bancadas, máquinas e o chão. O lixo deverá


ser colocado em tambores de plástico. Além de tornar o local de trabalho
mais agradável, evitam acidentes.

- Siga rigorosamente a orientação do professor, quanto ao manuseio dos


equipamentos de laboratório. Os usuários dos laboratórios responderão
por qualquer dano físico que venha deliberadamente causar aos
equipamentos ou decorrente de utilização inadequada.

- O aluno deverá preparar-se para a aula, tendo claro o objetivo, a teoria e


tarefas a serem executadas.

1.2. AO USINAR:

- Para sua segurança e preservação do equipamento não operar


máquinas sem conhecimento e autorização, leia o material didático
fornecido. Em caso de dúvida, não hesite em perguntar ao professor do
laboratório.
- Não utilizar equipamento de maneira imprópria ou operar em
velocidades inseguras
- Certifique-se que ferramenta e peça estão devidamente posicionadas e
fixadas.
- Não regular, lubrificar, limpar, ou consertar máquinas em movimento,
energizadas ou sob pressão
- O processo de usinagem gera grande quantidade de calor que em
grande parte encontrasse no cavaco. Entretanto, a peça também tem sua
temperatura elevada, portanto cuidado ao manusear a peça após
qualquer operação de usinagem.
- Não misturar indevidamente ferramenta ou usar de modo impróprio
- não assumir posição ou postura insegura
- Usar o Equipamento de Proteção Individual (E.P.I.)
- Evitar “brincar” ou fazer qualquer ato que possa tirar a atenção sua e
dos outros, pois corre o risco de acidente.

Principais Causas dos Acidentes


· ato inseguro (falha humana)
· ferramentas defeituosas
· ferramenta imprópria para o serviço
· uso incorreto da ferramenta
· má conservação da ferramenta e
· guarda em local inseguro ou inadequado

Como ATOS INSEGUROS, podem ser listados:


1. operar sem autorização;
2. utilizar equipamento de maneira imprópria ou operar em
velocidades inseguras;
3. usar equipamento inseguro;
4. lubrificar, limpar, regular ou consertar máquinas em
movimento, energizadas ou sob pressão;
5. utilizar ferramenta imprópria ou deixar de utilizar a ferramenta
própria;
6. tornar inoperantes ou inseguros os dispositivos de segurança;
7. usar mãos e outras partes do corpo impropriamente;
8. assumir posição ou postura insegura;
9. fazer brincadeiras de mau gosto;
10. não usar o Equipamento de Proteção Individual (E.P.I.);
11. descuidar-se no pisar e na observação do ambiente;
12. deixar de prender, desligar, sinalizar, etc;

2. MEDIÇÕES
Devem ser utilizados os instrumentos adequados para cada situação.

2.1-Paquímetros
LEITURA COM PÁQUÍMETRO mm e pol
3-Torneamento

Para executar o torneamento, são necessários três movimentos relativos


entre à peça e à ferramenta. Elas são:
1. Movimento de corte: é o movimento principal que permite cortar o
material. O movimento é rotativo e realizado pela peça.
2. Movimento de avanço: é o movimento que desloca à ferramenta ao
longo da superfície da peça.
3. Movimento de penetração: é o movimento que determina profundidade
de corte ao empurrar a ferramenta em direção ao interior da peça e assim
regular à profundidade do passe e a espessura do cavaco.

Parâmetros de corte: velocidade de corte; avanço e profundidade de corte

As principais operações de usinagem em torno:


- Faceamento
- Sangramento
- Torneamento longitudinal (ou cilindragem)
- Torneamento de rosca:
- Perfilamento:
.

4. Geometria de ferramentas de corte

Aplicaremos aqui a terminologia contida na norma ISO 3002 de 1982.


Todas definições são baseadas em ferramentas para torneamento, mais
especificamente para bits, podendo ser adaptadas com algumas modificações
para outros tipos de ferramenta.

Os principais elementos de uma ferramenta de torneamento são:


Pastilhas de carbonetos

4.1-Ângulos de ferramenta de corte

Elemento fundamental para o rendimento e durabilidade da ferramenta;

Selecionado de acordo com o material a ser trabalhado;


4.2. Brocas

a) broca de centro, utilizadas como pré-furo para guiar brocas mais longas
e para a geração de furos utilizados na fixação das peças usinadas em torno.

b) broca helicoidal, broca mais comum, é utilizada para gerar furos mais
profundos.

c) ângulo de incidência ou folga - tem a função de reduzir o atrito entre a


broca e a peça. Isso facilita a penetração da broca no material. Sua medida
varia entre 6 e 15°. Ele também deve ser determinad o de acordo com o
material a ser furado: quanto mais duro é o material, menor é o ângulo de
incidência.

d) ângulo de ponta - corresponde ao ângulo formado pelas arestas cortantes


da broca. Também é determinado pela dureza do material a ser furado.
6. Velocidade na usinagem

6.1-Velocidade de Corte

É o espaço percorrido pela “ferramenta” em uma unidade de tempo


em m/min ou m/s

A velocidade de corte depende de uma série de fatores:

Tipo de material ser usinado;

Tipo de material da ferramenta;

Tipo de operação a ser realizada;

Condições de refrigeração;

Condições da máquina etc

A velocidade de corte é fornecida por tabelas


Velocidade de corte para torneamento (m/min)

Recomendação da velocidade de corte para os diferentes metais a tornear , em


m/min, para um tempo de duração de 60 minutos
6.2. Avanço de corte

É o percurso realizado pela ferramenta segundo a direção de avanço em cada


revolução ou curso, originando um levantamento repetido e contínuo de cavaco
Fatores que influenciam no avanço:

• Material da ferramenta;
• Operação a ser realizada;
• Rugosidade esperada;
• Raio da ferramenta.

Avanço nas ferramentas

No desbaste – no desbaste, o raio da ponta deve ser o maior possível para


obter uma aresta de corte forte, pois em grande raio de ponta permite avanços
mais vantajosos.

Avanço máximo não deve ser ultrapassado


Na prática: AVANÇO máx = 0,5 * Raio da ponta

No acabamento – o acabamento e as tolerâncias de superfícies são funções


da combinação entre o raio da ponta e o avanço, bem como da estabilização
da peça ao trabalho e das condições gerais da máquina.

Valores de referência para os avanços do torneamento em mm/rotação


Avanço máximo por volta da broca de aço rápido

Cálculo da penetração da ferramenta e Anel graduado:

operação necessária sempre que o trabalho exigir que a ferramenta ou a


mesa seja deslocada com exatidão;

O anel graduado permite relacionar um determinado número de divisões do


anel com a penetração (Pn) necessária para efetuar o corte.
Penetração axial Penetração radial

Pn = E – e Pn = (D – d) / 2

Pn - penetração da ferramenta D- diâm do mat. antes do passo


E- espessura axial ou comprimento d- diâm. do mat. depois do passo
e- espessura ou comprimento da
peça depois do passe

7-Roscas
OBS.: Tanto na rosca Whithworth quanto na Americana, o passo é determinado
dividindo-se uma polegada pelo número de filetes filetes contido dentro dela.
ex.: 12 fios/pol.

Esses três tipos de roscas são fabricados em dois padrões: normal e fina.

Sistema métrico : rosca normal identificada pela letra “M” (métrica) e


a rosca fina é identificada pela sigla “MF”(métrica fina).

Sistema Whithworth : rosca normal é identificada pela sigla


BSW(British Standard Whithworth), e a rosca fina, pela sigla
BSF(British standard fine).

Sistema americano: a normal pela sigla UNC e a rosca fina, pela


sigla UNF.

Medição do passo da rosca

BSW
Rosca Whitworth Grossa
Diâmetro do Diâmetro
D (pol)
núcleo (mm) da broca
fios / pol
máximo minimo (mm)
1/8-40 2.590 2.468 2.5
5/32-32 3.211 3.058 3.1
3/16-24 3.744 3.540 3.6
7/32-24 4.538 4.334 4.4
1/4-20 5.224 4.980 5.1
5/16-18 6.661 6.389 6.5
3/8-16 8.052 7.747 7.9
7/16-14 9.379 9.030 9.2
1/2-12 10.610 10.203 10.5
9/16-12 12.176 11.769 12.0
5/8-11 13.598 13.154 13.4
3/4-10 16.538 16.050 16.4
7/8-9 19.411 18.868 19.25
1"-8 22.185 21.575 22.0
1.1/8-7 24.876 24.182 24.7
1.1/4-7 28.054 27.357 27.75
1.3/8-6 30.555 29.741 30.2
1.1/2-6 33.730 32.916 33.5
1.5/8-5 35.921 34.945 35.5
1.3/4-5 39.096 38.120 38.5
1.7/8-4.1/2 41.648 40.563 41.5
2"-4.1/2 44.823 43.738 44.5
2.1/4-4 50.420 49.200 50.0
2.1/2-4 56.770 55.550 56.6
2.3/4-3.1/2 62.108 60.714 62.0
3-3.1/2 68.459 67.065 68.0

Bibliografia:

J.M.Freire, Máquinas de serrar e furar, Rio de Janeiro; LTC – Livros


Técnicos e Científicos, Editora S.A. 1983.

J.M. Freire, Fresadora, Rio de Janeiro; LTC – Livros Técnicos e


Científicos, Editora S.A. 1983.

J.M. Freire, Torno mecânico, Rio de Janeiro; LTC – Livros Técnicos e


Científicos, Editora S.A. 1983.

A.L. Cassilas, Tecnologia da mediação, Ed. Mestre Jou S.P.

L.S. Cunha, Manual prático do mecânico, Ed. Hemus.

CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica. Vol. II. Ed. McGraw-Hill do


Brasil, São Paulo 1986.
INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CÂMPUS NATAL – CENTRAL
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
DIRETORIA ACADÊMICA DE INDÚSTRIA

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA – produção mecânica (integrado) e produção mecânica


II(subsequente)

Prática: afiação de uma ferramenta de aço rápido para desbaste a esquerda

ÂNGULO DE INCIDÊNCIA LATERAL (a)

É formado pela superfície lateral e o plano vertical que passa pela aresta de corte. Este ângulo
facilita a penetração lateral da ferramenta no material

ÂNGULO DE CUNHA (b)

O ângulo de cunha é formado pelas superfícies de saída e de incidência (lateral ou frontal) cuja
interseção constitui o gume da ferramenta.
ÂNGULO DE ATAQUE (c)

O ângulo de ataque é formado pela superfície de ataque e o plano horizontal. Influi o esforço
de retirar o material e no deslocamento do cavaco. Quando maior for este ângulo, tanto
menor será o esforço empregado no desprendimento do cavaco.

Ângulos recomendados
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PRÓ-REITORIA DE ENSINO
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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA – produção mecânica (integrado) e produção mecânica


II(subsequente)

Qualidade: ∇ ou ∇∇
Tempo de usinagem: de 24 a 30 horas/aula
Material: tarugo de aço ABNT 1020, secção circular de 25,4 mm de diâmetro e 210 mm de
comprimento
Professor: Jorge Magner

FERRAMENTAS/CONFIGURAÇÃO DE
Nº ORDEM DE EXECUÇÃO
MONTAGEM

Nivele a ponta da ferramenta com centro do


01
torno através da contra ponta giratória

Prenda o tarugo na placa de castanha deixando-o


cerca de 20 mm para fora, começando o aperto
02
pela castanha nº 01 ou aquela indicada pelo
fabricante.

Faceie ambos os lados do tarugo, faça o furo de


centro após cada faceamento, usando velocidade
de corte de 10 m/min. Desbaste 25 mm em um
03 dos lados fazendo o pega da placa eliminando a
ovalização do tarugo, usando velocidade de corte
de 10 m/min.
Precaução: use pincel para limpar e lubrificar a
broca
Fixe o tarugo entre placa e ponta, de maneira que
os 25 mm desbastados anteriormente fique como
04 pega da placa. Posicione primeiro na conta ponta,
em seguida faça o devido aperto da placa,
evitando, assim, desbalanceamento.

Desbaste no mínimo 190 mm do comprimento do


tarugo, deixando-o com ¾” (19,05 mm). Use a
05
mesma ferramenta do faceamento, velocidade de
corte de 30 m/min e fluido de corte.

Marque todas as cotas utizando a ponta da


ferramenta e o colar micrométrico do carro
06
principal.
Precaução: retire a folga da cremalheira do
barramento e zere o colar.
Rebaixe os diâmetros utilizando o “bedame”
como ferramenta de corte, utilizando velocidade
07 de 10 m/min para um diâmetro de referência.
Precaução: use o esquadro para deixar
tarugo/bedame com 90° e Nivele a aresta de
corte da ferramenta com a ponta.
Faça o desbaste cônico. Gire o carro superior no
ângulo calculado e utilize a mesma ferramenta de
08
desbaste com velocidade de corte de 30 m/min.
Precaução: utilize os carros transversal e principal
apenas para posicionamento da ferramenta.
Faça rosca Whitworth (BSW) com 12 fios por
polegada, utilizando velocidade de corte de 10
m/min. Utilize o escantilhão para verificação do
ângulo de 55° da ferramenta de corte e
perpendicularismo entre peça/ferramenta.
09 Precaução: posicione 12 fios por polegada na
coluna TPI (Thread Per Inch) na caixa de rosca do
torno. Utilize óleo lubrificante nesta operação.

Faça o recartilhamento utilizando uma recartilha


de dois rolos, com velocidade de corte de 10
m/min. A velocidade de avanço (mm/rotação)
deve ser igual a 20% do espaçamento do picado
10 da recartilha.

Precaução: Utilize óleo lubrificante nesta


operação e limpe a recartilha após seu uso.
Fazer perfilhamento côncavo e convexo com uma
ferramenta de corte ponta redonda (perfilada).
Utilize com velocidade de corte de 30 m/min.
11
Precaução: Utilize os carros superior e transversal
simultaneamente.

Vire a peça, prenda-a protegendo o recartilhado


12
com uma lixa. Sangre-a, deixando sobremetal
para faceamento.

OPERAÇÃO COMPLEMENTAR:
Faça uma porca com material que serviu de pega,
possuindo rosca BSW (Whitworth) de 12 fios por
polegada.
13 Faceie ambos os lados, faça furo de centro,
troque a broca e fure todo o comprimento de 15
mm da porca. Verifique por meios de catálogos
qual o furo para rosqueamento interno e,
consequentemente, encaixe na rosca do tarugo
acima.

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