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UNIVERSIDADE ROVUMA
FACULDADE DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS
TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA

Redes Digitais

Transmissão de Dados

Docente:

Engº. Milagre Salimo

Nampula
2022
2

Francisco Machai
Ricardo Pedro

Transmissão de Dados

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de Redes


Digitais, Curso de Licenciatura em Engenharia
Electrónica com habilitação em Telecomunicações, 5°
Ano, Pós-laboral, Leccionada pelo Docente:

Engº. Milagre Salimo

Nampula

2022
3

Índice Pag.
Lista de figuras………………………………………………………………….. i
Dedicatória……………………………………………………………………… ii
Agradecimentos………………………………………………………………… iii
Lista de Abreviaturas…………………………………………………………… Iv
Resumo…………………………………………………………………………. v
Abstract…………………………………………………………………………. vi
1. Introdução……………………………………………………………… 10
1.1. Objectivos……………………………………………………… 11
……….
1.2. Hipóteses………………………………………………………… 11
……...
2. Metodologia…………………………………………………………….. 11
3. Conceitualização………………………………………………………… 12
3.1. Breve Historial da TD 13
4. Tipos de transmissão…………………………………………………… 13
5. Meios de Transmissão…………………………………………………. 15
5.1. Meios de transmissão 15
guiados…………………………………………
5.2. Meios de transmissão não 21
guiados……………………………………
6. Conclusão……………………………………………………………… 28
7. Referencias bibliográficas……………………………………………… 29
4i

Lista de figuras

Figura 1: Transmissão de dados ………………..…………………… 12


Figura 2: Transmissão Simplex do transmissor ao receptor ………… 13
Figura 3: Transmissão Half Duplex ………………………………… 14
Figura 4: Transmissão Full Duplex ……….………………………… 14
Figura 5: Estrutura do Cabo Coaxial………………………………… 15
Figura 6: Cabo Par Trançado sem Blindagem……………………….. 16
Figura 7: Cabo Par Trançado Blindado……………………………… 17
Figura 8: Estrutura do Cabo de Fibra Óptica………………………… 19
Figura 9: Exemplo de Propagação da Luz na Fibra Óptica………….. 20
Figura 10: A maneira como o Espectro Electromagnético é Usado
na Comunicação……………………………………………. 22
Figura 11: Modulação de Amplitude, Frequência e Fase……………….. 23
Figura 12: Transmissão Via Rádio de Frequências Baixas…………….. 24
Figura 13: Propagação Ionosférica para Transmissão de Ondas
de Rádio de Alta frequência……………………………….. 25
Figura 14: Comunicação Via Satélite…………………………………. 26
5
ii

Dedicatória

Aos nossos pais, pela dedicação, forca e por acreditar em nos desde o inicio da jornada!

“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que


quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito
está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.
Condições de palácio têm qualquer terra larga, mas
onde estará o palácio se não o fizerem ali?”
(Fernando pessoa).
6
iii

Agradecimentos

À Deus pela vida, pela protecção pela sua presença em todo o meu trajecto de vida;

Aos nossos pais, em memória, pela educação e oportunidade de terem-nos trazido ao mundo e
por terem investido na nossa formação;

À nossa família, pelo amor e conforto que nos proporcionam;

Aos nossos irmãos, mais próximos de nós, pelo companheirismo e partilha de muitos
momentos;

Aos nossos amigos e companheiros de várias e outras jornadas, pela cumplicidade e amizade;

Às demais pessoas, que têm acompanhado o nosso trajecto estudantil.


7iv

Lista de Abreviatura

Tx Transmissor

Rx Receptor

TD Transmissão de dados

PCs Computador Pessoal

BBS Bulletinboards

TIA Associação da Indústria de Telecomunicações

MHz Maga Hertz

Mbps Mega bite

LAN Rede de Área Local

Km Quilometro

VLF Muito Alta Frequencia

LF Baixa Frequencia

MF Media Frequencia

HF Alta Frequência

DB Decibéis

GEO Geoestationary Earth Orbit

ME Medium-Earth Orbit

LEO Low-Earth Orbit


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v

Resumo

A comunicação entre sistemas requer um sistema de transmissão. O sistema de transmissão


apenas transfere sinais que representam sequências de símbolos binários (bits), estando o
processo sujeito a diversos tipos de erros que não garantem nem a integridade nem a fidelidade
dos dados transmitidos. A transmissão é efectuada sob a forma de sinais (eléctricos, ópticos,
etc.), que podem ser analógicos ou digitais, e que constituem uma forma de representação dos
dados (digitais) adequada para transmissão. Num meio físico é possível constituir, por meio de
técnicas de multiplexagem, um ou mais canais independentes para a transmissão de
informação. Um canal é um recurso ao qual pode ser associada uma capacidade de transmissão
de informação (fixa ou variável). A expressão Comunicação de Dados é habitualmente usada
para referir um nível de abstracção mais elevado do processo de comunicação, englobando um
conjunto de técnicas que permitem a troca de unidades de dados, de forma controlada e fiável
(se tal for possível ou desejável), entre sistemas envolvidos no processo de comunicação. O
processo de comunicação de dados inclui a organização e estruturação de uma sequência
arbitrária de bits transferida através de um canal (sistema) de transmissão, bem como outras
funções necessárias à comunicação (por exemplo, controlo de erros ou de fluxo).

Palavras-chave: Transmissão, comunicação, dados e redes.


vi
9

Abstract
Communication between systems requires a transmission system. The transmission system only
transfers signals that represent sequences of binary symbols (bits), and the process is subject to
various types of errors that do not guarantee either the integrity or the fidelity of the transmitted
data. Transmission takes the form of signals (electrical, optical, etc.), which may be analogue
or digital, and which constitute a form of representation of (digital) data suitable for
transmission. In a physical medium it is possible to constitute, by means of multiplexing
techniques, one or more independent channels for the transmission of information. A channel is
a resource to which an information transmission capacity (fixed or variable) can be associated.
The expression Data Communication is usually used to refer to a higher level of abstraction of
the communication process, encompassing a set of techniques that allow the exchange of data
units, in a controlled and reliable way (if this is possible or desirable), between systems
involved in the communication process. The data communication process includes the
organization and structuring of an arbitrary sequence of bits transferred over a transmission
channel (system), as well as other functions necessary for communication (e.g. error or flow
control).

Keywords: Transmission, communication, data and networks.


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1. Introdução

Um ambiente distribuído abrange vários recursos de sistema (dados, recursos computacionais,


programas,) espalhados em várias localizações. Estes recursos necessitam de um sistema de
comunicações para poderem interagir entre si. Ou seja o sistema de comunicações será o
mecanismo de distribuição para a troca de dados e informações de controlo. Estes podem ser
transparentes aos usuários finais ou visíveis o bastante para que se saiba qual a rede que oferece
a interligação dos recursos. Seja qual for o caso, a comunicação entre os nós é indispensável e
exige uma rede física para estabelecer a conexão com todos os nós de interacção.

A “transmissão de dados” é uma matéria cada vez mais importante para qualquer pessoa que
opere com equipamentos que estejam inseridos num sistema de comunicação. Transmissão,
transferência ou Comunicação de dados trata da transmissão de informação entre sistemas
computacionais. A transmissão de informação pressupõe a passagem de sinais através dos
meios físicos de comunicação que compõem as redes.

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Redes Digitais leccionada no curso de


Licenciatura em Engenharia Electrónica (Telecomunicações) na Faculdade de Ciências
Tecnológicas (Universidade Rovuma).
11

1.1. Objectivos
 Geral
o Compreender o conceito da Transmissão de Dados no gerenciamento das
telecomunicações.
 Específicos
o Definir o conceito de Transmissão e Dados;
o Entender como é feita a transmissão de dados desde o Tx ate Rx;
o Descrever os meios usados para essa transmissão ser feita.
o Falar da importância da transmissão de dados para as telecomunicações.

1.2. Hipóteses
As hipóteses levantadas nesta pesquisa são:

a) A transmissão de dados possui características adequadas para melhorar a comunicação;


b) A transmissão de dados apresenta viabilidade técnica no seu uso dia-a-dia na
comunicação.

2. Metodologia

Esta pesquisa consistiu em uma investigação aplicada, com o propósito de desenvolver


conhecimentos direccionados a um problema específico, concreto e prático. Do ponto de vista
de seus objectivos, pode ser definida como explicativa, dotada de elementos exploratórios e
descritivos, consistindo no levantamento de informações e definição de hipóteses. Em relação à
forma de abordagem do problema, o método de pesquisa empregado utilizou componentes
qualitativos e quantitativos. Foram utilizadas informações colectadas em bases de dados de
publicações em artigos, dissertações, teses e livros.
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3. Conceitualização

a) Transmissão de Dados

Segundo Alcobia (s/d) a palavra dado designa, em sentido lato, entidade usada para representar
qualquer tipo de informação, analógica ou digital (texto, voz, vídeo, imagem, gráficas, etc.).
Em informática designa-se por dados os elementos de partida que servem de base para o
tratamento e sobre os quais o computador efectua as operações necessárias a tarefa em questão.

A mesma autora refere que os dados são uma representação dos factos, conceitos ou instruções
de uma maneira normalizada que se adapte a comunicação, interpretação e processamento pelo
ser humano ou através de máquinas automáticas.

b) Transmissão

A transmissão é efectuada sob a forma de sinais (eléctricos, ópticos, etc.), que podem ser
digitais ou analógicos, e que constituem uma forma de representação dos dados (símbolos
binários) adequada para transmissão (Alcobia, s/d).

Fig.1: Transmissão de dados


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3.1. Breve Historial da TD

De acordo com Guess (2003) a comunicação de dados começou com a invenção do telégrafo
por Samuel F.Morse em 1838. As mensagens eram codificadas em cadeias de símbolos
binários e então transmitidas manualmente por um operador através de um dispositivo gerador
de pulsos eléctricos. Foram implantadas cerca de 40 milhas de linha para telégrafo em 1844.

Para Alcondre (2009) foi a partir dos anos 1980 que ocorreu a grande expansão da informática
e das redes de computadores para os usuários domésticos, pois, com o surgimento dos
computadores pessoais (PCs), os usuários domésticos tiveram acesso às tecnologias da
informática, o que levou à necessidade de conexão entre esses computadores.

Nessa época, tiveram origem as Bulletinboards (BBS), em que usuários compartilhavam


mensagens e arquivos de seus computadores com outros computadores por meio de linhas
telefónicas. Então, nos anos 1990, ocorreu a união dessas duas ideias, a possibilidade de
compartilhamento de dados e informações por usuários e empresas utilizando o mesmo meio
físico (Alcondre, 2009).

4. Tipos de transmissão

O transporte de informação e de dados ao longo de canais de comunicação pressupõe a


existência de, pelo menos, um emissor e um receptor. Existem três tipos básicos de
transmissão: Simplex (ocorre em apenas um sentido), Half Duplex (ocorre nos dois sentidos,
mas não simultaneamente) e Full Duplex (ocorre nos dois sentidos, simultaneamente).

a) Transmissão Simplex

Neste caso, as transmissões podem ser feitas apenas num só sentido, de um dispositivo emissor
para um ou mais dispositivos receptores; é o que se passa, por exemplo, numa emissão de rádio
ou televisão; em redes de computadores, normalmente, as transmissões não são desse tipo.

Fig.2: Transmissão Simplex do transmissor ao receptor


14

b) Transmissão Half-Duplex

Nesta modalidade, uma transmissão pode ser feita nos dois sentidos, mas alternadamente, isto
é, ora num sentido ora no outro, e não nos dois sentidos ao mesmo tempo; este tipo de
transmissão é bem exemplificado pelas comunicações entre computadores (quando um
transmite o outro escuta em simultâneo); ocorre em muitas situações na comunicação entre
computadores.

Fig.3: Transmissão Half Duplex

c) Transmissão Full-Duplex

Neste caso, as transmissões podem ser feitas nos dois sentidos em simultâneo, ou seja, um
dispositivo pode transmitir informação e ao mesmo tempo recebe-la; exemplos destas
transmissões são as comunicações telefónicas; também são possíveis entre computadores,
desde que o meio de transmissão utilizado contenha pelo menos dois canais, um para cada
sentido do fluxo dos dados.

Fig.4: Transmissão Full Duplex


15

5. Meios de Transmissão

Alcobia (s/d) afirma que os meios de transmissão possibilitam que os dados codificados em
sinais possam ser enviados de um receptor para um transmissor. Macedo, Franciscato, da
Cunha e Bertolini (2018) firmam que os meios de transmissão podem ser classificados como
guiados e não guiados.

5.1. Meios de transmissão guiados

Macedo etal. (2018) afirmam que os meios de transmissão guiados consistem naqueles que
podem ser manipulados durante sua instalação, como por exemplo um cabo coaxial ou cabo de
par trançado.

i. Cabo Coaxial

Segundo Macedo etal. (2018) as primeiras redes de computadores utilizavam o cabo coaxial
para conectar os dispositivos da rede. Estes cabos foram utilizados nas redes de computadores
até meados dos anos noventa. Os principais componentes de um cabo coaxial consistem na
capa, na blindagem, no isolador e no condutor.

A capa normalmente é fabricada em plástico e fica localizada na parte mais externa do cabo. A
blindagem geralmente é construída com um material metálico. O isolador normalmente é
fabricado com um material mais duro e está directamente em contacto com o condutor, cuja
função consiste em transmitir os sinais eléctricos que representam dados em uma rede de
computadores (Macedo etal.2018).

Fig.5: Estrutura do Cabo Coaxial


16

 Vantagens do cabo Coaxial

As principais vantagens do cabo coaxial consistem na sua blindagem eficiente e na imunidade a


ruído. A blindagem eficiente ocorre em virtude da utilização de três componentes para evitar o
contacto do condutor com o ambiente externo. Outra vantagem deste meio de transmissão
consiste na óptima imunidade a ruído. Como consequência do ruído, as informações não podem
ser reconhecidas no receptor. A principal razão da alta imunidade a ruído surge em função da
grande quantidade de componentes que fazem a blindagem do cabo coaxial Macedo et l.,
2018).

 Desvantagens do cabo Coaxial

A principal desvantagem deste meio de transmissão consiste na dificuldade de instalação. Em


virtude de sua rigidez, o cabo pode ser quebrado com facilidade no momento de fazer curvas
acentuadas. Mesmo com essa desvantagem, os cabos coaxiais são empregados actualmente
principalmente para transmitir sinais de televisão (Macedo etal., 2018).

ii. Cabo Par Trançado


O cabo par trançado é formado por uma capa externa que agrega um conjunto de pares de fios
de cobres encapados e enrolados de forma helicoidal. A figura apresenta um cabo par trançado
sem blindagem, onde pode-se perceber quatro pares de fios de cobre entrelaçados. Cada fio
destes pares possui uma função específica. Para interpretar a informação recebida, o receptor se
baseia na diferença de potência entre os dois níveis de tensão (Macedo etal., 2018).

Fig.6: Cabo Par Trançado sem Blindagem


17

De acordo com Macedo etal. (2018) os cabos de par trançado podem pertencer a dois tipos,
com ou sem blindagem. O cabo par trançado sem blindagem, consiste no cabo de uso mais
popular nas redes de computadores. O cabo par trançado blindado, possui uma blindagem
electromagnética metálica ou um revestimento em malha de cobre em cada par de fios isolados
do cabo, proporcionando maior isolação e imunidade ao ruído. No entanto, o seu custo também
é mais elevado.

Fig.7: Cabo Par Trançado Blindado

Outra forma de classificar os cabos de par trançado consiste na análise da categoria que eles
pertencem.

 Categorias do cabo par trançado

Macedo etal. (2018) referem que existem sete categorias do cabo par trançado, desde os mais
antigos e não mais usados aos actuais, nomeadamente:

1) Acategoria 1 era empregada principalmente em instalações telefónicas e redes antigas, mas


não é mais reconhecida pela Associação da Indústria de Telecomunicações (TIA);
2) Acategoria 2erautiliza em redes em topologia em anel com suporte a token, mas assim como
a categoria anterior, a segunda categoria não é mais reconhecida pela TIA.
3) A categoria 3 consistiu no primeiro padrão projectado especialmente para redes de
computadores e suporta a transmissão de sinais em uma frequência de até 16 megahertz (MHz)
e continua em operação actualmente;
4) A categoria 4 permite transmitir sinais a uma frequência de até 20 MHz e a uma taxa de
dados de 20 Mbps;
5) A categoria 5 é a mais utilizada e permite frequências de até 125 MHz;
18

6) A categoria 6 em geral opera com frequência de 250 MHz, mas apenas em um alcance de 55
metros. Além disso, essa categoria apresenta maior poder para reduzir interferências e a perda
de sinal; e
7) A categoria 7 permanece em desenvolvimento visando permitir a criação de redes capazes
de transmitir 100 gigabits por segundo em cabos de 15 metros de alcance.

 Vantagens e desvantagens do cabo par Trançado


A utilização do cabo par trançado apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as desvantagens
encontram-se o comprimento máximo sem perdas de 100 metros, a baixa imunidade a
interferências externas (ruídos). Esta última desvantagem pode ser optimizada ao utilizar os
cabos par trançados blindados, mas esta escolha resulta em um custo maior. Mesmo existindo
desvantagens, este cabo ainda é muito utilizado nas redes LANs actualmente (Macedo etal.,
2018).

iii. Fibra Óptica

A fibra óptica consiste no meio de transmissão guiado mais avançado em termos de taxas de
transmissão de dados por segundo. O princípio utilizado neste meio de transmissão consiste em
transmitir pulsos de luz para representar bits. Apesar dessa grandeza física ser muito
impressionante, até o momento a humanidade ainda não desenvolveu métodos muito
aprimorados para dominar tecnologias que operam na velocidade da luz. Isso também ocorre
com a transmissão de dados por meio da fibra óptica. Estima-se que o limite máximo de taxa de
transmissão de dados por meio de uma fibra óptica pode ultrapassar a casa dos 50.000 Gbps (50
Tbps) (Macedo etal., 2018).

Os autores acima citados, afirmam que actualmente as tecnologias existentes permitem um


limite prático de 100 Gbps, algo ainda muito aquém do potencial deste meio de transmissão.
Como o limite alcançado ainda se torna muito interessante quando comparado com a taxa de
transmissão por meio de fios de cobre e além disso existe um potencial muito grande a ser ex-
plorado, o investimento em fibra óptica se tornou muito promissor para as companhias
responsáveis por prestar serviços de Internet e muito investimento vêm sendo realizado nessa
área.

Os cabos de fibra óptica se assemelham muito aos cabos coaxiais em termos de sua estrutura. A
principal diferença entre eles encontra-se na utilização da malha metálica. Um cabo de fibra
19

óptica compreende os seguintes componentes, uma capa protectora, uma casca ou revestimento
interno e o núcleo. A capa protectora normalmente é construída com plástico, tal como no cabo
coaxial e possui a função de realizar um isolamento externo inicial. A casca ou revestimento
interno é fabricada em vidro e oferece uma protecção adicional aquela proporcionada pela capa.
O núcleo localizado no centro do cabo também é fabricado em vidro, sendo responsável por
propagar os pulsos de luz que representam bits enviados (Macedo etal., 2008).

Fig.8: Estrutura do Cabo de Fibra Óptica

Macedo etal. (2018) referem que o diâmetro do núcleo de um cabo de fibra óptica vária de
acordo com o modo como os raios de luz ricocheteia em diferentes ângulos. Quando um raio de
luz passa de um emissor para um receptor através da fibra, o raio é refractado (inclinado), o
núcleo da fibra. Esse processo envolve a definição de ângulos que determinam como o sinal
ricocheteia nas extremidades da fibra até alcançar o destino.

A forma como esse ângulo é definido nos ajuda a classificar os modos de transmissão na fibra
óptica e reflectirá no diâmetro do núcleo. Ao todo existem dois principais tipos de fibras, a
multimodo e modo único. Na fibra multimodo existem raios de luz distintos, cada um
ricocheteando em ângulos diferentes e o diâmetro do núcleo compreende 50 micro. Nesses
casos, cada raio de luz pode ter sido gerado por um usuário diferente, auxiliando no
compartilhamento do meio de transmissão entre os usuários de uma rede (Macedo etal., 2018).

Na fibra de modo único, também conhecida como mono modo, a luz é propagada em linha
recta, sem ricochetear e o diâmetro do núcleo possui entre 8 e 10 micro. Nesta situação, a fibra
20

fica alocada exclusivamente para representar os sinais de um único emissor, o que acarreta em
um custo financeiro maior quando comparado com a fibra multimodo. Comparando o diâmetro
destes dois tipos de fibras, a fibra de modo único é significativamente menor do que a
multimodo (Macedo etal., 2018).

Fig.9: Exemplo de Propagação da Luz na Fibra Óptica

Conexões para transmitir dados

Geralmente, os cabos de fibra óptica são enterrados aproximadamente a um metro da


superfície. Nessas condições, ocasionalmente as fibras ópticas são rotas por tractores ou
retroescavadoras. Em regiões litorâneas, os cabos de fibra óptica transoceânicos são enterrados
em trincheiras. Quando passam pelo alto mar, normalmente quando as fibras ópticas são usadas
para interconectar diferentes países, os cabos são dispostos no fundo do oceano para evitar de
serem capturados por redes de pesca, afirmam Macedo etal. (2018).

Existem três principais modos de conexões: no primeiro, as fibras podem possuir conectores
nas extremidades do cabo e são ligados em soquetes de fibra; o segundo, compreende a união
mecânica da fibra, isto é, as extremidades são conectadas por meio de uma luva especial e um
alinhamento cuidadoso pode ser realizado para maximizar a passagem do sinal e; o terceiro
compreende a fusão das extremidades, proporcionando um resultado muito semelhante a uma
fibra sem emendas, todavia, existe uma pequena atenuação no sinal transmitido, mas mesmo
assim este tipo de conexão se destaca em relação aos demais (Macedo etal.2018).

 Vantagens e desvantagens na transmissão de dados

Dentre as principais vantagens da fibra óptica pode-se citar as altas taxas de transmissão,
número reduzido de repetidores e a baixa susceptibilidade à ruídos. Em relação ao número
reduzido de repetidores, as fibras ópticas requerem repetidores somente a cada 50 Km, muito
21

melhor do que cabo de cobre que requerem a cada 5 Km. Quanto aos ruídos, as fibras ópticas
não são afectadas por picos de tensão, interferência electromagnética ou faltas de energia
eléctrica (Macedo etal., 2018).

No que concerne as desvantagens, as principais consistem no alto preço, na dificuldade de


instalação e na fragilidade dos cabos. Outro agravante consiste na necessidade de pessoas
altamente qualificadas para realizar os procedimentos de instalação e manutenção da rede, uma
vez que esta consiste em uma tecnologia emergente. Além disso, os cabos de fibra óptica são
frágeis e podem ser facilmente rotos (Macedo etal., 2018).

Os autores em alusão acreditam que apesar destas desvantagens, a utilização deste meio de
transmissão está em alta nos dias actuais. A principal utilização dos cabos de fibra óptica
consiste nos enlaces de redes intercontinentais e em redes de empresas especializadas na presta-
ção de serviços de Internet, visto que nestas situações existe uma alta demanda por conexões de
alta velocidade.

5.2. Meios de transmissão não guiados

Meios de transmissão não guiados não apresentam essa característica, como por exemplo, a
transmissão via rádio, ou via satélite.

i. Espectro Electromagnético

Todas as comunicações sem fio se baseiam no princípio da transmissão de ondas


electromagnéticas emitidas e recebidas através do ar por meio de antenas. No entanto, ao invés
de utilizar o termo “ar”, a literatura especializada da área geralmente usa o termo espectro
electromagnético para se referir ao ambiente como um todo onde as ondas podem se propagar
(Macedo etal., 2018).
22

Fig.10: A maneira como o Espectro Electromagnético é Usado na Comunicação

De acordo com a figura, pode se observar diferentes frequências classificadas como ondas
electromagnéticas não-ionizantes e ionizantes. Todas as ondas electromagnéticas transportam
energia e viajam na velocidade da luz. As ondas electromagnéticas ionizantes são aquelas que
possuem energia suficiente para remover electrões do átomo ou quebrar ligações químicas
(Macedo etal., 2018).

Em contrapartida as ondas electromagnéticas não-ionizantes não possuem energia suficiente


para remover electrões ou quebrar ligações químicas. Dentre as ondas electromagnéticas não-
ionizantes, encontra se desde as frequências extremamente baixas (ELF), geralmente utilizadas
em torres de comunicação cabeada, até as ondas de infravermelho. Separando as ondas não-
ionizantes das ondas ionizantes, encontra-se a luz visível, ou seja, a luz percebida pelos seres
humanos. Na sequência, seguem as ondas electromagnéticas ionizantes, compreendendo desde
a radiação ultravioleta até os raios gama (Macedo etal., 2018).

Os autores anteriormente citados revelam que as faixas de rádio, micro-ondas, infravermelho e


luz visível do espectro electromagnético podem ser usadas na transmissão de informações
através da modulação da amplitude, da frequência, ou da fase das ondas. A modulação consiste
em uma técnica criada para modificar as características da onda portadora do sinal. Na
modulação por amplitude, a onda portadora do sinal é modificada em termos de amplitude para
portar o sinal.

A amplitude consiste na medida de oscilação da onda que pode ser positiva ou negativa. A
modulação por frequência aplica técnicas para variar a frequência da onda portadora do sinal. A
frequência indica o número de ocorrência de oscilações do sinal da onda em um determinado
23

intervalo de tempo, sendo medida em Hz. A modulação de fase emprega técnicas para variar a
fase da onda portadora do sinal. A fase de uma onda expressa o ângulo de uma onda (Macedo
etal., 2018).

Fig.11: Modulação de Amplitude, Frequência e Fase

A transmissão de informações por meio de ondas electromagnéticas ionizantes, tais como a luz
ultravioleta, os raios X e os raios gama, consistiria em uma opção ainda melhor do que
empregar as ondas não-ionizantes. A principal razão desta possível melhoria acontece em
função das ondas electromagnéticas ionizantes suportarem frequências mais altas. Todavia,
essas ondas são mais difíceis de produzir, modular e de se propagarem de modo eficiente
através de obstáculos, tais como prédios. Além disso, as ondas ionizantes podem ser nocivas
para os seres humanos (Macedo etal., 2018).

ii. Transmissão Via Rádio

Actualmente existem muitos dispositivos desenvolvidos para transmitir sinais por meio de
ondas de rádio. O sucesso da grande popularidade desta tecnologia se dá devido a dois factores,
a facilidade técnica envolvida para efectuar transmissões eficazes e pelas ondas geradas
possuírem a característica omnidireccionais (Macedo etal., 2018).

A complexidade envolvida na geração de ondas de rádio é baixa e essas ondas podem


geralmente ser propagadas através de obstáculos, tais como prédios. Devido a esta
característica, as ondas de rádio podem ser empregadas em ambientes abertos e fechados. Além
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disso, as ondas de rádio são omnidireccionais, ou seja, elas podem se propagar em todas as
direcções a partir da origem. Como consequência, a transmissão via ondas de rádio não
demanda um alinhamento físico cuidadoso entre o emissor e receptor (Macedo etal., 2018).

Segundo Macedo etal. (2018) algumas propriedades das ondas de rádio determinam a sua
eficácia em se propagar através de obstáculos. Ondas electromagnéticas com frequências baixas
atravessam bem os obstáculos. Todavia, a potência do sinal transmitido cai consideravelmente
ao passo que a distância entre a origem e destino aumenta, pois a energia do sinal se espalha.
As ondas de rádio com frequências altas tendem a viajar em linha recta e a ricochetear em
obstáculos.

Nesse caso também pode ocorrer a redução da potência devido a perda do caminho. No
entanto, além disso as ondas com alta frequência podem sofrer reflexões e podem ser
absorvidas pela chuva ou outros obstáculos de maneira mais intensa do que as ondas com baixa
frequência. Independentemente do tipo de frequência empregada, as ondas de rádio estão
propensas a interferências de equipamentos eléctricos e motores (Macedo etal., 2018).

A propagação de ondas de frequências baixas e altas ocorrem de modo diferente. Nas bandas
VLF, LF e MF, as ondas são propagadas perto do solo. Observando a figura, nota se que o sinal
é propagado directamente entre as antenas. As ondas propagadas em frequências baixas podem
ser detectadas em um raio de cerca de mil quilómetros. Apenas para contextualizar a aplicação
esta tecnologia, as rádios AM normalmente usa a banda MF. Usando bandas de frequências
baixas, tal como a VLF, LF e MF, as ondas de rádio podem facilmente atravessar prédios e por
este motivo podemos usar rádios portáteis em ambientes fechados sem problema. Todavia, esta
tecnologia também apresenta limitações e a principal diz respeito à baixa largura de banda
disponível (Macedo etal., 2018).

Fig.12: Transmissão Via Rádio de Frequências Baixas


25

Em contrapartida, diferentemente das ondas de frequência baixas, as ondas de frequência mais


altas necessitam ser refractadas na Ionosférica antes de chegar na antena receptora. Sempre que
um sinal gerado com as frequências mais altas atinge a Ionosférica, o mesmo é enviado de volta
para a Terra na qual pode se observar um sinal refractado várias vezes após ser gerado por uma
antena transmissora até atingir seu destino. Essas bandas são muitas vezes utilizadas por
radioamadores em comunicação de alta distância. Além disto, os militares também costumam
se comunicar nas bandas HF e VHF (Macedo et al., 2018).

Fig.13: Propagação Ionosférica para Transmissão de Ondas de Rádio de Alta frequência

Na óptica de Macedo etal. (2018) empregando cabos de fibra óptica, par trançado ou coaxial, o
sinal decresce por uma mesma fracção por distância unitária. Por exemplo, considerando o
cabo par trançado, um sinal de 20 decibéis (DB) pode percorrer 100 metros sem atenuações. No
caso das ondas de rádio, o sinal cai pela mesma fracção enquanto a distância dobra, por
exemplo, perde 6 DB por duplicação em uma área livre. Entretanto, uma limitação do emprego
das ondas de rádio consiste na possibilidade de mais de um usuário transmitir simultaneamente
na mesma banda, ocasionando interferências ou perda do sinal.

iii. Transmissão Via Satélite

O princípio de funcionamento da transmissão via satélite é parecido com a transmissão de rádio


por meio de frequências altas. Todavia, diferentemente de como acontece na transmissão de
rádio, a refracção não ocorre na Ionosférica. Para realizar esta função essa tecnologia utiliza um
26

satélite em órbita actuando como um grande repetidor de micro-ondas no céu (Macedo etal.,
2018).

Fig.14: Comunicação Via Satélite

Para Macedo etal. (2018) a comunicação via satélite ocorre por meio de duas antenas, um canal
de comunicação e o satélite propriamente dito. As antenas transmitem micro-ondas de forma
que elas podem desempenhar o papel de transmissora ou receptoras. As antenas transmissoras
enviam micro-ondas para os satélites, este processo é denominado Uplink, enquanto as
receptoras recebem as micro-ondas por meio do processo denominado Downlink. Essas
transmissões podem ocorrer em diferentes bandas e com diferentes larguras de banda.

Um satélite é composto por transponders. Além disso, pode ser adicionado um processamento
adicional para manipular ou redireccionar os feixes de dados separadamente. Ao gerar os sinais
deste modo, o desempenho é aprimorado, pois torna-se possível evitar a amplificação de um
sinal que representa uma interferência (Macedo etal., 2018).

Existem três tipos principais de satélites, os geoestacionários, de órbita média e de órbita baixa:
(1) os satélites geoestacionários, ou GEO (Geoestationary Earth Orbit) são aqueles que
completam uma volta ao redor do planeta em 24 horas; (2) os satélites em órbita médios ou
MEO (Medium-Earth Orbit) se deslocam lentamente em longitude, tomando cerca de 6 horas
para circular no planeta, demandando um acompanhamento dos mesmos para efectuar a
refracção e implicando em uma área de cobertura menor; e (3) os satélites em órbita baixa, ou
LEO (Low-Earth Orbit) estão fisicamente localizados próximos da Terra do que os satélites
GEO e não precisam de sinais muito potentes para transmissão. As principais diferenças entre
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esses três tipos de satélites consistem na altitude em que eles estão posicionados, no tempo por
órbita, velocidade, tempo de atraso e a cobertura global.
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6. Conclusão

Além de uma conexão entre dois ou mais dispositivos para o compartilhamento de recursos ou
troca de informações, uma rede de computadores permite a interacção de pessoas, a redução de
custos de locomoção e a realização de processamento distribuído. Para executar essas
actividades, uma rede de computadores trabalha com diferentes complexidades, pois, para cada
objectivo a ser alcançado, uma rede pode possuir diferentes equipamentos e formas de
funcionamento.

7.
29

8. Referências bibliográficas

Alcobia, P. C. (s/d). Introdução as redes e transmissão de dados. Disponível em


www.htt.vco.mamodulo 1

Alcondre, T. P. (2009). Introdução as redes de computadores. Disponível em


www.httveranet.co

Guess, B. T. (2003). Rede de computadores e transmissão de dados. Disponível em


www.http.atencao

Macedo, R. T., Franciscatto, R., da Cunha, G. B. &Bertolini, C. (2018). Redes de


computadores. 1ª Edição.Universidade Federal de Santa Maria

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