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NOVO CORONAVÍRUS (SARS-COV-2)

SURTO INICIAL

De acordo com o Ministério da Saúde, os coronavírus são uma grande família de vírus comuns
em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos.
Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas, mas temos
exemplos recentes desse tipo de transmissão, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV.

Em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi


identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e
transmitida pessoa a pessoa.

A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que apresenta um espectro
clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde:

Cerca de 80% dos pacientes com COVID-19 podem ser ASSINTOMÁTICOS ou


OLIGOSSINTOMÁTICOS (poucos sintomas); e

Aproximadamente 20% dos casos requer atendimento hospitalar por apresentarem


dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte
ventilatório.

A COVID-19 (do inglês Coronavirus Disease 2019) é uma doença respiratória aguda causada
pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Ou seja, SARS-CoV-2 é
o nome do coronavírus, enquanto COVID-19 é o nome da doença causada por este vírus.

O anúncio do nome oficial da nova doença (COVID-19) ocorreu em 11 de fevereiro de 2020,


por Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS. Foi a partir deste momento também que o
novo coronavírus passou a ser designado por SARS-CoV-2.
A doença foi identificada pela primeira vez em WUHAN, na província de Hubei, na China, em 1º
de dezembro de 2019. Esta cidade chinesa possui 11 milhões de habitantes, aproximadamente
o mesmo tamanho da população da maior cidade do Brasil, São Paulo.

O primeiro caso de uma pessoa infectada pelo novo coronavírus só foi reportado pelas
autoridades chinesas para a OMS em 31 de dezembro de 2019. Na ocasião, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) recebeu um comunicado sobre uma série de casos de pneumonia de
origem desconhecida em Wuhan. Os primeiros casos confirmados tinham principalmente
ligações com o MERCADO ATACADISTA DE FRUTOS DO MAR DE HUANAN, que, dentre outros
produtos, vendia animais vivos.

Fique atento a esses detalhes, já que eles já foram cobrados em prova.

IBADE - 2020 - IDAF-AC - Técnico em Defesa Agropecuária e Florestal

Autoridades sanitárias da China confirmaram neste sábado (18 de janeiro), quatro novos casos
da misteriosa pneumonia viral detectada (...), na região central do país. O surto da doença,
iniciado em dezembro, é causado por um tipo de coronavírus semelhante ao da Síndrome
Respiratória Aguda Grave (Sars).

(G1, 18/01/2020. Disponível em: < https:// https://glo.bo/3bhs4c2>. Adaptado)


O surto da misteriosa doença teve início na cidade de:

A) Pequim.

B) Wuhan.

C) Xangai

D) Dongguan

E) Nanjing
Inicialmente, o vírus não mostrou a mesma gravidade do SARS, apesar de ter apresentado uma
taxa de contágio maior.

Em 22 de janeiro de 2020, foi discutido por um comitê de emergência organizado pela


Organização Mundial da Saúde (OMS) se o surgimento da nova doença constituía uma
Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) – a medida é tomada quando
um evento com implicações para a saúde pública ocorre de maneira inesperada e supera as
fronteiras do país inicialmente afetado, demandando uma ação internacional imediata.

Em 23 de janeiro de 2020, a OMS decidiu não declarar o surto uma PHEIC. Poucos dias depois,
em 30 de janeiro de 2020, porém, a OMS declarou o surto uma PHEIC, declarando que "uma
ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e
governos". Esta foi a sexta vez que essa medida foi invocada pela OMS, desde a pandemia de
H1N1, em 2009. As outras cinco ocasiões foram:

H1N1 (2009);

Poliomielite (2014);

Ebola (2014);

Microcefalia associada ao zika (2016), devido à crise que se originou no Brasil; e

Novamente o ebola (2019).

Na primeira semana de fevereiro de 2020, o número de mortes causado pelo novo coronavírus
ultrapassou 800 vítimas, superando a SARS, que matou 774 pessoas em todo o mundo entre
2002 e 2003. Posteriormente, no mês de fevereiro, o número de mortes subiu para mais de 1
400, e ultrapassou 3 000 em março.

Ainda não se sabe exatamente a origem do SARS-CoV-2, havendo controvérsias inclusive entre
institutos chineses. Segundo a Universidade de Agricultura do Sul da China, o pangolim pode
ter sido o hospedeiro intermediário do vírus, já que os genomas das sequências de vírus
estudadas no pangolim eram 99% idênticos aos dos pacientes infectados pelo coronavírus em
Wuhan. Já o Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças encontrou similaridade do
novo coronavírus principalmente com a genética de morcegos e cobras.

No início do surto da doença, inclusive, rodou na imprensa internacional a imagem de uma


chinesa se alimentando de uma sopa de morcego, o que “provaria” a ligação do surgimento da
doença a partir deste “hábito alimentar”.
Como informa o texto a seguir, esta refeição, diferentemente do que foi divulgado em redes
sociais, não foi feita em Wuhan. A bem da verdade, nem na China foi, mas em Palau. A
possibilidade de o novo coronavírus ter surgido de morcegos, porém, ainda não foi descartada.

Em 9 de março de 2020, o canal de notícias norte-americano CNN passou a considerar o surto


de COVID-19 uma pandemia, já que o vírus já se espalhava em ritmo veloz em todos os
continentes, exceto na Antártida.

Após grande pressão internacional, porém, foi apenas no dia 11 de março de 2020 que a OMS
declarou o surto como pandemia.

Os efeitos mundiais da pandemia foram muitos e diversos, sendo alguns exemplos os


seguintes:
INSTABILIDADE SOCIAL e ECONÔMICA (queda do mercado global de ações);

Corridas às compras;

Xenofobia e racismo contra pessoas de descendência asiática, especialmente chineses;

Disseminação de informações falsas e teorias da conspiração sobre o vírus; e

O fechamento de escolas e universidades em pelo menos 115 países, afetando mais de 1,5
bilhão de estudantes.

PRIMEIROS CASOS

Os primeiros casos suspeitos do novo coronavírus foram notificados em 31 de dezembro de


2019, com os primeiros sintomas aparecendo algumas semanas antes, em 1 de dezembro de
2019. Inicialmente, não havia uma certeza de que se tratava de uma nova doença. Por isso,
esta ainda não tinha um nome próprio e era identificada pelos médicos chineses, onde a
doença surgiu, como uma espécie de pneumonia.

O MERCADO ATACADISTA DE FRUTOS DO MAR DE HUANAN foi fechado em 1 de janeiro de


2020 e as pessoas com os sintomas foram isoladas. Mais de 700 pessoas, incluindo mais de 400
profissionais de saúde, que entraram em contato próximo com casos suspeitos, foram então
monitoradas. Com o desenvolvimento de um teste de PCR de diagnóstico específico para
detectar a COVID-19, foram confirmadas 41 infecções em Wuhan.

A primeira morte causada pela COVID-19 ocorreu em 11 de janeiro de 2020. No dia 9 deste
mês, foram anunciadas, pela OMS e pelas autoridades chinesas, as primeiras análises
sequenciais do vírus.

Atenção!

No dia 20 de janeiro, a China registrou um aumento acentuado nos casos, incluindo duas
pessoas em Pequim e uma em Shenzhen.
Em 23 de janeiro de 2020, Wuhan foi colocada em quarentena, no qual todo o transporte
público dentro e fora de Wuhan foi suspenso.

No dia 24 de janeiro de 2020, Huanggang e Ezhou, próximas de Wuhan, também foram


colocadas em quarentena semelhante. Neste mesmo dia, o primeiro caso do novo coronavírus
foi confirmado na Europa, na França.

No dia 13 de fevereiro de 2020, Robert Redfield, diretor do Centros de Controle e Prevenção


de Doenças dos EUA (CDC), disse à CNN que a transmissão assintomática do novo coronavírus
é possível.

Saiu na mídia
Apesar de a doença em pouco tempo ter alcançado escala global, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) elogiou os esforços das autoridades chinesas na gestão e contenção da epidemia.
A OMS salientou o contraste com o que aconteceu com a epidemia de SARS de 2002-2004,
quando autoridades chinesas foram acusadas de esconder a existência da então nova doença,
o que impediu, à época, que medidas de prevenção e contenção fossem tomadas em tempo
hábil.

EXPANSÃO GLOBAL

A partir de meados de janeiro de 2020, ocorrem os primeiros casos confirmados de COVID-19


fora da China continental.

A cronologia do novo coronavírus revela uma rápida disseminação mundial, que pressionou a
OMS a decretar decretou Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) no
fim de janeiro.

O primeiro caso confirmado fora da China aconteceu na Tailândia, no dia 13 de janeiro. Depois,
casos da doença foram confirmados no Japão (16 de janeiro); Coreia do Sul (20 de janeiro);
Taiwan e Estados Unidos (21 de janeiro); Hong Kong e Macau da China (22 de janeiro);
Cingapura (23 de janeiro); França, Nepal e Vietnã (24 de janeiro); Malásia e Austrália (25 de
janeiro); Canadá (26 de janeiro); Camboja (27 de janeiro); Alemanha (28 de janeiro); Finlândia,
Emirados Árabes Unidos e Sri Lanka (29 de janeiro); Itália, Índia e Filipinas (30 de janeiro);
Reino Unido (31 de janeiro).

Durante o mês de fevereiro, o número de países com casos confirmados da doença aumentou
de forma considerável, com primeiros casos sendo confirmados na Bélgica (4 de fevereiro);
Egito (14 de fevereiro); Irã (19 de fevereiro); Israel e Líbano (21 de fevereiro); Afeganistão,
Bahrein, Iraque, Kuwait e Omã (24 de fevereiro); Argélia, Brasil, Croácia, Áustria, Suíça (25 de
fevereiro); Geórgia, Grécia, Macedônia do Norte, Noruega, Paquistão, Romênia (26 de
fevereiro); Dinamarca, Estônia, Nigéria, Países Baixos, San Marino (27 de fevereiro);
Azerbaijão, Islândia, Lituânia, México, Mônaco, Nova Zelândia, Bielorrússia (28 de fevereiro);
Equador, Irlanda, Luxemburgo e Catar (29 de fevereiro).

Durante o mês de março, casos da doença também foram confirmados na Armênia, Guadalupe
da França, República Tcheca, República Dominicana, São Bartolomeu e São Martinho da França
(1 de março); Andorra, Indonésia, Jordânia, Letônia, Marrocos, Portugal, Senegal (2 de março);
Argentina, Chile, Gibraltar do Reino Unido, Liechtenstein, Ucrânia (3 de março); Guiana
Francesa, Ilhas Faroé da Dinamarca, Hungria, Polônia (4 de março); Eslovênia, Bósnia e
Herzegovina, Palestina, África do Sul, Martinica da França (5 de março); Butão, Vaticano,
Sérvia, Togo, Camarões, Eslováquia (6 de março); Maldivas, Colômbia, Peru, Malta, Paraguai,
Costa Rica, Moldávia (7 de março); Bulgária, Bangladesh (8 de março); Albânia, Chipre, Brunei,
Burkina Faso, Guernsey do Reino Unido (9 de março); Mongólia, Chipre do Norte, Panamá,
Jamaica, República Democrática do Congo, Jersey do Reino Unido, Turquia (10 de março);
Bolívia, Guiana, Honduras, Costa do Marfim, Polínesia Francesa, Reunião da França (11 de
março); Gabão, Gana, Guiana, Cuba, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago (12 de
março); Antígua e Barbuda, Aruba dos Países Baixos, Burkina Faso, Cazaquistão, Curação dos
Países Baixos, Etiópia, Guatemala, Guiné, Ilhas Cayman do Reino Unido, Ilhas Virgens
Americanas, Mauritânia, Mayotte da França, Kosovo, Porto Rico, Quênia, Santa Lúcia, Sudão,
Suriname, Uruguai, Venezuela (13 de março); Congo, Guiné Equatorial, Mauritânia, Namíbia,
Ruanda, Seychelles, Suazilândia (14 de março); Bahamas, Guam dos Estados Unidos e
Uzbequistão (15 de março); Groenlândia da Dinamarca, Libéria e Tanzânia (16 de março).

No dia 2 de abril de 2020, menos de dois meses após haver a declaração de pandemia pela
OMS, o número de casos confirmados no mundo ultrapassou um milhão. Na ocasião, mais da
metade das pessoas infectadas estavam na Europa. Poucos dias depois, em 15 de abril, o
número de infectados pela doença já ultrapassava dois milhões. Esses números, porém,
revelam apenas uma parte do total de contágios, tendo em vista que as políticas de realização
de testes variam entre os países, alguns contando apenas os pacientes hospitalizados.

No dia 25 de março, o governo de Narendra Modi (Índia), decretou o confinamento da


população (1,4 bilhão de habitantes) durante 21 dias, numa tentativa desesperada de conter a
pandemia. Este foi o maior do mundo.

No dia 10 de abril, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, a pandemia atingiu mais de
cem mil mortes no mundo.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da COVID-19 podem variar de um resfriado,


a uma Síndrome Gripal-SG (presença de um quadro respiratório agudo, caracterizado por, pelo
menos dois dos seguintes sintomas: sensação febril ou febre associada a dor de garganta, dor
de cabeça, tosse, coriza) até uma pneumonia severa. Sendo os sintomas mais comuns:

Tosse

Febre

Coriza

Dor de garganta

Dificuldade para respirar

Perda de olfato (anosmia)


Alteração do paladar (ageusia)

Distúrbios gastrintestinais (náuseas/vômitos/diarreia)

Cansaço (astenia)

Diminuição do apetite (hiporexia)

Dispnéia (falta de ar)

COMO É TRANSMITIDO

De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão acontece de uma pessoa doente para
outra ou por contato próximo por meio de:

Toque do aperto de mão contaminadas;

Gotículas de saliva;

Espirro;

Tosse;

Catarro;

Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres, maçanetas, brinquedos,


teclados de computador etc.

COMO SE PROTEGER

O Ministério da Saúde faz as seguintes recomendações de prevenção à COVID-19:

Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize
com álcool em gel 70%. Essa frequência deve ser ampliada quando estiver em algum ambiente
público (ambientes de trabalho, prédios e instalações comerciais, etc), quando utilizar
estrutura de transporte público ou tocar superfícies e objetos de uso compartilhado.

Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com a parte interna do cotovelo.

Não tocar olhos, nariz, boca ou a máscara de proteção fácil com as mãos não higienizadas.

Se tocar olhos, nariz, boca ou a máscara, higienize sempre as mãos como já indicado.

Mantenha distância mínima de 1 (um) metro entre pessoas em lugares públicos e de convívio
social. Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem
contato físico, mas sempre com um sorriso no rosto.

Higienize com frequência o celular, brinquedos das crianças e outro objetos que são utilizados
com frequência.

Não compartilhe objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, pratos e copos.
Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.

Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas.

Se estiver doente, evite contato próximo com outras pessoas, principalmente idosos e doentes
crônicos, busque orientação pelos canais on-line disponibilizados pelo SUS ou atendimento nos
serviços de saúde e siga as recomendações do profissional de saúde.

Durma bem e tenha uma alimentação saudável.

Recomenda-se a utilização de máscaras em todos os ambientes. As máscaras de tecido


(caseiras/artesanais), não são Equipamentos de Proteção Individual (EPI), mas podem
funcionar como uma barreira física, em especial contra a saída de gotículas potencialmente
contaminadas.

CORONAVÍRUS NO BRASIL

Em 25 DE FEVEREIRO DE 2020, o Ministério da Saúde confirmou o PRIMEIRO CASO DE UM


INFECTADO PELO NOVO CORONAVÍRUS NO BRASIL. Este primeiro caso foi de um empresário
de 61 anos que havia retornado do norte da Itália, região que enfrentou uma explosão de
casos de COVID-19. Ele tinha sintomas como febre e tosse seca. Cerca de duas semanas depois
do diagnóstico, o paciente se recuperou, segundo o Governo de São Paulo. Antes mesmo da
confirmação deste caso, porém, o Brasil já havia elevado seu alerta para a doença de nível 2
(perigo iminente) para 3 (emergência de saúde pública de importância nacional).

Em 5 DE MARÇO, o Ministério da Saúde confirmou o registro de TRANSMISSÃO LOCAL do vírus


em São Paulo, o primeiro registro do tipo no país. Segundo a pasta, uma pessoa que esteve na
festa de família com o primeiro paciente confirmado com COVID-19 do Brasil foi infectada com
a doença e passou a uma terceira pessoa, que não esteve na festa.

No dia 10 de fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória que
destinava crédito extraordinário de 11.287.803,00 reais ao Ministério da Defesa para combate
ao vírus.

No dia 17 DE MARÇO, foi registrada a PRIMEIRA MORTE CAUSADA PELA COVID-19 NO BRASIL.

Segundo médicos e estudiosos que pesquisam a trajetória do SARS-CoV-2, é muito provável


que já houvesse casos no país antes do primeiro caso oficialmente reconhecido.

Em meio ao crescimento exponencial de registros no Brasil, pesquisadores consideram que é


difícil precisar quando, de fato, tivemos o primeiro caso no país. Entre os motivos para que
possa ter havido casos que não foram descobertos anteriormente estão:

A falta de orientações de autoridades antes do primeiro diagnóstico;

A grande quantidade de pacientes assintomáticos; e

O fato de que o novo coronavírus pode ter sido confundido com outros problemas
respiratórios.

Uma das principais alternativas para descobrir casos anteriores aos primeiros diagnósticos é o
teste de anticorpos, que permite descobrir se a pessoa teve o coronavírus anteriormente. Isso
ajuda a entender a rapidez da propagação do vírus e possíveis casos que não foram
diagnosticados, mas não determina a data exata em que a pessoa foi contaminada. A aplicação
desses testes tem demonstrado a alta taxa de subnotificações em nosso país.

Segundo pesquisa realizada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), partículas do


novo coronavírus, SARS-CoV-2, foram encontradas em duas amostras do esgoto de
Florianópolis colhidas em 27 de novembro de 2019, dois meses antes do primeiro caso clínico
ser relatado no Brasil.
Segundo a UFSC, a amostra coletada no esgoto de Florianópolis é a mais antiga do novo
coronavírus nas Américas. Embora a primeira descrição do Sars-CoV-2 seja de 31 de dezembro
de 2019, pesquisas semelhantes constataram que ele estava presente no esgoto de Wuhan, na
China, em outubro, e na Itália, no início de dezembro.

Alarme falso

Em abril de 2020, o Ministério da Saúde divulgou que a primeira morte em decorrência do


SARS-CoV-2 no país fora registrada em 23 de janeiro, em Minas Gerais, quase dois meses antes
do primeiro óbito confirmado oficialmente.

Quase imediatamente, logo no dia seguinte, porém, o ministério retificou a informação e


afirmou que o óbito foi registrado em 23 de março. Segundo a pasta, houve uma falha de
digitação, por isso informara erroneamente que teria sido em janeiro.

Ao corrigir a informação, durante coletiva de imprensa, o então ministro da Saúde, Luiz


Henrique Mandetta, afirmou que é possível que o vírus já circulasse no país em dezembro de
2019 ou em janeiro de 2020.

Segundo especialistas, um dos fatos que colaboram para que a primeira pessoa com o
coronavírus no Brasil não tenha sido diagnosticada é a demora de autoridades brasileiras para
tomar as primeiras medidas de enfrentamento, mesmo com casos do Sars-Cov-2 passando a
ser registrados ao redor do mundo desde janeiro.

Segundo o virologista Bergmann Morais Ribeiro, do Departamento de Biologia Celular da


Universidade de Brasília (UnB):

"Existe muito tráfego aéreo no Brasil. Em janeiro, por exemplo, muitas pessoas podem ter
chegado do exterior sem sintomas ou com sintomas bem leves, como tosse e pouca febre. Não
existia um controle ou qualquer orientação sobre o coronavírus, então elas podem não ter
procurado atendimento médico. Em uma semana, podem ter se recuperado, mas nesse
período podem ter contaminado muita gente".

"Muitos casos do novo coronavírus pelo país podem ter sido tratados, em janeiro ou fevereiro,
com diagnósticos como H1N1 ou pneumonia, que também causam problemas respiratórios.
Nesse período, não havia testes em muitos locais, então essa possibilidade de covid-19 pode
ter sido descartada por muitas vezes".
Segundo a médica sanitarista Ana Freitas Ribeiro, um dos motivos a dificultar a descoberta dos
primeiros casos de infecção no Brasil era a orientação do Ministério da Saúde que, a princípio,
indicava que somente casos de viajantes que chegassem ao Brasil com sintomas respiratórios
ou febre deveriam ser investigados.

"Os outros casos eram excluídos. É importante lembrar que essa doença tem um largo
espectro clínico, inclusive com casos assintomáticos que também transmitem".

Estudos apontam que a taxa de pacientes assintomáticos pode chegar a 70% em algumas
idades. O número depende, conforme pesquisadores, da faixa etária. Os mais jovens são
maioria entre os casos sem sintomas.

Os dados do Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), podem ser indícios de que pode
ter havido casos do novo coronavírus no país antes do primeiro diagnóstico. O sistema aponta
que houve aumento histórico em registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no
Brasil entre fevereiro e março.

Em anos anteriores, o sistema registrou uma média de 250 casos nos meses de fevereiro e
março. Em 2020, porém, apenas na semana de 23 a 29 de fevereiro, 662 pessoas foram
internadas no país com sintomas como febre, tosse, dor de garganta e dificuldade respiratória.
As notificações são referentes a hospitais públicos e privados.

Os dados servem como alerta, porém, temos que ter em mente que a SRAG, que hoje é
altamente associada à covid-19, também pode ser causada por outros vírus como influenza,
adenovírus ou os quatro coronavírus sazonais que já circulavam anteriormente.

MEIO AMBIENTE E COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Devido ao isolamento social e outros impactos da pandemia nas viagens, na indústria e,


consequentemente, no consumo de combustíveis fósseis, em muitas regiões do globo
registou-se uma diminuição na poluição do ar.

Apenas na China, os métodos para conter o avanço do vírus, como as quarentenas e as


restrições de viagens, resultaram numa diminuição de 25% nas emissões de gases de efeito de
estufa. Esta diminuição maciça se deveu à redução no tráfego aéreo, refinamento de petróleo
e consumo de carvão. Além da redução nas emissões de CO2, houve ainda queda no uso de
combustíveis fósseis, reduções na geração de resíduos e uso de matéria prima nas indústrias.
Ou seja, para o meio ambiente, um dos efeitos do coronavírus foi o ar mais limpo e a redução
das emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas.

Entre 1 de janeiro de 11 de março de 2020, a Agência Espacial Europeia observou um declínio


acentuado nas emissões automóveis de óxido nitroso em regiões do norte de Itália.

Apesar do declínio temporário nas emissões a nível global, a Agência Internacional de Energia
alertou que as retrações econômicas causadas pela pandemia podem impedir ou atrasar o
investimento das empresas em energia sustentável.

Outro efeito negativo do coronavírus sobre o meio ambiente foi o aumento na geração de
resíduos de saúde e domiciliares. A população que permaneceu em casa, fazendo isolamento
social, consumiu mais, consequentemente, gerou mais resíduos. Boa parte dos municípios
brasileiros, porém, não possui coleta seletiva de resíduos recicláveis e nem aterros sanitários
adequados para recebê-los. A coleta, principalmente em cidades menores, é precária. Muitas
vezes o resíduo acaba sendo descartado em lixões a céu aberto ou em outros locais ilegais.

Outro aspecto interessante é que, enquanto os seres humanos estavam em confinamento,


leões, ursos, coiotes, cervos, ovelhas, cabras e até perus já foram avistados passeando nas ruas
de várias cidades pelo mundo, como podemos observar em algumas imagens a seguir.
Um dos casos mais dramáticos dessa invasão ocorreu na Tailândia, onde centenas de macacos
invadiram as ruas do distrito de Lopburi.

Grandes grupos desses animais foram vistos correndo e brigando por bananas na cidade. Isso
ocorreu porque os turistas, normalmente, dão alimentos para os macacos. E na falta deles, os
bichos foram atrás de comida nos locais onde encontravam esses turistas.
Nos Estados Unidos, aconteceu algo semelhante. Segundo o Centro para Controle e Prevenção
a Pragas (CDC), com os restaurantes fechados, há menos restos de comida nas ruas, o que
levou ratos a atacar humanos e até outros ratos.

De acordo com Bobby Corrigan, pesquisador de roedores urbanos, em Nova York existem
colônias inteiras de ratos que dependem do funcionamento de restaurantes para
sobreviverem. Normalmente, estes animais se alimentam dos restos descartados ao fim do dia
pelos estabelecimentos. Sem essa fonte de comida, os roedores ficaram desesperados e mais
violentos.

CULTURA

Uma das consequências mais visíveis da pandemia foi o cancelamento de cerimônias


religiosas, eventos esportivos, festivais de música, estreias de cinema, conferências e outros
grandes eventos.

Em Roma, por exemplo, o Vaticano cancelou as cerimônias da Semana Santa. Ao redor do


mundo, muitas dioceses recomendaram aos fiéis que se mantivessem em casa em vez de
assistir à missa. Não apenas no catolicismo, mas várias foram as cerimônias que foram
realizadas por meio de streams e da televisão.

Durante os momentos mais dramáticos da pandemia de COVID-19 na Itália, o Papa Francisco


realizou algumas cerimônias sem a presença do público. Algumas imagens são marcantes e
emblemáticas sobre o momento pelo qual o mundo viveu.

Papa fazendo oração na Praça de São Pedro vazia


No calendário esportivo mundial, a pandemia causou as mais significativas alterações desde
a Segunda Guerra Mundial. A maior parte dos grandes eventos esportivos de 2020 foram
cancelados ou adiados, incluindo:

- A Liga dos Campeões da UEFA de 2019–20;

- A Premier League de 2019–20;

- O Campeonato Europeu de Futebol de 2020;

- A Temporada da NBA de 2019–20; e

- A temporada da NHL de 2019–20.

A alteração mais relevante no calendário esportivo, porém, aconteceu com os Jogos


Olímpicos de Verão que iriam acontecer em Tóquio, no Japão, em meados de 2020. O Comitê
Olímpico Internacional (COI), porém, decidiu adiar o evento para 2021.

A retomada de eventos esportivos ao redor do mundo aconteceu sem a presença de público.

A indústria de entretenimento também foi fortemente afetada, já que várias bandas tiveram
de suspender ou cancelar apresentações ao redor do mundo.

Muitos teatros também suspenderam as suas atividades.

Neste cenário, alguns artistas passaram a fazer “lives” através da internet como alternativa
aos shows ao vivo, que foram proibidos em todo o Brasil durante um período.

Além dos royaltes e direitos autorais, a única fonte de renda dos artistas no Brasil passaram
ser as transmissões ao vivo, que eram patrocinadas por várias marcas.
As lives, assim, foram uma forma encontrada em meio ao isolamento social para aproximar
os fãs do seu público e de manter renda para os artistas, impossibilitados que estavam de
trabalhar no modelo tradicional de apresentações.

Apesar de esse fenômeno ter sido internacional, o Brasil, com sete representantes, domina a
lista das dez lives musicais mais assistidas no mundo todo.

1 ; Marília Mendonça (Brasil) 8 de abril: 3,31 milhões

2 ; Jorge & Mateus (Brasil) 4 de abril: 3,24 milhões

3 ; Andrea Bocelli (Itália) 12 de abril: 2,86 milhões

4 ; Gusttavo Lima (Brasil) 11 de abril: 2,77 milhões

5 ; Sandy & Júnior (Brasil) 21 de abril: 2,55 milhões

6 ; Leonardo (Brasil) 1; de maio: 2,52 milhões

7 ; BTS (Coreia do Sul) 8 de abril: 2,31 milhões

8 ; Marília Mendonça (Brasil) 9 de maio: 2,21 milhões

9 ; Henrique & Juliano (Brasil) 19 de abril: 2,06 milhões

10 ; Bruno e Marrone (Brasil) 16 de maio: 2,05 milhões

Os dados se referem ao pico de visualizações. Situação até junho de 2020.

EDUCAÇÃO

Até o dia 17 de março de 2020, o fechamento temporário ou por tempo indeterminado de


escolas para controlar a pandemia já tinha deixado sem aulas mais de 960 milhões de
crianças e jovens ao redor do mundo.
Ainda que temporários, os fechamentos têm custos sociais e econômicos elevados.

Ainda que as consequências da pandemia afetem a todos, o impacto é maior em crianças e


famílias carentes, não só pela interrupção das aulas, mas também pelo comprometimento
da nutrição, pela necessidade de cuidado doméstico com as crianças e pelo custo econômico
em famílias em que todos os membros precisam sair para trabalhar.

No curso da pandemia de COVID-19, a UNESCO recomendou o ensino à distância e


plataformas e recursos educacionais abertos, a fim de que escolas e professores alcançassem
os alunos, ainda que de forma remota.

CRISE FINANCEIRA, NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO, EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E EFEITOS


COLATERAIS NA SAÚDE

ATENÇÃO!

A partir deste ponto, vou apresentar alguns temas sobre a pandemia que foram abordados
no curso de 10 temas para discursivas, um curso que tenho em parceria com o professor
Sérgio Varela. Assim, se você já é aluno desta outra matéria e já leu as aulas, não precisa
continuar a leitura a partir daqui.

Outro aviso que faço é em relação às questões comentadas. Como a pandemia é um assunto
recentíssimo para as bancas, as questões serão acrescentadas a esta aula assim que o tema
passar a ser cobrado em provas.

PANDEMIA E AS NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO

O isolamento causado pela pandemia de Covid-19 alterou a forma de trabalho nos mais
diversos segmentos. Várias empresas precisaram se adaptar e buscar a mesma
produtividade do escritório, mas agora com os trabalhadores em casa. Algo que só é possível
graças à internet.

O teletrabalho, popularmente conhecido como home office (uma expressão em inglês que
não é utilizada pelos falantes da língua inglesa da mesma forma que utilizamos), é um dos
efeitos da tecnologia que eram esperados para os próximos anos, mas que agora faz cada
vez mais parte do nosso dia a dia.

Essa aceleração de um processo que se desenvolvia organicamente tem consequências em


todo o mundo de trabalho, desde a forma como se produz até a distribuição de produtos e
serviços.
Apesar de desejável no plano real, o desafio de modernizar e alterar essas formas de
trabalho durante uma pandemia é gigantesco, pois tantos os profissionais quanto as
empresas se veem sem a preparação necessária para levar adiante essas mudanças no ritmo
necessário.

No mercado, as principais áreas que deverão sofrer grandes mudanças nos próximos anos
por causa de novas tecnologias que dinamizam a produção são as seguintes: inteligência
artificial, Big Data e computação em nuvem.

São tecnologias que a gente não percebe diariamente, mas que estão na prioridade de
investimentos do Brasil e do mundo. Para alguns profissionais de baixa capacitação, elas têm
efeitos nocivos, como no telemarketing e para os auxiliares de contabilidade e de escritório.
Por outro lado, profissionais de desenvolvimento humano, da área da saúde, por exemplo,
estão passando por transformações, mas têm futuro bastante promissor.

Talvez ainda seja cedo para fazermos uma avaliação dos impactos mais profundos trazidos
pela pandemia para as novas formas de trabalho. De qualquer forma, já temos alguns sinais
do que poderá ocorrer.

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, por exemplo, falou que, talvez, os trabalhadores da empresa
nunca mais precisem voltar para o escritório. Uma declaração forte e que pode ser o
prenúncio do que iremos presenciar nos próximos anos.

Apesar do desemprego crescente durante o auge da pandemia, o cenário poderia ter sido
muito pior se o espalhamento da doença tivesse ocorrido em outros momentos da nossa
história. A covid-19 surgiu num momento em que o Brasil e o mundo estão mais conectados,
o que é um alívio para várias categorias de profissionais e de empresas.

Na década de 1990, por exemplo, o mundo não tinha a infraestrutura para fazer conversas
(online) com câmeras boas e de fazer transmissões de dados em velocidade. Ainda que haja
espaço para melhorar nestes segmentos, principalmente em relação à estabilidade das
conexões, o certo é que o cenário encontrado hoje em nosso país minimiza, pelo menos, os
efeitos drásticos que a pandemia causa na vida de trabalhadores e empresas.

Para melhorar ainda mais a capacidade instalada na transmissão de dados, e aproveitando o


número reduzido de pessoas nas ruas, alguns países aproveitaram para investir na expansão
de infraestrutura para atender a demanda crescente por tecnologia.
Alcançando a mesma produtividade do mundo pré-pandêmico, em que os escritórios cheios
era a regra em muitos ambientes de trabalho. O cenário atual fará com que muitas empresas
e negócios a repensem custos, ao perceber a diminuição relativa das estruturas físicas.

Apesar de todas as vantagens, porém, os bons resultados dos novos modelos de trabalho
podem trazer efeitos colaterais para o trabalhador. Em alguns casos, por exemplo, os
profissionais, em casa, encontram-se obrigados a ter de assimilar outras funções
paralelamente ao trabalho. No caso de pais, muitos tiveram que assumir parte das funções
de professores de seus filhos. Surge, portanto, a necessidade de se balancear essa agenda e
definir claramente cada função no ambiente doméstico.

Adaptação e saúde

Quanto mais brusca é a adaptação que a pessoa faz na rotina que ela tinha há anos, maior
também é a ansiedade causada.

Os professores da rede pública, por exemplo, viram-se, de uma hora para outra, às voltas
com o conteúdo online e plataformas até então pouco ou nada utilizadas na rotina escolar.
Essa inserção foi feita sem planejamento, sem treinamento e pulando outras etapas
necessárias para uma perfeita implementação dos sistemas que passaram a ser adotados.

Essas mudanças deixaram vários professores ansiosos e inseguros quanto ao uso das
ferramentas. Há também a insegurança sobre a adaptação a esse novo modelo.

Se a angústia pode ser grande para quem já está alocado, imagina então para quem se
encontra desempregado. Para estes, o estresse é ainda maior, pois eles sabem que a
recolocação será ainda mais difícil. O cenário para o mercado de empregos já não era
confortável, com a situação da pandemia, ele piorou bastante.

Do ponto de vista das relações de trabalho, a pandemia acelerou o processo de digitalização


que já acontecia no mundo corporativo.

Outra mudança que aconteceu foi na própria cultura de algumas que antes tinham
resistência ao home office. Com a necessidade de adotá-lo, viram que pode ser uma
alternativa – mais produtiva e com menores custos econômicos.

Assim, temos que a crise é também uma oportunidade ímpar para haver quebras de
paradigmas.
Áreas da saúde que antes não aceitavam o uso de ferramentas de comunicação hoje usam
amplamente a telemedicina e vídeo chamadas entre médicos e pacientes. Essa nova
realidade, no Brasil, passou inclusive por regulamentação em trâmite quase instantâneo,
dando andamento a uma discussão que se arrastava há anos em nosso país.

Mercado hoje

Dados da rede de relacionamento Linkedin indicam que houve um aumento na demanda por
profissionais que desempenham funções que apoiam a sociedade durante a pandemia, como
gerente de estoque, operadores de caixa de supermercado, entregadores de aplicativo e
orientadores acadêmicos para atuação à distância.

Como é fácil imaginar, houve ainda aumento das vendas online durante este período, assim
como as ofertas de emprego na área de saúde que, globalmente, cresceram 35% em março
de 2020, quando comparado a janeiro do mesmo ano.

Por outro lado, como é fácil imaginar também, atividades relacionadas a turismo,
entretenimento ou bem-estar, como academias e massagens, ficaram paradas, o que afeta
tanto o faturamento das empresas que atuam nestes setores, quanto os ganhos dos
profissionais, já que não dá para desvincular uma coisa da outra.

Na área de tecnologia, as empresas que se destacam são aquelas especializadas em


softwares, inteligência artificial, telecomunicações e segurança cibernética. Nesses
segmentos houve um aumento de pelo menos 10% no número de vagas durante a pandemia
deCovid-19.

Um olhar para o futuro

Entre as profissões que devem ganhar espaço no pós-pandemia estão aquelas ligadas à
cadeia de suprimentos e infraestrutura ligada à internet.

Segundo o Linkedin: Profissionais capazes de orientar e treinar em metodologias de ensino a


distância, por exemplo, devem ganhar destaque. Essa realidade, inclusive, já é a adotada
com maestria no mercado de concursos públicos há alguns anos, em que as grandes
empresas, com os melhores professores, são justamente aquelas que melhor souberam fazer
uso das novas tecnologias. Se fizermos um recorte no mundo dos concursos, por exemplo,
vamos notar que a evolução em um período de dez anos é gigantesca, principalmente se
compararmos com os segmentos da economia nacional.

Apesar de terem sido adotadas de maneira brusca, o cenário pós-pandemia indica que o
home office deve continuar em alta e a tecnologia da videoconferência deve seguir sendo
útil no recrutamento de profissionais, em consultas médicas e também para realizar
reuniões no dia a dia.

Educação

Todas as áreas passam por mudanças, mas o impacto para as relações entre estudantes e
instituições de ensino foi grande. Sem essas mudanças, havia o risco alto de se perder um
ano letivo inteiro e atrapalhar a vida pessoal e profissional de milhões de estudantes.

O Brasil conta com 9 milhões de alunos no ensino a distância de acordo com os números da
Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).

Ainda assim, foi apenas com o desenrolar da pandemia que o Conselho Nacional de
Educação aceitou que as aulas remotas fossem consideradas para a conclusão do ano letivo.

O momento exigiu paciência e resiliência dos professores e alunos. Espera-se, porém, que
todas as novas ferramentas de tecnologia permaneçam nas escolas mesmo com volta da
“normalidade” no futuro, ainda que de maneira híbrida, em conjunto com as ferramentas
que já existiam.

Já era previsto que a tecnologia seria utilizada de forma mais intensa na educação, como já
era observado no mundo dos concursos (que já citei) e no meio do ensino superior. O papel
da pandemia nesse processo foi de acelerá-lo.

A educação voltada para habilidades específicas, como o ensino de línguas e desenho, por
exemplo, também já utilizava amplamente ferramentas fornecidas pela tecnologia no meio
educacional.

Podemos até não saber qual vai ser a dimensão dessas mudanças, mas essa é uma cultura
sem volta. O professor continuará a existir, obviamente, mas será cada vez mais um
mediador do conhecimento.

As plataformas se tornarão aliadas dos professores em sala de aula, que sempre será uma
figura relevante, já que nada substitui as relações humanas.

O emprego não mudou para todos


As relações de trabalho e emprego, e as medidas adotadas pelos governos em todo o
mundo, em meio à pandemia da covid-19, estão no centro do debate de como superar as
bruscas modificações exigidas pelo isolamento social.

Não é de hoje, porém, que a organização dos meios produtivos tem a força de determinar as
relações sociais e a disputa de hegemonias no globo.

Para algumas pessoas, a realidade trazida pela pandemia não alterou a sua rotina
profissional. São exemplos desse mundo que “não parou”:

Profissionais de saúde,

Limpeza,

Vigilantes,

Motoristas de transporte coletivo,

Coletores de lixo,

Varredores de rua, e

Bancários

Essas categorias são apenas algumas em que os profissionais não deixaram de se encontrar
nas ruas vazias do Brasil em meio ao isolamento social.

Mas não apenas essas categorias, consideradas essenciais, continuaram exercendo os seus
ofícios da mesma forma que faziam no mundo pré-pandemia. Os ciclistas e motociclistas de
aplicativos, por exemplo, continuaram entregando comida, bebida, compras de
supermercado e até do remédio daqueles que puderam cumprir o “fique em casa”.

Foi por causa do esforço desses profissionais que se pôde garantir o “funcionamento” da
vida, enquanto milhões de outras pessoas tentavam cumprir as orientações da Organização
Mundial da Saúde (OMS) em relação à pandemia de covid-19.

A fragilidade social, o desemprego e a pandemia

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), divulgada em novembro


de 2019, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro jovens
entre 18 e 24 anos de idade encontrava-se desempregado – 25% da população dessa faixa
etária. À época, 11,8% da população brasileira estava desempregada, ou seja 12,5 milhões
de brasileiros apenas no último trimestre de 2019.
Ou seja, antes mesmo da chegada da pandemia, o mercado de trabalho brasileiro já estava
numa dramática situação. Estávamos numa crise econômica, financeira e social no país, e um
amplo segmento da população já vivia sem emprego formalizado.

Com o diagnóstico dos primeiros casos de contaminação pela covid-19, e dada a necessidade
de se adotar o isolamento social para conter a contaminação que se alastrava rapidamente
pelo mundo, vieram também as primeiras medidas de urgência frente à decretação de
calamidade pública no Brasil por meio do Decreto nº 6, de 2020.

Dessa medida adveio o fechamento do comércio, bancos, indústrias, universidades e escolas,


além de outros setores.

Por meio do arcabouço legal já existente, além de uma legislação desenhada em pleno
desenvolvimento da pandemia, o governo tomou medidas para tentar proteger os
empregos. Foi assim que se autorizou a redução de jornada com redução de salários, a
antecipação de férias forçadas, a suspensão de contratos de trabalho, o teletrabalho e a
possibilidade de acordos individuais serem celebrados com flexibilização das normas
trabalhistas e sem a presença dos sindicatos.

As medidas garantiram vários postos de trabalho, ainda que sob o peso da instabilidade nas
relações de emprego e do aumento de postos sem direitos trabalhistas.

Vários profissionais de saúde, por exemplo, passaram a trabalhar em plantões dobrados,


sendo esta a categoria com maior índice de contaminação por covid-19.

Enquanto alguns trabalham demais e/ou em situação de instabilidade nos postos em que
ocupam, outros simplesmente não possuem ocupação alguma.

Entre março e abril de 2020, houve 804.538 novos pedidos de seguro-desemprego, cerca de
150 mil a mais que no mesmo período de 2019.

Chama atenção ainda o contingente de 90 milhões de brasileiros que solicitaram o auxílio


emergencial de R$ 600, muitos dos quais não tiveram sequer acesso à primeira parcela.

CRISE FINANCEIRA E PANDEMIA


A crise financeira provocada pela pandemia de covid-19 fez os consumidores serem mais
cautelosos na hora da compra, já que o momento foi de ponderar a real necessidade dos
gastos do dia a dia.

Em situações de crise, o consumidor utiliza mecanismos de defesa, como a busca por


produtos e serviços substitutivos. Por exemplo, tudo aquilo que a pessoa pode fazer em
casa, como limpar, lavar e realizar pequenos consertos, ela fará. Desta forma, durante a
pandemia, a população esteve mais ocupada com tarefas pessoais e doméstica. Este
comportamento evitou gastos extras, tão preocupantes em momentos de crise.

Diante deste cenário, quando o ato de comprar se tornava “inevitável”, o consumidor o fez
de maneira mais lenta, pois pesquisou mais atentamente antes de tomar qualquer decisão.
Com uma menor quantidade de dinheirodisponível, ele procurou maximizar a satisfação das
suas necessidades. Em uma crise, o consumidor não se permite tomar riscos que
normalmente tomaria em situação de prosperidade e de maior certeza econômica. Ele deixa
de adquirir produtos que considera supérfluos e procura marcas mais baratas naquilo que
não consegue produzir por conta própria.

Além de todos esses fatores, houve uma percepção geral, naqueles que precisaram ficar em
casa, de que não ir para a rua acarreta numa diminuição dos gastos, o que colabora nas
finanças pessoais. Ou seja, o consumidor acabou por perceber que é possível encontrar
novas soluções para a sua vida financeira. Gastos com alimentação fora de casa, transporte e
festas foram cortados e, assim, houve grande economia quando se compara com os
orçamentos mensais que tinham sido realizados no passado recente.

Várias pessoas passaram a transformar objetos e roupas em vez de comprar algo novo,
atitudes que acabavam sendo esquecidas na correria do dia a dia dos tempos ditos normais.

As restrições econômicas e sanitárias impostas pela pandemia, porém, também provocaram


efeitos negativos na economia. A inadimplência subiu, o que fará com que, mesmo com a
retomada, o consumidor visite supermercados, shoppings e restaurantes com menor
frequência em comparação com o período antes da pandemia.

Além disso, a maior preocupaçãocom a higiene também afastará a população de ambientes


com grande circulação de pessoas, o que afeta setores da economia que dependem de
“aglomerações”, como o de entretenimento (shows, teatros, cinemas...).

Ou seja, os pequenos comportamentos das famílias, com restrições nas despesas e maior
inadimplência, quando consideradas em conjunto, acabam por levar a um cenário recessivo
que, globalmente, acaba por assustar as economias nacionais.
A pior crise desde 1929?

A pandemia de coronavírus mergulhou a economia global e o mundo em uma recessão que,


segundo Kristalina Georgieva, a Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI),
será "muito pior" do que a crise financeira global de 2008.

De acordo com a diretora-gerente do FMI:

"Esta é uma crise como nenhuma outra (...). Testemunhamos a economia mundial parada.
Estamos agora em recessão. É muito pior do que a crise financeira global (de 2008/2009)".

O órgão multilateral demonstra preocupação especialmente com os mercados emergentes e


as economias em desenvolvimento, que foram duramente atingidos pela crise e pelas
quedas acentuadas nos preços das commodities.

A fim de lidar com os efeitos nefastos da pandemia, mais de 90 países, quase metade dos
189 membros do FMI, solicitaram um financiamento de emergência ao Fundo Monetário.

Como uma das contrapartidas para a liberação dos recursos, o FMI e a Organização Mundial
de Saúde (OMS) solicitaram que a ajuda de emergência fosse utilizada principalmente para
aperfeiçoar os sistemas de saúde, pagar médicos e enfermeiros e comprar equipamentos de
proteção.

Além da atuação das entidades multilaterais, os bancos centrais e os ministros das Finanças
de vários países tomaram medidas sem precedentes para mitigar os efeitos da pandemia e
estabilizar os mercados. Diante da situação drástica, foi necessário muito trabalho extra para
manter a liquidez fluindo, especialmente para os mercados emergentes.

O alfabeto e a retomada

A pandemia de covid-19 criou uma crise financeira que já foi batizada pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI) de O GRANDE CONFINAMENTO. E ela será, ao que tudo indica, a pior
desde a Grande Depressão de 1929. Com essa “certeza” em mente, os economistas agora se
debruçam sobre um problema: qual forma gráfica essa crise terá?

Para responder a essa questão, os economistas recorrem ao alfabeto para explicar


visualmente os possíveis cenários de recuperação, já que as letras ajudam na visualização do
gráfico da taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ao longo do tempo.
As letras mais usadas são: V, W e U.

Primeiro, porém, temos de saber que há diferentes conceitos sobre o que é uma RECESSÃO,
algo que é, infelizmente, inevitável ao longo da História e que faz parte dos ciclos
econômicos.

A definição mais aceita diz que uma economia entra em recessão quando acumula dois
trimestres consecutivos de queda no PIB.

Com base nisso é que está sendo feita a maior parte das previsões de como o mundo vai se
recuperar do impacto do novo coronavírus e das medidas de confinamento, ainda que a
incerteza sobre o tamanho real da crise seja ainda grande.

Outro ponto. Nem todos os países terão o mesmo tipo de recuperação. Alguns a terão mais
rápida, enquanto outros a alcançarão num processo mais lento.

Recuperação em V, o cenário mais otimista

O cenário com a forma de um V indica uma queda acentuada da economia seguida por uma
retomada igualmente forte.

O V descreve uma redução forte do PIB, com uma depressão breve e uma recuperação
acelerada. As previsões mais otimistas afirmam que, globalmente, a recessão causada pela
covid-19 tomará essa forma.

Ou seja, num curto espaço de tempo, volta-se a um nível muito similar de desempenho
econômico ao ponto inicial da recessão. Assim, a recuperação é relativamente rápida, ainda
que possa durar alguns trimestres.

Para isso acontecer, seria necessário controlar a pandemia num espaço relativamente curto.
O processo de reabertura precisaria ser minimamente rápido, com a suspensão das
restrições ao comércio e à circulação de pessoas. Este é o cenário necessário para se alcançar
o crescimento aos níveis anteriores (ou ao menos parecidos) da pandemia.

Esse cenário será mais provável de acontecer se houver uma retomada ágil e abrupta da
economia, o que pode não ocorrer se a pandemia continuar avançando rapidamente em
alguns países.
O cenário em V depende da suspensão das restrições ao distanciamento social ou da
disponibilidade de uma vacina ou tratamento que seja eficaz à doença.

Os cenários mais prováveis e que são esboçados pelos economistas, porém, não são tão
otimistas.

Para sabermos exatamente como a economia se sairá dessa situação, porém, vamos precisar
acompanhar o que vai acontecer também ao longo de 2021.

Recuperação em U

As projeções da S&P para a economia global indicam uma queda no PIB global de 2,4% em
2020, seguida de um crescimento de 5,9% em 2021, um cenário que indica que a
recuperação será em formato de um U – e não de um V.

Para sermos mais exatos, é possível que passemos por um longo U, em que recuperaríamos
a maior parte do que foi perdido durante o período recessivo numa taxa mais lenta que a
apresentada no cenário em V.

Uma recessão em forma de U, assim, é aquela em que o crescimento é baixo, o que exige um
pouco mais de tempo para o fim da crise. O processo, portanto, é mais custoso, difícil e
demorado. Demora-se mais para alcançar os níveis anteriores à crise.

Esse é o cenário previsto pelas principais entidades quando analisam a crise financeira
causada pela pandemia de covid-19.

Há muita atividade, por exemplo no setor de serviços, que não vai ser recuperada mesmo
com o fim das restrições de circulação de pessoas e do funcionamento do comércio. Toda a
comida perdida nos restaurantes, as férias, os planos de viagem que não foram realizados,
os ingressos de cinema que não foram comprados, tudo isso não vai ser recuperado.

Ou seja, muito disso será atividade que o PIB perderá de forma definitiva em 2020 – ainda
que, uma vez que acabe o confinamento e as atividades sejam retomadas, haja uma
recuperação da atividade econômica.

Em meio à incerteza das projeções que são feitas para 2020, uma coisa é dada como certa: o
segundo semestre vai ser economicamente doloroso.
Diante dessas incertezas, portanto, uma dúvida se faz ainda maior. Mais que um V ou um U,
a questão é qual será a trajetória final da economia. Se vamos voltar à mesma trajetória ou
não. E quanto tempo levaremos para chegar a ela.

Houve uma contração muito profunda durante o segundo trimestre de 2020. Na China, ela
começou no primeiro trimestre. No resto do mundo, conforme o vírus avançava, houve um
atraso de alguns meses. Então espera-se que a recuperação comece no terceiro ou no quatro
trimestre. Mas a contração neste segundo trimestre pode ter sido tão grave que provocará
cifras de crescimento negativo nos resultados anuais. Para sabermos como esse
comportamento irá se concretizar, precisaremos de tempo para fazer uma análise mais
sólida.

Apesar de tudo ser muito recente, há sinais que indicam que a economia global já pode estar
passando por um processo de recuperação. Quando a China começou a sair do
confinamento, por exemplo, milhares de fábricas foram reabertas com 45% a 70% da
capacidade produtiva.

Outra medida importante para a recuperação econômica dos países foi o comportamento
dos bancos centrais ao redor do mundo, que agiram com rapidez para dar liquidez ao
mercado. Foram feitos grandes pacotes de ajuda econômica em muitos países.

Quando as curvas de contágio do novo coronavírus começaram a ficar mais planas e as


intervenções governamentais começaram a se refletir em estabilização da volatilidade do
mercado financeiro, o mundo começou a preparar a sua recuperação.

A turbulência do W

Como ainda não está claro se as medidas de confinamento em curso serão suficientes - ou se
precisarão ser estendidas, há ainda um nível de incerteza muito grande quando se analisa o
cenário econômico.

Alguns fatores, inclusive, podem colocar em risco a recuperação econômica. O cenário pode
complicar, por exemplo, se depois de enormes gastos públicos durante a pandemia, os
governos começarem a aplicar medidas de austeridade antes do tempo.

O maior risco, porém, ainda é a questão de saúde e a possível necessidade de períodos


intermitentes de isolamento social.
Se tivermos um cenário em que o distanciamento social é relaxado e o número de infecções
voltar a subir, teremos um cenário de idas e vindas, em que a recuperação é muito mais
lenta.

Uma curva de contágio da covid-19 que suba e desça provocaria uma recessão com forma de
W.

Ou seja. O W é quando o país entra e sai de uma crise, mas em seguida entra novamente em
recessão. Nesse cenário, a recuperação final não ocorre, e no meio há um momento de
aceleração da economia que não se sustenta e ela volta a cair.

Esse percurso turbulento rumo à normalidade causaria perdas de produção e ele pode
acontecer caso não consigamos uma vacina ou tratamento no período analisado, o que
significaria que voltar à normalidade pode ser impossível.

Recessão em L

No cenário em forma da letra L, depois de uma queda, a economia se manteria estável em


um ritmo muito menor, sem se recuperar.

Ou seja. Mais que uma recessão, seria uma mudança permanente no nível de crescimento.

O cenário da América do Sul

No Brasil, várias previsões já foram feitas para 2020, já que todas ficam rapidamente
obsoletas.

A previsão de 14 de abril do FMI (Fundo Monetário Internacional) é de que a economia


despenque 5,3% em 2020 (contra uma previsão anterior, de janeiro, de crescimento de
2,2%).

Na América do Sul, o Banco Mundial prevê que a economia (descartando-se a Venezuela do


cenário) caia 4,6% em 2020 e cresça 2,6% em 2021, o que caracterizaria uma recessão em
forma de U.

Com economias fortemente ligadas ao desempenho da China e dos países do G7, os países
da América do Sul terão uma capacidade de resposta à crise que dependerá, em grande
parte, da velocidade como as nações mais ricas se recuperarão.
Teme-se ainda que os países do subcontinente possam sofrer a segunda fase da crise,
quando empresas que não conseguirão se custear. Este cenário levará a demissões de
trabalhadores e em famílias e empresas que não conseguirão pagar impostos. Com a
demanda em queda, as finanças públicas vão sofrer e os bancos que atualmente são
considerados sólidos podem se ver afetados pela alta inadimplência.

Inicialmente, as necessidades financeiras dos países da América do Sul são basicamente para
atender as emergências médicas e para ajudar quem não pode trabalhar, que é informal e
vive do dia a dia. Mas com o pouco espaço fiscal que esses países possuem serão necessárias
medidas mais extraordinárias para apoiar a atividade econômica ou para impedir uma crise
financeira – o que pode representar grandes riscos.

A América do Sul teve a "vantagem" de a epidemia ter chegado um pouco mais tarde
quando se compara com a Ásia e a Europa, o que lhe deu uma margem de aprendizado com
os demais países.

Só que os efeitos foram especialmente danosos, já que a pandemia aconteceu na região


depois de praticamente cinco anos de crescimento muito baixo, com exceções como
República Dominicana, Panamá e Colômbia.

Além da questão econômica, países como Chile, Equador e Bolívia passaram por grande
instabilidade política no passado recente. O descontentamento social que esses países
viveram em 2019 mostra uma dificuldade para uma população que havia aspirado a um nível
de vida de classe média, mas que havia se desiludido.

O certo é que o que for feito durante a pandemia, para o bem e para o mal, vai ter também
consequências de longo prazo. Seja para as famílias, para os governos ou para os
investidores.

TECNOLOGIA E CORONAVÍRUS

Os impactos do coronavírus na produção de produtos tecnológicos

A maneira como o coronavírus alcançou todas as regiões do globo acabou por impactar o
mundo da tecnologia, o que provocou um efeito cascata em todos os tipos de negócios —
como combustíveis, alimentos e farmacêuticos. Ou seja, todos se viram diante de uma luta
para minimizar os reflexos negativos da nova doença.
Em um mundo cada vez mais globalizado, em que a cadeia de produção industrial costuma
se dividir entre vários países, as doenças acabam se disseminando de maneira global e numa
velocidade assustadoramente rápida. Assim, além dos impactos na saúde, os negócios
também acabam sendo influenciados, o que exige das empresas um bom preparo para lidar
com todas as contingências.

No caso do coronavírus, que começou na China, o primeiro mercado afetado foi o da


tecnologia, tendo em vista que boa parte da cadeia global de suprimentos desse setor é
produzida no país. Como efeito colateral, algumas das gigantes da área precisaram cancelar
eventos, adaptar-se a uma nova rotina de trabalho e calcular a desaceleração da sua
performance.

A Apple, por exemplo, que depende de fábricas em Shenzhen, na China, alertou seus
investidores sobre a queda do fornecimento de iPhones, em virtude do avanço do vírus.

Outra companhia que fez algo parecido foi a Microsoft, já que os fornecedores de hardware
dos seus laptops também foram atingidos por fechamentos e funcionamentos parciais de
fábricas chinesas.

Tudo isso porque, para tentar manter os funcionários seguros e evitar um cenário mais
drástico, as organizações apostaram no teletrabalho, a fim de evitar aglomerações.

Assim, os organizadores da MWC Barcelona, feira anual de telecomunicações que acontece


na Espanha, optaram por cancelar a edição de 2020 do evento. Por outro lado, a RSA —
conferência de segurança em São Francisco —, decidiu manter o evento, mas algumas
empresas de peso como IBM, AT&T e Verizon optaram por não comparecer.

A repercussão do coronavírus é um problema para a produção industrial, pois afeta todo um


planejamento e operações do dia a dia, sobretudo daquelas que não podem ser realizadas
remotamente.

A tecnologia, no entanto, tem contribuído ao menos para manter a capacidade de venda e


distribuição de mercadorias. Neste sentido, uma das melhores alternativas para ajudar na
infraestrutura logística é o investimento em tecnologia autônoma, como os drones. Estes
equipamentos podem ser úteis tanto no monitoramento dos planos de contingência —
segurança, proteção, inspeção —, como na distribuição de mercadorias.

Em relação ao processo de entregas, os carros autônomos também se apresentam como


uma solução à necessidade de isolamento.
Na China atual, o uso de vans que desinfetam as ruas, entregam comidas e remédios — tudo
controlado remotamente – já é uma realidade. Com isso, apesar de as consequências do
coronavírus serem extremamente negativas, existe avanços, especialmente para o
crescimento do setor autônomo, que certamente trará outras facilidades em um futuro
próximo.

Setores que mais mudaram com a pandemia

Todos os setores da sociedade estão trabalhando para superar os desafios da epidemia e


diversas tecnologias estão sendo utilizadas para combater a pandemia da Covid-19, a doença
causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Algumas delas ainda são novas e restritas a
determinados países, mas estão em fase acelerada de testes e se mostram úteis para
oferecer serviços em situação de isolamento.

Ao lado do processo de acelerar a pesquisa, a conectividade 5G vem sendo chave na China e


na Coreia do Sul. Em robôs, a rede de quinta geração é essencial para permitir o
funcionamento de sistemas de inteligência artificial. Além disso, a baixa latência da
tecnologia (o tempo entre o ao vivo e o que é transmitido é curto) ajuda a operar
equipamentos médicos via internet com alto grau de precisão.

No futuro próximo, perceberemos que a herança deixada pela pandemia será maior que
apenas o saldo negativo das perdas econômicas e de vidas. No novo cenário, empresas de
todos os setores terão um olhar cada vez mais atento para as tecnologias que podem fazer a
diferença entre a prosperidade e a falência

O século XX foi marcado pela evolução tecnológica. Durante esse período, o mundo viu as
empresas, que até então atuavam com trabalho desenvolvido por operários, serem
dominadas pela automação dos processos, permitindo a produção em massa. Tudo isso
aconteceu especialmente após o fim da Primeira Guerra Mundial, que marcou oficialmente o
término do século XIX e trouxe drásticas mudanças para a forma de viver com que estamos
acostumados hoje.

Em última instância, foi o aprofundamento dessa evolução tecnológica que permitiu que,
neste momento, os cursos preparatórios, como o Direção Concursos, alcançassem tantas
pessoas e conseguissem um nível de democratização de ensino inimaginável anos atrás.

Assim, percebemos que, além de todas as questões sensíveis que envolvem a perda de vidas
e o cenário econômico conturbado, que levará um tempo para retornar à normalidade, tem
um ponto que podemos considerar positivo nesse cenário que muitos consideraram
apocalíptico. Avanços que já estavam em curso há algum tempo, mas que demorariam muito
para serem colocados em prática em larga escala, principalmente pela resistência das
pessoas em aceitar uma cultura corporativa nova, passaram a fazer parte da vida de muitas
pessoas e empresas de um dia para o outro.

Essa mudança só foi possível porque a adoção de novas tecnologias passou a ser uma
questão de vida ou morte para milhares de empresas – e não mais uma questão de gostar ou
não de determinada modalidade de trabalho, como o teletrabalho.

Foi assim que empreendedores passaram a enxergar com mais naturalidade a adoção do
trabalho à distância e entidades médicas, governo e sociedade passaram a aceitar melhor a
telemedicina, que é quando se faz uso das tecnologias da informação e de telecomunicações
para o fornecimento de atendimento médico a pacientes situados em locais distantes.

Teletrabalho

O teletrabalho, popularmente conhecido como home office, é um exemplo das mudanças


tecnológicas absorvidas durante a pandemia e que deve continuar mesmo quando a covid-
19 for controlável, seja por meio de vacina ou de tratamento altamente eficazes.

Já incorporado há algum tempo por empresas com visão mais moderna, o teletrabalho, a
partir de agora, ganhou mais espaço inclusive em organizações mais tradicionais. Essa
modalidade pode oferecer uma série de vantagens tanto para a empresa como para o
colaborador.

Para a empresa, há grande diminuição de custos com aluguel e equipamentos, além


diminuição nas despesas com energia elétrica e água, dentre outros. Além disso, rompe
barreiras do local onde o colaborador mora e onde ele trabalha, o que permite para os
empresários contratar os melhores profissionais do mercado, independentemente de onde
elas vivam.

Para os colaboradores, por outro lado, o teletrabalho traz mais tempo livre, proximidade
com a família e menos estresse com trânsito – além de menos custos com transporte e
alimentação fora de casa. Há também possibilidade de mudar de trabalho sem haver
alteração da rotina pessoal. Esses fatores, em conjunto, contribuem para uma maior
qualidade de vida para o trabalhador.

No cômputo geral, portanto, percebemos que se trata de um jogo de ganha-ganha.


As empresas abertas ao teletrabalho possuem acesso maior a profissionais altamente
qualificados. Além disso, para algumas áreas os benefícios de adotar essa modalidade de
trabalho são ainda mais evidentes, como as da área de tecnologia.

Assim, temos que essa forma de trabalhar, que fez parte das conversas de colaboradores e
empresários de vários setores há bastante tempo apenas no campo da teoria, passa
definitivamente a ter outro status neste novo normal que devemos presenciar no mundo
pós-pandemia.

Transformação Digital

A transformação digital, que é a incorporação do uso da tecnologia digital às soluções de


problemas tradicionais, é outra herança que a pandemia deixará para a sociedade.

O coronavírus trará para toda a sociedade uma nova relação com a tecnologia. Senhorinhas
passaram a fazer compras de supermercado por meio de aplicativos e rapazes passaram a
comprar seus sapatênis em lojas online.

Por outro lado, para empresas e consumidores, a pandemia mostrou de maneira definitiva o
quanto os planos podem ser inúteis e até perigosos quando acontece uma mudança
repentina de cenário. A capacidade de se adaptar rapidamente, de mudar, passa a ser o
elemento essencial e, neste contexto, no mundo em que vivemos, não é possível prescindir
da tecnologia.

A ideia de “build for change”, de construir empresas para mudarem rapidamente, assim,
passou a ter bastante relevância. Nessa esteira, a resistência a essas mudanças deixou de ser
empecilho muito rapidamente – até por uma questão de sobrevivência.

Empresas que não se viam atuando com processos digitais antes, viram a sobrevivência do
negócio sendo colocado em xeque caso esses processos não fossem adotados. Com isso, a
transformação digital deixou de fazer parte de um caminhar gradual e passou a ser algo
urgente e necessário.

Quando se fala em transformação digital, estamos falando da fusão dos mundos físico,
digital e biológico por meio da tecnologia. Esta será cada vez mais a realidade presente no
cotidiano de toda a sociedade e também nos modelos de negócios.

Inteligência Artificial
No mundo pós-pandemia, a inteligência artificial (IA) também será cada vez mais uma
tendência de mercado. No próprio combate ao coronavírus, a IA já se mostrou uma
ferramenta importante para entender a dinâmica da pandemia e, com isso, traçar planos de
ação para minimizar os impactos da doença.

Ao longo do tempo, podemos ter outras pandemias como a de covid-19. Para se precaver e
pensar em alternativas antes do problema acontecer, é preciso lidar com um volume
absurdo de dados, estratificar, analisar, compreender e traçar cenários de maneira rápida e
assertiva. Essas habilidades, no volume necessário, tornam-se impossíveis para a capacidade
humana natural. E é assim que que a IA passa a ter um valor inestimável.

Mas além da Covid-19 ou da área da saúde, muitos outros setores podem aproveitar tudo o
que essa tecnologia tem para oferecer, independentemente da área de atuação.

Equilíbrio para evoluir

Adaptabilidade, velocidade, flexibilidade, inovação, tecnologia, digitalização e colaboração


são palavras centrais do mundo pandêmico. A aceleração das mudanças vai abrindo portas
para o crescimento exponencial e as relações interpessoais vão encontrando novos espaços
e novos formatos nesta nova realidade.

O coronavírus facilitou a adoção de tecnologias e as pessoas também entenderam como a


intersecção entre o mundo digital e o real nas suas vidas pessoais apresenta facilidades.

Esse equilíbrio, entre o mundo real e o virtual, pode nos conduzir para a evolução que o
mundo precisa, no âmbito econômico e de sustentabilidade.

A luz UV-C

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) projetou um robô capaz de desinfetar o


piso de um armazém de 1.200 metros quadrados em apenas meia hora. A expectativa é que,
futuramente, esse equipamento possa ser usado para limpar também pequenos comércios
ou escolas.

O Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial da universidade (CSAIL, na


sigla em inglês) trabalhou com a Ava Robotics - empresa especializada na criação de robôs - e
com o Greater Boston Food Bank para desenvolver o projeto. O robô usa uma luz UV-C
personalizada para desinfetar superfícies e neutralizar o coronavírus.
Robô criado pelo MIT (foto reprodução CNN)

O desenvolvimento desse projeto começou em 2020 e surgiu como uma resposta direta à
pandemia. De acordo com informações divulgadas pela CNN norte-americana, os resultados
foram encorajadores o suficiente para se afirmar que a desinfecção autônoma poderia ser
realizada em outros ambientes, como supermercados, fábricas e restaurantes num futuro
próximo.

A Covid-19 se espalha principalmente via transmissão aérea e é capaz de permanecer em


determinadas superfícies por vários dias. Enquanto países em todo o mundo relatavam um
aumento nos casos e sem um cronograma concreto para uma possível vacina, tornou-se
difícil estimar quando seria o fim da pandemia. Isso deixou escolas, supermercados e outros
tipos de estabelecimentos em busca de soluções para desinfetar efetivamente as áreas, a fim
de se retomar as atividades o mais rápido possível.

Embora as soluções de limpeza doméstica sejam capazes de reduzir a propagação do vírus,


um robô autônomo seria mais eficiente nesse trabalho.

Para desenvolver o mecanismo, os pesquisadores usaram como base um dos robôs móveis
da Ava Robotics e o modificaram com uma luminária UV-C personalizada.

Os efeitos colaterais da luz UV-C para os seres humanos

A luminária de UV-C, fixada na parte superior do robô, emite uma luz ultravioleta que mata
microorganismos e destrói seu DNA em um processo chamado “irradiação germicida
ultravioleta”. Atualmente, esse processo costuma ser usado em ambientes hospitalares ou
médicos para esterilizar salas e impedir a propagação de microorganismos.

A luz UV-C já se mostrou eficaz para matar bactérias e vírus em superfícies. A exposição a
essa luz, porém, é prejudicial aos seres humanos. Para solucionar esse problema, o robô
desenvolvido pelo MIT foi construído para ser autônomo, sem a necessidade de supervisão
direta ou interação de humanos. Para operar no armazém, a equipe “ensinou” a inteligência
artificial a navegar por passagens pré-definidas.

IMPACTOS DA QUARENTENA NA SAÚDE

Em 2020, vimos nossa realidade ser transformada pela pandemia do novo coronavírus
(SARS-CoV-2), que foi responsável pelo surgimento de uma doença contagiosa e letal, sem
vacinas ou tratamentos eficazes até o momento. Neste cenário, para proteger a população, a
principal recomendação dos órgãos de saúde foi a quarentena. Esta medida foi considerada
essencial para evitar a contaminação em massa e a superlotação dos hospitais. O isolamento
social, porém, tornou-se um fator de instabilidade emocional para muitos, sendo uma das
alternativas a realização de sessões de terapia remotas.

O novo coronavírus afetou intensamente a vida de bilhões de pessoas ao redor do globo, ao


confrontá-las com uma nova realidade em que algumas palavras passaram a fazer parte do
nosso vocabulário, como confinamento e distanciamento social. A nova realidade levou à
perda da rotina e à redução nas atividades físicas.

Assim, à medida que o vírus se espalhava, governos do mundo inteiro passaram a decretar
quarentena. Essas medidas foram tomadas num período em que a grande maioria dessas
pessoas jamais passou pela experiência de ficarem confinadas em suas próprias casas, sem
poder sair para qualquer lugar, seja a trabalho ou para eventos sociais.

O vírus SARS-CoV-2 pode causar diversos danos em nosso corpo, principalmente no sistema
respiratório. Mas, além dos sintomas físicos, os efeitos da covid-19 e da quarentena podem
acarretar problemas psicológicos graves.

Ou seja, além de transformar a rotina, o isolamento afetou diretamente a saúde mental dos
cidadãos, já que ele causou ou agravou problemas psicológicos

Assim, na dinâmica da pandemia, são apontados como alguns estressores que podem causar
ou agravar doenças mentais:

O grande número de mortos pela nova doença,

O distanciamento social,

O medo de contrair o vírus,

O luto,

A crise financeira,

A falta de suprimentos,

O excesso de informação e

O tédio

No curto prazo, as consequências começam pelo aumento do estresse. Algumas pessoas,


porém, podem ter um comprometimento psíquico além do esperado, que pode ocasionar
transtornos como o de estresse agudo, de adaptação, de ansiedade, do pânico, aumento do
consumo de substâncias, depressão, dentre outros.
No longo prazo, os cenários possíveis são variados, mas com a expectativa comum de que se
observe um aumento nos transtornos mentais. O grande número de mortes, somado ao
isolamento social, à crise econômica, mais a questão das revoltas que podem surgir, tanto
revoltas populares, quanto a questão da agressividade doméstica, violência urbana, pode
aumentar o número de assaltos. Isso tudo pode vir como consequência social da pandemia,
dependendo da maneira como ela for conduzida ao longo do tempo no país.

No Brasil, agora que já se transcorreram meses desde que a pandemia começou, já podemos
constatar alguns dos efeitos colaterais das medidas de isolamento, especialmente daqueles
que ocorrem na esfera psicológica.

Por mais que um indivíduo seja caseiro, conviver com a ideia de restrição involuntária pode
gerar um grande estresse mental. Segundo psiquiatras, essa realidade pode levar aos
seguintes quadros:

Estresse pós-traumático;

Síndrome do pânico;

Ansiedade; e

Sintomas depressivos.

Além desses sintomas que afetam diretamente a saúde mental, o indivíduo pode se sentir
inclinado a consumir alimentos em excesso ou recorrer a bebidas alcoólicas ou remédios
tranquilizantes com o objetivo de aliviar os efeitos adversos desse confinamento obrigatório.

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, porém, algumas medidas podem ser tomadas
para preservar a saúde mental durante a pandemia:

Cuidado com o excesso de informação

Manter-se bem informado por canais de comunicação confiáveis e oficiais é fundamental


para saber o que está acontecendo lá fora e como você deve agir. No entanto, ficar
consumindo informações o tempo todo pode causar uma ansiedade muito grande. Um
conselho é assistir ao noticiário da manhã, que trará um resumo de tudo o que ocorreu no
dia anterior e não vai te deixar ansioso para dormir.

Além disso, é necessário cuidado com as informações repassadas por redes sociais e
WhatsApp. Os canais oficiais de saúde informarão quando houver um método mais eficiente
de prevenção ao novo coronavírus.
Mantenha uma rotina sustentável e saudável

A quarentena, seja pelo coronavírus ou por outro motivo, faz com que a rotina seja
modificada de forma extrema e abrupta. No entanto, deve-se ter em mente que, após tudo
isso passar, sua vida voltará ao normal e você deve estar preparado para isso.

Portanto, arranje suas atividades de uma forma que se assemelhe a sua rotina de antes da
quarentena. Se você fazia exercícios físicos, continue fazendo, separando um tempo e
espaço para isso. Caso não fazia, procure inserir de uma forma que seja possível continuar
depois.

Também não esqueça que uma alimentação saudável é fundamental para manter uma boa
saúde mental: procure elaborar suas próprias refeições e evite comidas prontas, gordurosas
e açucaradas.

Reinventar momentos de lazer

Durante a quarentena, o lazer que antes era dividido com momentos com reuniões e rua,
agora é completamente dentro de casa. Assim, novas formas de lazer devem ser pensadas.
Aproveite para ler aqueles livros que você sempre quis, voltar a jogar aquele jogo que você
amava tanto ou a colocar novamente o álbum do seu artista preferido e escutá-lo do início
ao fim, sem outras distrações.

Você também pode procurar por dicas de coisas novas a fazer na internet, procurar cursos
em uma área que goste ou investir em um hobby que sempre pensou em fazer. O mote para
lazer é reinventar-se!

Atividades com a família

Se o coronavírus lhe colocou em quarentena junto a sua família, não deixe de ter momentos
de reunião geral. Procurem fazer as principais refeições como almoço e jantar juntos e longe
de televisões ou notícias, aproveitem aquele momento. Também se reúnam à sala para
conversar sobre assuntos aleatórios.

Se você possui crianças, pense em atividades conjuntas. Organize uma ‘gincana de limpeza
de casa’ ou joguem um jogo de tabuleiro. Também pode ser um bom momento para filtrar o
conteúdo que os pequenos estão consumindo no mundo digital e indicar alternativas que
sejam mais adequadas.

Mantenha contato com os amigos

Não poder mais se reunir não significa se distanciar de quem você gosta. Organize chamadas
de vídeo com seus amigos para vê-los e jogar conversa fora. Mantenha os vínculos ativos
com as pessoas que você ama e aproveite os recursos que a tecnologia oferece para isso.

Inclusive, há pessoas que organizam até Happy Hours com o pessoal do escritório através de
videochamada, cada um na sua casa. Que ideia divertida para conversar com o pessoal, não
é mesmo?

Quem está trabalhando no regime de home office, ou teletrabalho, deve ter disciplina
redobrada. Procure manter a rotina que você tinha antes para não se atrapalhar nos
horários. Acorde, tome seu banho e seu café, coloque uma roupa e eleja um cantinho do
trabalho. Tire suas pausas para descanso, separe seus horários de almoço e saiba a hora de
acabar o expediente.

Se puder, evite trabalhar do seu quarto, ainda mais da sua cama. Separar os momentos de
trabalho, descanso e lazer são fundamentais para preservar a sua saúde mental durante a
quarentena.
Algumas questões preocuparam imensamente grande parte da população brasileira desde
que o confinamento se tornou tema central no debate público. Elas escancararam, mais uma
vez, as grandes desigualdades sociais do nosso país e os diversos brasis que existem dentro
do nosso território nacional:

 Como se preocupar com o equilíbrio emocional quando a geladeira está vazia?


 Quando as contas chegam, e não se pode sair para trabalhar, o que fazer?
 Como “ficar em casa” quando não se tem uma?
 Como cuidar da higienização quando metade dos brasileiros não possuem sequer
acesso a saneamento básico?

Se as angústias sobre o futuro afligem a muitos e são causadoras de doenças mentais, a


realidade daqueles que não possuem nem o básico para sobreviver é ainda mais dura. É
difícil uma pessoa pensar em cuidados mínimos de higiene quando ela não tem nem o que
comer.

Nestes momentos, cresce a importância do governo e das instituições que trabalham em


prol destas populações. Durante a pandemia, o governo foi cobrado a dar respostas efetivas
para que essas pessoas tivessem um conforto mínimo de subsistência, para que estas não
precisassem entrar em desespero pela falta de alimento ou cometessem delitos em função
disso.
RESUMO DIRECIONADO

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