Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE FORMAÇÃO
DE TÉCNICOS EM
TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
T.T.I.
DESENHO ARQUITETÔNICO
E
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
O escritor francês André Moraux1 definiu a Arquitetura como a “arte de construir sob o
signo da beleza". No entanto, nem sempre foi assim. A necessidade primitiva e inata
de todos os animais de buscarem abrigo não foi diferente com o homem. A chuva, o
vento, o frio, os predadores fizeram com que os primeiros homens, compelidos pelo
instinto conservação, buscassem abrigos seguros.
Nos primórdios da formação das civilizações, a noção de habitação não tinha sentido
de permanência: as moradias eram transitórias. Este conceito foi se desenvolvendo
aos poucos e o homem, paulatinamente, passou a cuidar com mais desvelo dos seus
abrigos; desenhava nas paredes das cavernas, usava materiais mais duradouros nas
construções e, para se proteger, cuidava dos rebanhos recém-domesticados e da
agricultura incipiente, paralelamente, ia-se agrupando. Assim, por necessidade de
sobrevivência, passou a ser um animal gregário; logo, um animal social.
A inquietude humana fez da Arquitetura uma arte atuante num campo multidisciplinar
que envolve a matemática, as ciências, a tecnologia, a política, a história, a filosofia, e
outros mais. Sendo uma atividade complexa, é difícil concebê-la de forma precisa, já
que a palavra tem diversas acepções e a atividade, diversos desdobramentos e
mudanças constantes. No entanto o pensamento do nosso Lúcio Costa desfruta de
certa unanimidade:
1
André Moraux - (Paris, 3 de novembro de 1901 — Créteil, (23 de novembro de 1976) Grande
escritor francês e celebrado pensador europeu, muito reverenciado por Hannah Arendt.
Considerava Oscar Niemeyer um dos maiores arquitetos do mundo, e dizia que "toda arte é
uma revolta contra o destino do homem".
Por oportuno, convém fixar a função específica de cada profissional envolvido em uma
obra:
• ao arquiteto cabe a função de criar, em forma de projeto, uma obra;
• ao engenheiro compete materializar este projeto em obra.
A harmonização das funções e o respeito profissional mútuo têm nos últimos tempos
feitos tanto a Arquitetura quanto a Engenharia dar saltos extraordinários, seja no
aspecto qualitativo seja no quantitativo, pois são profissões afins, que se
complementam.
Escalas
2
COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: Lúcio
Costa, Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. 608 p.il.
As escalas são expressas na forma de proporção por uma fração: o numerador indica
o valor do representado no plano e o denominador o valor da realidade. Uma escala
1:100.000 lê-se: escala um por cem mil, o que significa dizer que a superfície
representada foi reduzida em 100 mil vezes. Ou seja, a escala é definida pela fórmula:
E = d/D, onde E é a escala; d, a distância na projeção; D, a distância real.
3
Oberg ressalta que o desenho de arquitetura, por sua natureza, só utiliza escalas de redução.
OBERG, L. Desenho Arquitetônico, Ao livro Técnico, Rio, RJ , 1973 pág. 11
Símbolos e Convenções
São elementos gráficos utilizados para maior clareza ou simplicidade do projeto. Por
exemplo:
Cotas
São as linhas de chamadas indicativas das dimensões do objeto desenhado, sejam
estas dimensões horizontais (planta) ou verticais (corte). As cotas são sempre em
metro; se inferiores a um metro, usa-se simplesmente o número indicativo.
Por exemplo: 80,00 (oitenta metros)
ESC. 1:500
X_____________________________,x
1 ,60 (um metro e sessenta centímetros)
ESC. 1:10
X______________,x
40 (quarenta centímetros)
ESC.1:2,5
Usa-se ainda outro tipo de cota, que é a indicativa de altura. Tendo como parâmetro
um nível zero, todas as cotas acima daquele nível terão suas cotas positivas e, as
abaixo, negativas. Por exemplo:
Figura 004
Por exemplo:
80,00 (oitenta metros)
ESC. 1:500
X_____________________________,x
1 ,60 (um metro e sessenta centímetros)
ESC. 1:10
X______________,x
40 (quarenta centímetros)
NORMAS TÉCNICAS
Normas ABNT
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma
entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Foro Nacional de
Normalização e responsável pela normalização técnica necessária ao
desenvolvimento tecnológico. Cumpre-lhe:
Normas ISO
Como já foi dito, em Arquitetura planejar tem o significado próprio de programar, isto é,
definir o tipo de espaços da obra, condicionado, naturalmente, a diversos fatores. Em
uma residência, os espaços são definidos pelo número de quartos, banheiros, vagas
na garagem, quartos de empregadas, salas, varandas, etc.
As proporções devem ser ordenadas de tal maneira, que o acréscimo de área em uma
dependência não implique o sacrifício na funcionalidade de outra.
7 - Valor do lote: este fator deverá ser tratado com grande seriedade pelo arquiteto,
pois poderá ocorrer a situação esdrúxula de o lote valer mais que a obra, ressalvadas,
naturalmente, as exceções.
9 - Cobertura - como o próprio nome já sugere, tem por finalidade cobrir a edificação,
protegendo-a das intempéries climáticas, vento, sol, chuva, etc. Para isso, deve ter
isolamento térmico e a propriedade de estanqueidade, (neologismo que significa
estanque, hermético, "sem vazamento” e ser indeformável, resistente, leve (não
absorver peso) e permitir o fácil escoamento da água, com secagem rápida.
12 - Fachadas - como o próprio nome já sugere, fachada é aquilo que está na frente. A
planta baixa trata do interior; a fachada é a exteriorização do projeto, é a forma que a
obra adquire. No momento em que a fachada é imaginada, a posição do observador
(arquiteto) é aquela em que ele não vê esta fachada em uma sucessão de planos
como vemos naturalmente (perspectiva), mas ela é idealizada em um único plano,
como uma forma achatada.
PROJETOS DE RESIDÊNCIA
Classificação
Quanto ao tipo: habitação unifamilíar (constituída de, no mínimo, um quarto, uma sala,
um banheiro, uma cozinha e área de serviço coberta e descoberta); habitação popular
(tem as mesmas características da habitação unifamiliar podendo, contudo, ter até três
lixo, etc.) Qualquer núcleo habitacional deverá ser servido de todos os complementos
necessários ao seu pleno funcionamento, tais como comércio, escola, lazer, serviços
públicos, etc., naturalmente mantendo as devidas proporções em relação ao número
de usuários e à legislação de cada município.
Fundação e Estrutura
Tipos de Estrutura
INSTALAÇÕES
Instalações de esgoto
Instalações elétricas
Instalações telefônicas
A Obra e o Projeto
Toda obra, antes de ser iniciada, deve estar com os seus projetos completos e
resolvidos de forma harmônica, a fim de que evitar tropeços e, consequentemente,
aumento de custo e tempo. Se o cronograma da obra obedecer a esta diretriz,
teremos, na execução, dois fatores preponderantes para o sucesso: a agilidade no
empreendimento da obra e a redução dos seus custos.
Temos então que, além do Projeto, a obra segue a seguinte subdivisão da obra:
Elevadores: Constituem um dos itens mais complexos de uma obra. Em face desta
complexidade e ao seu uso restrito, somente são utilizados em obras de certo vulto.
Esquadrias: Todas as peças usadas na vedação das aberturas das edificações. São
classificadas em internas (portas) e externas (portas e janelas), podendo ser de
madeira e metálicas (ferro ou alumínio).
Soleira é o tipo de arremate usado sob os vãos das portas e quando existe mudança
de tipo de pavimentação; os tipos mais usuais de soleira são as de mármore, madeira,
pedra, granito e cerâmica. A largura é normalmente a do portal quando sob vãos de
portas ou, em outra situação, a recomendada pelo arquiteto.
Ferragens: São as peças metálicas (aço, ferro, alumínio, bronze, cobre, etc.)
encontradas nas esquadrias metálicas ou de madeira, responsáveis pela fixação das
mesmas (fechos, fechaduras e cremonas). Permitem, também, a articulação das
esquadrias (gonzos, dobradiças e alavancas).
Pintura: Não existe uma data precisa de quando o homem passou a pintar seus
objetos de uso pessoal ou suas moradias. Sabe-se que, nos primórdios da história, a
pintura tinha como única finalidade a decoração (como comprovam alguns objetos de
barro encontrados em escavações arqueológicas ou as pinturas rupestres). Na
Antiguidade os egípcios antigos desenvolveram alta tecnologia no uso de pigmentos,
resinas e solventes. Não se conhece um único grupo social, por mais primitivo que
seja, que não tenha usado a cor como elemento para realce da beleza ou como tributo
às suas divindades. Nos últimos séculos, com o advento da revolução industrial e a
atual conceituação das funções da pintura, as tintas passaram a ser elemento de
acabamento, buscando a proteção da superfície e ganhando destaque na indústria
que tem investido no aprimoramento das mesmas, sempre na busca da qualidade e do
belo. Hoje os tipos de tinta disponíveis no mercado são diretamente proporcionais ao
tipo de aplicação. Em face das extensas superfícies das edificações na construção
civil, a pintura exerce uma influência muito grande, como elemento de decoração e,
principalmente, de proteção. Aconselha-se a observância das recomendações
técnicas dos fabricantes e, acima de tudo, o emprego de mão de obra especializada e
responsável. Só assim é que se pode tirar partido de todas as vantagens oferecidas
pelas tintas como elemento de proteção à superfície e de realce á beleza. Vale
conhecer, para ilustração, a nomenclatura da teoria das cores:
b) Secundárias são as oriundas das primárias. Ex.: verde (amarelo e azul), laranja
(amarelo e vermelho) e violeta (vermelho e azul).
e) Quentes são as que, pela sensação de calor que transmitem, nos induzem
impressão de energia, força, poder e dinamismo - vermelho, laranja, amarelo.
f) Frias são as que transmitem as sensações opostas às cores quentes, isto é, não
induzem ao repouso - anil, roxo, lilás, verde, azul.
Aparelhos
Em uma obra, são utilizados três tipos de aparelhos, peças de acabamento em cuja
escolha deve- se ter o cuidado de não criar contrastes chocantes com os demais
elementos, tanto em termos do estilo quanto do padrão de acabamento e da cor.
Limpeza: Não se trata da remoção dos entulhos e restos de obra, que deve ser
constante e ininterrupta. É a limpeza fina, ou seja, a remoção de pequenos resíduos
ou manchas em louças, metais, cerâmicas, aparelhos, ferragens, azulejos, vidros,
esquadrias. Considera-se que, concluída esta limpeza a obra está pronta e em
condições de ser habitada.
Não são poucos os casos de operários que perderam a vida por se recusarem a usar
o cinto de segurança, ficaram cegos pela teimosia em evitar os óculos protetores e
perderam, paulatinamente, a audição por falta do uso dos protetores de orelha. A lista
é infindável. É comum estarem os equipamentos à disposição na obra, mas os
empregados recusarem-se sistematicamente a usá-los, como se estes equipamentos
viessem cercear seus movimentos, impedindo-os de trabalhar.