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Introdução

O gerenciamento dos resíduos sólidos é um dos maiores desafios dos


municípios. Os padrões de consumo e as atividades desenvolvidas na sociedade
moderna colaboram para uma produção desmedida de resíduos (DE SOUSA FEITOSA,
2019), além do crescimento populacional e a busca pelo desenvolvimento. Estas
substâncias geram impactos negativos à saúde pública e ao meio ambiente. De acordo
com DEUS (2000) vários autores associaram aos resíduos sólidos a ocorrência de
doenças. MAZZER & CAVALCANTI (2004) afirma que o descarte inadequado dos
resíduos provoca alterações e danos ao solo, água e ar, comprometendo a vida de futuras
gerações.

Diminuir a quantidade de volume de resíduos produzidos é essencial para uma


sociedade sustentável. Segundo CARRARO (1997) o aproveitamento racional de
resíduos é fundamental para o meio ambiente, pois além da redução do impacto
ambiental, os subprodutos indesejáveis podem transformar-se em materiais de ótima
qualidade em outras aplicações, desde que com uma adequada tecnologia.

Nessa perspectiva, a busca de soluções que diminuam o impacto do descarte


indevido da casca do coco na natureza é um dos grandes problemas atuais, visto que a
produção do coco verde resultante da venda da água do fruto destaca-se devido ao
enorme volume de resíduos gerado, pois a casca do fruto não é consumida. DE ABREU
et al. (2019) aponta que há uma geração de volume de resíduos provenientes do pós-
consumo de coco verde em Teresina suficiente para que seja exigido alternativas de
gerenciamento do resíduo.

Outra problemática a ser debatida é a questão da demasiada produção e descarte


inapropriado de garrafas PET, outro produto de difícil degradação que continua
crescendo e tem sido uma grande preocupação de ambientalistas (SANTOS, 2005). Um
ponto a se observar é que as garrafas PET são associadas a uma elevada durabilidade e
altas taxas de resistência à tração, tornando-se assim um ótimo material a se utilizar na
engenharia geotécnica.

A prática de reforçar o solo é uma técnica de suma importância para a área da


engenharia. É comum que o solo natural, por ser um material estruturalmente complexo
e variável, não atinja exigências essenciais para o cumprimento de finalidade de um
determinado projeto. Sendo assim, cabe ao reforço de solo dá o suporte necessário para
executar esta tarefa de atender as condições de viabilidade do projeto, uma vez que é
sobre o solo que as estruturas se estabilizarão.

O reforço de solos com as fibras de coco, obtida através da casca, é uma prática
de baixo custo, valoriza o resíduo, versatiliza o uso do fruto, além da clara contribuição
para o meio ambiente com a diminuição do descarte indevido. Como exemplo, cita-se
BOLAÑOS (2013) que adicionou as fibras de coco a um solo argiloso e observou um
aumento na resistência ao cisalhamento dos materiais fibrossolos em comparação ao
solo puro e OLIVEIRA JR. (2018) que verificou o efeito da inclusão das fibras de coco
no solo, concluindo que para até 1% de fibra de coco, houve ganhos de coesão e ângulo
de atrito.

Diversas pesquisas também vêm sendo produzidas visando a aplicação de fibras


sintéticas em solos. Pode-se citar, por exemplo, CASTILHO (2017) que demonstrou
que a inclusão de fibras de politereftalato de etileno reciclado (PET) possui efeitos na
melhoria da capacidade de carga para solos arenosos e argilosos, além do aumento do
fator de segurança em solo arenoso.

Deste modo, este trabalho faz-se necessário por visar contribuir com o estudo
das vantagens e possíveis fraquezas do uso da aplicação das fibras de casca de coco e de
PET em estruturas geotécnicas, além de apoiar o decrescimento dos resíduos
descartados indevidamente no município de Teresina ao sugerir uma possibilidade de
aplicação das fibras, flexibilizando oportunidades para os subprodutos decorrentes.
Objetivos

OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho consiste em fazer um compilado de algumas publicações sobre


fibras naturais e sintéticas, visando a aplicação de fibras de coco e de politereftalato de
etileno reciclado (PET) no reforço de solos na cidade de Teresina-PI.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Classificar o solo de Teresina


• Mapear trabalhos publicados na literatura geotécnica relacionado às fibras de
coco e de PET e suas aplicações como reforço de solo.
• Confrontar resultados selecionados da análise bibliográfica, levando em
consideração as particularidades de cada solo e a metodologia utilizada nos
trabalhos.
• Realizar uma análise dos resultados obtidos.
• Avaliar a viabilidade da aplicação destas fibras como elemento de reforço nos
solos de Teresina como uma alternativa viável de gerenciamento de resíduos
sólidos
Revisão Bibliográfica

1. Resíduos Sólidos

Para os resíduos, o conceito legal está presente na norma brasileira NBR


10004, de 2004, que define resíduos como “aqueles resíduos nos estados sólido e
semissólidos, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”. Esta definição
evidencia a complexidade dos resíduos sólidos, que é um dos maiores problemas
ambientais e sociais da sociedade atual. Segundo LOPES (2003), considera-se
gestão de resíduos sólidos todas as normas e leis relacionados a eles, enquanto
gerenciamento é todas as operações que envolvem os resíduos como transporte,
coleta, disposição final e tratamento.

A problemática da gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos é um grande


desafio dos municípios. Há um descarte inadequado dos resíduos na maioria das
cidades, provocando degradação no meio ambiente e gerando impactos sociais como
a ocorrência de doenças. Segundo MAZZER & CAVALCANTI (2004) a disposição
final imprópria dos resíduos gera danos que compromete a vida de gerações futuras.
Para além da destinação final, a falta de conscientização ambiental da sociedade em
relação aos problemas correlatos aos resíduos sólidos também é uma questão a ser
enfrentada pelos órgãos públicos (LOPES, 2003). Os chamados “lixões” ainda são
um grande problema nas cidades do Brasil, e um problema para a saúde pública a
ser combatido.

Como bem pontua LOPES (2003), o lixo ocupa cada vez mais espaço nos
aterros, contribuindo para um aumento de gastos público devido ao volume que gera
uma rapidez no preenchimento dos aterros. Os aterros classificam-se em: Aterro
comum, que segundo JARDIM (2018), é uma forma imprópria de destinação dos
resíduos sólidos, que se caracteriza por descartar os resíduos diretamente sobre o
solo, sem nenhuma precaução quanto à saúde ao meio ambiente; Aterro Controlado,
é o aterro comum adaptado, coloca-se diariamente uma cobertura de material inerte
que não soluciona os problemas de poluição originados dos resíduos, pois não leva
em consideração os mecanismos de formação de líquidos e gases (LIMA, 2004);
Aterro Sanitário, que segundo a NBR 10004, consiste na técnica de disposição de
resíduos sólidos no solo, sem ocasionar problemas ou riscos à saúde pública.

Quanto à destinação final dos resíduos sólidos no município de Teresina,


ALVARENGA & BARBOSA (2014) menciona que todo o lixo gerado na cidade é
enviado para um aparente aterro controlado, embora mencione que este não possui
as características para ser classificado com tal, que, na prática, funciona como um
lixão a céu aberto apresentando lixo exposto, odor desagradável, alastramento de
animais, presença de catadores em busca de sustento e ausência de sistema de
tratamento de rejeitos líquidos e gasosos. A publicação ainda informa que o suposto
aterro controlado situa-se em uma área de intenso processo de urbanização e
crescimento, apresentando lagoa de chorume. As autoras informam que, mesmo
sendo uma metrópole, a consciência ambiental dos habitantes precisa se
desenvolver.

Paralelo a isso, DE SOUSA FEITOSA (2019) observou, por exemplo, que o


sistema de recebimento de resíduos em Teresina – PI, precisa ser ampliado, e que se
faz necessária a ampliação de atividades de educação ambiental visando a
sensibilização dos moradores a respeito do descarte adequado dos resíduos.

O aproveitamento dos resíduos é uma alternativa social, ambiental e


economicamente satisfatória, devendo ser parte integrante de uma política adequada
de gerenciamento, uma vez que reduz os impactos ambientais, minora a quantidade
de resíduos sólidos em aterros, possui potencial de originar emprego e dá uma
destinação ao resíduo. Sendo as cascas de coco e as embalagens de PET
componentes dos resíduos sólidos, o uso de fibras desses materiais de difícil
degradação torna-se uma alternativa ambientalmente saudável na ajuda da
diminuição de descarte indevido destes resíduos em aterros da cidade de Teresina.
2. Reforço de Solos

2.1 Definição e Histórico de solos reforçados

Reforço ou Melhoria de solo é o emprego de processos físicos e/ou


químicos que pretendem desenvolver as propriedades mecânicas dos solos,
objetivando o fortalecimento de parâmetros como resistência ao cisalhamento,
compressão, densidade e condutividade hidráulica (CASTILHO, 2017). O termo
melhoria de solos associa-se ao tratamento através de processos químicos,
enquanto o termo reforço está relacionado à aplicação de inclusão em aterros ou
taludes (CASAGRANDE, 2005).

A técnica de reforçar os solos com materiais que proporcionam a


melhoria de propriedades mecânicas do solo é histórico, pois vem sendo
aplicado há muito tempo pela humanidade. Não faltam indícios do emprego
desta técnica. CASAGRANDE (2005) expõe que, na Antiguidade, utilizou-se
hastes de bambu e junco para auxiliar em obras de terra, além de citar que na
Mesopotâmia, em 1400 A.C, empregou-se camadas intercaladas de solo e
mantas de raízes na construção da pirâmide de Ziggurat e na torre de Agar Quf.
PALMEIRA (1992) relata o uso desta técnica em partes da Grande Muralha da
China e em estradas do Peru feitas pelos Incas, utilizando lã de lhama como
reforço.

Entretanto, a técnica de reforçar os solos, como se faz atualmente, só


passou a ser analisada em meados do século passado. Inicialmente, a técnica era
empregada com um enfoque em inclusões orientadas, porém com o passar do
tempo passou-se a enfocar o reforço de solos em inclusões aleatoriamente
distribuídas na matriz de solo (FEUERHARMEL, 2000).

2.2 Materiais Compósitos reforçados com fibras

Um material compósito é aquele formado artificialmente pela união de


dois ou mais materiais distintos que, unidos, resultam em um outro material com
propriedades químicas diferentes das que possuíam individualmente
(CALLISTER JR., 2012).

Este material é constituído por duas fases (matriz e reforço), e a sua


fabricação objetiva a formação de um novo material que, em uma determinada
situação, possua desempenho melhores que os de seus constituintes. Para
OLIVEIRA JR. (2018), a demanda de novos materiais que possuam valor
econômico, ambiental e social fomentou o aparecimento de materiais
compósitos. Assim, gera-se materiais com características mecânicas cada vez
melhores (VENTURA, 2009).

A técnica do reforço de solos com fibras insere-se na tecnologia dos


materiais compósitos, que vem despertando grande interesse no meio científico.
Prova disso são os inúmeros livros recentes de engenharia dos materiais que
reservam capítulos específicos para os materiais compósitos fibrosos
(CASAGRANDE, 2005). As inúmeras vantagens técnicas, construtivas e
econômicas que os solos reforçados apresentam quando comparados aos sem
reforço contribuíram para o aumento da utilização da técnica em variadas obras
(COELHO, 2008).

Para COELHO (2008), fatores como comprimento das fibras,


distribuição, orientação e teor das fibras presentes na matriz, características do
solo e aderência entre o solo e o elemento de reforço influenciam o desempenho
do compósito. O autor ainda afirma que há duas etapas distintas que regem o
comportamento mecânico do compósito reforçado com fibras. A primeira refere-
se a um momento em que ocorre uma mobilização do conjunto matriz-fibra,
onde predomina-se a ação da matriz. Enquanto, na segunda etapa, os
mecanismos de interação são condicionados pela presença das fibras.

A fase matriz de compósitos fibrosos, segundo CALLISTER JR. (2012),


pode ser feita a partir de metais, polímeros ou cerâmicas. Os solos, por sua vez,
são considerados de matriz cerâmica. A matriz possui como objetivo servir
como meio de ligar as fibras umas às outras, assim como transmitir e distribuir
as fibras às solicitações as quais o compósito foi exposto. A fase matricial de um
compósito também é responsável por absorver a água do material. Nesse sentido,
o reforço possui a função de garantir ao novo material características que a
matriz sozinha não conseguiria.

Uma ótima interação entre o reforço e as fibras pode ser auxiliadas por
algumas características das fases. VENTURA (2009) pontua que o reforço tem
que ser mais forte e possuir maior rigidez que a matriz, além de afirmar que a
rigidez do reforço aliada à ductilidade da matriz forma uma interface que
contribui para uma boa interação entre as fases. Nesse contexto, CALLISTER
JR. (2012) expõe a importância de uma matriz com baixa ou nula ductilidade
para que haja um satisfatório desempenho do compósito.

BOLAÑOS (2013) compilou, em seu trabalho, as conclusões de diversos


pesquisadores a respeito da influência de alguns fatores relacionados ao
comportamento mecânico dos compósitos reforçados com fibras. São eles:

• Teor de fibra: quanto maior o teor da fibra, maior o ganho da


resistência mecânica. Só que este fenômeno ocorre até um certo
limite, chamado de teor ótimo de fibra, que garante a melhor
resistência mecânica.
• Orientação das fibras: fibras aleatoriamente distribuídas mantém a
resistência isotrópica, não sendo observados planos potenciais de
fragilidade.
• Módulo de elasticidade da fibra: fibras com módulo de
elasticidade baixo não contribuem para o aumento da resistência
mecânica; quanto maior o módulo, maior a possibilidade de
ocorrer o arrancamento das fibras
• Aderência entre a fibra e a matriz: A aderência fibra/matriz da
maioria dos compósitos fibrosos influenciam diretamente nas
características de resistência, deformação e padrões de ruptura; há
de se haver uma boa aderência para que a resistência à tração seja
impulsionada.
• Comprimento da fibra: Até um certo limite, quanto maior o
comprimento das fibras, maior será o aumento na resistência
mecânica e menor será a probabilidade de haver o arrancamento
das fibras.
• Resistência da fibra: Quanto maior a resistência das fibras, maior
a ductilidade do compósito, desde que não haja o rompimento das
ligações de aderência. O teor de fibra, as propriedades de
aderência fibra/matriz, bem como as caraterísticas pós-fissuração
influenciam na resistência.

2.3 Tipos de Fibras Empregadas como Reforço

Atualmente, há uma grande variedade de fibras disponíveis que podem


ser empregues como reforço de solos. O comportamento de cada uma delas no
material compósito está intimamente relacionado ao seu material de composição,
bem como o processo de fabricação. Para que um determinado efeito desejado
para um compósito seja alcançado, é essencial que se entenda o mecanismo de
interação matriz/reforço e a contribuição de cada uma dessas fases para o
material (FEUERHARMEL, 2000).

Nesse sentido, a escolha do tipo de fibra a ser adotado em um projeto que


se utilize de reforço de solos necessita do conhecimento das particularidades,
características e propriedades da fibra selecionada. Além disso, depende
fundamentalmente, segundo FEUERHARMEL (2000), de mais dois fatores:
características do solo que será reforçado e características do compósito que se
pretende obter com o reforço.

As fibras utilizadas em compósitos podem ser naturais ou artificiais,


sendo que as últimas ainda podem ser divididas, conforme a origem, em:
poliméricas, minerais e metálicas. É importante conhecer as características de
cada uma, que serão abordadas individualmente a seguir.

2.3.1 Fibras naturais

As fibras naturais foram os primeiros tipos de fibras utilizados na


história (FEUERHARMEL, 2000). Há anos, vem-se estudando a
composição, caraterísticas e propriedades destas fibras, visando seu potencial
de aplicação (BOLAÑOS, 2013). De acordo com FERREIRA (2010), as
fibras naturais podem atingir grandes resistências, porém a durabilidade dos
compósitos é um problema que merece atenção por causa da degradação que
estes materiais sofrem.

Grande parte das fibras naturais são de origem vegetal, mas também
podem ser originárias de animais ou de até de humanos como, por exemplo,
a lã e os fios de cabelo. O uso deste tipo de fibra caiu em desuso devido ao
grande avanço tecnológico no desenvolvimento de novos materiais, mas vem
voltando ao foco de pesquisas devido ao baixo custo, relativa abundância,
baixo grau de complexidade de processamento e à nova onda da busca de
materiais sustentáveis (COELHO, 2008).

A extração destas fibras pode ocorrer de várias formas, e a técnica


utilizada depende muito do tipo de vegetal que se deseja extrair e a
localização das fibras na planta. Os métodos manuais de extração, em geral,
são os mais utilizados, embora existam métodos mecânicos como as
máquinas “demorticadores”, que se utiliza em fibras de banana, sisal, linho
ou juta, e “periquita”, utilizadas para extrair as fibras de curauá. Fibras como
as de coco, juta e linho são extraídas pelo processo de decomposição
(“retting”), onde os vegetais ficam em contato com a água por um tempo
para facilitar a extração das fibras das camadas externa, e em seguida são
golpeados para que ocorra a extração. As fibras vegetais podem ser
classificadas de acordo com a origem da extração em: folhas, frutos, caule e
semente. A Tabela 1 expõe a localização das fibras no vegetal de interesse.
(TOMCZAK, 2010).

Tabela 1 - Lista de fibras naturais importantes e sua origem (Tomczak, 2010)

FIBRA ESPÉCIE ORIGEM


Abacá Musa textilis Folhas
Abacaxi Ananus comosus Folhas
Açaí Euterpe oleracea Frutos
Algodão Gossypitum sp. Sementes
Bamboo (>1250 espécies) Capim
Banana Musa indica Folhas
Cânhamo Cannabis sativa Caule/talo
Coco Cocos nucifera Frutos
Curauá Ananas erectifolius Folhas
Esponja Luffa cylindrica Frutos
Henequem (sisal Agave fourcroydes Folhas
mexicano)
Juta Corchorus capsularis Caule/Talo
Kenaf Hibiscus cannabinus Folhas
Linho Limim usitatissimtum Caule/Talo
Piassava Attalea funifera Folhas
Ramie Boehmeria nicea Caule/Talo
Sisal Agave sisilana Folhas

As fibras vegetais são constituídas basicamente por celulose,


hemicelulose, lignina, pectina e minerais. (PASSOS, 2005).

Sendo o principal componente estruturante, a celulose, composta por


carbono, oxigênio e hidrogênio, é a que mais influi nas propriedades mecânicas
das fibras, sendo responsável pela estabilidade e resistência. Define-se
quimicamente a celulose como um polissacarídeo, cuja fórmula é composta pela
molécula de glicose n vezes: (C6H10O5)n. (BOLAÑOS, 2013). Para
TOMCZAK (2010), por possuírem percentuais altos de celulose, as fibras de
juta, linho, rami e sisal são indicadas para uso em reforço de compósitos.

BOLAÑOS (2013) diz que o grau de polimerização da celulose é um


fator determinante em relação as propriedades dos materiais celulósicos. O
pesquisador ainda expõe que Celulose de cadeias longas são chamadas de
αcelulose, já as de grau de polimerização entre 15 e 90 são denominadas de β-
celulose, enquanto categoriza-se as de grau de polimerização menor que 15
como hemicelulose. As moléculas de α-celulose e das hemiceluloses crescem de
forma linear, formando feixes chamados de microfibrilas, que se reúnem
formando as fibrilas, constituindo a base da fibra.
As hemiceluloses são polissacarídeos que, ao contrário da celulose,
compõe-se de vários tipos de açúcar: manose, galactose, xilose, arabinose e
glicose. Estes açucares, dependendo da espécie vegetal, produzem várias
estruturas poliméricas que se associam com a parte da celulose ou com a da
lignina. (TOMCZAK, 2010). Geralmente, a hemicelulose age como um
elemento de ligação entre a celulose e a lignina, não possuindo relação direta
com a resistência e dureza das fibras (PASSOS, 2005).

A lignina, por sua vez, é um polímero que possui uma estrutura


molecular complexa com constituintes aromáticos e alifáticos, que fazem com
que as fibras fiquem unidas como uma cola, formando a parede celular. A sua
concentração é importante na análise das fibras, pois influencia diretamente em
sua estrutura, propriedades e flexibilidade. PASSOS (2005) fala que fibras com
teor elevado de lignina possuem ótima qualidade e são flexíveis.

A lignina concede resistência à compressão ao tecido celular e as fibras,


tornando mais forte e sólido a parede celular, além de proteger os açucares
contra os danos físicos e químicos (BOLAÑOS, 2013). De acordo com
COELHO (2008), as fibras com alto teor de lignina, como as de juta e sisal,
possuem um comportamento de fortalecimento adicional nas ligações internas
dos compósitos.

Outro componente das fibras vegetais, a pectina, presente nas paredes


celulares, é um polissacarídeo rico em ácido galacturônico e possui uma função
aglutinante. Enquanto os componentes minerais das fibras possuem a
responsabilidade de formar as cinzas depois de serem incineradas (PASSOS,
2005).

Dependendo da espécie, outras substâncias também podem estar


presentes nas fibras naturais. TOMCZAK (2010) cita, por exemplo, as resinas
ácidas, ácidos graxos e álcoois. Várias dessas substâncias são solúveis em água
ou em solventes neutros orgânicos e são denominadas de extrativos. A Tabela 2
mostra as composições químicas de várias fibras naturais.
Tabela 2 - Composição química típica de fibras naturais (Tomczak, 2010)

α- HEMI-
FIBRA LIGNINA CINZAS EXTRATIVOS
CELULOSE CELULOSE

Abacaxi 80-83 - 12 0,1 – 1 4


Bagaço de cana 54, 3 – 55,2 16,8 - 29,7 24 - 25 1,1 0,7 - 3,5
Bambu 33 - 45 30 20 - 25 - -
Banana 60 - 65 6,0 - 8,0 5 – 10 1,2 -
Coco 43,4 - 53 14,7 38 – 40 - 3,5
Curauá 70,7 - 73,6 21,1 8 – 11 0,8 - 0,9 2,5-2,8

Luffa Cylindrica 62 20 11 0,4 3,1

Piassava 31,6 - 48 - -
Rami 80 - 85 3,0 - 4,0 0,5 - 6,4
Sisal 60 - 75,2 10,0 - 15,0 7 – 12 0,14 - 0,87 1,7-6,0

Fibras subprodutos da agricultura como as de folha de abacaxi, bagaço de


cana, folha de bananeira, palha de arroz, dentre outros, em geral, apresentam
maiores teores de hemicelulose e lignina do que as fibras convencionais,
possibilitando maiores possibilidade de emprego em diversas áreas. As fibras de
folha de abacaxi e bananeira ainda possuem percentuais de celulose comparáveis
às das fibras convencionais, o que lhes garante o potencial de uso para reforço
em compósitos (BOLAÑOS, 2013).

A fibra natural consiste em várias células formadas por microfibrilas


cristalinas de celulose conectadas por meio de uma região amorfa de lignina e
hemicelulose. Estas células diferem-se entre si por possuírem diferentes
composições químicas e ângulo helicoidal das microfibrilas (TOMCZAK,
2010).

O ângulo formado entre a microfibrila da celulose e o eixo longitudinal


da fibra é chamado de ângulo microfibilar ou ângulo helicoidal das
microfibrilas. Esta inclinação é importante para várias características da fibra,
como a rigidez e resistência mecânica. Para PAGE et al. (1972) fibras com um
maior ângulo microfibilar possuem um aumento em sua extensibilidade,
capacidade que o material apresenta ao ser alongado sem se romper. A Tabela 3
especifica o ângulo helicoidal de algumas fibras.

Tabela 3 - Ângulos helicoidais de algumas fibras (Tomczak, 2010)

FIBRA ÂNGULO HELICOIDAL (°)

Banana 11
P
Coco 45

Juta 8

Linho (flax) 10
P
Rami 7,5

Sisal 20

Por serem elementos naturais, estas fibras não apresentam uma


uniformidade em suas propriedades, ao contrário das fibras sintéticas, que será
tratada em outra parte deste trabalho. Logo, fatores como composição química,
diâmetro transversal, tamanho, cristalinidade, dentre outros, variam de fibra para
fibra.

Para evidenciar a grande variabilidade das características de resistência


das fibras naturais, a Tabela 4 expôs as propriedades mecânicas de algumas das
principais fibras naturais usadas como material de reforço em compósitos.
Tabela 4 – Propriedades mecânicas de fibras naturais convencionais (Bledzki &
Gassan, 1999)

TIPO MASSA RESISTÊNCIA MÓDULO DE


ALONGAMENTO
DE ESPECÍFICA À TRAÇÃO ELASTICIDADE
3 (%)
FIBRA (G/CM ) (MPA) (GPA)
Coco 1,2 30 175 4,0 – 6,0

Algodão 1,5 – 1,6 7,0 – 8,0 287 – 597 5,5 – 12,6

Juta 1,3 1,5 – 1,8 393 – 773 26,5

Linho 1,5 2,7 – 3,2 345 – 1035 27,6

Cânhamo - 1,6 690 -

Rami - 3,6 – 3,8 400 – 938 61,4 – 128

Sisal 1,5 2,0 – 2,5 511 – 635 9,4 – 22,0

Embora dependa principalmente de sua composição química, vários


fatores influenciam as propriedades mecânicas das fibras naturais. BOLAÑOS
(2013), por exemplo, cita o clima do local de origem, propriedade do solo onde a
planta é cultivada, idade, espécie, método de extração, tipo e quantidade de
celulose e o ângulo helicoidal. O autor ainda explicita que fibras com alto
percentual de celulose, alto grau de polimerização e um ângulo microfibilar
baixo possuem maior resistência à tração.

Observa-se, de acordo com a Tabela 4, que os valores de alongamento,


com exceção das fibras de algodão e coco são bem parecidas, sendo as fibras de
coco muito superior as das outras fibras. Outra conclusão que se tira é que os
menores valores de resistência à tração são justamente as de coco e as de
algodão.

A Tabela 4 ainda evidencia a fibra de rami como a de maiores valores


médios de módulo de elasticidade. Para SANTOS (2006), o módulo de
elasticidade é um critério decisivo para a escolha do tipo de fibra adequado. O
mesmo autor ainda afirma que os valores das propriedades mecânicas de
algumas fibras naturais são comparáveis a de fibras sintéticas como as de E-
vidro, pois por mais que possuam, em geral, menores valores absolutos de
resistência em relação as sintéticas, as fibras naturais possuem uma densidade
bem menor, equiparando a resistência específica.

Levando em consideração os valores da Tabela 2 e 3, a fibra natural


objeto de estudo deste trabalho, que é a de coco, possui um percentual mediano
de celulose e um elevado ângulo helicoidal microfibrilar, em contrapartida
apresenta um teor elevado de lignina, sendo mais que o triplo das de sisal e
curauá, fibras bastante estudadas em reforço de solo. A Tabela 4 ainda apresenta
a fibra de coco com baixa densidade, grande capacidade de alongamento e
pequenos valores de resistência à tração e módulo de elasticidade. Isto faz com
que o comportamento das fibras de coco seja diferenciado.

NETO & PARDINI (2006) enumeraram as principais vantagens das


fibras vegetais, sendo: baixa massa específica; maciez e abrasividade reduzida;
baixo custo; reciclabilidade, atoxicidade e biodegradabilidade; estímulo a
empregos na zona rural e baixo consumo de energia em sua produção. Os
autores ainda citam as desvantagens, como: acentuada variabilidade em suas
propriedades mecânicas; sensibilidade a efeitos ambientais (variações de
temperatura e umidade); presença de seções transversais de geometria complexa
e não uniforme e propriedades mecânicas modestas quando comparadas às fibras
sintéticas (fibra de carbono, de vidro etc.).

2.3.2 Fibras Artificiais

As fibras artificiais ou sintéticas são as confeccionadas pelo homem,


através da utilização, manipulação e processamento de matérias-primas. Elas
são divididas em poliméricas, minerais e metálicas. A tabela 5 expõem as
características mecânicas das principais fibras artificiais utilizadas em
reforço de solos.
Tabela 5 – Propriedades mecânicas de fibras artificiais (COELHO, 2008)

MASSA MÓDULO DE RESISTÊNCIA


TIPOS DE DIÂMETRO ALONGAMENTO
ESPECÍFICA ELASTICIDADE À TRAÇÃO
FIBRA (µm) NA RUPTURA (%)
(g/cm3) (GPa) 3
(10 Mpa)

Aço 5 – 500 7,84 200 0,5 – 2 0,5 – 3,5


Vidro 9 – 15 2,6 70 – 80 2–4 2 – 3,5
Amianto 0,02 – 0,04 3 180 3,3 2–3
Polipropileno 20 – 200 0,9 5–7 0,5 – 0,75 8
Nylon - 1,1 4 0,9 13 – 15
Polietileno - 0,95 0,3 0,0007 10
Carbono 9 1,9 230 2,6 1
Kevlar 10 1,45 65 – 133 3,6 2,1 – 4
Acrílico 18 1,18 14 – 19,5 0,4 - 1 3

2.3.2.1 Fibras poliméricas

A classe das fibras poliméricas é bastante promissora no emprego


em reforço de solos, já que os polímeros dão origem a diferentes tipos de
fibras (FEUERHARMEL, 2000). Por serem um material sintético, as
fibras poliméricas estão menos suscetíveis aos efeitos da biodegradação e
intempéries químicos. Cada polímero gera fibras com características
físicas, químicas e mecânicas diferentes (OLIVEIRA JR., 2018). Esta
classe pode possuir a seguinte divisão: fibras de polipropileno, de
polietileno, de poliéster e de poliamida.

• Fibras de polipropileno

As fibras de polipropileno são as formadas por termoplásticos,


que são os plásticos que adquirem uma consistência plástica com o
aumento da temperatura. Estas fibras possuem grande flexibilidade e
tenacidade, além de possuir um módulo de elasticidade girando em torno
de 6 GPa, um valor baixo em comparação com outros tipos de fibras. Por
outro lado, apresentam uma resistência à tração com um valor alto,
dispondo ainda de uma elevada resistência ao ataque de substâncias
químicas. As fibras de polipropileno garantem ao solo uma resistência ao
impacto elevada (FEUERHARMEL, 2000). Além destas características,
RESENDE (2013) ainda afirma que estas fibras possuem um custo
relativamente baixo, sensibilidade à luz solar e aderência à matriz
reduzida.

• Fibras de polietileno

Segundo BOLAÑOS (2013), com exceção dos polietilenos de alta


densidade, as fibras de polietileno também possuem um baixo módulo de
elasticidade e uma fraca aderência à matriz cimentada. São duráveis e
altamente resistentes aos álcalis, mas apresentam uma grande deformação
de fluência.

• Fibras de Poliéster

As fibras de poliéster possuem altos valores de massa específica,


resistência e rigidez. Por possuir um aspecto bem similar às fibras de
polipropileno, podem ser utilizadas para as mesmas aplicações que estas,
porém possuem um custo maior (COELHO, 2008). O poliéster mais
conhecido é o polietileno teretftalato, objeto de estudo deste trabalho,
cuja sigla é como é popularmente conhecia, PET.

O PET é o material presente nas garrafas plásticas de


refrigerantes, óleos de cozinha, água mineral, dentre outras aplicações. É
um problema ambiental pois a grande carga de volume descartado destas
embalagens não é reaproveitada, apesar do crescente aumento da
produção e consumo destes materiais, gerando um excesso em aterros
sanitários. Uma solução é a reciclagem, sendo o emprego de fibras PET
em reforço de solos uma alternativa registrada na literatura.
De acordo com MANO (1991), O PET possui algumas
propriedades marcantes como alta resistência mecânica, térmica e
química, além da possibilidade de se apresentar no estado transparente,
translúcido e opaco.

• Fibras de Poliamida (Kevlar)

O kevlar é um polímero com longas cadeias de moléculas


espichadas e reforçadas durante o processo de manufatura, que garantem
altos valores de resistência e de módulo de elasticidade. O kevlar, fibra
aromática de poliamida de maior sucesso comercial entre as orgânicas,
são chamadas de fibras de aramida.

Devido à orientação das moléculas do polímero durante o


processo de fabricação, estas fibras alcançam os maiores valores de
resistência, dentre as poliméricas, sendo números bem maiores que as de
aço como bem apresenta a Tabela 5, apresentando ainda ótima
estabilidade térmica e dimensional, além de boa resistência ao calor e
desgaste. Porém, possuem baixa resistência à compressão, estando
suscetível a quebras por esses esforços (CASAGRANDE, 2005)

2.3.2.2 Fibras minerais

As fibras minerais de maior aplicação na engenharia civil podem


ser divididas em: fibras de carbono, amianto e vidro.

• Fibras de carbono

É uma das mais caras fibras utilizadas em reforços, mas sua


viabilidade está garantida devido ao baixo peso dos átomos de carbono e
a resistência nas ligações de suas moléculas. As fibras de carbono
apresentam alta resistência a tração e módulo de elasticidade, assim como
alta relação resistência/peso próprio.

Além disso, estas fibras possuem uma rigidez elevada, boas


propriedades elétricas, estabilidade dimensional e alta resistência química
e à corrosão, garantindo uma grande aderência matriz/fibras. Porém, a
ocorrência de reações químicas limita o potencial do uso destas fibras na
engenharia geotécnica já que estas reações podem alterar a estrutura
comprometendo o reforço e ocasionando a ruptura (COELHO, 2008).

• Fibras de Vidro

São fibras descontínuas, compostas de diversos filamentos


justapostos, com uma grande facilidade na moldabilidade. As fibras de
vidro são um dos principais reforços utilizados na engenharia por conta
de seu baixo custo, estabilidade dimensional e alta resistência química e
mecânica, além disso, possuem boas propriedades elétricas e uma
resistência a corrosão. Todavia, cerca de 99% destas fibras, segundo
BOLAÑOS (2013) são produzidas a partir do vidro tipo E, susceptível a
ataques de álcalis.

• Fibras de amianto

Também conhecidas como asbestos, estas fibras possuem uma


boa resistência à tração e à altas temperaturas, são incombustíveis, tem
uma boa capacidade isolante, possuem um elevado módulo de
elasticidade, são duráveis, flexíveis, resistente aos ataques de álcalis,
bactérias e ácidos, além de apresentar uma aderência matriz/fibra ótima
(COELHO, 2008).

Apesar disso, por apresentarem um diâmetro muito pequeno,


conforme se observa na Tabela 5, as fibras de amianto, quando cortadas,
podem ser prejudiciais à saúde humana, pois é liberada partículas muito
pequenas que podem ser aspiradas pelo homem, danificando o
funcionamento dos alvéolos pulmonares. Devido a isso, tem-se a
utilização destas fibras proibida em vários lugares (FEUERHARMEL,
2000).

2.3.2.3 Fibras metálicas

As fibras metálicas mais comum na utilização de reforço de


compósitos são as de aço. Estas fibras apresentam, conforme Tabela 5,
altos valores de resistência à tração e módulo de elasticidade, mas estão
sujeitas a problemas de corrosão. Uma alternativa para minimizar este
problema é o banho de níquel ou a fabricação de fibras de aço
inoxidáveis.

Normalmente, a ruptura se dá pelo arrancamento destas fibras do


compósito e não pela ruptura, assim para aumentar a resistência ao
arrancamento e para facilitar a adesão matriz/reforço, as fibras metálicas
possuem formatos e comprimentos variáveis (CASAGRANDE, 2005).

2.4 Mecanismos de interação solo-fibra

Boa parte dos pesquisadores concentraram seus estudos em comparar o


comportamento dos solos reforçados com o solo puro. Para isso, utilizou-se
parâmetros como resistência ou deformabilidade. Com isso, analisou-se as
consequências da inclusão das fibras na matriz, mas é importante que se saiba as
causas destas consequências, que são os mecanismos que regem a interação
solo/fibra.

Este comportamento solo-fibra é influenciada por diversos motivos como


o comprimento, teor, espessura, rugosidade e módulo de elasticidade das fibras,
dentre outros fatores, assim como a granulometria e índice de vazios dos solos
(CASAGRANDE, 2005).
Como bem observa MONTARDO (1999) não é possível generalizar
regras sobre os efeitos do comportamento do compósito solo reforçado sem
estabelecer as propriedades de seus componentes. Assim, como bem observa o
FEUERHARMEL (2000), existem trabalhos na literatura que já apontaram o
aumento e a diminuição de fatores, como módulo de elasticidade do solo,
produzindo efeitos distintos, dependendo do tipo de solo, do tipo de fibra e do
tipo de solicitação.

Através de uma análise bibliográfica, FEUERHARMEL (2000)


evidencia que mantendo-se constante a energia de compactação, a introdução de
fibras ocasiona um aumento no índice de vazios do solo. Esta mudança é
observada a partir do aumento da medida da porosidade, sendo este aumento
proporcional à quantidade de fibras.

Outro consenso observado é que a curva tensão x deformação do solo


reforçado é dependente das características de resistência e deformabilidade do
reforço, já que as fibras só exercem uma ação efetiva dentro da matriz quando
estas passam a sofrer carregamentos externos, sofrendo deformações. A partir
disso, as fibras são comandadas pelas características de deformabilidade do solo
e pela forma de distribuição das deformações no solo.

Os reforços podem ser classificados em extensíveis, quando as


deformações de ruptura são maiores que a máxima deformação do solo puro e
inextensíveis, quando as deformações de ruptura são menores que a máxima
deformação do solo não reforçado. Quando submetidas a esforços de tração, as
fibras transferem para o solo os esforços, provocando uma redistribuição de
tensões e deformações no interior do solo.

BOLAÑOS (2013) cita FREITAG (1986), que analisou os efeitos da


inclusão de fibras de polipropileno, de diferentes diâmetros, em um solo residual
compactado, e observou que o solo reforçado rompia com valores de
deformação muito superiores aos do solo não reforçados. Com isso, a inclusão
de fibras possibilita uma maior absorção de energia de deformação.

A relação entre o comprimento (l) e o diâmetro (d) da fibra, chamada de


fator de forma, é um fator determinante que rege o comportamento do solo
reforçado, pois relaciona as forças de cisalhamento, desenvolvida na interface
solo/fibra com as de tração, criada na seção transversal da fibra.

Também se observa que o crescimento da resistência ao cisalhamento


com o aumento do teor de fibra ocorre até um determinado ponto, decrescendo a
partir deste (BOLAÑOS, 2013).

O ângulo de atrito efetivo é um parâmetro de resistência que é afetado


pela inclusão das fibras em tensões de confinamento baixas. Para tensões altas,
existe um patamar que define uma mudança no mecanismo de interação
solo/fibra, onde a partir daquele ponto esse parâmetro friccional fica no mesmo
nível do solo sem reforço, alterando apenas o comportamento da parcela coesiva.
Esta tensão de confinamento que altera o mecanismo de interação matriz/reforço
é chamada de tensão de confinamento crítica, onde a resistência ao cisalhamento
se iguala ou supera a resistência à tração da fibra.

A tensão crítica é influenciada por vários fatores como a distribuição


granulométrica do solo e o fator de forma, mas não varia com a quantidade de
fibras. Quanto maior o fator de forma e a rugosidade, menor é a tensão de
confinamento de crítica. Quanto maior a esfericidade das partículas, maior a
tensão crítica.

Grande parte dos trabalhos recentes utilizam a técnica de distribuição


aleatória das fibras no solo. FEUERHARMEL (2000) afirma que esta escolha se
dá devido ao fato de que isso minimiza o surgimento de qualquer tipo de
anisotropia, além de não favorecer o surgimento de planos preferencias de
fraqueza, diferentemente do que ocorreria caso o reforço tiver inclusões
orientadas.

MONTARDO (1999), através de ensaios de resistência à compressão


não-confinada, de resistência à tração por compressão diametral e de resistência
à compressão triaxial drenada, avaliou os efeitos da inclusão de algumas fibras
sintéticas (PET, polipropileno e vidro) numa matriz de solo arenoso e da adição
de cimento na matriz. O autor estudou vários fatores como teor, comprimento e
tipo de fibras presente na areia, avaliando a influência destes fatores no
comportamento do compósito, e concluiu que estes fatores se conversam, além
de que fibras mais rígidas exercem um efeito maior na resistência de ruptura,
enquanto fibras mais flexíveis exercem um efeito mais pronunciado no modo de
ruptura e no comportamento último.

Uma areia e uma argila foram reforçadas com fibras plásticas de


polipropileno por TEODORO (1999), que estudou o comportamento dos
compósitos em diferentes teores e comprimentos. Concluiu-se que a resistência
do solo arenoso cresceu com o aumento do teor e do comprimento das fibras,
enquanto a resistência do solo argiloso decaiu com o aumento do teor para
valores acima de um comprimento de 10mm.

FEUERHARMEL (2000) estudou a influência da inserção de fibras de


polipropileno, de teor de 0,5%, de dois comprimentos diferentes (12 e 36mm),
em três tipos de solos (uma argila, uma areia-siltosa e uma areia) artificialmente
cimentados (teor de 7% em relação ao peso seco) e não cimentadas. O autor
identificou padrões de comportamento dos solos reforçados que não dependiam
do tipo de solo empregado, mas também encontrou parâmetros que eram
dependentes das características do solo. Uma das conclusões do autor foi que,
em relação à resistência ao cisalhamento dos solos não cimentados, o
comportamento se deu em três etapas. A primeira etapa, este comportamento é
controlado basicamente pela matriz de solo. Na etapa seguinte é comandado pela
junção da matriz e elementos de reforço. Por fim, a última etapa é quando o
comportamento do compósito é controlado exclusivamente pelas fibras.

SANTOS (2004) desenvolveu um equipamento de compressão confinada


com medida de tensão lateral e avaliou o comportamento de um solo arenoso,
reforçado ou não com fibras de polipropileno de diferentes comprimentos (6mm
e 12mm), e de um solo-cimento em vários teores (1%, 3% e 7% de cimento),
sobre a trajetória de tensões Ko. O autor concluiu que a adição das fibras, assim
como o aumento de seu comprimento, diminuiu os valores de tensão lateral e de
Ko em relação ao solo sem reforço. Santos aponta que a presenta do cimento
reduz a tensão lateral e gera uma residual tensão lateral, que cresce conforme
aumenta o teor de cimento.

CASAGRANDE (2005) verificou o comportamento de solos arenosos


reforçados com fibras de polipropileno, submetidos a grandes deformações. A
autora expôs o aumento dos parâmetros de resistência ao cisalhamento de pico e
pós-pico das matrizes estudadas após grandes deslocamentos horizontais, sem
significativas quedas de resistência pós-pico em matriz arenosa. O
comportamento carga-recalque do solo arenoso foi consideravelmente
influenciado pela inclusão de fibras, acrescentando a capacidade de suporte deste
e transformando mecanismos de ruptura. Por fim, a autora concluiu que o efeito
da inclusão das fibras foi mais evidenciado em baixas tensões efetivas médias
iniciais, menores diâmetros, maiores comprimentos, maiores teores de fibras e
misturas mais densas.

TRINDADE et al. (2006) analisou o comportamento mecânico de um


solo residual de textura de predominância arenosa reforçada com fibras de
polipropileno. Os autores observaram que a inserção de fibras de 20mm com um
teor de 0,75% em relação ao peso seco do solo foi a combinação que obteve o
maior ganho de resistência. Para este resultado, atingiu-se um aumento de 110%
na resistência à compressão não-confinada e de 560% na coesão de intercepto
em relação ao solo sem fibras.

DONATO (2007) estudou a distribuição de tensões em um solo arenoso


reforçado com fibras de polipropileno. O autor concluiu que o comportamento
carga-recalque do solo arenoso é bastante influenciado pela inclusão das fibras,
aumentando a capacidade de suporte e alterando os mecanismos de ruptura. O
autor informa que há uma mudança na distribuição de tensões com a inserção do
reforço.

COELHO (2008) indicou que as fibras de polipropileno adicionadas a


um solo a base de resíduos de mineração modificaram, de forma definitiva e
marcante, as propriedades de resistência e deformabilidade para grandes
deformações, mostrando a eficácia da técnica de reforçar solos com fibras e
apresentando o potencial em obras geotécnicas em áreas de mineração.

CURCIO (2008) analisou o comportamento hidromecânico e mecânico


de amostras de solo compactado com a inserção de fibras de PET. A autora
concluiu que a adição das fibras favorece o aumento da tensão de tração máxima
do solo, além de reduzir a magnitude ou retardar a abertura das fissuras de tração
sem influenciar de forma negativa a condutividade hidráulica do solo sob tensão
confinante ou alterar as propriedades desejáveis na compactação.
FERREIRA (2010) estudou o comportamento de solos reforçados com
fibras através do método de elementos di9scretos, onde fez uma análise de forma
micromecânica através de uma modelagem numérica. A autora concluiu que as
fibras, quando inseridas no solo, podem sofrer deformações plásticas de tração e
podem se alongar até atingir a ruptura, proporcionando uma melhora nos
parâmetros do solo.

GIRARDELLO (2010) avaliou o comportamento mecânico de uma areia


não saturada, em densidade relativa de 50% e 90%, com e sem a inserção de
reforço de fibras de polipropileno com um teor de 0,5% em relação ao peso seco
do solo. O autor obteve como melhor resultado o ensaio realizado na densidade
relativa de 90% com adição de fibras, indicando uma mudança significativa no
comportamento carga-recalque do material.

FESTUGATO (2011) estudou o comportamento de hidratação e da


resposta cisalhante cíclica de um resíduo de mineração cimentado reforçado com
fibras. Os resultados mostraram que as fibras não afetaram o processo de
hidratação das misturas de resíduo de mineração cimentadas nem a evolução dos
valores de rigidez inicial, que cresce conforme em tendência logarítmica em
função do tempo. As fibras também não afetaram a resposta cisalhante das
amostras sem cimento, mas provocaram um aumento dos valores da tensão
cisalhante das amostras cimentadas após sucessivos ciclos de reforço. A inserção
de fibras provocou um ganho de resistência aos ciclos sob condições cíclicas de
tensão cisalhante controlada para misturas não cimentadas e provocou um
aumento dos níveis de deformação cisalhante para misturas cimentadas.

SANTIAGO (2011) analisou o comportamento mecânico de um solo


granular reforçado com a inserção aleatória de fibras de sisal e curauá, de teores
e comprimentos variados, naturais e superficialmente tratadas com soluções de
poliestireno expandido (EPS) e cimento asfáltico de petróleo (CAP). Os
resultados apontaram uma melhora das propriedades geotécnicas das amostras
em relação ao solo natural, os compósitos tiveram um aumento na resistência ao
cisalhamento de pico. A autora concluiu que cobrir a superfície das fibras
vegetais aumenta a durabilidade das fibras.
BOLAÑOS (2013) apresentou o comportamento de um solo argiloso
reforçado com fibras de coco verde, moídas e cortadas, em comparação ao de
um solo argiloso não reforçado. O comprimento das fibras cortadas eram de
aproximada 2cm e foram realizados ensaios com teores de 0,5%, 0,75%, 1%,
1,25%, 1,5%, já as fibras moídas foram submetidas a ensaios com teores de
0,5% e 1%. Tanto as cortadas como as moídas foram com teores em relação ao
peso seco do solo, e com amostras compactadas na densidade máxima e umidade
ótima. O autor observou um aumento na resistência ao cisalhamento em todos os
solos reforçados em relação ao solo puro, pois observou um aumento da coesão
das misturas reforçadas. Os resultados obtidos provaram a viabilidade da
aplicação de fibras de coco em camadas de aterros temporários submetidos a
carregamentos estáticos.

CASTILHO (2017) avaliou a influência da inserção de fibras de PET na


resistência ao cisalhamento de solos arenoso e argiloso. Através de ensaios de
compressão simples, a autora obteve que a combinação de 1,5% de fibras, em
relação ao peso seco do solo, combinado a um comprimento de 20mm das fibras,
levou a um aumento de 92,8% na resistência não confinada para o solo arenoso,
enquanto para o solo argiloso houve um aumento de 10,5%. Utilizando essa
dosagem e com duas diferentes condições de compactação, a autora submeteu
amostras a ensaios de cisalhamento direto, onde encontrou um aumento, em
relação ao solo sem fibras, de 66,4% no intercepto de coesão para o solo arenoso
com grau de compactação de 100%, e de 55% com grau de compactação de
95%. Em compensação, com a mesma dosagem, em solo argiloso, ocorreu
reduções de coesão de 7,6% e 5,4%, respectivamente para os graus de
compactação de 100% e de 95%. Em relação aos ângulos de atrito interno, não
houve alterações nas matrizes de solo arenoso, em compensação houve um
aumento de 2,9% e 7,3%, para os graus de compactação de 100% e de 95%,
respectivamente, em solo argiloso.

OLIVEIRA JR. (2018) analisou o comportamento geotécnico de


compósitos de solo argiloso reforçado com fibras de coco, aleatoriamente
distribuídas e de diferentes teores: 0,5%, 1% e 2% em relação ao peso seco do
solo. O autor constatou que houve um aumento de 1,3% do teor de umidade
ótima e uma redução de 0,1g/cm3 da densidade seca com a mistura das fibras de
coco no solo, em comparação com o solo natural. A inserção das fibras de coco
no solo aumentou os parâmetros de resistência ao cisalhamento para até 1% de
fibra de coco, sendo verificado ganhos de 34,4% na coesão e 7,5% no ângulo de
atrito para a condição não inundada e 59,5% na coesão e 5,8% no ângulo de
atrito para a condição inundada. Conforme aumentava-se o teor das fibras,
aumentava-se, também, a compressibilidade dos compósitos em relação ao solo
natural, sendo observado um aumento de mais de 30% no coeficiente de
compressão em ambas as condições de inundação. Para teores até 1% de fibras
não houve alterações na condutividade hidráulica saturada, porém ocorreu um
aumento de uma ordem de grandeza em amostras de teores de 2%. A adição da
fibra aumentou a retenção de água consideravelmente em 30 e 50% para teores
de 0,5 e 1% respectivamente. O autor ainda conclui que houve uma adesão do
solo a fibra de coco nas misturas de 0,5 e 1%, enquanto houve uma redução da
adesão no compósito de 2% devido a aglomeração pontuais dos elementos de
reforço.

LUCARELLI (2018) estudou o comportamento mecânico de solos


residuais reforçados com fibras PET em diferentes teores e comprimentos. O
autor verificou uma melhoria nas propriedades mecânicas destes compósitos
com a adição das fibras, com um aumento na resistência ao cisalhamento, coesão
e atrito interno do material em comparação ao solo natural.

KANAAN (2018) analisou o comportamento de solos reforçados com


fibras PET de 20mm de comprimento e em teores de 1,0% e 2,0%, através de
ensaios de compactação, onde notou mudanças significativas para umidade
ótima em teores de 2%. Com isso, o autor realizou ensaios de compressão
simples para teores de 1,0% e 1,5% de fibras com comprimentos de 10mm e
20mm. No geral, as amostras de fibrossolo aumentaram os valores de resistência
à compressão de pico e pós pico, onde as amostras fibrosas proporcionar um
aumento na ductilidade em comparação às amostras sem fibras. O autor coloca a
mistura ótima alcançada como sendo a com a adição de 1% de fibra escarificada
com 20mm de comprimento.

SILVEIRA (2018) estudou o comportamento e a durabilidade de solos


arenosos reforçados com fibras de sisal e curauá, aleatoriamente distribuídas,
tratadas ou não com impermeabilização superficial com sílica coloidal e com
polímero estireno butadieno, submetidos ao envelhecimento natural por
exposição ao ambiente e as condições diversas que podiam ocorrer. A autora
realizou ensaios triaxiais convencionais no tempo zero e após 8 meses, onde
concluiu que os efeitos do envelhecimento natural afetaram de forma
considerável o comportamento mecânico dos compósitos fibrosos. A autora
informou que as perdas de resistência mais relevantes e acentuadas foram as
com as fibras de curauá, embora elas apresentem maior resistência à tração sem
exposição, em relação às de sisal. Houve melhorias no comportamento mecânico
no compósito que houve um tratamento superficial com sílica coloidal, havendo
avanços em relação a perda de resistência pela degradação. Porém, mesmo com
a perda da resistência depois dos 8 meses, a inserção das fibras continua
contribuindo como elemento de reforço pois houve parâmetros de resistência
que continuaram maiores que as do solo sem reforço.

LOPES (2019) investigou o comportamento físico-mecânico de um solo


argiloso reforçado com fibras de açaí, de teores de 0,5% e 1,0% em relação a
massa seca do solo, e demonstrou que os compósitos solo-fibra apresentam uma
maior resistência de pico e pós-pico que o solo puro.

GUSMÃO (2020)

Com isso, observa-se que o material solo/fibra é bastante complexo, pois


seu comportamento depende de inúmeras variáveis, e a combinação destas
variáveis também resultam em grandes transformações nestes mecanismos de
interação.

contribuindo com a destinação sustentável de um fruto que gera resíduos de difícil


decomposição (MELO et al., 2015) e que apresenta cerca de 80 a 85% do peso
considerado lixo (ROSA et al., 2001), além de reaproveitar resíduos PET que
contribuem para o esgotamento de aterros.
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