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PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

RESUMO DA UNIDADE

Esta unidade analisará os princípios do Meio Ambiente. Elencadas estão: a) a


legislação vigente, ante a proteção do meio ambiente b) as técnicas e formas de
proteção desenvolvidas nos mercados de trabalho c) a educação ambiental d) a
responsabilidade socioambiental. Trata-se de um estudo qualitativo, que busca
relacionar as questões ambientais ao mercado de trabalho, na tentativa de
desenvolver técnicas de produção, ensino e extensão mais sustentáveis e
conscientes. O tema da apostila justifica-se por conta da sua real e persistente
relevância, dado que o contexto social, econômico e político que a sociedade
brasileira tem enfrentado nos últimos anos, claramente impacta nas relações
interpessoais e, por conseguinte, no meio ambiente. Os resultados revelam que
ações e técnicas mais eficazes já existem, mas há deficiência nas fiscalizações e
monitoramento, bem como nas aplicações das leis e penalizações que abrem
margem para possíveis comportamentos violáveis e perturbadores ao meio
ambiente, consequentemente, a todos que o rodeiam.

Palavras-chave: Meio ambiente, proteção, leis ambientais, sustentabilidade.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 6


CAPÍTULO 1 – PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ........................................... 8
1.1 O meio ambiente ............................................................................................ 8
1.2 Histórico sobre a questão ambiental .............................................................. 9
1.2.1 Antropocentrismo ........................................................................................... 9
1.2.2 Ecocentrismo ............................................................................................... 10
1.3 Evolução histórica: preocupação com o meio ambiente .............................. 10
1.4 Meio ambiente e ecologia ............................................................................ 12
1.4.1 Meio ambiente ecologicamente equilibrado ................................................. 13
1.5 Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) ............................................... 15
1.5.1 Instrumentos da PNMA ................................................................................ 16
1.6 O Zoneamento Ambiental ............................................................................ 16
1.7 A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)...................................................... 17
1.8 O Licenciamento Ambiental ......................................................................... 18
1.9 Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA ........................................ 19
CAPÍTULO 2 – POLUIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL ........................................ 22
2.1 Poluição ....................................................................................................... 22
2.2 Tipos de poluição ......................................................................................... 23
2.2.1 Poluição atmosférica .................................................................................... 23
2.3 Formas de controle de emissão de gases.................................................... 31
2.3.1 Tecnologias integradas ................................................................................ 31
2.3.2 Tecnologias de final de linha ........................................................................ 31
2.4 Tecnologias de Controle de Poluição do Ar ................................................. 32
2.4.1 Ciclones ....................................................................................................... 32
2.4.2 Lavadores de Gases .................................................................................... 33
2.4.3 Filtros de tecido ou de mangas .................................................................... 34
2.4.4 Precipitadores Eletrostáticos ........................................................................ 35
2.5 Poluição Hídrica ........................................................................................... 35
2.5.1 Eutrofização ................................................................................................. 39
2.6 Tipos de Processos de Tratamento.............................................................. 40

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2.6.1 Processos Físicos ........................................................................................ 40
2.6.2 Processos químicos ..................................................................................... 41
2.6.3 Processos Biológicos ................................................................................... 42
2.7 Classificação dos Sistemas de Tratamento ................................................. 43
2.7.1 Tratamento Preliminar .................................................................................. 43
2.7.2 Tratamento Primário..................................................................................... 43
2.7.3 Tratamento Secundário ................................................................................ 44
2.7.4 Tratamento Terciário .................................................................................... 44
2.7.5 Tratamento de Lodos ................................................................................... 44
2.7.6 Tratamento Físico-Químico .......................................................................... 44
CAPÍTULO 3 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................................................ 45
3.1 Legislação Ambiental ................................................................................... 45
3.2 Conceito EPIA/RIMA .................................................................................... 48
3.3 Código Florestal ........................................................................................... 51
3.4 Acidentes Ambientais e Planos de Contingência ......................................... 53
CAPÍTULO 4 - RESÍDUOS SÓLIDOS: ABORDAGEM E TRATAMENTO ............... 60
4.1 Objeto e Objetivos ........................................................................................ 60
4.2 Logística Reversa......................................................................................... 61
4.3 Classificação dos Resíduos ......................................................................... 63
4.4 Tratamento de resíduos sólidos ................................................................... 64
4.4.1 Aterros sanitários ......................................................................................... 64
4.4.2 Compostagem .............................................................................................. 66
4.4.3 Incineração................................................................................................... 67
4.4.4 Pirólise ......................................................................................................... 68
4.4.5 Biodigestão anaeróbia.................................................................................. 69
4.5 Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos ............................ 70
CAPÍTULO 5 – NOÇÕES DEGESTÃO AMBIENTAL .............................................. 74
5.1 Introdução à Gestão Ambiental .................................................................... 74
5.2 Processo de planejamento ........................................................................... 75
5.3 Sistema de Gestão Ambiental ...................................................................... 77
5.3.1 Aspectos Ambientais .................................................................................... 80
5.3.2 Auditoria ambiental....................................................................................... 82

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5.3.3 Avaliação de desempenho ambiental (ADA) ................................................ 83
5.3.4 Rotulagem Ambiental ................................................................................... 83
5.3.5 Análise do Ciclo da Vida (ACV) .................................................................... 86
5.4 Responsabilidade socioambiental ................................................................ 86
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 89

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

O meio ambiente é um tema que vem sendo discutido ao longo do tempo em


todas as esferas do mundo, mas o seu conceito começou a (re) modificar-se e, com
isso, sua totalidade em relação a sua aplicabilidade passou a tomar grandes
proporções. Por ser um tema complexo, tem o objetivo de investigá-lo e entendê-lo
em todas as partes e dimensões.
A partir da modernidade e com a revolução industrial, o meio ambiente tornou-
se pauta principal, onde sua discussão a nível mundial girou em torno de sua
definição, preservação e proteção. Isto se deu quando estudiosos começaram a
perceber que os recursos naturais presentes no meio ambiente são finitos.
Diante desta preocupação, grande parte dos estudos voltados ao meio
ambiente versam sobre o desenvolvimento sustentável, a conservação das faunas e
floras, uso consciente e o consumo reduzido, buscando manter o equilíbrio ecológico
e, consequentemente, atuando no impacto da saúde, segurança e bem-estar das
comunidades.
No primeiro capítulo dessa unidade, alguns conceitos básicos serão tratados,
tais como antropocentrismo, ecocentrismo, meio ambiente e ecologia, bem como
sua importância no contexto do meio ambiente, objetivando uma visão ampla das
transformações, conquistas e movimentos, que versam sobre os diferentes olhares
do meio ambiente.
No segundo capítulo, trataremos sobre a poluição e seus tipos. Discorreremos
sobre as principais formas de poluição existentes e, ao longo da unidade, serão
apresentadas de forma detalhada a poluição hídrica e a poluição atmosférica,
exibindo dois exemplos de poluição muito recorrentes no Brasil e suas formas de
tratamento.
Pensando nas dinâmicas legais que regem os conceitos e as definições,
iremos, no terceiro capítulo, tratar das normativas e leis, código florestal e suas
mudanças no novo modelo, bem como o conceito de EPIA/RIMA. Este capítulo
abordará de forma ampla as leis que versam sobre o meio ambiente e tudo o que o
compõe, na busca pela sua proteção.

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O quarto capítulo será trabalhado sobre a Política Nacional de Resíduos


Sólidos, explorando as classificações de resíduos sólidos, seus impactos, bem como
algumas formas de tratamento existentes para as finalidades destes.
No último capítulo será abordada a Gestão Ambiental, bem como os processos
que a regem para um bom funcionamento, atrelada à ideia de responsabilidade
ambiental, que buscará trazer a consciência de um cuidado coletivo visto que, como
na Lei 6.938 de 1981, o meio ambiente é um bem público e deve ser protegido por
todos.
A importância da temática ambiental impacta diretamente nas relações de
trabalho, por serem as formas mais ativas de vivência em sociedade. A partir do
trabalho, são envolvidas as comunidades e sociedades, portanto, buscar novas
formas e aplicar métodos eficazes no cuidado coletivo é de extrema importância em
um espaço extremamente diversificado e de grande impacto mundial como o
mercado de trabalho.

Bons estudos!

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CAPÍTULO 1 – PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

1.1 O meio ambiente

A definição de meio ambiente é, muitas vezes, complicada de se fazer em


poucas palavras, devido ao grau de complexidade do meio ambiente propriamente
dito, que envolve muitos aspectos naturais e sociais. Abaixo, seguem-se algumas
tentativas de definição do termo meio ambiente propostas por Coimbra (2002),
Meio ambiente é o conjunto dos elementos abióticos (físicos e químicos) e
bióticos (flora e fauna), organizados em diferentes ecossistemas naturais e
sociais em que se insere o homem, individual e socialmente, num processo
de interação que atenda ao desenvolvimento das atividades humanas e à
preservação dos recursos naturais e das características essenciais do
entorno, dentro das leis da natureza e de padrões de qualidade definidos
(COIMBRA, 2002).

A segunda definição trazida por Coimbra (2002) é mais concisa do que a


anterior e sua definição é a seguinte:“Meio ambiente é o conjunto dos elementos
físicos, químicos e biológicos e de suas múltiplas relações, ordenados para a
perpetuação da vida e organizados em ecossistemas naturais e sociais, constituindo
uma realidade complexa e marcada pela ação da espécie humana” (COIMBRA,
2002).
A última definição proposta é a mais concisa possível, e define o meio
ambiente como sendo a realidade complexa resultante da interação da sociedade
humana com os demais componentes do mundo natural, no contexto do
ecossistema da Terra (COIMBRA, 2002).

Figura 1: O meio ambiente e a humanidade

Fonte: Lima, 2015.

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IMPORTANTE!
A definição de meio ambiente não é uma tarefa fácil pela complexidade envolvida no
contexto (existem inúmeros aspectos a serem levados em conta, como os aspectos
naturais e sociais).

1.2 Histórico sobre a questão ambiental

1.2.1 Antropocentrismo
O Antropocentrismo surgiu na Europa no final da Idade Média, esta é uma
visão que considera o homem como o centro do cosmos, sugerindo que ele deve ser
o centro das ações, da expressão cultural, histórica e filosófica. Cercado de novas
descobertas, a influência do antropocentrismo (homem como o centro do mundo),
exacerbou descobertas nas ciências, principalmente nas ciências naturais como a
física. Neste tempo de descobrimento, o homem começa a ganhar força, e torna-se
o detentor do poder diante do controle da natureza, colocando-a como uma
“auxiliar”, podendo ser usada para satisfação das necessidades intrinsecamente
humanas.

Figura 2- Representação esquemática do antropocentrismo

Fonte: Alves, 2012.

Considera-se que na passagem da era medieval (tempo em que a igreja e a


Bíblia eram mandamentos superiores), para o renascimento (tempo de novas
descobertas, o homem se impõe e Deus ganha a qualidade de um ser divino que
está sob a terra e não mais no centro das decisões humanas), essa fase é a que se
inicia o antropocentrismo.

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1.2.2 Ecocentrismo
O Ecocentrismo é um movimento que, ao contrário do Antropocentrismo,
coloca o homem e a natureza em pesos equivalentes, ou seja, acredita que o ser
humano é parte essencial da natureza, assim como a mesma é parte fundamental
na vida do homem. Considera todos uma unidade, trazendo consigo a importância
de estar sempre em equilíbrio, para o funcionamento correto do ciclo da vida.

Figura 3 - Representação esquemática do ecocentrismo

Fonte: Alves, 2012.

1.3 Evolução histórica: preocupação com o meio ambiente

Os efeitos dos impactos ambientais, advindos das modificações do homem,


começaram a preocupar muitos estudiosos, ambientalistas e agências
governamentais a partir da década de 1950 em todo o mundo. A busca neste tempo
era sobre formas de proteger o meio ambiente. Segundo o Ministério da Educação
(2012), tornaram-se hegemônicas na civilização ocidental as interações
sociedade/natureza adequadas às relações de mercado.
A exploração dos recursos naturais se intensificou muito e adquiriu outras
características, a partir das revoluções industriais e do desenvolvimento de novas
tecnologias, associadas a um processo de formação de um mercado mundial, que
transforma desde a matéria-prima até os mais sofisticados produtos em demandas
mundiais.
Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000) analisaram e perceberam que o
movimento ambientalista ocorre de fato no século XX, com a Conferência Científica

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da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre a conservação e a utilização de


recursos em 1949, e com a Conferência sobre a biosfera, feita em Paris, em 1968.
Mas um grande marco sobre o meio ambiente foi a Conferência de Estocolmo, em
1972 (I CNUMAD), que teve por objetivo conscientizar os países sobre a importância
da conservação ambiental como fator fundamental à manutenção da espécie
humana. A palavra-chave em Estocolmo foi poluição.
“Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações
em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais.
Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e
irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem.
Por outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias,
podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com
um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças
humanas…” “Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras
gerações se tornou uma meta fundamental para a humanidade.”
Trechos da Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente
(Estocolmo, 1972).

O Relatório Brundtland, conhecido como "Nosso Futuro Comum”, foi elaborado


pela Comissão Mundial para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente (CMDM) em
1987. Tal relatório tornou conhecida mundialmente a definição de desenvolvimento
sustentável, sendo este documento um marco histórico, buscando enfrentar os
problemas ocasionados, garantindo um futuro a todos.
Em sua definição, desenvolvimento sustentável é aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras
de atenderem às suas próprias necessidades” (Barbieri, 2004, Frey e Camargo,
2003 e Jacobi, 1999). Na década de 90, a II Conferência Nacional da ONU,
aconteceu no Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, sediou a Rio 92, que tinha como
tema o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida também como Cúpula da
Terra, resultando em importantes documentos como a Carta da Terra (conhecida
como Declaração do Rio) e a Agenda 21.
Em 1997, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
aconteceu no Japão. Neste evento houve a pactuação do tratado conhecido como
Protocolo de Kyoto, que exigiu metas para redução da emissão de gases na
atmosfera. Nos anos 90, a preocupação com o meio ambiente ganhou espaço, os
locais de discussão e escuta, os tratados e a união dos países em busca de um

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mundo melhor configuraram grandes revoluções no quesito “pensar/ser meio


ambiente”.
O século XXI também não ficou para trás na busca pela proteção ao meio
ambiente, exatos 10 anos após a cúpula da terra acontecer no Rio de Janeiro, com
estipulação de metas na agenda 21 para os países, a ONU realizou o RIO+10, em
Joanesburgo na África do Sul. Conhecida como a cúpula mundial, teve como
discussão central o desenvolvimento sustentável, uma das pautas que mais foram
debatidas foram sobre o estabelecimento de medidas para redução de 50 % das
pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza, até 2015, uso da água, manejo dos
recursos naturais e desenvolvimento sustentável.
Rio+20 foi o nome dado à Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável, em 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Ao todo foram
193 países participantes, e o objetivo principal foi a reafirmação e a renovação da
participação dos países nas metas. Esta meta teve em debate a economia verde, a
erradicação da pobreza e a estrutura para o desenvolvimento sustentável.
A partir desse breve contexto histórico, percebe-se que as questões ambientais
foram ganhando força e espaço nas discussões mundiais. As conferências tiveram
papéis importantes na criação deste vínculo, que buscou integrar uma visão holística
para que o homem visse a natureza como sua fonte de vida. Passamos, portanto,
pelas fases de reivindicações, definições e nomenclaturas, como o desenvolvimento
sustentável, e temos a partir dos anos 90, uma geração mais ativa e consciente das
questões ambientais no Brasil e no mundo.

FIQUE LIGADO!
Para saber mais sobre as conferências mais importantes, bem como o contexto
histórico, acesso o link da página da ONU
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>.

1.4 Meio ambiente e ecologia

A palavra "ambiente" vem do latim ambiens, tendo significado de "que rodeia".


O termo meio ambiente pode ser percebido de várias formas. Para a definição da

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Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) brasileira, estabelecida pela Lei 6938
de 1981, o meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas”.

Figura 4- Meio Ambiente

Fonte: Ambiental, 2018.

1.4.1 Meio ambiente ecologicamente equilibrado


Segundo o art.225, caput, da Constituição: Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Esse dispositivo
pode ser dividido em quatro partes:
a) Meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental da
pessoa humana (direito à vida com qualidade);
b) o meio ambiente é um bem de uso comum do povo, bem difuso, portanto,
indisponível;
c) o meio ambiente é um bem difuso e essencial à sadia qualidade de vida
do homem;
d) o meio ambiente deve ser protegido e defendido pelo Poder Público e
pela coletividade para as presentes e futuras gerações.

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Ecologia
A palavra ecologia foi definida pela primeira vez em 1866 por Ernst Haeckel e,
para ele, ecologia era “a ciência capaz de compreender a relação do organismo com
seu ambiente”. Ricklefs em 1973, definiu a ecologia como “o estudo do ambiente
natural, particularmente as relações entre os organismos e suas adjacências”.
A ecologia pode ser considerada uma das ciências mais antigas. A vontade de
conhecer e entender tudo o que nos cerca, bem como nosso próprio corpo, vem de
tempos mais antigos, contudo, nos últimos anos, o interesse em desvendar estes
mistérios vem aumentando, assim como a busca pela conservação do meio
ambiente, a preservação dos recursos naturais, fauna e flora.
A ecologia humana busca entender a interação entre os atributos naturais e
culturais da sociedade dos homens e fazer um paralelo entre a organização social
dos seres humanos e a dos outros seres vivos, mostrando maior ou menor
capacidade de dominar o meio ambiente. (SILVEIRA; PHILIPPI, 2014).
A ecologia humana vai além da demografia, uma vez que lida com fatores
externos e com a dinâmica interna das populações humanas, que são parte
das comunidades bióticas e dos ecossistemas. Ela estende-se além da
ecologia pois aborda a flexibilidade na conduta humana, sua habilidade em
controlar o meio e o desenvolvimento cultural, em parte independente do
meio ambiente. A cultura, por sua vez, é a maneira como as pessoas vivem
em determinadas áreas, em determinados períodos. (SILVEIRA; PHILIPPI,
2014).

SAIBA MAIS!
Existem algumas variações de meio ambiente ecologicamente equilibrado:
Meio ambiente natural: meio ambiente natural é uma das espécies do meio ambiente
ecologicamente equilibrado (art.225 da CF). Integram o meio ambiente natural a
atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora (art° 3°, V, da
Lei n.6.938/81).
Meio ambiente cultural: O meio ambiente cultural integra o patrimônio cultural
nacional, incluindo as relações culturais, turísticas, arqueológicas, paisagísticas e
naturais.
Meio ambiente artificial: meio ambiente artificial é uma das espécies do meio
ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no art.225 da CF. Meio ambiente
artificial é gênero, cujas espécies são espaços rurais e urbanos.

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Meio ambiente do trabalho: meio ambiente do trabalho é uma das espécies do meio
ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no art.225 da CF, estando
intimamente relacionado com a segurança do empregado em seu local de trabalho.

1.5 Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)

A Política Nacional do Meio Ambiente é uma lei que define os instrumentos de


proteção do meio ambiente no Brasil. A Lei 6.938 de 31 de agosto 1981, dispõe as
regras, mecanismos e demandas que buscam minimizar os problemas ambientais
no território brasileiro. A política tem como finalidade prevista no artigo 2°, a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. Para isso, a lei
considera o meio ambiente um bem público, a ser assegurado e protegido por todos.
Em seus princípios, ela destaca a racionalização do uso do solo, o
planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais, a proteção ao meio
ambiente, assim como sua biodiversidade, o controle dos zoneamentos das
atividades poluidoras. A lei tece definições precisas, são elas:
 Degradação ambiental: “alteração adversa das características do meio
ambiente”.
 Recursos ambientais: “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os
elementos da biosfera, a fauna e a flora”.

A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) traz como objetivos, em seu art.
4º, os seguintes:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à
qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas
para o uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

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VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua


utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a
manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar
e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela
utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

A política em sua criação, contemplou a todas as esferas governamentais,


sociais e políticas, e define que o meio ambiente, por ser um bem coletivo, deve ser
cuidado por todos.

1.5.1 Instrumentos da PNMA


No Brasil a Lei 6.938/81, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente
corroborou para um maior reconhecimento sobre as questões ambientais existentes.
Com a política, começou-se a vigorar pelo país instrumentos de avaliações,
parâmetros regulatórios e padrões de exigência rigorosos, que foram de grande
importância às questões ambientais atuantes. Entre vários instrumentos, estão
estabelecidos pela Lei n° 6.938/81, em seu art. 9º:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção
ambiental e as de relevante interesse ecológico, pelo Poder Público
Federal.

IMPORTANTE!
É necessário distinguir os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
dos instrumentos, pois, estes são frequentemente objetos de prova de concursos.

1.6 O Zoneamento Ambiental

É uma delimitação de áreas, em que um determinado espaço territorial é


dividido em zonas de características comuns e, com base nesta divisão, são
estabelecidas as áreas previstas nos projetos de expansão econômica ou urbana.

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Embora o Estado e a União tenham poder para executá-lo, muitas vezes são feitos
pelos municípios.

1.7 A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)

Pode ser definida como uma série de procedimentos legais, institucionais e


técnico-científicos, com o objetivo caracterizar e identificar impactos potenciais na
instalação futura de um empreendimento, ou seja, prever a magnitude e a
importância desses impactos (Bitar & Ortega, 1998). A figura abaixo ilustra as etapas
desta avaliação:

Figura 5- Análise dos Impactos Ambientais

Fonte: Adaptado de Unesp, p. 02/12.

O Estudo de Impacto Ambiental é previsto, segundo a Constituição Federal,


para os casos de licenciamento de atividades que envolvam significativo impacto
ambiental.
Antonio Inagê, citado por Philippi et. al (2014), define a Avaliação de Impacto
Ambiental como sendo:
“Conjunto de métodos e procedimentos que, aplicados a um caso concreto,
permite avaliar as consequências ambientais de um determinado Plano,
Programa, Política (ou até mesmo de empreendimentos pontuais),
aproveitando ao máximo suas consequências benéficas e diminuindo,
também ao máximo possível, seus efeitos deletérios do ponto de vista
ambiental e social. [...] Os métodos e procedimentos do AIA, portanto, nada
mais são do que instrumentos colocados à disposição do empreendedor,
público ou privado, para o apoio de sua decisão sobre a execução ou não
de um empreendimento, assim como, no caso positivo, a melhor maneira de
ele ser implementado. (OLIVEIRA, 2005 apud PHILIPPI et al., 2014).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
18

IMPORTANTE!
O roteiro mínimo a ser seguido por aqueles que devem realizar um Estudo de
Impacto Ambiental (EIA), pode ser visto abaixo, de acordo com o art.6º da
Resolução Conama n. 1/86, (PHILIPPI et al, 2014).
 Diagnóstico ambiental da área: meio físico, meio biótico, meio socioeconômico
 Análise dos impactos e alternativas
 Medidas mitigatórias
 Programas de monitoramento e acompanhamento
Sendo considerado:
 Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais,
a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrográfico,
as correntes marinhas, as correntes atmosféricas.
 Meio biótico: fauna, flora, destacando espécies indicadoras da qualidade
ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
áreas de preservação permanente.
 Meio socioeconômico: uso e ocupação do solo, usos da água e a sócio-economia,
destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos
ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
Fonte: PHILIPPI et al. 2014.

1.8 O Licenciamento Ambiental

É o processo administrativo complexo que tramita perante a instância


administrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual
ou municipal, e que tem como objetivo assegurar a qualidade de vida da população,
por meio de um controle prévio e de um continuado acompanhamento das
atividades humanas capazes de gerar impactos sobre o meio ambiente.

SAIBA MAIS!
O que significa Licenciamento Ambiental?

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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É o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais,


autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam
recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
É obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento ambiental
junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais de seu planejamento e
instalação, até a sua efetiva operação.
Leia o Manual de Licenciamento Ambiental:
Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf>

1.9 Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA

Na edição da Lei 6.938/81, foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente


(SISNAMA). A finalidade deste órgão é o de estabelecer padrões que viabilizem o
desenvolvimento sustentável, a partir de mecanismos próprios, visando uma
amplitude e eficiência na proteção do meio ambiente.
A atuação desse conselho se fará por uma articulação coordenada dos
órgãos e entidades, colhendo informações dos setores interessados,
incluindo-se a opinião pública, para a formulação de uma posição comum
ou de maioria. O destino fim dos órgãos é de cumprir o princípio maior
presente da Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais, nas
diversas esferas da Federação. (SIRVINSKAS ,2008).

Ao poder executivo, está designado apreciar o pedido de licenciamento e


exercer o controle das atividades que se utilizam dos recursos naturais. Ao poder
legislativo, cabe elaborar leis, fixar orçamentos para os órgãos ambientais e exercer
o controle das atividades do executivo.
Para o judiciário, cabe fazer a revisão dos atos administrativos praticados pelo
executivo e exercer o controle da constitucionalidade das normas.
Ao ministério público, promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
proteção do meio ambiente. (art.129, III, da Constituição Federal). Os órgãos que
compõem o SISNAMA, estão previstos na Lei 6.938/81, art. 6°:
a) Conselho de Governo (órgão superior);
b) CONAMA (órgão consultivo, deliberativo e normativo);
c) Ministério do Meio Ambiente-MMA (órgão central);

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d) IBAMA (órgão executor);


e) Órgãos da Administração federal direta, indireta ou fundacional,
encarregados de proteger o meio ambiente (órgãos setoriais);
f) Órgãos e entidades estaduais ambientais: SEMA, CONAMA, CETESB,
DEPRN, Polícia Militar Ambiental etc. (órgãos seccionais);
g) Órgãos que entidades municipais ambientais (órgãos locais).

Mediante as organizações destacam-se as funções principais competidas a


cada órgão existente no SISNAMA:

Figura 6 - SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

Fonte: Brenny, 2010.

ATENÇÃO
Estudante, atente-se aos objetivos e princípios da Política Nacional do Meio
Ambiente, bem como o SISNAMA, a servidão ambiental e toda sua composição,
estes são assuntos que caem com frequência nos mais variados concursos
brasileiros.

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SAIBA MAIS!
As diretrizes que compõem o zoneamento, as taxas de licenciamento, e a
competência a fundo dos órgãos, além de toda explicação dos instrumentos do
SISNAMA se encontram no site:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm>
E para complementar o estudo, o artigo: “Breve análise dos instrumentos da Política
de Gestão Ambiental Brasileira”, apresenta uma introdução boa sobre os
instrumentos presentes na Lei 6.938 de 1981.

IMPORTANTE!
Bom pessoal, chegamos ao fim deste capítulo e, para reforçar os seus estudos,
deixarei algumas recomendações bibliográficas relevantes:

PHILIPPI, Jr., ROMÉRO, M., BRUNA, G. Curso de Gestão Ambiental 2ed. Atual.
eampl. Barueri-SP: Manole, 2014 (Coleção ambiental, v.13).

RUPPENTHAL, Janis. Gestão Ambiental. Santa Maria: Universidade Federal de


Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Rede e-TEC, Brasil 2014.
128 p.

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CAPÍTULO 2 – POLUIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL

2.1 Poluição

Como vimos ao longo do capítulo, a concepção, definição e estruturação de


meio ambiente e ecologia, passaram por várias (re)modificações através dos
séculos, e o que os tornaram evidentes e pautas de grandes estudos. A causa disso
foi exatamente a sua escassez. E porque isso aconteceu? Com os rápidos avanços
da sociedade, observamos o crescente aumento pelos bens de consumo, enquanto
que os bens de reposição dos recursos naturais têm se tornado cada vez mais
escassos, isso advém um problema grande desencadeado por muitos fatores,
dentre eles, a poluição.
A poluição no meio do trabalho é tão grande, que o boletim epidemiológico do
Ministério da Saúde (2016), revelou um número grande de intoxicações exógenas
(causadas por agentes químicos, como poluentes no ar, compostos orgânicos
voláteis, solventes, gases e líquidos inflamáveis, explosivos, tóxicos), este
levantamento revelou que no território brasileiro acontece cerca de 4,8 milhões de
casos a cada ano e, aproximadamente, 0,1 a 0,4% das intoxicações resultam em
óbito. (Zambolim; Oliveira,2008) Este número grandioso, ainda não revela os casos
que acometem a população em geral e o meio ambiente, fato este que amplia ainda
mais os casos ocultos de poluição por intoxicações.

IMPORTANTE!
O entendimento sobre a poluição e seus modos de acometimento, designam uma
atenção específica à importância de se pensar em modos saudáveis de trabalho,
produção e consumo. A partir desta breve introdução, responda: O que é poluição
para você?

Segundo Braga, poluição “é uma alteração indesejável nas características do


meio ambiente que pode levar direta ou indiretamente a danos à saúde, à
sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e a outras espécies ou ainda
deteriorar materiais” (BRAGA et al., 2005).

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A Lei 6.938 de 1981, que regulamenta a Política Nacional do Meio Ambiente,


aborda poluição como poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de
atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do
meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos. O poluidor, apresenta-se como “poluidor, a pessoa física
ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental”.
A degradação da qualidade ambiental também reitera este artigo no PNMA,
expondo que a mesma se caracteriza como “a alteração adversa das características
do meio ambiente”.
Poluente segundo a lei 6.938/81,"é toda e qualquer forma de matéria ou
energia liberada no meio ambiente em desacordo com as normas ambientais
existentes, colocando em risco a saúde, a segurança ou o bem-estar comum".

2.2 Tipos de poluição

A poluição possui diversas espécies, e se divide em linhas grandes e amplas


como: a poluição atmosférica; a poluição hídrica; a poluição do solo; a poluição da
fauna e flora; a poluição da biodiversidade; a poluição do patrimônio genético; a
poluição de zonas costeiras, entre outros. No decorrer do capítulo, iremos discorrer
sobre as (poluições atmosféricas e hídricas), adiante, deixaremos endereços e dicas
de leituras que irão trazer mais detalhes para cada processo e para cada tipo de
poluição.

2.2.1 Poluição atmosférica


Atmosfera é a camada de ar que envolve a terra, nela há uma composição de
aproximadamente 20% de oxigênio, 79% de nitrogênio e 1% de quantidades
variáveis de vapor de água, dióxido de carbono entre outros gases nobres. A
principal função desta é proteger a terra da radiação ultravioleta, funcionando

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basicamente como uma (peneira), onde filtra os raios mais fortes, evitando o
superaquecimento da terra, consequentemente, evitando a morte na vida terrestre.
A poluição atmosférica pode ser entendida como a modificação da sua
constituição, exposta acima, estas mudanças provocam “buracos na camada de
ozônio”, facilitando a entrada de uma quantidade excessiva de raios ultravioletas
advindos do sol, isso pode e coloca em risco a saúde, a segurança e o bem-estar
social. Há diversas fontes que podem ocasionar a sua modificação, entre elas
listamos:
a) pelas indústrias (fontes estacionárias);
b) pelos transportes (fontes móveis);
c) pelas queimadas (agropastoris e queima da palha da cana de açúcar);
d) pelas usinas nucleares (advindo dos seus rejeitos e acidentes), pelas
termelétricas (movidas a combustíveis fósseis, como óleo, carvão e ou
gás natural) e por ondas eletromagnéticas (radiação por radiofrequência).

Podemos classificar os poluentes em duas categorias: primários e secundários:


 Os poluentes primários são aqueles originados diretamente das fontes de
emissão. Eles são o resultado de processos industriais, gases de
exaustão de motores de combustão interna, entre outros. Podemos citar
como exemplos os óxidos sulfurosos, óxidos nitrosos e materiais
particulados (RUPPENTHAL ,2014).
 Os poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera através da
reação química entre poluentes primários e constituintes naturais da
atmosfera. Por exemplo, formação de ozônio, ácido sulfúrico, ácido
nítrico. (RUPPENTHAL ,2014).

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Figura 7 - Principais poluentes atmosféricos

Fonte: Ruppenthal, 2014.

A medição da qualidade do ar é realizada para um número restrito de poluentes


que são definidos devido a sua importância, assim como pelos recursos disponíveis
para seu acompanhamento. Esses poluentes medidos são utilizados como
indicadores de qualidade do ar e usados globalmente. Eles foram escolhidos por
causa da frequência de ocorrência e dos efeitos adversos resultantes e são: material
particulado, óxidos de nitrogênio, dióxidos de enxofre, monóxidos de carbono,
oxidantes fotoquímicos e compostos orgânicos voláteis. (RUPPENTHAL,2014).

2.2.1.1 Material particulado


Partículas de material sólido ou líquido suspensas no ar, na forma de poeira,
neblina, aerossol, fuligem, entre outros. O tamanho destas partículas está
associado à sua grandeza quanto aos problemas de saúde, quanto menor for a
partícula, mais grave será os danos, pois, elas possuem a capacidade de se fixarem
nas paredes do trato respiratório mais facilmente.
O material particulado pode ser dividido em: Partículas Totais em Suspensão
(PTS), Partículas Inaláveis (MP10), Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) e Fumaça
(FMC).

 Partículas inaláveis (MP10), são partículas de material sólido ou líquido


suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre

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outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 10


micrômetros.
 Partículas Inaláveis Finais (MP 2,5), são partículas de material sólido ou
líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem,
entre outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 2,5
micrômetros, devido ao seu pequeno tamanho apresentam potencial para
penetrar mais profundamente no sistema respiratório, podendo atingir os
alvéolos pulmonares.
 Partículas Totais em Suspensão - PTS, são partículas de material sólido
ou líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol,
fuligem, entre outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de
50 micrômetros;
 Fumaça (FMC), resulta da combustão incompleta de combustíveis
orgânicos e está associada ao material particulado suspenso na
atmosfera proveniente desses processos. O método de determinação da
fumaça é baseado na medida de refletância da luz que incide na poeira
(coletada em um filtro), o que confere a este parâmetro a característica de
estar diretamente relacionado ao teor de fuligem na atmosfera.
(RUPPENTHAL, 2014).

Como definido acima, poluente é toda e qualquer forma de matéria ou energia


liberada no meio ambiente que possa causar danos à saúde, a segurança e ao bem
estar comum. Entre os poluentes que podem contaminar o ar, temos o dióxido de
carbono (CO2), que permanece no ar por até 200 anos, o óxido nitroso (N2O, que
tem um tempo de 114 anos de permanência, o metano (CH4), liberado
principalmente pelo gado, que pode permanecer por 12 anos e o tetracloridro de
carbono (CCI4), que tem um tempo de 85 anos presente no ar.
Dentre os compostos nitrogenados, incluem-se N2O, NO NO2, NH3, sais de
NO3–, NO2–, NH4, que são resultantes, em pequena parte, de processos
industriais. Na maioria dos casos, estes são oriundos da combustão da gasolina e
diesel em transporte e queima estacionário de combustíveis.

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Esses compostos são precursores do ozônio troposférico e, também,


participam no processo de formação da chuva ácida. Também são imunotóxicos,
agindo no trato respiratório e causando fibrose e enfisema. Também causam
necrose em plantas e agem retardando seu crescimento. (RUPPENTHAL, 2014)
Os componentes sulfurosos: o enxofre encontra-se nas seguintes formas: COS
(carbonil sulfeto), CS2 (sulfeto de carbono), (CH3)2S (dimetil sulfeto), H2S (sulfeto de
hidrogênio), SO2 (dióxido de enxofre), SO4 –2 (sulfatos). São gases incolores de
odor pungente. As fontes naturais destes compostos do enxofre estão ligadas a
degradação biológica, evaporação das águas oceânicas.
Os solos ricos em enxofre constituem também, uma fonte natural de H2S. As
fontes antrópicas são: combustão de madeiras, óleo diesel, petróleo bruto. O SO2 é
um gás incolor com um odor irritante e azedo. Esse gás é altamente solúvel em
água, sendo essa propriedade a base dos sistemas de separação úmida do SO2 e
da formação de ácido sulfúrico no contato com a água ou vapor d’água
(RUPPENTHAL ,2014).
Ozônio e oxidantes fotoquímicos:O ozônio é um gás incolor e inodoro,
normalmente encontrado na estratosfera onde age como um filtro para a radiação
ultravioleta nociva do sol. Porém, quando é encontrado na troposfera, passa a ser
um importante poluente por ser o principal componente da névoa fotoquímica. Esse
gás é formado pela reação fotoquímica do óxido nitroso e compostos orgânicos
voláteis na presença da radiação ultravioleta do sol. Trata-se de um oxidante
fitotóxico (causa danos para as plantas) e citotóxico (causa danos nas células
animais, inclusive o homem). (RUPPENTHAL, 2014)
Com o aumento da emissão de partículas poluidoras na atmosfera, têm-se os
eventuais acontecimentos, que versam desta falta de equilíbrio entre a emissão da
poluição, alguns exemplos a serem citados são: a diminuição da camada de ozônio,
a chuva ácida, o efeito estufa e o smog.

2.2.1.2 Diminuição da camada de ozônio


Ozônio é um gás naturalmente presente na atmosfera. Cada molécula contém
três átomos de oxigênio e é quimicamente designado por O3. (INPE/DGE, 2014)

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 8 - Formação do Ozônio

Fonte: INPE/DGE.

O ozônio pode ser encontrado em duas regiões da atmosfera: cerca 10% do


ozônio atmosférico encontra-se na troposfera, região mais próxima da superfície da
terra (entre 10 e 16 quilômetros) e os restantes 90% encontram-se na estratosfera, a
uma distância entre 10 e 50 quilômetros. A sua maior concentração está presente na
estratosfera, apelidada, “camada de ozônio”. (INPE/DGE, 2014)

Figura 9 - Formação do Ozônio

Fonte: INPE/DGE.

A etapa inicial do processo de destruição do ozônio estratosférico pelas


atividades humanas se dá por meio da emissão de gases contendo cloro e bromo.
Por não serem reativos e por não serem rapidamente removidos pela chuva, nem
pela neve, esses gases, em sua maioria ficam acumulados na baixa atmosfera.
Quando sobem à estratosfera sofrem ação da radiação ultravioleta – radiação UV

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liberando radicais livres que reagem com a molécula de ozônio, formando uma
molécula de oxigênio, O2 e uma molécula de óxido de cloro, ClO, provocando a
destruição do O3.
O ClO tem vida curta e rapidamente reage com um átomo do oxigênio livre,
liberando o radical livre que volta a destruir outra molécula de O3. Um único radical
livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a
diminuição da camada de ozônio e prejudica a filtração da radiação UV
(INPE/DGE,2014).

Figura 10 - Destruição camada de ozônio.

Fonte: Ambiente. Acesso em 2019.

2.2.1.3 Chuva ácida


A chuva ácida é resultado da reação do dióxido de enxofre (SO ) e os óxidos 2

de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), gases esse que são emitidos na atmosfera e
transportados pelas correntes de ar. O SO e o NO reagem com água, oxigênio e
2

outros produtos químicos para formar ácidos sulfúrico e nítrico.


Os processos que podem corroborar para a chuva ácida estão associados aos
vulcões, mas em grande parte, as maiores fontes são:
 A queima de combustíveis fósseis;
 Veículos e equipamentos;

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 Fabricação, refinarias de petróleos e outras indústrias.

O ph natural da chuva, geralmente está em 06, na chuva ácida, este valor varia
de 2 a 5. Os efeitos que a chuva ácida pode fazer ao meio ambiente pode ser a
alteração do pH de lagos e prejudicando o ecossistema presente ali, como a fauna,
a flora, tornando o solo mais ácido e com isso improdutivo. Esta também pode
influenciar na corrosão de estruturas, muros, grades, entre outros.

Figura 11- Formação Chuva Ácida.

Fonte: Coelho, 2013.

2.2.1.4 Efeito estufa


O efeito estufa é responsável pela manutenção da vida na terra. Este
fenômeno natural acontece devido à absorção pelos oceanos e pela superfície
terrestre da energia solar que chega ao planeta, resultando em um aquecimento, em
que uma parte deste calor, irradiada ao espaço, é bloqueada pelos gases do efeito
estufa. Sem a existência deste fenômeno a temperatura média na Terra seria mais
baixa (-18°C). Essa troca de energia que ocorre entre a superfície e a atmosfera e
faz com que a temperatura global chegue a 14°C. As emissões antrópicas de gases
poluidores podem contribuir para a mudança do funcionamento deste fenômeno e

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colaborar para mudanças climáticas grandes. Alguns gases que podem interferir
neste processo são: O dióxido de carbono (CO2), gás metano (CH4), óxido nitroso
(N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), entre outros.

2.2.1.5 Smog
O Smog pode ser conhecido como os efeitos secundários de poluentes
formados por processos fotoquímicos, que são resultantes de emissões de NO e
Hidrocarbonetos reativos de automóveis.

2.3 Formas de controle de emissão de gases

As formas de controles de emissões de gases poluentes, compostos de gases


ácidos (SOx), compostos orgânicos voláteis, NOx, HF e CO, evolvem técnicas fisico-
químicas variadas. Existem algumas variedades de tecnologias que atuam no
controle das emissões de gases, que se subdividem em dois grupos: tecnologias
integradas e tecnologias de final de linha.

2.3.1 Tecnologias integradas


Com a evolução da tecnologia e a partir de um melhor entendimento dos
mecanismos de formação das emissões é possível retardar a formação das
emissões in situ, através da oxidação e outras reações químicas.Vários processos
de combustão podem ser empregados objetivando o controle integrado, incluindo a
substituição ou reformulação dos compostos utilizados, temperaturas de reação
mais baixas, utilização de catalisadores que interferem na formação de poluentes e
ainda recuperação e reuso de solventes (RUPPENTHAL, 2014).

2.3.2 Tecnologias de final de linha


Tecnologias de final de linha, como o próprio nome diz, são tecnologias de
controle das emissões no final do processo, sendo geralmente, muito simples em
termos de princípios físicos e/ou químicos. Os processos desenvolvidos para o
controle das emissões variam, desde um simples lavador de um estágio, até
sistemas complexos de múltiplos estágios com opção de reciclagem dos gases.

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Os fatores que devem ser considerados na seleção de equipamentos são:


eficiência, padrões de emissão, consumo de energia, custo do investimento, custos
de operação e manutenção, natureza física e química dos particulados e sua
periculosidade.

2.4 Tecnologias de Controle de Poluição do Ar

Existem diferentes equipamentos empregados no controle de particulados para


purificação do ar. Os mais utilizados são separadores mecânicos (câmaras de
sedimentação e ciclones), os filtros de manga, os precipitadores eletrostáticos e os
lavadores de gases.
As câmaras de sedimentação são simplesmente seções de dutos onde a
velocidade do gás é diminuída, permitindo a sedimentação das partículas pela ação
da gravidade. (RUPPENTHAL ,2014).

2.4.1 Ciclones
São coletores centrífugos, nos quais os gases são injetados de modo a sofrer
ação da força centrífuga obtida pela rotação de um cilindro gigante. As partículas
(mais densas) caem para a parte inferior do cilindro, em função da gravidade, e são
coletadas. Os gases por serem menos densos ascendem e saem pela parte superior
(MOURA, 2011).

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 12 – Ciclones

Fonte: UFES. Acesso em Setembro de 2020.

2.4.2 Lavadores de Gases


Caracterizados por possuírem um tubo de entrada do gás com uma contração
(ponto em que a velocidade aumenta e a pressão se reduz, pulverizando as
partículas do líquido). O fluxo gasoso é utilizado para quebrar as partículas do
líquido de lavagem (geralmente água). As partículas caem para a parte inferior do
lavador e são coletadas para tratamento, enquanto os gases limpos saem pela parte
superior (MOURA, 2011).

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 13 – Lavadores de gases

Fonte: Ruppenthal, 2014.

2.4.3 Filtros de tecido ou de mangas


Esse processo é utilizado na remoção de particulados de gases secos,
característica das indústrias siderúrgicas de cerâmicas, e outros. Assemelha-se a
um aspirador de pó, no qual os gases são induzidos a passar por um tecido, ficando
retidas as partículas e formando uma camada de filtro (que posteriormente é
removida por agitação ou refluxo), liberando os gases limpos. (RUPPENTHAL,
2014).

Figura 14 – Filtro de tecido ou de mangas

Fonte: Ruppenthal, 2014.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
35

2.4.4 Precipitadores Eletrostáticos


Neste equipamento, bem comum em indústrias de cimento e siderúrgicas, as
partículas dos gases recebem carga elétrica, ficando portanto com cargas elétricas
negativas, e quando os gases passam através de placas mantidas em um potencial
positivo, as partículas são retidas nessa placa (por atração) e são removidas
periodicamente através do batimento da placa com um “martelo” ( as partículas
caem para um recipiente de coleta). (MOURA, 2011).

2.5 Poluição Hídrica

A água se configura no elemento mais presente da terra, 97,5% do globo


terrestre é coberto por água salgada, enquanto de 2,5 % é água doce proveniente
de nascentes e geleiras, sendo no Brasil o clima tropical, a vegetação nos coloca em
posição de vantagem, com abundância de água doce em nosso território. Mesmo
com estes dados, a água está entre um dos elementos mais poluídos do mundo. A
pesquisa da Agência Nacional de Água (ANA), em seus estudos, constatou que em
sete estados, num total de 96 rios, córregos, cachoeiras e nascentes, 40% destes
são ruins, ou seja, são impróprias para o consumo.
A água é constituída por moléculas de hidrogênio e oxigênio (H2O), portanto, a
sua poluição é considerada uma degradação da qualidade deste meio, sendo
resultado da ação direta ou indireta com o despejo de matérias ou energias (sólido,
líquido, gasosa) nas fontes. A água se apresenta de várias formas, elas podem estar
no estado gasoso, líquido ou sólido, estando presente no subsolo, na superfície
terrestre e na atmosfera, distribuindo-se tanto no subsolo, na superfície da Terra,
bem como na atmosfera. Pela sua variabilidade de estados e locais presentes, a
água é um elemento que está em constante circulação, passando de um estado
para o outro, sem perder sua massa.
O ciclo hidrológico, nos mostra como ocorre esta troca de estados,
mantendo-se estáveis sua composição, seguindo a ordem de evaporação,
transpiração, precipitação, escoamento superficial, infiltração e escoamento
subterrâneo. O ciclo se inicia com a evaporação, a água evapora a partir
dos oceanos e corpos d’água, formando as nuvens, que, em condições
favoráveis, dão origem à precipitação, seja na forma de chuva, neve ou
granizo. Após este acontece a precipitação, ao atingir o solo, pode escoar
superficialmente até atingir os corpos d’água ou infiltrar até atingir o lençol
freático. Além disso, a água, interceptada pela vegetação e outros seres
vivos, retorna ao estado gasoso através da transpiração. A água retorna ao

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mar através do escoamento superficial pelos rios, do escoamento


subterrâneo pela descarga dos aquíferos na interface água doce/água
salgada e, também, através da própria precipitação sobre a área dos
oceanos. (Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que
Trabalham em ETAS, 2014).

Figura 15 - Ciclo Hidrológico

Fonte: Ruppenthal, 2014.

Portanto, percebe-se que os recursos hídricos abrangem as águas superficiais,


as águas subterrâneas, os estuários e o mar territorial. Segundo a resolução
396/2008 do CONAMA, águas subterrâneas são águas que ocorrem naturalmente
ou artificialmente no subsolo.
A Agência Nacional de Águas (ANA) classifica as águas superficiais como
aquelas que não penetram no solo, acumulam-se na superfície, escoam e dão
origem a rios, riachos, lagoas e córregos. Por esta razão, elas são consideradas
uma das principais fontes de abastecimento de água potável do planeta. Para
Pritchard (1967) como corpos d’água costeiros, semiconfinados, onde ocorre a
mistura de água doce, proveniente do continente, com água salgada do oceano.
A Convenção das Nações Unidas, que versa no Direito do Mar, considera Mar
territorial como uma faixa marítima de largura igual a doze milhas marítimas,

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medidas a partir de uma linha de base, sendo linhas de base definida como a linha
de baixa-mar (linha da maré mais baixa) ao largo da costa.
A problemática do uso da água, versa sobre o seu consumo, sabemos que a
água é necessária para o consumo humano e animal, para a geração de produtos e
materiais, que geram economia. O uso sem racionalização e indiscriminado pela
sociedade civil, desencadeia fatores como a escassez deste bem natural, no Brasil e
no mundo.
Para se ter uma ideia, no Brasil 62% da água é utilizado na agricultura,
enquanto 20% no abastecimento de casas e 18% nas indústrias. Ou seja, a
distribuição maior se encontra nos meios e modos de produção. Além do uso
inadequado, bem como sua distribuição deturpada, temos a poluição de nossos
afluentes, sendo mais uma forma de contaminação, não somente das águas
superficiais, mas como vimos, das águas subterrâneas. E porque esta preocupação?
As águas subterrâneas compõem o equivalente a 96% da água no mundo, como
exemplifica o esquema abaixo:

Figura 16 - Porcentagem água subterrânea

Fonte: Possas, 2011.

As estratégias que compõem a luta no território brasileiro, para manutenção e


qualidade da água, estão previstas na Lei n° 9433, de 8 de janeiro de 1997,
conhecida como lei das águas, instituindo a Política Nacional de Recursos
Hídricos. São objetivos desta política, conforme seu art. 2º:
I - Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de
água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II - A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o
transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;

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III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem


natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
IV - Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de
águas pluviais.

No art 5° segue os instrumentos utilizados:


I - Os Planos de Recursos Hídricos;
II - O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água;
III - A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - A cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - A compensação a municípios;
VI - O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é uma forma de


descentralizar o poder e as estratégias de avaliação, análise e monitoramento dos
recursos hídricos brasileiros. Este sistema perante a Lei 9433/1997, tem como
objetivos:
I - Coordenar a gestão integrada das águas;
II - Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos
hídricos;
III - Implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV - Planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos
recursos hídricos;
V - Promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

Compõe este sistema, como previsto no art. 33:


I – O Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
I- A Agência Nacional de Águas;
II – Os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
III – Os Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV – Os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal
e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos
hídricos;
V – As Agências de Água.

Classificação da poluição hídrica


Para classificação da poluição hídrica temos as seguintes alternativas:
 Poluição sedimentar: esta é resultado da acumulação de partículas em
suspensão, tais como partículas de solo e de produtos químicos
orgânicos ou inorgânicos insolúveis. Exemplos a serem citados são: os
sedimentos contaminados com agrotóxicos.
 Poluição química: A poluição química é ocasionada por produtos químicos
que possam afetar a fauna e a flora aquática, e pode ser dividida em dois

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segmentos: Biodegradáveis – este que são decompostos por bactérias,


como exemplo os detergentes, os inseticidas, fertilizantes, entre outros. E
os persistentes, estes poluentes que se mantêm ao longo do tempo no
meio ambiente e nos organismos, causando a contaminação de
alimentos. Exemplo deste pode ser o mercúrio.
 Poluição térmica: Esta é relacionada aos despejos em rios de processos
de refrigerações de refinarias e indústrias, estes causam aumento da
temperatura da água e compromete a vida dos organismos vivos
presentes naquele espaço.
 Poluição biológica: Esta se dá pela infecção por organismos patogênicos,
sendo bactérias, vírus, protozoários entre outros que estão presentes no
esgoto.

2.5.1 Eutrofização
Este processo, a eutrofização, é um fenômeno que se dá pela proliferação
excessiva das plantas aquáticas, estas causam interferência do copo d’água. Tal
crescimento geralmente é iniciado ou estimulado por um volume grande de
Nitrogênio e Potássio, que advêm de dejetos como adubos, fertilizantes, detergentes
e esgotos. A camada criada por este excesso de plantas aquáticas forma uma
“proteção” contra a luz solar na água, o que impede o processo de fotossíntese nas
partes mais profundas, ocasionalmente, interfere no abastecimento de oxigênio para
as formas de vida existentes nesta porção hídrica.

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Figura 17 - Eutrofização

Fonte: Fonseca, 2016.

2.6 Tipos de Processos de Tratamento

O processo de tratamento dos efluentes, consiste na remoção de poluentes,


sendo cada método, dependente das condições físicas, químicas e biológicas,
alinhada a cada caso.

IMPORTANTE
Conceito de efluentes: Efluentes são rejeitos resultantes de processos produtivos ou
mesmo do consumo humano.
Saiba mais:<https://www.infoescola.com/ecologia/efluentes/>

2.6.1 Processos Físicos


São assim definidos devido aos fenômenos físicos que ocorrem na remoção ou
transformação de poluentes das águas residuárias. Tais processos são utilizados
para separar sólidos em suspensão nas águas residuárias. Também são
empregados par equalizar e homogeneizar um efluente. Estão inclusos: (PHILIPPI et
al., 2014).
 Remoção de sólidos grosseiros

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 Remoção de sólidos sedimentáveis


 Remoção de sólidos flutuantes
 Remoção da umidade de lodo
 Homogeneização e equalização de efluentes
 Diluição de águas residuárias

Os processos físicos utilizados às finalidades listadas acima envolvem


dispositivos ou unidades de tratamento, tais como:
 Grades
 Peneiras estáticas, vibratórias ou rotativas
 Caixas de areia
 Tanques de retenção de materiais flutuantes
 Decantadores
 Leitos de secagem de logo
 Filtros prensa e a vácuo
 Centrífugas
 Adsorção em carvão ativado

As grades e peneiras são utilizadas geralmente na remoção de sólidos


grosseiros; as caixas de areia visam a remoção de partículas de areia; os tanques
de retenção de materiais flutuantes são, muitas vezes, utilizado para remoção de
gorduras, óleos e graxas e outras substâncias com densidade menor que a da água;
os decantadores objetivam remover sólidos sedimentáveis em suspensão na água
residuária; os leitos de secagem de lodos e as centrífugas são unidades de
desidratação parcial, ao ar livre ou cobertas utilizadas para pequenos volumes; a
adsorção em carvão ativado é destinada para remoção de sólidos orgânicos ou
inorgânicos dissolvidos nas águas residuárias. (PHILIPPI et al., 2014).

2.6.2 Processos químicos


Neste processo faz-se necessária a utilização de produtos químicos para
melhorar a eficiência de remoção de um elemento ou substância. O emprego dos

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processos químicos pode se dar de forma conjugada aos processos físicos e


biológicos. Os principais são:
 Coagulação-floculação
 Precipitação química
 Oxidação
 Cloração
 Neutralização ou correção do pH

Esses processos são muito utilizados para remoção de sólidos em suspensão


coloidal ou mesmo dissolvidos, substâncias que causam cor e turbidez, odoríferas,
metais pesados e óleos emulsionados. (PHILIPPI et al., 2014).

2.6.3 Processos Biológicos


São considerados processos biológicos aqueles que dependem da ação de
microrganismos aeróbios ou anaeróbios. O processo biológico reproduz os
fenômenos que ocorrem na natureza, porém de forma acelerada. Os principais
processos são: (PHILIPPI et al., 2014).
 Lodos ativados e suas variações
 Filtro biológico anaeróbio ou aeróbio
 Lagoas aeradas
 Lagoas de estabilização facultativas e anaeróbias
 Digestores anaeróbios de fluxo ascendente

Lodos ativados: São constituídos de um reator biológico, em que uma massa


de microrganismos em suspensão utiliza a matéria orgânica, presente nos esgotos
afluentes ao tanque, como fonte de alimento para seu processo de crescimento.
Filtro biológico aeróbio: São tanques com enchimento de pedra ou plástico,
ocorre desenvolvimento de uma fina camada de microrganismos aeróbios. A água
residuária percolando pelo filtro e em contato com o filme biológico tem sua matéria
orgânica adsorvida pela massa biológica, e é estabilizada pelos microrganismos.

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Lagoas aeradas: Possuem aeradores, ou dispositivos de introdução de


oxigênio, suprindo a ausência de algas (elas não proliferam pela intensa agitação da
massa líquida).
Lagoas de estabilização facultativas ou anaeróbias: São grandes tanques
escavados no solo. Nesses tanques as águas residuárias são tratadas através de
processos naturais controlados pela vazão dos efluentes. As lagoas anaeróbias
recebem elevadas cargas orgânicas e funcionam sem oxigênio dissolvido. Já as
lagoas facultativas possuem uma camada superior onde ocorre o desenvolvimento
de algas e microrganismos aeróbios (as algas realizam a fotossíntese, o que
consome gás carbônico e libera oxigênio; os microrganismos oxidam a matéria
orgânica, utilizando oxigênio e liberando gás carbônico).
Digestores anaeróbios de fluxo ascendente: São unidades compactas de
tratamento. Por meio da retenção e concentração do lodo desenvolve-se nele o
processo anaeróbio em condições otimizadas, diminuindo o tempo e acelerando o
processo de degradação da matéria orgânica.

2.7 Classificação dos Sistemas de Tratamento

Os sistemas de tratamento de águas residuárias pode englobar um ou mais


dos processos vistos acima e são classificados em função do tipo de material a ser
removido e da eficiência de sua remoção. Os tratamentos são: preliminar, primário,
secundário, terciário, de lodos e físico-químico. (PHILIPPI et al., 2014).

2.7.1 Tratamento Preliminar


Objetiva remover sólidos grosseiros e é aplicado geralmente a qualquer tipo de
água residuária. Consiste no emprego de grades, peneiras caixas de areia, caixas
de retenção de óleos e graxas.

2.7.2 Tratamento Primário


Tem a finalidade de remover resíduos finos em suspensão dos efluentes e é
aplicado geralmente às águas residuárias orgânicas (embora seja utilizado para

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qualquer tipo de despejo). Consiste de tanques de flotação, decantadores, fossas


sépticas, floculação/decantação.

2.7.3 Tratamento Secundário


Utilizado para a depuração de águas residuárias por meio de processos
biológicos e possui a finalidade de reduzir o teor de matéria orgânica solúvel nos
despejos. Consiste de lodos ativados, filtros biológicos, lagoas aeradas, lagoas de
estabilização, digestor anaeróbio de fluxo ascendente, além de outros.

2.7.4 Tratamento Terciário


Corresponde a um estágio avançado de tratamento de águas residuárias.
Objetiva remover as substâncias que não foram eliminadas nas primeiras etapas,
como nutrientes e microrganismos patogênicos. Consiste geralmente de lagoas de
maturação, cloração, ozonização, radiações ultravioletas, filtros de carvão ativo e
precipitação química, entre outros.

2.7.5 Tratamento de Lodos


Como o nome indica, utilizado para o tratamento de todos os tipos de lodos. A
intenção é desidratar o lodo para a disposição final. Consiste em leitos de secagem,
centrífugas, filtros prensa, filtros a vácuo, prensas desaguadoras, digestão anaeróbia
ou aeróbia, incineração e disposição no solo.

2.7.6 Tratamento Físico-Químico


Adequado para a remoção de sólidos em todas as suas formas e para
alteração das características físicas e químicas das águas residuárias. Consiste em
coagulação/floculação, precipitação química, oxidação e neutralização.

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CAPÍTULO 3 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

3.1 Legislação Ambiental

As leis ambientais configuram avanços extremos na preservação, conservação


e monitoramento do meio ambiente. Leis que atuam em território nacional,
abrangendo a toda população. Em comparação a países externos, o Brasil, apesar
do mal gerenciamento de tais leis, é reconhecido pelo porte de estratégias,
programas, leis e resoluções que conferem um aparato sólido. O que falta, porém?
Uma das demandas são a falta de recursos humanos, de pessoal para o trabalho.
Com um intenso comércio voltado á exploração do meio ambiente (mineração,
agricultura, pecuária, etc), ainda carece de quantidade de fiscais e outros
profissionais que possam atuar diariamente nestes campos.
Nesta primeira parte do capítulo, iremos expor as resoluções, leis e políticas
mais conhecidas e também cobradas em concursos públicos. O detalhamento de
cada não será feito aqui, mas no final, teremos um caixa com os links, para acesso e
estudo mais amplo. Conforme Ruppenthal (2014),
 Lei da Fauna Silvestre – Lei nº 5.197, de 03 de janeiro de 1967 – a lei
classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres,
caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e produtos
derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica
(importada) e a caça amadorística sem autorização do Ibama. Criminaliza
também a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis em bruto.
 Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – Lei nº
6.803, de 02 de julho de 1980 – atribui aos estados e municípios o poder
de estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação e
licenciamento das indústrias, exigindo o Estudo de Impacto Ambiental
(EIA).
 Lei da Área de Proteção Ambiental – Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981
– criou as “Estações Ecológicas “, áreas representativas de ecossistemas
brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 %
podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as

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“Áreas de Proteção Ambiental” ou APAS, áreas que podem conter


propriedades privadas e onde o poder público limita as atividades
econômicas para fins de proteção ambiental.
 Política Nacional do Meio Ambiente – Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981 – tornou obrigatório o licenciamento ambiental para atividades ou
empreendimentos que possam degradar o meio ambiente e criou
instrumentos como o estudo de impacto ambiental para vislumbrar
possíveis alternativas e consequências ambientais de projetos públicos ou
privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem
como por entidades privadas, especialmente nas áreas consideradas
patrimônio nacional. Aumentou a fiscalização e criou regras mais rígidas
para atividades de mineração, construção de rodovias, exploração de
madeira e construção de hidrelétricas.
 Lei da Ação Civil Pública – Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 – lei de
interesses difusos, trata da ação civil pública de responsabilidades por
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio
artístico, turístico ou paisagístico.
 Crimes Ambientais – Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 – instituiu
punições administrativas e penais para pessoas ou empresas que agem
de forma a degradar a natureza. Atos como poluição da água, corte ilegal
de árvores, morte de animais silvestres tornaram-se crimes ambientais.
 Lei dos Agrotóxicos – Lei nº 7.802, de 10 de julho de 1989 – regulamenta
desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização,
aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
 Lei da Exploração Mineral – Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989 –
regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas atividades é
obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão
ambiental competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que causarem
danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da
autorização de exploração dos minérios responsável pelos danos
ambientais. A atividade garimpeira executada sem permissão ou
licenciamento é crime.

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 Lei de Recursos Hídricos - institui a Política Nacional de Recursos


Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água
como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter
usos múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte,
lançamento de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema
Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta,
tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre
recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
 Lei de Crimes Ambientais – Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 –
reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e
punições. A pessoa jurídica, autora ou coautora da infração ambiental,
pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido
criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental.
 Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 – criou o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SUNC): definiu critérios e normas
para a criação e funcionamento das Unidades de Conservação Ambiental.
 Estatuto da Cidade – Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – estabelece
diretrizes gerais da política urbana e interesse social que regulam o uso
da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-
estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Através de lei
municipal serão definidos os empreendimentos e atividades privados ou
públicos em área urbana que dependerão de elaboração prévia de Estudo
de Impacto de Vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de
construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público
municipal.
 Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015 – deliberou sobre o acesso ao
patrimônio genético, acesso e proteção ao conhecimento genético e
ambiental, assim como a repartição dos benefícios provenientes.
 Lei de Biossegurança – Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005 –
estabeleceu sistemas de fiscalização sobre as diversas atividades que
envolvem organismos modificados geneticamente.

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 Resolução CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005 – determina a


logística reversa de óleos lubrificantes, isto é, como deverá ser feito o
recolhimento e a destinação deste material.
 Lei de Gestão de Florestas Públicas – Lei nº 11.284, de 02 de março de
2006 – normatiza o sistema de gestão florestal em áreas públicas e criou
um órgão regulador (Serviço Florestal Brasileiro). Esta lei criou também o
Fundo de Desenvolvimento Florestal.
 Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009 – estabeleceu novas normas para
a regularização de terras públicas na região da Amazônia.
 Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 – dispõe sobre a
prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua
destinação ambientalmente adequada.
 Novo Código Florestal Brasileiro – Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 –
dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tendo revogado o Código
Florestal Brasileiro de 1965.

3.2 Conceito EPIA/RIMA

Dentre vários instrumentos do (PNMA), escolhemos dois que são bem


difundidos e usados a campo, o EPIA e o RIMA, mecanismos estes de licenciamento
ambiental. A resolução do CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, traz como
conceitos importantes:
I-Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso.
II- Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou
atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos
aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e
ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como
subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental,

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,


diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área
degradada e análise preliminar de risco.
IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que
afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte,
o território de dois ou mais Estados.No artigo 10, a resolução prevê que:

 A definição de documentos, projetos, e estudos necessários;


 Requerimento de licença ambiental;
 Análise pelo órgão licenciador;
 Eventual solicitação de esclarecimentos;
 Possível audiência pública;
 Deferimento ou indeferimento do pedido de licença.

Para tais licenciamentos têm-se diferentes tipos que podem ser concedidos
isolados ou cumulativamente, sendo os tipos, expostos no art° 8°, da resolução
237/97 do Conama:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção,
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua
implementação.
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta
das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.

Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou


sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do
empreendimento ou atividade.

O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA), é um processo que ocorre


dentro do licenciamento ambiental, é utilizado para avaliação quando a
administração pública solicitar. Dentro do EPIA temos o Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA), processo escrito pós a avaliação do EPIA, ou seja, o RIMA é o
relatório expedido a partir do EPIA. Exigir-se á o EPIA quando a atividade for
potencialmente causadora de degradação ambiental.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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O EPIA, segundo a resolução 237/97, art. 11, do CONAMA, “deve ser realizado
por profissionais legalmente habilitados às expensas do empreendedor”, sendo
condenado a ações administrativas, civis e penais, fraudes ou irregularidades no
relatório. No art. 5° da resolução do CONAMA nº 001, traz em sua gênese critérios
que devem ser avaliados no estudo (EPIA) e deve conter em seu relatório
(RIMA), segue abaixo um trecho desta:
Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender a legislação, em
especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do
Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de
projeto, confrontando as com a hipótese de não execução do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados
nas fases de implantação e operação da atividade;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente
afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto,
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto
ambiental o órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o
Município, fixará as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do
projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias,
inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos.

IMPORTANTE!
Os conceitos abaixo são muito importantes e costumam ser objetos de prova
frequentemente.
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade, de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.

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3.3 Código Florestal

A Lei 12.651:2012 se configura como o novo código florestal brasileiro, este foi
criado em substituição à lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, também um código
florestal. Esta lei prevê normas para proteção da vegetação, matas nativas, o
monitoramento de áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal. Além
de, suscitar instrumentos econômicos para alcance de seus objetivos, em que esteja
presente o desenvolvimento sustentável.
O primeiro código florestal do Brasil foi feito em 1934, por conta da grande
concentração de comércio e plantação de café. O avanço deste tipo de agricultura,
começara a desvencilhar as matas. O Decreto nº 23.793/1934 estava contido na
constituição de 1934, que dispunha de uma visão aberta às discussões sobre o meio
ambiente já naquela época.
O que motivou as mudanças no código florestal brasileiro, foram os
movimentos sociais de ambientalistas e ONG’s, em 1960, com a revolução industrial
isso tornou-se mais preocupante, porque a ideia progressista era de uma natureza
“inesgotável”, infinita, a partir desta época, foi percebendo, como o meio ambiente
era importante, e sua degradação trazia sérias mudanças para o meio vivente.
A partir de 1962, começaram-se os movimentos para mudanças da lei
estabelecida em 1934, e em 15 de setembro de 1965, foi editada a lei n° 4.771
revogando o primeiro decreto federal n° 23.793/1934.
Sparoveket al. (2011) citado por Praes (2012) traz que, o código florestal de
1965 aplica-se a propriedades privadas. Ou seja, o proprietário rural deve
reservar parte da sua terra, destinando-a a manutenção da vegetação
natural, sendo esta realizada, principalmente, através de dois estatutos:
Áreas de Preservação Permanente (APP’s) e Reserva Legal (RL). Sendo
que, os proprietários que não estiverem cumprindo as determinações
previstas para as APP’s e RL, segundo o código (Lei 4.771), terão que
recompor as áreas que foram desmatadas.

As mudanças não param nesta época, com o decorrer dos anos, os índices de
desmatamento só aumentaram entre 1994 e 1995, o INPE registrou o maior
desmatamento da Amazônia já notificado naquela época. Ouve dentre os anos de
1965 a 2012, a criação de decretos, resoluções que trouxesse a diminuição dos
impactos ambientais, advindos principalmente por parte da agropecuária. Mas em
2011, a câmara de deputados aprova a revisão e reedição do código florestal,

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resultando em 2012, no conhecido “Novo Código Florestal Brasileiro”, Lei 12.651 de


25 de abril de 2012.
Este documento trouxe a inclusão da busca pelo desenvolvimento sustentável
em todas as suas instâncias, mas abarcou divergências e conflitos entre
ambientalistas e ruralistas, que afirmam serem prejudicados por mudanças no novo
código florestal. Algumas diferenças são apontadas no quadro abaixo:

Quadro 1 - Mudanças no Novo Código Florestal

Como era
na Lei Como ficou (projeto aprovado no senado)
4.771/65

Tema Dever do E quem desmatou Dever do E quem desmatou


proprietário proprietário até 2008

Matas Proteger Recuperar Proteger 30 m Recuperar 15 m


Ciliares 30 m nos integralmente + nos pequenos nos pequenos rios
pequenos multa pelo rios e 50 m ao e 30 m nas
rios e 50 m desmatamento + redor das nascentes sem
ao redor multa se recusar-se nascentes. multas.
das a recuperar.
nascentes.

Topos de Proteger o Recuperar Proteger o Pode manter


Morro terço integralmente + terço superior, culturas de
superior. multa pelo mas mudança espécies lenhosas
desmatamento+mult no conceito (frutíferas, pinus)
a se recusar-se a deixa vários não recupera e
recuperar. morros não paga multa.
desprotegidos.

Encostas Fazer Recuperar Fazer manejo Pode manter


de até manejo integralmente + sustentável ou qualquer atividade
45° de sustentável multa pelo proteger agropecuária, não
inclinação ou proteger desmatamento+mult floresta recupera e não
florestas a se recusar-se a existentes. paga multa.
existentes. recuperar.

Encostas Proteger Recuperar Proteger Pode manter


com mais florestas integralmente + floresta culturas de
de 45° de existentes. multa pelo existentes. espécies lenhosas
inclinação desmatamento+mult (frutíferas, pinus),
a se recusar-se a não recupera e
recuperar. não paga multa.

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Reserva Manter Recuperar ou Manter 20%, Se tiver até 4


Legal 20%, 35% compensar 35% (cerrado módulos fiscais ou
(cerrado integralmente + amazônico) ou alegar que a área
amazônico) multa pelo 80% (floresta foi desmatada
ou 80% desmatamento+mult amazônica) do antes de 1934,
(floresta a se recusar-se a imóvel com não precisa
amazônica) recuperar. vegetação recuperar, quem
do imóvel nativa. tiver que recuperar
com pode usar até 50%
vegetação de exóticas (pinus,
nativa. dendê) ou
compensar em
outro estado.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Apesar das críticas ao modelo, é uma lei que vigora atualmente em nosso
território brasileiro e configura um importante instrumento legal para o combate à
exploração de nossas matas.

IMPORTANTE
Para se informar melhor, confira na íntegra o exposto na lei:
Lei 4.771 de 1965 (Antigo Código Florestal)
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm>.
Lei 12.651 de 2012 (Novo Código Florestal).
Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>.

3.4 Acidentes Ambientais e Planos de Contingência

Os Acidentes Ambientais são definidos como acontecimentos inesperados que


afetam direta ou indiretamente, a segurança, a saúde da comunidade, causando
impacto no meio ambiente como um todo.

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Figura 18 – Desastre ambiental

Fonte: ROCHE, 2017.

Podemos citar dois exemplos de acidentes ambientais, são eles os desastres


naturais e os desastres tecnológicos.
 Desastres Naturais:
Ocorrências causadas por fenômenos da natureza, cuja maioria dos casos
independe das intervenções do homem. Incluem-se nesta categoria os terremotos,
os maremotos, os furacões, etc.

 Desastres Tecnológicos:
Ocorrências geradas pelas atividades desenvolvidas pelo homem, tais como os
acidentes nucleares, vazamentos durante a manipulação de substâncias químicas,
etc. Mesmo distinguidos os dois tipos, sabemos que a interferência humana, pode
ocasionar ambos os exemplos citados acima. No entanto, acidentes naturais ou
desastres naturais têm uma taxa de previsibilidade menor que os desastres
tecnológicos.
Os desastres tecnológicos têm chance de uma previsibilidade maior, pois, são
consequência de uma interferência humana, o que leva a criação de estatísticas,
mapeamentos de riscos, e modelos de prevenção de acidentes, como planos de
emergências entre outros.
O primeiro ponto a ser destacado é que, para uma prevenção ou intervenção
eficiente, necessariamente, depende-se de uma identificação e avaliação dos riscos

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a que uma região possa estar exposta. O levantamento preciso e consistente auxilia
na produção de dados, documentos, planos emergenciais e medidas preventivas e
protetivas, tanto para os trabalhadores, quanto para a sociedade que cerca o local. E
esta regra vale para desastres naturais e desastres tecnológicos.
Por exemplo, se você tem uma área em que a partir de estudos foram
apontadas grandes chances de tsunamis e terremotos, os investimentos em
fiscalização, manejos de prevenção e proteção devem ser desenvolvidos para
minimização desses riscos. Ou seja, você tem planos, construções sólidas, sinais de
alertas, tecnologias avançadas nos locais de previsibilidade, enfim, inúmeros
recursos que devem nortear, para diminuição dos riscos, consequentemente do
impacto.
Para acidentes tecnológicos, como exemplo. acidentes que envolvam
substâncias tóxicas e ou perigosas, devem-se estabelecer etapas para manutenção
destes riscos. Abaixo segue um modelo básico, para o exemplo citado acima, de
acidentes tecnológicos:

Figura 19 - Atividades Preventivas Iniciais para a Elaboração de um Sistema para Atendimento


a Acidentes Ambientais.

Fonte: Leal, 2009.

A primeira etapa, portanto, é o levantamento de acidentes, caracterizando


possíveis históricos para facilitar a compreensão do risco ou dos problemas que
possa ter. A segunda etapa, compete ao levantamento das atividades que estão

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sendo desenvolvidas e, portanto, o grau de perigo exercido pelas tais, exemplos:


atividades de indústrias, comércios, ferroviárias, rodoviárias, entre outros.
A terceira etapa contempla a distinção das substâncias utilizadas, sua
qualidade e seu impacto, exemplo: as indústrias utilizaram algum tipo de resíduo
químico? Qual (is)? Alguma substância sólida?
A quarta etapa, concerne já na avaliação dos riscos destas atividades e destas
substâncias utilizadas, por exemplo: Qual o impacto dessas substâncias? Ela pode
ser letal? A empresa gera desmatamento?
A quinta etapa refere-se às medidas de redução dos riscos, que engloba todo o
processo de avaliação e fiscalização.
Este complexo de análises e decisões, distingue-se em situações e regiões
diferentes, isto leva também a percebermos que, o trabalho em um conjunto
interdisciplinar auxiliará em propostas e análises mais consistentes, portanto,
valorizar o trabalho em equipe, bem como, os variados saberes, corrobora para uma
gama de estratégias e ações mais nobres e eficazes.
Os planos de contingência se encaixam no exposto como mecanismos de
prevenção de riscos, mas afinal o que são planos de contingência? Segundo o
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, o plano de contingência
(PLANCON), funciona como um planejamento da resposta, sendo entendidos como:
“documento que registra o planejamento elaborado a partir da percepção do risco de
determinado tipo de desastres e estabelece os procedimentos e responsabilidades”.
(Instrução Normativa nº 2 de 20 de dezembro de 2016).
Por conseguinte, contingência é “a situação de incerteza quanto a um
determinado evento, fenômeno ou acidente, que pode se concretizar ou não,
durante um período de tempo determinado. A responsabilidade da execução de
planos de contingência está nos municípios. Ao estado e à união, cabe a função de
apoiar a execução local”.

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Figura 20 - Questões relevantes para estruturação de um plano de contingência

Qual a hipótese do desastre?


(refere-se àquilo que pode ocorrer)

Como serão as respostas, Como será a preparação para o


incluindo as ações de socorro, desastre?
assistência às vítimas e (Aquilo que pode ser feito com
restabelecimento? antecedência para que
(Aquilo que pode-se fazer a estejamos preparados)
respeito de uma ocorrência)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

A definição da tríade se torna importante, porque objetiva e qualifica as ações e


planos para redução de riscos. Em sua variabilidade de etapas, a elaboração do
plano de contingência se estabelece no fluxo da figura 21.
O plano de contingência, portanto, configura-se como uma ferramenta
extremamente necessária e importante para manutenção da qualidade de saúde,
segurança e proteção do meio ambiente e tudo o que o compõe. De fato, cada
realidade estará condicionada às suas especificidades e análises técnicas, o esboço
acima, configura um conhecimento geral sobre os planos de contingência e sua
importância para garantia de proteção, prevenção e diminuição de riscos.
Observe as etapas:
1º PASSO – Percepção de risco: a decisão de construir um plano de
contingência;
2º PASSO - A constituição de um grupo de trabalho;
3º PASSO – Análise do cenário de risco e cadastro de capacidades;
4º PASSO - Definição de ações e procedimentos;
5° PASSO - Aprovação;
6º PASSO - Divulgação do plano de contingência;
7º PASSO - Operacionalização;
8º PASSO - Revisão.

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Figura 21 - Etapas da elaboração de um Plano de Contingência.


IMPLEMENTAR
5º Passo: Aprovação
6° Passo: Divulgação
7° Passo: Operacionalização

DESENVOLVER
REVISAR 4º Passo: Definições de
8º Passo: Revisão ações procedimentais

PREPARAR ANALISAR
1º Passo: Percepção de 3º Passo: Análise de
risco; a decisão cenário e coleta de
2º Passo: GT capacidades
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

RECOMENDAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS!
 Segue abaixo o link do material da Secretaria de Defesa Civil, que traz de forma
mais abundante a descrição das etapas citada acima:
Disponível em:
<www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/publicacoes/paz/plano-cont-livro-
base.pdf>.
 Outra importante leitura para maior absorção é a lei 9.605, que desdobra sobre os
crimes ambientais, como são aplicados, em quais circunstâncias e demandas:
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm>.
 O livro Manual do Direito Ambiental, do autor Luís Paulo Sirvinskas, já
mencionado como dica de leitura, se desmancha em uma explicação densa de
locais de risco como barragens, termelétricas, usinas nucleares entre outros
exemplos, esta leitura é uma complementariedade à base repassada aqui.
No site (Cobrade) temos a tabela de classificação de desastres catalogados no
Brasil:
Disponível em:
<http://www.integracao.gov.br/documents/3958478/0/Anexo+V+-
+Cobrade_com+simbologia.pdf/d7d8bb0b-07f3-4572-a6ca-738daa95feb0>.

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CAPÍTULO 4 - RESÍDUOS SÓLIDOS: ABORDAGEM E TRATAMENTO

4.1 Objeto e Objetivos

Conforme a NBR 10.004:2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas -


ABNT os resíduos sólidos podem ser definidos como:
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da
comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,
de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para
isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor
tecnologia disponível.

A Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, é a legislação que prevê em sua


disposição a regulação do gerenciamento de resíduos sólidos em âmbito nacional.
Ela prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e altera a Lei 9.605, de
12 de fevereiro de 1998.
- Qual é o objeto?
O objeto desta lei versa:
o
Art. 1 Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo
sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do
poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

- Qual é o objetivo?
Seus objetivos principais previsto no art 7º. da Lei 12.305 são:
I - Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos
resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos;
III - Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de
bens e serviços;
IV - Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como
forma de minimizar impactos ambientais;
V - Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de
matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - Gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII - Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com
o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a
gestão integrada de resíduos sólidos;

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IX - Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;


X - Regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da
prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que
assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma
de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº
11.445, de 2007;
XI - Prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com
padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XII - Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas
ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos;
XIII - Estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
XIV - Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e
empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao
reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o
aproveitamento energético;
XV - Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

A PNRS vem como um forte mecanismo que liga o desenvolvimento


sustentável, ao consumo consciente e preciso. Segundo Milanez (2002) os resíduos
sólidos apresentam uma forte relação com a sustentabilidade, pois além da sua
dimensão ambiental, esse sistema possui componentes sociais e econômicas
relevantes e dada a proximidade com o dia a dia das pessoas, podem ainda ser
utilizados de modo atrativo para uma discussão mais ampla sobre a
sustentabilidade.
A PNRS se tornou o principal veiculador de planos e ações que mediasse a
controle, a fiscalização e a penalização visando um melhor aproveitamento ou
promovendo um descarte consciente e adequado, tanto pela sociedade civil, quanto
pelas indústrias, comércios e outros empreendimentos.

4.2 Logística Reversa

A logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social


caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar
a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação
final ambientalmente adequada. (art. 13, decreto 7.404/2010). Ele está presente na

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Lei 12.305 e no decreto que o legitima, 7.404/2010. No seu art. 5º, do decreto
7.404/10.

Figura 22- Logística Reversa

Fonte: Senado, 2014.

Para tanto, a lei estabelece que os fabricantes, importadores, distribuidores,


comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos.A
lei dispõe que alguns produtos devem estar presentes nesta logística como:
agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como todos os produtos que após
o uso, a embalagem possa conter resquícios do produto utilizados, sendo este
considerado um produto perigoso, mediante as regras do gerenciamento de
resíduos e ou previstas em pelos órgãos como SISNAMA, ou em normas técnicas
como exposto art. 33 da Lei 12.305, como se segue:
II - Pilhas e baterias;
III - Pneus;
IV - Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

No art. 35 do decreto 7.404/2010, há uma ordem prioritária: Na gestão e


gerenciamento de resíduos sólidos, deverá ser observada a seguinte ordem de

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prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos


sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Este engloba
todos os planos de resíduos sólidos explicitados acima, e também todos os sistemas
de informações de resíduos sólidos, na busca de minimizar os danos ao meio
ambiente.

4.3 Classificação dos Resíduos


Classificação do lixo quanto à origem:
 Domiciliar
 Limpeza urbana
 Industrial
 Comercial
 Serviço de saúde
 Transporte (portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários)
 Agro silvopastoril
 Mineração
 Construção civil

Classificação do lixo quanto à periculosidade, segundo parâmetros da ABNT


NBR 10.004:
1.Classe I – Perigosos
Riscos à saúde pública.
Riscos ao meio ambiente.

2. Classe II – Não perigosos


Classe IIA – Não inertes – biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
Classe IIB – Inertes – seus constituintes não se solubilizam a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade da água, com exceção do aspecto,
cor, turbidez, dureza e sabor.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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4.4 Tratamento de resíduos sólidos

O tratamento de resíduos sólidos pode se dar de diversas formas, entre as


mais comuns estão: os aterros sanitários, incineração, aterros controlados,
compostagem, pirólise, biodigestão, entre outros.

4.4.1 Aterros sanitários


Segundo a NBR 8419:1992,
Aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos é definido como a técnica de
disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde
pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método
este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à
menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os
com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a
intervalos menores, se necessário.

Resumidamente, esta é uma técnica de disposição dos resíduos no solo, sem


causar risco á saúde e segurança, visando uma minimização dos impactos
ambientais. Utilizando métodos da engenharia, estes aterros buscam soluções para
ocupação de menores áreas possíveis, reduzindo também os seus volumes.

IMPORTANTE!
O aterro sanitário ainda é o processo mais aplicado em todo o mundo devido ao seu
baixo custo. Trata-se de um processo bastante seguro e simples.
A sua construção está sujeita a uma série de regulamentações, porém existe
distinção entre aterros para resíduos urbanos e industriais.
(PHILIPPI et al. 2014).

Algumas vantagens e desvantagens da utilização do aterro sanitário podem ser


descritas, de acordo com Philippiet al. (2014),
Vantagens:
Baixo custo se comparado com outros tratamentos
Utilizam equipamentos de baixo custo e de simples operação
É possível a implantação em terrenos de baixo valor
Evitam a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças
Não estão sujeitas a interrupções no funcionamento em caso de falhas

Desvantagens:

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Perda de matérias primas e da energia contida nos resíduos


Transporte de resíduos à longa distancia
Desvalorização da região ao redor do aterro
Riscos de contaminação do lençol freático
Produção de chorume e percolados
Necessidade de manutenção e vigília após fechamento do aterro.

Figura 23 - Aterro Sanitário

Fonte: Ferreira, 2018.

Em um aterro sanitário, gases são gerados na saída do processo de


decomposição dos resíduos. Entre os principais gases estão metano (CH4), dióxido
de carbono (CO2), amônia (NH3), hidrogênio (H2), entre outros. O biogás gerado
após a disposição dos resíduos pode perpetuar por um tempo de 20 a 30 anos. Os
gases produzidos pelos aterros contribuem para o aumento significativo das
emissões do metano, mas este, pode ser aproveitado na geração de energia.

4.4.1.1 Critérios para implantação de um aterro sanitário


Uma série de critérios devem ser observada antes de se pensar em implantar
um sistema de aterro sanitário. Observe o quadro abaixo, retirado de Philippiet
al.(2014).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Quadro 2 – Critérios para avaliação das áreas para instalação de aterro sanitário
Classificação das áreas
Dados necessários Recomendada
Recomendada com Não recomendada
restrições
Vida útil Maior que 10 anos 10 anos, a critério do órgão ambiental
Distância do centro
Menor que 10 km 10 a 20 km Maior que 20 km
atendido
Unidades de
Áreas sem restrições no conservação
Zoneamento ambiental
zoneamento ambiental ambiental e
correlatas
Vetor de Vetor de Vetor de
Zoneamento urbano crescimento crescimento crescimento
mínimo intermediário máximo
Densidade
Baixa Média Alta
populacional
Uso e ocupação das
Áreas devolutas ou pouco utilizadas Ocupação intensa
terras
Valorização da terra Baixa Média Alta

Aceitação da
população e de
Boa Razoável Inaceitável
entidades ambientais
não governamentais

Distância dos cursos


Menor que 200 m, com aprovação do
d'água (córregos, Maior que 200 m
órgão ambiental
nascentes etc.)
Fonte: Adaptado de JARDIM (1996) apud PHILIPPI et al. (2014).

4.4.2 Compostagem
Conforme Kiehl (1985) citado por Philippiet al. (2014), o processo de
compostagem é classificado como um processo de reciclagem da parte orgânica do
resíduo sólido urbano (no Brasil cerca de pouco mais da metade dos resíduos
sólidos urbanos são de origem orgânica). Nos aterros o processo de decomposição
é anaeróbio uma vez que o ar é escasso dentro das células. Já no processo de
compostagem, ocorre uma digestão aeróbia do resíduo orgânico (KIEHL, 1985).
Conforme Philippiet al. (2014), existem vantagens e desvantagens do processo
de compostagem, podendo-se citar as seguintes:

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Vantagens da compostagem: valorização da parte orgânica do resíduo sólido e


aumento da vida útil do aterro sanitário.
Desvantagens da compostagem: mais caro do que o aterro sanitário por
tonelada de resíduo, grandes dificuldades para comercialização do composto.

IMPORTANTE!
Conforme Philippiet al. (2014), existem vantagens e desvantagens do processo de
compostagem, podendo-se citar as seguintes:
Vantagens da compostagem: valorização da parte orgânica do resíduo sólido e
aumento da vida útil do aterro sanitário.
Desvantagens da compostagem: mais caro do que o aterro sanitário por tonelada de
resíduo, grandes dificuldades para comercialização do composto.

4.4.3 Incineração
A incineração é uma prática antiga de eliminação de resíduos, com
aproximadamente 100 anos de existência. No incinerador ocorrem reações de
oxidação (ou combustão) e de decomposição dos resíduos. A reação de combustão
de produtos orgânicos libera calor. Esse calor pode ser aproveitado na saída do
forno através do uso de trocadores de geralmente, são remanescentes desses
processos são: CO2, SO2, O2, gases inertes, cinzas e escórias, calor, contribuindo
para a reciclagem energética de resíduos. Os gases que,

Figura 24 – Incineração de resíduos

Fonte: Kawa, 2016.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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4.4.4 Pirólise
A Pirólise é a decomposição por meio do calor. Este método, é conhecido nas
indústrias como calcinação. A parte deste, é possível produzir bio-óleo ou alcatrão,
carvão vegetal, entre outros produtos que servem como alternativas e combustíveis.

Figura 25 – Resultado da pirólise

Fonte: Ruppenthal, 2014.

Figura 26 – Reator pirolítico

Fonte: Leal, 2010.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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4.4.5 Biodigestão anaeróbia


A biodigestão anaeróbia é um método pelo qual os resíduos tratados produzem
biogás, que podem ser utilizados, por exemplo, na produção energia elétrica, térmica
ou mecânica. Todo este processo anaeróbio é fechado e possui ausência de O2,
não possui liberação de gases produzidos pelas bactérias.
As reações que ocorrem no biodigestor anaeróbio são similares com as que
ocorrem nos aterros sanitários, porém no biodigestor o processo é controlado e
acelerado.

Figura 27 – Biodigestor anaeróbio

Fonte: Machado, 2017.

Figura 28 – Processo de biodigestão anaeróbia

Fonte: Ruppenthal, 2014.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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PARA SABER MAIS!


Conscientes da grave problemática quanto à Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
no país, desde sua produção, coleta e disposição final, e do desafio colocado aos
municípios e à sociedade como um todo no equacionamento dos problemas, a
Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano – SEDU/PR – tem ampliado
sobremaneira seus programas, linhas de financiamento e apoio nesta área.
Entretanto, considerando que a capacitação de agentes municipais responsáveis
pelos serviços de limpeza urbana e a existência de um referencial técnico para
auxiliá-los na preparação e implementação dos seus programas de resíduos sólidos
constituem fatores essenciais para a aplicação adequada dos recursos e solução
dos problemas, a SEDU/PR tem o prazer de disponibilizar, aos municípios
brasileiros, este Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos.
Acesse:<http://www.resol.com.br/cartilha4/manual.pdf>

4.5 Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos

O gerenciamento integrado de resíduos sólidos pressupõe a utilização de


diversos meios para se alcançar o objetivo de melhorar o gerenciamento dos
resíduos urbanos, conforme revela Philippiet al. (2014),
“ [...]o gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos constitui-se em
um conjunto de instrumentos e técnicas que o município deve aplicar
visando aumentar a eficiência de cada um dos instrumentos de manejo.
Além disso, visa aproveitar ao máximo os potenciais dos resíduos sólidos
com relação a sua reutilização e a sua reciclagem”.

O gerenciamento integrado de resíduos sólidos requer medidas que visem


aproveitar ao máximo os potenciais dos resíduos sólidos através da sua reutilização
e reciclagem.
Dentre as formas de gerenciamento, pode-se destacar medidas que funcionam
e são bastante econômicas, como a simples coleta e transferência dos resíduos
para os aterros sanitários. Existem sistemas mais complexos também e por isso são
mais caros, como princípios de valorização dos resíduos e aumento de vida útil do
aterro. Tais sistemas correspondem ao aproveitamento dos resíduos através de
programas de coleta seletiva, usinas de reciclagem (para resíduos inorgânicos), e
compostagem, biodigestão e aproveitamento energético para os resíduos orgânicos.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Segundo o trabalho de Calderoni (1998), citado por Philippiet al. (2014, não se
pode aceitar a atual situação de gerenciamento e de tecnologia existentes no que
diz respeito ao potencial energético que é desperdiçado com o lixo. É necessário
que haja minimização da geração e um aproveitamento mais racional dos resíduos.
O programa de gerenciamento integrado de resíduos deve abordar mais do
que simplesmente um tratamento, ele deve ser encarado como um programa
composto por várias etapas e todas em prol de um objetivo comum. Ele é composto
por sistemas de estocagem, coleta, tratamento e destinação final, em sintonia de
modo a fornecer o melhor custo-benefício para a gestão de resíduos de uma região.
(PHILIPPI et al. 2014).
Kreith (1994), citado por Philippiet al., (2014), traz alguns exemplos de
estratégias de gerenciamento integrado e elas foram elencadas de forma resumida
abaixo:
 Coleta dos resíduos sólidos sem implementação da coleta seletiva,
seguida de uma etapa de triagem para a separação dos materiais que
podem ser reciclados. O material restante é incinerado e as cinzas são
encaminhadas para os aterros sanitários.
 Coleta os resíduos sólidos sem implementação da coleta seletiva, seguida
de uma etapa de produção de combustível por meio do resíduo e da
recuperação de metais. Incineração do material orgânico. As cinzas e o
resíduo gerado na produção de combustível e recuperação de metais são
encaminhados para aterros sanitários.
 Os resíduos sólidos municipais são encaminhados diretamente para
aterros sanitários e os resíduos de poda vão para compostagem. O
composto gerado é vendido e o resíduo desse processo é disposto em
aterros sanitários.
 Coleta seletiva de materiais orgânicos e inorgânicos. O material orgânico
é disposto diretamente em aterros sanitários, enquanto o inorgânico
segue para uma unidade de triagem e reciclagem. O material que não
pôde ser aproveitado é disposto em aterros sanitários.
 Basicamente igual à estratégia anterior, mas com implementação de
incineração dos resíduos orgânicos e a disposição final das cinzas.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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 Coleta seletiva de materiais orgânicos e inorgânicos. O material orgânico


é encaminhado para uma unidade de produção de combustível e para a
recuperação de metais, o material restante é incinerado e as cinzas
dispostas em aterros sanitários, enquanto o inorgânico segue para uma
unidade de triagem e reciclagem. O material que não pôde ser
aproveitado é disposto em aterros sanitários.
 Coleta seletiva de materiais orgânicos e inorgânicos. O material orgânico
é encaminhado para uma unidade de produção de combustível e para
compostagem, o material restante é disposto em aterros sanitários.
Enquanto o inorgânico segue para uma unidade de triagem e reciclagem.
O material que não pôde ser aproveitado é disposto em aterros sanitários.
 Coleta seletiva de materiais orgânicos e inorgânicos, e de resíduos de
poda. O material orgânico é disposto em aterros sanitários e o inorgânico
segue para uma unidade de triagem e reciclagem, sendo que o material
que não pôde ser aproveitado é disposto em aterros sanitários. Os
resíduos de poda vão para compostagem, os resíduos de compostagem
são dispostos em aterros sanitários.
 Basicamente igual à estratégia anterior, mas com a implementação de
incineração dos resíduos orgânicos e a disposição final das cinzas.

Cada uma dessas estratégias para integração do gerenciamento de resíduos


possui características próprias. Observa-se que algumas optam por colocar menos
resíduos em aterros sanitários, como no caso daquelas que fazem uso de
incineradores.
Uma das formas de gerenciamento integrado que pode trazer bons resultados
no que tange à valorização dos resíduos, é a implementação do princípio do poluidor
pagador. Esse princípio consiste, resumidamente, na empresa ou indústria que
coloca o produto no mercado, e que tem a sua sustentação econômica baseada no
consumo do produto por ela produzido e é responsável pelo tratamento e/ou
disposição do resíduo gerado pelo produto. Esse princípio faz com que os produtos
tenham embutidos em seu preço o custo de tratamento do resíduo e também do
desenvolvimento de tecnologias e programas de reciclagem. (PHILIPPI et al., 2014).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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IMPORTANTE!
O gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos constitui-se em um conjunto
de instrumentos e técnicas que o município deve aplicar visando aumentar a
eficiência de cada um dos instrumentos de manejo. Além disso, visa aproveitar ao
máximo os potenciais dos resíduos sólidos com relação a sua reutilização e a sua
reciclagem.
O gerenciamento integrado de resíduos sólidos requer medidas que visem
aproveitar ao máximo os potenciais dos resíduos sólidos através da sua reutilização
e reciclagem.
Dentre as formas de gerenciamento, podem-se destacar medidas que funcionam e
são bastante econômicas, como a simples coleta e transferência dos resíduos para
os aterros sanitários.
Contribuem para o aumento da vida útil do aterro sanitário: Programas de coleta
seletiva, usinas de reciclagem (para resíduos inorgânicos), e compostagem,
biodigestão e aproveitamento energético para os resíduos orgânicos Até mesmo a
incineração (que é um processo bem simples) contribui para o aumento da vida útil
dos aterros.
Fonte: PHILIPPI et al. (2014).

RECOMENDAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS!
Chegamos ao final de mais um capítulo e espero que tenha aprendido bastante
sobre os assuntos que rodeiam o tópico de resíduos sólidos. Deixarei abaixo
algumas indicações bibliográficas que o ajudarão ao longo da caminhada do
conhecimento:
PHILIPPI, Jr., ROMÉRO, M., BRUNA, G. Curso de Gestão Ambiental 2ed. Atual.
eampl. Barueri-SP: Manole, 2014 (Coleção ambiental, v.13).

MOURA, Luiz. Qualidade e gestão ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2011. 432 p.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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CAPÍTULO 5 – NOÇÕES DEGESTÃO AMBIENTAL

5.1 Introdução à Gestão Ambiental

O processo de gestão ambiental entra em cena quando se promovem


adaptações ou modificações no ambiente natural, de forma a adaptá-lo às
necessidades individuais ou coletivas, gerando, assim, o ambiente urbano
diversificado (PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014, p.3).
O homem é o grande agente transformador do ambiente natural, isto é, o
agente que adapta e modifica o ambiente de modo a torná-lo urbano (próprio). O
ambiente urbano, por sua vez, é o resultado de agrupamentos instalados em
ambientes naturais transformados e que para sua sobrevivência e desenvolvimento
necessitam dos recursos do ambiente natural (PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014,
p.3).
Conforme Diamond (2005) citado por Philippiet al. (2014), o sucesso ou
fracasso de determinadas sociedades depende diretamente da maneira pela qual os
recursos naturais são geridos. Daí a importância do processo de gestão baseado em
variáveis inerentes aos recursos naturais, como a diversidade dos recursos
extraídos, a velocidade de extração, o modo de disposição, o tratamento dos seus
resíduos e efluentes e a política de gestão escolhida, que poderá, no longo prazo,
beneficiar ou levar prejuízos à população do local em foco. O grau de impacto do
ambiente urbano sobre o ambiente natural é caracterizado pela soma das variáveis
e a maneira de geri-las.
Nesse sentido, a gestão ambiental pode ser entendida como uma série de
intervenções humanas, sobre o patrimônio ambiental, que se localiza em
determinado território. Essas intervenções precisam ser bem delimitadas, uma vez
que deverão obedecer a leis, critérios e métodos precisos em relação ao escopo
gerencial que um gestor adota em relação ao local de intervenção.
De modo a não induzir ações falhas, tendenciosas e ambíguas, no que diz
respeito à gestão ambiental, é preciso que os gestores possuam conhecimento
acerca da composição do meio ambiente e da sua complexidade, ou seja, das suas
particularidades intrínsecas (COIMBRA, 2014, p. 551).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Coimbra (2014) traz uma definição geral de gestão ambiental,


“Gestão ambiental é um processo de administração participativo, integrado
e contínuo, que procura compatibilizar as atividades humanas com a
qualidade e a preservação do patrimônio ambiental, por meio da ação
conjugada do poder público e da sociedade organizada em seus vários
segmentos , mediante priorização das necessidades sociais e do mundo
natural, como alocação dos respectivos recursos e mecanismos de
avaliação e transparência”.

Tendo em vista que o meio ambiente é uma ciência complexa, é necessário


que se estruture uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de diferentes
áreas do conhecimento, para encarar os problemas que venham a surgir,
elaborando soluções realistas em busca de uma gestão ambiental eficaz.

IMPORTANTE!
Gestão ambiental pode se entendida como uma série de intervenções humanas
sobre o patrimônio ambiental, que se localiza em determinado território. Essas
intervenções precisam ser bem delimitadas, uma vez que deverão obedecer a leis,
critérios e métodos precisos, em relação ao escopo gerencial que um gestor adota
em relação ao local de intervenção.

5.2 Processo de planejamento

Após a formação da equipe que estará envolvida em solucionar os problemas e


gerir toda a questão ambiental, parte-se para a fase de planejamento. Para iniciar
com o planejamento das ações, deve-se, primeiramente, distinguir os tipos de
recursos a serem analisados. São eles: os recursos do ambiente natural, do
ambiente construído e as necessidades do ser humano e suas atividades.
(PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014, p.6).
Para o primeiro conjunto, referente ao ambiente natural, deve-se conhecer a
disponibilidade, o comportamento e as possibilidades de utilização de todos os
recursos naturais (água, ar, flora, fauna, espaço).
No que diz respeito ao ambiente construído, deve-se identificar a existência e
as necessidades dos ambientes construídos, ou seja, das edificações públicas e
privadas, ruas, avenidas, estradas, rodoviárias, aeroportos, ferroviárias, portos, entre

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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outros. O terceiro grupo, relativo às necessidades do homem e suas atividades,


deve identificar as necessidades dos indivíduos e suas atividades, que determinarão
as exigências básicas de moradia, transporte, de trabalho e de lazer, além de
infraestruturas sanitária, social, econômica e política.
É de suma de importância que se conheça todos esses conjuntos de recursos,
de modo a propiciar condições favoráveis, para uma gestão que vise a qualidade do
meio ambiente e, consequentemente, almeje qualidade de vida. A qualidade do meio
ambiente está diretamente relacionada à qualidade de vida dos entes participantes
do ambiente em si.
Após o entendimento acerca dessas questões básicas é que se dá inicio à fase
de planejamento propriamente dita, a qual é caracterizada pelo encaminhamento de
diretrizes que visem ordenar, articular e equipar, de maneira racional, o espaço,
destinando suas partes e o todo às diversas funções e atividades de vida (ser
humano, fauna, flora), de modo a valorizar ambientes específicos e controlar a
diversidade biológica e, consequentemente, o ambiente como um todo. (PHILIPPI et
al., 2002).

SAIBA MAIS!
Não iremos adentrar nas fases técnicas do processo de planejamento, pois, não é o
propósito dessa apostila, mas irei listar abaixo algumas características resumidas
dessas fases. Caso tenha interesse em saber mais, disponibilizei a referência
bibliográfica ao final desse quadro. Fique à vontade para estudar mais a respeito.
As quatro fases técnicas do processo de planejamento são as seguintes:
 Eclosão
 Projeto
 Execução
 Retroalimentação

Fonte: PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014, p.8.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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5.3 Sistema de Gestão Ambiental

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a unidade de metodologias que visa


auxiliar a organização de empresas, a diminuir, controlar e prevenir os impactos
ambientais, nos negócios firmados pelas suas atividades econômicas. A NBR ISO
14001 regulamenta os sistemas de gestão ambiental, e traz como objetivos, a
proteção do meio ambiente e a mitigação dos impactos ambientais adversos, tais
como: aumento do desempenho ambiental; controle e influência no modo como os
produtos são projetados até o seu descarte.
Caso uma empresa decida pela adoção à NBR ISO 14001, a organização
deverá estabelecer um sistema de gestão ambiental eficaz, mas não só isso. Deverá
prezar pela documentação em dia, programas de manutenção e melhoria contínua
do sistema.

Figura 29 – ISO 14000 e Melhoria contínua

Fonte: Ruppenthal, 2014.

Para implementar um SGA, a organização precisa conhecer a fundo as


necessidades dos seus clientes e atender aos requisitos da legislação ambiental. Se
a intenção da organização é obter melhorias de desempenho ambiental, a adoção
de um bom SGA é essencial. Nesse sentido, segundo Moura (2011), cabe à
organização cumprir três grandes conjuntos de atividades, são eles:
a) Análise da situação atual da empresa: implica em constatar a real
situação da empresa no tocante ao desempenho ambiental. É a fase de
diagnóstico do problema, o ponto de partida para um SGA.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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b) Estabelecimento de metas: implica em estudar possibilidades físicas,


recursos materiais e humanos necessários e definir “onde queremos
chegar”, em termos de melhorias num prazo estipulado.
c) Estabelecimento de métodos: Essa é fase em que se elaboram meios de
se alcançar o proposto na etapa das metas (‘b’). É o modo de trabalho
que será adotado para atingir os objetivos traçados.

O SGA tem que prever um treinamento de modo a conscientizar as pessoas


envolvidas em cada etapa do ciclo de vida do produto para assegurar o maior grau
de sustentabilidade ao produto em si e a seu processo de elaboração, forma de
consumo e descarte. Esse cuidado é necessário, porque, se há irregularidade na
produção ou no manejo e coleta da matéria-prima, como a utilização de produtos
químicos inadequados ou em quantidade indevida, todo o processo restante estará
comprometido (PHILIPPI et al., 2014).
O sistema de gestão ambiental, tem suas bases no “ciclo Plan-Do-Check-Act”
(PDCA), este tem o intuito de fomentar um processo interativo das organizações,
levando-as a um nível maior de inovação, interesse e desenvolvimento sustentável.
Na fase de “Plan”, como o próprio nome indica, será feito o planejamento das
melhorias identificadas nos processos organizacionais. Na fase “Do”, as mudanças
que foram planejadas serão implementadas. Na fase “Check”, são coletados os
dados sobre a implementação (fase “Do”) e comparados com o que fora previsto. Na
fase “Act”, são avaliados os resultados globais do processo. Caso os resultados não
sejam satisfatórios, o ciclo PDCA deverá ser reiniciado.

Figura 30 - PDCA

Fonte: Hammar, 2017.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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As transformações ambientais causadas pela sociedade são quase tão antigas


quanto a própria existência do homem. No entanto, foi a partir das décadas finais do
século passado que os impactos ambientais se tornaram mais intensos devido ao
elevado crescimento demográfico e ao alto grau da aceleração tecnológica. A partir
da década de 1970 surgiu uma maior preocupação por parte de governantes,
organizações não governamentais e sociedade civil em se discutir e implementar
políticas voltadas para planejamento e gestão ambiental em todo o mundo (NOVAIS,
2012, p.1).
A figura abaixo ilustra todo o processo estrutural de um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA).

Figura 31 - Estrutura do SGA

Fonte: Figueiredo, 2014.

SAIBA MAIS
O QUE É A ISO 14000?
A série de normas ISO 14000 – Gestão Ambiental, foram inicialmente elaboradas
visando o “manejo ambiental”, que significa “o que a organização faz para minimizar
os efeitos nocivos ao ambiente causados pelas suas atividades” (ISO, 2000).
Assim sendo, essas normas fomentam a prevenção de processos de contaminações
ambientais, uma vez que orientam a organização quanto a sua estrutura, forma de
operação e de levantamento, armazenamento, recuperação e disponibilização de
dados e resultados (sempre atentando às necessidades futuras e imediatas de

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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mercado e, consequentemente, a satisfação do cliente), entre outras orientações,


inserindo a organização no contexto ambiental.
Para saber mais, acesse: <https://www.coladaweb.com/administracao/iso-14000-
gestao-ambiental>.

5.3.1 Aspectos Ambientais


Como o processo de certificação pela NBR 14001 se dá pela ISO, o acesso ao
selo, que é reconhecido internacionalmente, não exige da empresa tecnologias
caras ou que já tenham tido melhor desempenho nas questões ambientais.
A série ISO 14000 auxilia a organização no que é necessário para
desenvolver um novo sistema de gestão ambiental ou melhorar o já
existente. A melhoria contínua é o processo de aperfeiçoar o sistema de
gestão ambiental para alcançar melhorias no desempenho ambiental total
em alinhamento com as políticas da organização (Rupentthal ,2014).

A procura por melhoria em processos que possam minimizar os impactos pelo


ambiente, a avaliação de impactos é uma metodologia para empresas que querem
alcançar o ISO 14001, o objetivo desse item da norma é fazer com que a empresa
identifique todos os impactos ambientais significativos, reais e potenciais,
relacionados com suas atividades, produtos e serviços, para que possa controlar os
aspectos sob sua responsabilidade (Meystre, 2003).
Aspecto ambiental é definido, pela NBR ISO 14001, como elemento das
atividades, produtos e serviços de uma organização, que possam interagir com o
meio ambiente.
O aspecto pode estar relacionado a uma máquina ou equipamento, assim
como, a uma atividade executada por ela ou por alguém que produza ou apresente a
possibilidade de produzir algum efeito sobre o meio ambiente. A NBR ISO 14001,
prioriza o levantamento dos aspectos ambientais significativos, já que os aspectos
envolvidos em um processo são muitos. Aspecto ambiental significativo é aquele
que tem um impacto ambiental significativo (ABNT NBR ISO 14001:2004).
Dessa forma, impacto ambiental é qualquer mudança no meio ambiente, tanto
positiva quanto negativa, total ou parcial, resultado das atividades, produto ou
serviços da organização (ABNT NBR ISO 14001:2004).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Quadro 3 – Exemplos de Aspectos e Impactos Ambientais


Atividade, produto, ou
Aspecto ambiental Impacto ambiental
serviço
Possibilidade de
Atividade-Manuseio de Contaminação do solo ou
vazamentos para o meio
materiais perigosos da água
ambiente
Uso de matérias primas
Produto- Projeto de um Esgotamento de recursos
esgotáveis (água, metais,
veículo (ou componentes) naturais
plásticos).
Serviço- Operação de Emissões de gases pelo
Contaminação do ar
caminhões de transporte escapamento
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

IMPORTANTE!
Aspectos ambientais x Impactos ambientais
Os aspectos ambientais podem ser entendidos como todos os elementos das
atividades, produtos ou serviços. EX: uso de matérias primas naturais, consumo de
água e energia, etc.
Os impactos ambientais dizem respeito às quaisquer modificações no meio
ambiente, que resultem dos aspectos ambientais. Essas modificações podem ser
adversas ou benéficas. Ex: eventos indesejáveis, agressões ao meio ambiente.

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Figura 32 – Diferença entre aspecto e impacto ambiental

Fonte: Ruppenthal, 2014.

5.3.2 Auditoria ambiental


A auditoria ambiental é um instrumento para a verificação de empresas e uma
avaliação do sistema de gestão. Ela auxilia a verificação sobre o desempenho dos
equipamentos utilizados e instalados, na busca de avaliar o impacto ambiental sobre
o meio ambiente, a partir de suas atividades. As auditorias são compostas por
equipes multidisciplinares, e devem ser um instrumento independente, sistemático,
documentado, periódico e objetivo. As normas que compõem os critérios de
avaliação e fiscalização, bem como os auditores para tais funções, estão
estabelecidos nas leis, são elas: NBR ISO 19011:2012 que trata das diretrizes para
auditoria de sistemas de gestão, e a NBR ISO 19015:2003 que trata da Avaliação
Ambiental de Locais e Organizações – AALO.

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5.3.3 Avaliação de desempenho ambiental (ADA)


O desempenho ambiental pode ser entendido como resultados mensuráveis da
gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais. A Avaliação de
desempenho ambiental (ADA) é um instrumento de gestão interna, que busca
promover informações confiáveis para determinar se o desempenho ambiental de
uma organização está adequado, aos parâmetros colocados pela administração da
organização.
O ADA fornece informações precisas a uma organização, podendo auxiliá-las
no processo de uma gestão ambiental. Entre as informações, o ADA pode identificar
os aspectos ambientais significativos, verificar e apontar caminhos e oportunidades
para uma melhor gestão e, contudo, elevar o nível de gestão ambiental de uma
organização. O ADA possui três níveis de atuação e organização: Planejar,
Executar, Verificar e Atuar.

5.3.4 Rotulagem Ambiental


A rotulagem ambiental, ou ecolbeling, é uma metodologia voluntária de
certificação e rotulagem de desempenho ambiental de produtos ou serviços, que
vem sendo praticada ao redor do mundo. É um importante mecanismo de
implementação de políticas ambientais dirigido aos consumidores, auxiliando-os na
escolha de produtos menos agressivos ao meio ambiente (ABNT).
Algumas organizações utilizam nomes que trazem uma característica ambiental
como: eco-rótulo, eco-selo, rótulo ecológico, selo verde.
Ao implementar um programa de rotulagem ambiental, a empresa considera
que um segmento do mercado de consumo apoiará os custos mais altos de
produção requeridos para atingir os padrões ambientais. Contudo, com o aumento
da oferta de produtos com melhores padrões ambientais, os custos e,
consequentemente, os preços finais, tendem a cair. No curto prazo, a rotulagem
ambiental pode contribuir para a redução das vendas de produtos poluentes em
favor daqueles considerados menos prejudiciais ao ambiente. No longo prazo, a
rotulagem pode estimular os produtores em direção a inovações tecnológicas
consideradas mais limpas (Bleda e Valente, 2009).
Os tipos de rotulagem pelas normas são:

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5.3.4.1 Rotulagem ambiental tipo I


Definida pela NBR ISO 14024, que trata dos procedimentos para o
desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental, como avaliar e demonstrar
sua conformidade, além dos procedimentos de certificação para a concessão do
rótulo. Os

Figura 33 – Exemplos de rótulos ambientais

Fonte: Ruppenthal, 2014.

5.3.4.2 Rotulagem ambiental tipo II


Definida pela NBR ISO 14021 que trata dos requisitos para autodeclarações
ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos.

Figura 34 – Exemplos de rótulos

Fonte: Ruppenthal, 2014.

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5.3.4.3 Rotulagem ambiental tipo III


É definida pela ISO 14025, encontra-se em fase de formatação pela ABNT. Ela
trata de rótulos voluntários, verificados por terceiros e que consideram a ACV
completa do produto. São considerados os mais sofisticados e complexos quanto à
sua implantação, pois, exigem extensos bancos de dados ou inventários para avaliar
o produto em todas as suas etapas, fornecendo a dimensão exata dos impactos que
provoca.

IMPORTANTE!
A rotulagem ambiental é uma ferramenta de gestão ambiental que pode ser
utilizada para a elaboração de políticas públicas ambientais como as compras
públicas sustentáveis.
Fonte: Ruppenthal, 2014.

Conforme frisado por Moura (2011), com base em resultados de pesquisas de


opinião, o consumidor está dando mais valor à existência de um meio ambiente mais
sadio. A degradação ambiental tomou gigantescas proporções nos últimos anos e
isso mexeu com a cabeça de milhares de pessoas, que são ou já foram, em sua
grande maioria, afetadas pela poluição.
A sociedade, então, está mudando. O consumidor é mais bem informado,
conhece os seus direitos, valoriza o seu dinheiro. Sabe que é ele quem
decide os destinos das empresas, neste mercado tão competitivo. Procura
qualidade para o produto, preço adequado e, hoje em dia, passa a pensar
em como aquele produto se relaciona com o meio ambiente. Procura
entender quais são os impactos ambientais causados, ou seja, que
modificações aquele produto introduz no meio ambiente. Avalia e considera
que a empresa, somente cumprindo a legislação ambiental, pode estar
fazendo pouco, ou seja, o mínimo esperado. De imediato, provavelmente
ele irá pensar nos impactos causados pelo uso do produto e pelo seu
descarte após o uso (MOURA, 2011).

As empresas conhecem essa nova postura que vêm sendo adotada pelas
pessoas e, como forma de atraí-las, lança mão de informativos realçados nos rótulos
acerca das vantagens ambientais do produto.

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5.3.5 Análise do Ciclo da Vida (ACV)


A ACV é uma ferramenta de apoio à tomada de decisões que gera
informações; avalia impactos e compara desempenhos ambientais de produtos.
Ciclo de vida é o conjunto de todas as etapas necessárias para que um produto
cumpra sua função na cadeia de produtividade. As normas sobre análise de ciclo de
vida tratam dos objetivos e escopo, análises do inventário, avaliação do impacto,
interpretação dos dados, gerando, desenvolvimento de produtos sustentáveis,
criação de políticas públicas e marketing. São elas:
 ABNT NBR ISO 14040:2009 Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de
vida – Princípios e estrutura.
 ABNT NBR ISO 14044:2009 Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de
vida – Requisitos e orientações.

Figura 35: Análise do Ciclo de Vida

Fonte: Ruppenthal, 2014.

5.4 Responsabilidade socioambiental

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O movimento da responsabilidade socioambiental é um movimento mundial.


Trata-se de um processo contínuo e progressivo do desenvolvimento de
competências cidadãs, com a assunção de responsabilidades sobre questões
sociais e ambientais relacionadas a todos os públicos em interação na sociedade:
trabalhadores, consumidores, governo, empresas, investidores e acionistas,
organizações da sociedade civil, mercado e concorrentes, comunidade e o próprio
meio ambiente, conforme a Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P
(BRASIL, 2009).
Países como a Europa e Estados Unidos investem grandemente na pegada
socioambiental. No Brasil, a partir da década de 90, este movimento de valorização
empresarial/ambiental começa a ganhar força, movida por atividades e movimentos
ambientais, ONG's (organizações não governamentais) que sentiam a necessidade
de um olhar integrador entre meio ambiente e sociedade. Algumas normas e
certificações foram criadas para pleitear empresas e organizações, que
responderam a este chamado de responsabilidade ambiental e social, este compete
também a avaliações internas, sendo contempladas todas as partes de uma
organização, desde relações trabalhistas, até relações com as comunidades.
No processo produtivo, são analisadas as relações trabalhistas, o respeito aos
direitos humanos, a contratação de mão de obra, inclusive fornecedores, a gestão
ambiental e a natureza do produto/serviço. Nas relações com a comunidade, são
analisados natureza e foco das ações desenvolvidas, problemas sociais
solucionados e os beneficiários e parceiros. Nas relações com os empregados, são
analisados os benefícios concedidos, inclusive aos familiares, o clima
organizacional, a qualidade de vida no trabalho e as ações para aumento da
empregabilidade.
A NBR ISO 26000 dispõe sobre a responsabilidade social, esta é uma norma
de uso voluntário, e não oferece certificação ou titulação. Os princípios desta norma
são a responsabilização, transparência, comportamento ético, respeito pelos
interesses das partes, pelo estado de direito, pelas normas internacionais de
comportamento e direito aos seres humanos. Estes são os sete temas de
responsabilidade social que uma empresa deve ter, segundo a NBR 26000:

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Figura 36 – Visão Holística

Fonte: Coimbra, 2009.

RECOMENDAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
Bom pessoal, chegamos ao final de mais um capítulo, e espero que tenham
aprendido bastante sobre os conceitos relacionados à gestão ambiental. Irei listar
abaixo algumas indicações de livros relevantes para o assunto. Aproveitem!

RUPPENTHAL, Janis. Gestão Ambiental. Santa Maria: Universidade Federal de


Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Rede e-TEC, Brasil 2014.
128 p.

MOURA, Luiz. Qualidade e gestão ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2011. 432 p.

PHILIPPI, Jr., ROMÉRO, M., BRUNA, G. Curso de Gestão Ambiental 2ed. Atual.
eampl. Barueri-SP: Manole, 2014 (Coleção ambiental, v.13).

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REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rótulo ecológico. Disponível


em: <http://www.abnt.org.br/certificacao/tipos/rotulo-ecologico/21-
certificacao/tipos/55-rotulo-ecologico >. Acesso em 19 fev. 2019.

______ NBR ISO 14001. Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com


orientações para uso. Rio de Janeiro, 2004a.

______ NBR 10004. Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004b.

______ NBR 8419:1992 Versão Corrigida: 1996. Rio de Janeiro. 1996.

AMBIENTE. M. A Camada de Ozônio. Ministério do Meio Ambiente. mma.gov.br.


Disponível em: <http://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/a-
camada-de-ozonio.html> Acesso em: 16 fev 2019.

ANDRADE, L.siteware.com.br. Ciclo PDCA: Como Ele Pode Melhorar Seus


Processos? Disponível em: <https://www.siteware.com.br/metodologias/ciclo-pdca/ >
Acesso em 15 fev. 2019.

ALVES, J. ecodebate.com.br. Do Antropocentrismo ao Mundo Ecocêntrico.


Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2012/06/13/do-antropocentrismo-ao-
mundo-ecocentrico-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/>Acesso em: 15fev. 2019.

AMBIENTAL, H. horizonteambiental.com.br. Logística Reversa e o Meio Ambiente.


Disponível em: https://www.horizonteambiental.com.br/logistica-reversa-e-o-meio-
ambiente/ Acesso em: 15 fev. 2019.

ALIGLERI, L.; ALIGLERI, L. A.; KRUGLIANSKAS, I. Gestão socioambiental:


responsabilidade e sustentabilidade do negócio. São Paulo: Atlas, 2009.

AMATO NETO, J. (Org.). Sustentabilidade e produção: teoria e prática para uma


gestão sustentável. São Paulo: Atlas, 2011.

BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos.


São Paulo: Saraiva, 2011.

BRENNY, G. Glauciabrenny.blogspot.com Estrutura do Sisnama. Disponível em:


<http://glauciabrenny.blogspot.com/2010/11/estrutura-do-sisnama.html> Acesso em:
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CAMPOS, L. M. S.; LERÍPIO, A. Á. Auditoria ambiental: uma ferramenta de gestão.


São Paulo: Atlas, 2009.

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COELHO, Pedro.engquimicasantossp.Chuva Ácida: Causas, Consequências e


Medidas de Prevenção.Disponível em:
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SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental.6. ed. rev. atual. eampl. São
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