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ÍNDICE

Conteúdo pág.
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................4
DOENÇAS DA PELÉ.................................................................................................................................5
1. CANCRO DA PELE.......................................................................................................................5
1.1. Tipos de cancro da pele............................................................................................................5
1.2. Sinais e sintomas do cancro da pele.........................................................................................6
1.3. Causas do cancro da pele.........................................................................................................7
1.4. Fatores de risco........................................................................................................................7
1.5. Diagnóstico do cancro da pele.................................................................................................8
1.6. Determinação da gravidade do cancro de pele.........................................................................8
1.7. Tipos de cancro da pele............................................................................................................8
1.8.1. Tratamento em casos graves..............................................................................................10
1.9. Prevenção do cancro da pele..................................................................................................11
2. ACNE............................................................................................................................................12
2.1. Sinais e sintomas da acne.......................................................................................................12
2.2. Classificação da gravidade na acne........................................................................................12
2.3. Causas da acne.......................................................................................................................13
2.4. Diagnóstico da acne...............................................................................................................15
2.5. Complicações da acne............................................................................................................15
2.6. Tratamento da acne................................................................................................................15
2.7. Medidas preventivas na acne.................................................................................................16
3. DERMATITE DE CONTACTO...................................................................................................17
3.1. Causas....................................................................................................................................17
3.2. Fatores de risco......................................................................................................................17
3.3. Sintomas de Dermatite...........................................................................................................17
3.4. Diagnóstico de Dermatite......................................................................................................18
3.5. Tratamento de Dermatite.......................................................................................................18
3.6. Prevenção..............................................................................................................................19
4. MICOSES SUPERFICIAIS DA PELE..........................................................................................20
4.1. Sintomas da micose de pele...................................................................................................21
4.2. Diagnóstico da micose da pele...............................................................................................22
4.3. Prevenção da micose da pele.................................................................................................22
4.4. Tratamento da micose da pele................................................................................................23
II. CONCLUSÃO...............................................................................................................................24
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................25
I. INTRODUÇÃO
A pele é o maior órgão do nosso corpo. Para ter uma ideia, ela representa 16% do peso do corpo
humano. Devido a esses e outros factores é muito comum termos alguma doença em nossa pele
no decorrer de nossa vida.

As doenças em dermatologia são muito frequentes.

No presente trabalho vamos conhecer 4 das muitas doenças existentes da pele.

Metodologia do trabalho

Como propósito metodológico, recorremos a pesquisa bibliográfica, a uma vista de olhar nos
serviços eletrónicos (internet) seguindo da compilação da informação recolhida fez-se oque a
seguir é apresentado.
Dermatologia – é a especialidade medica que se ocupa do diagnostico e tratamento clinico-
cirúrgico das enfermidades relacionadas à pele e aos anexos cutâneos.

DOENÇAS DA PELÉ
1. CANCRO DA PELE
O cancro de pele é caraterizado pelo crescimento anormal das células da pele. Ocorre devido à
acumulação de mutações no ADN das células, sendo um dos principais fatores de risco uma
exposição solar intensa, apesar de poderem existir outras causas, conforme discutiremos adiante.

As mutações do ADN levam as células da pele a multiplicar-se rapidamente e a formar tumores


benignos ou malignos, podendo estes ocorrer em diferentes camadas da pele.

A deteção precoce do cancro na pele é extremamente importante para o prognóstico da doença,


ou seja, a probabilidade do tratamento ser mais eficaz a eliminar completamente as células
anormais é mais elevada se o cancro for detetado nos seus estadios iniciais.

1.1. Tipos de cancro da pele


Existe uma grande variedade de tipos de cancro da pele, contudo, podemos considerar que a
doença se apresenta mais frequentemente em três tipos principais, a saber:

 Carcinoma Basocelular

O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais comum de cancro de pele e tem como células
percursoras as células basais da epiderme (camada superior da pele).

Geralmente, estes carcinomas desenvolvem-se em áreas da pele mais expostas ao sol, como a
cabeça ou o pescoço e crescem lentamente, facilitando a sua deteção em fases iniciais do seu
crescimento. No entanto, podem ocorrer em muitas outras regiões como o tronco, os membros
superiores (braços), membros inferiores (pernas), etc.

 Carcinoma Espinocelular

O carcinoma espinocelular (CEC) é a segunda forma mais frequente de cancro de pele e tem
como células percursoras as células escamosas da epiderme.
Geralmente, estes tipos de tumores desenvolvem-se mais frequentemente nas áreas da pele mais
expostas ao sol, como a cabeça, braços ou pernas. Contudo, também se podem desenvolver em
áreas menos expostas a radiação como a zona dos genitais, ânus, boca, garganta, ou no
revestimento de órgãos como o esófago ou pulmão, embora nestes locais os fatores de risco
sejam diferentes (HPV, álcool, tabaco, entre outros).

 Melanoma

O melanoma, apesar de menos frequente do que os carcinomas, é considerado o tipo mais


perigoso de cancro de pele devido à sua capacidade de se metastisar (espalhar) para outros
órgãos mais rapidamente. Estes tumores têm como células percursoras os melanócitos (células
produtoras de melanina).

Os melanomas desenvolvem-se mais frequentemente em zonas da pele mais expostas ao sol,


contudo, também podem aparecer na zona dos olhos, no nariz, garganta ou intestinos.

1.2. Sinais e sintomas do cancro da pele


O cancro de pele desenvolve-se principalmente em áreas da pele sujeitas a uma maior exposição
solar, incluindo o couro cabeludo, rosto, lábios, orelhas, pescoço, peito, braços e mãos. Mas
também se pode formar em áreas que raramente têm esta exposição como as palmas das mãos,
unhas e área genital.

Os cancros de pele não são todos idênticos e podem não causar muitos sinais e sintomas. No
entanto, mudanças incomuns na pele podem ser um sinal de alerta para os diferentes tipos de
cancro. Estar atento a alterações na pele pode ajudar a procurar precocemente aconselhamento
médico e a obter um diagnóstico mais cedo, melhorando assim o prognóstico da doença.

Outros sinais e sintomas podem ir surgindo à medida que as células anormais se multiplicam
com o tempo, a saber:

 Crescimentos na pele incomuns;


 Edemas (inchaços);
 Hemorragias (sangramento) ou feridas;
 Manchas escamosas ou escuras;
 Assimetria nas lesões cutâneas;
 As lesões com bordas irregulares;
 Prurido (comichão);

1.3. Causas do cancro da pele


Como referido anteriormente, o cancro de pele ocorre quando existem mutações no ADN das
células da pele. As mutações fazem com que as células cresçam fora do controlo e formem uma
massa de células cancerígenas.

1.4. Fatores de risco


Existem inúmeros fatores de risco que podem estar na origem das mutações do ADN das células
na pele, a saber:

 Pele clara - Qualquer pessoa, independentemente da cor da pele, pode ter cancro da pele.
No entanto, ter menos pigmento (melanina) na mesma fornece menos proteção contra a
radiação UV prejudicial;
 Histórico de queimaduras solares - Ter tido uma ou mais queimaduras solares graves
durante a infância ou adolescência, aumenta o risco de desenvolver cancro de pele em
adulto. Queimaduras solares na idade adulta também são um fator de risco;
 Exposição excessiva ao sol ou radiação UV - Qualquer pessoa que passa muito tempo
ao sol ou em solários pode desenvolver cancro de pele, especialmente se a mesma não
está protegida com protetor solar ou roupas;
 Hereditariedade (genética) - Um histórico familiar de cancro da pele pode aumentar o
risco de desenvolvimento da doença;
 Sistema imunitário enfraquecido - Pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos
possuem um maior risco de desenvolver cancro de pele. Isto inclui doentes com HIV e
outras patologias, ou aqueles que tomam medicamentos imunossupressores após algum
transplante de órgão, por exemplo;
 Exposição a determinadas substâncias - A exposição a determinadas substâncias, como
o arsénio, pode aumentar o risco de cancro da pele;
1.5. Diagnóstico do cancro da pele
O diagnóstico do cancro de pele é realizado, geralmente, por um médico dermatologista
(especialista em dermatologia), através da história clínica do doente e da realização de um exame
físico, onde a pele do doente é examinada, em conjunto com algum dos seguintes meios
complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT):

 Dermatoscopia – Exame que é realizado no consultório e que permite ao médico


dermatologista observar com detalhe as lesões suspeitas;
 Biópsia de pele – Consiste na remoção de uma amostra de pele suspeita para análise em
laboratório de anatomia patológica;
 Exames de imagem – Exames como tomografia computorizada (TC ou TAC),
ressonância magnética (RM), entre outros, para determinar se existem metástases (se o
cancro se espalhou);

1.6. Determinação da gravidade do cancro de pele


Para determinar o estágio de um cancro de pele ou gravidade, o médico especialista avalia o
tamanho do tumor e se o mesmo metastizou (se espalhou) para gânglios linfáticos, ou outros
órgãos.

1.7. Tipos de cancro da pele


Os tipos de cancro da pele são divididos em dois grupos primários: cancro de pele não melanoma
e melanoma.

Cancros de pele não melanoma - incluem células basais e células escamosas, ou seja,
carcinomas basocelulares e espinocelulares, e os estágios são definidos da seguinte forma:

Estágio 0: As células anormais não se espalharam além da camada mais externa da pele, a
epiderme;

Estágio I: O cancro pode ter se espalhado para a próxima camada de pele, a derme, mas não
mais do que dois centímetros;
Estágio II: O tumor é maior que dois centímetros, mas não se espalhou para locais próximos ou
gânglios linfáticos;

Estágio III: O cancro espalhou-se do tumor primário para algum tecido ou osso próximo, e é
maior do que três centímetros;

Estágio IV: O cancro espalhou-se além do local do tumor primário para linfonodos (gânglios
linfáticos) e osso ou tecido. O tumor também é maior do que três centímetros.

Melanoma - incluem:

Estágio 0: Este tipo não invasivo de cancro de pele não penetrou abaixo da epiderme;

Estágio I: O cancro pode ter se espalhado para a segunda camada da pele, a derme, mas
permanece pequeno.

Estágio II : O cancro não se espalhou além do local original do tumor, mas é maior e mais
grosso, e pode provocar sinais ou sintomas como escamação ou sangramento;

Estágio III: O cancro espalhou-se para gânglios linfáticos ou para a pele ou tecido nas
proximidades;

Estágio IV: O estágio mais avançado do melanoma. O estágio IV é uma indicação de que o
cancro se metastisou (espalhou) além do tumor primário e está presente em gânglios linfáticos,
órgãos ou tecidos distantes do local original.

1.8. Tratamento do cancro da pele

O objetivo do tratamento do cancro da pele é eliminar todas as células cancerígenas, que


geralmente, são removidas através de algum procedimento de remoção, a saber:

 Cirurgia de remoção do cancro da pele - a cirurgia (ou operação) de remoção do


cancro da pele é frequentemente realizada através de dois métodos principais, a saber:
 Excisão cirúrgica - Durante uma excisão cirúrgica, o médico especialista remove a lesão
cutânea com uma margem de pele saudável, que é analisada posteriormente, de modo a
verificar se todas as células cancerígenas foram retiradas.
O tumor retirado e a margem de pele saudável é enviada para o laboratório de anatomia
patológica, para ser analisada, permitindo verificar se todas as células anormais foram
eliminadas.

 Cirurgia de Mohs - Neste método, o médico especialista remove o tumor por camadas,
tentando preservar o máximo de tecido saudável e livre da doença. Deste modo é possível
analisar cada camada até que não existam mais células cancerígenas. Assim, esta cirurgia
permite remover toda a lesão cutânea e evita uma eliminação excessiva de pele saudável.
Este método é geralmente recomendado em casos onde o tumor tem um grande risco de
recorrência ou se estiver localizado em locais mais sensíveis como o rosto (ex.: nariz,
lábios, língua, etc.).

Se o utente não conseguir realizar a cirurgia de remoção da lesão cutânea, outros tratamentos
podem ser recomendados, a saber:

 Curetagem e eletrodisseção - O método de curetagem e eletrodisseção permite remover


a superfície do tumor e cauterizar (queimar) a base e zonas mais profundas do carcinoma
com uma agulha elétrica. À semelhança da crioterapia deverá ser utilizado apenas nas
lesões percursoras (queratoses actínicas).
 Crioterapia - A crioterapia consiste no congelamento das células anormais do carcinoma
com nitrogénio líquido. À semelhança da terapia laser, este tratamento é reservado para
formas percursoras (queratoses actínicas).
 Radioterapia - A radioterapia utiliza feixes de alta energia, de modo a eliminar as
células cancerígenas presentes na pele. A radioterapia pode ser aconselhada quando
existe um risco elevado de recorrência do tumor ou quando a abordagem cirúrgica não é
possível.

1.8.1. Tratamento em casos graves


Em situações mais graves, geralmente, em casos onde ocorreram metástases (o cancro está
espalhado noutras partes do corpo), o tratamento tem como objetivo controlar a progressão da
doença. Este objetivo pode ser atingido através de alguns métodos, a saber:

 Imunoterapia - A imunoterapia é um tratamento que permite ajudar o nosso sistema


imunitário (sistema de defesa) a combater o cancro. O sistema imunitário não ataca o
tumor porque as células cancerígenas produzem as mesmas proteínas que as células
saudáveis, baralhando o sistema imunitário e impedindo o combate às células malignas.
A imunoterapia, através da administração de alguns medicamentos (remédios) ajuda o
sistema imunitário a reconhecer as células malignas e a combatê-las.
 Quimioterapia - A quimioterapia é raramente utilizada no cancro da pele, no entanto,
pode ser recomendada para tratar eficazmente este tipo de cancro, quando este está muito
avançado. Este método utiliza compostos químicos muito fortes para de forma sistémica
eliminar todas as células cancerígenas.

1.9. Prevenção do cancro da pele


A maioria dos cancros de pele podem ser evitados através de alguns comportamentos a adotar no
quotidiano, a saber:

 Evitar a exposição solar, especialmente nas horas mais fortes de radiação UV;
 Usar protetor solar na praia ou fora dela e durante o ano todo, mesmo quando o céu
estiver nublado. É recomendada a utilização de um protetor forte, com um FPS (fator de
proteção solar) de pelo menos 30;
 Usar roupas de proteção como vestuário escuro que cubra os braços e pernas, chapéus,
óculos de sol, entre outros;
 Evitar solários;
 Verificar a pele regularmente e procurar um médico dermatologista em casos de
alterações na mesma;
2. ACNE
A acne é uma das doenças de pele mais frequentes, afetando 35-90% da população em algum
momento da sua vida. A acne comedónica (ver imagem superior) é a forma mais ligeira da
doença, porém a mais frequente, caracterizada por comedões abertos (“pontos negros”) e
comedões fechados (“pontos brancos”), evoluindo, habitualmente, de forma favorável e sem
complicações. No entanto, podem existir formas mais graves da doença. Veja mais informação
em classificação da gravidade da acne.

Frequentemente possui um impacto psicológico marcado. Atinge, sobretudo, adolescentes e


adultos jovens, mas também pode ocorrer noutras faixas etárias. Por exemplo, a acne infantil é
uma variante que surge em bebés ou lactentes.

2.1. Sinais e sintomas da acne


Relativamente aos sinais e sintomas, a acne caracteriza-se pelo aparecimento de comedões
fechados (“pontos brancos”), comedões abertos (“pontos negros”), pápulas (“borbulhas),
pústulas ("borbulhas" com pus), nódulos e quistos.

As lesões podem durar anos e surgem principalmente no rosto, podendo afetar diferentes áreas
da cara, como a testa, o queixo ou a zona à volta da boca. O tronco também está frequentemente
atingido, nomeadamente a nível do peito e costas.

Cicatrizes na acne

A acne frequentemente causa cicatrizes, sobretudo quando existem lesões inflamatórias. Estas
cicatrizes são muito variadas, podendo ser atróficas (deprimidas), hipertróficas ou mesmo
quelóides, e podem causar um impacto importante na vida das pessoas afetadas. Também pode
surgir hiperpigmentação pós-inflamatória (manchas escuras residuais).

2.2. Classificação da gravidade na acne


Existem várias escalas para classificar a gravidade da acne. Por exemplo, esta pode ser dividida
em:

 Acne comedónica é a forma mais ligeira de acne. Os doentes apresentam sobretudo


comedões abertos (“pontos negros”) e comedões fechados (“pontos brancos”). São lesões
não inflamatórias e que geralmente não causam cicatrizes.
 Acne pápulo-pustulosa leve a moderada começam a surgir algumas borbulhas, com ou
sem pus (pápulas e pústulas). Comedões abertos e fechados (“pontos negros e pontos
brancos”) habitualmente estão também presentes.
 Acne pápulo-pustulosa grave, acne nodular moderada Inflamação significativa da
pele, com múltiplas pápulas e pústulas (“borbulhas com ou sem pus”) podem surgir
cicatrizes, sobretudo se as borbulhas forem espremidas. Na acne nodular moderada
observam-se alguns nódulos, geralmente com >1 cm de diâmetro, e que podem ser
dolorosos.
 Acne nodular grave, acne conglobata aumento do número de nódulos e da severidade
da apresentação clínica. A acne conglobata é uma forma grave de acne nodular que
ocorre sobretudo em jovens do sexo masculino e na qual podem surgir lesões de grandes
dimensões, com drenagem espontânea de pus, bem como fístulas (ligações entre dois
nódulos) e cicatrizes significativas.

2.3. Causas da acne


Relativamente à sua causa, a acne surge quando ocorre uma obstrução num folículo piloso,
devido ao aumento do sebo (gordura produzida pelas glândulas sebáceas da pele), o que favorece
a inflamação cutânea e a proliferação bacteriana.

 Causas hormonais

Entre os fatores que podem agravar a acne, incluem-se os androgénios (hormonas masculinas) e
as alterações hormonais relacionadas com o ciclo menstrual, com o uso de anticoncetivos orais,
ou as que ocorrem durante a gravidez. Por exemplo, podem ocorrer exacerbações da acne 2 a 7
dias antes da menstruação.

Os androgénios estão presentes tanto nos homens como nas mulheres. Eles induzem a produção
de sebo e são um fator importante no desenvolvimento da acne, explicando a maior prevalência
desta patologia na puberdade e na adolescência. Por outro lado, a acne torna-se menos comum a
partir dos 40 anos, especialmente após a menopausa.
 Alimentação e estilo de vida

Apesar de alguns estudos sugerirem que a acne poderá agravar com o consumo de leite ou de
alimentos com elevado índice glicémico (“doces”), a verdade é que o papel da dieta na acne
ainda não está completamente esclarecido.

 Infeção pelo Cutibacterium acnes e inflamação

A Cutibacterium acnes é uma bactéria comensal, ou seja, que vive habitualmente na nossa pele.
Contudo, parece estar relacionada com o desenvolvimento da acne e de uma resposta
inflamatória.

 Fatores psicológicos

O stress e a ansiedade não provocam acne, mas, quando esta doença está presente, estes fatores
podem agravá-la.

 Causas hereditárias

Familiares próximos de indivíduos com acne possuem um maior risco de desenvolver esta
doença, o que sugere que a acne terá um componente genético ou hereditário.

 Medicamentos

Alguns medicamentos, como os corticóides, o lítio, os androgénios, a fenitoína e a isoniazida,


podem agravar a acne.

Outras causas

Outras causas incluem o contacto da pele com substâncias oleosas ou com alguns cosméticos,
bem como a fricção da pele por telemóveis, capacetes, máscaras ou adornos.
2.4. Diagnóstico da acne
O diagnóstico da acne é feito pelo dermatologista com base na história clínica e no exame físico.
Não existem análises laboratoriais que permitam confirmar o diagnóstico de acne, e a biópsia
cutânea não é habitualmente necessária.

O diagnóstico diferencial inclui várias doenças que podem ser confundidas com acne, tais como:
a rosácea, a dermatite periorificial, a foliculite e a pseudofoliculite da barba.

A acne é contagiosa?

A acne não é uma doença contagiosa ou transmissível. Ou seja, a acne não se transmite ou se
“pega” por contato direto de pessoa para pessoa.

2.5. Complicações da acne


As formas mais graves de acne podem causar um impacto significativo na auto-estima e no bem-
estar psicossocial.

Outras complicações incluem uma foliculite por bactérias Gram-negativas (sobretudo em doentes
que realizam tratamentos com antibióticos orais durante longos períodos de tempo), acne
fulminante (uma variante severa de acne que pode estar associada a sintomas sistémicos) ou
edema facial sólido (doença de Morbihan).

2.6. Tratamento da acne


O tratamento da acne é geralmente eficaz e permite resolução das lesões e melhoria da
autoestima. Deve ser iniciado o mais precocemente possível, de modo a evitar cicatrizes
inestéticas ou desfigurantes, as quais são muitas vezes difíceis de corrigir. O tratamento é
geralmente prolongado, sendo observados resultados apenas ao final de um ou dois meses de
tratamento.

O tratamento deve ser individualizado, dependendo de fatores como a gravidade da acne, o tipo
de lesões e a tolerância do doente. As opções terapêuticas incluem:

 Tratamentos tópicos (por exemplo em creme, gel ou pomada), como os retinóides,


antibióticos, peróxido de benzoilo, ácido azelaico ou ácido salicílico;
 Medicamentos orais (comprimidos), como a isotretinoína ou alguns antibióticos;
 Contracetivos orais e outros tratamentos que atuam a nível das hormonas;
 Tratamento com laser ou fototerapia;
 Esfoliação ou microabrasão cutânea;
 Preenchimento com colagénio das áreas mais afetadas.

Muitos dos tratamentos disponíveis podem apresentar efeitos secundários e, por isso, é
importante que seja o dermatologista a definir a opção mais adequada para cada caso.
Tratamentos caseiros ou “remédios naturais” não apresentam validade científica comprovada no
tratamento da acne.

2.7. Medidas preventivas na acne


Na prevenção da acne é importante ter em atenção o seguinte:

 Adotar um estilo de vida saudável;


 Nunca espremer as borbulhas, até porque isso pode potenciar a formação de cicatrizes ou
a infecção;
 Lavar as áreas mais afetadas duas vezes por dia com um produto suave (por exemplo,
uma água micelar própria para a acne);
 A hidratação da pele deve ser realizada com produtos “oil-free”, não comedogénicos;
 Evitar substâncias que possam irritar a pele;
 A exposição ao sol deve ser controlada. Ter em atenção que alguns dos medicamentos
que tratam a acne podem tornar a pele mais sensível ao sol;
 Evitar alimentos com elevado índice glicémico (“doces”).
 Se quiser usar maquilhagem, faça-o de forma moderada e retire-a ao deitar.
3. DERMATITE DE CONTACTO
A dermatite de contacto é uma reação inflamatória que ocorre na pele devido à exposição a um
componente que causa irritação ou alergia. Erupção cutânea, coceira, vermelhidão e descamação
são sintomas comuns, mas não é contagiosa ou oferece risco de vida. Geralmente os locais mais
acometidos são as mãos e face.

3.1. Causas
Várias condições de saúde, alergias, factores genéticos e irritantes podem causar diferentes tipos
de eczemas:

A dermatite de contacto é causada por um agente externo que entra em contacto com a pele. Ela
pode ser causada por exposição a um agente muito agressivo pontualmente como ácidos ou por
exposição cumulativa crônica, como detergentes e produtos de limpeza (dermatite de contato
irritativa) e ainda por reexposição a uma substância à qual o indivíduo foi sensibilizado ao longo
do tempo e desenvolve imunidade contra a substância específica, como metais e bijuterias
(dermatite de contato alérgica).

3.2. Fatores de risco


Os fatores de risco da dermatite podem variar de acordo com os tipos.

Na dermatite de contacto alérgica irritativa, a exposição crônica a agentes agressivos é o


principal factor de risco, podendo esta exposição estar relacionada ao trabalho, caracterizando
assim uma dermatose ocupacional. Na dermatite de contacto alérgica, a exposição ao agente ao
longo do tempo pode ocasionar sensibilização (alergia) como no caso de cosméticos e metais
(cinto, bijuterias).

3.3. Sintomas de Dermatite


Os sintomas do eczema em geral são vermelhidão, descamação e coceira na pele. Variam
conforme o tipo de dermatite quanto a aparência das lesões, sintomas e localização.

Na dermatite de contacto irritativa predominam as características da dermatite crônica, como:

 Vermelhidão;
 Espessamento e ressecamento da pele;
 Fissuras.

Na dermatite de contacto alérgica os sintomas vão depender do tempo de evolução da doença:

 Fase aguda: as lesões são vermelhas, mais inchadas, podendo apresentar bolhas ou
vesículas e saída de secreção
 Fase crônica: predomina o ressecamento, espessamento da pele e descamação.
 Ainda, em ambos os casos o paciente pode queixar-se de desconforto no local com
ardência, coceira ou queimação.

3.4. Diagnóstico de Dermatite


O diagnóstico da dermatite na maioria dos casos é clínico, realizado pela história e exame físico
do paciente. No entanto exames auxiliares como uma biópsia de pele podem ser realizados em
caso de dúvida diagnóstica ou para afastar outras doenças de pele.

No caso da dermatite de contacto alérgica, onde o paciente desenvolve imunidade contra certo
alérgeno, pode ser realizado um teste de contato. Neste teste uma bateria padrão de substâncias é
testada pelo contato com a pele do paciente para reproduzir a alergia. O teste é realizado em
etapas e uma mínima quantidade da substância é colocada na pele do paciente.

O exame é seguro, mas a dermatose deve estar bem controlada na ocasião de sua realização.

3.5. Tratamento de Dermatite


O tratamento vai depender fundamentalmente da causa do eczema, por isso a importância do
acompanhamento médico para correto diagnóstico.

Na dermatite de contacto é de extrema importância o afastamento do agente externo causador,


além de tratamento medicamentoso, em que são geralmente utilizados corticoides tópicos.

Dermatite tem cura?

A dermatite pode ser controlada com o tratamento adequado e acompanhamento médico. A


remissão da doença vai depender do caso individualizado de cada paciente e de sua resposta ao
tratamento.

Complicações possíveis
Existem casos leves e graves da doença e depende muito de cada caso. Em casos moderados e
grave a dermatite pode sim afetar a qualidade de vida do paciente, podendo inclusive
comprometer aspectos psicossociais. Coçar a erupção cutânea associada à dermatite pode causar
feridas abertas, que podem se infectar. Estas infecções de pele podem se espalhar e podem, ainda
que muito raramente, se tornarem risco de vida.

Existem inúmeros tratamentos disponíveis para dermatite e um acompanhamento adequado pode


minimizar ou mesmo evitar complicações na vida dos pacientes.

3.6. Prevenção
Evitar a pele seca pode ser um fator para ajudar a prevenir a dermatite. Essas dicas podem ajudar
você a minimizar os efeitos de secagem do banho em sua pele:

 Tome banhos mais curtos ou menos quentes: Limite seus banhos e chuveiros para 5 a 10
minutos. E use água morna, em vez de quente. O óleo de banho também pode ser útil
 Use produtos de limpeza ou sabonetes neutros: Escolha produtos de limpeza sem perfume
ou sabonetes neutros. Alguns sabonetes podem secar sua pele
 Seque-se com cuidado: Após o banho, escove a pele rapidamente com as palmas das
mãos ou lave suavemente a pele com uma toalha macia
 Hidrate a sua pele: Enquanto sua pele ainda estiver úmida, sele a umidade com um óleo
ou um creme. Experimente diferentes produtos para encontrar um que funcione para
você. Idealmente, o melhor para você será seguro, eficaz, acessível e sem cheiro.
4. MICOSES SUPERFICIAIS DA PELE
As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de "tineas", são infecções causadas
por fungos que se apresentam de formas distintas e que afectam diferentes áreas corporais, como
a pele, as unhas e os cabelos. “Tinea”, derivado do latim e que significa verme. A designação do
tipo de micose fica completa com a região do corpo envolvida.

As micoses (infecções da pele causadas por fungos dermatófitos) encontram-se entre as doenças
mais frequentes que afectam o ser humano. Pode-se mesmo afirmar que quase todas as pessoas
irão sofrer de uma micose alguma vez na vida. De acordo com a profundidade da infecção,
distinguem-se três tipos de micoses: superficiais, intermédias ou cutâneas. É das superficiais que
falaremos, até porque são as mais habituais no nosso meio.

As micoses superficiais dividem-se em dermatofíticas e não dermatofíticas, conforme o


microrganismo pertença ou não aos chamados fungos dermatófitos.

Esta é a denominação comum dos fungos dos géneros Microsporum, Trichophyton e


Epidermophyton, que se caracterizam por apresentar queratinofilia, ou seja, que crescem bem na
presença de queratina, proteína que é um constituinte importante tanto da pele como de unhas e
cabelos. Por isso, estes fungos geralmente só afectam a epiderme, a camada mais superficial da
pele, as unhas e os pêlos. Provocam doenças muito variáveis, desde sintomas ligeiros até lesões
com pus e inflamação, em geral, as que são conhecidas como dermatofitoses.

Existem factores locais que predispõem ao desenvolvimento destas micoses como os a humidade
ou os cortes, frequentes nos pés ou na região inguinal. Por outro lado, os tratamentos com
imunossupressores, a quimioterapia ou a diabetes também podem intervir no aparecimento das
micoses superficiais.
4.1. Sintomas da micose de pele
Existem várias formas de manifestação das micoses cutâneas superficiais, dependendo do local
afectado e também do tipo de fungo causador da micose.

De acordo com o local do corpo onde se apresenta a infecção, podem-se distinguir:

 Tinea capitis

Afecta o couro cabeludo, as sobrancelhas ou as pestanas, e provoca a perda do pêlo em pequenas


zonas circunscritas, que vão crescendo com tendência a ficarem com vermelhidão e a
apresentarem pequenas escamas de pele, com ou sem pus e inflamação aparente. Originam muito
frequentemente comichão.

 Tinea barbae

Lesões semelhantes, na zona da barba, de novo com ou sem sinais de inflamação ou comichão.

 Tinea corporis

Localiza-se no tronco e nos membros, e também em zonas da cara sem pêlos. Pode manifestar-se
como manchas circulares ou ovais com pequenas escamas ou vesículas nas bordas e com o
centro de cor vermelha ou avermelhada; outras vezes têm a forma de anel com uma borda
vermelha e o centro já curado.

 Tinea cruris (cruris é o termo latino para pernas)

Localiza-se nas virilhas, períneo e região perianal podendo estender-se pela parte interna dos
músculos, como placas nos dois lados, de cor avermelhada a acastanhada, com finas escamas e
borda de progressão avermelhada. É importante recordar que a infecção se transmite por toalhas,
roupas interiores e roupas de cama. Nos homens pode estar associada a Tinea pedis, pois a queda
do fungo pelas calças é bastante frequente.
 Tinea pedis

É a mais frequente, pois 15 % das pessoas já sofreram ou sofrem dela. Também é conhecida
como "pé de atleta" e localiza-se entre os dedos e na planta do pé. Muitas vezes é adquirida com
a prática de desporto com os pés descalços ou em duches de uso colectivo. Manifesta-se como
pele esbranquiçada e macerada, por vezes com fissuras dolorosas, entre os dedos.

 Tinea ungium

O parasitismo da unha pode manifestar-se como um espessamento ou descolamento da unha, por


vezes com alterações de cor, em geral de tom esbranquiçado.

 Tinea negra

Manifesta-se pela formação de manchas escuras na palma das mãos ou plantas dos pés. É
assintomática.

4.2. Diagnóstico da micose da pele


Geralmente o diagnóstico pode realizar-se com base na avaliação clínica e no aspecto das lesões.
Por vezes é necessário realizar um exame directo das escamas cutâneas ou pêlos para saber se o
agente causal é um dermatófito ou uma levedura. Para determinar com exactidão o fungo
responsável é necessário realizar uma cultura das lesões.

4.3. Prevenção da micose da pele


Hábitos higiénicos são importantes para evitar as micoses. Previna-se seguindo as dicas abaixo:

 Secar-se sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras de pele como as
axilas, as virilhas e os dedos dos pés;
 Evitar ficar com roupas molhadas durante muito tempo;
 Evitar o contacto prolongado com água e sabão;
 Não usar objectos pessoais (roupas, calçado, pentes, toalhas, bonés) de outras pessoas;
 Não andar descalço em pisos constantemente húmidos (vestiários);
 Observe a pele e o pêlo dos seus animais de estimação. Qualquer alteração ao nível da
descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário;
 Evite mexer na terra sem usar luvas;
 Use somente o seu material de manicura;
 Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados;
 Evite roupas quentes e justas;
 Evite os tecidos sintéticos, principalmente na roupa interior. Prefira o algodão.

4.4. Tratamento da micose da pele


No tratamento das micoses cutâneas tem de se ter em consideração que é necessário ter paciência
para se obter resultados positivos, pois são necessárias algumas semanas para eliminar a
infecção. Para além disso, deve-se impedir o contágio de e a outras pessoas mantendo as zonas
afectadas limpas e secas. É importante também referir que não deve usar medicamentos
indicados por outras pessoas.

Normalmente estas infecções são tratadas mediante a aplicação nas zonas afectadas de
antifúngicos, que são fármacos específicos para estes microrganismos. Em casos de micoses
muito extensas ou refractárias ao tratamento, pode ser necessário administrar também, por via
oral, um fármaco antifúngico. O uso de anti-histamínicos pode ser indispensável para o controlo
e alívio da comichão, sobretudo nas tineas do couro cabeludo.

Pode acontecer que seja necessários diferentes períodos de tratamento, ou que a doença
reapareça sob a forma de surto. Muitas vezes devido ao incumprimento das medidas de
prevenção e do controlo epidemiológico, ou à falta de perseverança no tratamento.

O prognóstico em geral é bom, mas é importante recordar que enquanto se mantiverem as


circunstâncias favorecedoras anteriormente descritas é provável uma nova infecção.
II. CONCLUSÃO
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mayo Clinic. Disponível em:
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/dermatitis-eczema/symptoms-causes/syc-20352380

https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/micoses-superficiais-da-pele

https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/dermatologica/cancro-da-pele/

https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/dermatologia/acne/

https://www.saude.gov.br/acne/

https://rededorsaoluiz.com.br/doencas/dermatite

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