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#05

especial arquiteto

editorial estante concursos

projeto de concurso
s urbano projetos de estudantes agenda
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editoria
Destacamos nesta edição #5 a quantidade de casas apresentadas. São
cinco ao todo e elas representam lugares bem distintos no globo. Estão
distribuídas pela América do Sul, Europa meridional, setentrional, Leste
Europeu e Ásia. As três maiores partem de programas semelhantes;
as duas menores, não. Quatro estão fora das capitais, duas dentro de
metrópoles, duas em países de língua portuguesa. Uma em forma im-
pressionante, outra em estrutura mista. Uma que desliza, outra de 63 m2
em três andares.

Diferentes fachadas: branca e concreto aparente; somente branca; ver-


melha, vidros e paineis de madeira; chapas metálicas; envolta por tiras
de acácia trançada! Fibra natural também aparece em outro projeto, mas
ao invés de casa, um centro de apoio a deficientes mentais. E coberto
por sapé.

No especial, nenhuma casa. Somente grandes projetos do C. F. Møller.

O projeto vencedor para o novo TRT de Goiânia;

Um portfólio construído na Califórnia;

Uma proposta urbana na Finlândia;

São Paulo, Goiânia, Lousado, Sófia, Suffolk, Nishinomiya, Delft, Santa


Monica, Aarhus, Vaajakoski...

E mais!
Equipe Contemporaneu

8 | contemporaneu #05
Para dúvidas, sugestões, críticas,
entre em contato com a Contempo-
raneu - arquitetura contemporânea
pelo email:
opiniao@contemporaneu.com

Ano 01
Edição #05
Capa: Vitus Bering Innovation Park
Arquiteto: C. F. Møller Architects

Editor Chefe: Gabriel Vespucci


Diretora de Arte: Francis Graeff
Fotógrafos desta edição:
Alberto ­P lácido, Alex de Rijke,
Bart van Vlijmen, Benny Chan,
Julian Weyer, Luis Ferreira Alves,
Nelson Kon, Ross Russell,
Torben Eskerod
Agradecimento: Chris Arntzen,
Daniel Corsi, Flavio Castro,
Georgi Katov, Juhana Marttinen,
Julian Weyer, René Bouman,
Rita Breda, Viara Jeliazkova,
Victoria Marsh, Yasuko Arita

contemporaneu #05 | 9
estante ­Masterpieces:
Hospital
Self-­Sufficient
City
­Architecture +
Design
Christine Nickl-Weller, Vicente Gua
Hans Nickl Lucas Ca
Braun Publishing A
Acabando com o conceito de hospitais sóbrios Mais de 100 prop
e impessoais, o livro Masterpieces: Hospital visualizando o ha
Architecture + Design apresenta 61 projetos O Instituto de Ar
de pequenas clínicas a grandes complexos Catalunha e a co
hospitalares com diversas fotos e desenhos desenvolveram u
técnicos, como o Centro Cardiológico do com a ideia de “c
Hopital Universitário de Colônia, do escritório um convite a refl
alemão gmp Architekten e a Clínica Angelika no futuro próxim
Lautenschläger do também alemão Nickl & ças sociais, cultu
Partners. estamos imersos.
107 projetos fina
participantes.

Este livro reúne t


lirante (1978), o
Três textos sobre a das forças ingove
o problema do gr
cidade do problema da d
Rem Koolhaas cia dos grandes f
Gustavo Gili ‘Espaço−lixo’ volt

10 | contemporaneu #05
Arquitectura
Digital
Innovación Y
Diseño
allart,
apelli Dimitris Kottas
ACTAR LINKS BOOKS
postas de todo o mundo A arquitetura digital cria, a partir de soft-
abitat do futuro. wares específicos, simulações e imaginação
rquitetura Avançada da formas e estruturas físicas diversas. Este
ompanhia de tecnologia HP livro aborda inúmeros projetos como a
um concurso internacional cadeira CoReFab#71, o projeto euroscraper
cidade auto-suficiente”. É de José Muñoz Villers e a estrutura em MDF
fletir sobre como iremos viver 3D2Real, criada pelo grupo de estudantes
mo em relação as mudan- que recebe o mesmo nome. Com imagens e
urais e tecnológicas em que textos explicativos dos arquitetos e design-
. Esta publicação apresenta ers, os projetos são explicados e suas técni-
alistas entre 708 propostas cas utilizadas, desmitificadas.

três textos sobre a cidade que continuam a linha seguida por Nova York de-
já clássico manifesto retroativo de Manhattan, que oferece uma visão lúcida
ernáveis que regem o espaço da cidade contemporânea. O texto ‘Grandeza, ou
rande’ constitui uma elaboração teórica sobre a arquitetura, abordada a partir
dimensão dos objetos na cidade; ‘A cidade genérica’ reflete sobre a importân-
fenômenos vinculados ao desenvolvimento global das sociedades ocidentais; e
ta a explorar a natureza do espaço que essa mesma cidade genérica gerou.

contemporaneu #05 | 11
agenda

Brasil

2º Simpósio de Arquitetura e Urbanismo - Habitar em trânsito –


Desafios para as cidades do século XXI
03/11/2010
São Paulo – São Paulo

SBCS 10 - 3o. Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável


08 e 09/11/2010
São Paulo – São Paulo

8º Seminário Internacional NUTAU 2010, Design e Inovação: men-


sagens e produtos para ambientes sustentáveis
08 a 12/11/2010
São Paulo – São Paulo

54º IFHP World Congress 2010


13 a 17/11/2010
Porto Alegre – Rio Grande do Sul

Mundo

X Congreso Internacional de Rehabilitación Del Patrimonio Arqui-


tectónico y Edificación
3,4 e 5/11/2010
Santiago - Chile

World Architecture Festival


3,4 e 5/11/2010
Barcelona – Espanha

Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para mail@contemporaneu.com

12 | contemporaneu #05
Estudantes

“Ideal Theatre” Design Competition


Inscrições até 17/11/2010
Envio do material até: 22/12/2010

Arquitetos

Concurso OTEC - Eficiência Energética para Edifícios Existentes


Inscrições até 10/11/2010
Envio do material até: 27/01/2011

Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede da CNM em Brasília


Inscrições até 29/11/2010
Envio do material até: 29/11/2010

Concurso Morar Carioca


Inscrições até 29/11/2010

Arquitetos e Estudantes

Concurso Internacional de Ideas Vivienda Social Costera


Entrega do material até 30/11/2010

Lofts Boutique
Inscrições até 30/12/2010
Envio do material até 15/01/2011

2011 Skyscraper Competition


Inscrições até 11/01/2011
Envio do material até 18/01/2011

concursos

contemporaneu #05 | 13
Arkitektfirmaet C. F. Møller
Fotos: Julian Weyer e Torben Eskerod
Arkitektfirmaet C. F. Møller
Com 86 anos de existência e uma
vasta gama de trabalhos que en-
volvem desde o design de compo-
nentes construtivos e de mobiliário
até o planejamento de imensas
áreas urbanas, o dinamarquês
­Arkitektfirmaet C. F. Møller é um dos
maiores e mais antigos escritórios de
arquitetura da Escandinávia.
Baseada na cidade portuária de Aar-
hus, a firma nórdica tem hoje três fi-
liais em seu país, além das capitais
de Noruega, Suécia e Inglaterra, e
mais um braço na Islândia, através
de sociedade limitada. Entre seus só-
cios estão Mads Møller e Tom Hage-
dorn Danielsen, respectivamente,
filho e neto de Christian Frederik
Møller (1898-1988), fundador do es-
critório.
A obra do C.F. Møller acompanhou
neste quase um século a tradição
nórdica, com uma mudança gradual
de linguagem neste período. Com
base em tendências internacionais
e na reinterpretação das especifici-
dades do local, no design integrado
em suas mais variadas escalas e
tendo as pessoas, a função e o local
como agentes centrais do processo
projetual, o escritório é constante-
mente premiado e conta com uma
equipe de 284 pessoas representan-
do 16 diferentes nacionalidades.

contemporaneu #05 | 17
18 | contemporaneu #05
Herda da tradição nórdica três carac-
terísticas em especial: a alta qualidade
construtiva, a despretensão e a simpli-
cidade. Ou seja, uma arquitetura du-
radoura, modesta e clara, como é pos-
sível perceber nesta breve seleção de
quatro projetos recentes do escritório.
Em uma estrutura simples e flexível,
o edifício do Vitus Bering Innovation
Park, por exemplo, caracteriza-se pelo
dinamismo. Sobre uma base de tijo-
los -na verdade, o próprio pavimento
térreo, cujo intuito é dialogar com os
edifícios próximos da universidade da
qual é parte. Tem nas tiras de vidro
da fachada a expressão da inovação
que busca: o aspecto de uma espiral,
contornando os seis andares do edi-
fício. Com alta eficiência energética
[neste caso, o dobro do padrão míni-
mo para edificações dinamarquesas],
possui isolamento nas paredes exter-
nas e janelas, além de um sistema
inteligente de ar condicionado, que
se ajusta de acordo com o número
de pessoas presentes em cada sala.
Mas o que mais impressiona é a es-
cada interna, verde e de fibrocimento,
serpenteando o grande átrio, definido
como eixo central da edificação. A es-
cada invade os andares superiores em
diferentes posições e alcança o ter-
raço, com suas claraboias circulares.
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Arkitektfirmaet C. F. Møller

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Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Sexto Pavimento

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Arkitektfirmaet C. F. Møller

Corte Transversal

Corte Longitudinal

contemporaneu #05 | 23
Resultado de um concurso, o novo
terminal de balsas com conexões
para a Finlândia e os países bálticos,
integra-se à cidade como elemento
que liga de forma natural à área
central de Estocolmo. Através de es-
cadas, patamares, rampas e nichos,
torna-se um local convidativo para o
passeio, a vista das balsas, o arqui-
pélago e o skyline da cidade. O novo
terminal, para além de seu âmbito
arquitetônico, pretende ser também
ser um marco ambiental, um modelo
para obras públicas: o terminal é au-
tossuficiente em termos energéticos,
intercalando energia eólica e solar,
uso da água do mar e terraços e ou-
tras áreas verdes.
O Kulturkvartalet foi idealizado como
casa da mais antiga orquestra sin-
fônica da Noruega e um abrangente
centro cultural, conectando-se ao
seu entorno de ruas de pedestres,
praças e um parque em Kristiansund,
na costa oeste norueguesa. Integra-
se a dois edifícios antigos existentes
e possui extenso programa que
abarca ópera, centro de balé, biblio-
teca, centro universitário, salas de
conferências, um restaurante e um
café. Já premiado, será inaugurado
em 2013 e é um bom exemplar dos Ao lado: novo terminal
de Estocolmo.
significativos edifícios culturais pro- Página seguinte:
jetados pelo C. F. Møller. Kulturkvartalet

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Arkitektfirmaet C. F. Møller

contemporaneu #05 | 25
O Hospital Universitário Akershus
[Oslo, Noruega], foge da construção
institucional tradicional, enfatizando
a hospitalidade para com os usuários
em uma relação franca e informal
com os espaços abertos. O edifício
combina a expressão de diferentes
materiais [vidro e alumínio, reboco
e ladrilho, madeira e latão etc] con-
servando, porém, a racionalidade e
a ordem, que conferem unidade ao
complexo.

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Arkitektfirmaet C. F. Møller
Apesar de seu tamanho, permite
um todo compreensível e pensando
o bem-estar do paciente como ob-
jetivo central. O corredor principal é
concebido como um boulevard que
oferece serviços como cabeleireiro,
biblioteca, café, farmácia e capela.
Esta espécie de ambiente urbano in-
terno tem o pé direito da altura de
cinco pavimentos e iluminação zeni-
tal. O uso intenso da madeira ajuda
a criar uma atmosfera familiar: de
segurança e acolhimento.

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Planta Baixa Pavimento Térreo Planta Baixa Primeiro Pa

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Arkitektfirmaet C. F. Møller

avimento Planta Baixa Quinto Pavimento

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Nova Centralidade para Vaajakoski
Mäkiaho & Marttinen Architects
Vaajakoski, Finlândia
urbano

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Nova Centralidade para Vaajakoski

Local do primeiro escritório de Alvar O projeto apresentado aqui é o do


Aalto (1898-1976), o município de escritório finlandês Mäkiaho & Mart-
Jyväskylä, Finlândia, é conhecido por tinen Architects, classificado pelo júri
conter o maior número de obras do como um projeto para classe alta.
prestigiado arquiteto e também por Nomeado de Dó-Ré-Mi, o projeto
sua excelência em questões educa- divide a área em três: Dó – região
cionais. central com comércio e residências;
O bairro de Vaajakoski, com aproxi- Ré – região industrial e comercial; e
madamente 15 mil habitantes, foi o Mi – borda d’água com edifícios resi-
foco de um concurso que a prefei- denciais e marina.
tura local decidiu realizar para a revi-
talização da área, definida como um
resíduo urbano de caráter industrial
e com fortes barreiras formadas pela
linha férrea. A área de intervenção,
de aproximadamente 65 mil metros
quadrados, recebeu mais de 40 pro-
postas.

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urbano

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Nova Centralidade para Vaajakoski

Do ponto inicial do projeto ao final residenciais estão alocados para dar


são 32 metros de desnível, vencidos ao bairro uma sensação nunca antes
por um caminho de pedestres que obtida: a de se viver à beira da água
ora é um calçadão, ora é passarela. junto a áreas verdes e pátios forma-
Atravessa a área de intervenção u- dos pela volumetria da fita curva que
nindo o que é, hoje, a centralidade se desenvolve ao longo do percurso
do bairro a uma área renegada e que ou irrompe ou acompanha a
esquecida pelos habitantes locais. topografia.
Pensar em formas de valorizar um O trajeto elaborado passa por pré-
terreno degradado, assim como dios “divertidos”, segundo o júri do
feito em outros projetos urbanos, é concurso, ao brincar com diferentes
característica corriqueira de cidades níveis de cobertura. Sendo a mais
que estão perdendo sua área de ex- baixa próxima ao calçadão, permite
pansão. Estes resíduos industriais e que quem por ali passe esteja em
de transportes de massa são vistos contato com aberturas para os pá-
como uma alternativa, ou solução, tios internos dos edifícios que sur-
principalmente para desenvolvimen- gem em meio ao comércio instalado
to comercial, habitacional e de lazer. no pavimento térreo. Um dos mo-
Se o desejo é levar as pessoas ao tivos atribuídos à desclassificação
contato com a água, o projeto cria, é justamente a desatenção à área
de forma harmoniosa e ritmada, um nordeste, onde está uma grande fá-
direcionamento quase natural, sem brica e grandes espaços vazios, res-
obstáculos e acessível a todos. Ao se ponsáveis diretos pelo abandono da
aproximar da borda d’água, edifícios área.

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urbano

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Nova Centralidade para Vaajakoski

contemporaneu #05 | 43
envie projetos, projetos de estudantes,
­desenhos, artigos, fotografias para a
­Contemporaneu.
projetos
Ship
Katsuhiro Miyamoto & Associates
Nishinomiya, Japão
Fotos: Katsuhiro Miyamoto & Associates
63.27 m2
Ship é uma residência construída em
um terreno de dois patamares com
uma diferença de nível de 3 metros
entre eles. A forma curva foi esco-
lhida para adaptar-se ao terreno em
“L”. Devido a preocupação acerca da
estabilidade, a fundação foi lançada
no solo natural do patamar inferior,
por ser mais confiável para suportar
a estrutura.

52 | contemporaneu #05
63.27 m2
Ship

O volume de aço patinável [cuja


composição contem propriedades
anti-corrosivas e que desenvolve um
aspecto avermelhado, fruto da oxida-
ção superficial] abriga os ambientes
de uso social e flutua sobre o muro
de contenção e o patamar mais alto,
criando um balanço para permitir
melhores vistas do andar superior e,
consequentemente, criar a garagem
coberta. O volume de ambientes ín-
timos pousa sobre o patamar inferior
onde a atmosfera é de tranquilidade,
com uma estrutura de concreto ar-
mado como contrapeso ao volume
em balanço.

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63.27 m2

A casa de 63 m2, assim, alude a um


ferry boat. Por um lado, passa pela
ossada e pelo chapeamento da es-
trutura de barcos metálicos: neste
caso, as chapas de 12mm estru-
turadas por um sistema de vigas
transversais e longitudinais, mais os
reforços locais. Por outro, a própria
espacialização é uma reminiscência
de uma balsa, ao deixar entre o alto
[local do público] e o baixo [casco,
submerso], a entrada e o deck de
veículos em um espaço mais aberto -
garagem e varanda.

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Ship

Término da Construção: 2006


Área construída: 63.27 m2
Área do terreno: 193.65 m2

Arquitetos: Katsuhiro Miyamoto,


Kazuhiro Takeuchi
Colaborador: Masahiro Miyake /
y+M design office
Projeto Estrutural: Masaichi Taguchi

Corte Transversal Corte Longitudinal

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63.27 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo Planta Baixa Primeiro Pa

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Ship

avimento Planta Baixa Segundo Pavimento

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Casa Bistrica
I/O architects
Bistrica, Bulgária
Fotos: I/O architects
Casa Bistrica
Em um pequeno povoado próximo a
Sófia, capital da Bulgária, surge uma
pequena casa, simples aos ­ olhos,
que esconde em seu pavimento in-
ferior um espaço de treinamento de
artes marciais isolado da rua pelo
declive do terreno e revela a paisa-
gem avistada da varanda, voltada
para sudeste.

contemporaneu #05 | 63
Casa Bistrica

Suspensa por quatro pilares em um


terreno triangular, a residência é
acessada por uma passarela ligada
à varanda por uma escada, onde se
abre uma enorme porta pivotante e
deslizante de quase três metros.

contemporaneu #05 | 65
87 m2
Casa Bistrica

A boa iluminação natural se dá pela


quantidade diminuta de paredes, em
apenas duas faces, delimitando in-
terior e exterior: na área destinada
às funções de quarto de dormir e
de banheiro. Mas isso não impede o
morador de ter privacidade, pois as
fachadas com contato para a rua e
para os terrenos vizinhos recebem
proteção feita com uma espécie de
tecido trançado de varas de acácia.
Projetada para ser a residência de
uma única pessoa, a área de 87
m2 abriga dormitório, sala de estar,
sala de estudos, cozinha e banheiro,
todos em um único espaço aberto
voltado para o vão central envidra-
çado.

contemporaneu #05 | 67
87 m2

68 | contemporaneu #05
Casa Bistrica

Projeto: 2002
Construção: 2003 - 2008
Área construída: 87 m2

Implantação

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87 m2

Planta Baixa

70 | contemporaneu #05
Casa Bistrica

Corte S02

contemporaneu #05 | 71
Casa Deslizante
dRMM
Suffolk, Inglaterra
Fotos: Alex de Rijke e Ross Russell
200 m2

74 | contemporaneu #05
Casa Deslizante
Para o casal dono da Casa Deslizante,
o que era inicialmente o desejo de
construir uma residência afastada de
centros urbanos, se tornou por algum
tempo um pesadelo, pela dificuldade
de achar um terreno na área rural de
Suffolk, Inglaterra. Mesmo após en-
contrar um bom pedaço de terra cujo
dono estava interessado em vender,
os trâmites legais duraram cerca de
20 meses até a aquisição.
Negócio fechado. Pelas normas cons-
trutivas locais, apenas seria permiti-
da a demolição da casa existente e a
construção de uma nova residência,
um anexo e a garagem.
O escritório londrino dRMM, cujo
fundador, Alex de Rijke era amigo de
infância do proprietário, foi contrata-
do para o projeto e logo apresentou
três propostas ao cliente. Foi esco-
lhida a mais ousada, cuja forma ge-
ral assemelha-se intencionalmente a
estábulos – bem ao gosto do propri-
etário e também do arquiteto, ambos
apreciadores da arquitetura rural.
Com o projeto aprovado, deu-se
início às obras. O partido adotado,
alinhando linearmente residência e
anexo, permite que a cobertura des-
lizante passe pelas duas construções,
formando espaços diversos e criando
inúmeras molduras para a paisagem
verde, dependendo de sua posição.

contemporaneu #05 | 75
Casa Deslizante
A cobertura móvel, acionada por meio
de controle remoto é impressionante
visualmente e funciona de forma sur-
preendentemente simples: são 20
toneladas de estrutura de aço revesti-
do com painéis de madeira e camadas
de impermeabilizante. Uma estrutura
com 16 metros de comprimento, 6
de largura e 7 de altura movida sobre
trilhos de trem por 4 motores abaste-
cidos por baterias de carro.
Além de funcionar como cobertura,
ela tem diversas funções além de
estética: protege dos fortes ventos
provenientes do leste; sombreia a
área envidraçada, no verão; permite
a criação de um terraço para a ba-
nheira da suíte do casal; e, no inver-
no, sobrepõe-se ao bloco vermelho
[que, aliás, faz alusão direta ao hotel
do jogo Monopoly!] permitindo que a
área envidraçada receba luz solar di-
reta e não haja perda de calor prove-
niente do piso aquecido.
Os 20 meses de pesadelo transfor-
mam-se, enfim, na realização de
um sonho para muitos anos. Tem-se
agora diversas formas de habitar a
mesma casa em ligeiros 6 minutos,
tempo em que a estrutura demora a
percorrer a extensão de 31 metros
dos trilhos. Trilhos, aliás, que podem
ser prolongados para cobrir a futura
piscina.

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200 m2

Garagem

Casa principal

Sala de estar envidraçada

Piscina a ser construída

Telhado deslizante

Trilhos de trem

80 | contemporaneu #05
Casa Deslizante

Anexo de hóspedes

Banheiro no terraço

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200 m2

82 | contemporaneu #05
Casa Deslizante

Implantação

Planta Baixa Segundo Pavimento

Corte Longitudinal

contemporaneu #05 | 83
Casa Mirante do Horto
Flavio Castro
São Paulo, Brasil
Fotos: Nelson Kon
Esta bela casa é localizada em um
condomínio nas imediações da Serra
da Cantareira e do Horto Florestal,
na zona norte da capital paulista.
Com um extenso programa a cum-
prir e a consequente necessidade do
aproveitamento máximo do terreno,
o arquiteto Flavio Castro buscou
máxima flexibilidade e amplitude vi-
sual a partir da localização adequada
das circulações verticais e outros
programas específicos.
O bloco branco, por um instante,
parece flutuar sobre o pavimento
rebaixado em relação ao terreno,
a não ser por duas vigas metálicas
destacadas pela pintura amarela,
mostrando que é possível evidenciar
de forma harmoniosa o que muitas
vezes é escondido. Esta elevação ga-
rante ao piso que contém a garagem
e serviços, iluminação e ventilação
natural. Neste cubo estão as áreas
sociais no térreo, íntimas no andar
superior e um terraço-jardim, que
desempenha importantes papeis:
ajuda no resfriamento dos dormitóri-
os, serve de mirante e compõe a es-
tética da casa com seus elementos
escultóricos com pitadas (até mesmo
colheradas) corbusianas: curvas que
abrigam a caixa d’água, triângulo
que cobre a escada de acesso. Con-
trapondo e somando.

contemporaneu #05 | 87
300 m2

A Residência Mirante do Horto tem


300 metros quadrados de área
construída distribuídos em uma
sucessão de planos, de 8m x 11m,
perfurados pelo vão da escada, res-
ponsável pela conexão vertical do
mais baixo ao mais alto ponto desta
obra arquitetônica.
Enquanto a ventilação cruzada define
o eixo horizontal, a luz natural define
o vertical, penetrando neste espaço
imponente de habitar por meio de
uma clarabóia no teto, atravessando
o primeiro pavimento e invadindo o
térreo.

90 | contemporaneu #05
Casa Mirante do Horto

contemporaneu #05 | 91
300 m2
Casa Mirante do Horto

De cima a baixo, além da ilumina-


ção, correm barriletes verticais, den-
tro das paredes internas da escada,
para toda a troca de fluidos entre
os quatro níveis da casa. E junto a
essas paredes, apoiam-se aquário,
ateliê e escritório, respectivamente,
nos pavimentos térreo, de garagem
e superior.
A partir de três ambientes prede-
terminados, abrigados em “caixas
matéricas” destacadas na planta do
térreo [home theater, escada e cozi-
nha], definiu-se toda a área social,
ampla e bem dimensionada.
300 m2

94 | contemporaneu #05
Casa Mirante do Horto

contemporaneu #05 | 95
300 m2
Projeto: 2008
Construção: 2009 - 2010
Área construída: 300 m2
Área do terreno: 226 m2

Arquitetos: Flavio Castro


Construção: Flavio Castro, José Clau-
dio Magalhães

Planta Baixa Garagem Planta Baixa Pavimento Térreo

96 | contemporaneu #05
Casa Mirante do Horto

Planta Baixa Primeiro Pavimento Planta Baixa Ático

contemporaneu #05 | 97
300 m2

Fachada Noroeste

Fachada Sudeste

Corte Longitudinal

98 | contemporaneu #05
Casa Mirante do Horto

Corte Transversal

contemporaneu #05 | 99
Casa em Lousado
Correia/Ragazzi Arquitectos
Lousado, Portugal
Fotos: Alberto Plácido e Luis Ferreira Alves
Casa em Lousado
O terreno onde repousa este belo O escritório português C ­orreia/Ra-
exemplar de arquitetura contem- gazzi, com sede na cidade de Porto,
porânea portuguesa é dividido em observa atentamente as característi-
plataformas de diferentes níveis para cas do local e exibe tal conhecimen-
vencer o declive da cota mais alta até to, desde a concepção do projeto,
sua cota mais baixa, a beira do rio. produzindo uma obra arquitetônica
Muros de pedra fazem a contenção original e inusitada.
e criam estes patamares, ordenando
a área de plantio e servindo, tam-
bém, penetra na construção como
elemento divisor de espaços internos
do térreo da residência – áreas de
serviço e garagem separadas das
áreas sociais.
355 m2
Ao contrário daquilo que se tem por or possui grandes aberturas, intima-
usual, a casa se abre no térreo en- mente conectadas ao espaço ao seu
quanto se resguarda no piso supe- redor, sendo intensamente aberta
rior. Essa opção se deve à existência ao exterior. Destaca-se na sala a es-
de uma zona fabril na outra margem cultórica lareira entre o estar e a sala
do rio que afetaria a intimidade dos de jantar. E no pavimento superior,
quartos, enquanto, em oposição, os localizado na cota mais alta do terre-
pomares previstos nos platôs em no, encontra-se o acesso à residên-
direção ao rio fazem essa proteção cia –voltado para a rua– sutilmente
para os ambientes de uso mais co- situado em uma pequena varanda.
mum. Ocultou-se a imensidão da vista que,
Os arquitetos, assim, projetaram em alguns instantes, poderá ser
uma residência em que o piso inferi- contemplada através da escada que

106 | contemporaneu #05


355 m2
­ ireciona o observador à área social,
d
no piso inferior. Imperceptivelmente,
nesse trajeto, passa-se pela zona ín-
tima, dividida pela mesma escada –e
seu amplo hall de distribuição com
pé-direito duplo– em quartos de
dormir para a família de um lado e
quarto de hóspedes e escritório do
outro. Cada qual com sua varanda e
preservadas por paredes inclinadas
altas voltadas para sul, o que garan-
te privacidade para os que ali vivem.

Projeto: 2004
Término da Obra: 2008
Área construída: 355 m2
Área do terreno: 3013 m2

Arquitetos: Graça Correia e Roberto


Ragazzi
Colaboradores: Ana Neto Vieira, Su-
sana Silva, Telmo Gomes, Katharina
Wiederman, Pedro Gama
Fundações e estrutura: GOP – Eng.
Jorge Nunes da Silva
Instalações hidráulicas: GOP
Instalações técnicas especiais: GET
- Eng. Raul Bessa
Instalações elétricas: GOP - Eng.
Alexandre Martins
Coordenação: Graça Correia
Construção: Empalme

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Casa em Lousado

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355 m2

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Casa em Lousado

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355 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Casa em Lousado

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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355 m2

Implantação

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Casa em Lousado

Corte A

Corte B

Corte C

Corte D

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20th Street Office
Belzberg Architects
Santa Mônica, EUA
Fotos: Benny Chan
465 m2

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20th Street Office

Utilizado como estúdio e portfólio do


escritório Belzberg Architects (EUA),
este edifício localizado em Santa
Mônica é também sede de outros
dois estúdios de design, e mostra
aos clientes a possibilidade de cons-
trução e utilização com pouco impac-
to ambiental.
Os arquitetos projetaram-no tirando
proveito da sua localização, próxima
à praia, utilizando a brisa provinda
do mar como forma de ventilar e dei-
xar de lado aparelhos de ar-condi-
cionado. Sua forma, quase como um
túnel, permite a entrada e saída do
ar por grandes aberturas localizadas
em sua fachada sudoeste e nordeste,
respectivamente.
Suspenso por uma robusta estru-
tura metálica, o edifício permite que
haja no térreo um estacionamento
coberto sem paredes, recebendo
iluminação e ventilação natural. Por
meio de um sistema de captação de
águas pluviais, a água proveniente
do terraço-jardim da cobertura é
despejada por um jardim a céu a-
berto [captador também de água de
chuva, portanto] contíguo ao esta-
cionamento do térreo e sobre o qual
estão conectados um reservatório e
um poço de infiltração.

contemporaneu #05 | 125


20th Street Office

Com faixa etária média de pouco


mais de 30 anos de idade, os ar-
quitetos do escritório dividem um
amplo espaço de criação aberto para
que possa haver comunicação entre
eles sem a necessidade de saírem de
suas estações de trabalho ou se lo-
comoverem para salas de reuniões.

contemporaneu #05 | 129


20th Street Office

O mesmo terraço sobre o prédio é


destinado a confraternizações, en-
contros e é uma área de relaxamento
dos que ali trabalham. Neste mesmo
espaço estão localizadas as célu-
las fotovoltaicas, que possibilitam a
economia de 12,5% do consumo de
energia. As grandes aberturas nas
fachadas frontal e posterior, junta-
mente com as clarabóias no terraço
concedem iluminação a 75% de sua
área, utilizando-se de espaços com
pé direito duplo e mezanino. Término da Obra: 2009
Certificado com o selo LEED Gold, Área construída: 465 m2
o projeto recebeu inúmeros prê- Arquitetos: Hagy Belzberg, David Cheung,
mios pelo baixo impacto ambiental Carina Bien-Willner, Lauren Zuzack
e utiliza, como casca, uma estrutura Colaboradores: Aaron Leppanen, Andrew
feita com isolante térmico reciclado, Atwood, Barry Gartin, Brock DeSmit, Chris Arn-
tzen, Cory Taylor, Dan Rentsch, Eric Stimmel,
placas de madeira, impermeabili- Erik Sollom, Manish Desai
zante e placas de metal em forma Eng. estrutural: Andrew Chan
de diamante, reduzindo as trocas de Eng. mecânico: John Dorius & Associates
Instalações hidráulicas: Tom Nasrollahi
calor com o exterior e diminuindo os Instalações elétricas: A&F Consultants
efeitos do calor na estrutura de aço. Consultor LEED: Eco-Consulting | LA

contemporaneu #05 | 133


lét
oe
ot
af
lul

Luz solar

Vento
predominante
dim
jar
ca ço
tri rra
Te

Norte

Pavimento
permeável Vegetação
465 m2

Célula fotoelétrica

Pavimento
permeável

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20th Street Office

Terraço

Célula
fotoelétrica

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465 m2

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20th Street Office

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465 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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20th Street Office

Planta Baixa Segundo Pavimento

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1780 m2

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

Ampliação do Centro Willem Felsoord


Möhn + Bouman Architekten
Delft, Holanda
Fotos: Bart van Vlijmen

A qualidade sensorial/tátil é a
questão fundamental deste cen-
tro para portadores de deficiências
mentais, localizado em uma área
alagadiça próxima a Delft, Holanda.
As condições emocionais e a capa-
cidade de orientação dos usuários
–cerca de 70 visitantes por dia, na
faixa de 15 a 65 anos – são muito
determinadas pelo ambiente, através
da forma, da iluminação e da utiliza-
ção dos materiais.
Trata-se de um curioso projeto de
ampliação e renovação que ficou a
cargo do Möhn + Bouman Architek-
ten.

contemporaneu #05 | 143


Ampliação do Centro Willem Felsoord

A fachada nova, portanto para os


fundos, é revestida de sapé [vegetal
que cobre edificações] em uma es-
pessa faixa que se dobra e entremeia
as aberturas. É um raro exemplo de
arquitetura contemporânea que se
utiliza de tal artifício comum de ser
associado a edificações, predomi-
nantemente simples e rurais, do sé-
culo 19.
Além de seu caráter estético, in-
sinuando uma fusão orgânica com
o jardim ao seu redor, a palha tem
uma importante propriedade de
isolamento térmico principalmente,
como é o caso, quando instalada so-
bre uma superfície fechada de ma-
deira. Como não foi possível incluir o
mesmo material nas fachadas exis-
tentes, orientadas ao espaço público,
a solução foi utilizar vidros serigra-
fados, com base em uma imagem
manipulada de um telhado de palha.
Promoveu-se, desta forma, uma cor-
respondência entre as faces opostas.

contemporaneu #05 | 145


1780 m2

Com a adição, o edifício ganhou


novos espaços como a recepção no
piso inferior e a varanda, no superior,
esta pode ser acessada pelo jardim
através de uma escada, pelas sa-
las contidas no bloco antigo ou por
um dos espaços de convívio cria-
dos. Além destes espaços, o projeto
permitiu a ampliação das áreas de
atividade, reorganizou a circulação
interna e promoveu maior contato
entre interior e exterior.
Ampliação do Centro Willem Felsoord
1780 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

Planta Baixa Segundo Pavimento

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1780 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

Fachada Frontal

Fachada Posterior

Corte Transversal

contemporaneu #05 | 153


de
projetos
e estudantes
projetos de estudantes

Parque Urbano : Auditório e


Escola de Música

Disciplina: Trabalho Final de


Graduação
Período: 10o
Instituição de ensino: Universi-
dade Presbiteriana Mackenzie
Professores: Luciano Margotto

Nome: Raphael Civille Rodrigues


email: raphael.civille@gmail.com
website: www.raphaelciville.com
Cidade: São Paulo, SP

Fundamentação:
O conceito que fundamentou a monografia e o projeto de TFG vem da neces-
sidade de criarmos soluções que saem do lugar comum e tenham respeito
por e interação com seu contexto, a forma do edifício e a relação com o
desenho da cidade, o programa e sua relação com a região de inserção. O
partido vem da possibilidade de tratar o vazio ferroviário da estação Júlio
Prestes com um e-difício que fizesse a transposição do bairro da Luz para o
do Bom Retiro, que assim conecta as duas regiões.

156 | contemporaneu #05


Raphael Civille Rodrigues

Crítica:
O desenvolvimento de projeto se espacial, trata a cicatriz urbana dei-
dá a partir da análise dos pontos de xada pelo vazio ferroviário através de
interesse dos dois lados da cicatriz um Parque Urbano totalmente rela-
urbana: Rua José Paulino, Parque da cionado com as angulações do vo-
Luz, espaço entre a Sala São Paulo e lume do edifício gerando espaços de
Estação pinacoteca e Pelo salão de- praça, o espaço menor e sua intera-
sativado que divide o foyer da Sala ção com o projeto de arquitetura que
São Paulo e a gare da estação Júlio procura proporcionar uma relação
Prestes. mais intimista, possibilita assim total
Nesse espaço será implantado um incorporação do uso da praça no dia
edifício que além de proporcionar a a dia do popular, que pode a partir
transposição da Luz para o Bom Re- da observação da escola durante uso
tiro, irá abrigar uma escola de músi- da praça, desenvolver interesse por
ca e um auditório, tendo o ensino aprender música ou ao menos ter
de música e sua execução como fer- contato com música instrumental.
ramentas de transformação social e
projetos de estudantes

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Raphael Civille Rodrigues

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projetos de estudantes

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Raphael Civille Rodrigues

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projetos de estudantes

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Raphael Civille Rodrigues

contemporaneu #05 | 163


projetos de estudantes

Filosofar Em Abismo: O Novo Departamento


de Filosofia da Unesp

Disciplina: TFG Um edifício que estimule a reflexão e


Período: 10o que seja contemplado enquanto sirva
Instituição de ensino: Universi- para contemplar. A busca pela har-
dade Estadual de Londrina monia entre filosofia, arte e arquite-
Orientador: Nelson Schietti de tura é o caminho por onde segue
Giacomo o projeto que pretende resolver de
maneira poética as necessidades de
Nome: Rafael Euclides Melo Alcan- um campus universitário e os anseios
tara de um curso superior que clama pelo
email: info@rafaelalcantara.com.br pensar. O Novo Departamento de Fi-
website: Senseware losofia da Unesp de Marília encontra
Cidade: Londrina, PR nas forças do lugar a inspiração para
acontecer ­ enquanto arquitetura e

164 | contemporaneu #05


Rafael Euclides Melo Alcantara

em discussões filosóficas a base para


existir além da tectônica.
Produto da análise cuidadosa do en-
torno, do sítio e das condicionantes
do lugar e das discussões acerca da
filosofia e da arquitetura como ins-
trumento de comunicação e percep-
ção do espaço, o projeto consiste em
um grande prisma metálico branco,
suspenso por uma estrutura de mão-
francesa em concreto, prestes a se
lançar ao abismo. O programa de ne-
cessidades se distribui ao longo do
volume de modo a atender questões
funcionais, de conforto ambiental,
economia de energia e principal-
mente estabelecer relações inexo-
ráveis entre construção e discurso
arquitetônico.

contemporaneu #05 | 165


Rafael Euclides Melo Alcantara

O novo edifício para o Departamento difício, onde surge um lugar para a


de Filosofia da Unesp se apresenta prática de atividades coletivas; pelo
como uma metáfora da teoria do interior, onde as aberturas voltam-se
conhecimento de Platão, onde cada pra o vale; e sobre o edifício, onde
etapa do projeto faz referência a um a cobertura se revela um extenso
nível de conhecimento: a crença, gramado. Aqui a arquitetura é uma
a opinião, o raciocínio e a intuição árvore projetada pelo homem, cujos
intelectual. Tudo espaço foi pen- frutos alimentam a introspecção, o
sado de forma a estimular o “olhar questionamento e a busca pelo ver-
através” do observador: sob o e- dadeiro conhecimento.

contemporaneu #05 | 169


projetos de estudantes

170 | contemporaneu #05


Rafael Euclides Melo Alcantara

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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projetos de estudantes

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Rafael Euclides Melo Alcantara

Planta Baixa Segundo Pavimento

Planta Baixa Terceiro Pavimento

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projetos de estudantes

174 | contemporaneu #05


Rafael Euclides Melo Alcantara

Corte Longitudinal

Fachada Norte

contemporaneu #05 | 175


d
projeto
de concurso
Complexo Trabalhista do TRT da 18ª R
Corsi Hirano Arquitetos
Goiânia, Brasil
Região
concurso
Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

Dividido em 4 etapas construtivas e


com obras já em execução, o projeto
está localizado no bairro Setor Bue-
no, em Goiânia, onde prevalecem as
características da malha quadricular.
O objeto de estudo, a quadra T-22,
contém diversas edificações sem
relação arquitetônica entre si. De
acordo com as bases do concurso,
apenas uma edificação prevalecerá,
enquanto as outras serão demolidas
para receber a nova sede do TRT -
18ª Região. Pretende ser um novo
marco urbano para a cidade.
Com área de 13.000 m2, o terreno
receberá um novo bloco, além da re-
forma do existente, mais um anexo
e a praça pública que direcionará
os fluxos para os edifícios e será de
grande utilidade, visto que há ausên-
cia de espaços públicos no bairro, es-
tritamente residencial. Haverá tam-
bém uma conexão subterrânea entre
os dois blocos, por onde se dará o
acesso à plenária. No nível do subso-
lo haverá 3 auditórios, dispostos em
ambos os prédios, além de espaço
cultural, de exposições, biblioteca,
depósitos, entre outros recintos.

contemporaneu #05 | 181


concurso
Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

Pilares, vigas e lajes de concreto tálica leve. Caixilhos de alumínio a-


armado e concreto moldado “in nodizado e vidros laminados fazem
loco” resumem toda a estrutura. A os fechamentos. Superfícies metáli-
disposição dos eixos de circulação cas perfuradas protegem as facha-
é estrategicamente definida para das com maior insolação. As inter-
­diminuir a quantidade de pilares e, venções propostas para o edifício a
simultaneamente ao uso de lajes ser preservado são poucas, como um
nervuradas protendidas, incrementar rearranjo do interior, a alteração da
a possibilidade de espaços flexíveis. cor externa e mais chapas furadas
Nas coberturas, uma estrutura me- para integrá-lo ao conjunto.
concurso

186 | contemporaneu #05


Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

A implantação em dois blocos inte-


grados por uma praça de proporções
monumentais objetiva qualificar o
espaço público e o seu entorno,
através de um conjunto alinhado
com as atividades e os valores ine-
rentes a um tribunal. Uma arquite-
tura imponente e representativa.
Nas palavras do arquiteto:
“E como simbolismo, as cores falam
autonomamente. A neutralidade do
branco e do preto, que a justiça car-
rega, unidos pelo vermelho, presen-
te nos elementos de proteção solar
das fachadas, mas sobretudo como
referência à cor que representa a
instituição do Direito. Além disso,
o plenário é implantado no coração
da praça pública, revelando sua im-
portância frente ao cidadão. Em sua
cobertura pequenas aberturas ilumi-
nam de maneira poética seu interior,
como uma constelação, sendo dis-
postas precisamente como os Esta-
dos na bandeira nacional”

contemporaneu #05 | 187


concurso

Planta Baixa Subsolo

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Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

Planta Baixa Pavimento Tipo

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concurso

Corte Longitudinal

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Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

contemporaneu #05 | 191


edições anteriores

#04
Estudio Borrachia Arquitectos
Hafencity
Casa Viguet - NDC Arquitectura
Casa Kilian - Gass
Casa Dobrada - X Architekten
Residência Hof - Studio Granda
Ampliação do Museu Sacro de Adeje -
Fernando Menis
Het 4th Gymnasiunm - HVDN

#03
Behnisch Architekten
Proyecto Madrid Río
Casa nas ruínas - NRJA
Casa D - Sadar Vuga
Residência TDA - Cadaval & Solà-Morales
Residência VVA em Wortel - dmvA
Koltsari - Kosmos
Escola Enter - K2S Architects
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Embaixada Estoniana em Vilnius - 3+1
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46 Habitações Sociais - ACXT
Universidade Østfold em Halden - Reiulf
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#01
BIG - Bjarke Ingels Group
Simcoe WaveDeck - West 8 e DTAH
Refúgio São Chico - Studio Paralelo
Casa em São Paulo - Affonso Risi
dupli.casa - J. Mayer H. Architects
Jardim de Infância Medo Brundo - Njiric
+ Arhitekti d.o.o.
Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS
arhitekti e Multiplan arhitekti
Bart van Vlijmen Julian Weyer
Holanda Dinamarca
info@bartvanvlijmen.nl

194 | contemporaneu #05


Benny Chan Nelson Kon
EUA Brasil
fotoworks@sbcglobal.net nk@nelsonkon.com.br

fotógrafos

contemporaneu #05 | 195


envie projetos, projetos de estudantes,
­desenhos, artigos, fotografias para a
­Contemporaneu.

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